O que você deve saber sobre A CRISE DE 1929 A superprodução e o subconsumo fizeram com que imensos estoques de mercadorias se acumulassem, sem compradores. A especulação financeira fez com que ações de companhias praticamente quebradas fossem vendidas a preços exorbitantes. Sem a regulamentação do Estado, o capitalismo oligopolista levou o mundo à beira da ruína. A CRISE AMERICANA DE 1929 ▪ Superprodução (na agricultura e na indústria). ▪ __________ Diminuição do consumo provocado pela: ▪ Especulação bolsista (o valor das acções é superior ao lucro real das empresas). Saturação dos mercados internos; Diminuição das exportações devido à recuperação económica da Europa. ______ Maior oferta do que procura Acumulação do stock das empresas ___________ CRISE DE SUPERPRODUÇÃO Crise Bolsista Crash na Bolsa de Wall Street Diminuição dos lucros __________ Aumento _______ de stocks e baixa . preços de ______ Falência de empresas Diminuição do consumo Aumento do desemprego __________________ Falência de bancos Crise Bancária Restrição ao ________ crédito Exigência do pagamento das dívidas Baixa do poder de compra _____ Crise Social Depressão Económica ______ do preço das acções Queda Deflação Diminuição dos preços A Anos de euforia Primeira Guerra Mundial elevou os EUA ao topo do capitalismo mundial. Encomendas das forças armadas e da marinha, como alimentos, roupas, armas, munições aqueceram a indústria, a agricultura e os serviços. Gastos do governo federal norte-americano subiram de 477 milhões de dólares em 1916 para 8,45 bilhões de dólares em 1918. A produção industrial cresceu 39% no mesmo período. O mercado europeu se abriu para os produtos americanos. Ao fim da guerra, os EUA passam de maior devedor a de principal credor mundial. A CRISE DE 1929 A “grande depressão”: a mundialização da crise Principais razões: Retirada dos capitais americanos na Europa. - Com a crise os EUA retiraram os seus capitais da Europa, o que levou à falência de muitos bancos, sobretudo na Áustria, na Alemanha e na Inglaterra, e de muitas empresas que dependiam dos empréstimos bancários. Retração do comércio mundial. - Com a crise a maior parte dos países reduziu ao máximo as suas compras ao estrangeiro. O comércio mundial sofreu, como tal, uma enorme diminuição, que afectou quer os países industrializados, que não conseguiam escoar os seus produtos, quer os países subdesenvolvidos, que não conseguiam exportar as suas matérias-primas e produtos agrícolas (Ex: café no Brasil, lã na Austrália, cereais na Argentina, etc). Sinais de alerta A economia possuía bases sociais frágeis. Baixos salários e muitos desempregados Grandes desigualdades Em 1929, 1% da população detinha 45% da riqueza nacional. Em meados da década de 1920, a Europa reassume o controle de seus mercados e disputa com os americanos o mercado internacional. Crise de superprodução ou subconsumo Agricultores perdem as terras hipotecadas. A CRISE DE 1929 Bolsa de Valores superaquecida O crash da Bolsa Setembro de 1929: 40% do valor das operações do mercado financeiro americano eram especulativas. 29 de outubro de 1929: 13 milhões de ações ficaram encalhadas na Bolsa de Valores de Nova York. Demissões em massa Trabalhadores são demitidos. Queda nas vendas Queda no consumo Empresas param a produção. Queda maior nas vendas BETTMANN/CORBIS/LATINSTOCK O crash da Bolsa Ao longo da crise, com uma população total de pouco mais de 120 milhões de habitantes, os Estados Unidos acumularam cerca de 15 milhões de desempregados. Em 1933, o percentual de desempregados correspondia a um quarto da população economicamente ativa. Na imagem, distribuição de alimento, Nova York, 1929. A CRISE DE 1929 Ao longo de Outubro foram postas à venda cerca de 40 milhões de acções a preço baixo, acentuandose a sua queda que em alguns casos atingiu 90% do seu valor. No dia 24 de Outubro de 1929, a “quinta-feira negra”, 13 milhões de acções foram postas à venda abaixo do seu valor real e não foram compradas, o que provocou o crash na bolsa de valores. A CRISE SOCIAL Principais vítimas Principais problemas sociais ▪ Ruína dos acionistas. ▪ Aumento do desemprego. ▪ Falência de bancos (5000 entre 1929-32). ▪ Fome (“Sopa dos pobres”) e miséria (“Hoovervilles”). ▪ Falência de pequenas e médias empresas. ▪ Ruína dos agricultores e da classe média (pois perderam as poupanças que tinham nos bancos). ▪ Despedimento dos trabalhadores. ▪ Suicídios. ▪ Aumento da criminalidade. ▪ Agitação social. ▪ Ressurgimento das práticas racistas. Efeito dominó Nações europeias Países coloniais Países semicoloniais Corrida aos bancos em Nova York, 1933 A CRISE DE 1929 URSS: sai ilesa da crise. Planos Quinquenais REPRODUÇÃO Colapso econômico O fracasso do modelo liberal “Livre iniciativa”, que se tornou uma livre especulação, levou o mundo ao desastre. Secretário do Tesouro Andrew William Mellon: “os valores serão ajustados (...) e as pessoas empreendedoras se destacarão das menos competentes”. 1932: Hoover foi derrotado pelo democrata Roosevelt. Roosevelt comemora a vitória nas eleições de 1932. A CRISE DE 1929 BETMANN/CORBIS/LATINSTOCK Presidente Herbert Hoover: a prosperidade está “na próxima esquina”. Depressão nos Estados Unidos (1929-1939) Clique na imagem para ver o mapa animado. A CRISE DE 1929 DOROTHEA LANGE/CORBIS/LATINSTOCK O New Deal Realização de obras públicas Concessão de empréstimos governamentais a empresários Fiscalização da produção e dos preços de produtos industriais e agrícolas Elevação dos salários, diminuição da jornada de trabalho e legalização dos sindicatos Salário-desemprego e assistência social Em três anos, o consumo aumentou em 50%. A CRISE DE 1929 Mãe migrante, 1936, de Dorothea Lange A “grande depressão”: a mundialização da crise AS RESPOSTAS À CRISE: A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA Estados Unidos da América O presidente dos E.U.A., Franklin Roosevelt, incrementou, a partir de inícios de 1933, uma nova política económica, o New Deal (Nova Distribuição), que defendia o intervencionismo do Estado na economia baseada nas teorias do economicista inglês John Keynes. Objectivos: diminuir o desemprego para aumentar o poder de compra e, como tal, o consumo. Medidas: concessão de indemnizações aos agricultores que reduziram as suas áreas de cultivo a fim de diminuírem a produção; concessão de créditos agrícolas para pagamento de dívidas; fixação dos níveis de produção e dos preços de venda ao público; criação de legislação para controlar a actividade da Bolsa e dos Bancos; realização de grandes obras públicas (barragens, canais, escolas, estradas, pontes, caminhos-de-ferro…) para combater o desemprego; diminuição do horário de trabalho para 40 horas semanais; estabelecimento do salário mínimo nacional; criação do Welfare State (Estado Providência) ou segurança social: subsídios de desemprego, de doença, de velhice e de invalidez. Resultados: diminuição do desemprego (baixou cerca de 50% entre 1933 e 1937); aumento da produção industrial; recuperação da economia e reforço do poder do Estado (proteccionista). O desemprego nos E.U.A. Milhões 14 12,6 12 11,9 10 8 7,9 10,2 9,9 8,5 8,8 7,2 6 4 10,9 4,2 2 1,4 0 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 Uma fila de desempregados espera a distribuição de comida por uma instituição de caridade. Oferta de trabalho por 1 dólar por semana (1930). “Sopa dos pobres”. “Sopa dos pobres”. “Hoovervilles”. Eram bairros-de-lata e foram assim chamados por ironia ao presidente Herbert Hoover “Hoovervilles”. Marcha contra o desemprego (Inglaterra). Ku Klux Klan (KKK) é um movimento racista, fundado em 1865 nos E.U.A., que apoia a supremacia branca e o protestantismo. A KKK, no seu período mais forte, actuou principalmente na região sul dos E.U.A., em estados como o Texas e o Mississipi. Utilização do café como combustível (Brasil). Franclin Delano Roosevelt, candidato do Partido Democrata, foi eleito Presidente em 1933. Construção da barragem de Wilson, no Alabama. Construção de uma barragem no rio Tennessee. Construção de saneamento ao abrigo do programa Works Progress Administration (WPA).