UNIVERSIDADE DE LISBOA Faculdade de Medicina de Lisboa PERCEPÇÃO DO SONO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE APNEIA DO SONO Nome da candidata: Mafalda Sofia de Lemos Ferreira MESTRADO EM CIÊNCIAS DO SONO (3ª EDIÇÃO) Ano 2010 A impressão desta dissertação foi aprovada pelo Conselho Científico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em reunião de 22 de Setembro de 2009. UNIVERSIDADE DE LISBOA Faculdade de Medicina de Lisboa PERCEPÇÃO DO SONO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE APNEIA DO SONO Nome da candidata: Mafalda Sofia de Lemos Ferreira MESTRADO EM CIÊNCIAS DO SONO (3ª EDIÇÃO) Ano 2010 Dissertação orientada pela Prof.ª Dr.ª Teresa Paiva e co-orientada pelo Dr. José Moutinho dos Santos Todas as afirmações efectuadas no presente documento são da exclusiva responsabilidade do seu autor, não cabendo qualquer responsabilidade à Faculdade de Medicina de Lisboa pelos conteúdos nele apresentados Agradecimentos A realização deste trabalho apenas foi possível graças aos meus orientadores Profª Drª Teresa Paiva e Dr. Moutinho, a quem devo a paciência, disponibilidade e acima, de tudo, a sabedoria que partilharam. Mas muitas foram as contribuições que recebi, não podendo deixar de agradecer, à minha amiga Cristina Patrício e ao Prof. João Paulo pela sua ajuda com a análise estatística, ao pessoal do Laboratório do Sono, em particular aos médicos pela selecção dos pacientes e às técnicas pela aplicação do protocolo e ao meu colega Jaime Godinho pela sua ajuda com a informática. Por fim, mas não menos importante, agradeço à minha família por todo o apoio e compreensão durante este período em que estive menos presente. A todos, Obrigada Resumo Resumo - Os indivíduos com SAOS apresentam uma estrutura de sono muito alterada, como consequência dos despertares provocados pelos eventos respiratórios. Estudos concluíram existir discrepâncias entre a percepção do sono, em termos de latência e tempo total de sono, e as informações retiradas dos estudos PSG, tanto em indivíduos normais como com perturbações do sono. No presente trabalho, colocou-se a hipótese de que os indivíduos com SAOS têm pior percepção do sono que indivíduos normais. Dezasseis indivíduos adultos com SAOS e 10 normais realizaram uma PSG. Todos foram sujeitos a despertares ao fim de 1, 5 e 15 minutos de sono contínuo após serem apagadas as luzes e questionados se estavam a dormir. Na manhã seguinte preencheram um questionário para avaliar a qualidade do sono dessa noite. Foi efectuada a análise espectral do EEG nos três períodos experimentais de sono. Apenas foram encontradas diferenças entre os grupos quanto à percepção do sono no terceiro período de sono e estas não estão relacionadas com diferente espectro do sono. Ao iniciar o sono, o grupo SAOS apresentou maior quantidade de actividade delta quando comparado com o Normal. Verificou-se uma tendência para uma melhor percepção nos indivíduos com predominância de actividade lenta no espectro, independentemente do grupo a que pertenciam e a incorrecta percepção correlacionou-se com a dominância de frequências na banda alfa nos indivíduos com SAOS e na banda beta nos normais. Palavras-Chave: Percepção do sono; Síndrome de Apneia do Sono (SAOS); Polissonografia (PSG); EEG; Espectro de frequências. Abstract Abstract - Subjects with OSAS have a highly modified structure of sleep as a result of sleep related arousals. A number of studies have found discrepancies between the perception of sleep, in terms of latency and total sleep time, and objective polysomnographic data, both in normal subjects and others with sleep disorders. The present study, examined the hypothesis that subjects with OSAS have worse perception of sleep than healthy ones. Sixteen patients with OSAS and 10 normal adults underwent an overnight PSG. All were awakened after 1, 5 and 15 minutes of continuous sleep after lights-off and asked if they were sleeping. They completed a morning a questionnaire to evaluate the quality of sleep. An EEG spectral analysis of the three experimental periods of sleep was carried out. Differences in sleep perception were only found in the third period of sleep and they are not related to different frequencies in the spectrum. At sleep onset, OSA patients presented higher amount of delta activity when compared with normals. There was a trend towards a better understanding in individuals with a predominance of slow frequencies in the spectrum, regardless of the group they belonged and misperception correlates with persistence of alpha in OSAS and beta in normal controls. Keywords: Sleep perception, Obstructive sleep apnea syndrome (OSAS), Polysomnography (PSG), Electroencephalogram (EEG), Spectral analysis.