UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA ATIVIDADE FÍSICA
BRUNO LEAL FRANCO
Efeito Agudo de exercícios de alongamento sobre a resistência muscular e potência
anaeróbia
Niterói
2009
Efeito Agudo de exercícios de alongamento sobre a resistência muscular e potência
anaeróbia
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Ciências da Atividade Física
da Universidade Salgado de Oliveira, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Ciências da Atividade Física.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Gomes de Oliveira
Niterói
2009
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo
Campus Niterói
F825e Franco, Bruno Leal.
Efeito agudo de exercícios de alongamento sobre
a resistência muscular e potência anaeróbica./Bruno
Leal Franco.- Niterói, 2009.
122p.
Dissertação apresentada para obtenção do Grau
de Mestre em Ciências da Atividade Física Universidade Salgado de Oliveira, 2009.
Orientador: Dsc. Carlos Gomes de Oliveira.
1.Exercícios de alongamento. 2. Articulações Amplitude de Movimento. 3. Ginástica. 4. Educação
Física. I. Título.
CDD 613.71
Bibliotecária: Ana Marta Toledo Piza Viana CRB 7/2224
BRUNO LEAL FRANCO
Efeito Agudo de exercícios de alongamento sobre a resistência muscular e potência
anaeróbia
Dissertação de mestrado apresentada à Universidade
Salgado de Oliveira como requisito parcial para a
obtenção do grau de mestre em Ciências da Atividade
Física.
.
Avaliada em 17 de Fevereiro de 2009
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Carlos Gomes de Oliveira, D.Sc.
Universidade Salgado de Oliveira
_____________________________________________
Prof. Walace David Monteiro, D.Sc.
Universidade Salgado de Oliveira
_____________________________________________
Prof. Marcos de Sá Rego Fortes, D.Sc.
Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército – IPCFEx
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todas as pessoas que passaram pela minha vida e que muito ou
pouco contribuíram para a formação do meu caráter e do meu espírito. Especialmente ao meu
bom Deus que sempre me colocou no lugar certo na hora certa.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de começar agradecendo a minha família, minha querida Mãe, meu Pai,
Octávio, meu irmão Thiago, minhas avós Alice e Francisca, aos meus avôs já falecidos
Glaucir e Milton, minha tia Sandra e meu padrinho Jorge pelo apoio dado durante toda minha
vida, seja com grandes lições ou pequenos gestos que futuramente foram entendidos como
grandes lições. A minha namorada Daniele, por me aturar nos momentos que estive mais
estressado e por minha ausência em alguns momentos que precisei me dedicar mais a minha
dissertação de mestrado. Aos meus amigos de sempre: Charles um dos responsáveis pela
formação do meu caráter, divertido, companheiro de sempre, Marcelo sempre presente nas
maiores furadas que me meti e nas maiores alegrias também. Diogo meu amigo e parceiro de
ensino médio e faculdade, o maior coração que há na face da terra, nas horas vagas piloto de
“crash test”, meu primo Daniel que cresceu comigo e ensina como alguém pode ser generoso
todo dia. Ao amigo de sempre Junior, divertido, companheiro, amigo de momentos difíceis e
que sempre conseguiu arrancar uma gargalhada nos momento que achei mais difícil sorrir.
Impossível também esquecer nesse momento amigos como o Bernardo, Paulo e o Cabral
sempre dispostos a dividir momentos de alegrias e de tristezas nesses muitos anos de amizade.
Além de muitos outros amigos que conquistei ao longo de toda minha vida.
Gostaria muito de agradecer aos professores que contribuíram de maneira significativa
na minha formação como: Edil Luis Santos, Amauri Marcello, Paulo Farinatti, Walace
Monteiro e Pedro Paulo Soares, responsáveis por me ensinar como aprender pode ser bom.
Não seria possível esquecer a turma do mestrado. Gostaria de agradecer ao: Felipe Amorim,
Felipe Kissey, Maurício Sant`Anna, amigos que fiz logo no primeiro período de aulas. Já no
segundo período, reencontrei um velho companheiro o Antonio Gil, além de fazer novas
amizades, como o Vinícius e o Fábio.
Por último, porém não menos importante, gostaria de agradecer a uma pessoa que
conheci como professor, em seguida como pessoa, e o hoje o tenho como um grande mestre,
sem dúvida alguma, foi a pessoa que mais contribuiu, contribui e espero que continue
contribuindo por muito mais tempo na minha formação profissional: o meu orientador Carlos
Gomes de Oliveira. Tenho muito orgulho de ser seu amigo, obrigado por tudo.
"Só existem dois dias no ano em que você não pode fazer nada pela sua vida: Ontem e
Amanhã."
Dalai Lama
Resumo da dissertação apresentada à Universidade Salgado de Oliveira, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de mestre em ciências da atividade física
Efeito Agudo de exercícios de alongamento sobre a resistência muscular e potência
anaeróbia
Bruno Leal Franco
Fevereiro de 2009
Orientador: Prof. Dr. Carlos Gomes de Oliveira
Este estudo tem por objetivo avaliar o efeito agudo de diferentes tipos de exercícios de
alongamento sobre o desempenho muscular, no que se refere ao número de séries, duração de
séries e tipo de alongamento. Para alcançar esses objetivos, dois diferentes e independentes
estudos foram conduzidos, buscando sempre manter a coesão e coerência entre eles. No
primeiro estudo, buscou-se verificar a influência do número de séries e do tempo de duração
da série, além de comparar o método de alongamento estático com o método de facilitação
neuromuscular proprioceptiva sobre o número de repetições (NR) e o volume de sobrecarga
(VS), desenvolvidos em um teste de resistência muscular. Adicionalmente a isso, o segundo
estudo investigou a influência de três diferentes métodos de alongamento sobre a potência
desenvolvida no teste de Wingate, entendendo que este guarda uma forte relação com a força
muscular. O primeiro estudo foi dividido em dois experimentos, no primeiro (E1), os sujeitos
(n=19) foram avaliados para testar os efeitos do número de séries, e no segundo (E2), os
sujeitos (n=15) foram testados para o efeito da duração das séries e tipo de alongamento. No
E1, a resistência no supino reto (SR) foi avaliada depois do alongamento estático (AE)
composto por: uma série de 20s (1x20), 2 séries de 20s (2x20) e 3 séries de 20s (3x20). Para o
E2, a resistência no SR foi avaliada após o AE composto por uma série de 20s (1x20), uma
série de 40s (1x40) e alongamento com facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Não
houve diferença significativa do número de séries sobre a resistência muscular, quando as
condições com alongamento foram comparadas com a condição sem alongamento no E1,
(SA) (p=0,5377) e VS (p=0,5723). No entanto, uma redução significativa em ambas as
variáveis foi observada no E2, quando manipulou-se a duração do alongamento ou empregouse o método FNP, NR (p<0,0001) e VS (p<0,0001). Esses resultados sugerem que o protocolo
de alongamento pode influenciar o desempenho no SR, enquanto um decréscimo na
resistência pode ser esperado pela maior duração da série ou com a utilização de FNP. No que
se refere ao segundo estudo, quinze sujeitos realizaram cinco TW, dois sem alongamento
precedendo o teste (SA), sendo que um deles, com o objetivo de familiarização (TF), um após
AE, um após alongamento dinâmico (AD), e um após FNP. A carga aplicada durante o teste
foi de 7,5% da massa corporal. Os dados foram analisados em 10Hz, permitindo um sinal com
resolução de 0,1s. A potência de pico (PP), potência média (PM), e o tempo para atingir o
pico (TP) foram calculados. O TF e o SA foram usados para verificar confiabilidade do
protocolo utilizado. A PM foi significativamente diferente apenas entre os métodos AD e FNP
(p=0,015).A PP apresentou algumas diferenças significativas (p=0,003). Em destaque a FNP
teve os piores resultados. Um consistente atraso no TP foi observado após todos os exercícios
de alongamento quando comparados com a condição SA (p<0,001). Portanto, podemos inferir
que os aspectos metodológicos da prescrição do alongamento podem interferir na potência
muscular.
Abstract of the dissertation presented to Salgado de Oliveira University, as a partial
fulfillment of the requirements for obtaining the master degree on physical sciences activities.
Acute Effect of Stretching Exercises on Muscular Endurance and Anaerobic Power
Bruno Leal Franco
February 2009
Advisor: Prof. Dr. Carlos Gomes de Oliveira
This study aims at evaluate the acute effects of different stretching exercises on muscular
endurance in men, in terms of the number of sets, set duration and type of stretching. For
reach these goals, two independents and different studies were conducted trying to keep the
cohesion and coherence between them. In the first one, the number of sets and the duration
time in each set were compared; further, the static stretching (SS) and proprioceptive
neuromuscular facilitation (PNF) were compared on the number of repetitions (NR) and
overload volume (OV) developed in a muscular resistance test. Additionally, the second one,
investigated the influence of three different methods of stretching on the power developed in
the Wingate test, regarding this one keep a strong relationship with the muscular force. Two
experiments were conducted; in the first one (E1), the subjects (n=19) were evaluated to test
the effect on the number of sets and, in the second one (E2), the subjects (n=15) were tested
for the effect of set duration and type of stretching. For E1, BP endurance was evaluated after
static stretching comprised of one set of 20s (1x20), 2 sets of 20s (2x20) and 3 sets of 20s
(3x20). For E2, BP endurance was evaluated after static stretching comprised of one set of 20s
(1x20), 1 set of 40s (1x40), and proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF) stretching.
No significant effect of the number of sets on muscular endurance was observed since no
statistically significant difference was found when comparing all stretching exercises of E1 in
terms of NS (p=0.5377) and OV (p=0.5723). However, significant reductions were obtained
in the set duration and PNF on NR (p<0.0001) and OV (p<0.0001) as observed in E2. The
results suggest that a stretching protocol can influence bench press endurance, whereas a
decrease in endurance is suggested to be due to set duration and PNF. Concerning the second
study, fifteen participants accomplished five WT; two after no stretching (NS), one for
familiarization purpose (FT), SS, one after dynamic stretching (DS), and one after PNF. The
load of the test corresponded to 7.5% of body mass. The data were analyzed at 10Hz,
allowing a 0.1s resolution for the power signal. The peak power (PP), mean power (MP) and
the time to reach PP (TP) were calculated. The FT and NS trials were used to verify the
protocol reliability. MP was significantly different only when taking DS and PNF exercises (p
= 0.015). PP presented significantly different values (p = 0.003) in more interactions whereas
PNF had the lowest result. A consistent lengthening of TP was observed after all stretching
exercises compared to NS (p < 0.001). Therefore, we concluded that`s methodological aspects
of stretching prescription can have influence in activities whose needs muscular resistance or
power development.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Apresentação cronológica dos principais achados relacionados ao tema ao longo de
10 anos de pesquisas ................................................................................................................25
Figura 2 – Relação de estudos publicados ao longo dos dez anos de pesquisa sobre o tema
alongamento versus desempenho físico ...................................................................................40
Figura 3 – Relação de estudos selecionados por método de avaliação do desempenho .........40
Figura 4 – Relação de estudos selecionados por método de avaliação do desempenho .........41
Figura 5 – Relação de estudos selecionados por método de alongamento .............................42
Figura 6 – Efeito agudo dos métodos de alongamento sobre o subsequente desempenho
físico. A - Método estático; B – método FNP; C – método balístico e D – Método dinâmico
...................................................................................................................................................43
Figura 7 – O organograma ilustra a seqüência de realização dos testes durante o experimento
1 (E1) e experimento 2 (E2). SA – condição sem alongamento ..............................................44
Figura 8 – Ilustração do exercício empregado para alongar os músculos alvos. A: posição
inicial; B: posição final ............................................................................................................48
Figura 9 – Fluxograma ilustrando a ordem das avaliações realizadas durante o experimento.
TF – teste de familiarização; TC – teste controle; AE – alongamento estático; AD –
alongamento dinâmico e FNP – facilitação neuromuscular proprioceptiva ............................49
Figura 10 – Valores médios (barra) e de desvio padrão do número de repetições obtidos
durante a condição SA; para o E1, após 1x20 (S1), 2x20 (S2) e 3x20 (S3) de alongamento; e
do E2, após 1x20 (S1), 1x40 (S2) e PNF (S3) de alongamento, ambos com valores
significativos obtidos através do teste post hoc. Não observou-se diferenças significativas no
E1 (p>0.05) ..............................................................................................................................55
Figura 11 – Valores médios (barra) e de desvio padrão do volume de sobrecarga obtido
durante SA; para o E1, após 1x20 (S1), 2x20 (S2) e 3x20 (S3) de alongamento; e do E2, após
1x20, 1x40 e PNF de alongamento, ambos com valores significativos obtidos através do teste
post hoc. Não observou-se diferenças significativas no E1 (p>0.05) ......................................56
Figura 12 – Valores de Média (barras) e DP (w/kg) da potência média (PM) e potência de
pico (PP) desenvolvida no teste de Wingate (TW) no teste controle (TC), alongamento
estático (AE), alongamento dinâmico (AD) e facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP)
...................................................................................................................................................58
Figura 13 – Resultados do teste de Wingate mostrando a potência de pico (PP) após a
realização do TC (linha solida), AE (linha pontilhada), AD (linha tracejada) e FNP (linha
tracejada e pontilhada), onde é possível observar que os exercícios de alongamento causam
um atraso para atingir a PP ......................................................................................................63
Figura 14 – Valores de média (barras) e DP do tempo (em segundos) necessário para se
atingir a PP para cada teste de Wingate (TW). Os TW foram realizados após a condição sem
alongamento (TC), o alongamento estático (AE), o alongamento dinâmico (AD) e a
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) Os ** representam a diferença significativa
encontrada entre o TC e todas as outras condições. (p < 0.001) .............................................65
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estudos que investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre o
desempenho físico de 1998 a 2001...........................................................................................28
Tabela 2 - Estudos que investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre o
desempenho físico de 2002 a 2004...........................................................................................30
Tabela 3 - Estudos que investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre o
desempenho físico de 2005 a 2007...........................................................................................34
Tabela 4- Média e desvio padrão (DP) das principais características antropométricas dos
sujeitos que participaram do experimento 1 (E1) e experimento 2 (E2)...................................45
Tabela 5 – Média e desvio padrão (DP) das principais características antropométricas e
fisiológicas da amostra participantes do experimento. Além da potência media (PM) e
potência de pico (PP), obtidas na condição sem alongamento (TC).........................................50
Tabela 6 – Procedimentos empregados para o alongamento estático e facilitação
neuromuscular proprioceptiva para os músculos alongados.....................................................51
Tabela 7 – Procedimentos realizados no alongamento dinâmico para os músculos
alongados..................................................................................................................................52
Tabela 8 – Resultados obtidos para todas as variáveis nas condições sem alongamento: teste
de familiarização (TF) e condição sem alongamento (TC), apresentados em média (DP).
Adicionalmente, resultados do teste-reteste, analisado através de coeficiente de correlação
intraclasse (ICC), baseado na ANOVA de medidas repetidas e na correlação de Pearson (r).
Os valores p foram obtidos através do teste t pareado após a realização da correlação de
Pearson......................................................................................................................................57
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................15
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ........................................................................................19
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................20
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..........................................................................................20
1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ..............................................................................20
1.5 ÉTICA NA PESQUISA ...................................................................................................21
1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO .....................................................................................21
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................23
2.1. ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 1998 E 2001 .........................................................26
2.2. ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 2002 E 2004 .........................................................29
2.3. ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 2005 E 2007 .........................................................33
2.4 ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS ANALISADOS .................................39
3. MÉTODOS .......................................................................................................................44
3.1. ESTUDO-1 .....................................................................................................................44
3.1.1. Abordagem experimental do estudo .............................................................44
3.1.2. Sujeitos ............................................................................................................45
3.1.3. Procedimentos ................................................................................................46
3.1.4. Análise Estatística ..........................................................................................48
3.2. ESTUDO -2 ....................................................................................................................49
3.2.1. Abordagem experimental do estudo .............................................................49
3.2.2. Sujeitos ............................................................................................................49
3.2.3. Procedimentos ................................................................................................50
3.2.4. Análise Estatística ..........................................................................................53
4. RESULTADOS ................................................................................................................54
4.1. ESTUDO -1 ....................................................................................................................54
4.2. ESTUDO -2 ....................................................................................................................57
5. DISCUSSÃO .....................................................................................................................59
5.1. ESTUDO -1 ....................................................................................................................59
5.2. ESTUDO -2 ....................................................................................................................62
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................68
REFERÊNCIAS .........................................................................................................70
ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa para Realização da Pesquisa ..81
APÊNDICE 1 – Termo de consentimento aplicado no estudo 1 .................................83
APÊNDICE 2 – Termo de consentimento aplicado no estudo 2 .................................85
APÊNDICE 3 – Artigo publicado no JSCR ................................................................87
APÊNDICE 4 – Artigo submetido ao JSCR ................................................................94
15
1. INTRODUÇÃO
A melhora na aptidão física está associada ao desenvolvimento de diversas qualidades
físicas, dentre as quais, a flexibilidade. Esta é recomendada como um importante componente
em rotinas de exercícios para aprimorar a performance física (POLLOCK et al, 1998). Assim,
exercícios de alongamento vêm sendo amplamente utilizados por praticantes de atividade
física e atletas durante o aquecimento.
O alongamento é geralmente empregado para evitar lesão muscular e melhorar a
performance (ALTER, 1997; SHELLOCK; PRENTICE, 1985), e esta depende de diversas
valências física dentre as quais, destaca-se a força . A força muscular, por sua vez, se
manifesta de forma, máxima, de resistência e explosiva constituindo um fator determinante no
desempenho esportivo. Entretanto, estudos recentes têm revelado que a resposta aguda após a
realização de exercícios de alongamento pode estar associada ao decréscimo da força
muscular (BEHM et al, 2004; EVETOVICH et al, 2003; KOKKONEN; NELSON;
CORNWELL, 1998), da resistência muscular (FRANCO et al, 2008; NELSON;
KOKKONEN; ARNALL, 2005), da altura do salto vertical (CHURCH et al, 2001;
CORNWELL, 2001; YOUNG; BEHM, 2003), e mesmo no desempenho de atletas em provas
de corridas de 20m (NELSON, 2005).
Dentre as técnicas de alongamento aplicadas, o método estático é mais comumente
utilizado por praticantes de atividade física, provavelmente por ser mais fácil e seguro de se
aplicar (ALTER, 1997; YOUNG; BEHM, 2002). Outras técnicas também são frequentemente
empregadas, como o alongamento dinâmico (HEDRICK, 2000) e o alongamento balístico
(NELSON; KOKKONEN, 2001), além de outra técnica conhecida como facilitação
neuromuscular proprioceptiva (FNP). Esta é mais freqüentemente aplicada em atletas em que
16
o desempenho depende de uma boa flexibilidade e foi recentemente revista por Sharman et al
(2006).
O efeito do alongamento em atividades físicas que requerem a produção de força não
está bem estabelecido. Alguns autores propõem que o alongamento não altera ou até mesmo
aumenta a capacidade de produzir força, enquanto outros sugerem que essa capacidade é
diminuída com o alongamento. Redução no desempenho muscular no quadríceps, durante
exercício isocinético, foi observado após o alongamento estático e FNP (MAREK et al,
2005). Evetovich et al (2003) acharam uma redução no torque de pico no bíceps braquial para
duas diferentes velocidades, 30°/s e 270°/s, após o alongamento. Por outro lado, em alguns
estudos não houve reduções significativas na performance da força após a aplicação de um
protocolo de alongamento estático (BEHM et al, 2004; CRAMER et al, 2004; EGAN et al,
2006; MUIR; CHESWORTH; VANDERVOORT, 1999), e quando o alongamento estático
foi utilizado como parte de um programa de aquecimento para jogadores profissionais de
futebol, não foram notadas reduções na velocidade da capacidade motora.(LITTLE;
WILLIAMS, 2006). De acordo com Fowles et al (2000), a razão para a redução na produção
voluntária de força é uma depressão na ativação de unidades motoras, que permanece
reduzida por até 1 hora após o alongamento estático. Além disso, sugere-se que alterações
estruturais contribuiriam para alterações neurais e uma redução na sensibilidade do reflexo
(AVELA; KYROLAINEN; KOMI, 1999).
A prescrição de exercícios de alongamento é constituído pela combinação da
intensidade, da duração do estímulo e do número de séries. Apesar disso, o efeito do período
de alongamento e/ou do número de séries na performance muscular parece ter sido muito
pouco investigado. Avela et al (1999) observaram um efeito deletério na força de contração
voluntária máxima (CVM) ao submeter os músculos flexores do tornozelo a um alongamento
estático (AE) prolongado (1 hora). Os autores atribuem esse efeito à redução na capacidade de
17
ativação de unidades motoras e conseqüente perda na capacidade de gerar força. Resultados
similares foram observados por Fowles et al (2000) quando, após a realização de diversas
séries de longa duração de AE, a atividade eletromiográfica (EMG) do tríceps sural
demonstrou uma redução na sua atividade durante uma CVM. Cramer et al (2004)
observaram diferenças significativas para duas diferentes velocidades (60°/s e 240°/s), na
CVM durante a extensão de joelhos após submeter o quadríceps a um AE prolongado.
Por outro lado, uma quantidade moderada de AE não parece alterar a força dos
grupamentos avaliados (BEHM et al 2002; MUIR; CHESWORTH; VANDERVOORT, 1999;
YAMAGUCHI; ISHII, 2005). Yamaguchi e Ishii (2005), por exemplo, não observaram um
efeito deletério na potência muscular no exercício de leg press após uma série de 30s de AE.
Além disso, Ogura et al (2007) compararam duas diferentes durações de AE (30s e 60s) no
músculo quadríceps. Quando aplicado 30s de AE não foi observado alteração no desempenho,
mas quando 60s foi empregado, um sério efeito deletério ocorreu. Aparentemente a duração
do alongamento pode ser um fator determinante para os diferentes resultados obtido nos
diferentes estudos, observando queda no desempenho quando a duração é prolongada. Além
disso, o número de séries a duração das séries, os músculos envolvidos na sessão de
alongamento e o tipo de alongamento, podem ser fatores adicionais que explicam os
divergentes resultados presentes na literatura (FRANCO et al, 2008).
Alguns estudos investigaram a influência de diversos métodos de alongamento sobre o
desempenho físico. Métodos como o AE, alongamento balístico (AB), facilitação
neuromuscular proprioceptiva (FNP) e alongamento dinâmico - AD - (ALTER, 1997) foram
comparados, demonstrando existir uma diferença significativa quanto à sua aplicação. Marek
et al (2005) investigaram a diferença em realizar AE ou FNP sobre a extensão isocinética de
joelhos em homens e mulheres fisicamente ativos, observando um efeito deletério de igual
magnitude em ambas as técnicas, independente do sexo. Yamaguchi e Ishii (2005)
18
observaram que o AE aplicado com duração moderada não influenciou o desempenho
muscular subseqüente, mas o AD sim. Unick et al (2005) compararam o efeito do AE e AB
sobre a altura atingida no salto vertical, e não observaram influência alguma no desempenho
do salto. Franco et al (2008) investigaram o efeito de diferentes tipos e durações de
alongamento sobre a resistência muscular e concluíram que o protocolo de alongamento
influencia muito nos resultados.
Compreender os possíveis efeitos do alongamento sobre o desempenho muscular tem
sido objeto de interesse de diversos pesquisadores ao longo dos últimos anos, especialmente
quando se refere a: alterações na força, velocidade de contração e potência desenvolvida. No
que se refere ao desempenho atlético, testes dinâmicos são extensamente aplicados.
Existe uma grande variedade de testes dinâmicos disponíveis para avaliar a potência
de membros inferiores, dentre eles o mais conhecido e utilizado é o teste de Wingate (TW).
Ramirez et al (2007) compararam os resultados do TW (30s) realizado após exercícios de AE
e após um aquecimento tradicional, executado na própria bicicleta ergométrica. Os resultados
obtidos mostraram uma redução significativa na potência de pico (PP) e na potência média
(PM) quando o AE foi empregado anteriormente ao teste.
O’Connor et al (2006) investigaram o efeito agudo e subagudo do AE sobre o TW
adaptado para 10 segundos de duração (TW10s) e analisaram a PP, o trabalho total (TT) e o
tempo para atingir o pico (TP) foram analisados, 5,20, 40 e 60 minutos, após dois diferentes
protocolos de aquecimento. No primeiro, os sujeitos realizavam um aquecimento
convencional no cicloergômetro, enquanto que no segundo, eles realizavam o mesmo
aquecimento, além de exercícios de AE. Os exercícios de alongamento foram realizados para
os músculos envolvidos na mecânica do ciclismo. A PP e o TT foram maiores e o TP ocorreu
antes quando exercícios de alongamento precederam o teste. Os achados desses dois estudos
(O’CONNOR et al 2006; RAMIREZ et al 2007) são bem contraditórios. Aparentemente essa
19
contradição está associada aos diferentes métodos empregados. De maneira geral a literatura
sugere que a utilização de AE reduz ou não interfere no desempenho subseqüente. Dessa
forma, esses achados apontam para a necessidade da realização de mais estudos para
esclarecer esse paradoxo.
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA
A flexibilidade é recomendada como um importante componente em rotinas de exercícios
para aprimorar o desempenho físico, assim, exercícios de alongamento vêm sendo
amplamente utilizados por praticantes de atividade física e atletas durante o aquecimento. O
alongamento é geralmente empregado para evitar lesão muscular, combater a dor muscular
tardia e melhorar o desempenho em atividades esportivas. Entretanto, não existem evidências
científicas que demonstraram existir tais benefícios com a realização de exercícios de
alongamento precedentes à realização da atividade física.
Além disso, estudos recentes
observaram que a resposta aguda após a realização de exercícios de alongamento pode estar
associada ao decréscimo na força muscular. O efeito do alongamento em atividades físicas
com produção de força não está bem estabelecido. Alguns autores propõem que o
alongamento não altera ou até mesmo aumenta a capacidade de produzir força. Enquanto,
outros sugerem que essa capacidade é diminuída com o alongamento. Dessa forma,
compreender como a manipulação de variáveis (número de séries, tempo de duração do
estímulo e método de alongamento) comuns à prescrição de exercícios de alongamento pode
influenciar no subseqüente desempenho físico.
20
1.2 OBJETIVO GERAL
A presente dissertação de mestrado tem por objetivo verificar o efeito agudo de diferentes
protocolos de alongamento sobre a resistência muscular e a potência anaeróbia, visando
discutir sua aplicabilidade prática na prescrição do treinamento concorrente.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para a consolidação desse objetivo, alguns objetivos específicos foram traçados, são eles:
a) Verificar o efeito agudo do número de séries dos exercícios de alongamento sobre
a resistência muscular;
b) Verificar o efeito agudo de diferentes períodos de exercícios de alongamento sobre
a resistência muscular;
c) Verificar o efeito agudo de dois diferentes métodos de treinamento de flexibilidade
sobre a resistência muscular;
d) Analisar o comportamento da cinética da potência após a aplicação de três
diferentes métodos de alongamento durante o teste de Wingate;
e) Determinar a potência de pico, potência média e índice de fadiga após a aplicação
de três diferentes métodos de alongamento durante o teste de Wingate;
1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Diversos estudos publicados na última década buscaram contribuir no entendimento
do fenômeno observado quando exercícios de alongamento precedem atividades que
envolvam a força muscular direta ou indiretamente. Entretanto, o protocolo de
alongamento empregado nos mais diferentes estudos mostrou ser um fator determinante
21
nos resultados encontrados. Nesse sentido, o presente estudo pretende contribuir para uma
melhor compreensão na prescrição de exercícios de alongamento e seus efeitos
concorrentes com outros tipos de treinamento, através da análise das principais variáveis
envolvidas na prescrição de rotinas de treinamento de flexibilidade.
O presente estudo pretende assessorar praticantes de atividades físicas e treinadores na
prescrição de rotinas de alongamento, principalmente quando essa estiver incluída em
uma sessão de treinamento que envolva também a participação de exercícios de força,
resistência e potência muscular. Colaborando para que os exercícios de alongamento
influênciem positivamente ou não comprometam subseqüente desempenho.
1.5 ÉTICA NA PESQUISA
Todos os participantes do presente estudo foram voluntários. Além disso, foi obtido
consentimento escrito e oral de cada indivíduo antes que o mesmo iniciasse. O protocolo
experimental foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Salgado de Oliveira. Os
participantes não foram informados dos resultados do estudo antes do estudo ser
completado. Todos os dados coletados ficaram armazenados e a disposição dos
interessados por um período de cinco anos. Após esse prazo todos os dados serão
imediatamente eliminados.
1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
A presente dissertação foi organizada sob a forma de dois estudos independentes
apresentados de forma a guardarem coerência e coesão com o objetivo central. Cada um dos
estudos procurará incluir em seu escopo a escolha da abordagem experimental do estudo,
esclarecendo as razões específicas de sua condução, e a descrição detalhada dos métodos
utilizados, bem como a apresentação e discussão dos resultados obtidos.
22
Estudo 1
Efeito agudo de diferentes exercícios de alongamento sobre a resistência muscular.
Estudo 2
Efeito agudo de diferentes tipos de alongamento sobre o teste de Wingate.
23
2. REVISÃO DA LITERATURA
Geralmente, uma rotina de exercícios que busca aprimorar a saúde inclui em uma
mesma sessão de treinamento exercícios de força e flexibilidade. Essas componentes, em
conjunto com a aptidão cardiorrespiratória, são consideradas fundamentais para aqueles que
desejam desenvolver a aptidão física. Entretanto, de uma maneira geral, a melhor estratégia de
unir força e flexibilidade em uma mesma sessão de treinamento sem que haja um efeito
concorrente entre elas ainda não está bem definido na literatura.
O alongamento é geralmente empregado para evitar lesão muscular e melhorar a
performance (ALTER, 1997; SHELLOCK; PRENTICE, 1985). Entretanto, esse conceito vem
sendo contestado por alguns estudos (HERBERT; GABRIEL, 2002; THACKER et al, 2004;
WELDON; HILL, 2003).
O efeito do alongamento em atividades físicas com produção de força não está bem
estabelecido. Alguns autores propõem que o alongamento não altera (KNUDSON et al, 2001;
BEHM et al, 2004; ISHII, 2005; FRANCO et al, 2008) ou até mesmo aumenta a capacidade
de produzir força (FLECHER AND JONES, 2004; YAMAGUCHI; ISHII, 2005), enquanto
outros sugerem que essa capacidade é diminuída com o alongamento. Além disso, o efeito
agudo do alongamento estático parece diminuir a capacidade de produção de força dos
músculos alongados (BEHM; BUTTON; BUTT, 2001; KOKKONEN; NELSON;
CORNWELL, 1998; NELSON; KOKKONEN, 2001; NELSON; KOKKONEN; ARNALL,
2005).
Dessa forma, a presente revisão tem dois objetivos: (1) apresentar o que existe na
literatura sobre o efeito agudo de exercícios de alongamento no desempenho da força nas
mais diferentes atividades esportivas, além de (2) realizar uma revisão cronológica das
pesquisas que centraram suas investigações no período de 1998 a 2007. A escolha desse
24
período foi feita levando em consideração o período compreendido entre a publicação do
primeiro estudo de Kokkonen et al, publicado em 1998, e o último estudo publicado no ano
de 2007 (10 anos de pesquisa). Os artigos científicos usados no presente estudo foram obtidos
através de uma extensiva busca na base de dados MEDLINE publicados no mesmo período. A
busca foi feita on line, através de um computador pessoal, usando as seguintes palavras
chaves individualmente ou combinadas: alongamento (stretching), flexibilidade (flexibility) e
aquecimento (warm up). Essas palavras foram combinadas com exercícios de resistência
(resistance exercices), treinamento de resistência (resistance training) e treinamento de força
(strength training).
Como a busca foi restrita ao MEDLINE, foram considerados apenas os artigos
científicos publicados em revistas internacionais e no idioma inglês. Todos os estudos que
investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento, ainda que comparado com outros
tipos de aquecimento, foram considerados, sem se esquecer da padronização dos aspectos
metodológicos. Quando necessário, uma abordagem crítica foi considerada para a exclusão de
algum trabalho que faltasse com informações importantes para a revisão. Somente trabalhos
publicados na íntegra foram relacionados para a presente revisão.
A fim de desenvolver um raciocínio histórico sobre o presente tema, buscou-se
construir uma linha que demarcasse a evolução no tempo das publicações com os achados
desta pesquisa (figura 1). Para tanto, dividi-se o corpo do texto em 3 grandes blocos de
estudos, que são: (1) estudos publicados entre 1998 e 2001; (2) entre 2002 e 2004 e (3) entre
2005 e 2007. A escolha dos blocos foi em função do número de trabalhos publicados nos
períodos (1 – 11 estudos; 2- 11 estudos e 3- 27 estudos) totalizando 49 estudos.
1998
1999
2000
2001
2003
2004
2005
2006
Figura 1- Apresentação cronológica dos principais achados relacionados ao tema ao longo de 10 anos de pesquisas
2002
2007
26
2.1 ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 1998 E 2001
O primeiro estudo publicado sobre o presente tema data de 1998 e foi desenvolvido
pelo pesquisador Joke Kokkonen (KOKKONEN et al, 1998). A proposta do estudo foi
verificar a influência de 5 exercícios (450s) de alongamento estático sobre o desempenho no
teste de 1RM na extensão e flexão de joelhos em homens e mulheres. Os resultados obtidos
mostraram existir um efeito negativo no desempenho da força na ordem de 7,3% para flexão e
8,1% para extensão dos joelhos. A partir desses achados, Avela et al (1999) buscaram
entender os mecanismos que levariam a esse efeito negativo. Para isso, submeteram 20
homens a um alongamento estático extremamente prolongado (3600s), verificando o
comportamento do sinal eletromiográfico (EMG) durante um movimento de flexão plantar.
Os resultados obtidos mostraram um decréscimo de 23,2% no EMG da contração voluntária
máxima (CVM). Os autores atribuem esses achados a uma redução na sensibilidade do fuso
muscular, reduzindo a atividade das vias aferentes produzindo uma redução na EMG. Além
disso, outro mecanismo neural parece estar envolvido. Os exercícios de alongamento estático
prolongados promovem uma ativação dos nociceptores e do órgão tendinoso de Golgi (OTG),
contribuindo para uma redução na excitabilidade dos α-motoneurônios podendo implicar na
perda de força isométrica até 2 horas após a aplicação dos exercícios de alongamento
(AVELA et al, 1999).
Similarmente, Fowles et al (2000) analisaram o comportamento da força isométrica
após repetidas séries de alongamento estático (13x135s). Os resultados encontrados mostram
uma redução na força (9%) por até 1 hora após os exercícios de alongamento. Os autores
atribuem esse efeito subagudo às alterações nas propriedades viscoelásticas do tecido
muscular esquelético, reduzindo a tensão passiva do músculo, alterando também a relação
comprimento tensão do sarcômero. Embora esses achados contribuam para a compreensão
dos mecanismos envolvidos na aplicação de exercícios de alongamento estático sobre o
27
subseqüente desempenho da força, os próprios autores (AVELA et al, 1999; FOWLES et al,
2000) concordam que o número de séries e o tempo de duração das séries são muito maiores
que os usados na prática cotidiana recreativa ou esportiva.
A partir dos achados anteriores, diversos autores no ano de 2001 centraram seus
esforços em investigar os efeitos do alongamento estático com uma prescrição quase sempre
mais próxima da realidade. Nelson et al (2001b) verificaram uma redução de 7,2% e 5,5% no
torque de pico (TP) para as velocidades de 60 e 90⁰/s respectivamente. Entretanto, para
velocidades maiores (150, 210 e 270⁰/s) nenhuma diferença significativa foi observada. Esses
achados mostram que o efeito negativo dos exercícios de alongamento é dependente da
velocidade, na qual o exercício de força subseqüente é realizado. Adicionalmente a isso,
Nelson e Kokkonen (2001) realizaram o primeiro estudo analisando o efeito do alongamento
balístico sobre a força máxima, durante a extensão e flexão de joelhos, observando um efeito
deletério similar (5,6% extensão; 7,5% flexão) ao encontrado em um estudo anterior de
Kokkonen et al (1998). No mesmo ano, os primeiros estudos que analisaram o efeito dos
exercícios de alongamento sobre o desempenho no salto vertical foram apresentados
(KNUDSON et al, 2001; YOUNG; ELLIOT, 2001; CHURCH et al, 2001; CORNWELL et
al, 2001), os resultados apresentados foram contraditórios em alguns aspectos. Enquanto
Cornwell et al (2001) observaram uma redução de 4,4% na altura do salto vertical após 3
exercícios de alongamento estático (90s) para extensores do quadril e do joelho, Knudson et
al (2001) não observaram nenhum efeito deletério para uma duração menor de alongamento
(45s) sobre o salto vertical. Adicionalmente a isso, outros dois estudos (YOUNG; ELLIOT,
2001; CHURCH et al, 2001) buscaram comparar o feito agudo de dois métodos de
alongamento (estático e FNP) sobre o desempenho do salto vertical Youg e Elliot (2001), não
observaram diferença significativa na altura do salto para nenhum dos métodos de
alongamento.
Tabela 1 - Estudos que investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre o desempenho físico de 1998 a 2001
Ano
1998
1999
2000
2001
2001
2001
Referência
(Tamanho da amostra)
Kokkonen et al.
H (n=15)
M (n=15)
Avela et al.
H (n=20)
Fowles et al.
H (n=6)
M (n=4)
Nelson & Kokkonen
H (n=11)
M (n=11)
Nelson et al. (a)
H (n=25)
M (n=30)
Nelson et al. (b)
H (n=10)
M (n=5)
Tipos de Alongamento
Séries e Exercícios
Músculos Alongados
Estático
(passivo; assistido/não assistido)
5 Exercícios
3x15s
15s intervalo
Isquios tibiais
adutores da coxa
flexores platares
quadríceps
Estático
(passivo)
1 Exercício
1x60min
Flexores Platares
Flexores Platares
3600
Estático
(passivo)
1 Exercício
13x135s
Flexores Platares
Flexores Platares
Balístico
5 Exercícios
Isquios tibiais
adutores da coxa
flexores platares
quadríceps
Isquios tibiais
quadríceps
Estático
(passivo)
Estático
(passivo)
2001
Behm et al.
H (n=11)
Estático
(passivo)
2001
Knudson et al.
H (n=10)
M (n=10)
Estático
2001
Young & Elliot
H (n=14)
Estático
(passivo)
FNP
2001
2001
Church et al.
M (n=40)
Cornwell et al.
H (n=10)
2 Exercícios
4x30s
20s intervalo
3 Exercícios
4x30s
20s intervalo
4 Exercícios
5x45s
15s intervalo
3 Exercícios
3 Séries
Estático
3 exercícios
3x15s
20s intervalo
Duração Total (s)
Tipo de Ação
Isquios tibiais
quadríceps
450
Isotônica
1RM
7,3% flex
↓
8,1% exte
Isométrica
↓
23,2% CVM
1755
Isométrica
↓
28% CVM
Isotônica
1RM
↓
7,5% flex
450
↓
5,6% exte
240
Isométrica
↓
7% TP,
para 162°
Quadríceps
Quadríceps
360
Isocinética
↓
↓
7,2% (60°/s TP)
5,5% (90º/s TP)
NS (150, 210 e 270º/s)
Quadríceps
Quadríceps
900
Isométrica
↓
12,2% CVM
Isquios tibiais
flexores platares
quadríceps
-
45
SV
NS
Estático
315
SV
NS
3 séries
Quadríceps
Isquios tibiais
3 exercícios
1 série
Extensores de quadril
Extensores de joelho
FNP
↓
Quadríceps
-
FNP
3x5s con, 15s along
20s intervalo
Resultados
Quadríceps
Glúteos
flexores platares
quadríceps
Estático
Estático
(passivo)
Músculos Testados
FNP
360
SD
-
-
SV
-
90
SV
SVCM
↓
5,9% (estático)
↓
NS (estático)
5,9% (FNP)
↓
↓
4,4% (SV)
4,3% (SVCM)
H = homen; M = mulher; FNP = facilitação neuromuscular proprioceptiva; SV = salto vertical; SD = salto drop; SVCM = salto vertical contra movimento;
RM = repetição máxima; flex = flexão; exte = extensão; CVM = contração voluntária máxima; TP = torque de pico; NS = não significativo.
28
29
Entretanto, Church et al (2001) observou um decréscimo de desempenho 5,9% quando o
método FNP foi empregado.
Os resultados encontrados no período de 1998 a 2001 (tabela1) foram fundamentais
para compreender os mecanismos envolvidos no efeito do alongamento estático sobre o
desempenho da força e do salto vertical. Além disso, os diversos estudos publicados no final
desse período mostraram existir uma relação dependente na velocidade de execução do gesto
motor, além do método de alongamento empregado. Esse período inicial de pesquisa sobre o
tema proposto foi fundamental para entender que novas investigações analisando as diferentes
manifestações da força, assim como diferentes protocolos de alongamento, devem ser
realizadas para compreender quando e quanto de exercícios de alongamento podem realmente
influenciar negativamente na força.
2.2 ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 2002 E 2004
Contrariando o crescimento de publicações sobre o tema ao longo dos anos, em 2002,
apenas um estudo foi publicado (tabela 2). Cornwell et al (2002) observaram um efeito
negativo da aplicação de 3x30s em dois exercícios para o tríceps sural sobre o salto vertical
com contra movimento (7,3%). Porém, quando o salto vertical foi analisado, não observou-se
diferença significativa. Os autores não compreenderam ao certo o que levou o decréscimo do
desempenho em um salto e no outro não. Curiosamente, a iEMG do tríceps sural foi reduzida
durante o salto vertical, enquanto que no salto contra movimento não foi observada nenhuma
alteração no iEMG. Em 2003, Evetovich et al realizaram o primeiro experimento verificando
o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre os membros superiores, mais precisamente
sobre a flexão de cotovelo isocinética.
Tabela 2 - Estudos que investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre o desempenho físico de 2002 a 2004
Ano
2002
2003
2003
2003
2003
2003
Referência
(Tamanho de amostra)
Cornwell et al.
H (n=10)
Tipos de Alongamento
Séries e Exercícios
Músculos Alongados
Músculos Testados
Duração Total (s)
SV
Estático
(passivo)
2 Exercícios
3x30s
Tríceps Sural
Estático
(1 passivo; 2 ativos)
3 Exercícios
4x30s
15s intervalo
Biceps Brachii
Biceps Brachii
360
Estático
4 Exercícios
Quadriceps
Flexores Platares
-
Laur et al.
H (n=16)
M (n=16)
Estático
(assistido)
1 Exercício
3x20s
10s intervalo
Isquios Tibiais
McNeal & Sands
M.c. (n=13)
Estático
(passivo)
3 Exercícios
2x30s
Isquios Tibiais
Flexores Plantares
-
Estático
Estático
2 Exercícios
1x30s
Isquips Tibiais
Flexores Plantares
Quadriceps
Tibiais Anteriores
-
Flexores Plantares
Flexores Platares
360
Isométrica
Quadriceps
405
Isométrica
Quadriceps
Flexores Plantares
810
270 para cada grupo
muscular
Isométrica
Evetovich et al.
H (n=10)
M (n=8)
Young & Behm
H (n=13)
M (n=3)
Siatras et al.
H.c. (n=11)
Dinâmico
2004
Avela et al.
H (n=8)
Estático
(passivo)
2004
Behm et al.
H (n=16)
Estático
(passivo)
2004
Power et al.
H (n=16)
Estático
Dinâmico
2 Exercícios
RMs em 30s
2 Exercícios
1x60min
2 semanas entre os
exercícios
3 Exercícios
3x45s
15s intervalo
6 Exercícios
3x45s
15s intervalo
Resultados
Tipo de Ação
-
↓
NS (SV)
7,3% (SVCM)
Isocinética
↓
↓
30⁰/s TP
270⁰/s TP
120
SV
↓
3,2%
60
Isotônica
60% de 1RM
180
SVCM
↓
Quadriceps
Isquios tibiais
Flexores Plantares
Quadriceps
Isquios tibiais
Flexores Plantares
Isquios Tibiais
↑
↓
180
Grupo 1- (M
16,2%; F
8,9%)
Grupo 2- (M
9,4%; F
12,1%)
9,6% (tempo no ar)
SD
NS (tempo no solo)
60
Sprint 20m
↓
Estático
NS - Dinâmico
SV
↓
↓
13,8% CVM (1 medida)
13,2% CVM (2 medida)
NS
↓
9,5% CVM Quadriceps
NS (flexores plantares)
NS (SV)
30
Tabela 2 - Continuação
Ano
2004
2004
Referência
(Tamanho de amostra)
Cramer et al.
M (n=14)
Flecher & Jones
H (n=97)
Tipos de Alongamento
Séries e Exercícios
Músculos Alongados
Músculos Testados
Duração Total (s)
Tipo de Ação
Estático
(1 ativo e 3 passivos)
4 Exercícios
4x30
20s intervalo
Quadríceps
Quadríceps
480
Isocinética
Estático
(Ativo e Passivo)
Dinâmico
(Ativo e Estático)
Estático
6 Exercícios
1x20s
Dinâmico
5 Exercícios
20reps para cada perna
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Adutores
Flexores de quadril
Flexores plantares
-
120
Sprint 20m
Resultados
↓
↓
3,3% (60⁰/s TP)
2,6% (240⁰/s TP)
↓
Estático
(ativo e passivo)
↑
Dinâmico
(ativo)
NS - Dinâmico
(estático)
H = homen; M = mulher; FNP = facilitação neuromuscular proprioceptiva; SV = salto vertical; SD = salto drop; SVCM = salto vertical contra movimento;
RM = repetição máxima; flex = flexão; exte = extensão; CVM = contração voluntária máxima; TP = torque de pico; NS = não significativo.
31
32
Os resultados encontrados mostraram uma redução do torque de pico nas duas velocidades
estudadas: lenta (30⁰/s) e rápida (270⁰/s), contrariando os achados anteriores de Nelson et al
(2001b), que mostraram não haver diferença no efeito do alongamento estático em diferentes
velocidades.
Ainda no ano de 2003, Siatras et al (2003) realizaram o primeiro estudo com crianças,
além de ser o primeiro estudo que comparou o alongamento estático com o dinâmico. Os
resultados apresentados mostraram existir uma redução do desempenho no sprint de 20m
quando o alongamento estático foi aplicado. Entretanto, nenhuma diferença significativa foi
observada quando o alongamento dinâmico foi empregado anteriormente a avaliação do
desempenho. Esses achados corroboram com outros estudos que mostraram uma influência
direta do método de alongamento empregado sobre a subseqüente análise do desempenho
(YOUNG; ELLIOT, 2001; CHURCH et al, 2001). Adicionalmente a isso, Flecher e Jones
(2004) observaram o primeiro efeito positivo da aplicação do alongamento dinâmico sobre o
posterior desempenho no sprint de 20m em 97 homens jogadores de rugby. Esses achados
foram de fundamental importância para as pesquisas que seguiram nos anos subseqüentes,
investigando cada vez mais a aplicação do método dinâmico como forma de aquecimento
(YAMAGUCHI; ISHII, 2005; FAIGENBAUM et al, 2005; LITLE; WILLIAMS, 2006,
HAYES; WALKER, 2007 E YAMAGUCHI et al, 2007).
Os resultados obtidos no período de 2002 a 2004 (tabela 2) contribuíram para ampliar
os horizontes, no que se refere a algumas contradições que surgiram quanto à influência dos
exercícios de alongamento sobre a força em diferentes velocidades de execução
(EVETOVICH et al 2003). Além disso, colaboraram para a compreensão de como diferentes
métodos de alongamentos podem gerar diferentes respostas sobre o desempenho motor.
Sinalizando inclusive, a possibilidade de existir um efeito positivo, quando o alongamento
dinâmico for empregado anteriormente a avaliação do desempenho (FLECHER; JONES,
33
2004). Até o presente momento, essa possibilidade não tinha sido levantada, além de fortes
evidências terem mostrado que o alongamento de uma maneira geral, influenciava
negativamente o subseqüente desempenho esportivo.
2.3 ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 2005 E 2007
O período entre 2005 e 2007 foi responsável por mais de 50% dos estudos publicados
sobre o tema. Todavia, diversos desenhos experimentais se repetiram e parecem ter pouco
contribuído para o avanço do conhecimento na área estudada. Podem-se destacar alguns
estudos como de Craemer et al, (2005), que submeteram homens e mulheres a 966s de
alongamento estático para o quadríceps e observaram uma redução no torque de pico tanto,
em velocidades lentas (60⁰/s) quanto, em velocidades rápidas (240⁰/s), corroborando os
achados de Evetovitch et al (2003), e contrariando os achados de Nelson et al (2001). Além
disso, pode-se observar que o alongamento dinâmico novamente se mostrou eficiente para
aumentar o desempenho (YAMAGUCHI; ISHII, 2005). Além de verificar, que o
alongamento estático quando empregado em pequeno volume (5 exercícios, 1x30s), não
parece influenciar no subseqüente desempenho no Leg press.
Em 2006, O`Connor et al, realizam o primeiro experimento que visava verificar se
exercícios de alongamento estático realizados de forma predecessora são capazes de
influenciar a cinética da potência durante o teste de Wingate modificado para 10s. Os
resultados obtidos com a pesquisa foram extremamente curiosos, pois foi a primeira vez que a
aplicação de um volume moderado de alongamento estático (220s) mostrou-se positivo para o
aumento da potência de pico durante o teste, além de reduzir o tempo para se atingir o pico.
Tabela 3 - Estudos que investigaram o efeito agudo de exercícios de alongamento sobre o desempenho físico de 2005 a 2007
Ano
2005
2005
2005
2005
2005
2005
2005
2005
2005
2005
Referência
(Tamanho de amostra)
Marek et al.
H (n=9)
M (n=10)
Nelson et al. (a)
H (n=13)
M (n=18)
Craemer et al.
H (n=7)
M (n=14)
Derek et al.
H (n=15)
Unick et al.
M (n=16)
Wallmann et al.
H (n=8)
M (n=6)
Faigenbaum et al.
H.c. (n=33)
M.c. (n=27)
Nelson et al. (b)
H (n=11)
M (n=11)
Nelson et al. (c)
H (n=11)
M (n=5)
Yamaguchi & Ishii
H (n=11)
Tipos de Alongamento
Séries e Exercícios
Estático
FNP
(passivo)
Estático
(passivo)
(ativo/passivo)
4 exercícios
5x30s
30s intervalo
5 Exercícios
3x15s
15s intervalo
Estático
(Passivo)
4 exercícios
4x30s
20s intervalo
Estático
(Passivo)
Estático
Balístico
1 Exercício
5x120s
4 Exercícios
3 séries
Estático
(passivo)
3 séries
Estático
Estático
6 Exercícios
1x15s
5s intervalo
Estático
Estático
Estático
Dinâmico
Músculos Testados
Duração Total (s)
Tipo de Ação
Quadriceps
Quadriceps
120 (Estático)
120 (FNP)
Isocinética
↓
Quadriceps
Isquios tibiais
Quadriceps
Isquios tibiais
1200
Isotônica
1RM
↓
↓
Quadriceps
(dominante)
Quadriceps
(dominante/não
dominante)
966
Flexores Plantares
Flexores Platares
600
Isométrica
Quadríceps
Isquios tibiais
-
180
SV
Flexores Plantares
-
90
SV
Isquios tibiais
Flexores Plantares
Isquios tibiais
Flexores Plantares
240
3 Exercícios
4x30s
Isquios tibiais
Flexores Plantares
Quadriceps
-
360
Sprint 20m
Estático
5 Exercícios
1x30s
Dinâmico
5 Exercícios
5resp Lentas
10resp Rápidas
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Flexores plantares
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Flexores plantares
150
Isotônica
(Potência)
Dinâmico
10 Exercícios
2 Exercícios
4x30s
15s intervalo
90
SV
SH
Shuttle run
Isotônica
3,2% extensão
↓
↓
6,5% CVM
Isocinética
-
2,8%
(Estático e FNP)
5,5% flexão
60⁰/s e 240⁰/s TP
(dominante)
60⁰/s TP (não
dominante)
↓
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Adutores
Flexores de quadril
Flexores plantares
Dinâmico
Resultados
Músculos Alongados
NS
↓
↓
5,6%
5,5% (SV)
NS (SH)
↓
1,8% (Shuttle run)
↓
↓
24% (60% da MC)
↓
1,3%
9% (40% da MC)
NS (Estático)
↑
10% potência
(Dinâmico)
34
Tabela 3 - Continuação
Ano
2006
2006
Referência
(Tamanho de amostra)
Behm et al.
Pré
H (n=9); M (n=9)
Pós
H (n=12)
Brandenburg
H (n=10)
M (=6)
Tipos de Alongamento
Séries e Exercícios
Músculos Alongados
Músculos Testados
Duração Total (s)
Tipo de Ação
Estático
(passivo)
3 Exercícios
3x30s
30s intervalo
Quadríceps
Isquios tibiais
Flexores plantares
Quadríceps
270
Isométrica
Estático
(assistido/não assistido)
2 Exercícios
3x15 ou 30s
30s intervalo
Isquios Tibiais
Isquios Tibiais
90 ou 180
Isométrica
Concêntrica
Excêntrica
Resultados
↓
6,5% CVM (pré)
↓
8,2% CVM (pós)
↓
15s
↓
30s
NS (tipos de ação)
NS 60⁰/s
2006
Egan et al.
M (=11)
Estático
4 Exercícios
4x30s
20s intervalo
Quadríceps
Quadríceps
480
NS 300⁰/s
Isocinética
↓
↓
2006
Yamaguchi et al.
H (=20)
Estático
(3 assistidos/3 não assistidos)
6 Exercícios
4x30s
20s intervalo
Quadríceps
Quadríceps
720
Isométrica
↓
↓
2006
2006
Cramer et al.
M (n=13)
Little et al. & Williams
H (n=18)
Estático
(3 assistidos/1 não assistidos)
Estático
Dinâmico
4 Exercícios
4x30s
20s intervalo
Estático
5 Exercícios
1x30s
20s intervalo
Dinâmico
5 Exercícios
1x30reps lentas
1x30 rápidas
Quadríceps
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Adutores
Flexores de quadril
Flexores plantares
Quadríceps
480
Estático
150
5 min após
alongamento
5% CVM
30% CVM
60% CVM
NS 60⁰/s
Isocinética
Excêntrica
NS 180⁰/s
SCM
NS
Sprint 10m
↑
Dinâmico
Sprint 20m
↑
Dinâmico e Estático
Dinâmico
450
T. agilidade
↑
Dinâmico
35
Tabela 3 - Continuação
Ano
2006
2006
2006
2006
2006
2007
Referência
(Tamanho de amostra)
O'Connor et al.
H (n=16)
M (n=11)
Papadopoulos et al.
H (n=10)
Woolstenhulme et al.
H (n=16)
M (n=27)
Tipos de Alongamento
Estático
Estático
(ativo)
Balístico
Estático
Zakas et al.
H (n=16)
Estático
Young et al.
H (n=12)
M (n=8)
Estático
Bradley et al.
H (n=18)
Estático
Balístico
FNP
Séries e Exercícios
11 Exercícios
2x10s
10s intervalo
7 Exercícios
3x30s
20s intervalo
4 Exercícios
2x30s
15s intervalo
1 Exercício
3x15s ou
20x15s
1 Exercício
2x30s
4x30s
4x30s a 90%ROM
8x30s
Músculos Alongados
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Adutores
Flexores de quadril
Flexores plantares
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Flexores plantares
Adutores
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Flexores plantares
Quadríceps
Flexores Plantares
Músculos Testados
-
Duração Total (s)
220
Teste de Wingate TW10s
630
-
240
SV
Quadríceps
45 ou
300
Isocinética
60
120
240
SD
300
Corrida
Ísquios tibiais
30 ou 60
Isométrica
Estático
Estático progressivo
Dinâmico
5 Exercícios
2x30s
2007
Ogura et al.
H (n=10)
Estático
1 Exercício
1x30s ou
1x60s
Ísquios tibiais
Tempo de pico
↑
Trabalho total
NS - EMG
↓
EMG (reto femural)
↑
Balístico
↓
Isotônica
-
Hayes & Walker
H (n=7)
↑
NS - 45s
Quadríceps
Isquios tibiais
Flexores plantares
2007
Potência de pico
Isométrica
5 Exercícios
4x30s
30s intervalo
Quadríceps
Isquios tibiais
Flexores plantares
Glúteos
↑
NS - CVM
Glúteos
Isquios tibiais
Quadríceps
Flexores plantares
Flexores Plantares
Resultados
Tipo de Ação
300s
NS
↓
↓
4x30s e 8x30s
4% - estático
SV
-
600
SCM
↓
↓
5,1% - FNP
2,7% - balístico
NS
NS - 30s
↓
8,8% CVM - 60s
36
Tabela 3 - Continuação
Ano
2007
2007
2007
Referência
(Tamanho de amostra)
Thompsen et al.
M (n=16)
Viale et al.
H (n=7)
M (n=1)
Yamaguchi et al.
H (n=12)
Tipos de Alongamento
Estático
Dinâmico
Dinâmico/carga
Séries e Exercícios
Estático
4 Exercícios
3x20s
Dinâmico
11 Exercícios
2x
Músculos Alongados
Músculos Testados
Quadríceps
Isquios tibiais
Flexores plantares
Glúteos
-
Quadríceps
Estático
3 Exercícios
2,3 e 4 séries
Quadríceps
Dinâmico
4 Exercícios
2x15reps
30s intervalo
Quadríceps
Ísquios tibiais
Glúteos
Quadríceps
Duração Total (s)
Tipo de Ação
Estático
240
SV
Dinâmico
600
SH
390
Isométrica
480
Isotônica
(potência)
Resultados
↑
4,6% - Dinâmico;
5,3% - Dinâmico/carga
↑
2,8% - Dinâmico;
5,4% Dinâmico/carga
↓
8 a 8,9% - CVM
↑
8,9% - 5% CVM
↑
6% - 30%CVM
↑
8,1% - 60% CVM
H = homen; M = mulher; FNP = facilitação neuromuscular proprioceptiva; SV = salto vertical; SD = salto drop; SVCM = salto vertical contra movimento; SH = salto
horizontal; RM = repetição máxima; flex = flexão; exte = extensão; CVM = contração voluntária máxima; TP = torque de pico; NS = não significativo; EMG =
eletromiografia.
37
38
De certa forma, esses achados parecem contribuir para que uma nova discussão sobre o tema
seja levantada. Por outro lado, a metodologia empregada no experimento pode de certa forma,
ter comprometido os resultados, pois o alongamento estático era seguido por um aquecimento
específico na bicicleta ergométrica, podendo assim, causar um efeito inibidor da resposta
esperada por um alongamento com essas características.
Analisando ainda o período de 2006 a 2007, podem-se destacar dois estudos que
verificaram a influência de diferentes séries e tempos de duração de alongamento estático
sobre a força. No primeiro estudo 12 homens e 8 mulheres foram submetidos a 4 diferentes
protocolos de alongamento, são eles: (1) 2x30s; (2) 4x30s; (3) 4x30s (90% da amplitude de
movimento máxima) e (4) 8x30s. Não houve diferença significativa sobre a força
independentemente do volume de séries empregados (YOUNG et al, 2006). Por outro lado,
quando o tempo de duração do estímulo foi manipulado 1x30s versus 1x60s, diferenças
significativas na ordem de 8,8% da CVM foram observadas para 1x60s (OGURA et al, 2007).
Esses achados apontam para uma maior dependência do tempo de duração do estímulo do que
propriamente com o número de séries. Esses achados já foram anteriormente discutidos por
Yamaguchi e Ishii, (2005), associando as alterações na viscoelasticidade do tecido apenas a
estímulos de duração superiores a 30s. O que está de acordo com os recentes achado de Ogura
et al, (2007).
Esse último período estudado (tabela3) contribuiu ainda mais para esclarecer a relação
protocolo dependente de exercícios de alongamento sobre o subseqüente desempenho.
Diferentemente de períodos anteriores as investigações nesse período centraram seus esforços
principalmente em manipular as variáveis intervenientes a prescrição de uma rotina de
alongamentos, como: número de séries (YOUNG et al, 2006), duração do estímulo (OGURA
et al, 2007) e método de alongamento (BRADLEY et al, 2007; HAYES; WALKER, 2007;
THOMPSEN et al, 2007). Podemos observar novamente pesquisas que verificaram um efeito
39
positivo do alongamento dinâmico sobre o salto vertical (THOMPSEN et al, 2007) e potência
durante a extensão de joelhos (YAMAGUCHI et al, 2007). Os autores que investigaram e
verificaram um efeito positivo da aplicação do alongamento dinâmico, de maneira geral,
atribuem esses efeitos ao fenômeno conhecido como potenciação pós-ativação (PAP), Esse
mecanismo ocorre após a realização de contrações musculares prévias ao gesto motor
principal, ocasionando um aumento na atividade muscular, proporcionado um melhor
desempenho (SALE, 2002).
2.4 ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBVERVADOS
Ao longo dos 10 anos que cercaram a presente revisão da literatura, 49 estudos foram
publicados (figura 2) procurando esclarecer os efeitos da manipulação dos diferentes aspectos
metodológicos da prescrição do alongamento sobre as mais diferentes manifestações de força
e atividades esportivas. Embora não haja um consenso sobre a manipulação e interação de
todas as variáveis, podemos observar certas tendências que contribuirão na tomada de
decisão, auxiliando assim, treinadores e esportistas de uma maneira geral quanto ao uso de
exercícios de alongamento antes da realização de atividades físicas.
Primeiramente devemos destacar a evolução no número de publicações ao longo dos
anos sobre o presente tema. Observando assim, o crescente interesse de pesquisadores de todo
o mundo em compreender como esse fenômeno ocorre.
40
Figura 2 – Relação de estudos publicados ao longo dos dez anos de pesquisa sobre o tema
alongamento versus desempenho físico.
Quando analisamos a relação de estudos separada por método de avaliação do
desempenho, podemos observar um predomínio da avaliação da força em relação a outras
atividades (figura 3). A realização de estudos aplicados a atividades esportivas é indispensável
para compreender a extensão dos achados relacionados à força. Todavia em algumas
atividades como o ciclismo, apenas um estudo foi encontrado.
Figura 3 – Relação de estudos selecionados por método de avaliação do desempenho.
41
Como a força é o método de avaliação do desempenho mais escolhido entre todos, e
sua extensão de compreensão é mais ampla que os demais métodos. Portanto, procurou-se
separar os estudos que utilizaram esse método em três diferentes frentes (figura 4), são elas:
(1) isotônica; (2) isométrica e (3) isocinética. A partir dessa divisão foi possível verificar que
a manifestação de força isométrica foi a mais utilizada dentre os estudos. A força isométrica
oferece ao avaliador uma maior facilidade para padronizar as diferentes medidas, além de ser
mais interessante quando uma análise eletromiográfica é aplicada.
Figura 4 – Relação de estudos separados por método de avaliação do desempenho.
Em seguida, podemos observar a relação de estudos separados por método de
alongamento empregado (figura 5), e verificar que a grande maioria dos estudos publicados
até o presente momento investigou predominantemente os efeitos do alongamento estático
quando comparados a outros métodos de alongamento.
42
Figura 5 – Relação de estudos separados por método de alongamento.
Quando analisamos os efeitos dos diferentes métodos de alongamento sobre o
desempenho físico, podemos observar na figura 6, no painel A, um predomínio de resultados
negativos (63%) em comparação a resultados positivos (4%) quando o alongamento estático
foi empregado. Esses achados sugerem que o alongamento estático de uma maneira geral
influencia na maioria das vezes de forma negativa. Similarmente no painel B, os estudos que
aplicaram o método FNP verificaram um efeito negativo em 75% dos casos e 0% de
resultados positivos. Dessa forma é possível perceber que o método FNP quase sempre exerce
uma influência extremamente negativa no desempenho. Como pode ser visto no painel C, o
método balístico ainda oferece resultados um pouco obscuros, pois como apenas 4 estudos
verificaram seus efeitos, o fato de 50% dos estudos sugerirem que existe um efeito deletério
contra 25% que mostram um efeito positivo, ainda não pode ser considerado uma tendência
tão forte. Por outro lado, o alongamento dinâmico (painel D), parece ser uma estratégia
bastante interessante quando se deseja usar exercícios de alongamento como forma de
aquecimento, seus resultados apontam 86% de efeito positivo contra 0% de efeito negativo.
43
A
C
B
D
Figura 6 – Efeito agudo do métodos de alongamento sobre o subsequente desempenho físico.
3. Método estático; B – método FNP; C – método balístico e D – Método dinâmico.
44
3 MÉTODOS
3.1 ESTUDO 1
3.1.1. Abordagem Experimental do Estudo
No presente estudo, dois diferentes e independentes objetivos foram estudados com o
propósito de investigar o efeito do alongamento sobre a resistência muscular. O primeiro
deles verificou a influência do número de séries de alongamento estático, enquanto que o
segundo investigou a interferência do tempo de duração do estímulo, além de comparar os
métodos estático e FNP. Para esse fim, dois diferentes e independentes experimentos foram
empregados. O primeiro experimento (E1), verificou se o número de séries de alongamento
estático influenciaria no subseqüente teste de resistência muscular. O segundo experimento
(E2) verificou se a duração de estímulo da série de alongamento estático teria alguma
influência sobre o desempenho muscular. Adicionalmente, E2 investigou se o método FNP
influenciaria a resistência muscular.
SA
E1
E2
Aquecimento
Aquecimento
Teste de 1RM
Teste de 1RM
1x20
2x20
3x20
SA
1x20
1x40
FNP
Figura 7 – O organograma ilustra a seqüência de realização dos testes durante o experimento
1 (E1) e experimento 2 (E2). SA – condição sem alongamento.
45
3.1.2. Sujeitos
Participaram do E1 19 indivíduos do sexo masculino com média (desvio padrão – DP)
de idade de 25 (5,1) anos enquanto que no E2 participaram do estudo 15 homens com idade
média de 25,6 (4,6) anos (tabela 4). Todos os sujeitos foram voluntários, além de estarem
praticando treinamento contra resistência regularmente a pelo ao menos seis meses antes do
início do estudo. Nenhum deles esteve engajado de forma regular em um programa de
exercícios de alongamento. Foi obtido consentimento escrito e oral de cada indivíduo
participante do estudo antes que o mesmo inicia-se. O protocolo experimental foi aprovado
pelo comitê de ética da Universidade Salgado de Oliveira. Os participantes não foram
informados dos resultados do estudo antes do estudo ser completado.
Tabela 4- Média e desvio padrão (DP) das principais características antropométricas dos
sujeitos que participaram do experimento 1 (E1) e experimento 2 (E2).
Altura
Peso
IMC
MG
MG
MLG
(cm)
(kg)
(kg/m2)
(%)
(kg)
(kg)
Média
176,8
76,9
24,5
10,3
7,9
69
DP
7,5
6,8
2,7
2,9
2,2
6,9
Média
175,9
76,8
24,4
10,2
7,8
69
DP
7,2
7,0
2,6
3,2
2,4
7,2
Experimentos
E1 (n=19)
E2 (n=15)
IMC = índice de massa corporal; MLG = massa livre de gordura; MG = massa gorda.
46
3.1.3
Procedimentos
A seqüência de realização dos exercícios (figura 7) em ambos os experimentos foi
aquecimento, teste de 1RM, alongamento (quando aplicável) e teste de resistência muscular,
realizado em quatro diferentes dias para cada experimento. Antes de cada exercício que
incluiu alongamento, os sujeitos foram submetidos a um aquecimento composto por uma série
no exercício supino reto (SR). A série foi composta por 10 a 15 repetições com uma carga
submáxima e selecionada livremente pelo sujeito. Após o aquecimento, foi aplicado um teste
para obter o valor de 1RM no SR. O protocolo de determinação de 1RM foi similar a outro
realizado (SIMÃO et al, 2007), o qual demonstrou boa reprodutibilidade dia a dia. Em suma,
cada sujeito realizou três tentativas para determinar a carga máxima com um intervalo de três
minutos entre cada tentativa. A técnica de execução foi padronizada para todos os indivíduos,
não houve pausa entre a fase concêntrica e excêntrica do exercício. Para ser considerada uma
repetição bem sucedida, a amplitude de movimento deveria ser completa, esse movimento foi
definido entre a extensão total de cotovelo e o ângulo de 90º formado com a flexão do mesmo.
O maior valor obtido, entre as três tentativas realizadas foi usado para o posterior cálculo de
carga das situações experimentais. Para garantir a precisão no teste de 1RM, os sujeitos
receberam uma instrução padrão sobre como realizar o exercício, a técnica foi monitorada e
os sujeitos foram encorajados verbalmente durante as tentativas.
Os E1 e E2 consistiram na avaliação da resistência muscular após os protocolos de
alongamento, realizados em quatro diferentes dias em ambos os experimentos. O protocolo de
avaliação da resistência muscular foi o mesmo usado em estudos anteriores (SIMÃO et al,
2007), incluindo o intervalo de 48 às 72h entre cada dia de teste para cada experimento. A
resistência muscular foi definida como o máximo de repetições realizadas no SR (MRSR)
antes da fadiga, obtida através de uma intensidade de 85% de 1RM no SR com o indivíduo na
47
posição supina, deitado sobre o banco com os pés tocando o chão. A amplitude de movimento
durante o exercício foi à mesma empregada durante o teste de 1RM. Os mesmos
procedimentos adotados para impedir erros durante o teste de 1RM também foram adotados
durante esses testes. Além disso, não foi permitido intervalo entre a fase concêntrica e
excêntrica do exercício. Os sujeitos foram encorajados a realizar o máximo de repetições
possíveis com a máxima velocidade, embora a velocidade não tenha sido mensurada. O
exercício de alongamento empregado durante todos os protocolos foi destinado a alongar o
maior músculo envolvido no SR e foi realizado com o sujeito em pé (figura 8). O avaliador
segurou as mãos do sujeito e realizou uma abdução horizontal de ombro até o avaliado
reportar desconforto.
A ordem dos testes em ambos os experimentos foi realizada de forma aleatória.
Para o E1, o sujeito desempenhou o MRSR quando a condição sem alongamento foi avaliada.
Nos dias restantes, os sujeitos realizaram MRSR imediatamente após cada protocolo de
alongamento composto por 1 série de 20s (1X20), 2 séries de 20s (2X20) e 3 séries de 20s
(3X20). No E2, assim como no E1, a condição sem alongamento foi realizada de forma
aleatória em um dos dias de teste através do teste de MRSR exclusivamente. Nos dias
restantes realizou novamente o teste de MRSR realizado após a aplicação de três diferentes
protocolos de alongamento compostos por 1 série de 20s (1X20), 1 série de 40s (1X40) e o
protocolo FNP. Em todos os protocolos, a avaliação do MRSR foi realizada três vezes, com
um intervalo de recuperação de três minutos entre cada tentativa. O número de repetições
(NR) foi atribuído ao maior valor obtido entre as três tentativas. Além disso, foi analisado
também o volume de sobrecarga (VS), definido como o produto do NR pela carga levantada
(85% de 1RM) por cada sujeito.
48
Figura 8 – Ilustração do exercício empregado para alongar os músculos alvos. A: posição
inicial; B: posição final.
3.1.4
Análise Estatística
O NR e o VS obtidos em cada um dos experimentos foram comparados através de
uma ANOVA de medidas repetidas, e o mesmo teste também foi usado para comparar o
desempenho na resistência muscular entre as condições sem alongamento e com alongamento.
Quando aplicável, o teste post hoc de Tukey HSD foi empregado, adotando um nível de
significância de 0,05.
49
3.2 ESTUDO 2
3.2.1
Abordagem Experimental do Estudo
Esse estudo foi desenhando para verificar como três diferentes protocolos de
alongamento podem afetar o desempenho muscular, e conseqüentemente a potência
anaeróbia, após três diferentes métodos de alongamento. Portanto, as variáveis PP, PM, e TP
foram avaliadas durante o TW. Teste esse, usado para avaliar o desempenho da potência
anaeróbia após a realização do AE, AD e FNP, além da condição controle em que o indivíduo
não realizava nenhum tipo de aquecimento ou alongamento precedente. Para a análise dos
dados no presente desenho experimental, a potência avaliada foi coletada após a realização de
cinco TW em cinco diferentes dias.
Figura 9 – Fluxograma ilustrando a ordem das avaliações realizadas durante o experimento.
TF – teste de familiarização; TC – teste controle; AE – alongamento estático; AD –
alongamento dinâmico e FNP – facilitação neuromuscular proprioceptiva.
3.2.2
Sujeitos
Participaram desse estudo 15 homens com média (desvio padrão - DP) de idade de 25
(3,3) anos, todos eles eram voluntários e praticavam de forma recreativa o ciclismo indoor por
50
pelo menos seis meses antes do início do estudo. Durante o período do estudo nenhum deles
realizou um programa de exercícios de alongamento. (ver tabela 5 para as principais
características antropométricas). Consentimento oral e escrito foi obtido para cada indivíduo
antes do experimento começar. O protocolo experimental foi aprovado pelo comitê de ética e
pesquisa da Universidade Salgado de Oliveira. Os participantes não foram informados dos
resultados dos testes antes que o estudo estivesse concluído.
Tabela 5 – Média e desvio padrão (DP) das principais características antropométricas e
fisiológicas da amostra participantes do experimento. Além da potência media (PM) e
potência de pico (PP), obtidas na condição sem alongamento (TC).
n=15
Altura (cm)
Peso (Kg)
MG (%)
PM (W/Kg)
PP (W/Kg)
Média
25
78,3
15,4
7,7
9,9
DP
3,3
7,9
3,5
0,7
1,2
MG – Massa gorda
3.2.3
Procedimentos
Os participantes realizaram cinco TW em cinco dias não consecutivos (figura 9), com
um intervalo de descanso de 48 a 72 horas entre os testes. Três TW foram realizados após
exercícios de alongamento e dois sem o alongamento precedendo. O primeiro TW de cada
sujeito não precede aquecimento ou alongamento e foi usado estritamente para familiarizar
(TF) os participantes com o protocolo do teste. Cada TW foi realizado sobre um
clicoergômetro de frenagem mecânica, acoplado com um dispositivo para fixar os pés nos
pedais (Monark Ergomedic 824E, Suécia). Os três métodos de alongamento empregados no
estudo foram: (1) a alongamento estático (AE) três séries de 30 segundos, (2) alongamento
dinâmico (AD) composto por três séries de cinco repetições lentas seguido por 10 repetições
rápidas (o mais rápido possível) e (3) usando o método de facilitação neuromuscular
proprioceptivo (FNP). O FNP foi realizado três vezes, levando o sujeito a atingir a amplitude
51
máxima de movimento, em seguida o avaliador gerava uma força oposta, sustentando por oito
segundos, seguido de um relaxamento. Os exercícios de alongamento foram empregados para
os ísquios tibiais, quadríceps e para o tríceps sural (tabela 6 e 7). Adicionalmente, incluiu-se
uma condição sem alongamento como teste controle (TC). A ordem dos protocolos (TC, AS,
AD e FNP) foi selecionada aleatoriamente. O TW foi realizado na posição sentada, e os
sujeitos foram instruídos a pedalar o mais rápido possível com uma carga correspondente a
7,5% da massa corporal (INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996).
Tabela 6 – Procedimentos empregados para o alongamento estático e facilitação
neuromuscular proprioceptiva para os músculos alongados.
Tríceps Sural
O sujeito permanece na posição supinada com o joelho
completamente estendido enquanto o avaliador realiza uma
dorsiflexão do tornozelo.
Ísquios Tibiais
O sujeito permanece na posição supinada com o joelho
completamente estendido enquanto o avaliador realiza uma
flexão do quadril.
Quadríceps
O avaliador flexiona ao máximo o joelho do sujeito na
posição pronada. Em seguida ele realiza uma extensão do
quadril mantendo o joelho flexionado.
52
Tabela 7 – Procedimentos realizados no alongamento dinâmico para os músculos alongados.
Tríceps Sural
Primeiro passo: o sujeito levanta um pé do chão e estende
completamente o joelho. Segundo passo: o sujeito contrai seu
tornozelo em um movimento de dorsiflexão.
Ísquios Tibiais
O sujeito contrai os flexores de quadril intencionalmente com
o joelho estendido até atingir a amplitude máxima.
Quadríceps
Primeiro passo: o sujeito levanta o pé do chão e realiza uma
leve flexão de quadril e joelho. Segundo passo: o sujeito
realiza uma extensão do quadril e joelho intencional atingindo
a amplitude máxima das articulações para esse movimento.
Durante o TW, utilizou-se uma videocâmara (A410, Cannon, Japão) digital para
gravar as imagens. Os dados foram armazenados em um computador pessoal, e em seguida
analisado a uma frequência de 10Hz, oferecendo uma resolução de sinal de 0,1s. As medidas
de potência foram calculadas como o produto entre a carga e a velocidade em um dado
instante de tempo. Para calcular a velocidade, a distância foi determinada através do número
de pedaladas multiplicado pelo tamanho da roda e dividido por um determinado tempo. Para
calcular a PP e a PM utilizaram-se equações previamente utilizadas no modelo original do
teste (INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996). Além disso, analisou-se a cinética da potência
destacando o TP como objeto de análise. Os dados de PP e PM de cada indivíduo foram
normalizados com a respectiva massa corporal com o objetivo de reduzir a variabilidade entre
sujeitos.
53
3.2.4
Análise estatística
Os TF e TC foram usados para verificar a reprodutibilidade do protocolo entre as
amostras investigadas. Adicionalmente a isso, procedimentos de teste reteste foram aplicados
através do teste t-pariado, correlação de Pearson e coeficiente de correlação intraclasse para
analisar as medidas de PP, PM e TP. Além disso, uma ANOVA de medidas repetidas foi
utilizada para comparar a PP, PM e TP obtidos após a aplicação de todos os protocolos de
alongamentos e o TC. Quando aplicável, o teste post hoc de Tukey HSD foi empregado.
Adotando um α= 0,05.
54
4. RESULTADOS
4.1 ESTUDO 1
Os resultados mostraram que o número de séries de exercícios de alongamento não
exerceu nenhuma influência sobre a resistência muscular. Os dados também mostraram que os
mesmos valores foram obtidos com e sem alongamento no E1. Nenhuma diferença
significativa ocorreu entre os testes (F=0.7314, p=0.5377) quando comparado com a condição
sem alongamento (SA) ou séries simples e múltiplas de alongamento estático (Figura 10). A
média (DP) das repetições foi 11,2 (1,8) para SA, 10,8 (1,9) para 1x20, 10,7 (1,4) para 2x20 e
11,3 (2,5) para 3x20. Por outro lado, a duração da série influenciou na resistência muscular,
como pode ser visto no E2, desde que SA, alongamento estático e FNP mostraram valores
significativamente diferentes (p<0.05), os valores obtidos em média (DP) foram de 11,2 (1,6)
para SA, 10,3 (1,6) para 1x20, 9,1 (1,8) para 1x40, e 8,5 (1,7) para FNP. O menor
desempenho foi obtido após a aplicação da técnica FNP como foi revelado pelo teste post hoc,
as diferenças significativas obtidas foram entre SA e 1x40, SA e FNP, e 1x20 e FNP (figura
10).
55
Figura 10 – Valores médios (barra) e de desvio padrão do número de repetições obtidos
durante a condição SA; para o E1, após 1x20 (S1), 2x20 (S2) e 3x20 (S3) de alongamento; e
do E2, após 1x20 (S1), 1x40 (S2) e PNF (S3) de alongamento, ambos com valores
significativos obtidos através do teste post hoc. Não observou-se diferenças significativas no
E1 (p>0.05).
A mesma tendência observada no NR também foi vista no VS, no que se refere ao E1,
pois nenhuma diferença significativa foi observada entre todos os testes (F=0.673, p=0.5723).
Os valores obtidos quando analisado o VS foram de 995,5 Kg (227,2) para SA, 963,5 Kg
(214,4) para 1x20, 946,1 Kg (234,2) para 2x20, e 986,5 kg (221,1) para 3x20. Novamente, o
tempo de duração da série, e a técnica de alongamento FNP, mostraram forte associação com
o decréscimo na resistência muscular durante os testes realizados no E2, demonstrando existir
diferença significativa (p<0.05). A média (DP) de 1x20 foi 941,9 (184,8) Kg, 825,7 (147,1)
Kg para 1x40, e 771,1 (173,0) Kg para FNP. Esses valores foram significativamente menores
56
que a condição SA – 1022,3 kg (204,8) – revelado pela comparação através do teste post hoc
(figura 11). Assim como ocorreu durante a análise do NR, o VS mostrou-se menor após a
aplicação do FNP quando comparado com 1x20 e 1x40 foi menor que 1x20 (figura 11).
Figura 11 – Valores médios (barra) e de desvio padrão do volume de sobrecarga obtido
durante SA; para o E1, após 1x20 (S1), 2x20 (S2) e 3x20 (S3) de alongamento; e do E2, após
1x20, 1x40 e PNF de alongamento, ambos com valores significativos obtidos através do teste
post hoc. Não observou-se diferenças significativas no E1 (p>0.05).
57
4.2 ESTUDO 2
Quando comparados o TF e o TC observamos uma alta reprodutibilidade para todas as
variáveis investigadas (tabela 8). No que se refere a PM, verificou-se diferenças significativas
entre os métodos de alongamento investigados e a condição controle (figura 12). Essas
diferenças foram identificadas através do test post hoc entre o AD e o FNP (p= 0, 015).
Similarmente, a PP também mostrou-se influenciada pela realização de exercícios de
alongamento precedentes ao desempenho físico (p= 0, 003). Entretanto, diferentemente da
PM, essa variável mostrou diversas interações entre as variáveis. A utilização do método FNP
causou os menores valores de potência observados em ambas as variáveis. (figura 12).
Tabela 8 – Resultados obtidos para todas as variáveis nas condições sem alongamento: teste
de familiarização (TF) e condição sem alongamento (TC) apresentados em média (DP).
Adicionalmente, resultados do teste-reteste, analisado através de coeficiente de correlação
intraclasse (ICC), baseado na ANOVA de medidas repetidas e na correlação de Pearson (r).
Os valores p foram obtidos através do teste t pareado após a realização da correlação de
Pearson.
PM (w/kg)
PP (w/kg)
TP (s)
TF - Média (DP)
7,67 (0,78)
9,61 (1,26)
4,19 (0,37)
TC – Média (DP)
7,68 (0,70)
9,85 (1,15)
4,19 (0,34)
ICC
0,96
0,87
0,98
R
0,90
0,91
0,89
P
0,853
0,909
0,879
PM – Potência média; PP – Potência de pico e TP – Tempo para alcançar o pico.
58
Os resultados obtidos entre as diferentes medidas de TP mostraram os mais
consistentes resultados do efeito dos diversos métodos de alongamento sobre a cinética da
potência. Um significativo atraso para atingir o pico de potência pode ser observado após
todas as condições de alongamento. (figura 13). Dessa forma, após o emprego da ANOVA,
podemos entender melhor a interação dos diferentes métodos de alongamento sobre o
subseqüente desempenho. No que se refere ao TC, podemos destacar que este apresentou os
menores tempos para se atingir o pico de potência. A única comparação que não apontou
diferença significativa foi entre o AE e o FNP, onde ambos mostraram um severo atraso no
TP. (figura 14).
Figura 12 – Valores de Média (barras) e DP (w/kg) da potência média (PM) e potência de
pico (PP) desenvolvida no teste de Wingate (TW) no teste controle (TC), alongamento
estático (AE), alongamento dinâmico (AD) e facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).
59
5 DISCUSSÃO
5.1 ESTUDO 1
A flexibilidade é recomendada como um importante componente em rotinas de
exercício que visam à aptidão física (POLLOCK et al, 1998). Entretanto, a influência dos
exercícios de alongamento sobre a força muscular não está bem estabelecida, desde que
alguns pesquisadores relataram ocorrer um decréscimo significativo na força após alongar
(BEHM; BUTTON; BUTT, 2001; KOKKONEN; NELSON; CORNWELL, 1998; NELSON;
KOKKONEN, 2001; NELSON; KOKKONEN; ARNALL, 2005), enquanto outros sugerem
que não existe nenhuma influência (BEHM et al, 2004; EGAN et al, 2006, MUIR;
CHESWORTH; VANDERVOORT, 1999), e outros sugerem que pode até mesmo aumentar o
desempenho da força (YAMAGUCHI; ISHII, 2005). Além disso, existem poucos estudos que
analisaram os efeitos do alongamento sobre a resistência muscular e isso é um fator muito
importante em diversas atividades esportivas. Os resultados presentes no E1 demonstram não
haver influência no desempenho no supino reto após séries simples e múltiplas de 20
segundos de duração de alongamento estático quando comparado a situação sem
alongamento. Entretanto, os resultados do E2 revelaram uma redução significativa na
resistência muscular no que se refere a diferentes durações de estímulo e tipo de alongamento
empregado.
Os efeitos do alongamento estático sobre a força muscular foram bastante investigados
através da avaliação de diversas manifestações de força, como: isométrica (AVELA;
KYROLAINEN; KOMI, 1999; BEHM; BUTTON; BUTT, 2001; FOWLES; SALE;
MACDOUGALL, 2000), isocinética (EVETOVICH et al, 2003; GARRISON et al, 2002;
MUIR; CHESWORTH; VANDERVOORT, 1999) e isotônica (KOKKONEN; NELSON;
60
CORNWELL, 1998; NELSON; KOKKONEN, 2001; NELSON; KOKKONEN; ARNALL,
2005). Todos os estudos que usaram exercícios isotônicos acharam decréscimo na força,
enquanto os estudos que investigaram os efeitos do alongamento sobre a força isométrica e
isocinética, hora não acharam diferença, hora observaram decréscimo na força. No presente
estudo, onde a força isotônica foi analisada, nenhuma diferença foi observada relacionada ao
número de séries de alongamento. Importante, a força não foi analisada, e sim a resistência
muscular, essa que não depende somente da força. Nelson et al (2005) aplicaram cinco
exercícios de alongamento estático composto por três séries de 15s antes de um teste isotônico
de repetições máximas. Os resultados observados apontam um decréscimo significativo no
desempenho muscular após os exercícios de alongamento. Fowles et al (2000) acharam um
decréscimo significativo na força isométrica após um protocolo de exercícios de alongamento
estático composto por 13 séries de 135s de estímulo. Similarmente, Evetovich (2003) usou
exercícios de membros superiores, através da avaliação do torque isocinético após um
protocolo de alongamento estático composto por três exercícios com quatro séries de 30s
cada. Baseado em seus achados, os autores discutem a hipótese de que a redução no
desempenho da força seguido de sucessivos exercícios de alongamento ocorre devido às
alterações na propriedade viscoelástica do tecido muscular, e conseqüente alteração na relação
comprimento tensão. Entretanto, a maioria dos estudos observou decréscimo na força apenas
quando os protocolos de alongamento empregados envolviam vários exercícios para o(s)
mesmo(s) músculo(s), com máxima amplitude articular e/ou múltiplas séries que dificilmente
são aplicadas em atividades esportivas, com duração de estímulo variando entre 120 e 3600s
(RUBINI; COSTA; GOMES, 2007). No presente estudo, não foi observado decréscimo na
resistência muscular nos sujeitos que alongaram com uma, duas ou três séries de 20s,
oferecendo um estímulo total de 20 a 60 segundos, sendo esse muito inferir ao menor valor de
120s presente na literatura. Dessa forma, é possível crer que altos volumes de exercícios de
61
alongamento parecem ser uma das principais razões de se observar redução na força muscular
após exercícios de alongamento estático. Por outro lado, no presente trabalho, no grupo que
alongou apenas uma série de 20s e 40s, uma redução significativamente estatística foi
observada relacionada somente a 40s. Assim, a duração do estímulo parece ser um fator
determinante no decréscimo ou não da capacidade muscular. Em resumo, a redução do
desempenho muscular parece ser dependente do protocolo de alongamento empregado.
A técnica de alongamento FNP geralmente implica em redução subseqüente da força
muscular quando essa é empregada anteriormente ao exercício (MAREK et al, 2005;
MELLO; GOMES, 2005; RUBINI; PEREIRA; GOMES, 2005). Além disso, Marek et al
(2005) verificaram um decréscimo no torque de pico, potência média e amplitude no sinal
eletromiográfico quando comparou-se os dados antes e depois dos procedimentos de
alongamento. De maneira similar, o presente estudo mostrou existir um efeito deletério da
resistência muscular depois de aplicar o alongamento FNP, mesmo que aplicado com uma
duração pequena e com apenas um exercício de alongamento. Isso deve ser destacado, pois o
mesmo exercício com a mesma duração em um tipo de alongamento diferente, não resultaria
em decréscimo na força se o método utilizado fosse o alongamento estático. As teorias da
inibição recíproca e autogênica podem ser usadas para explicar o grande ganho de amplitude
obtido através do método FNP quando comparado a outros métodos (CHALMERS, 2004). O
mecanismo de inibição autogênica se refere ao decréscimo na excitabilidade dos músculos
alongados ou contraídos, o qual implica na redução no envio de estímulos através da via
eferente para o músculo e conseqüente decréscimo na ativação de unidades motoras. Isso
sugere que uma grande amplitude de movimento está associada a um decréscimo na ativação
de unidades motoras, isso poderia justificar uma maior perda de força no desempenho durante
o SR causado pelo método FNP. Assim, a mesma hipótese que explica os ganhos
significativos de amplitude de movimento quando empregado o método FNP, pode explicar a
62
ação negativa que tem quando o método precede exercícios de força muscular. Essa hipótese
está de acordo com a idéia de que o FNP oferece mais danos ao subseqüente desempenho
muscular do que o método estático. Por outro lado, no que se refere ao aumento da amplitude
de movimento o FNP é mais eficiente do que o método estático (CHALMERS, 2004).
5.2 ESTUDO 2
Diversos estudos foram realizados com o objetivo de verificar a influência de
exercícios de alongamento sobre o desempenho esportivo, partindo do pressuposto que
haveria uma resposta positiva no desempenho muscular. O desempenho muscular pode ser
avaliado através de diferentes formas de manifestação da força. A avaliação da força máxima
é a mais comumente investigada, enquanto pouca atenção é dispensada com a resistência
(FRANCO et al, 2008) e a potência (MAREK et al, 2005; YAMAGUCHI; ISHII, 2005).
Além disso, alguns estudos concentraram seus esforços em investigar os efeitos do tipo de
alongamento sobre o desempenho muscular (MAREKet al, 2005; YAMAGUCHI; ISHII,
2005). No presente estudo, a influência de diferentes métodos de alongamento sobre os
parâmetros (PM, PP, TP) extraídos no TW foram analisados. Observando diferentes
resultados para cada tipo de método empregado. Além disso, vários estudos analisaram o
efeito agudo de exercícios de alongamento prolongados demonstrando existir uma queda
significativa no desempenho, associando a um decréscimo na resposta neural enviada ao
músculo (AVELA; KYROLAINEN; KOMI, 1999; AVELA et al, 2004; FOWLES; SALE;
MACDOUGALL, 2000). Uma investigação recente propôs que esses efeitos são dependentes
do número de séries, tempo de duração da série, além, do método de alongamento empregado
antes da realização de um gesto específico (FRANCO et al, 2008).
63
Figura 13 – Resultados do teste de Wingate mostrando a potência de pico (PP) após a
realização do TC (linha solida), AE (linha pontilhada), AD (linha tracejada) e FNP (linha
tracejada e pontilhada), onde é possível observar que os exercícios de alongamento causam
um atraso para atingir a PP.
Um efeito negativo do alongamento estático foi observado sobre a força (BEHM et al,
2004; EVETOVICH et al, 2003; KOKKONEN; NELSON; CORNWELL, 1998) e o salto
vertical (CHURCH et al, 2001; CORNWELL et al, 2001; YOUNG; BEHM, 2003).
Kokkonen et al (1998) submeteram um grupo de sujeitos à realização de cinco exercícios de
alongamento, com três séries de 15s, para o quadríceps e os ísquios tibiais. Os resultados
obtidos mostraram uma redução na avaliação de 1RM, na extensão e flexão de joelhos.
Similarmente, Fowles et al (2000) observaram um feito deletério sobre os flexores plantares
(avaliado através da força isométrica) quando 13 séries de 135s de duração foi empregada
anteriormente a avaliação da força. Ramirez et al (2007) compararam duas formas de
aquecimento precedentes a realização do TW, a primeira utilizando exercícios de AE,
64
enquanto que na segunda um aquecimento convencional na própria bicicleta foi empregado.
Os resultados encontrados demonstraram existir um decréscimo na PM e PP quando o AE
precedeu o TW. Por outro lado, no presente estudo, somente a FNP reduziu a PM, enquanto
que o AE não se mostrou diferente quando comparada com a situação controle ou o AD. No
que se refere a PP, observou-se um decréscimo similar ao encontrado por Ramirez et al
(2007) quando comparado o AE com o AD precedente ao TW. Church et al (2001)
investigaram o efeito agudo do AE sobre o desempenho no salto vertical e relataram não
haver diferenças significativas sobre a altura do salto quando comparado à condição sem
alongamento precedente. O’Connor et al (2006) investigaram o desempenho no TW adaptado
(AKIMOTO et al, 2000; ODLAND et al, 1997) após 5, 20, 40 e 60 minutos. Realizou-se dois
diferentes tipos de aquecimento, um envolvendo exercícios de AE para os músculos
envolvidos no movimento e outro realizado através de um aquecimento tradicional na
bicicleta ergométrica. Os pesquisadores observaram um aumento significativo na PM e na PP
quando o AE precede a realização dos testes. Esses achados não estão concordando com os
resultados do presente estudo, assim como não estão em acordo com os resultados observados
por Ramirez et al (2007). Provavelmente, o uso de um aquecimento específico (O'CONNOR;
CROWE; SPINKS, 2006) antes da realização dos exercícios de alongamento tenha
proporcionado um efeito ergogênico compensatório, superior ao uso de exercícios de
alongamento exclusivamente.
65
Figura 14 – Valore de média (barras) e DP do tempo (em segundos) necessário para se atingir
a PP para cada teste de Wingate (TW). Os TW foram realizados após a condição sem
alongamento (TC), o alongamento estático (AE), o alongamento dinâmico (AD) e a
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) Os ** representam a diferença significativa
encontrada entre o TC e todas as outras condições. (p < 0.001).
Yamaguchi e Ishii (2005) compararam a potência desenvolvida no leg press após a
realização do AE e dinâmico envolvendo exercícios para o quadríceps, ísquios tibias, glúteos
e flexores plantares. Os exercícios de AE foram compostos por cinco exercícios com uma
série de 30s cada, enquanto que o AD foi composto por cinco repetições realizadas de forma
lenta, seguido por 10 repetições realizadas na velocidade máxima, os grupamentos musculares
envolvidos foram os mesmos. Os autores observaram um aumento da potência desenvolvida
após o AD, mas não observou diferenças significativas quando o AE foi comparado com a
condição controle. Em outro estudo, Yamaguchi et al (2007) avaliaram a potência
66
desenvolvida na extensão de joelhos após o AD e o TC em três diferentes intensidades; 5%,
30%, e 60% da CVM, e acharam uma grande potência desenvolvida para todas as
intensidades quando o AD foi aplicado. No presente estudo, onde a potência desenvolvida foi
avaliada, observou-se resultados similares quando um protocolo de AD muito parecido foi
empregado. Entretanto, diferentemente de Yamaguchi et al (2007), em que exercícios de AD
foram mais eficientes que a condição controle, no presente estudo, ainda que o AD tenha sido
melhor que outros métodos de alongamento, não foi mais eficiente do que não alongar. A
melhora no desempenho associada à prática do AD precedente a realização de exercícios
parece estar relacionada ao mecanismo conhecido como potenciação pós-ativação (PAP).
Após a realização de contrações musculares prévias ao gesto motor principal parece ocorrer
um aumento na atividade muscular, proporcionado um melhor desempenho (ROBBINS,
2005). O mecanismo principal da PAP está associado à fosforilação da cadeia leve regulatória
da miosina, o que torna a interação de actina e miosina mais sensível ao Ca2+ proveniente do
retículo sarcoplasmático. O aumento na sensibilidade do Ca2+ tem um efeito positivo sobre o
desempenho muscular quando comparado com níveis mais baixos de Ca2+ (SALE, 2002).
Além disso, alterações na cinética da potência foram observadas quando comparado com
outros métodos de alongamento, o que pode ser associado a um aumento no PAP.
No que se refere ao método FNP, diversos estudos investigaram os efeitos sobre a
força (MAREK et al, 2005), altura do salto vertical (CHURCH et al, 2001), ou resistência
(FRANCO et al, 2008), verificando um efeito deletério sobre o desempenho. Marek et al
(2005) compararam o AE com o FNP durante a extensão de joelhos isocinétca, e também
observaram um decréscimo no torque de pico e na potência média desenvolvida em ambos os
métodos quando comparados com a condição sem alongamento. Isso também foi observado
no presente estudo, onde o FNP apresentou os piores resultados entre todos os métodos. A
67
teoria da inibição recíproca autogênica pode ser usada para explicar o grande ganho na
amplitude de movimento quando comparado com outros métodos (CHALMERS, 2004).
O principal resultado observado no presente estudo foi a diferença encontrada entre a
aplicação dos diferentes métodos de alongamento sobre o TP. O TP foi representado como o
tempo de início do teste até a PP ser atingida. O valor mais baixo do TP foi encontrado sem a
realização de exercícios de alongamento precedentes. Quando destacamos esportes que
necessitam de potência para desenvolver um melhor desempenho, podemos especular que o
uso de alguns exercícios de alongamento poderia interferir de forma negativa no desempenho.
Essa modificação na cinética da potência pode estar relacionada a uma alteração na relação
força-velocidade, devido
a
realização de
exercícios
de
alongamento sucessivos,
proporcionando uma alteração nas propriedades viscoelásticas do tecido muscular. Levando
em consideração que o TW é um teste anaeróbio máximo, não só a força mas também a
velocidade são muito necessárias para obter o desempenho máximo. O’Connor et al (2006)
observaram um decréscimo no TP no WT10, quando o AE foi comparado com a condição
sem alongamento, a principal razão para esses achados parece estar associada com o
aquecimento específico precedente aos exercícios de alongamento estático.
68
6 CONCLUSÃO
Os resultados apresentados no primeiro estudo da presente dissertação sugerem que
alguns protocolos de alongamento influenciam o desempenho muscular subseqüente. Além
disso, exercícios de alongamento estático de intensidade baixa não afetam de forma
significativa a resistência muscular. Essa variação de protocolos está relacionada a algumas
variáveis como número de exercícios e séries, tempo de duração do estímulo e método de
alongamento empregado. Nesse estudo quando manipulou-se o número de séries mantendo o
tempo do estímulo de duração, não observou-se decréscimo no desempenho muscular.
Entretanto, quando aplicou-se um estímulo de duração maior assim como o método FNP a
resistência muscular desempenhada no SR foi menor. Portanto, em homens praticantes de
musculação, o método de alongamento, e a duração do estímulo de alongamento realizado
antes do SR podem ser determinantes no desempenho muscular. Isso ocorre, pois 40s de
alongamento estático assim como o método FNP parecem influenciar o desempenho. Sendo
assim, interessados no desempenho imediato de resistência muscular devem evitar realizar
exercícios de alongamento para os músculos envolvidos com duração superior a 40s, assim
como o método de alongamento FNP.
Adicionalmente, os resultados encontrados no segundo estudo revelam uma forte
influência dos diferentes métodos de alongamento sobre o subseqüente desempenho no TW.
Além disso, a variação dos resultados no TW após os exercícios de alongamento podem ser
devido às distintas alterações na cinética da potência. Enquanto o AD parece ser mais
eficiente para otimizar o desempenho quando comparado com o AE e FNP, esses últimos
parecem causar um sério atraso no TP. Embora o estudo demonstre que o AD não é melhor
que a condição controle, normalmente ciclistas recreativos usam exercícios de alongamento
antes de pedalar. Portanto, esse estudo pode contribuir para que ciclistas amadores escolham o
69
melhor tipo de alongamento a ser utilizado antes da prática esportiva, já que os métodos
estático e FNP mostraram efeito negativo sobre o desempenho no TW, o que nos leva a crer
que também pode influenciar negativamente outros esportes que necessitem de ações de
potência.
70
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81
ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa para Realização da Pesquisa
82
83
APÊNDICE 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido aplicado no estudo 1
84
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome: _______________________________________________
Data: ___/___/___
Informações sobre o consentimento: A fim de avaliar o desempenho e a capacidade de
produzir força máxima de membros superiores, você consente, voluntariamente e
gratuitamente, em realizar um teste de uma repetição máxima. Antes de ser testado, será
submetido a uma avaliação antropométrica e a uma anamnese completa (para mostrar se o
teste deve ou não ser realizado). Após, você deverá realizar um aquecimento articular
específico, realizado no exercício proposto de acordo com o dia de teste, em seguida você será
submetido a três tentativas de obtenção de carga máxima, com intervalo de 3 a 5 minutos
entre tentativas. Nos outros dias de teste você será submetido a diversos protocolos de
alongamento que precederão a avaliação da resistência muscular em três tentativas com
intervalo de 3 a 5 minutos entre as tentativas.
Riscos do teste: Incluem alterações na freqüência cardíaca e possibilidade de alterações
significativas na pressão arterial. Existe uma chance remota de contusão e uma chance ainda
mais remota de um evento cardíaco.
Os Benefícios do teste: Incluem avaliação quantitativa da capacidade de trabalho, esforço
físico e apreciação crítica de qualquer estado que altere sua capacidade física. Conhecimentos
esses que facilitam o melhor tratamento e um prognóstico mais preciso de problemas
cardiovasculares e ortopédicos futuros.
São assegurados os direitos de retirar-se do teste ou explicitar perguntas em qualquer
momento com impunidade e o direito de ocultar informações confidenciais sem o
consentimento. O seu bem-estar e sigilo absoluto serão protegidos, dado que as informações
aqui colhidas são inteiramente confidenciais.
Além de participar deste teste, você permite também que seus resultados sejam registrados
para estudos evolutivos futuros, onde seu nome será mantido em total sigilo.
CONSENTIMENTO: Após ter lido as informações acima e tendo tido oportunidade de
formular perguntas, consinto de boa-vontade submeter-me ao teste.
Destino dos dados: todos os dados coletados na pesquisa serão armazenados por um período
de cinco anos, estando disponíveis para os interessados.
DATA:____/____/_____ ASSINATURA: _________________________________
HORA:_______:_______ TESTEMUNHA: _________________________________
Pesquisador responsável: Bruno Leal Franco.
Telefone: (21) 7827-1726 e (21) 9406-6466
85
APÊNDICE 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido aplicado no estudo 2
86
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome: _______________________________________________ Data: ___/___/___
Idade: ______________ anos
Sexo: ________________
Informações sobre o consentimento: A fim de avaliar o desempenho e a capacidade
funcional do coração, pulmões e vasos sanguíneos, você consente, voluntariamente e
gratuitamente, em realizar 5 testes de esforço anaeróbio máximo. Antes de ser testado, será
submetido a uma avaliação antropométrica e a uma anamnese completa (para mostrar se o
teste deve ou não ser realizado), após deverá pedalar em uma bicicleta ergométrica, com carga
equivalente a 7,5% de sua massa corporal na maior velocidade possível por 30 segundos.
Além disso, serão aplicados diferentes protocolos de alongamento antes de alguns desses
testes, realizados de maneira aleatória.
Riscos do teste: incluem alterações ocasionais na freqüência cardíaca e possibilidade de
alterações excessivas na pressão arterial. Existe uma chance remota de desmaio e uma chance
ainda mais remota de um evento cardíaco (1/10.000).
Os Benefícios do teste: incluem avaliação quantitativa da capacidade de trabalho e esforço
físico e apreciação crítica de qualquer estado que altere sua capacidade física, cujos
conhecimentos facilitam o melhor tratamento e um prognóstico mais preciso de problemas
cardíacos futuros.
São assegurados o direito de retirar-se do teste ou explicitar perguntas em qualquer momento
com impunidade e o direito de ocultar informações confidenciais sem o consentimento. O seu
bem-estar e sigilo absoluto será protegido, dado que as informações aqui colhidas são
inteiramente confidenciais.
Além de participar nesse teste de esforço, você permite também que seus resultados sejam
registrados para estudos evolutivos futuros, onde seu nome será mantido em total sigilo.
CONSENTIMENTO: Após ter lido as informações acima e tendo tido oportunidade de
formular perguntas, consinto de boa-vontade submeter-me ao teste.
Destino dos dados: todos os dados coletados na pesquisa serão armazenados por um período
de cinco anos, estando disponíveis para os interessados.
DATA:____/____/_____ ASSINATURA: _________________________________
HORA:_______:_______ TESTEMUNHA: _________________________________
Pesquisador responsável: Bruno Leal Franco.
Telefone: (21) 7827-1726 e (21) 9406-6466
87
APÊNDICE 3 – Artigo publicado no JSCR
ACUTE EFFECTS OF DIFFERENT STRETCHING
EXERCISES ON MUSCULAR ENDURANCE
BRUNO L. FRANCO,1 GABRIEL R. SIGNORELLI,2 GABRIEL S. TRAJANO,3 AND CARLOS G. DE OLIVEIRA1
1
Postgraduate Program in Physical Sciences Activities, Salgado de Oliveira University, Nitero´i, Brazil; 2Postgraduate Program
in Sportive Training, School of Physical Education, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil; and
3
Postgraduate Program in Exercise Physiology, School of Physical Education, Gama Filho University, Rio de Janeiro, Brazil
ABSTRACT
Franco, BL, Signorelli, GR, Trajano, GS, and de Oliveira, CG.
Acute effects of different stretching exercises on muscular
endurance. J Strength Cond Res 22(6): 1832–1837,
2008—This study aims to evaluate the acute effects of different
stretching exercises on muscular endurance in men, in terms of
the number of sets, set duration, and type of stretching. Two
experiments were conducted; in the first one (E1), the subjects
(n = 19) were evaluated to test the effect on the number of sets,
and, in the second one (E2), the subjects (n = 15) were tested
for the effect of set duration and type of stretching. After
a warm-up of 10–15 repetitions of a bench press (BP) with
submaximal effort, a one-repetition maximum (1RM) test was
applied. For E1, BP endurance was evaluated after static
stretching comprising one set of 20 seconds (1 3 20), two sets
of 20 seconds (2 3 20), and three sets of 20 seconds (3 3 20).
For E2, BP endurance was evaluated after static stretching
comprising one set of 20 seconds (1 3 20), one set of 40
seconds (1 3 40), and proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF) stretching. All tests were performed 48–72 hours
apart, at which time the muscular endurance was assessed
through the maximal number of repetitions (NR) of BP at 85% of
1RM until fatigue. The NR and the overload volume (OV) were
compared among tests through repeated-measures analysis of
variance. No significant effect of the number of sets on
muscular endurance was observed because no statistically
significant difference was found when comparing all stretching
exercises of E1 in terms of NS (p = 0.5377) and OV (p =
0.5723). However, significant reductions were obtained in the
set duration and PNF on NR (p , 0.0001) and OV (p ,
0.0001), as observed in E2. The results suggest that a
stretching protocol can influence BP endurance, whereas
a decrease in endurance is suggested to be attributable to set
Address correspondence to Bruno L. Franco, [email protected].
22(6)/1832–1837
Journal of Strength and Conditioning Research
Ó 2008 National Strength and Conditioning Association
1832
the
duration and PNF. On the other hand, a low volume of static
stretching does not seem to have a significant effect on
muscular endurance.
KEY WORDS static, proprioceptive neuromuscular facilitation,
flexibility, bench press
INTRODUCTION
E
nhancing flexibility has been recommended as an
important component of exercise programs aimed
at physical fitness (23), whereas stretching
exercises during warm-up activities have been
widely employed by fitness participants and athletes.
Stretching is generally employed to avoid muscle injury
and to improve performance (1,27); however, this concept
has been refuted by some studies (14,29,30). Among the
stretching techniques applied, the static method is more
often practiced in recreational exercises, likely because of its
ease and safety (1,33). Other techniques are often used, such
as dynamic (13) and ballistic stretching (21). Another
technique that has been recently proposed (26) is known
as proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF), which is
more often applied to those athletes whose performance
requires flexibility.
The effect of stretching on physical fitness and strength
production has not been established. Some authors have
proposed that stretching increases, whereas others suggest
that it decreases, strength capacity. Acute static stretching has
been shown to decrease the strength of stretched muscles
(4,15,21,22). Static stretching has also been observed to
significantly reduce the sprinting performance of 20-m
runners (20), and it was associated with reduced performance
of depth jumpers (7,32) and in reducing vertical jump height
(6,34). A decrease in muscle performance in the quadriceps
during isokinetic exercise was also observed after PNF and
static stretching (17). Evetovich et al. (10) found a decrease in
biceps brachii peak torque for two different speeds, 30 and
270°s21, after stretching. On the other hand, a significant
decrease in strength performance was not observed after the
application of a static stretching protocol (3,8,9,19), and static
stretching, employed as part of the warm-up section in
professional soccer players, did not reduce speed motor
TM
Journal of Strength and Conditioning Research
Copyright © N ational S trength and Conditioning A ssociation. Unauthorized reproduction of this article is prohibited.
the
TM
Journal of Strength and Conditioning Research
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TABLE 1. Mean and standard deviation (SD) of the main anthropometric characteristics of the sample who performed the
experiment 1 (E1) and experiment 2 (E2).
Experiments
E1 (n = 19)
E2 (n = 15)
Mean
SD
Mean
SD
Height (cm)
Weight (kg)
BMI (kgm22)
FM (%)
FM (kg)
FFM (kg)
176.8
7.5
175.9
7.2
76.9
6.8
76.8
7.0
24.5
2.7
24.4
2.6
10.3
2.9
10.2
3.2
7.9
2.2
7.8
2.4
69
6.9
69
7.2
BMI = body mass index; FFM = fat-free mass; FM = fat mass.
capacity (16). According to Fowles et al. (11), the reason for
the decrease in voluntary force production is the depressed
motor unit activation, which remains reduced for 1 hour after
static stretching. Furthermore, structural alterations are
suggested to contribute to neural alterations and to reduce
reflex sensitivity (2).
The effect of the stretching period and/or number of sets
on muscular performance seems to have been only minimally
investigated. Yamaguchi and Ishii (31) found that performing
five exercises, each comprising one set of a short period of
static stretching, such as 30 seconds, did not affect power
production in leg extensions, but, as highlighted by the
authors, the stretching time was very short. Fowles et al. (11)
found a reduction in force after 13 sets of stretching, each
lasting 135 seconds. These data suggest that the number of
sets and/or time duration may have an effect on muscle
performance after a period of stretching. Despite the
important relationship between stretching and muscular
capacity in athletic performance, Nelson et al. (22) made
a unique investigation of the effect of stretching on muscular
endurance and found a deleterious effect on endurance when
applying loads of 40, 50, and 60% of body weight.
The purpose of the present study was to assess the influence
of single and multiple sets of static stretching on the endurance of upper-limb muscles. Further, the study compares
different stimulus durations and static vs. PNF stretching
exercises in terms of subsequent muscular endurance.
METHODS
Experimental Approach to the Problem
In the present study, two different and independent objectives
were achieved with the aim of investigating the effect of
stretching on muscular endurance. The first one was related
to the number of static exercise sets, and the second one was
related to the set duration of a static exercise and the effect of
a PNF exercise. To that end, two different, independent
experiments were employed. The first experiment (E1) tested
whether the number of sets of a static stretching exercise
influences the muscular endurance test. The second experiment (E2) tested whether the set duration of a static
stretching exercise has any effect on the response of muscular
endurance. In addition, E2 investigated whether a PNF
exercise influences muscular endurance.
Subjects
The subjects in E1 were 19 males with a mean (SD) age of 25
(5.1) years, and those in E2 were 15 males with a mean age of
25.6 (4.6) years. All of the subjects were volunteers and
regularly practiced resistance training (see Table 1 for the
main anthropometrics characteristics); they had been
training for activities for at least 6 months before and during
the study period. None of them were engaged in any regular
or organized stretching program. Written and oral consent
from each individual was obtained before the experiment
commenced. The experimental protocol was approved by
ethics committee of Salgado de
Oliveira University. The participants were not informed of the
results until the study was
completed.
Procedures
Figure 1. Flow chart illustrating the order of the exercises performed during experiment 1 (E1) and experiment 2
(E2). NS = nonstretching condition.
The order in which the exercises (Figure 1) were performed
in both experiments was warmup, one-repetition maximum
(1RM) test, stretching (when
applicable), and the muscular
endurance test, accomplished
VOLUME 22 | NUMBER 6 | NOVEMBER 2008 |
1833
Copyright © N ational S trength and Conditioning A ssociation. Unauthorized reproduction of this article is prohibited.
Stretching and Muscular Endurance
on four different days for each experiment. Before any
exercise, including stretching, the subjects were submitted to
a warm-up that consisted of one set of bench press (BP)
exercise. The set included 10–15 repetitions with a submaximal load that was freely selected by the subject. After the
warm-up, a test was applied to assess the 1RM of the BP
exercise. The protocol to assess the 1RM was similar to that
previously reported (28), which showed very high day-today reliability. In summary, each subject had a maximum of
three 1RM attempts of exercise with 3-minute rest intervals
between attempts. Standard exercise techniques were
followed for each exercise, and no pause was allowed
between eccentric and concentric phases. For a repetition to
be successful, a complete range of motion had to be
completed, which comprised the range between a fully
extended elbow and 90° flexion. The highest value obtained
from the three trials was computed as 1RM for further use
during the endurance exercise. To guarantee the accuracy of
the 1RM test, the subjects received standard instruction on
how to perform the exercise, their technique was monitored,
and they were encouraged during the attempts.
The two experiments consisted of evaluations of muscle
endurance after stretching protocols, assessed on four
different days in both experiments. The protocol for the
assessment of endurance was the same as that used in
a previous study (28), including the 48- to 72-hour interval
between each test of each experiment. Muscle endurance was
defined as the maximum repetition of BP (MRBP) until
fatigue, obtained at 85% of 1RM with the subject in the
supine position, lying on a bench, with the subject’s feet able
to touch the ground. The range of movement during exercise
was the same as that employed during the 1RM test. The
same procedures that were adopted to avoid measurement
errors during 1RM were employed during this test.
Moreover, no interval was permitted between the concentric
and eccentric phases. The subjects were encouraged to
perform as many repetitions as possible at maximal speed,
although the speed was not measured. The stretching
exercises employed in all exercises were designed to stretch
the major muscles involved in BP, and they were performed
by subjects in the upright position. The tester held each
subject’s hands and extended the subject’s elbows (Figure 2)
until the subject reported discomfort.
The order of tests in both experiments was randomly
selected. For E1, each subject performed the MRBP on one
of three days, when the nonstretching (NS) condition was
assessed. On the remaining days, the subject performed the
MRBP immediately after each of the stretching protocols
consisting of one set of 20
seconds (1 3 20), two sets of
20 seconds (2 3 20), or three
sets of 20 seconds (3 3 20). In
E2, as in E1, an NS condition
was assessed on one of the days,
and the MRBP was performed
during the remaining days, following three stretching protocols consisting of one set of 20
seconds (1 3 20), one set of 40
seconds (1 3 40), and the PNF
protocol. In all of the protocols,
the MRBP evaluation was performed three times, allowing for
a recovery period of 3 minutes
between each trial. The number
of repetitions (NR) was determined by computing the highest score from the three.
Further, the overload volume
(OV), defined as the product of
the NR and the load lifted (85%
of 1RM) by each subject, was
also computed.
Statistical Analyses
Figure 2. Illustration of the procedure for stretching of target muscles. (A) Starting position; (B) final position.
1834
the
The NR and OV obtained in
each experiment were compared by repeated-measures
analysis of variance, and the
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the
TM
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same test was also applied in comparisons of endurance
performance between stretching and NS conditions. When
applicable, a Tukey honestly significant difference post hoc
test was employed, and a significance level of 0.05 was
adopted.
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was 941.9 (184.8) kg, 825.7 (147.1) kg for 1 3 40, and 771.1
(173.0) kg for PNF, and these values were significantly lower
than that of NS—1022.3 kg (204.8)—as revealed by a post hoc
comparison (Figure 4). As presented with the NR, OV
showed the PNF to be lower than 1 3 40, and 1 3 40 differed
from 1 3 20 (Figure 4).
RESULTS
The results show that the number of sets did not have any
influence on muscle endurance. The data also show that the
same values were obtained with and without stretching in E1.
No significant differences were found among tests (F =
0.7314, p = 0.5377) when comparing the NS condition or
single and multiple sets of static stretching (Figure 3). The
mean (SD) repetitions were 11.2 (1.8) for NS, 10.8 (1.9) for
1 3 20, 10.7 (1.4) for 2 3 20, and 11.3 (2.5) for 3 3 20. On the
other hand, the duration of the set influenced muscle
endurance as shown in E2, because NS, static, and PNF
stretching showed the values to be significantly different (p ,
0.05), with mean (SD) repetition values of 11.2 (1.6) for NS,
10.3 (1.6) for 1 3 20, 9.1 (1.8), for 1 3 40, and 8.5 (1.7) for
PNF. The lowest performance was obtained after PNF
stretching, as the post hoc test revealed a lower value when
comparing NS and 1 3 40, NS and PNF, and 1 3 20 and
PNF (Figure 3).
The same tendency observed with NR was seen with
OV, as no significant difference was observed among all tests
(F = 0.673, p = 0.5723) in E1. The OV values were 995.5 kg
(227.2) for NS, 963.5 kg (214.4) for 1 3 20, 946.1 kg (234.2)
for 2 3 20, and 986.5 kg (221.1) for 3 3 20. Again, the set
duration and PNF were associated with decreased muscle
endurance because the tests performed in E2 presented
significant differences (p , 0.05). The mean (SD) of 1 3 20
Figure 3. Mean (bar) and standard deviation values of the numbers of
repetitions obtained during the nonstretching condition (NS); from
experiment 1 (E1), after 1 3 20 (S1), 2 3 20 (S2), and 3 3 20 (S3)
stretching; and from experiment 2 (E2), after 1 3 20, 1 3 40, and
proprioceptive neuromuscular facilitation stretching, together with the
significant values obtained after the post hoc test. No statistical
significance was reached in E1 (p . 0.05).
DISCUSSION
Flexibility has been recommended as an important component of exercise programs aimed at physical fitness (23).
However, the influence of stretching exercises on muscle
strength is not well established, because some investigators
have proposed that stretching is responsible for decreasing
strength (4,15,21,22), some suggest that it does not have an
influence (3,9,19), and others suggest that it increases
strength (31). Furthermore, few studies have addressed the
effect of stretching on muscular endurance, and this is a very
important factor in the performance of many athletic
activities. The results of E1 in the present study show that
muscular endurance in BP performed after static stretching,
in single or multiple sets of 20 seconds, was not different from
that after NS. However, the results of E2 revealed a significant
reduction in muscle endurance based on the type of
stretching and the stimulus duration.
The effect of static stretching on muscle strength has been
widely investigated by means of isometric (2,4,11), isokinetic
(10,12,19), and isotonic (15,21,22) evaluation. All of the
studies using isotonic exercises found decreases in the force,
whereas those using isometric and isokinetic methods found
no difference or decreases. In the present study, in which the
isotonic approach was employed, no difference was observed
regarding the number of sets. Importantly, the force was not
Figure 4. Mean (bar) and standard deviation values for the overload
volumes obtained during the nonstretching condition (NS); experiment 1
(E1), after 1 3 20 (S1), 2 3 20 (S2), and 3 3 20 (S3) stretching; and
experiment 2 (E2), after 1 3 20, 1 3 40, and proprioceptive
neuromuscular facilitation stretching, together with the significant values
obtained after the post hoc test. No statistical significance was reached in
E1 (p . 0.05).
VOLUME 22 | NUMBER 6 | NOVEMBER 2008 |
1835
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Stretching and Muscular Endurance
assessed; rather, the endurance was, which does not depend
only on the force. Nelson et al. (22) applied five exercises in
a stretching protocol with three sets lasting 15 seconds,
followed by an isotonic endurance test in which a reduction
of muscular performance after stretching was observed.
Fowles et al. (11) found a significant decrease in isometric
force after a stretching protocol composed of one exercise
with 13 sets of 135 seconds of stimuli. Similarly, Evetovich
et al. (10) used exercise of the upper-limb muscles, through
isokinetic torque evaluation after a stretching protocol
composed of three exercises with four sets lasting 30 seconds
each. On the basis of their findings, the authors hypothesized
that a reduction in strength performance after successive
stretching is attributable to alterations in the viscoelastic
properties of the muscle, which, in turn, may alter the lengthtension relationship. However, it should be pointed out that
most of the studies that found decreases in the force after
static stretching exercise employed more than one kind of
exercise for the same muscle, with larger ranges and/or
numbers of sets than those reported to be used in sport
activities, with stimuli lasting from 120 to 3600 seconds (24).
In the present study, the absence of a decrease in endurance
was observed for subjects who stretched with one, two, or
three sets of 20 seconds, providing a total stimuli duration
ranging between 20 and 60 seconds, which is lower than the
lowest value of 120 seconds presented in the literature. This
might lead one to interpret that the high volume of stretching
exercises is one of the reasons for the observed reduction in
muscle strength after static stretching. On the other hand, in
the present work, in the group that was stretched by only one
set of 20 and 40 seconds, a statistical reduction was observed
relative to the 40-second set only. Thus, the stimuli duration
seems to be an important factor in determining whether the
static stretch decreases muscle capacity. In summary, the
reduction of muscular performance seems to be dependent
on the stretching protocol.
Proprioceptive neuromuscular facilitation stretching generally leads to a force decrease (17,18,25). Further, Marek et al.
(17) have reported decreases in peak torque, mean power
output, and EMG amplitude when comparing prestretching
with poststretching procedures. In a similar manner, the
present study has shown a reduction of muscle endurance
after PNF stretching, even with a small duration and with
only one stretching exercise. It should be highlighted that the
same exercise duration did not result in a significant
reduction of muscle performance with a static method.
The theory of autogenic and reciprocal inhibition has been
used to explain the larger range of motion gained by PNF
when compared with others’ methods (5). The autogenic
inhibition mechanism refers to a decrease in the excitability
of a contracted or stretched muscle, which reduces the
efferent drive to the muscle and decreases motor unit
activation. This suggests that a larger range of movement is
associated with further decreased motor unit activation,
which may justify the more significant effect of loss in BP
1836
the
performance caused by a PNF method. Thus, one might
hypothesize that the same mechanism that involves PNF,
which leads the muscle to gain a large range of movement,
can negatively influence the endurance of this muscle. This
hypothesis is in accordance with the idea that a PNF method
is more likely responsible for the decrease on muscle strength
than a static stretch. On the other hand, when a person
intends to increase his or her range of movement, a PNF
stretch is more beneficial than a static stretch (5).
PRACTICAL APPLICATIONS
The results of this study suggest that some stretching
protocols influence subsequent muscular endurance. Moreover, low-intensity static stretching does not significantly
affect endurance. This variation may be the result of distinct
stretching durations and intensities, which were lower than
those usually employed in this type of stretching. However,
when a longer duration and a PNF protocol were used, the
endurance during a BP decreased. Therefore, in male
recreational weight lifters, the type of stretching, static or
PNF, and the duration applied before a BP exercise may
determine the exercise endurance. This is because only a
40-second static stretching protocol and PNF seem to
influence the performance. For those interested in short-term
endurance gains, the use of PNF stretching before strength
training should be avoided.
ACKNOWLEDGEMENTS
The authors thank the subjects for their participation and are
very grateful to A!Bodytech club managers for allowing us to
use their facilities during this study.
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94
APÊNDICE 4 – Artigo submetido ao JSCR
95
TITLE: Acute Effects of Three Different Stretching Protocols on the Wingate
Test Performance
96
Abstract
The purpose of this study was to examine the acute effects of different
stretching exercises on the performance of the traditional Wingate test (WT).
Fifteen male participants (age = 25 ± 3.3 yrs; height = 178.5 ± 8 cm; body
mass = 78.3 ± 7.9 kg; body fat% = 15.4 ± 3.5%) performed five WT; one for
familiarization (FT), and the remaining four after no stretching (NS), static
stretching (SS), dynamic stretching (DS), and proprioceptive neuromuscular
facilitation (PNF). Stretches were targeted for the hamstrings, quadriceps, and
calf muscles. The load of the WT corresponded to 7.5% of body mass. Data
were analyzed at 10Hz, allowing a 0.1 s resolution for the power signal. The
peak power (PP), mean power (MP), and the time to reach PP (TP) were
calculated. The FT and NS trials were used to examine the protocol reliability.
High reliability was observed on all variables (MP = 0.96; PP = 0.87; TP =
0.98). A Repeated measures ANOVA was used to compare the NS, SS, DS,
and PNF conditions. The MP was significantly different only between the DS
and PNF conditions (p = 0.015). For PP, significantly different results were
found (p = 0.003) in more interactions, with PNF stretching providing the
lowest result. A consistent increase of TP was observed after all stretching
exercises compared to NS (p < 0.001). Although DS appeared to be more
efficient at improving maximal performance in WT compared to SS and PNF,
the delay in TP after all stretching exercises suggests not stretching may offer
the best results for those interested in high performance during lower body
maximal effort.
Key Words: static stretching, proprioceptive neuromuscular facilitation,
dynamic stretching, anaerobic power
97
INTRODUCTION
Many athletes perform stretching exercises during warm-up prior to
physical activity in order to prevent injuries and enhance their performance
through an increase in flexibility (2, 13). However, recent investigations have
reported acute stretching may reduce athletic performance by decreasing
muscle strength (5, 10, 15), muscle endurance (12, 18), vertical jump (7, 8,
30), and sprint performance (19). This is important, as the muscle force
presented in different outputs (maximal, endurance, and explosive) constitutes
a determining factor of the performance achieved in sport.
It has been proposed prolonged stretching is associated with a
decrease in neural input to the muscles being stretched, resulting in acute
reductions in performance (11). Avela et al. (3) reported prolonged passive
stretching (PS) of the ankle plantar-flexor muscles decreased its maximal
voluntary contraction (MVC) force for up to 1 hour due to reduced motor unit
activation and force-generating capacity. Similar results were observed by
Fowles et al. (11) after participants repeated a prolonged static stretching
routine. In their study, MVC and electromyography (EMG) activity of the
triceps surae muscles decreased following stretching (11). In addition, Costa
et al. (9) reported significant decreases in hamstring peak torque across the
velocities of 60, 180, and 300∙s-1 following static stretching.
A relatively moderate amount of static stretching has not been shown
to alter lower body strength (5, 17, 28). For instance, Yamaguchi and Ishii
reported no adverse effects on muscular power in the leg press exercise after
one set of 30 s using five passive stretching exercises (28). Moreover, Ogura
98
et al. (22) compared two static stretching durations (30 s and 60 s) on the
quadriceps. The 30 s of stretching did not affect muscular performance;
however, 60 s caused a significant decrease in strength. Hence, it appears
the duration of stretching may be a significant factor. Thus, different results
have been found across different studies with relatively longer stretching
protocols typically producing lower performance results. Furthermore, the
number of repetitions, duration of each repetition, muscle involved in
stretching sessions, and the type of stretching may be additional factors
explaining divergent findings presented in the literature (12).
Despite the use of various stretching techniques, including static
stretching, ballistic stretching, proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF),
and dynamic stretching (2), few studies have investigated the influence of the
type of stretching on athletic performance. Marek et al. (16) investigated the
differences between static and PNF stretching on isokinetic leg extension in
recreationally-active males and females and reported a negative effect of
equal magnitude in both stretching exercises. Conversely, Yamaguchi and
Ishii (28) reported static stretching applied in moderate duration did not affect
post-stretching performance, whereas dynamic stretching increased the
power developed in the leg press. In contrast, Unick et al. (27) compared the
influence of static and ballistic stretching on vertical jump and found no
significant effects on jump performance. Finally, Franco et al. (12) investigated
the effects of different types and durations of stretching on muscular
endurance and found negative effects with one set of 40 s of static stretching
and PNF stretching.
99
Muscular performance and its enhancement, such as changes in force,
speed of contraction, and power, have been of interest to those who
investigate stretching and its effects on muscles. Regarding sports and
athletic performance, dynamic muscle actions are typically the most observed.
The Wingate test (WT) is a common dynamic test used to evaluate an
athlete’s anaerobic performance. Ramirez et al. (23) compared the results of
the WT (30 s) performance after a static stretching exercise protocol to those
after a conventional cycling warm up protocol and found lower peak power
(PP) and mean power (MP) with the stretching intervention. Similarly,
O’Connor et al. (20) investigated the acute and sub acute effects of static
stretching on cycle performance when participants were submitted to an
adapted WT (10 s; WT10 s). The PP, total work (TW), and time to reach the
peak power (TP) were assessed at 5, 20, 40, and 60 minutes after one of two
warm up protocols (20). In one protocol, the participants performed a
conventional cycle warm up, whereas in another they performed a
conventional cycle warm up and stretching exercises. The stretching
exercises were aimed at the muscles involved in cycling. The PP and TW
were greater and the TP occurred earlier when static stretching was
performed compared to when it was not.
The findings from these two studies appear contradictory, and one
might attribute the conflicting results to the different methods employed. Thus,
a novel finding of an increase in muscle power after static stretching suggests
the need of new studies to further clarify this question. Therefore, the purpose
of the present study was to examine and compare the acute effects of three
different stretching exercises on a maximal anaerobic WT. It was
100
hypothesized any stretching exercise would lead to a loss in strength and
consequently loss of power throughout the anaerobic cycle performance.
METHODS
EXPERIMENTAL APPROACH TO THE PROBLEM
This study was designed to examine and compare the acute effects of
three different stretching protocols on muscle power performance during a
dynamic activity. A repeated measurements design was followed, where the
effects of different types of stretching were assessed during five separate
visits. Hence, the variables peak power, mean power, and the time to reach
the peak power were evaluated during the Wingate test after a static
stretching, dynamic stretching, PNF stretching, or no stretching condition.
SUBJECTS
Fifteen recreationally-active male participants with a mean (SD) age of
25 (3.3) years old volunteered for the study (see Table 1 for the main
physiological and anthropometric characteristics). The participants had been
exercising for at least six months prior to and during the study period but none
of the subjects were engaged in any regular or organized stretching program.
After the subjects were informed of any possible experimental risks, written
and oral consent from each individual was obtained prior to the start of the
study. The experimental protocol was approved by the Ethics Committee of
101
the University. The participants were not informed of the results until the study
was completed.
PROCEDURES
The participants performed five traditional WT on five non-consecutive
days (Figure 1), allowing a rest period of 48- to 72-hr between tests. Three
WT were performed after stretching exercises and two WT were performed
after no stretching. The first WT that each participant performed incorporated
no stretching or warm-up and was used strictly for familiarization purpose (FT)
to the WT protocol. Each WT was performed on a cycle ergometer designed
for immediate-load resistance with toe clips to prevent foot slippage (Monark
Ergomedic 828E, Sweden). The three stretching protocols were: 1) a static
stretching (SS) exercise consisting of three sets of 30 s, 2) a dynamic
stretching (DS) exercise consisting of three sets of five slow repetitions
followed by 10 fast repetitions completed as fast as possible, and 3) a
proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF) exercise. The PNF exercise
was performed three times with the participant achieving maximum tolerable
range of motion of the targeted muscle while an experimenter used opposite
force for eight seconds, followed by relaxation. The stretching exercises were
aimed for the hamstrings, the quadriceps, and the calf muscles (Table 2 and
3). In addition, a no stretching exercise (NS) condition was included as a
control. The order of stretching protocols (NS, SS, DS, and PNF) was
randomly selected. The WT was performed in the seated position, and the
participants were instructed to pedal as fast as possible against a load
corresponding to 7.5% of body mass (14).
102
During the WT, video was digitally recorded by a camera (A410,
Cannon, Japan), stored in a personal computer, and further analyzed at the
rate of 10 Hz, allowing the calculation of the power signal as the product of the
load and the speed for each 0.1 s. The speed was calculated by means of the
frequency of cycling in a given time and the perimeter of the wheel. From the
calculated power signal, the data of PP and MP were determined according to
methods previously reported (14). In addition, the time between WT initiation
and PP was recorded (TP). The data of PP and MP from each subject were
normalized in reference to respective body mass in order to reduce the intersubject variability.
STATISTICAL ANALYSES
Data from FP and NS were used to examine the reliability of the
protocol within the sample investigated. Thus, test-retest procedures were
applied, which included paired t-tests and Intraclass correlations for PP, MP,
and TP. A repeated measures ANOVA was used to compare PP, MP, and TP
among all stretching and no stretching conditions and when applicable, the
correction for sphericity was employed. When necessary, Tukey HSD post
hoc tests were used. An alpha level of p ≤ 0.05 was considered statistically
significant for all comparisons.
103
RESULTS
The non sphericity was found in the TP (p = 0.003), where the
correction was implemented in the ANOVA, and not in the remaining variables
(p = 0.25 and 0.18 for MP and PP respectively).
The results for FP and NS revealed high reliability for all variables
examined (Table 4). The results for the dependent variable of MP
demonstrated a statistically significant effect among the stretching exercises
(F = 3.4; p = 0.015), which was due to the higher value of DS (7.7 ± 0.9 w/kg)
when compared to PNF (7.3 ± 0.9 w/kg), as revealed by further post hoc
testing (Figure 2). Similarly, the PP demonstrated a statistically significant
effect among the stretching exercises (F= 6.17; p = 0.003). However,
differently from MP, this was due to differences between more than two
variables (Figure 2), but consistently PNF tended to have the lowest values of
power compared to the other stretching protocols.
The results for the dependent measure of TP demonstrated this
variable to have the most consistent pattern in terms of differences across
stretching conditions because a consistent delay of this peak was observed
after all stretching exercises (Figure 3). The ANOVA performed for correction
for non sphericity revealed the differences among stretching exercises to be
statistically significant (F=11,64; p = 0.004), which was due to several
comparisons (Figure 4). The only comparisons that did not present statistical
significance were between SS and PNF. The no stretching condition resulted
in the lowest values for TP (p < 0.001).
104
DISCUSSION
Many studies have been conducted investigating the effects of
stretching on the performance of recreation sports and athletes due to
changes in muscular capacity, which can be evaluated by means of different
muscle performance variables. From these variables, strength has been
widely investigated, whereas little attention has been given to endurance (12)
and power (16, 28). The latter depends not only on force generated by the
muscle, but also on the speed of muscular contraction. In addition, few studies
have attempted to investigate the effect that the type of stretching exercise
has on performance, (16, 28). In the present study, the influence of stretching
exercises on lower body power parameters (MP, PP, and TP) during the WT
was addressed and some effects were found on the variables related to
power. Alternatively, several studies have demonstrated that relatively longer
stretching interventions result in acute reductions in performance, with an
associated decrease in the neural input to the muscle (3, 4, 11). A recent
investigation proposed these effects would depend on the number of sets,
stretching duration, and type of stretching (12).
A negative effect of static stretching has been observed while reducing
the strength (5, 10, 15) and the height of vertical jump (7, 8; 30). Kokkonen et
al. (15) examined participants who performed three sets of five stretching
exercises (15 s per stretch) on quadriceps and hamstrings and reported a
reduction in strength by the decrease of 1RM test of knee extension and
flexion. Similarly, Fowles et al. (11) observed an adverse effect on strength of
the plantar flexors (assessed by isometric force) when one stretching exercise
105
of 13 sets with a duration of 135s was performed. Ramirez et al. (23)
compared two performances of WT, one test following a static stretching
exercise and the other following a conventional cycle warm up, and found a
decrease in PP and MP when comparing stretching with a conventional warm
up. Conversely, in the present study, only PNF reduced MP, which implies the
static procedure did not decrease MP when compared to NS or to DS. This is
similar to the findings reported by Ramirez et al. (23) who also reported
reduced PP measures after SS compared to after DS as demonstrated in the
present study.
Church et al. (7) investigated the acute effect of SS on vertical jump
performance and reported no significant difference on height, when static
stretching was compared to no stretching. O’Connor et al. (20) evaluated the
effects of stretching on an adapted Wingate test, or the WT for 10s (1, 21).
The participants performed the modified WT after 5, 20, 40, or 60 minutes
following one of two different warm up protocols: one consisting of a
conventional cycle warm up and another comprising of static stretching
exercises for the involved muscles. They found greater results for MP and PP
when the stretching was performed. These findings are not in agreement with
the results from the present study, nor with the results from Ramirez et al.
(23). Perhaps, the use of a specific warm up by the authors (20) before
performing the stretching intervention had the potential effect of improving the
results rather than the stretching protocol itself.
Yamaguchi and Ishii (28) compared the power output on a leg press
performed after static stretching and dynamic stretching aimed for the
quadriceps, hamstrings, gluteus, and calf muscles. The stretching exercises
106
comprised of one set of five stretches for 30s each, while the dynamic
stretching comprised of five slow and 10 fast repetitions of the same
stretches. The authors found an improvement of power output with dynamic
stretching. However, no significant differences for static stretching exercises
were reported. In a different approach, Yamaguchi et al. (29) examined the
power output of the knee extensors after dynamic stretching at three different
intensities; 5%, 30%, and 60% of MVC, and found higher power output for all
intensities when dynamic stretching was performed compared to no
stretching. In the present study, when speed was the goal with a fixed load,
and a very similar dynamic stretching intervention was performed, comparable
results were found. However, differently from Yamaguchi et al. (29), although
the dynamic exercises were found to be more efficient than the other
stretching exercises, it was not more efficient than no stretching (29). The
hypothesis for such a divergence is that the present study required maximal
instead of sub maximal effort. Furthermore, after previous contractile activities
a transient improvement in muscular performance has been shown to occur
(24, 26), termed postactivation potentiation (PAP). The principal mechanism
of PAP is the phosphorylation of myosin regulatory light chains, which renders
the actin-myosin interaction to be more sensitive to Ca 2+ released from the
sarcoplasmic reticulum. Increased sensitivity to Ca2+ has the greatest effect at
low myoplasmic levels of Ca2+, improving muscular performance (24,26).
Moreover, an increase in time to reach PP was observed, and this alteration in
power kinetics might thus be associated with an increase in PAP.
Regarding PNF stretching, the studies that investigated its effects on
strength (16), vertical jump height (7), and endurance (12), found acute
107
negative effects on these variables. Marek et al. (16) compared static
stretching with PNF during isokinetic leg extension, and found a decrease in
the peak torque and mean power output in both types of stretching when
compared with no stretching. This was also observed in the present study, as
PNF presented the most adverse of all results. The theory of autogenic and
reciprocal inhibition has been used to explain the larger range of motion
gained by PNF when compared to other methods (6) and has been reported
elsewhere (12). One important finding in the present study is the difference
observed in TP between no stretching and all stretching exercises performed.
TP is the time from the beginning of the test until the peak power is reached.
The lowest value for TP was found with no stretching. When considering
performance of sports that need explosive power, one might speculate that
the use of any stretching would delay this peak, probably reducing the speed
and, in turn negatively affecting the performance. This alteration in power
kinetics might be related to any modification in the length-tension relationship
due to the successive stretching procedures applied, which may alter the
viscoelastic properties of the muscle. Taking into account that WT is a
maximum anaerobic test, not only force but also velocity is essential to obtain
the maximal performance and thus the relationship between force and velocity
might be implicated in such a modification. O’Connor et al. (20) also found a
decrease in TP in the adapted WT10s, when comparing static stretching with
no stretching. However, as previously suggested, the major source of such a
finding might be most likely due to the specific warm up procedure employed
before static stretching exercises and not due to the stretching itself.
108
PRATICAL APPLICATIONS
In summary, the results from the present study revealed an influence
from the various stretching exercise types on subsequent WT performance. In
addition, the variation in WT performance after stretching exercises may be
due to distinct changes in power kinetics. While dynamic stretching appears to
be the most efficient in improving maximal performance compared to static
and PNF stretching, the latter exercises caused negative effects on MP, PP,
and a delay of TP. Although dynamic stretching was not better than no
stretching in the present study, cyclists commonly use stretching exercises
before cycling. Static and PNF stretching appear to negatively influence
subsequent WT performance and perhaps affect high power sports
performance. Therefore, these results may help recreational and professional
athletes choose the most appropriate type of stretching exercise.
ACKNOWLEDGEMENTS
The authors wish to thank the participants for their participation and are very
grateful to A!Bodytech club managers for allowing the use of their facilities
during this study.
109
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114
Table 1 - Mean and standard deviation (SD) of the main physiological and
anthropometric characteristics of the sample that comprised the experiment,
along with the mean power (MP) and peak power (PP) obtained in the no
stretching (NS) condition.
Height (cm)
Weight (Kg)
FM (%)
MP (W/Kg)
PP (W/Kg)
Mean
178.5
78.3
15.4
7.7
9.9
SD
8.0
7.9
3.5
0.7
1.2
FM – Fat mass
115
Table 2 - Procedures used for static stretching and proprioceptive
neuromuscular facilitation for the targeted muscles.
Calf
Subject remained in the supine position with knee fully
extended while the tester dorsiflexed the ankle joint of
the subject.
Hamstrings
The subject remained in the supine position with knee
fully extended while the tester flexed the hip joint of the
subject.
Quadriceps
The subject’s heel touched his buttock, and then the
knee was lifted up such that the hip joint was extended.
The tester fully flexed the knee joint of the subject in the
prone position.
116
Table 3 - The procedures for dynamic stretching for the targeted muscles.
Calf
First step: the subject raised one foot from the floor and
fully extended the knee. Second step: the subject
contracted his dorsiflexors intentionally and dorsiflexed
his ankle joint such that his toe was pointing upward.
Hamstrings
The subject contracted the hip flexors intentionally with
knee fully extended and flexed his hip joint such that his
leg was swung up to the anterior aspect of his body.
Quadriceps
First step: the subject raised a foot from the floor and
lightly flexed his hip joint with the knee lightly flexed.
Second step: the subject then contracted his hip
extensors intentionally and extended his hip and knee
joints such that his leg was extended to the posterior
aspect of his body.
117
Table 4 – Results (mean [SD]) obtained on all variables from the nonstretching conditions of familiarization (FT) and no stretching (NS), along with
the results of test-retest, intraclass correlation coefficient (ICC), based on
repeated measures ANOVA. The p values were obtained from paired t-tests.
MP (w/kg)
PP (w/kg)
TP (s)
FT - Mean (SD)
7.67 (0.78)
9.61 (1.26)
4.19 (0.37)
NS – Mean (SD)
7.68 (0.70)
9.85 (1.15)
4.19 (0.34)
ICC
0.96
0.87
0.98
p
0.853
0.909
0.879
MP – Mean power output; PP – Peak power output and TP – Time to reach
the peak power output.
118
LEGENDS
Figure 1 – Flow chart illustrating the order of the exercises performed during
experiment. FT – Familiarization trial; NS – Non-stretching condition; SS –
Static Stretching; DS – Dynamic stretching; PNF – Proprioceptive
neuromuscular facilitation; and WT – Wingate test.
Figure 2 – Mean (bars) and SD values (w/kg) of the mean power (MP) and
peak power (PP) from the Wingate Test trials performed after no stretching
(NS), static stretching (SS), dynamic stretching (DS), and proprioceptive
neuromuscular facilitation (PNF).
Figure 3 – Results of the Wingate Test trials from one participant showing the
peak power (circles) of NS (solid line), SS (dotted line), DS (dashed line), and
PNF (dotted dashed line) measures, where one can observe that stretching
tends to delay peak power.
Figure 4 – Mean (bars) and SD values of the time (in seconds) taken to reach
PP from the beginning of each Wingate Test (WT) trial : WT trials performed
after no stretching (NS), static stretching (SS), dynamic stretching (DS), and
proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF) are presented. The **
represents the significant difference found between NS and all other exercises
(p < 0.001).
119
Figure 1
120
Figure 2
121
Figure 3
122
Figure 4
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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA MESTRADO EM