UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ERICK VIEGAS RODRIGUES BATISTA SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA QUENTE EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS COM ÊNFASE EM RAMAIS DE COBRE E POLIPROPILENO SÃO PAULO 2006 2 ERICK VIEGAS RODRIGUES BATISTA SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA QUENTE EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS COM ÊNFASE EM RAMAIS DE COBRE E POLIPROPILENO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Prof. Dr. José Rodolfo S. Martins SÃO PAULO 2006 3 ERICK VIEGAS RODRIGUES BATISTA SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA QUENTE EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS COM ÊNFASE EM RAMAIS DE COBRE E POLIPROPILENO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho em: de de 2006. _______________________________ Nome do Orientador _______________________________ Nome do professor da banca Comentários: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Esta página é opcional e reservada para dedicatória. 4 RESUMO O conteúdo deste trabalho busca retratar o cenário atual dos materiais utilizado para condução de água quente em edifícios residenciais no Brasil, demonstrando as principais diferenças entre duas tecnologias, a do cobre e do polipropileno, dois matérias com características bem distintas a não ser a condução de água quente, desde suas características químicas e físicas, sua fabricação, passando pelo processo de instalação mostrando todos os cuidados com o manuseio dos materiais, as técnicas corretas de montagem, a escolha de equipamentos adequados para cada tipo de solda, o tipo de isolamento térmico e as vantagens de cada material. O trabalho contém também uma análise do mercado de tubulações destinadas para distribuição de água quente, que esta em constante mudança, conseqüência da busca de construtoras, projetistas e instaladores junto aos fabricantes, por novos materiais em sua maioria importados, aquecendo assim o mercado nacional, para demonstrar toda a evolução no setor estudamos duas obras residenciais, uma com os ramais de água quente executados em cobre, outra executados em polipropileno. Palavras chaves: polipropileno; cobre; água quente. 5 ABSTRACT The content of this work quest the actual scenery of materials using for conduction of hot water in residential buildings in Brazil, demonstrating the principals distinction between two technologies, one is cooper and other is polipropileno, two materials with distinct characteristics except the conduction of hot water, since their chemicals and physicals characteristics, their production, and the process of installation showing all of cares with handling of materials, the right technique of assembling for example, the prepare of surface of pipes and connection, and the choice of right equipments for every type of solder, the type of termic isolation and the advantages of any materials. The work had an analysis of pipes market if destiny is the supply of hot water, in constant modification, consequence of builder searching, planners and installers with the producer, for new imported materials, to warm the national market, for demonstrate all evolution in this sector, studying two residential construction, one with hot water ramification constructed with copper, and other constructed with polipropileno. Key worlds: polipropileno; cooper; hot water. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 5.1, corte do tubo de cobre (PROCOBRE, 2006). 23 Figura 5.2, limpeza da conexão e do tubo (PROCOBRE, 2006). 24 Figura 5.3, aplicação do fluxo de solda (PROCOBRE, 2006). 24 Figura 5.4, aquecer a conexão e o tubo (PROCOBRE, 2006). 25 Figura 5.5, aplicação da solda na conexão com o tubo (PROCOBRE, 2006). 25 Figura 5.6, limpeza da conexão e do tubo (PROCOBRE, 2006). 26 Figura 5.7, tubulação contínua de polipropileno (GRUPO DEMA, 2005). 31 Figura 5.8, Seis etapas da montagem de uma conexão de polipropileno (GRUPO DEMA, 2005). 33 Figura 5.9, Seis etapas da montagem de uma conexão de polipropileno (GRUPO DEMA, 2005). 34 Figura 5.10, conexão e tubo do sistema PEX (PEX DO BRASIL, 2006). 35 Figura 5.11, conexão e tubo de CPVC (TIGRE, 2006). 36 Figura 6.1 – Gabarito para montagem dos ramais de água quente. 40 Figura 6.2 – Isolação térmica dos ramais de água quente. 41 Figura 6.3 – Kit’s de prontos para instalação na obra. 41 Figura 6.4 Distribuição aérea de água quente em polipropileno. 44 Figura 6.5 – Ramal de água quente em PPCR instalado sem isolante térmico. 44 Figura 6.6 – Manômetro utilizado para o teste de estanqueidade da rede. 45 7 8 LISTA DE TABELAS Tabela 6.1 – Relatório de teste de estanqueidade (SANHIDREL, 2006). 42 Tabela 6.2 – Relatório de teste de estanqueidade (SANHIDREL, 2006). 45 Tabela 6.3 – Comparativo de custo entre cobre e PPCR. (SANHIDREL/2006) 46 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CPVC Policloreto de Vinila Clorado NBR Norma Brasileira PEX Polietileno Reticulado PPC Polipropileno Copolímero PPCR Polipropileno Copolímero Random 10 LISTA DE SÍMBOLOS Cu Elemento cobre da tabela periódica 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................12 2 OBJETIVOS ...............................................................................................13 2.1 Objetivo Geral ...............................................................................................13 2.2 Objetivo Específico .......................................................................................13 3 MÉTODO DE TRABALHO ............................................................................14 4 JUSTIFICATIVA .........................................................................................15 5 RAMAIS DE ÁGUA QUENTE EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS .................16 5.1 5.1.1 Histórico do cobre ................................................................................16 Uso atual do cobre ............................................................................17 5.2 Materiais utilizados para ramais de água quente no Brasil ..................18 5.2.1 Cobre ................................................................................................19 5.2.1.1. Alguns procedimentos importantes no planejamento da instalação hidráulica em cobre.............................................................................................22 5.2.1.2. Armazenagem........................................................................................24 5.2.1.3. Soldagem do sistema em cobre.............................................................24 5.2.1.4. Lavagem ................................................................................................27 5.2.1.5. Características e vantagens...................................................................27 5.2.2 Polipropileno Copolímero Random (PPCR) ......................................30 5.2.2.1. Vantagens do sistema Polipropileno Copolímero Random ....................31 5.2.2.2. Termofusão do sistema Polipropileno Copolímero Random ..................33 5.2.3 Polietileno Reticulado (PEX) ................................................................35 5.2.4 Policloreto de Vinila Clorado (CPVC) ...................................................36 5.3 Normas regulamentadoras para ramais de água quente ........................37 5.4 Mercado ..................................................................................................38 6 ESTUDO DE CASO ......................................................................................40 6.1 Caso 1..................................................................................................40 6.2 Caso 2..................................................................................................43 7 ANÁLISE ....................................................................................................47 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................48 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................50 12 1 INTRODUÇÃO Com a constante evolução dos mais diversos segimentos da industria da construção civil, tecnologias surgiram ao longo dos anos. Uma dessas tecnologias é o sistema para tubulações de água quente em edifícios residenciais, tendo como matéria-prima polímeros. As tubulações a base de polímeros nos últimos anos vêm ganhando espaço em um mercado antes dominado praticamente por tubulações em cobre. Entre as tubulações a base de polímeros as de Polipropileno Copolímero Random (PPCR), com uma linha completa de conexões e tubulações de diversas bitolas, podendo assim ser aplicada em todos os em todos os tipos de obras residenciais, tornando-se uma opção aos sistemas de distribuição de água quente em tubulações de cobre. Devido à expansão do mercado de construções residenciais, cresce também a utilização de sistemas de distribuição de água quente, onde construtoras e instaladoras, podem optar por materiais tradicionais ou novas tecnologias, que criam um novo cenário de mercado, que atualmente está bem competitivo. O crescimento de novas tecnologias padece de informações para serem implantadas, bem como, comparativos técnicos e financeiros, principalmente entre o cobre e o polipropileno, que motivaram a realização deste trabalho. 13 2 OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo, caracterizar e comparar os sistemas de instalações prediais de distribuição de ramais de água quente em edifícios residenciais. 2.1 Objetivo Geral Retratar o cenário atual dos materiais aplicados para execução de ramais de água quente, criando condições de especificar o material certo para cada projeto. 2.2 Objetivo Específico Explicitar através de analises de comparativos a relação custo benefício entre dois materiais aplicados em ramais de água quente, o cobre e o polipropileno, na ótica do instalador. 14 3 MÉTODO DE TRABALHO O conteúdo deste trabalho será desenvolvido através de pesquisas em artigos, manuais técnicos, livros, internet, material de propaganda e entrevistas, além dos dados obtidos no estudo de caso, como registros de obras, relatórios de testes, relatórios de manutenção e estudos de viabilidade. 15 4 JUSTIFICATIVA A falta de publicações que contemplem informações dificilmente encontradas, e divulgadas em bibliografias técnicas, que prejudicam a escolha do material adequado para o desenvolvimento de projetos, e a execução dos ramais de água quente em edifícios residenciais, são os principais motivos para o desenvolvimento deste trabalho. Com a crescente racionalização dos processos da indústria da construção civil, é de fundamental importância que todos os envolvidos, partindo do incorporador, passando por construtora e instaladora, saibam como escolher para especificar um determinado material, de acordo com as características do edifício. 16 5 RAMAIS DE ÁGUA QUENTE EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS Tanto o cobre como o polipropileno, tiveram papeis diferentes ao longo de suas historias, porém no ultimo século ambos concorrem pela conquista de um a nicho de mercado, o de instalações de ramais de água quente em edifícios prediais. 5.1 Histórico do cobre O cobre foi o primeiro metal usado pelo homem. Acredita-se que por volta de 13.000 a.C. ele foi encontrado na superfície da Terra em forma de cobre nativo, um metal puro em seu estado metálico. Usado inicialmente para substituir a pedra como ferramenta de trabalho e na confecção de armas e objeto de decoração, o cobre foi uma descoberta fundamental na história da evolução humana (PROCOBRE, 2006). Os historiadores concordam que as primeiras descobertas importantes do cobre foram na área compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, ao Norte do Golfo Pérsico. Nesta área, considerada como o lugar da primeira civilização do mundo, foram encontrados objetos de cobre de mais de 6.500 anos. O cobre sempre desempenhou um papel predominante na evolução da humanidade, sendo utilizado em todas as fases das revoluções tecnológicas pelas quais o ser humano já passou. O fato de se ter encontrado objetos de cobre tão antigos em diversos lugares do mundo é prova da importância das propriedades do metal: durabilidade, resistência à corrosão, maleabilidade, ductibilidade e facilidade de manejo (PROCOBRE, 2006). Os Romanos designaram o cobre com o nome de "Aes Cyprium" (o metal de Cyprus), já que a Ilha de Cyprus (Chipre) foi uma das primeiras fontes do metal. Com o tempo, o nome se transformou em Cyprium e depois em Cuprum, originando o símbolo químico "Cu". Já o símbolo gráfico que identifica o cobre é 17 uma forma modificada do antigo hieróglifo Ankh, usado pelos egípcios para representar a vida eterna. As minas de cobre mais importantes do mundo estão localizadas no Chile, Estados Unidos, Canadá, Rússia e Zâmbia. No Brasil sua história comercial não é muito antiga, mas está em desenvolvimento. Em 1874, foi descoberta a mina Caraíba, no sertão da Bahia. Somente após 70 anos é que foram iniciados os trabalhos de prospecção. Em 1969, 25 anos mais tarde, o empresariado brasileiro, sob a liderança do Grupo Pignatari, estabeleceu uma planta de metalurgia em Dias D'Ávila (Bahia) para a produção de cobre eletrolítico, que começou a produção no início da década de 80. No final da década, em 1988, ocorreu o desmembramento entre a mina e a planta de metalurgia, com a privatização desta última, que adotou o nome de Caraíba Metais. 5.1.1 Uso atual do cobre Presente em praticamente todas as obras construída pelo homem e nos transportes, na indústria, nos meios de comunicação e até mesmo em nosso organismo, o cobre sempre fez parte de nosso mundo. Sua presença pode até passar despercebida, mas ele é marcante em nosso cotidiano. Considerado um material resistente, durável e com alta condutividade térmica e elétrica, este metal apresenta propriedades que garantiram sua consagração entre as matériasprimas essenciais para o desenvolvimento das sociedades (PROCOBRE, 2006). Porém nos últimos anos o cobre vem perdendo espaço em um nicho de mercado onde reinava soberano, o de ramais de água quente em edifícios residenciais no Brasil. Seguindo o processo ocorrido nos paises europeus, no Brasil começa a surgir novas tecnologias, com novos produtos para instalações prediais de água quente, como o CPVC, PEX e o PPCR, todos produtos a base de polímeros, que tendem a dominar este nicho de mercado. 18 5.2 Materiais utilizados para ramais de água quente no Brasil Nas instalações hidráulicas para água quente no Brasil, três produtos disputam a preferência do consumidor. Além do tradicional cobre, tubos de polipropileno e de policloreto de vinila clorado (CPVC) começam a ganhar espaço no mercado. Com características e preços diferentes, surgem muitas dúvidas quanto ao custobenefício de cada material. Segundo o engenheiro civil Roberto Barboza, diretor da SANHIDREL (2006), no segmento de sistemas para água quente, os tubos e conexões de cobre predominam. “São os mais utilizados atualmente, principalmente nas instalações prediais. Mas as perspectivas de mercado para os produtos à base de polímeros são promissoras”. Tubos e conexões para sistemas de água quente precisam resistir a fortes pressões e, principalmente, a temperaturas elevadas. “Além disso, devem ter alta durabilidade. Há cerca de 10 anos os canos de ferro galvanizado dominavam o mercado. Mas, o tempo demonstrou que o material corrói com facilidade. Hoje, o produto praticamente deixou de ser utilizado”, lembra Barboza. “Com isso, o cobre voltou a ser instalado em larga escala, pois resiste a temperaturas altíssimas e os efeitos da corrosão são brandos. Desde que instalado adequadamente, o material pode durar mais de três décadas”. As características do cobre justificam seu predomínio em sistemas de água quente. “Os tubos de cobre são utilizados no Brasil desde a década de 40. É um produto que resiste a pressões hidráulicas elevadas, à corrosão, e suporta temperaturas elevadas. O ponto de ebulição da água ocorre à cerca de 100ºC, enquanto que a fusão para a solda no cobre é de 280ºC”, compara Barbosa. De acordo com informações do Procobre, Instituto Brasileiro do Cobre, entidade criada pelos fabricantes para divulgar os produtos feitos a partir do metal, os tubos rígidos apresentam 99,9 % de cobre (no mínimo) em sua composição, sendo fabricados nos mesmos diâmetros das conexões, seguindo as exigências 19 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. São fornecidos em três classes, com espessuras, pesos e pressões diferenciadas. • Classe E - tubos recomendados para instalações hidráulicas prediais. • Classe A - tubos desta classe são normalmente utilizados nas instalações de gás, embora possam também ser usados nas instalações de água quente. • Classe I - tubos desta classe são indicados para instalações de alta pressão (industriais). Todas as classes têm tubos de 15, 22, 28, 35, 42, 54, 66, 79 e 104 mm. As conexões também são produzidas em cobre, sendo fornecidas com ou sem anel de solda, com pressão de serviço compatível com a dos tubos. Novos produtos ganham espaço, mas o cobre vem enfrentando uma concorrência cada vez mais presente. Embora ainda sejam recentes no mercado, os tubos à base de polímeros respondem por uma parcela crescente de consumo. Entre os novos tubos estão o Acqua System, de Polipropileno Copolímero Random, e o Aquatherm, de Policloreto de Vinila Clorado (CPVC). 5.2.1 Cobre Eleito como o material sanitário e de calefação preferido nas principais nações do mundo, o cobre também tem sua aplicação largamente difundida no Brasil. Muitos são os fatores que levam a essa preferência, que podem ser resumidos em duas palavras: eficiência comprovada (PROCOBRE, 2006). Desde a década de 40, quando começou a ser amplamente utilizado, o cobre já conquistava o mundo com sua garantia de eficácia, que não é superada por nenhum outro tipo de material. As tubulações de cobre possuem diversas aplicações nas instalações hidráulicas domiciliares, comerciais ou industriais. Podem ser utilizadas tanto na condução de 20 água fria como na de água quente, em sistemas de combate a incêndios por hidrantes ou sprinklers, em redes de distribuição de gás, nos sistemas de aquecimento solar e em instalações industriais. As instalações hidráulicas devem ser duráveis e funcionar eficientemente. Para alcançar esta qualidade, um fator decisivo é a escolha do material adequado. Ao optar por um material para a condução de água, seja fria ou quente, alguns cuidados são necessários. É fundamental que o produto apresente longa vida útil e que seja resistente condições rígidas, como elevadas pressões e altas temperaturas. É importante que minimize ou até mesmo dispense manutenções, que não forme incrustações e permita boa vazão do fluxo. Em caso de incêndios, não pode produzir fumaça ou liberar gases tóxicos. Finalmente deve valorizar o empreendimento (PROCOBRE, 2006). Tanto em obras antigas ou nos novos empreendimentos, o aquecimento de água tornou-se uma das prioridades dos consumidores na hora de construir ou reformar. Com a vasta gama de opções (solar, gás, elétrico), as tecnologias de aquecimento estão cada vez mais populares e acessíveis. Por isso as instalações hidráulicas para o transporte água quente são de fundamental importância em uma obra. Além de serem duráveis, devem funcionar regularmente e com eficiência. Para que estes sistemas tenham qualidade, um dos fatores decisivos é o uso de materiais adequados e perfeitamente aplicados. Nesta escolha, deve-se optar por um material que alie características como longa vida útil, dispensar manutenção e resistir à pressão de serviço e, principalmente, suportar elevações de temperatura. Analisando-se estes fatores, chega-se facilmente à conclusão de que o cobre se apresenta como a melhor solução disponível entre os materiais existentes no mercado. A distribuição de água quente é feita por meio dos barriletes, prumadas, ramais e sub-ramais, como explicaremos na seqüência. Na laje das residências ou na cobertura dos prédios, encontra-se o barrilete, tubulação que se estende da saída da caixa dágua superior ou do reservatório térmico e que conduz a água até as 21 prumadas (colunas de alimentação dos andares) de um edifício ou dos locais de consumo de uma residência. Como em alguns casos o barrilete fica exposto ao tempo, o material utilizado deve resistir bem à ação do sol, da chuva e do calor. Assim o cobre responde a estas exigências, pois não resseca e não sofre corrosão, evitando vazamentos e manutenções desnecessárias. As prumadas são tubulações verticais situadas entre a laje de cobertura e o térreo, responsáveis pela condução d água desde os barriletes até os ramais e sub-ramais de distribuição chegando até os pontos de consumo, sofrendo com pressão considerável. Quando estas prumadas são de cobre, elas resistem à pressão de no mínimo 3,5 vezes mais que o limite exigido pela Norma da ABNT (pressão de serviço máxima na rede igual a 4 kgf/cm² ou 40 m.c.a - metros de coluna d’água), além de apresentarem excelente resistência à corrosão (PROCOBRE, 2006). Em algumas instalações é comum ocorrer um fenômeno denominado golpe de aríete, ou seja, um aumento de pressão provocado pela paralisação brusca da água em movimento, como o fechamento brusco de uma válvula de descarga. Ao utilizar tubos de cobre, também se evita este problema, pois eles também resistem muito bem a este fenômeno. As tubulações de água quente ou fria internas dos banheiros, lavabos, cozinhas e áreas de serviço são denominadas ramais e sub-ramais. Elas conduzem a água proveniente das prumadas para pontos de consumo, como pias, duchas, lavatórios, banheiras, etc. Não só nos ramais de água quente, mas também nos ramais de água fria, o cobre deve ser utilizado. Explica-se: se ocorrer retorno de água quente por meio dos misturadores (muito comum também em instalações de ducha higiênica) e a tubulação de água fria for de cobre, não haverá derretimento dos tubos, como no caso dos materiais à base de plástico, como o PVC. 22 5.2.1.1. Alguns procedimentos importantes no planejamento da instalação hidráulica em cobre Conforme sugerido pelo Instituto PROCOBRE (2006) “O emprego de ramais e sub-ramais de água fria em cobre faz com que a instalação da água quente na ducha higiênica fique mais segura na eventualidade de ocorrer um retorno desta água aquecida. Ainda nas instalações de banheiros, não se deve jamais derivar um outro ramal de água fria da rede de descarga, pois quando esta é acionada, a temperatura da água na ducha aumenta pela sucção da água fria, podendo queimar quem esteja tomando banho. Ou seja, as prumadas de alimentação das válvulas de descarga devem ser únicas e independentes. A instalação do esgoto da máquina de lavar louças é outro trecho das instalações prediais em que o cobre, melhor atende às exigências. Essa instalação vai desde a saída da água aquecida da máquina de lavar louças ao tubo de coleta de esgoto de uma residência ou tubo de queda, no caso de edifícios. Para a conexão desta tubulação em cobre com o sistema de esgoto, existe no mercado uma peça apropriada. Note que este trecho deve ser independente do esgoto da pia da cozinha, pois a máquina despeja água quente sob pressão. Por isso, opte pelo cobre: ele resiste bem à água quente e não forma incrustações. Em todas as instalações descritas você verifica as vantagens do uso do cobre: ele mantém suas características após anos de uso, não enferruja, não derrete e tem ótima resistência à corrosão, bem como suporta as pressões de serviço de qualquer instalação. Além disso, as tubulações de cobre podem ficar expostas ao sol e à chuva, sem comprometimento do material. Quando se trata de especificar um material para a passagem de água quente, algumas situações determinam o uso obrigatório do cobre por ser o único material resistente disponível no mercado (instalação de vapor - hospitais e lavanderias) sendo que em outras situações, o cobre é o mais indicado por suas propriedades. 23 Na instalação de aquecedores de passagem, a utilização de tubulações e conexões de cobre é obrigatória por questão de segurança aos usuários. Dada a resistência do cobre a elevadas temperaturas, sem sofrer rompimentos, deformações ou estrangulamentos, seu uso é obrigatório por ser o único material com estas características. Qualquer outro produto não deve ser empregado na instalação de aquecedores, uma vez que podem sofrer rompimentos, provocar vazamento de água aquecida ou até mesmo causar a explosão do aquecedor no caso de estrangulamento da tubulação, decorrente do processo de incrustação ou derretimento de tubos. Sempre que aquecemos a água, devemos possuir mecanismos que a conservem quente, seja no reservatório térmico ou mesmo nas tubulações por onde ela passa. No caso das tubulações, existem diversos materiais para o isolamento térmico, sendo que o mais comum é o polietileno expandido, que evita uma perda significativa de calor e permite a dilatação do cobre. Pode ser usado em instalações embutidas ou aparentes, nesta última aplicação, devendo ser protegido das intempéries em geral usando fitas isolantes ou alumínio corrugado. “ (PROCOBRE, 2006)”. Outro fator importante é a questão da perda de carga: tubulações com materiais que possuem superfície interna áspera (mesmo sendo novas) ou que formem incrustações provocam estrangulamento do diâmetro interno do tubo. Como isto não ocorre com o cobre, tubulações deste metal podem ser projetadas com diâmetros menores que as dos outros materiais, sem colocar em risco a vazão e a pressão da instalação. 24 5.2.1.2. Armazenagem Para a armazenagem dos tubos de cobre devem ser tomadas as seguintes precauções: guardá-los em locais limpos, não deixá-los em contato direto com o solo, não colocá-los em contato com tubos de aço, arames recozidos, aço para construção, ou outro metal que não seja cobre e suas ligas, não deixá-los em contato com produtos químicos, evitar choques mecânicos nos tubos (inclusive no transporte), pois isto pode avariar e amassar o produto, os tubos de cobre rígidos devem ser tamponados em suas extremidades para evitar sujidades em seu interior, durante o transporte e o armazenamento. Estes tampões deverão ser retirados somente no momento da instalação do tubo. 5.2.1.3. Soldagem do sistema em cobre Uma soldagem bem feita, em que não há excessos de fluxo e solda, além de simples e rápida, garante perfeita estanqueidade e resistência, igual ou maior que a do próprio tubo. Confira o processo: 1. Corte o tubo no esquadro. Escarie o furo e tire as rebarbas, conforme figura 5.1. Figura 5.1, corte do tubo de cobre (PROCOBRE, 2006). 25 2. Com a palha de aço ou uma escova de fio para limpar a bolsa da conexão e a ponta do tubo, conforme figura 5.2. Figura 5.2, limpeza da conexão e do tubo (PROCOBRE, 2006). 3. Com o pincel, aplique uma fina camada do fluxo de solda na ponta do tubo e na bolsa da conexão, de modo que a parte a ser soldada fique revestida pelo fluxo, conforme figura 5.3. Figura 5.3, aplicação do fluxo de solda (PROCOBRE, 2006). . 4. Aplique a chama sobre a conexão para aquecer o tubo e a bolsa da conexão até que a solda derreta quando colocada na união do tubo com a conexão, conforme figura 5.4. 26 Figura 5.4, aquecer a conexão e o tubo (PROCOBRE, 2006). 5. Retire a chama e alimente com solda um ou dois pontos até ver a solda correr em volta da união. A quantidade correta de solda é aproximadamente igual ao diâmetro da conexão: 28mm de solda para uma conexão de 28mm. (A aplicação da solda é feita somente para conexões sem anel de solda), conforme figura 5.5. Figura 5.5, aplicação da solda na conexão com o tubo (PROCOBRE, 2006). 6. Remova o excesso de solda e fluxo com um pano seco enquanto a solda ainda permitir, deixando um filete em volta da união, conforme figura 5.6. 27 Figura 5.6, limpeza da conexão e do tubo (PROCOBRE, 2006). Precauções: Não resfrie com pano úmido ou água no término da soldagem. O resfriamento deve ser natural e em temperatura ambiente. 5.2.1.4. Lavagem Com o sistema hidráulico pronto, deverá ser feita a lavagem da tubulação para a retirada de impurezas e excessos de materiais procedentes da soldagem (fluxo e solda) que tenham ficado em seu interior. Mesmo após o teste hidráulico é recomendado que a água não permaneça “parada” na tubulação, devendo esvaziá-la ou realizando, periodicamente, lavagens até a utilização normal do sistema. 5.2.1.5. Características e vantagens As tubulações de cobre podem ser aplicadas em instalações hidráulicas domiciliares ou industriais, sendo usadas tanto na água fria como na água quente, em instalações de combate a incêndios por hidrantes ou sprinkler, em instalações 28 de gás, sistemas de aquecimento solar e instalações industriais. Suas vantagens nestas aplicações conforme o instituto PROCOBRE(2006) são: • Versatilidade - Os tubos e acessórios em cobre podem ser utilizados com plena confiança em todas as partes das instalações sanitárias e de aquecimento doméstico, comercial ou industrial, inclusive deságües secundários, aquecimento central, água quente e fria e canalizações pluviais. É resistente, flexível e pode ser empregado em instalações internas ou externas. • Variedade - Há uma infinidade de diâmetros disponíveis para os tubos de cobre, que vão de 15 a 104 mm, e seus acessórios também podem ser encontrados em uma ampla variedade de bitolas e moldes. Podem ser produzidos em diversos estados de dureza e formas, independentemente de quem seja o fabricante. • Relação qualidade/preço - Se analisado o custo de uma instalação em cobre em relação a sua durabilidade e vantagens técnicas, o preço do cobre é bastante competitivo ao ser comparado ao de outros produtos. Sua instalação ainda é consideravelmente mais rápida e fácil (o que permite economia de tempo e mão-de-obra) e possibilita o uso de um único material para todos os serviços de distribuição de água. O cobre significa qualidade e instalações definitivas, um resultado que justifica o investimento a médio ou longo prazo. • Durabilidade - A vida útil dos tubos de cobre é incomparavelmente superior às dos materiais alternativos, como PVC, CPVC e ferro galvanizado. • Rigidez - Esta característica permite que os tubos em cobre sejam instalados tanto na vertical quanto na horizontal, sem que haja qualquer deformação. Estas instalações são mantidas sem fixações e são capazes de suportar bombas, válvulas e aquecedores, apesar de os tubos de cobre serem extremamente leves. • Facilidade na instalação e manutenção - Os tubos de cobre são facilmente soldados, garantindo vedação perfeita e segurança ao sistema. Além disso, não requerem reparos, evitando transtornos e quebras de paredes. 29 • Resistência à corrosão - Instalações em cobre bem-dimensionadas e instaladas asseguram um funcionamento sem problemas de corrosão por muitos anos. • Resistência à pressão - O cobre oferece alto nível de segurança e confiabilidade quando utilizado em instalações que necessitam suportar altas pressões. Resistem no mínimo 3,5 vezes mais do que o exigido pela norma brasileira e cinco vezes mais do que os tubos de plástico. • Resistência ao fogo - Além de apresentar uma excelente resistência ao fogo, o cobre também não gera gases tóxicos. Por isso está oficialmente aprovado para o uso em sistemas de combate a incêndios. • Impermeabilidade - Algumas instalações são vulneráveis à entrada de oxigênio, o que pode acarretar corrosão. Isso pode ser evitado com o uso do cobre, que é impermeável ao oxigênio. • Velocidade de fluxo - Dependendo do diâmetro do tubo, da pressão dos fluidos e dos coeficientes de atrito, o uso do cobre é a melhor solução a ser aplicada. Sua parede lisa e livre incrustações garante a circulação perfeita de líquidos, em diâmetros menores em comparação a outros materiais, sem prejudicar o funcionamento do sistema. • Ecologia - O cobre é reciclável, o que ajuda a conservar os recursos naturais do planeta. • Estética - Não há material com aparência mais bela e limpa que o cobre, um fator importante, sobretudo para instalações aparentes. • Propriedades bactericidas - O cobre também é conhecido como inibidor do crescimento bacteriano que afeta a qualidade da água. Estudos comprovam que diversos germes não se multiplicam nas tubulações em cobre e que mais de 99% das bactérias destas instalações sanitárias desaparecem em menos de cinco horas. 30 5.2.2 Polipropileno Copolímero Random (PPCR) O Acqua System, fabricado pela empresa Manque Ltda, do Grupo Dema, foi desenvolvido na Alemanha. O Polipropileno Copolímero Random é atóxico, resiste a temperaturas elevadas e é instalado através de termofusão, o que eliminaria os riscos de vazamentos. O material se aquece a 260 °C e se fusiona, formando uma tubulação contínua. O sistema admite temperaturas contínuas de mais de 80°C e pressões superiores a 25 kg/cm², durante 50 anos. Também pode suportar picos de temperatura de até 120°C durante dez horas (GRUPO DEMA, 2006). Apesar das características do produto, ainda existe uma certa resistência no mercado com relação ao polipropileno. Embora seja utilizado na Europa há mais de 40 anos, e atualmente lidere vendas para sistemas de água quente na Argentina, no Brasil o processo de conquista do consumo é mais demorado. Por essa razão, a indústria resolveu agir. Quem instala o Acqua System recebe uma garantia por escrito com 20 anos de validade e uma apólice de seguro de responsabilidade civil de até US$ 100 mil. É uma maneira de demonstrar a qualidade e durabilidade do produto (GRUPO DEMA, 2006). O termo Termofusão significa que o material de ambos se fundiu molecularmente, a 260º C, passando a formar uma tubulação contínua, sem roscas, soldas, anéis de borracha ou cola, conforme figura 5.7. Desta forma, se elimina a principal causa de vazamentos nas tubulações comuns de água quente e fria, pois as uniões dessas tubulações estão expostas a erros humanos e a conseqüência das tensões em operação e também aos diferentes graus de dilatação e resistência ao envelhecimento dos elementos que as compõem. 31 Figura 5.7, tubulação contínua de polipropileno (GRUPO DEMA, 2005). 5.2.2.1. Vantagens do sistema Polipropileno Copolímero Random Com a ausência de corrosão, os tubos e conexões em Polipropileno Copolímero Random tem maior resistência perante a possível agressão das águas duras e suportam substâncias químicas com um valor de pH entre 1 e 14, o que inclui as substâncias ácidas e alcalinas, num amplo espectro de concentração e temperatura. Maior resistência à água quente e a pressão da água: O PPC Random (tipo 3) é o material que apresenta melhor comportamento frente as mais altas temperaturas e pressões de água transportada. Por isso, sua vida útil – superior a 50 anos – é a máxima comparada a outras alternativas sintéticas ou metálicas. Segurança total nas uniões: na fusão molecular dos tubos e conexões (Termofusão) a união desaparece e dá lugar a uma tubulação contínua, que garante o mais alto grau de segurança nas instalações de água fria, quente e calefação. À absoluta portabilidade da água transportada devido a atoxidade certificada do PPC Random (tipo 3) garante na água transportada um nível insuperável de portabilidade. Água mais quente em menos tempo: O PPC Random (tipo 3) é um excelente isolante térmico, razão pela qual reduz a perda calórica da água 32 transportada. Isso significada que ao chegar ao ponto de consumo, a água conserva praticamente intacta sua temperatura de origem. Assim se economiza energia, se ganha conforto e se evita a condensação nas paredes por onde a tubulação está embutida. Excelente resistência ao impacto: a elasticidade deste produto determina uma resistência ao impacto bem superior a dos tubos de cobre ou de materiais plásticos rígidos. Isto vale para preservar as tubulações tanto no uso (golpe de aríete), quanto no transporte, armazenagem e manuseio na obra. Com instalações silenciosas, a fonoabsorção e a elasticidade do PPCR evita a propagação dos ruídos e vibrações de passagem de água ou do golpe de aríete, conseguindo assim um grau muito alto de isolamento acústico. Inatacável por correntes eletrolíticas, o PPC Random (tipo 3) é um grau condutor elétrico e por isso, não sofre, como as tubulações metálicas, perfurações nos tubos e conexões pelo ataque das concorrentes galvânicas. Da mesma forma, em instalações de calefação por radiadores não interfere na integridade física dos mesmos. Com alta resistência e baixas temperaturas a mencionada elasticidade e resistência mecânica o PPCR altamente resistente aos esforços gerados pelo possível congelamento da água contida no caso da proteção térmica se danificar, fato que pode ocorrer neste tipo de instalação. Excelente desempenho em zonas sísmicas devido a insuperável união por Termofusão somada ao binômio de resistência mecânica e flexibilidade do PPCR outorgam ao sistema uma maior qualidade para as instalações hidráulicas em zonas sísmicas. Com mínima perda de carga, devido ao seu perfeito acabamento superficial interno e às características do PPCR (tipo 3), que não propiciam aderência, as tubulações e conexões apresentam menor índice de perda de carga. Maior facilidade no trabalho, manuseio e transporte, pois sua leveza e a flexibilidade do PPCR, somadas ao simples processo de trabalho com 33 ferramentas práticas e precisas facilitam o trabalho do instalador e diminuem drasticamente os problemas na obra. 5.2.2.2. Termofusão do sistema Polipropileno Copolímero Random Conforme as figuras 5.8 e 5.9, é possível visualizar, tudo o processo de montagem de uma conexão de polipropileno. Passo 1 Quando começar o trabalho ou cada vez que parar, limpar os bocais do termofusor com um pano umedecido em álcool e verificar seu correto ajuste sobre a placa de alumínio. Passo 4 Marcar a extremidade do tubo antes de introduzi-lo no bocal, de acordo com as medidas de penetração para cada diâmetro, conforme a tabela 2 da página 18. Para evitar esta tarefa, pode-se usar bocal com ranhuras de 20 e 25mm Passo 2 Cortar sempre com tesoura e não com serra para evitar rebarbas Passo 5 Introduzir ao mesmo tempo o tubo e a conexão em seus respectivos bocais sustentandoos retos de forma perpendicular à placa do termofusor Passo 3 Limpar a ponta do tubo e o interior do bocal com um pano umedecido em álcool comum, pouco antes de efetuar cada Termofusão Passo 6 A conexão deve ir até o final do bocal macho. O tubo não deve ultrapassar a marca previamente feita. Figura 5.8, Seis etapas da montagem de uma conexão de polipropileno (GRUPO DEMA, 2005). 34 Passo 7 Retirar o tubo e a conexão do termofusor quando tiver cumprido os tempos mínimos de aquecimento indicados na tabela. Passo 8 Imediatamente depois de retirados o tubo e a conexão do termofusor, proceder sem pressa, porém sem pausa, a introdução da ponta do tubo dentro da conexão. Passo 9 Parar a introdução do tubo na conexão, quando os dois anéis visíveis que se formam pelo movimento do material tenham se aproximado. Passo 10 Uma vez suspensa à pressão resta a possibilidade durante 3 segundos de alinhar a conexão e/ou de girá-la não mais que 15º. Passo 11 Deixar repousar cada Termofusor sem submetê-la a esforço importantes até que esteja totalmente fria. Passo 12 Se a Termofusão foi realizada com o termofusor fora do seu suporte, deve-se voltar a colocar a ferramenta nele ou outro apoio correspondente. Figura 5.9, Seis etapas da montagem de uma conexão de polipropileno (GRUPO DEMA, 2005). 35 5.2.3 Polietileno Reticulado (PEX) O advento das paredes de gesso acartonado no Brasil proporcionou à engenharia civil de nosso país, a oportunidade de abandonar práticas construtivas tradicionais, para evoluir no caminho de uma construção mais racionalizada, baseada no planejamento integrado, na execução dirigida e no controle de qualidade, elementos estes que resultam em construções mais rápidas, de menor custo e melhor padrão. De todos os setores da construção civil, um dos que mais se beneficiou com os espaços vazios típicos proporcionados pelas paredes gesso acartonado foram as Instalações Hidráulicas. Estas puderam ser grandemente simplificadas, tornandose mais seguras. O Sistema Hidráulico da PEX DO BRASIL é um sistema constituído de manifold, tubos de polietileno reticulado "PEX" flexíveis, tubo condutor e conexões metálicas rosqueáveis, para execução completa de instalações hidráulicas (colunas, recalque, ramais e sub-ramais) para água quente e fria. Totalmente compatível com as paredes de alvenaria convencional, quando instalado, o Sistema Hidráulico PEX oferece benefícios diretos, racionalizando tempo e mão de obra, eliminado a possibilidade da quebra de paredes quando houver necessidade de manutenção. Possui o mesmo conceito de uma instalação elétrica: o tubo "PEX" é introduzido dentro de um tubo guia desde a Caixa de Distribuição, até o ponto de consumo. A água corre por um sistema de tubos extremamente flexíveis e resistentes, ausente de conexões intermediárias, o que permite a inspeção, troca e manutenção sem quebras de revestimentos e paredes. 36 Figura 5.10, conexão e tubo do sistema PEX (PEX DO BRASIL, 2006). 5.2.4 Policloreto de Vinila Clorado (CPVC) Líder de mercado nacional no segmento de PVC, utilizado em instalações hidráulicas frias ou em residências onde a água é aquecida somente no chuveiro ou no misturador, a Tigre passou a atuar também no setor de sistemas para água quente. Lançou o Aquaterm, um produto fabricado à base de Policloreto de Vinila Clorado (CPVC). Apropriado para a condução de água aquecida, o produto pode ser soldado através de adesivos, evitando vazamentos nas emendas. A instalação é simples e não necessita de ferramentas especiais. A linha Aquatherm, por ser plástica, permite bom isolamento térmico, o que diminui o consumo de energia (elétrica, gás, ou solar) no aquecimento. O tubo resiste a temperaturas de até 80 ºC e tem garantia de 15 anos. 37 Figura 5.11, conexão e tubo de CPVC (TIGRE, 2006). 5.3 Normas regulamentadoras para ramais de água quente Com base na Lei Federal n° 8078 de 11.09.1990 (Código de Defesa do Consumidor), conforme artigo 39 – inciso VIII: “é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços colocar, no mercado de consumo, qualquer produtos ou serviços em desacordo com as normas técnicas expedidas pela ABNT”. Os projetos de instalações prediais de água quente seguem as recomendações da NBR 7198. Os tubos rígidos de cobre apresentam 99,9 % de cobre (no mínimo) em sua composição e são fabricados nos mesmos diâmetros das conexões de acordo com a NBR 13206. São fornecidos em três classes, com espessuras de parede, pesos e pressões de serviço diferenciadas em cada classe. As conexões para os tubos de cobre também são produzidas em cobre e suas ligas, de acordo com a norma ABNT NBR 11720. São fornecidas com ou sem anel de solda e possuem pressão de serviço compatível com a dos tubos. 38 5.4 Mercado O mercado de tubulações destinadas para distribuição de água quente está em constate mudança, com o intuito de agregar novas tecnologias em suas obras, as construtoras, projetistas e instaladoras junto os fabricantes e representantes de tubos, nos últimos 10 anos vem importando da Europa e Argentina, material fora da linha de produção nacional. Com a crescente demanda de material importado, algumas empresas já implantaram novos pátios industriais para suprir essa necessidade, empresas como ASTRA, Pex do Brasil, Grupo Dema, Pex Gol, Tigre e a Amanco. O caso da Amanco é o mais recente, a empresa concluiu a mudança da sede da América Latina para São Paulo e lança marca com campanha de alto impacto. A Amanco Brasil, subsidiária do Grupo Amanco, um dos líderes mundiais em tubos e conexões, quer conquistar o mercado brasileiro. O Grupo, que já é líder na América Latina, detém 22% de participação do segmento predial de tubos e conexões no Brasil, concentrará sua estratégia de crescimento no País. A empresa possui operações em 13 países do continente, como Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Venezuela. Em 2005, registrou US$ 687 milhões em vendas líquidas. No Brasil, o acumulado foi de US$ 185 milhões (AMANCO, 2006). Segundo o presidente executivo do Grupo e presidente da Amanco Brasil, Roberto Salas, o investimento da companhia no País, em 2004 e 2005, foi na ordem de US$ 30 milhões. Somente em campanha de marketing os investimentos previstos são de R$ 31 milhões, definindo a entrada da marca Amanco no varejo brasileiro, este ano. Para Salas, a mudança da sede corporativa do Grupo para São Paulo permite um melhor direcionamento das ações da companhia para a conquista do mercado 39 brasileiro, sem perder a sincronia dos trabalhos nos demais países de atuação na América Latina. "O Brasil é hoje o mercado foco do Grupo, oferece muitas oportunidades de negócios e uma maior abertura para o setor”. O País representa 27% das vendas do Grupo Amanco. A empresa introduz no País a linha Amanco PPR, única produzida no Brasil, com resina de última geração para condução de água quente, substituindo o cobre. Uma inovação ao mercado brasileiro, o PPR, além de ser resistente a temperaturas muito acima das exigências das normas técnicas brasileiras (NBR), é totalmente atóxico. 40 6 ESTUDO DE CASO Os edifícios estudados foram executados pela instaladora SANHIDREL INSTALAÇÕES E COMÉRCIO LTDA, que esta no mercado de instalações prediais há 50 anos, além de ser a pioneira no seguimento com certificação ISO 9002 trazendo com ela um grande volume de informações, localizada na Av. Nossa Senhora do Ó, 1728 – Freguesia do Ó – São Paulo. . 6.1 Caso 1 Edifício residencial com ramais de água quente executado em cobre. Obra: Condomínio Horizons – Rua Carlos Weber, 87. Construtora: EVEN Instaladora: Sanhidrel Material aplicado: Cobre da marca ELUMA • Mercado: A construtora junto com a incorporadora do empreendimento definiu em seu memorial descritivo de instalações prediais que o material a ser utilizado nos ramais de água quente seriam apenas o cobre, com a justificativa de que o cobre por ser um material nobre agregaria valor ao produto final, desta forma não deixando opção para o instalador junto ao projetista propor outro tipo de tecnologia • Material: O cobre por ser uma material nobre, e ter preço cotado de acordo com a variação da bolsa de Londres, o valor do produto sofre uma grande variação durante o ano, forçando assim a construtora ou instaladora adquirir o material o mais rápido possível após o fechamento do contrato da obra, pois essa variação de preço é muito acima dos índices aplicados para reajustar contratos na construção civil. 41 • Mão-de-obra: A montagem dos ramais de cobre como em qualquer tipo de instalação, necessita de uma equipe bem treinada e capacitada, para minimizar o índice de re-trabalho durante a obra e problemas gerados que só serão detectados pós-obra. Para otimizar a mão-de-obra e padronizar as instalações a instaladora desenvolveu uma linha de montagem dentro do canteiro de obras, onde as etapas de soldagem conforme figuras 6.1, são executadas em uma bancada para que se possa garantir o mais alto padrão de qualidade, em seguida é aplicada a isolação térmica no material conforme figuras 6.2 em seguida o kit’s pré-montados são separados por pavimentos junto a outros elementos também pré-montados conforme figuras 6.3. Figura 6.1 – Gabarito para montagem dos ramais de água quente. 42 Figura 6.2 – Isolação térmica dos ramais de água quente. Figura 6.3 – Kit’s de prontos para instalação na obra. 43 • Teste de estanqueidade: Para garantir que as instalações estão prontas para serem utilizadas a instaladora, submete todo o sistema de distribuição de água quente em teste de acordo com as normas técnicas expedidas pela ABNT. A etapa de testes das tubulações é uma das mais importantes durante a instalação, pois nela é possível constatar conforme tabela 6.1, e sanar problemas de vazamentos durante a obra e apurar as causas do problema, para que possa tomar as ações corretivas ainda durante a obra, como, treinar os funcionários envolvidos na etapa, informar o fabricante sobre peça danifica, e o mais importante certificar que a distribuição de água quente está em perfeito estado de funcionamento. Após os testes a rede é drenada com o intuito de limpar a tubulação dos resíduos gerados em sua montagem, porém antes de sua utilização final é indicada a lavagem da rede novamente com um produto químico especificado pelo fabricante diluído em água, para que se forme uma camada protetora na parede interna da tubulação, para protege-la do pH da água, que dependo do nível do pH, acaba ocorrendo à corrosão da tubulação. TESTE DE ESTANQUEIDADE OBRA OS COND. HORIZONS 1111 TOTAL PROBLEMA DEFEITO DE TUBO TOTAL DE TOTAL CONEXÕES PROBLEMA NA DE FABRIÇÃO DANIFICADO CONEXÕES ANALISADO DANIFICADAS NA SOLDA VEDAÇÀO ERROS 0.80% 372 100% 46238 100% 46238 0.01% 4 0.79% 363 0.01% 4 0.00% 1 8 Tabela 6.1 – Relatório de teste de estanqueidade (SANHIDREL, 2006). 6.2 Caso 2 Edifício residencial com ramais de água quente executado em polipropileno. Obra: Condomínio Camp Life – Rua Helena, 151. Construtora: LUCIO Instaladora: Sanhidrel Material aplicado: Polipropileno Copolímero Random da marca Acqua System. 44 • Mercado: Com o avanço das campanhas de marketing, e o grande número de patologias desenvolvidas pelo cobre e seu custo elevado, é cada vez mais comum às construtoras especificarem junto aos projetistas e instaladores o PPCR para distribuição água quente, acompanhando assim as tendências européias e dos principais paises do mercosul, para condução de água quente em edifícios residenciais. • Material: O Polipropileno Copolímero Random é uma tecnologia alemã, desenvolvida especificamente para condução de água quente em elevadas temperaturas e pressão, dessa maneira brigando diretamente em um nicho de mercado antes dominado pelo cobre, o PPCR, por ser um tipo de polímero, tem seu preço em media cotado na faixa de 35% em relação o cobre, com a tendência desse valor abaixar mais um pouco, pós sua fabricação passar a ser feita no Brasil, pois, hoje o material é importado da Europa ou Argentina. Um fator importante relacionado ao PPCR é o baixo índice de roubo de material dentro do canteiro de obra, ao contrario do cobre que é disparado o material mais visado pelos bandidos. Entre algumas características é importante ressaltar três, a ausência de corrosão e toxicidade e a sua longa vida útil. • Mão-de-obra: A montagem dos ramais de PPCR como em qualquer tipo de instalação, necessita de uma equipe bem treinada e capacitada, para minimizar o índice de re-trabalho durante a obra e problemas gerados que só serão detectados pós-obra. Para otimizar a mão-de-obra e padronizar as instalações a instaladora desenvolveu uma linha de montagem dentro do canteiro de obras, como na obra do Condomínio Horizons, as conexões são unidas à tubulação por meio de termofusão processo que elimina qualquer tipo de resido como fluxo de solda e restos de solda, desta maneira deixando a instalação insenta de resíduos gerados na montagem. O PPCR não necessita de isolação térmica, como mostra a figura 6.4 e a figura 6.5, facilitando sua montagem. 45 Figura 6.4 Distribuição aérea de água quente em polipropileno. Figura 6.5 – Ramal de água quente em PPCR instalado sem isolante térmico. 46 • Teste de estanqueidade: Para garantir que as instalações estão prontas para serem utilizadas a instaladora, submete todo o sistema de distribuição de água quente em teste de acordo com as normas técnicas expedidas pela ABNT. A etapa de testes das tubulações é uma das mais importantes durante a instalação, pois nela é possível constatar conforme tabela 6.2, e sanar problemas de vazamentos durante a obra e apurar as causas do problema, para que possa tomar as ações corretivas ainda durante a obra, como, treinar os funcionários envolvidos na etapa, informar o fabricante sobre peça danifica, e o mais importante certificar que a distribuição de água quente está em perfeito estado de funcionamento. Após os testes (figura 6.6) e sanados eventuais problemas detectados no teste a rede está pronta para ser utilizada. TESTE DE ESTANQUEIDADE OBRA OS CAMP LIFE 1140 TOTAL PROBLEMA TOTAL DE TOTAL CONEXÕES PROBLEMA DEFEITO DE TUBO NA DE CONEXÕES ANALISADO DANIFICADAS NA SOLDA FABRIÇÃO DANIFICADO VEDAÇÀO ERROS 0.16% 65 100% 67353 100% 67353 0.00% 1 0.10% 41 0.06% 23 0.00% 0 Tabela 6.2 – Relatório de teste de estanqueidade (SANHIDREL, 2006). Figura 6.6 – Manômetro utilizado para o teste de estanqueidade da rede. 1 47 7 ANÁLISE As informações obtidas no estudo das duas obras, deixa claro a maior praticidade no manejo das tubulações e conexões de PPCR em relação às tubulações de cobre, resultando assim em um melhor desempenho da equipe do CASO 2, obtendo vantagem nos resultados mostrados nas tabelas 6.1 e 6.2 relatório de teste de estanqueidade. Outra analise importante a ser feita e a financeira Conforme tabela 6.3. COMPARATIVO DE CUSTO EM R$ COTOVELO 90 TÊ BUCHA DE RED. CONEC. MACHO TUBO Tabela 6.3 PÇ PÇ PÇ PÇ M – ELUMA (CLASSE E) ACQUA SYSTEM (PN 25) 22mm 2,27 2,49 1,51 2,97 55,07 25mm 1,04 1,53 1,59 3,89 3,61 Comparativo (SANHIDREL/2006) de custo entre cobre e PPCR. 48 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como premissa compilar o maior número de informações que possam auxiliar profissionais da área, a especificar o material do sistema de distribuição de água quente em edifícios residenciais, de acordo suas necessidade técnicas e comerciais. E mostrar para o profissional responsável pela instalação, as técnicas adequadas que cada tipo de material necessita para seu melhor desempenho, além da racionalização da mão-de-obra, quando se executa uma linha de montagem em serie dentro do próprio canteiro de obras, minimizando a perda de material, tempo de montagem e criando um padrão de instalação como visto no estudo de caso. O trabalho destaca também a importância dos testes finais do sistema, garantindo assim um serviço de qualidade. A análise dos dados levantados no estudo de caso leva às considerações que hoje um mercado que antes dominado apenas pelo Cobre, começa a perder espaço para outros tipos de materiais, principalmente o Polipropileno Copolímero Random (PPCR), que nos últimos 5 anos vem crescendo de maneira acelerada, com tendência de crescimento ainda maior, devido aos altos investimentos feitos pelo setor, tendo como principais empresas a AMANCO, maior empresa da América Latina no seguimento de polímeros e o Grupo DEMA, pioneira em PPCR na América Latina. O estudo compara também que as conexões do PPCR é em média 70% mais baratas quando comparadas com as do cobre, essa diferença é maior ainda quando comparados os tubos, os do PPCR são em média 18 vezes mais em conta que os do cobre, sem contar a grande quantidade de material de consumo, necessário para executar uma instalação em cobre como, lixa, fluxo de solda, solda, gás, isolantes térmicos e produtos para limpeza da tubulação. A utilização desses materiais acaba deixando a mão-de-obra para as instalações em cobre mais caras em relação às de polipropileno. 49 E o mais importante do estudo de caso são os índices de vazamentos causados na execução das conexões, explicitando que a solda do cobre tem a probabilidade seis vezes maior de ocorrer um vazamento em relação ao PPCR. Caso as empresas ligadas à produção de tubos e conexões de cobre, não tomarem nenhum tipo de medida, para melhorar seu processo de montagem, a resistência a elementos reagentes ao cobre e melhores condições financeiras para o comprador, esse nicho de mercado será dividido rapidamente com as tubulações de PPCR. 50 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MACINTYRE, A.J. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS: prediais e industriais. 3. ed. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro 1996. GRUPO DEMA, Manual técnico: 5. ed. Resumida, São Paulo, São Paulo, 2005. SANHIDREL Instalações e comércio ltda, Relatórios e comparativos, São Paulo, São Paulo, 2006. PROCOBRE, Instituto Brasileiro do Cobre, http://www.procobre.org/br/home/default.asp - acessado 24/05/2006, as 15:30h. GRUPO DEMA, Industria pioneira em PPCR na América Latina. http://www.grupodema.com.br/sistema/productos.asp?cod_linea=1 acessado 06/06/2006, as 14:00h. AMANCO, Maior empresa da América Latina no seguimento de polímeros http://www.amanco.com.br/conquistar_mercado_brasileiro.asp - acessado 06/06/2006, as 16:00h PEX DO BRASIL, Industria de tubos de polietileno reticulado http://www.pexdobrasil.com.br/ - acessado 16/06/2006, as 14:00h.