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HISTÓRIAS DE MEMÓRIAS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO - MODELOS EM PAUTA NA CRIAÇÃO DO
CURSO NORMAL SUPERIOR DO ISERJ(1999-2001)
Profª Drª Maria Carolina Granato
Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro
RESUMO
Esta comunicação visa apresentar e discutir modelos e níveis de formação em pauta no
momento de criação e início do funcionamento do Curso Normal Superior do Instituto
Superior de Educação do Rio de Janeiro, instituição representativa de permanências e
mudanças nos modelos e níveis de Formação Docente. Versões de sua História
presentes na revista Diálogos em Formação, em diferentes modalidades narrativas,
como já demonstraram os estudos sobre Memória e História, construídas por interesses
e circunstâncias do momento coloridas pelas experiências acumuladas do narrador
orientam suas lembranças, silêncios e esquecimentos. Comemorações despertam o
“dever de memória” em “agentes especializados em sua produção” (FERREIRA e
FRANCO, 2009: 87) e também naqueles identificados com a efeméride. Seminários,
encontros e publicações ao atualizar memórias, expressam opções políticas do
momento. Determinados acontecimentos provocam “uma multiplicidade de memórias
fragmentadas e internamente divididas, todas, de uma forma ou de outra, ideológica e
culturalmente mediadas.” (PORTELLI, 1996: 127). Alçados ao status dos “chamados
fatos da história”, segundo Sarlo, se tornam “um ‘mito epistemológico’ que reifica e
anula sua possível verdade, encadeando-os num relato dirigido por alguma teleologia.”
(SARLO, 2007: 28) Buscam uma linha de continuidade que associe o presente a
determinado momento fundador do passado. (CHAUÍ, 2001) Comemorações despertam
o “dever de memória” em “agentes especializados em sua produção” (FERREIRA e
FRANCO, 2009: 87) e também naqueles identificados com a efeméride. Seminários,
encontros e publicações ao atualizar memórias, expressam opções políticas, em geral,
político-pedagógicas, no nosso caso em particular.
Palavras-chave: Instituto de Educação – Modelos de Formação Docente – Memória e
História
Em maio de 2006, o Conselho Nacional de Educação (CNE) instituiu dois
modelos e níveis de formação docente para as mesmas habilitações. Diretrizes
Curriculares Nacionais destinaram a licenciatura em Pedagogia à formação de
professores para Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental e para o
Ensino Médio, na modalidade Normal (Art. 4). Sucessores do Curso de Formação de
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Professores (CFP), profissionalizante instituído pela Lei de Diretrizes e Bases para o
Ensino de 1º e 2º graus 5692, de agosto de 1971, e do mais recente Curso Normal
Superior. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), 9394, de
dezembro de 1996: “a formação de docentes para atuar na Educação Básica [passaria a
ser feita] em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e Institutos Superiores de Educação” (Art. 62) que, por sua vez,
manteriam “cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o
curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para
as primeiras séries do ensino fundamental”. (Art. 63) Porém, continuou a admitir a
“formação mínima (...) em nível médio, na modalidade Normal” (Art. 62), que deveria
ser extinto até o “fim da Década da Educação” quando “somente [seriam] admitidos
professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”.
(Art. 87)
Ana Elisa de Assis e Maria Eugênia Castanho consideram a promulgação e
revogação de leis prejudicial ao “trabalho, não apenas ligado à formação de formadores
e especialistas, mas ao circuito educacional como um todo.” (ASSIS e CASTANHO,
2006: 2) Circuito que articula a burocracia aos corpos docente e discente.
Em 1997, o Instituto de Educação do Rio de Janeiro passou da Secretaria
Estadual de Educação (SEE) para a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), da
Secretaria de Ciência e Tecnologia; no ano seguinte foi transformado em Instituto
Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ). Representativo de permanências e
mudanças nos modelos e níveis de formação docente, no ISERJ, de 1999 até 2002, as
últimas turmas do Normal Médio coexistiram com as primeiras do Curso Normal
Superior (CNS) e, desde 2009, as últimas do CNS com as primeiras de Pedagogia.
Extinto no ISERJ, o Normal Médio continua a funcionar em colégios estaduais da
Secretaria Estadual de Educação, na cidade do Rio de Janeiro: Carmela Dutra (1949),
Sara Kubitsckek (1959), Inácio Azevedo Amaral (1959), Heitor Lira (1959), Júlia
Kubitschek (1960).
O Projeto político-pedagógico do CNS-ISERJ, em processo de implementação,
foi apresentado pelo grupo capitaneado por sua diretora Sandra Santos no X ENDIPE,
em 2000.
Diálogos em Formação, Revista Científica do Curso Normal Superior-ISERJ
(2001), sua única publicação, reúne trabalhos apresentados no I Encontro do CNS-
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ISERJ, “Homenagem aos 100 anos de Anísio Teixeira”, realizado em outubro de 2000,
portanto, expressão de propostas e concepções presentes na criação e início do
funcionamento deste curso. Em diferentes modalidades narrativas - apresentação,
agradecimento, comunicação e pôster -, dos 37 textos distribuídos em 177 páginas, oito
(30 páginas) elaboraram versões da História que valorizam diferentes modelos e
momentos relacionados aos dois níveis de formação.
No texto de abertura, diretora e professora do CNS, Sandra Santos explicou o
caráter do Encontro e, por consequência, da publicação:
Promover Diálogos em Formação entre os múltiplos espaços e sujeitos
envolvidos no processo de formação docente, com vistas à reflexão coletiva
permanente sobre a formação do professor e à construção de indicativos para
políticas públicas que regem esta formação; e manter aberto um espaço de
debate e troca acadêmica entre os diversos níveis de ensino de formação de
professor para o Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental hoje existentes no Brasil. (p. 3-4)
Este interesse geral propiciou a construção de Histórias marcadas pelos
interesses e circunstâncias do momento coloridas por experiências acumuladas pelo
narrador que orientam suas lembranças, silêncios e esquecimentos, já demonstraram os
estudos sobre Memória e História. “O passado é sempre conflituoso”, advertiu Beatriz
Sarlo (2007: 60); com a entrada de “operações com a história (...) no mercado simbólico
do capitalismo tardio (...)”(idem: 11) proliferaram narrativas acadêmicas e, sobretudo,
de vulgarização e não-profissionais. Determinados acontecimentos provocam “uma
multiplicidade de memórias fragmentadas e internamente divididas, todas, de uma
forma ou de outra, ideológica e culturalmente mediadas.” (PORTELLI, 1996: 127).
Alçados ao status dos “chamados fatos da história”, segundo Sarlo, se tornam “um ‘mito
epistemológico’ que reifica e anula sua possível verdade, encadeando-os num relato
dirigido por alguma teleologia.” (SARLO, 2007: 28) Buscam uma linha de continuidade
que associe o presente a determinado momento fundador do passado. (CHAUÍ, 2001)
Comemorações despertam o “dever de memória” em “agentes especializados em sua
produção” (FERREIRA e FRANCO, 2009: 87) e também naqueles identificados com a
efeméride. Seminários, encontros e publicações ao atualizar memórias, expressam
opções políticas, em geral, político-pedagógicas, no nosso caso em particular.
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Esta comunicação visa apresentar e discutir os modelos e níveis de formação em
pauta no momento de criação e início do funcionamento do CNS-ISERJ através das
versões da História do Instituto apresentadas na revista Diálogos em Formação.
Conjunto feminino reune versões “de fora”, da filha do homenageado, Babi
Teixeira, presidente da Fundação Anísio Teixeira, e de Clarice Nunes, da Faculdade de
Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF); as demais “de dentro”, de
professoras do CNS com vínculos distintos com a instituição, matizadas pela formação
escolar, acadêmica e trajetória profissional. Com diferentes objetivos, da apresentação
do encontro e projeto pedagógico àqueles voltados propriamente à reconstrução
histórica, o CNS-ISERJ, o presente estabelece laços de continuidade com um dos níveis
de formação: ou com a História centenária da Escola Normal da Corte (1880)
secundária ou no foco sobre Anísio que ilumina a experiência do curso superior da
Escola de Professores do Instituto de Educação (1932). Em quantidade, as referências a
ambas se equiparam.
Naquele momento, na apresentação, o reconhecimento pela diretora Sandra
Santos dos “diversos níveis de ensino de formação docente” podia estar relacionado à
derrota da proposta de “atribuir com exclusividade aos Cursos Normais Superiores a
prerrogativa de formar professores para atuar na Educação Infantil e séries iniciais do
Ensino Fundamental” pelo decreto 3.276, de dezembro de 1999: “o CNE sugeriu ao
MEC uma modificação no decreto, substituindo a palavra “exclusivamente” por
“preferencialmente”, o que de fato ocorreu (...) (LOPES, 2006: 14-15) A partir daquele
ano, no Instituto de Educação, no Médio as opções passaram a ser Formação Geral e
Informática. Em processo de extinção nesta instituição, o Normal Médio prosseguiu e
prossegue em funcionamento em outras colégios estaduais cariocas.
Voltando ao texto de apresentação, o compromisso “com a formação de
professores há 121 anos” precedeu a exposição sobre o CNS-ISERJ, dividido em oito
períodos: “(...) licenciatura de graduação plena (...) duas habilitações: para o Magistério da Educação
Infantil com ênfase em Educação Especial e para o Magistério dos anos inciais do Ensino Fundamental,
com ênfase em Educação Especial ou em Educação de Jovens e Adultos” (p. 3).
Explicitados mais adiante na exposição do projeto pedagógico (p. 68-77), sem
referência ao homenageado, na apresentação, Sandra Santos sublinhou sua contribuição
para os princípios norteadores do novo curso:
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(...) à constituição profissional do cidadão/professor (...) Especialmente para
o Curso Normal Superior do ISERJ, o caminhar utópico de Anísio em busca
da superação de obstáculos e de interrupções na concretização de seus
projetos, nos instiga a refletir sobre nossa responsabilidade de criar e
implementar o primeiro Curso Normal Superior Público do Brasil. (p.4)
Novidade ou retomada? Nos agradecimentos, Babi Teixeira relacionou o edifício
à obra de Anísio e traçou uma linha de continuidade com o CNS:
(...) esta Casa foi palco da grande reforma do ensino promovida por Anísio
Teixeira na década de 30, durante sua gestão como Secretário de Educação e
Cultura [1931-1935] do governo [do prefeito] Pedro Ernesto, ocasião em que
a Escola Normal foi transformada em Instituto de Educação, dentro da
estrutura da UDF [Universidade do Distrito Federal] por ele então criada, o
que conferia ao curso de formação de professores de ensino primário a
condição de curso de nível superior, ideia que hoje está sendo retomada com
o Curso Normal Superior. (p. 5)
Na apresentação do projeto pedagógico do CNS, Ana Abraão se reportou à “luta
de todos os seguidores de Anísio” por uma “escola de vida” (p. 66) e ao ISERJ,
“instituição histórica voltada à formação de professores desde 1880, credenciada pelo
Parecer no. 258 [de 13/10/1998] do Conselho Estadual de Educação [CEE] do Rio de
Janeiro vem construindo o processo de implementação do Curso Normal Superior.” (p.
67) Ao destacar este parecer, Ana Abraão fornece pistas para a compreensão do
pioneirismo do ISERJ. Pelo Parecer 258, de acordo com Sonia Lopes: “antecipando-se
ao parecer do CNE que ainda não havia se pronunciado sobre a criação dos Institutos
Superiores de Educação, [o CEE] credenciou o ISERJ, autorizando o funcionamento de
seu Curso Normal Superior.” (LOPES, 2006: 30)
O “Breve histórico do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro”, de
Sandra Santos, Miriam Nazaré Fernandes e Maria Helena Quelhas, que precede a
apresentação do projeto pedagógico do CNS-ISERJ, assinala da inauguração no Colégio
Pedro II, o Largo de São Francisco, a Rivadávia Correia (Atual Centro de Referência da
Escola Pública (CREP) da Secretaria Municipal de Educação, Pedro Varela, no Estácio,
até a construção do edifício e “a transformação da antiga escola Normal em Insituto de
Educação, abrangendo todos os graus de ensino, desde o pré-escolar até o superior,
tendo como objetivo prioritário a formação do professor primário”. (p. 68) Demarcaram
ainda, a UDF, em 1935, e a retirada do “curso para a formação de professores
secundários”, em 1938. Fundamentado em A formação da professora primária, de
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Isabel Lelis (1989) e no relatório da pesquisa Recriando a Escola Normal (1988), a
maior parte do item trata do “impacto negativo sofrido pela políca de profissionalização
do 2º grau” do Curso de Formação de Professores (CFP) da 5692/71, segundo as
autoras, o Normal “perdeu sua especificidade, na medida em que se transformou em
habilitação de 2º grau, como qualquer outra”. Neste contexto não bastava mais o “curto
prazo de três anos [para] formar professores e superar dificuldades acumuladas pelos
alunos ao longo do 1º grau, já afetado pela agilização e pela deteriorização da qualidade
de ensino.” (p. 69) Resultado do ciclo vicioso iniciado e concluído no CFP, alunos
formados por professores sem habilitação específica.
O CNS-ISERJ se distinguia, integralizado em 3.200 horas das quais “800 horas
representam a Prática Docente Interdisciplinar, realizadas concomitantemente ao longo
de todo curso” (p. 70), pela perspectiva da “formação continuada” e do “compromisso
pró-pesquisa”, os seguintes “projetos interdisciplinares investigativos”:
PROEJA – Projeto de Educação de Jovens e Adultos vinculado ao Curso
Normal Superior – implementa classes de alfabetização de Jovens e Adultos
de CA à 4ª série, abertas à comunidade, e viabiliza a prática docente voltada
para a Educação de Jovens e Adultos;
ISEB – Projeto de Integração Ensino Superior Educação Básica, visando a
efetividade da coerência prático-teórico do ISERJ integral;
PROMEMO – Projeto de Memória Pedagógico Cultural do ISERJ
socialmente irradiadas ao longo de seus 120 anos de formação de professores.
(p. 70)
Continuam a funcionar em 2012, o PROEJA e o PROMEMO, ao qual está
vinculada a presente comunicação, parte do projeto Memória e História Imediata da
Formação de Professores no Instituto de Educação: O Curso Normal Superior – Entre o
Normal Médio e a Pedagogia (1996-2009), com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa
do Estado do Rio de Janeior (FAPERJ).
Com base na formulação de Dinamara Garcia Feldens da “construção,
organização e uso articulado do conhecimento acerca de seu próprio ensino e do ensino
que acompanha” (FELDENS, 1998 apud p. 71), sem referência a Anísio Teixeira, os
fundamentos teórico-metodológicos do CNS-ISERJ:
Abordagem interdisciplinar do processo de construção do curso; Constituição
plural do saber; Ressignificação do conceito de docência; Valorização da
opção discente; Formação de um sujeito/docente integral; Exercício da
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Pedagogia da pesquisa; Definição de eixos norteadores; Organização dos
diversos conhecimentos em áreas de confluência; Avaliação contínua e
multidimensionada. (p. 71-72)
Na apresentação do painel de comunicações “Retratos do Professor – Uma
Identidade em Construção Maria Thereza Alves da Silva sublinhou a representatividade
do Instituto na formação docente e o peso do passado na projeção de seu destino:
Avançamos para o futuro, resgatando a história da formação e da vida dos
professores brasileiros – história que se confunde com a do próprio Instituto
de Educação – IE -, que agora Instituto Superior de Educação – ISERJ –
continua a se impor como centro de educação pública para a formação de
professores. (p. 78-79)
Dedicados especialmente à reconstrução da História, as comunicações de Sonia
Lopes e Clarice Nunes e o pôster de Edna Moraes dos Santos e Elvira Lopes Pio
Pereira. Este propôs “fazer o recorte da formação docente à luz dos documentos legais,
desde os primórdios da instituição, época do Brasil Império, com a denominada Escola
Normal da Corte, até os dias atuais, com o Curso Normal Superior do ISERJ”. (p. 176)
Edna Santos e Elvira Pereira fundamentaram seu recorte em Resgate da memória do
Instituto de Educação/RJ: de 1930 a 1970 (1964), da ex-aluna e ex-diretora Marion
Villas Boas, e nos Arquivos do Instituto de Educação (1934). Sem maiores
considerações, recortaram quatro marcos: “1880 – Escola Normal da Corte; 1932 –
Insituto de Educação (IE); 1974 – Insituto de Educação do Rio de Janeiro; e, finalmente,
1998 – Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ)” (p. 176) Destaque
para 1974, possivelmente se relacionado à História Política - ao processo de fusão do
estado do Rio de Janeiro ao da Guanabara, em 1975, e à História da Educação, a
introdução do CFP.
Na mesma perspectiva que Babi Teixeira, Clarice Nunes, autora da tese Anísio
Teixeira a poesia da ação (1991), valorizou a “concepção da Universidade do Distrito
Federal (UDF) que se notabilizou
(...) como locus de aglutinação de professores (...) Pela primeira vez no país,
através da Escola de Educação, que se situava ao lado dos Institutos de
Filosofia e Letras, de Ciências, de Política e Direito, de Artes e Desenho e de
Música, o magistério primário alcançava uma formação em nível superior.”
(p. 120)
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Partindo de Clarice Nunes e Ana Waleska Mendonça (1993), entre outras, e do
conceito de Pierre Nora (1984), Sonia Lopes discutiu “a importância conferida ao
Instituto de Educação como ‘lugar de memória’ e referencial de ensino para todo o
Brasil durante as décadas de 30 e 40, enquanto centro de excelência da formação de
professores.” (p. 101) Como assinalara Babi Teixeira, atribuiu a Anísio Teixeira,
Diretor de Instrução Pública do Distrito Federal (1931-1935), a iniciativa da
transformação da Escola Normal
(...) em Instituto de Educação, um centro educacional que incorporava num
só estabelecimento a antiga Escola Normal e escolas modificações de
estrutura e funcionamento fixadas pelo Decreto 3.810 de 19 de março de
1932. Essas modificações se constituíram, principalmente, na criação de uma
escola secundária e de uma Escola de Professores em nível universitário,
tendo como objetivo prioritário a melhoria de qualidade na formação do
magistério primário, além de cursos de formação de orientadores e
administradores escolares. A Escola de Professores do Instituto de Educação
foi, pouco tempo depois, articulada à Universidade do Distrito Federal
também criada por Anísio em 1935, sendo responsável pela formação
pedagógica dos professores universitários formados naquela universidade. (p.
104)
Destes Diálogos resultaram pelo menos duas teses. Sua comunicação se tornou o
ponto de partida para a tese Oficina de Mestres: História, Memória e Silêncio sobre a
Escola de Professores do Instituto de Educação do Rio de Janeiro (1932-1939), de Sonia
de Castro Lopes, defendida em 2003, publicada em 2006. Inspirada propriamente na
experiência do CNS, a tese Movimentos identitários e investigativos de professores no
cotidiano escolar: o exercício instituinte da pesquisa como práxis em diálogo com
relações sociais (2006), da ex-diretora do CNS e atual da instituição, Sandra Santos
abordou “movimentos identitários e investigativos de professores e alunos
implementadores do primeiro curso normal superior público do país, no tradicional
Instituto de Educação”, documento para a construção da História do funcionamento do
curso.
Comemorações de maneira direta e indireta propiciam a expressão de opções, no
caso, político-pedagógicas. A escolha do modelo de formação docente traduz a
valorização de um legado mais ou menos distante relacionado a dois níveis de
formação, o secundário, ou Médio - a Escola Normal da Corte de 1880 -, ou o superior,
que se reporta mais diretamente ao centenário de Anísio Teixeira, a criação do Instituto
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de Educação de 1932 e da UDF, em 1935. A despeito da crítica ao CFP da 5692/71, um
silêncio solene pairou sobre o Normal Médio, em especial, do Instituto de Educação, da
lendária Normalista cantada em prosa e verso, origem de pelo menos duas autoras:
Maria Helena Quelhas (1961) e Sonia Lopes (1968). Nesse sentido, apesar das críticas
ao CPF, até que ponto os Anos Dourados do Normal Médio pairaram sobre o CNSISERJ? Até que ponto suas contribuições foram reafirmadas ou refutadas em pesquisas
que se desdobraram da experiência do Normal Superior?
Quais as relações entre os três modelos de formação de professores instituídos a
partir da LDBEN 9394/96? O CNS seria tão somente um aprofundamento do Normal
Médio? E a Pedagogia, após as Diretrizes de 2006 se transformou num acúmulo de
habilitações e ênfases do CNS? Nesse sentido, até que ponto a Pedagogia não teria se
transformado num aprofundamento do Normal Médio? Quais as principais semelhanças
e diferenças entre eles?
Bibliografia:
ASSIS, Ana Elisa e CASTANHO, M. Eugenia. “Especialistas, professores e pedagogos:
Afinal,
o
que
nós
somos
ou
deveríamos
ser?
[2006]
In
http://www.fja.edu.br/praxis/documentos/artigo_02.pdf Acesso 6/5/2009.
CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Perseu
Abramo, 2001.
Diálogos em Formação. – Homenagem aos Cem Anos de Anísio Teixeira, n.1. Rio de
Janeiro: FAETEC, 2001
FERREIRA, Marieta de Moraes e FRANCO, Renato. Aprendendo História: reflexão e
ensino. Rio de Janeiro: FGV/Editora do Brasil, 2009.
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/ldb.pdf Acesso 06/2009.
LOPES, Sonia de Castro. Oficina de mestres. História, Memória e Silêncio sobre a
Escola de Professores do Instituto de Educação do Rio de Janeiro (1932-1939). Rio de
Janeiro: DP&A/FAPERJ, 2006.
PORTELLI, Alessandro. “O massacre de Civitella Vila di Chiana (Toscana, 29 de junho
de 1994): mito e política, luto e senso comum”: In FERREIRA, M. & AMADO, J.
(orgs.) Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996: 103-130.
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Resolução CNE/CP nº 1, 15 de maio de 2006 – institui Diretrizes Curriculares
Nacionais
para
o
Curso
de
Graduação
em
Pedagogia,
licenciatura
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf Acesso 1/3/2012.
ROUSSO, Henri. La hantisse du passé. Paris: Textuel, 1998.
SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Belo
Horizonte/São Paulo: UFMG/Cia das Letras, 2007.
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Livro 2 - p.004194
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Quadro I – Histórias do Instituto de Educação em Diálogos em Formação (2001)
Formação
escolar
Título
Autora (s)
Abertura do I Encontro do
Curso Normal Superior do
ISERJ – Diálogos em
Formação: Homenagem a ao
centenário
de
Anísio
Teixeira
Sandra R. Pinto
Santos e equipe
docente/discente de
criação
e
implementação do
CNS
Anna
Christina
Teixeira M. de
Barros
(Babi
Teixeira)
Agradecimento ao ISERJ
Projeto Pedagógico do CNS
do ISERJ
Ana M. Carneiro
Abrahão
Projeto Pedagógico do CNS
do ISERJ
Sandra R. Pinto
Santos,
Maria Helena Q.
Pereira,
Miriam
N.
Fernandes
Retratos do Professor – Uma
identidade em construção:
Observações sobre uma
noite iluminada
Instituto de Educação do Rio
de Janeiro: ‘Lugar de
.....
Normal
I.E. (1961)
...
Maria
Thereza
Alves da Silva
Sonia de
Lopes
Castro
Normal
I.E. (1968)
Formação
acadêmica
Função
Ms
Educação
PUC-RIO
Prof
diretora
CNS
Pg
Marcos
3-4
1880 - Escola Normal da Corte
1999- CNS
e
Presidente
Fundação
A.Teixeira
4-5
1932- Instituto de Educação
1935 - UDF
Prof.CNS
6667
1880 - Escola Normal da Corte
Parecer 258/CEE- 13/10/1998
Profs CNS
6877
1880 - Escola Normal da Corte
1930- Edifício Escola Normal
19/3/1932- IE
Lei 5692/71
1999- CNS
Ms Botânica
UFRJ
Prof. CNS
7879
IE
ISERJ
Ms. História
UERJ
Prof CNS
101
-
1930 – Edifício Escola Normal
19/3/1932- Escola Professores do I.
Ms
Matemática
PUC-RIO
Ms
Educação
PUC-RIO
Ms
Educação
UFRJ
Ms
Pedagogia
UGF
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memória’ do ensino
Brasil (anos 30/40)
no
A obra de Anísio Teixeira
A formação do professor ao
longo da História: IE-IERJISERJ ou A formação de
professor
à
luz
dos
documentos
legais:
Da
Escola Normal da Corte ao
ISERJ
(1998)
Dra.
Educação
Clarice Nunes
Edna
M.
Santos,
Elvira
L.
Pereira
dos
Pio
...
Normal
I.E.?
Prof
UFF
Especialistas
FE-
Profs CNS
108
E.
117
121
UDF (1935-39)
176
1880- Escola Normal Corte
1932 – Instituto de Educação (IE)
1974- Instituto de Educação do Rio
de Janeiro (IERJ)
1998– Instituto Superior de
Educação do Rio de Janeiro
(ISERJ)
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histórias de memórias da formação de professores no