PALHAÇOTERAPIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE: PROJETO DE ENCONTRO E RISO TERAPÊUTICOS - PERTO Michelle Abdon Brasil / Discente / Psicologia Amanda Karollyne da Silva Carvalhar / Discente/ Medicina Ana Cristina Favre Paes Barreto Alves / Discente / Enfermagem Bruna Rafaela Ferreira da Silva / Discente / Enfermagem Caio Vinícius Afonso Barbosa Saraiva / Discente / Medicina Maria Wedlayne Pricila Silva / Discente / /Medicina Mariana Souza de Araújo / Discente / Medicina Tayanne Vieira Lopes / Discente / Medicina Leniée Campos Maia / Docente /UFPE Bruno Severo Gomes / Docente / UFPE (Orientador) A história do benefício do riso não é recente. Desde Aristóteles, hordas de filósofos, historiadores, psicólogos, sociólogos e médicos vêm encarregando-se de estudar esse assunto. Entretanto, foi, principalmente no final do século XX, que a ideia de levar o riso ao ambiente hospitalar foi ganhando cada vez mais notoriedade. Os bons resultados gerados pela descontração no âmbito hospitalar e pela formação de profissionais de saúde voltados ao cuidado holístico concretizam a integração dos fatores psicossociais ao biológico. Dessa forma, o uso do riso vinculado a figura do palhaço é cada vez mais empregado nos hospitais, permitindo uma assistência mais integral ao paciente. Tal proposta ganhou mais notoriedade após a publicação da história do Dr. Patch Adams, em 1998. Nesse contexto, em 2007, surgiu na Universidade Federal De Pernambuco, o Programa Manifestações de Arte Integradas à Saúde – MAIS, o qual desenvolve atividades artísticas e culturais no Hospital das Clínicas - HC. Há cinco anos, o MAIS acolheu a ideia de um projeto de palhaçoterapia nesse hospital, o Projeto de Encontro e Riso Terapêuticos – PERTO, criado com o objetivo de proporcionar, além de momentos de descontração, uma ressignificação do espaço hospitalar, tornando-o mais ameno e favorável ao real tratamento dos pacientes. Objetivo: Promover humanização no ambiente hospitalar utilizando a linguagem do palhaço como ferramenta complementar no tratamento das doenças e promoção da saúde e sensibilizar os estudantes e profissionais de saúde do HC através da arte clownesca. Metodologia: O desenvolvimento do projeto se faz através de intervenções em duplas ou trios de palhaços que ocorrem durante toda a semana em locais e horários previamente estabelecidos. A programação é encaminhada à coordenação do MAIS e posteriormente divulgada às chefias dos centros, enfermarias, assistência social e direção do HC. O grupo de palhaços é composto por estudantes das graduações dos cursos de enfermagem, medicina, odontologia, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, biomedicina e ciências biológicas da UFPE e atuam em diversos centros e enfermarias do Hospital das Clínicas. Resultados e Discussão: O projeto iniciou em 2010 no desejo de alguns estudantes de medicina em concretizar o processo de humanização através da utilização da figura do clown como um agente lúdico de valor terapêutico. A formação dos Clowns, ministrada por um profissional em artes cênicas, proporciona autoconhecimento para a descoberta do palhaço no íntimo dos participantes. Segundo Burnier, o clown não interpreta um personagem, ele permite que o seu ser interno se manifeste com todas as suas virtudes e, principalmente, defeitos. XV ENEXT/I ENExC - 2015 Seguindo esses princípios, as atuações fundamentam-se na criação de vínculos entre os pacientes, acompanhantes e profissionais do setor, respeitando suas singularidades, reconhecendo o paciente como um ser biopsicossocial, na tentativa de minimizar o estresse da rotina hospitalar e promover uma maior adesão ao processo terapêutico. Conclusão: A vivência do projeto fornece uma bagagem de experiências e contribui diretamente na formação do aluno favorecendo o amadurecimento da autonomia individual e da prática dialógica, aliada à aprendizagem pessoal e a alegria propiciada a si própria e aos pacientes. Com isso, o cenário hospitalar vai tornando-se mais leve e o paciente passa a ser enxergado fora do contexto da “doença” sendo observado holisticamente, incluindo seu emocional, sua história familiar e contexto social. Palavras-chave: hospital; humanização; palhaço Referências: MINOIS, G. História do Riso e do Escárnio, 2000. Anais do I Encontro Nordestino de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (I PIC’s NE): pela reconstrução do modelo de cuidado / Organizado por Alexandre Franca Barreto, Rafaela Santos de Melo e Maria de Fátima Alves Aguiar Carvalho. Petrolina, PE: UNIVASF, 2013. BURNIER, L.O. O Clown e a Improvisação Codificada in A Arte de Ator – da Técnica à Representação, Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2001. p.205-219. XV ENEXT/I ENExC - 2015