NOTÍCIAS NEWS EXPOSIÇÃO MULUNGO-MULANDI Mulungo-Mulandi foi a continuação de um percurso, já com 18 anos de pintura, do artista plástico Luís Garcez Gomes. No Zambi, em Abril passado, estiveram em exposição 21 óleos sobre tela, entre tons de vermelho, laranjas e azuis celestes, com motivos da vida selvagem onde se destacam as gazelas e os guerreiros Masai. Uma pintura feita com coração e veias, que tem corpo e alma. A linguagem estética de Luís Gomes traduz-se em emoções, sentimentos, estados de alma, em que o abstracto é o estilo que melhor o define e onde se liberta com seu gestualismo ímpar. Luís Gomes, que se assume como autodidacta, expõe desde 1990, estando representado no Museu Nacional de Arte em Maputo e em várias empresas, bancos, e colecções particulares de Moçambique, Portugal e África do Sul. AF QUINTA DA MILA foto / photo Artur Ferreira Já lá vão dez anos, Emília António dos Santos montou uma barraca para vender rebuçados e outras miudezas. Tomando o gosto pelos negócios, arregaçou as mangas e foi progredindo na actividade comercial. O local escolhido dispunha de uma invulgar vista sobre o rio Maputo, que passava as suas águas bem pertinho. Um miradouro natural que terá, em outros tempos, sugerido o nome de Bela Vista para a vila que nascera para ser capital do distrito de Matutuíne. O turismo podia ser o foco do desenvolvimento da actividade da empreendedora Emília dos Santos. Pensou nisso e “pôs mãos à obra”. Tendo dado ao espaço o nome de Quinta Mila, foi construindo corredores de quartos, enquadrando um terraço a que apreciável parreira fornece sombra, apesar de não dar uvas... O frango assado passou a ser referência, e a caminho da Reserva dos Elefantes de Maputo ou da Ponta do Ouro a paragem para almoço tornou-se obrigatória, na ida ou na volta. Enquanto o negócio ia decorrendo, os sonhos iam nascendo. Um complexo turístico foi-se desenhando no irrequieto pensamento de Mila. E, tal como ela disse citando Fernando Pessoa na inauguração do seu grande e belo salão multiusos, “O homem sonha, Deus quer, a obra nasce.” Em Maio passado, perante dezenas de convidados e entidades oficiais, Mila, com os olhos plenos de lágrimas deixando escapar a emoção, pôde mostrar a sua faceta de empresária. Tinham passado dez anos. Já não vendia rebuçados. Aquele mega salão, em que se brindou com espumante em todas as mesas, mostrava que podia agora receber galhardamente os seus clientes. Ao mesmo tempo, Mila estava a dotar a sua terra de um Centro de Conferências. Mulher de sucesso, seguramente. AF 10 MULUNGO-MULANDI EXHIBITION Mulungo-Mulandi was the continuation of the path of plastic artist Luís Garcez Gomes after 18 years of paintings. Last April, 21 oils on canvas were exhibited in Zambi, ranging between tones of red, orange and sky blue, with wildlife motifs in which gazelles and Maasai warriors are proeminent, in a painting style that harbours body, soul, heart and veins. The aesthetic language of Luís Gomes translates into emotions, feelings, states of mind, in which the abstract best defines him and where he feels home with his unrivalled gestualism. Luís Gomes, who considers himself to be self-taught, has been exhibiting his works since 1990. He is represented at the National Art Museum in Maputo and in several companies, banks and private collections in Mozambique, Portugal and South Africa. AF QUINTA DA MILA TOURIST COMPLEX Ten years ago, Emília António dos Santos set up a tent to sell candy and other odds and ends. Having taken a liking to business, she rolled up her sleeves and gradually progressed in commercial activity. Her chosen location boasted an exceptional view of the Maputo River that flowed nearby. It is believed that it was this natural belvedere that inspired the name of Bela Vista (Beautiful View) for the town that grew to become the capital of the District of Matutuíne. Entrepreneur Emília dos Santos could bet her business activity on tourism. She thought about this and “put her shoulder to the wheel”. She named the place Quinta Mila, constructed room corridors, adding a terrace shaded by a trellised vine, even though it did not bear grapes. Her roasted chicken became famous and stopping for lunch on the way to and from the Maputo Elephant Reserve or Ponta do Ouro became obligatory. As business was evolving, dreams were growing. In her restless mind, Mila designed a tourist complex. And as she stated at the opening of her vast and beautiful multipurpose saloon, quoting poet Fernando Pessoa, “God wills, man dreams, the work is born.” Last May, Mila’s eyes filled with tears in an outburst of emotion as she showed her entrepreneurial side before dozens of guests and officials. Ten years had passed. She was no longer selling candy. That grand saloon, in which people toasted with sparkling wine at each table, showed that she was now ready to gallantly welcome guests. At the same time, Mila was providing her native land with a Conference Centre. Mila has become just another name for success. AF