VI ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE Área Temática: 6. Economia da ciência, tecnologia e inovação ETANOL E BIODIESEL: INOVAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS Alessandra da Silva Barbosa – Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – [email protected] Resumo: O presente artigo faz uma análise do desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil e os desafios da inovação nas políticas públicas do etanol e do biodiesel. O governo brasileiro está incentivando a criação de novos programas, como ocorreu com o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1975, o qual foi bem sucedido em relação à substituição dos derivados de petróleo, sendo desenvolvido para reduzir a dependência externa de divisas devido aos choques do petróleo. Já o biodiesel passou a fazer parte da matriz energética do Brasil a partir de 2004. No ano de 2003, sob o visto do Ministério das Minas e Energia, começaram os estudos que vieram a estabelecer a política brasileira de bioenergia, sendo representada pelos estímulos a produção de etanol e pelo Programa de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Foi criado também o “Selo Combustível Social”, que tem como objetivo garantir a inclusão social dos agricultores familiares. O objetivo deste estudo é analisar a inovação, a tecnologia e as políticas públicas para o etanol e o biodiesel no Brasil, as mudanças que ocorreram no setor energético brasileiro, mais especificamente, a inovação nas políticas públicas dos biocombustíveis etanol e biodiesel. O referencial teórico é baseado em economia industrial, inovação e tecnologia. Para a análise foi utilizado o método exploratório descritivo. De maneira conclusiva em relação ao etanol, são necessárias mais inovações tecnológicas e capital, já para o biodiesel, o PNPB exige ajustes, comprometimento e aprendizagem por parte dos agentes envolvidos. Em termos de inovação o Brasil ainda está perdendo espaço para outros países que estão mais avançados em termos tecnológicos. Palavras-chave: Etanol. Biodiesel. Inovação. 1 INTRODUÇÃO O uso de energias renováveis para garantir a sustentabilidade do planeta é uma forma de reduzir as desigualdades socias visto que estes programas são capazes de gerar emprego e renda para os países. Estes fatores, segundo FAO (2008 apud MARTINS, 2010, p. 1), “pautam as discussões sobre a produção e o uso de etanol e de biodiesel em vários países incentivados por meio de políticas públicas atreladas a ciência e tecnologia, agricultura, inclusão social, economia, energia, entre outros”. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) teve início em 14 de novembro de 1975, por meio do Decreto n° 76.593, e tinha como finalidade incentivar a produção do álcool para atender o mercado interno e externo. O Decreto previa que a produção deste combustível, originário da cana-de-açúcar, da mandioca e de outras culturas, deveria ser estimulada por meio do aumento da oferta de insumos, com destaque para o uso de tecnologias que visassem expandir a produção agrícola. A criação do Proálcool teve uma importância siginificativa para 1 o desenvolvimento do Brasil, que além dos resultados positivos, transformou o país em um modelo para o mundo na geração de combustíveis alternativos e limpos (SILVA e FISCHETTI, 2008). Em 1979 aconteceu o segundo choque do petróleo, que elevou o preço do barril desta commodity e que representava 46% das importações do país em 1980. Com previsão de aumentos de preços, o governo federal decidiu criar medidas para incentivar o Proálcool. Nos anos de 1986-1987, a produção alcooleira chegou a 12,3 bilhões de litros, ultrapassando a meta do governo, que era de 10,7 bilhões de litros/ano para o final do período. Houve aumento do número de carros a álcool produzidos no Brasil, passando de 0,46%, em 1979, para 26,8%, em 1980, e atingiu uma alta de 76,1% em 1986 (SILVA e FISCHETTI, 2008). Trinta anos depois da criação do Proálcool, o Brasil se depara com novos avanços que visam apresentar combustíveis alternativos para o petróleo, com o objetivo de reduzir as emissões de gases poluentes e de CO2 na atmosfera. Os mais relevantes são o etanol e o biodiesel. No ano de 2003, sob o visto do Ministério das Minas e Energia, começaram os trabalhos que vieram a estabelecer a política brasileira de bioenergia, sendo representada pelos estímulos a produção de etanol e pelo Programa de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). O etanol (nome técnico do álcool etílico combustível) derivado da cana-de-açúcar, do milho e de outros cereais é uma das principais formas de combate ao aquecimento global. O uso deste combustível é capaz de reduzir a emissão de gases para a atmosfera em até 90%. Todos estes fatores contribuiram para que os fabricantes, os ambientalistas e os consumidores adotassem o carro movido a álcool (etanol hidratado). Neste cenário, ocorreu o desenvolvimento dos motores flex fuel, que incentivou o consumo interno de álcool. Os veículos podem ser movidos a gasolina, álcool ou misturados e esta tecnologia chegou ao Brasil em março de 2003, tendo uma significativa aceitação dos consumidores. Agora a opção Flex Fuel é encontrada em quase todos os modelos de automóveis bicombustíveis, que no mercado interno já ultrapassou a venda dos carros movidos a gasolina. Outra alternativa para os combustíveis derivados de petróleo é o biodiesel, sendo que, no dia 06 de dezembro de 2004, foi lançado pelo governo federal o PNPB, implantando as condições legais para que o biodiesel fosse introduzido na matriz energética do país. A Medida Provisória (MP) nº 214 define o termo biodiesel e atribui à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) responsabilidades de regulação, de contratação e de fiscalização das atividades econômicas que fazem parte da indústria dos combustíveis renováveis, como o biodiesel (BRASIL, 2005). 2 A relevância deste tema é observada nos estudos que analisaram as políticas públicas para os biocombustíveis, como, por exemplo, Seratto e Michellon (2009), que estudaram a trajetória recente da política nacional de bioenergia e observaram que apesar dos esforços, ainda há polêmica, principalmente em relação ao fato de querer incluir os agricultores familiares no “Selo Combustível Social” determinado pelo PNPB. Por sua vez, Favareto, Magalhães e Schroder (2008) afirmam que a intenção de inclusão social de agricultores familiares no PNPB prevê a combinação de vários instrumentos e concluem que ainda existem impasses em relação à eficiência social desta iniciativa. Já Vian e Ribeiro (2008) fizeram uma comparação entre as políticas de estímulo à produção de etanol e de biodiesel no Brasil e no mundo. Os autores concluíram que o etanol não levou em consideração questões como desenvolvimento econômico e social em termos regionais e o biodiesel não considera o uso local de geração de energia, questão que já faz parte das políticas regionais e locais que começam a ser implantadas no Brasil. O objetivo do presente artigo é analisar a inovação, a tecnologia e as políticas públicas para o etanol e o biodiesel no Brasil. O artigo está estruturado em quatro seções: na primeira parte está a introdução; na segunda estão as bases conceituais sobre o tema em estudo; a terceira apresenta a análise do desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil e os desafios da inovação nas políticas públicas do etanol e do biodiesel; e, por fim, as considerações finais são apresentadas na quarta seção. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 SISTEMA DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA As mudanças ocorreram através dos tempos, a busca por comodidade e conforto levou o ser humano a descobrir a natureza, a criar leis e mecanismos, métodos e equipamentos. Este avanço tecnológico começou com uma invenção que provocou mudanças na sociedade, seguida pela adaptação, descoberta e aperfeiçoamento da nova invenção, causando uma substituição desta por outra mais sofisticada, que veio atender as novas necessidades dos seres humanos, reiniciando todo este processo. Com o passar do tempo, a humanidade percebeu este avanço tecnológico, seja por meio da evolução energética ou do desenvolvimento das tecnologias na área da computação, de equipamentos eletrônicos e de telefonia ou de uma nova forma de produção, como o fordismo ou o taylorismo. Este avanço tecnológico passou 3 por um processo de destruição daquilo que era antigo. É o que afirma Schumpeter (1982), adotando a expressão “destruição criativa” ou “destruição criadora”, que relata o processo de inovação em uma economia de mercado onde novos produtos destroem velhas fábricas e modelos antigos de desenvolvimento, sendo esse modelo a essência do capitalismo. Segundo o autor, as fases deste processo eram: empresário, inovação (invenção de um novo produto, fonte de matéria-prima ou método de produção), difusão da inovação (destruição do antigo e afirmação do novo), exaustão e crise, como falências e desemprego. Este período de estagnação só irá acabar quando outra inovação aparecer no mercado, retomando o crescimento da economia. Segundo Schumpeter (1982), este modelo capitalista era cíclico e passou por três ciclos econômicos: 1. de 1790 a 1844, período caracterizado pela primeira fase da Revolução Industrial, da expansão do sistema fabril, carvão e ferro; 2. o segundo ciclo, que vai de 1845 a 1890, foi a época da difusão da máquina a vapor, da navegação a vapor e de estradas de ferro e da fabricação do aço; e 3. no último ciclo tem-se a expansão da eletricidade, da química e dos motores a combustão. As ideias de A. Schumpeter foram aprimoradas pelos chamados neo-schumpeterianos e, conforme Nelson e Winter (1982), a concorrência schumpeteriana oferece condições para que algumas empresas adquiram mais vantagens em relação a outras em termos técnicos. Este comportamento facilita a concentração à medida que evolui ao longo do tempo, visto que o crescimento garantirá benefícios aos ganhadores e a queda irá produzir equipamentos obsoletos e prejuízos aos perdedores. Por sua vez, Dosi (1984), ao se referir à palavra tecnologia, abrange as divisões do conhecimento, que podem ser práticas ou teóricas, e somente serão aplicadas a uma atividade específica em caso de sucesso. Para Rosenberg (1982), no sistema de inovação tecnológica, o aparecimento de falhas é um fator relevante para que a entrada de uma mudança técnica garanta o crescimento econômico. Estas falhas são responsáveis pelo aparecimento dos pontos de estrangulamentos que interessam a cientistas, criadores, empresários e administradores públicos, na busca pela eficiência em termos de alocação dos recursos. O autor defende que o processo de inovação está voltado para a pesquisa e que os resultados encontrados são identificados ex-ante. Logo, a busca pela inovação e pelo investimento no longo prazo estará sujeita a um determinado grau de incerteza. Em outra linha, autores como Cassiolato e Lastres (2005) defendem que o sucesso do processo de inovação em um determinado país não está associado somente às empresas e 4 aos centros de ensino e pesquisa, mas também da forma de interação entre os agentes envolvidos e de como os institutos que fazem os sistemas de inovação afetam essa relação. Os autores destacam que o fator relevante em termos de competitividade para garantir o crescimento dos países, das regiões, das empresas e dos indivíduos é a inovação tecnológica. Segundo Vermulm (2002), cabe ao Estado, principalmente nos países em desenvolvimento, a função de regular e de estimular a cooperação entre diferentes empresas, sem deixar para trás sua atuação como planejador, indutor e órgão financiador da política de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), intervindo para garantir a interação entre os setores público e privado. 2.2 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APL) Os Arranjos Produtivos Locais (APL) vêm sendo utilizados como um tipo de política pública para garantir uma etapa significativa de desenvolvimento industrial, favorecendo as empresas num maior nível de competitividade, em novos investimentos e num ambiente favorável ao desenvolvimento de inovações. A literatura sobre APLs visa o aumento de produção e também o uso da ciência e da tecnologia para resolver problemas econômicos e sociais que atingem o desenvolvimento sustentável da economia, buscando melhorar a qualidade de vida da população, como se observa a seguir: As principais capacidades competitivas dos APL são relacionadas basicamente com um ambiente local mais propício para a difusão e o desenvolvimento de conhecimento, a facilidade de acesso a ativos e serviços complementares, ou especialmente propicio para a cooperação multilateral entre firmas, instituições e poder público (SANTOS, DINIZ, BARBOSA, 2004, p. 24). 3 DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NO BRASIL E DESAFIOS DA INOVAÇÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO ETANOL E DO BIODIESEL Segundo Vermulm (2002), foi criado no Brasil, em 1951, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sendo considerado um marco na história do Estado, pois visava o desenvolvimento científico e tecnológico. O CNPq estimula a atividade científica no Brasil, oferecendo bolsas de estudos para financiar as pesquisas das 5 universidades e dos centros de pesquisas. A Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) atua também da mesma forma. Em 1965, foi criado a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que tinha como função financiar as atividades de empresas de engenharia. Posteriormente, em 1967, a FINEP tornou-se uma empresa pública e, em 1969, recebeu apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que financiava as pesquisas das instituições de ensino e dos institutos de pesquisas. Estes foram os principais centros de apoio as pesquisa do país, comprovando o privilégio dado à ciência em detrimento da tecnologia. Segundo Martins (2010), na década de 1980 surgiram os Programas de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), sendo os responsáveis pela política nacional de ciência e tecnologia deste período. Em 1999, surgem outras modalidades de investimentos em ciência e tecnologia, como uma série de leis que criaram os fundos setoriais, que tinham como função estimular o desenvolvimento científico e tecnológico de uma determinada área, sendo, portanto, o órgão mais importante de financiamento de pesquisas do Brasil. 3.1 A PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL Os biocombustíveis “[...] são derivados de biomassa renovável que podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores a combustão ou em outro tipo de geração de energia” (ANP, 2010). O Brasil utiliza como biocombustíveis: o etanol (álcool etílico) derivado da cana-de-açúcar e o biodiesel que é processado através de óleos vegetais ou de gorduras animais, sendo misturado ao diesel de petróleo em volumes diferentes (ANP, 2010). A evolução da produção de biocombustíveis no Brasil começa pelo primeiro choque do petróleo, a criação do Proálcool, abordando todas as suas fases até a atualidade, com o lançamento dos carros bicombustíveis, e o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), lançado no ano de 2005. No dia 14.11.1975, surgiu o Proálcool, sendo instituído, através do Decreto n° 76.593 de 1975, com a intenção de incentivar a produção do álcool para atender a demanda interna e externa. A produção desse combustível derivado, principalmente, da cana-de-açúcar tinha que ser estimulada através do aumento da oferta de produtos agrícolas, da inovação e da criação de novas unidades produtivas (SILVA; FISCHETTI, 2008). 6 A produção de etanol a partir de cana-de-açúcar foi uma decisão que levou em consideração, além do preço do açúcar, finalidades políticas e econômicas, envolvendo investimentos adicionais. Tal decisão foi tomada em 1975, quando o Governo Federal decidiu encorajar a produção do álcool em substituição à gasolina pura, com vistas a reduzir as importações de petróleo, então com grande peso na balança comercial externa. Nessa época, o preço do açúcar no mercado internacional decaia rapidamente, o que tornou conveniente a mudança de produção de açúcar para álcool (MME, 2009 apud OLIVEIRA, S. 2010, p. 51-52). O Proálcool pode ser dividido em três fases. Na primeira fase, de 1975 a 1979, de acordo com Rico (2007), a produção era voltada para a mistura de álcool anidro à gasolina, depois ele passou a ser usado como combustível, com a intenção de substituir o petróleo e seus derivados e, principalmente, a gasolina em função dos aumentos do preço do petróleo que ocorreram na década de 1970. O estímulo dado pelo programa fez com que o álcool produzido no Brasil aumentasse de maneira significativa, passando de 660 milhões de litros, em 1975-1976, para 3,4 bilhões de litros em 1979-1980 de acordo com o autor. A segunda fase ocorreu de 1980 a 1986 e, devido ao segundo choque do petróleo em 1979, as autoridades brasileiras resolveram adotar medidas para implementar o Proálcool. A produção de álcool chegou a 12,3 bilhões de litros em 1986-1987, ultrapassando a meta do governo que era de 10,7 bilhões de litros/ano para o final do período (SILVA e FISCHETTI, 2008). O número de carros a álcool produzidos no Brasil passou de 0,46%, em 1979, para 26,8%, em 1980, chegando a 76,1% em 1986. Esta fase caracterizou-se pelo investimento na produção de álcool hidratado, como substituto da gasolina e visando diminuir as importações de petróleo e derivados. No período de 1979 a 2005, a produção de veículos movidos a álcool hidratado chegou a 5,6 milhões. “O programa substituiu por uma fração de álcool anidro entre 1,1% a 25% um volume de gasolina pura consumida por uma frota superior a 10 milhões de veículos a gasolina” (NAPPO, 2007, p.16). Por fim, a terceira fase (1985-1995) foi caracterizada pela estagnação e crise do Proálcool, derivada da redução dos investimentos no programa. Em 1987-1988 houve uma redução para 11,5 bilhões de litros, passando para 11,7 bilhões de litros em 1988-1989 e chegando a 11,9 bilhões de litros em 1989-1990 (SILVA e FISCHETTI, 2008). O Proálcool passou por uma crise de abastecimento e de logística. O governo abandonou o programa e houve uma redução da demanda de automóveis movidos a álcool. A crise foi derivada por falta de uma política energética que fosse capaz de frear o consumo de carros a álcool, pois a produção de álcool não se dava na mesma proporção (RICO, 2007). Segundo Silva e Fischetti (2008), a produção de álcool, como a produção e a exportação de açúcar, foi desencorajada, sendo que, naquela época, o governo determinava os preços. 7 Outros fatores também contribuiram para diminuir a produção de carros a álcool no Brasil, como, por exemplo, a redução dos preços do barril do petróleo no final dos anos 1980 e início da década de 1990, o início da fabricação de modelos à gasolina pela indústria de automóveis do país, a importação de veículos exclusivos produzidos à gasolina e a diesel e o estímulo por parte do governo aos carros populares (SILVA e FISCHETTI, 2008). Esta fase de crise do álcool terminou quando passou a ser utilizada uma mistura de 60% de etanol hidratado, 34% de metanol e 6% de gasolina chamada de MEG, em substituição ao álcool hidratado, a partir daí o país passou a importar etanol e metanol, que chegou a 1 bilhão de litros em 1989-1995 para atender ao mercado interno no ano de 1990. O Brasil é o país que mais consome etanol, no ano de 2005, por exemplo, a procura deste biocombustível chegou a 15, 9 bilhões de litros, sendo que 7,7 bilhões foram misturados a gasolina e 7, 4 bilhões são do tipo hidratado. O período até 2003 foi marcado por uma redução das vendas dos carros a álcool. Entretanto, nos anos de 2004 e, principalmente, em 2005 houve um aumento na demanda de etanol devido à introdução dos automóveis flex fuel. Foram vendidos, em 2004, 284.500 unidades e, em 2005, estas vendas aumentaram para 906.366 unidades. Foi constatado que, em 2006, houve um aumento na demanda de veículos flex de todos os tipos, chegando a 1.143.147, fato que comprova a perspectiva de aumento de consumo no Brasil deste combustível (RICO, 2007). A inserção desta tecnologia consolidou o mercado de automóveis e de álcool no país. No segundo semestre do ano de 2006, a montadora Fiat lançou o carro tetra fuel, veículos que podem funcionar com até quatro tipos diferentes de combustíveis: gasolina pura, gasolina misturada, álcool hidratado e gás natural veicular (GNV) (RICO, 2007). As inovações tecnológicas e organizacionais utilizadas pelas usinas e destilarias do Brasil, pós-desregulamentação estatal, como também as condições favoráveis, vêm possibilitando a competitividade do etanol no mercado interno em relação à gasolina e, ao mesmo tempo, têm garantindo ao país a posição de líder em custos no mercado mundial desta commodity (VIAN e RIBEIRO, 2008). As pesquisas localizadas no estado de São Paulo têm contribuído para a formação tecnológica da produção agrícola e industrial, garantindo o aumento de produtividade na cadeia do etanol. Faz parte destas inovações o financiamento por parte dos bancos para a inovação tecnológica no campo (como a aquisição de máquinas de plantio, corte e colheita de cana-de-açúcar) e a utilização de tecnologias de informação (softwares comerciais) dirigidas para a integração de processos gerenciais, para o planejamento de operações e para troca eletrônica de dados entre outras (VIAN e RIBEIRO, 2008). 8 A legislação que tornou obrigatória a adição entre 20% e 25% de etanol na gasolina consumida no mercado interno garante uma reserva de mercado para o álcool no Brasil, sem levar em conta a isenção fiscal para automóveis movidos exclusivamente a álcool. Nos anos de 1990 houve a desregulamentação do setor sulcroalcooleiro, fato que garantiu o aumento da eficiência e a competitividade do etanol brasileiro. Devido ao fim do controle estatal dos preços, da produção e da comercialização de álcool e açúcar, os produtores de etanol foram obrigados a se adaptar ao livre mercado. Neste cenário, ocorreu o desenvolvimento de um número significativo de competências, buscando a geração de vantagens competitivas, destacam-se as inovações que visam elevar a eficiência técnica da produção, melhorar a estrutura organizacional das empresas, o progresso e a mudança do padrão tecnológico e gerencial utilizado (VIAN e RIBEIRO, 2008). A melhor qualidade da cana-de-açúcar e a utilização recente de seu bagaço e de sua palha para co-gerar a energia que será absorvida no processo produtivo do álcool garante a esta matéria-prima os menores custos de produção do etanol, em comparação com outras culturas, como o milho, o trigo, a beterraba e a mandioca. Esta energia responde por 13% da matriz energética brasileira e existem perspectivas de aumento deste percentual nos próximos anos devido à possibilidade das usinas geradoras venderem créditos de carbono no mercado internacional (ANP, 2007). Foi realizado em setembro do ano de 2009 o Zoneamento Agroecológico da Cana-deaçúcar para a produção de etanol e açúcar no Brasil, com o objetivo formular políticas públicas para expandir de modo sustentável a cana-de-açúcar no país. Segundo Manzatto et al. (2009), foram considerados para a elaboração do Zoneamento Agroecológico a vulnerabilidade de terras, o risco climático, o potencial de produção agrícola sustentável e a legislação ambiental vigente. Os locais indicados para a expansão pelo Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar abrangem as áreas que trabalham com produção agrícola intensiva, produção agrícola semi-intensiva, lavouras especiais (perenes, anuais) e pastagens, sendo classificadas em três categorias de potencial (alto, médio e baixo) por ordem de predominância (Ag - Agropecuária, Ac - Agricultura e Ap - Pastagem). Também foi utilizado como referência o mapeamento dos remanescentes florestais de 2002, realizado pelo ProbioMMA. O zoneamento observou que o país dispõe de cerca de 64,7 milhões de hectares de áreas aptas para o aumento do cultivo com cana-de-açúcar, sendo que destes, 19,3 milhões de hectares foram determinados como alto potencial produtivo, 41,2 milhões de hectares como médio e 4,3 milhões como de baixo potencial para o cultivo. No ano de 2002, as terras aptas à 9 expansão cultivadas com pastagens somavam 37, 2 milhões de hectares. Segundo Manzatto et al. (2009, p. 7), “estas estimativas demonstram que o país não necessita incorporar áreas novas e com cobertura nativa ao processo produtivo, podendo expandir ainda a área de cultivo com cana-de-açúcar sem afetar diretamente as terras utilizadas para a produção de alimentos”. Buscando ampliar a entrada do Brasil no mercado mundial de etanol, a principal etapa deve ser a busca pela ação conjunta do setor público e privado em relação ao estabelecimento de canais de negociação internacionais com a finalidade de atingir os mercados emergentes do álcool; diminuir as barreiras comerciais estipuladas pelos mercados americanos e europeus; realizar a transferência de tecnologias de produção nacional; e incentivar a entrada de novos agentes no mercado de produção do etanol. Embora o Brasil seja líder na produção de etanol, outros países estão se destacando em termos de avanços tecnológicos. E para que isso não atinja as exportações brasileiras, são necessárias inovações na tecnologia de produção do país, visando elevar a produtividade da cana-de-açúcar e o rendimento industrial. Em relação ao álcool será preciso desenvolver novos produtos baseados na alcoolquímica (VIAN e RIBEIRO, 2008). Diante deste contexto, como o fator limitante é o capital, “cabe ao poder público minimizar os riscos para o investimento privado” (VIAN e RIBEIRO, 2008, p. 10). 3.2 PROGRAMA DE BIODIESEL NO BRASIL O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis. Atualmente, no Brasil, 90% da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel é derivada do óleo de soja, encontrado, principalmente, na região centro-sul do país, os outros 10% vêm do algodão, amendoim, palma do dendê (região Norte), gergelim, girassol, mamona (região Nordeste e Semi-árido), canola e sebo ou gordura animal (TUDO SOBRE BIODIESEL, 2010). O processo de produção deste biocombustível pode ser obtido através do craqueamento, da esterificação ou pela transformação do óleo vegetal em biodiesel. Chamado de transesterificação, é a forma mais utilizada e pode avançar em termos de competitividade pela redução de custos de produção originários da venda dos co-produtos gerados durante esse processo como glicerina, ração proteíca vegetal e adubo. 10 Mundialmente, foi adotada uma nomenclatura para identificar o volume de biodiesel na mistura com o diesel, que significa uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de biodiesel 1. A Lei Federal nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade da adição de 2% de biodiesel em cada litro de diesel a partir de 2008, sendo que esta taxa deveria alcançar 5% em 2013. No entanto, devido ao sucesso do PNPB, essa cota foi antecipada para janeiro de 2010 e estima-se que neste ano serão produzidos 2,4 bilhões de litros de biodiesel no país. Com esta produção, o Brasil passará de 4° maior produtor mundial para 2°, ultrapassando os Estados Unidos e a França, perdendo somente para a Alemanha (MME, 2009). Segundo Kogo et al. (2006), o governo brasileiro incentiva pesquisas que visam o desenvolvimento de combustíveis alternativos ao petróleo, através de uma política de CT&I. E para atender a um possível aumento da demanda de biocombustíveis no mercado interno e externo, torna-se necessária a adoção de medidas como um vasto programa de PD&I. Um programa baseado na agricultura para a produção de energia, para o desenvolvimento dos biocombustíveis etanol e biodiesel. As primeiras ações do governo federal, em relação ao biodiesel, iniciaram em 1980 com o Programa de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (PROÓLEO), visando substituir parcialmente o óleo diesel. Entretanto, foi somente no governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva que surgiu o marco regulatório para esse combustível. No final de outubro de 2002, ocorreu o lançamento do Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico do Biodiesel (PROBIODIESEL), de responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, que seguia uma trajetória para desenvolver o uso de óleos vegetais como alternativa para a matriz de energia do país para estimular a produção e a utilização do biodiesel (MEIRELLES, 2003 apud KOGO et al., 2006). Posteriormente, no ano de 2003, foi criado um grupo de trabalho interministerial para estudar a viabilidade de utilização do biodiesel no país, fato que fez com que o Presidente da República estabelecesse o PNPB por meio de um Decreto que passou a ser prioritário para o Brasil. Em 2004 foi lançado, pelo Presidente da República, o Marco Regulatório que introduziu as condições legais para que o biodiesel fizesse parte da matriz energética brasileira de combustíveis líquidos. Foi instituído também o “Selo Combustível Social”, oferecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) aos produtores de biodiesel, com a intenção de garantir a inclusão social dos agricultores familiares. No dia 13 de janeiro 1 Se uma mistura tem 2% de biodiesel é chamada de B2, se tem 5% de biodiesel é chamada de B5, se tem 20% de biodiesel , é B20. A utilização do biodiesel puro ainda está em fase de testes, se for utilizado biodiesel sem misturar com o diesel mineral, vai se chamar B100 (TUDO SOBRE BIODIESEL, 2010). 11 de 2005 ocorreu à publicação da Lei 11.097, que dispõe sobre a inserção do biodiesel no Brasil, altera leis e dá outras providências (PORTAL DO BIODIESEL, 2010). O MDA criou uma linha de financiamento do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) para incentivar a produção de mamona. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Ciência e Tecnologia aumentaram os trabalhos de mapeamento das rotas tecnológicas viáveis, procurando opções para diversificar as fontes de matéria-prima. As outras opções seriam o dendê e o girassol e também o pinhão manso. A Petrobrás incentivou pesquisas para aumentar a produtividade e revelar novos usos para a “torta” de mamona, embora buscasse o uso de outras oleaginosas para garantir o abastecimento do mercado interno (FLEXOR, 2008). O desenvolvimento do mercado e da indústria de biodiesel no Brasil ocorreu por meio dos leilões públicos. A Brasil Biodiesel vendeu 70.000 m3 de biodiesel à base de óleo de mamona, as outras matérias-primas foram soja (38,6%) e dendê (7,1%) (FLEXOR, 2008). Segundo a ANP (2007), no primeiro semestre de 2007 foram produzidos 122 milhões de litros de biodiesel, esse volume é 30% menor ao que foi estabelecido pelos contratos do segundo leilão de biodiesel. Pelo lado da dinâmica institucional, o lançamento do PNPB é relevante por diversos motivos, entre eles: o número significativo de organizações e instituições ligadas na elaboração do programa; a inclusão social por meio da produção e do uso sustentável de matérias-primas; a substituição das importações de diesel mineral; e a proposta de um novo modelo de administração do desenvolvimento agrário e energético, sendo, portanto, uma inovação para o setor de biocombustíveis do Brasil. Entretanto, como toda a inovação que altera os parâmetros institucionais e organizacionais da implantação das políticas públicas, o PNPB exige ajustes, comprometimento e aprendizagem por parte dos agentes envolvidos (FLEXOR, 2008). “A busca da maior integração entre os órgãos públicos, assim como entre os diversos atores da cadeia, representa outro conjunto de ações relacionadas com os ajustes necessários para manter o PNPB operacional” (FLEXOR, 2008, p. 3). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O aquecimento global e a busca por fontes renováveis substitutas ao petróleo levaram o governo brasileiro a investir em programas de agroenergia, como alternativa para a matriz energética do país, visto que o Brasil apresenta significativas vantagens para produzir 12 biocombustíveis, como: solo, clima e chuvas regulares. Baseado nestes fatores e no fato de que o investimento na produção de agroenergia poderá gerar emprego e renda para o país, o governo está incentivando novos programas, como ocorreu com o Proálcool, o qual foi bem sucedido em relação à substituição dos derivados de petróleo, sendo desenvolvido para reduzir a dependência externa de divisas devido aos choques do petróleo. O ambiente institucional favorece o desenvolvimento do mercado do etanol e do biodiesel, que ainda é incipiente. Entretanto, a competitividade do biodiesel no Brasil está ameaçada devido aos significativos custos de produção, levando em consideração que a tecnologia no processamento deste biocombustível ainda é atual. Em relação à mamona e o dendê, as tecnologias impróprias não favorecem a competitividade destas matérias-primas. Já a soja apresenta condições para atender a mistura B5 no Brasil, mas os custos de produção do óleo são elevados. O estudo demonstrou as mudanças ocorridas no setor energético do Brasil ao longo do tempo, os investimentos em ciência e as inovações tecnológicas que ocorreram com o apoio de políticas públicas, o financiamento às pesquisas e a criação de um marco regulatório do biodiesel para que os erros cometidos com o etanol não se repitam. Entretanto, ainda são necessários estudos e políticas públicas adequadas para que a produção de biocombustíveis no Brasil ocorra de maneira sustentável e não concorra com a produção de alimentos no longo prazo. A produção de biocombustíveis é um fator que pode gerar um aumento no preço dos alimentos, caso venha a substituir as terras que são destinadas para as culturas alimentares pela produção de energia, diminuindo assim, a quantidade de cereais destinados à alimentação. Assim, ocorreria uma substituição de culturas, mais especificamente, uma concorrência entre alimentos e energia, caso que já vem ocorrendo em outros países. Por exemplo, a Europa, devido a um aumento da demanda por matérias-primas para a produção de biodiesel, e os Estados Unidos, em razão do significativo volume de milho utilizado para produzir o etanol, reduziram a oferta mundial de cereais (SERATTO; MICHELLON, 2009). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. ANP, 2007. Capacidade autorizada de plantas de produção de biodiesel. Disponível em: http://www.anp.gov.br/petro/biodiesel.asp. Acesso em 23 de jun. de 2010. 13 ANUÁRIO ESTATÍSTICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e biocombustíveis. Rio de Janeiro: ANP, 2010. Disponível em: <http://www.anp.gov.br>. Acesso em: 10 set. 2010. BRASIL. Decreto-lei n.° 11.097, de13 de fevereiro de 2005. 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