Série: 2º Curso: Ensino Médio Professor (a): Camila Moreira Aluno: Período: Mat. Disciplina: História – Frente II Turma: Nº: TAREFA EXTRA – MÓDULOS 1 E 2 OBSERVAÇÕES A tarefa deve ser entregue na data posterior a aula, caso haja atraso a mesma só será aceita até a data anterior a divulgação do gabarito. As questões alternativas deverão ser justificadas (justificar as falsas). Dúvidas: [email protected] Caso haja cópia de tarefa extra ambas serão anuladas. 1. (VUNESP) Tempos Difíceis é um romance do escritor inglês Charles Dickens, publicado em 1854. A história se passa na cidade de Coketown, em torno de uma fábrica de tecidos de algodão. “Umas tantas centenas de operários na fábrica, umas tantas centenas de cavalos-vapor de energia (...) O dia clareou e mostrou-se lá fora (...) As luzes apagaram-se e o trabalho continuou. Lá fora, nos vastos pátios, os tubos de escapamento do vapor, os montes de barris e ferro velho, os montículos de carvão ainda acesos, cinzas, por toda parte, amortalhavam o véu da chuva e o nevoeiro.” a. Qual a importância do carvão e do ferro na 1ª Revolução Industrial? O carvão foi uma importante fonte de energia primária, além de ter sido matéria-prima indispensável na metalurgia do ferro nos primórdios da Revolução Industrial. O ferro, por sua vez, foi um dos mais importantes insumos industriais da primeira Revolução Industrial, pois era utilizado na construção de máquinas e bens de consumo duráveis. b. Comente as condições de trabalho nas fábricas inglesas no século XIX, a partir do texto apresentado. As condições de trabalho nas fábricas eram precárias. Podemos destacar, entre outras: longas jornadas, baixos salários, muitos acidentes de trabalho, poucas condições de segurança, utilização generalizada do trabalho infantil e feminino em operações de risco, insegurança quanto à estabilidade do emprego, repressão a qualquer possibilidade de discussão sobre as péssimas condições de trabalho. Dentre essas, são explicitamente mencionadas no texto a insalubridade das fábricas e as longas jornadas de trabalho. 2. (FUVEST) Ao descrever o crescimento urbano que acompanhou a Revolução Industrial na Europa, Mumford observou que “os principais elementos do novo complexo urbano foram à fábrica, a estrada de ferro e o cortiço. Em si mesmos eles constituíam a cidade industrial.” Explique a relação existente entre esses três elementos que, de um modo geral, caracterizaram o processo de desenvolvimento das cidades industriais. O texto de Lewis Mumford, extraído de sua obra A cidade na História, descreve o novo complexo urbano originado pela Revolução Industrial. A fábrica torna-se o núcleo do novo organismo urbano, e tudo o mais ficou subordinado a ela. Na cidade, a fábrica ocupou os sítios mais importantes que lhe convinham para seu melhor funcionamento. Próxima aos rios, seja para obtenção de água ou lugar de despejo de dejetos industriais. Os demais elementos da vida urbana ficarem a ela subordinados: o sistema de transportes, e neste contexto a ferrovia, desempenhou um papel importante, pois era o instrumento que trazia as matérias-primas de que a fábrica necessitava e escoava sua produção. As habitações – os cortiços – amontoavam-se em torno do complexo fabril. No início da Revolução Industrial as jornadas de trabalho eram longas, os operários tinham pouco tempo disponível para despender em trajetos longos entre suas moradias e o local de trabalho. Tal era o panorama de uma cidade industrial. Texto para a questão 3: Os Enclosures e a Mão-de-obra para o Setor Agrícola A questão do recrutamento de mão-de-obra para as fábricas tem sido objeto de muito debate. Os fatos são razoavelmente claros. Por volta de 1830 havia centenas de milhares de homens, mulheres e crianças empregados no sistema fabril. Entraram nas fábricas a despeito de seu medo do desconhecido, com uma aversão à supervisão e disciplina, e um ressentimento em relação à persistente exigência da máquina. As regras das primeiras fábricas são nossa melhor indicação sobre a importância destas questões: as multas mais pesadas estavam reservadas para faltas, atrasos e distração no trabalho. A interpretação destes fatos é outra coisa. Por longo tempo, o mais aceito ponto de vista foi o proposto por Marx e repetido e adornado por gerações de historiadores socialistas e mesmo não socialistas. Esta posição explica a realização de tão enorme mudança social – a criação de um proletariado industrial em face de sua tenaz resistência – postulando um ato de expropriação forçada: os enclosures arrancaram o camponês e o pequeno camponês e o jogaram nas fábricas. Recentes pesquisas empíricas invalidaram esta hipótese; os dados indicam que a revolução agrícola associada com os enclosures aumentou a procura pelo trabalho rural, e que, mais ainda, aquelas áreas rurais onde ocorreu um número maior de enclosures tiveram um crescimento na população residente. De 1750 a 1830, os condados agrícolas britânicos tiveram sua população dobrada. Todavia, se a evidência objetiva deste tipo é suficiente para acabar com o que se tornou algo como um artigo de fé, eu tenho minhas dúvidas. (David S. Landes, The Unbound Prometheus, New York, 1980.) 3. Responda as perguntas de acordo com as informações contidas no texto. a. Qual é a explicação tradicional sobre o significado dos enclosures na história da Revolução Industrial? Devido aos cercamento, os camponeses sofreram um ato de expropriação das terras. Os enclosures arrancaram o camponês e o pequenos camponês e os jogaram nas fábricas. b. O que recentes pesquisas empíricas revelaram? Que não houve êxodo rural, e que com os enclosures cresceu a população no campo. 4. “Não queremos destruir vossa fortuna, mas se não arranjardes maneira de nos dardes trabalho, não poderemos deixar de atentar contra vós e contra as máquinas. (...) Se ao fim de oito dias não retirardes as lãs das máquinas para dar trabalho às quinhentas pessoas que vos batem à porta e para as quais nem sequer vos dignais a olhar, não vos espanteis se virdes um levantamento cair sobre vós e sobre as máquinas, de tal modo sofremos, pobres operários, por nós e pelos nossos filhos.” (Anúncio anônimo fixado nas ruas de Clermont, França, em 1818.) A manifestação descrita no excerto anterior está relacionada: a. Ao movimento ludista. b. À organização dos partidos socialistas. c. À constituição dos partidos comunistas. d. Ao movimento anarquista. e. Às origens dos partidos liberais. 5. (FUVEST) Evolução da economia britânica: Setor Agricultura Indústria Serviços A 33 29 38 1801 B 36 30 34 C 1,7 1,4 1,4 A 20 42 38 1851 B C 21 2,1 43 4,1 36 3,3 A 6 48 39 1901 B C 9 1,5 46 7,9 45 7,2 Fonte: P. Deane e W. A. Cole, Cambridge, 1967. A. Porcentagem da renda nacional gerada pelo setor. B. Porcentagem da população ativa empregada no setor. C. Milhões de pessoas empregadas no setor. Os dados anteriores evidenciam: a. O colapso da agricultura inglesa ao longo do século XIX, devido à manutenção de formas feudais de exploração da terra. b. O crescimento econômico do setor industrial, efeito direto da Revolução Industrial das duas últimas décadas do século XVIII. c. O papel do capitalismo financeiro, que sustentara o setor de serviços desde a Revolução Gloriosa e que manteve sua estabilidade durante todo o século XIX. d. O relativo papel econômico da indústria, pois sua renda nunca superou o somatório da renda gerada por todos os demais setores da economia. e. A manutenção dos níveis de renda do setor primário, ao longo do século XIX, como resultado da política mercantilista do Estado inglês. 6. (UNICAMP) “De pé ficaremos todos E com firmeza juramos Quebrar tesouras e válvulas E pôr fogo às fábricas daninhas.” (Canção dos quebradores de máquinas do século XIX, citada por Leo Huberman, História da riqueza do homem, 1979.) a. A partir do texto, caracterize o tipo de ação dos quebradores de máquinas. Os quebradores de máquinas, no início do século XIX, na Inglaterra, eram conhecidos como ludistas. Tratava-se de um movimento relativamente organizado, no qual atacavam fábricas com a finalidade de quebrar máquinas. b. Explique os motivos desse movimento. O contexto histórico da sua atuação é a Revolução Industrial. Os integrantes desse movimento acreditavam que quanto mais máquinas existissem, menos empregos teriam, daí sua ação articulada “de pé juramos...pôr fogo às fábricas daninhas” ter por finalidade quebrar as máquinas que roubariam seus empregos. 7. (ENEM – 2010) Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor – ah, que bebem o vosso sangue? SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792 – 1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada: a. Na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões. b. No salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias. c. Na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado. d. No trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. e. Na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam. 8. (ENEM – 2010) A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeirostecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos. THOMPSON, E. P. The Making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979. (adaptado). Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: a. A invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. b. Os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. c. Os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. d. Os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. e. Os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. 9. (UNICAMP) As fábricas do século XVIII substituíram as antigas oficinas artesanais. Explique o que eram essas oficinas e as diferenças entre elas e o sistema de fábrica. Explicação do que eram as oficinas artesanais: Nas oficinas artesanais, o artesão é o produtor independente. Dispões de seu trabalho, é proprietário dos instrumentos de produção e produz para seu sustento e para o mercado local. A divisão do trabalho praticamente inexiste. O artesanato produz a peça toda, o que requer disposição, destreza no uso de ferramentas e habilidade em transformar matéria-prima em um manufaturado. Cada peça é única, a quantidade produzida é pequena. Diferenças entre oficinas artesanais e o sistema de fábrica: A Revolução Industrial destruiu o sistema artesanal de produção e introduziu o sistema fabril. Neste sistema é fundamental a máquina. Possui uma fonte uniforme de energia que a põe em movimento, prescinde da disposição do homem para ser operada. A máquina passa a homogeneizar o trabalho humano. O homem deve subordinar-se ao ritmo da máquina. Padroniza-se a produção que aumenta exponencialmente. A divisão social do trabalho e a máquina possibilitam atender às necessidades crescentes da procura. O essencial da Revolução Industrial é a passagem da utilização da ferramenta para a máquina no processo de produção. 10. (VUNESP) “Na expansão da economia européia da Idade Média, os tecidos desempenharam o mesmo papel principal que no século XIX coube, na Inglaterra, à metalurgia e aos algodões.” (Marc Bloch, A Sociedade Feudal.) Identifique os dois momentos de expansão da economia verificados na Europa, a que se refere o texto. Os dois momentos referidos no texto correspondem às transformações econômicas ocorridas na Europa Ocidental. O primeiro momento, a partir do século XI, ficou conhecido como Renascimento Comercial. O segundo momento corresponde a Revolução Industrial. No primeiro caso, as manufaturas – dentre as quais o tecido – passaram a ter um papel cada vez mais importante na dinamização da economia européia, e sua produção e comercialização é regulamentada pelas corporações. No segundo caso, os referidos produtos – metalurgia e tecidos de algodão – são produzidos pela livre-iniciativa dos quadros do sistema fabril.