PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA ESPORÁDICA
PESSOA, JM ²; MACHADO, AS¹; ALVES, CN³; BASTOS, LA²; DARWICH, SCSG²
1. Médica Endocrinologista e Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Ophir Loyola
2. Médica Residente de Clínica Médica do Hospital Ophir Loyola
3. Médica Residente de Neurologia da Universidade Estadual do Pará
Instituições vinculadas: Hospital Ophir Loyola; Centro Hospitalar Jean Bittar
INTRODUÇÃO
A Paralisia Periódica Hipocalêmica é uma doença
neuromuscular dos canais de cálcio caracterizada por
episódios de paralisia flácida associada a hipocalemia [1].
Tem maior incidência em adultos jovens, sexo masculino, com
predomínio na etnia oriental [2]. Quanto à etiologia, dividemse em formas familiares, de caráter autossômico dominante, e
em formas esporádicas. O diagnóstico é clínico somado
a hipocalemia [3].
OBJETIVO
Relatar o caso de paralisia periódica hipocalêmica (PPH),
para auxiliar o clínico a considerar como um diagnóstico
diferencial, bem como rever sua fisiopatologia e terapêutica.
MATERIAIS E MÉTODO
Foi avaliado paciente com qiueixa de fraqueza muscular.
O diagnóstico se baseou nas características clínicas da crise
de paralisia flácida, nível sérico de potássio, além de outros
exames. Foram descritos aspectos epidemiológicos,
manifestações clínicas, exames, tratamento e evolução.
RESULTADOS
Dosagem sérica de potássio
Homem, 39 anos, pardo, deu entrada com quadro de
paraparesia crural, de início progressivo há 06 dias.
Negava episódios prévios e casos na família.
Ao exame: PA= 160x100 mmhg; paraparesia flácida com
paresia grau 2 nos membros inferiores proximal, grau 4 nos
membros inferiores distal e grau 5 nos membros superiores,
apresentando marcha com apoio. Reflexos 2+ sem sinais de
liberação e sensibilidade preservada com controle
esfincteriano normal.
Exames: Ht:37,4%; Hb:12,6 g/dl; leucócitos:15,740/mm3;
VHS:113 mm; sódio:139 mmol/l; cálcio: 7,2mg/dl; magnésio:
2,2 mg/dl; potássio:1,7 mmol/l; CPK:6331. Líquor normal.
Iniciada reposição de potássio houve melhora gradual do
quadro,
sendo
dado
diagnóstico
de
paralisia
periódica hipocalêmica, variante esporádica. Foi realizado
controle da PA e os níveis de CPK e potássio
normalizaram. Quanto às causas relacionadas à PPH: TSH:
4,26; Trab: 0,38; FAN: negativo e sorologias negativas para
hepatites, HIV, VDRL.
O paciente recebeu alta para acompanhamento
ambulatorial em uso de acetazolamida.
CONCLUSÃO
A presença de PPH em um paciente pardo merece
atenção, já que na literatura é descrita em pacientes de
origem asiática. Considerando a grande miscigenação da
população brasileira, este caso torna-se importante para se
pensar nesta condição, visto o bom prognóstico
quando diagnosticado e tratado.
REFERÊNCIAS
Dosagem de CPK
[1]. MÜLLER, CS; FILHO AR, CARVALHO, JGR; FREITAS, SS,
PARCHEN, CFR. Paralisia Periódica Hipocalêmica na Síndrome de
Sjögren. Rev Bras Reumatol, v. 46, n.4, p. 304-308, jul/ago, 2006.
[2]. PANAROTTO, D; BAGNARA, F; TORMEN, WC; CORSO, LJ.
Paralisia periódica hipocalêmica esporádica. Revista da AMRIGS,
Porto Alegre, v.54, n.3, p.331-333, jul.-set. 2010.
[3]. ASSIS, TJCF; FURTADO, FF; MOTA, KSL; MEDEIROS, IA;
SILVA, BA. Paralisia Periódica Hipocalêmica Tipo 1: Envolvimento
dos Canais de Cálcio Dependentes de Voltagem. Rev Neurocienc,
v.20, n.4, p.588-596, 2012.
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