AKADEMIA INDÚSTRIA KRIATIVA timor-leste
A
I
M
E
AK AD INDÚSTRIA
O
N
E
ART
A
V
I
T
A
I
KR
011
2
Leste
Timor-
Akademia Nasionál Arte no Indústria Kriativa hanesan fini ida,
ne’ebé tinan ba tinan, sei sai ai boot koñesimentu nian.
A Academia Nacional de Artes e Indústrias Criativas deverá ser pensada como uma semente,
da qual, com o tempo, crescerá uma grande árvore de conhecimento.
The National Academy of Creative Industries needs to be thought of like a seed from which,
in time, a huge tree of knowledge can grow.
1
2
Konteúdo conteúdo content
INtrodusaun Introdução Introduction
Objetivu husi eventu O objectivo do evento The aim of the event
programa programa program
mapa mapa map
INdústria Kriativa Indústrias Criativas Creative industries
A BA Z hosi partisipante A A Z dos participantes A TO Z of Participants
Kréditu sira créditos credits
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6
8
9
23
112
3
INTRODUSAUN
Xanana Gusmão, Virgílio Simith
no Tony Fry
Eventu ne’e hanesan aprezentasaun
no selebrasaun ba servisu ne’ebé
ema kreativu kapa ‘as halo – artista,
designer, artezaun, múziku, eskritór,
fotógrafu, realizadór no pensador
sira – husi Timor-Leste no husi
mundu tomak. Inklui grupu ida
husi Universidade Griffith, husi
Colégio de Artes de Queensland, iha
Brisbane, ne’ebé hanesan parseiru ba
dezenvolvimentu ba Indústria Kriativa
iha Timor-Leste.
Eventu ne’e hatudu ba komunidade
Timor oan nia selesaun husi buat di’ak
liu ne’ebé iha iha Timor laran kona
ba múzika tradisionál no modernu,
kona ba arte, kona ba artezanatu,
kona ba fotografia, kona ba literatura
no selu seluk tan. Maibé fo mós ba
komunidade oportunidade ida hodi
haree no hetan esperiénsia kona ba
oin foun ba produsaun kriativa husi
artista sira, husi designer sira, no husi
múziku internasionál sira. To’o agora
buat ne’e nunka akontese iha Timor.
Tenke ser tuir duni hodi haree!
4
Introdução
Xanana Gusmão, Virgílio Simith
e Tony Fry
Este evento é um mostruário e uma
celebração do trabalho the pessoas
criativas excepcionais – artistas,
designers, artesãos, músicos,
escritores, fotógrafos, realizadores
e pensadores – de Timor-Leste e
do mundo inteiro. Inclui um grupo
da Universidade de Griffith, do
Colégio de Artes de Queensland, em
Brisbane, que são nossos parceiros
no desenvolvimento das Indústrias
Criativas em Timor-Leste.
Apresenta à comunidade timorense
uma selecção do melhor que na
nação existe em termos de música
tradicional e moderna, arte, artesanato,
fotografia, literatura e mais. Mas
oferece igualmente à comunidade a
oportunidade de ver e experimentar
novas e entusiasmantes formas
de produção criativa de artistas,
designers e músicos aclamados
internacionalmente. Nunca houve nada
assim antes em Timor-Leste. Não deve
perder-se!
Introduction
Xanana Gusmão, Virgílio Simith
and Tony Fry
This event is a showcase and
celebration of the work of outstanding
creative people – artists, designers,
craftspeople, musicians, writers,
photographers, film-makers and
thinkers – from Timor-Leste and
around the world. It includes a group
from Griffith University, Queensland
College of Art, Brisbane who are our
partner in the development of Creative
Industry in Timor-Leste.
It presents to the Timorese community
a selection from the best of the
nation’s traditional and modern music,
art, craft, photography, writing and
more. But it also gives the community
the opportunity to see and experience
new and exciting forms of creative
production from globally acclaimed
artists, designers and musicians.
There has been nothing like this ever
before in Timor-Leste. It is not to be
missed!
Objetivu husi eventu
O objectivo do evento
The aim of the event
Aprezentasaun ne’e buka hodi hatudu
ba públiku Timor oan kona ba saida
mak bele tama iha Akademia Nasionál
ba Artes no Indústria Kriativa, iha Dili.
Atu harii instituisaun ba edukasaun
ne’e sei fo benefísiu oin oin ba nasaun.
Ida ne’e bele fo ba joven no adultu
sira sira, feto no mane husi distritu
hotu hotu, oportunidade hodi hetan
koñesimentu no kapasidade, hodi
bele hetan servisu iha área kriativa
no hodi hahú negósiu foun; no mós
hadi’a kapasidade ba negósiu ne’ebé
iha ona, no loke dalan ba hanorin arte
iha eskola primária no sekundária iha
rai tomak.
Esta mostra procura apresentar ao
público timorense o tipo de coisas que
poderá fazer parte de uma Academia
Nacional de Artes e Indústrias
Criativas, em Dili. O estabelecimento
deste tipo de instituição educacional
proporcionaria muitos benefícios à
nação. Forneceria a jovens adultos
timorenses, homens e mulheres de
todos os distritos, oportunidades para
adquirir conhecimento e capacidades,
de forma a obter emprego em áreas
criativas e começar novos negócios;
melhoraria igualmente a capacidade
dos negócios existentes, bem como
avançaria o ensino das artes e do
design nas escolas primárias e
secundárias do país.
This showcase event sets out to
show Timorese people the kinds of
things that can be part of a National
Academy of Creative Industries in Dili.
Establishing this kind of educational
institution would deliver many benefits
to the nation at large. It would provide
young adult Timorese men and
women, drawn from all Districts, with
opportunities to acquire knowledge
and skills to gain creative employment
and start new businesses; it would
also enhance the ability of existing
businesses, as well as advancing the
teaching of art and design in the
nation’s primary and secondary school.
Iha tinan hirak oin mai, atividade ne’e
bele hahú ‘klase kriativa’ ida. Ema husi
klase ne’e sei bele fo kontribuisaun
maka’as ba ekonomia lokál, nudar
lider ba Indústria Kriativa ne’ebé
bazeia iha Timor-Leste, ne’ebé bele fo
kontribuisaun ba dezenvolvimentu
ba nasaun. Bele mós fo ajuda hodi
fo protesaun ba patrimóniu kulturál
husi nasaun, bele fo perfíl global ba
kultura Timor nian, no bele aumenta
oportunidade atu hetan servisui,
bele apoiu ba dezenvolvimentu husi
indústria (inklui setor servisu husi
turizmu no fábrika ki’ik ne’ebé prodús
buat kriativu) no bele ajuda hodi harii
merkadu esportasaun ba produtu
kriativu sira. Akademia Nasionál
hanesan fini ida, ne’ebé tinan ba tinan,
sei sai ai boot koñesimentu nian.
Nune’e, eventu ne’e hanesan hatudu
tempu halimar, hanorin buat foun
no hatudu futuru hosi kultura TimorLeste nian.
Dentro de alguns anos, esta actividade
proporcionaria a existência de uma
designada ‘classe criativa’. As pessoas
desta classe poderão fornecer um
importante contributo à economia
local, como líderes de uma Indústria
Criativa baseada em Timor-Leste, capaz
de contribuir de várias formas para
o desenvolvimento da nação. Poderá,
por exemplo, ajudar a proteger o
património cultural da nação, fornecer
um pefil global à cultura timorense,
aumentar oportunidades de emprego
diversas, apoiar o desenvolvimento
da indústria (incluindo o sector de
serviços do turismo e manofacturas de
pequena escala, assentes na produção
de produtos criativos), e ajudar na
criação de um mercado de exportações
de bens e produtos criativos. A
Academia Nacional deverá ser pensada
como uma semente, da qual, com o
tempo, crescerá uma grande árvore
de conhecimento.
Within a few years this activity would
bring into being what is called a
‘creative class’. The people of this class
would make a significant contribution
to the local economy as leaders of a
Timor-Leste based Creative Industry
able contribute many things to the
nation’s development. For example,
it would help protect the nation’s
cultural heritage, give Timorese culture
a global profile, increase diverse
employment opportunities, support
industry development (including
the tourist service sector and small
scale manufacturing based on the
production of creative products) and
assist in building an export market
in creative goods and services. The
National Academy needs to be thought
of like a seed from which, in time, a
huge tree of knowledge can grow.
So, what the event offers is a mixture
of pleasure, learning something new,
and a taste of the future for the
culture of Timor-Leste.
Desta forma, o que o evento oferece é
um misto de prazer, aprendizagem de
algo novo, e uma prova do futuro para
a cultura de Timor-Leste.
5
CENTRO conferências DILI
PROGRAMA PROGRAM
------------ QUINTA FEIRA, 14 JULHO Thursday, 14 July
19:30Concerto de APertura (PALCO) Opening concert (STAGE) Presenter: Anito Matos
Dança Lensu Mutin, Hamulak, Poema Apertura, Babadok Matai, Fai Akar, Dança Manatuto, Nelson Turquel, Abe Barreto, Coro San Antonio,
Amitu Freitas, Coro Motael, Colleen Coy, Bso’ot, Enderikus Fahi, Clemente Borges, Ignacio Cabeças, Marçal de Jesus, Cidália, Jah Era &
The View from Madeleine’s Couch.
------------ sexta FEIRA, 15 JULHO friday, 15 July
conferência Internacional (Sala principal) International conference (Main room)
08:00Inscrição Register
09:15
Academia Indústria criativa de Timor-Leste Creative Industries Academy in Timor-Leste Moderator: Dulce Turquel
Abertura Oficial Official Opening – Kay Rala Xanana Gusmão
09:30
Introdução e breve história do projecto Brief History of the Project – Tony Fry, QCA
Apresentação QCA QCA Snapshot
Fotografia Documental e Contadores de Histórias Documentary Photography and Storytelling – Kelly Hussey-Smith, QCA
09:45
10:00
Design, Cultura e Espaço Design, Culture and Place – Sam de Mauro, QCA
Fazer da Cultura uma Marca Branding Culture – Rick Shearman, QCA
10:15
10:30
A Função do Uso Wearing Meaning –Liz Shaw, QCA
10:45
Trabalho Completamente Explorado Fully Exploited Labour – Pat Hoffie, QCA
Projecto-Estudo: Timor-Leste Student Project: Timor-Leste – Petra Periolini, QCA
11:00
Educação de Artes: Licções de um projecto na Indonésia Education in the Arts: Lessons from an Indonesian project – Phillip Yamplosky, Etnomusicologist
11:15
A História do Cão, do Tigre e do Macaco The Story of the Dog, the Tiger and the Monkey – João Ferro, IDA
11:30
11:45P&R Q&A
12:30Almoço Lunch (copyhouse)
Artes Visuais (Sala principal) VISUAL ARTS (MAIN ROOM)
A Galeria NacionaL THE NATIONAL GALLERY Moderator: Maria Madeira
14:00
Arte Rupestre de Tutuala: uma perspectiva da comunidade e científica Rock Art in Tutuala: a community and scientific approach
Rafael Guimarães, Comunidade Tutuala Tutuala Community Representative
Costódio Guimarães, Comunidade Tutuala Tutuala Community Representative
António Pacheco, Chefe Suco Tutuala Tutuala Suco Chief
Abílio dos Santos, DGC Lautém DGC Lautem
Nuno Vasco Oliveira, Arqueólogo SEC Archeologist SEC
Colecção de Jóias do MNE – MNE Jewelry Collection Sofia Miranda, Researcher
14:30
14:45
Imaginar Timor-Leste Picturing Timor-Leste (Debate)
Maria Madeira, Artista Artist
Bosco, Pintor Painter
Sebastião da Silva, Pintor Painter
Abel Jupiter, Pintor Painter
Iliwatu Danabere, Director Arte Moris Arte Moris Director
16:00Repensar a História Re-Thinking History – Estudio Cadonga (Portugal) & Gembel
16:15
Como ensinar programação, arte, design e interacção How to teach programming, art, design and interaction – Matt Ditton, QCA
DILIWOO DILIWOOD Moderator: José Valverde
A Guerra da Beatriz Beatriz’s War – Bety Reis & Jose Da Costa, Dili Film Works
16:30
16:45Animação Animation – Amelia Hapsari, Director CPA
17:00
Conteúdos para Televisão TV Content – José Valverde, ValSa Produções
17:15Uma Lulik Sacred House – Victor de Sousa, Director DOCTV CPLP 2010, IDA
17:30
Arte, Indústria e Cultura: Escola de Cinema de Griffith Art, Industry and Culture: Griffith Film School – Pat Laughren, QCA
17:45P&R Q&A
18:15Jantar Snack (copyhouse) 19:30
20:30
6
desfile de moda (PALCO) FaShion Show (STAGE) Presenter: Anitu Matos
Tais Feto/Mane, Rui Carvalho, Bonecas de Ataúro
Tebe Tecno Tebe Trance Tebe (DJ)
------------ SÁBADO, 16 JULHO Saturday, 16 July
Conferência Internacional (cont.) International Conference (CONT.)
Arquitectura (Sala principal) Architecture (MAIN ROOM) Moderator: Alberto Fidalgo
A Arquitectura do Sagrado Architecture of the Sacred (DEBATE)
09:00
Eugénio Sarmento, Lian Nain, SEC Keeper of the Word, SEC
José Barreto, Lian Nain Keeper of the Word, Sacred House Dato Muras Haimolin, Laktos, Fohorem
Sr Jacinto, Carpinteiro Carpenter, Sacred House Dato Muras Haimolin, Laktos, Fohorem
Rui Amaral, DGC Covalima DGC Covalima
10:00O significado de Lulik The concept of Lulik – Josh Trindade, Independent Analyst and Researcher
10:15Dois remates de telhado de uma casa sagrada de Lautém Two architectural finials from a Lautem Uma Lulik – Joanna Barrkmann, MAGNT
10:30Um encontro de cosmologias: a ilha de Ataúro An encounter of cosmologies: Atauro Island – Alessandro Boarccaech, Psychologist & Anthropologist
10:45
Taksu & Arquitectura Contemporânea Balinesa Taksu & Balinese Contemporary Architecture – Yoka Sara, Arquitect Bali
11:00
Arquitectura para além do desenho Architecture beyond design – Tania Correia, Arquitect AMRT
11:15
Arquitectura de um Trabalhos de Arte Social Architecture of a Social Artwork – Project Morrinho (Brazil) & Sanggar Masin
11:30P&R Q&A
12:15Almoço Lunch (copyhouse)
Língua e Literatura (Sala principal) LANGUAGE & LITERATURE (MAIN ROOM) Moderator: JP Esperança
14:00Língua materna Mother Tongue – Kirty Gusmão, President National Commission for UNESCO
15:15Literatura infantil traduzida em Timor-Leste Children’s Literature in translation in East Timor – JP Esperança, Writer & Translator
14:30
Escritores timorenses East Timorese Writers (DEBATE)
Abe Barreto, Escritor Writer
Filomena Reis, Escritor Writer
Naldo Rei, Escritor Writer
Música e Músicos (Sala Principal) MUSIC & MUSICIANS (MAIN ROOM) Moderator: José Amaral
15:30
Cultura: identificação da diáspora timorense Culture: identifying the Timorese Diaspora – José Amaral, Culture, Embassy Timor-Leste in Lisbon
15:45Música tradicional em Timor, Este e Oeste Traditional music in Timor, East and West – Phillip Yamplosky, Etnomusicologist
Prácticas juvenis actuais em dança e música Current youth practices in dance and music – Amitu Freitas & Anna Wahyu, Composer & Choreographer
16:00
16:15Música do Mundo World Music – Kim and Anje Ambrose (The View from Madeleine’s Couch)
16:30P&R Q&A
17:15
Encerramento da Conferência Conference Closing – Kay Rala Xanana Gusmão, Virgílio Simith, Tony Fry
18:00Jantar Snack (copyhouse)
19:30Concerto de Encerramento CLOSING CONCERT Presenter: Anito Matos
Hohula, Rai Nain, Estrela do Mar, Tony Pereira, Grupo Lahane, Cinco do Oriente, Fitun Salurik & Galaxy
------------- sÁBADO, 16 JULHO SATURDAY, 16 JULY
(sessão por convite) (Session with INVITE)
Academia de Artes e Indústrias Criativas: um Sonho por Cumprir (Sala de imprensa)
Academy of arts and creative industries: THE dream to realise (PRESS CONFRENCE ROOM) Moderator: Rui Pinto
14:00Resumo do Evento Event Feedback – Tony Fry
14:15Sugestões para o futuro Sugestions for the future – Kay Rala Xanana Gusmão, Ágio Pereira & Virgílio Simith
14:45
Partes interessadas (Governo, doadores, académicos, estudantes, ONG’s) Interested parties (Government, donors, academics, students, ONG’s)
15:30
Comissão de Gestão da futura Academia Steering Committee for the future Academy – Tony Fry & Virgílio Simith
16:00Conclusões Conclusions – Kay Rala Xanana Gusmão, Tony Fry
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MAPA MAPA MAP
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INStalasaun INSTALAção INStalation Maria Madeira
TAPETE Tapeçeria Tapestry BONECAS
Kuarto Boot Sala principal Main Room
expozisaun indústria kriativa exposição das indústrias criativas creative industries exhibition
INStalasaun INSTALAção INStalation estudio candonga & gembel
INStalasaun INSTALAção INStalation DINO SOARES
Loja loja shops
Hahán Restauração Catering
Kuarto Filmi CINEMATECA MEDIA ROOM
INStalasaun INSTALAção INStalation Project Morrinho & Sanggar masin
PALCO PALCO STAGE
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6
3
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1
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10
8
8
9
INdústria Kriativa
Indústrias Criativas
Creative industries
9
PHOTO: ELENA tognoli
Saida mak
Indústria
Kriativa?
Indústria Kriativa hanesan industria nebe’é
prodús rezultadu artistiku no kriativu nebe’é
tanjivel no intanjivel, no iha poténsial atu
hamosu rikusoin no rendimentu, liu husi
esplorasaun bens kultural, no produsaun
husi bens no servisu ba koñesimentu baziku
(karákter tradisional no kontemporáneu).
Industria Kriativa reprezenta ohin loron
7% husi total produsaun mundial nian,.
Indústria Kriativa
no Governu
Influénsia husi Indústria Kriativa abranje
kuaze orgaun governamentál hotu-hotu,
inklui: dezenvolvimentu ekonómiku, indústria
no komérsiu, turizmu, edukasaun, kultura,
direitu (propriedade intelektuál). Hodi ida
ne’é, atu habelar kontribuisaun husi Indústria
Kriativa ba nasaun, importante atu promove
dezenvolvimentu polítika integral ida.
O que são
as Indústrias
Criativas?
As Indústrias Criativas produzem resultados
artísticos e criativos tangíveis e intangíveis,
e que contêm um potencial de criação de
riqueza e rendimentos através da exploração
de benefícios culturais e de bens e serviços de
conhecimento base (de carácter tradicionais
e contemporâneos). As Indústrias Criativas
representam nos dias de hoje 7% do grosso
da produção mundial.
Indústrias Criativas
e Governo
A influência das Indústrias Criativas abrange
quase todos os órgãos de governo, incluindo:
o desenvolvimento económico, indústria e
comércio, turismo, educação, cultura, direito
(propriedade intelectual). Desta forma, a fim
de expandir a contribuição das Indústrias
Criativas para a nação, é importante promover o
desenvolvimento de uma política integral.
What are
the Creative
Industries?
The Creative Industries produce tangible
or intangible artistic and creative outputs,
and have a potential for wealth creation and
income generation through the exploitation
of cultural assets and the production of
knowledge-based goods and services (both
traditional and contemporary). These industries
currently represent more than 7% of gross
world product,.
Creative Industries
and Government
The activities of the Creative Industries spans
almost the whole of government, including:
economic development, industry and trade,
tourism, education, culture, law (intellectual
property). As such, to maximise the contribution
of Creative Industries to the nation it is best
advanced by an integrated policy.
10
11
PHOTO: aldo bottoli (Fête des Lumières, Lyon, France 2010)
Importánsia husi
Industria Kriativa
iha kontestu
internasionál hasoru
dezenvolvimentu
ekonómiku no sosiál?
Komérsiu global nebe’é bazeia ba bens no
servisu kriativu sai to’o US$445.2 biliaun iha
2005 kontra US$234.8 biliaun iha 1996.
Komérsiu ida ne’é sae tuir média nebe’é nunka
hetan hanesan husi 8.8% tinan-tinan, husi
2000 to’o 2005. Ita bele hetan Indústria Kriativa
iha setór emerjente hirak nebe’é dinámiku nia
laran husi komérsiu mundial nian.
Iha Austrália, Indústria Kriativa sai fonte nebe’é
lais liu atu hakiak servisu iha tinan 10 ikus liu
mai, no hakaat ida lalais ho 74% aas liu media
kona ba industria hotu-hotu. Ekonomia Kriativa
reprezenta 3.6% husi forsa servisu nasaun nian
no 3.4% husi PIB (nebe’é hanesan rendimentu
biliaun $31). Sétor ida ne’é hetan projesaun atu
sai to’o 5.8%.
Ekonomia Kriativa abranje setór ida nebe’é iha
prosesu kreximentu iha nasaun hirak nebe’é
iha prosesu dezenvolvimentu. Ekonomia Kriativa
Méxiku nian mak 4.77% husi PIB no mós
mantein nafatin 11.01% husi Merkadu Servisu
nian. Filipinas iha senáriu ida atu hanesan husi
4.92% no 11.1%. Peru iha nafatin nia tatuir
valor PIB nian (3.6% maibé ho persentajem kiik
tuir servisu nian (2.52%). Jamaika, ho 4.8% no
3.03%, iha rezultadu atu hanesan Peru.
A importância das
Indústrias Criativas
no contexto
internacional face
ao desenvolvimento
económico e social?
O comércio global baseado em bens criativos
e serviços escalou ao valor de US$445.2
biliões em 2005 contra US$234.8 biliões em
1996. Este comércio cresceu a uma média sem
precedentes de 8.8 por cento ao ano de 2000
a 2005. As indústrias Criativas estão entre
os mais dinâmicos sectores emergentes do
comércio mundial.
Na Austrália, as Indústrias Criativas têm sido a
mais rápida fonte de geração de emprego nos
últimos 10 anos, aumentando a uma velocidade
de 74% acima da média em relação a todas
as indústrias do país. A Economia Criativa
representa 3.6% da força laboral do país e
3.4% do PIB (o qual iguala um rendimento de
$31 biliões). O sector tem como projecção um
crescimento até 5.8%.
A Economia Criativa abrange um sector crescente
em vias de desenvolvimento. A Economia Criativa
Mexicana foi de 4.77% do PIB, mantendo ao
mesmo tempo 11.01% do Mercado laboral.
As Filipinas tiveran um cenário similar de
4.92% e 11.1%. O Peru esteve na mesma
ordem de valores do PIB (3.6%) mas com uma
percentagem baixa em termos de emprego
(2.51%). A Jamaica, a 4.8% e 3.03% teve
resultados similares ao Peru.
12
How significant are
the Creative Industries
internationally in
terms of economic and
cultural development?
Global trade in creative goods and services
surged to US$445.2 billion in 2005 from
US$234.8 billion in 1996. Such trade grew at
an unprecedented average rate of 8.8 percent a
year from 2000 to 2005. The Creative Industries
are among the most dynamic emerging sectors
in world trade.
In Australia, the Creative Industries have been
the fastest growing source of employment over
the past 10 years, increasing at a rate of 74%
higher than the average for all industries.
The Creative Economy represent 3.6 of the
national workforce and 3.4% of GNP (which is
equal to an income of $31 billion). The sector is
projected to grow to 5.8%.
The Creative Economy comprises an increasingly
important sector in developing nations. Mexico’s
Creative Economy was 4.77% of GNP while being
11.O1% of the labour market. The Philippines
was very similar at 4.92% and 11.1%. Peru
has the same order in terms of GNP (3.6%) but
with a lower percentage in terms of employment
(2.51%). Jamaica, at 4.8% and 3.03% has
figures much like Peru’s.
13
Senáriu iha TimorLeste mak ida nebe’é?
Revisaun badak
Iha revizaun badak kona ba área-xave
intervensaun ba industria kriativa sei bele sai
maneira ida ba apresiasaun Timor-Leste nian
nudar fonte rekursu kultural importante nebe’é
konvida ba halo’ot no hafoun, liu tan ida ne’é, sei
bele fó valor ba pratika kriativa barbarak nebe’é
iha no sira seluk nebe’é hein atu dezenvolve
liu tan.
Qual é o cenário
em Timor-Leste?
Uma breve revisão
What is the picture
in Timor-Leste?
A brief review
Numa breve revisão de áreas chave de
intervenção as Indústrias Criativas poderão ser
uma forma de apreciação de Timor-Leste como
uma importante fonte de recursos culturais que
convida à conservação e inovação, além do mais
poderá ser apreciada a existência de muitas
mais práticas criativas à espera de serem
desenvolvidas.
In briefly reviewing key areas that make-up
the Creative Industries it will be seen that the
Nation has a major cultural resource that invites
both conservation and innovation, plus it can
be seen that there are many other creative
practices begging to be developed.
Artes Visuais
Visual arts
painting, drawing, printmaking, film, video,
television and photography
pintura, desenho, impressão, filme, vídeo,
televisão e fotografia
Desenho
PHOTO: david palazón (ataúro)
artwork: maria madeira
arquitectura, desenho de interiores, desenho
de exposições, desenho gráfico, desenho
industrial, desenho de moda e desenho de
tecnologias digitais (suporte web)
Artes Hareen
pintura, dezeñu, impresaun, filme, vídeo,
televizaun no fotografia
Dezenhu
Design
arkitetura, dezenhu interiór, dezenhu
ba esposizaun, dezenhu gráfiku, dezenhu
industriál, dezenhu moda nian, dezenhu ba
teknolojia no dijitál (suporte web)
architecture, interior design, exhibition
design, graphic design, product design,
fashion design and digital media design
(web based)
Artezanatu
soru (tais), serámika, ourivezaria, lohun,
marsenaria, badain besi no badain kulit
PHOTO: david palazón (ainaro)
Artesanato
Craft
weaving (tais), ceramics, jewellery, basketry,
woodcarving, metalwork AND leatherwork
tecelagem (tais), cerâmica, bijuteria, cestaria,
marcenaria, trabalho em metais e trabalho
em pele
Música
14
Dança
Tradicional e moderna
Teatro
Ao Vivo, em Digressão e de Rua
PHOTO: elena tognoli (suai loro)
PHOTO: elena tognoli (suai loro)
Tradicional e Moderna, erudita e Popular,
Gravada, Concertos e outras Performances
ao vivo
Music
traditional and modern, serious
and popular, recorded, concerts and other
live performances
Turismo
PHOTO: elena tognoli (manatuto)
Turismo Cultural, Eco-turismo E Lazer
Dance
traditional and modern
Theatre
live, touring and street.
Muzika
PHOTO: david palazón (ILIMANO)
tradisional no moderna, solene no popular,
gravada, konsertu no aprezentasaun moris
Dansa
tradisionál no moderna
Teatru
aprezentasaun moris, haleu no iha
dalan nian
PHOTO: david palazón (DILI)
Publicidade
Cartazes, material promocional,
de impressão e electrónica
Escrita
e Indústria Editora
PHOTO: david palazón (VENILALE)
Literatura, Poesia, Jornalismo, Jornais,
Revistas e Livros
Tourism
cultural tourism, ecotourism and
general leisure
Advertising
posters, promotional materials, print
and electronic
Writing & Publishing
literature, poetry, journalism, newspapers,
magazines and books
Museums, Libraries
and Galleries
Turizmu
national and regional
turizmu kultural, eko-turizmu no dulur
Publisidade
kartaz, material ba promosaun, husi
impresaun no eletrónika
PHOTO: david palazón (rock art exhibition oct’09)
literatura, poezia, jornalizmu, jornál,
revista no livru
Muzeu, Biblioteka
no Galeria
nasionál no rejionál
Museus, Bibliotecas
e Galerias
Nacional e Regional
PHOTO: MNE COLLECTION
Hakerek
no Industria Editora
15
Saida mak Indústria
Kriativa bele fó ba
Timor-Leste?
1. Servisu
2. Dezenvolvimentu husi propriedade
intelektuál no hamoris klase kriativu
3. Kriasaun produtiva no dezenvolvimentu
Empreza Ki’ik no Média
4. Dezenvolvimentu infraestrutura
5. Atrasaun turístika
6. Dezenvolvimentu Identidade Nasionál,
Konstrusaun Nasionál no Orgullu
Nasionál
Oinsá potensial ida
ne’é bele realiza?
Bainhira Indústria Kriativa sai elementu-xave
estratéjiku setor ekonómiku husi nasaun
dezenvolvidu barak, governu husi nasaun sira
ne’é la’o iha prosesu elaborasaun politika apoiu
integral no metin ba dezenvolvimentu no haluan
setór kultural. Nudar parte husi esforsu ida ne’é,
governu barbarak hahú ona planu ba impaktu
ekonómiku, sosiál industria kultural nian.
(UNESCO,2006).
‘Creative Industries Development & Timor-Leste
project’ harii ona husi Griffith University/AusAID,
hamutuk ho Sekretaria Estadu Kultura, hahú ona
prosesu ida ne’é.
Atu hatan ba hahusuk ‘oinsá bele realiza
potensiál ida ne’é? Dezafiu ha’at nebe’é aprezenta
momo’os iha relatóriu ekonomia kriativa UUNEP/
UNCTAD 2008 presiza resposta ida.
1. Nasaun barbarak presiza estrutura ba
entendimentu no analize Ekonomia Kriativa
nudar baze ba politika intervensaun
informada ida, no ho provas.
Peskiza nebe’é halo iha Griffith University/
AusAid liu husi ‘Creative Industries Development
& Timor-Leste project’, hamutuk ho Sekretaria
Estadu Kultura, fó materiál ba ‘polítika
intervensaun nian nebe’é bazeia ba provas
nebe’é iha’. Sentrál iha peskiza ne’é mak harii
baze-dadus ba Indústria Kriativa Nasionál liu.
Parseria ida ne’é sei formaliza tiha ona liu husi
Memorando Entendimentu entre Sekretaria
Estadu Kultura no Griffith University iha fulan
Abril 2010.
16
O que podem as
Indústrias Criativas
oferecer a
Timor-Leste?
What can a Creative
industries deliver to
Timor-Leste?
1. Emprego
2. Intellectual property development and
the rise of a creative class
2. Desenvolvimento de Propriedade
Intelectual e o surgimento de uma
classe criativa
3. Criação produtiva e desenvolvimento
de PMEs
4. Desenvolvimento de infraestruturas
5. Atracções turísticas
1. Employment
3. SME creative production and development
4. Infrastructure development
5. Tourist attractions
6. Development of National Identity,
Nation Building and National Pride
6. Desenvolvimento da Identidade Nacional,
Construção Nacional e Orgulho Nacional
Como poderá este
potencial ser
realizado?
Com o tornar das Indústrias Criativas num
elemento estratégico do sector económico
da maioria dos países desenvolvidos, os
governos desses países estão num processo de
elaboração de políticas integrais e coesivas de
apoio ao desenvolvimento e expansão do sector
cultural. Como parte deste esforço, inúmeros
governos começaram já a planificar os impactos
económicos e sociais das indústrias culturais.
(UNESCO, 2006)
A ‘Creative Industries Development & Timor-Leste
project’ fundada pela Griffith University/AusAid,
e em parceria com a Secretaria de Estado da
Cultura, já deu inicio a este processo.
Em resposta a questão de ‘como poderá este
potencial ser realizado?’ claramente os quatro
desafios apresentados pelo Relatório de
Economia Criativa UNEP/UNCTAD 2008 necessita
de uma resposta.
How can the potential
be realised?
As the Creative industries become a key
strategic economic sector in the most developed
economies, the governments of these countries
are in the process of designing integrated and
cohesive policies to support the development
and expansion of the cultural sector. As part of
this effort, some governments have begun to
map the economic and social impacts of cultural
industries. (UNESCO, 2006)
The Griffith University/AusAid funded ‘Creative
Industries Development & Timor-Leste project’,
in partnership with the Secretaria de Estado da
Cultura, has commenced this process.
In answering the question ‘how can the
potential be realised?’ clearly the four listed
challenges posed by the UNEP/UNCTAD Creative
Economy Report 2008 beg a response.
1. A maioria das nações carece de
estruturas para entendimento e análise
da Economia Criativa como base para
uma política de intervenção informada,
e de provas dadas.
1. Most nations lack a clear framework
for understanding and analyzing the
Creative Economy as a basis for informed,
evidence-based policy-making.
Pesquisa efectuada pela Griffith University/
AusAid através da ‘Creative Industries
Development & Timor-Leste project’, e em
parceria com a Secretaria de Estado da Cultura,
proporciona o material para uma ‘política
de intervenção baseada em provas dadas’.
Esta parceria foi formalizada através de um
Memorando de Entendimento entre a Secretaria
de Estado da Cultura e a Griffith University,
em Abril de 2010.
Research undertaken by the Griffith University/
AusAid funded ‘Creative Industries Development
& Timor-Leste project’, in partnership with the
Secretaria de Estado da Cultura, provides the
material for ‘evidence based policy-making’.
Central to this research has been the creation
of a National Creative Industries data-base. This
Partnership was formalized by an MoU between
the Secretaria de Estado da Cultura and Griffith
University in April 2010.
2. Karakterístika organizativa ba Ekonomia
Kriativa husu polítika espesifika ba nasaun
no la’os politika jenérika.
Husi koñesimentu setor kriativu Timor-Leste
nian manan liu husi peskiza, nesesidade politika
integrada ida momo’os entre departamentu
governu ketketak iha ligasaun diak ho planu
dezenvolvimentu nasionál.
3. Iha falla ida iha kbiit institusional
atu suporta dezenvolvimentu Indústria
Kriativa iha klibur nasaun iha prosesu
dezenvolvimentu, liuliu iha protesaun no
aplikasaun direitu propriedade intelektual
nian.
2. As características organizativas da
Economia Criativa requerem políticas
específicas ao país ao invés de políticas
genéricas.
Do conhecimento do sector criativo de TimorLeste ganho através de pesquisa, é clara a
necessidade de numa política integrada entre
os diferentes departamentos do governo com
boas ligações com o plano de desenvolvimento
nacional.
3. Existe uma falha na capacidade
institucional de suportar o
desenvolvimento de Indústrias Criativas
no grupo de países em desenvolvimento,
em particular na protecção e aplicação de
direitos de propriedade intelectual.
2. The organisational characteristics of
the Creative Economy requires countryspecific rather than generic policies.
From a knowledge of the creative sector in
Timor-Leste gained via research, it is clear that
what is needed in an integrated policy across
government departments that is well connected
with national development planning.
3. There is a lack of institutional
capacity to support development of
the Creative Industries in the developing
world, particularly in the protection
and enforcement of intellectual property
rights.
Iha ona resposta rua prontu atu hasoru
liuliu dezafiu ida ne’é: dahuluk mak servisu
nebe’é halao tiha ona husi ‘Creative Industries
Development & Timor-Leste Project’ atu
hatu’ur kurrikulu ida ba ‘Akademia Indústria
Kriativa’. Hakii Akademia ida ne’é mak bele fó
diak liu tan meius atu hasai dezenvolvimentu
Ekonomia Kriativa Nasionál ida. Daruak mak
dezenvolvimentu kódigu étika internasionál ida
ba prátika arte no artezanatu.
Existem duas respostas já disponíveis para
fazer face a este desafio em particular: primeiro
é o trabalho efectuado pela ‘Creative Industries
Development & Timor-Leste project’ a fim de
estabelecer o curriculum para um ‘Academia
de Industrias Criativas’. A criação desta
academia poderá fornecer em grande forma os
meios para o avanço do desenvolvimento de
uma Economia Criativa nacional. Em segundo
é o desenvolvimento de um código de ética
internacional para as práticas de arte e
artesanato.
4. Ita bele fihir katak mundu nebe’é
dezenvolvidu iha vantajem bo’ot ba kampu
kriatividade bens no servisu nian, no
kompetisaun produtus husi nasaun iha
prosesu dezenvolvimentu sai difisil liu tan
iha merkadu globál.
4. A constatação de que o mundo
desenvolvido tem enormes vantagens no
campo da criatividade de bens e serviços,
tornando difícil a competição de produtos
de países em desenvolvimento nos
mercados globais.
4. The fact that the developed world
has enormous advantages in the field
of creative goods and services, makes
it difficult for developing countries
to compete in global markets for
these products.
Envezde koko kompete iha merkadu globál ho
produtu hirak nebe’é hanesan ho sira nebe’é
prodús tiha ona, intensaun mak, liu husi rekursu
kultural lubuk ida prontu iha baze dadus
foun, uza prátika arte no artezanatu indijena
Timor-Leste nian nudar baze ba inovasaun ba
dezenvolvimentu produtu nebe’é bele hakiak
diferensa iha merkadu.
Em vez de se tentar competir no mercado global
com produtos similares aos já produzidos, a
intenção é, através do conjunto de recursos
culturais disponíveis na recente criada base
de dados, ser feito uso das práticas de arte e
artesanato indígenas de Timor-Leste como base
para a inovação e desenvolvimento de produtos
capazes de criar a diferenciação de mercado.
Rather than trying to compete in the global
marketplace with products similar to those
already being produced, the intent, via the
assembled cultural resources held in the
data-base, would be to use the indigenous art
and craft practices of Timor-Leste as a basis
of product innovation and development able to
create market differentiation.
Estrutura husi ‘Lei Orgánika foun ba Diresaun
Jerál Kultura’, nebe’é foin aprova dadaun,
fó banati ida maka’as no momo’os ba
dezenvolvimentu no kordenasaun ba asaun
indústria kriativa nian. Nia mós fó pontu atu
tama nebe’é diak ba governu ba atuál, no futuru
potensiál, contribuisaun husi Griffith University
ba dezenvolvimentu husi area ida ne’é.
A estrutura da ‘Nova Orgânica da Direcção Geral
da Cultura’, recentemente aprovada, oferece um
forte e claro modelo para o desenvolvimento
e coordenação da acção da indústria criativa.
Oferece, da mesma forma, um ponto de entrada
adequado para o governo para o actual, e
potencial futuro, contributo da Griffith University
no desenvolvimento desta área.
The recently approved structure of the ‘New
Organic of the General Directorate of Culture’
clearly provides a sound and clear model for
the development and coordination of creative
industry action. Likewise it provides an
appropriate point of entry to government for the
current, and potentially future, Griffith University
contribution to the development of the area.
There are two responses in place to be able to
deal with this particular challenge: first is work
done by the ‘Creative Industries Development &
Timor-Leste project’ to establish the curriculum
for an ‘Academy of Creative Industries’. The
creation of this academy would provide a major
means to advance the development of a national
Creative Economy. Second is the development of
an international code of ethics for art and craft
practices.
17
Quem somos
nós e
o que já fez
o nosso
projecto?
Baze dadus projetu ne’é hakiak durante tinan
rua halao prosesu investigasaun iha rejiaun
Timor-Leste hotu-hotu. Uza fotografia no vídeo
mak bele rejista artefatus, arkitetura, serimónia,
dansa, musika no husi arte espesifika no
badain artezanatu nian ida-idak. Aleinde hirak
ne’é, iha mós material istóriku no rejistu harén
husi material Timor-Leste nian nebe’é hetan
iha rai seluk. Servisu balun mós halo tiha ona
iha Brisbane, liuliu iha dezenvolvimentu perfil
internasionál kona ba Kultura Timor nian no
iha inovasaun dezenhu nebe’é bazeia ba
artefaktu indijena.
Tatalin servisu nian no diálogu sei estabelese
ona ho organizasaun oin-oin iha Timor-Leste.
Projetu mós partisipa tiha ona, no fó apoiu, ba
projetu kulturál sira seluk iha tinan rua ikus
liu mai. Liu-liu, iha Kolókiu Internasionál kona ba
Patrimóniu no Kultura Timor-Leste nian, iha Díli,
iha fulan Outubru tinan 2009, no iha Festival
Kultura iha Palásiu Presidensiál iha Díli, husi
loron 25 to’o 28 fulan Novembru tinan 2010.
Liu ne’é, konsertu ida – Scope of Hope – ho
nia intensaun atu hatudu perfil ba kultura
kontemporánea Timor nian, nebe’é hola fatin
iha Brisbane iha fulan Outubru tinan 2010.
18
A base de dados do projecto foi criada em dois
anos de viagens de investigação por todas
as regiões de Timor-Leste. Usando fotografia
e vídeo foi possível registar artefactos,
arquitectura, cerimonias, dança, música e
detalhes de artes específicas e artesãos. Além
do mais, também contém material histórico
e registos visuais de material de Timor-Leste
que se encontra pelo resto do mundo. Algum
trabalho foi também feito em Brisbane,
especificamente no desenvolvimento de um
perfil internacional da cultura Timorense e na
inovação de desenho baseado em artefactos
indígenas.
PHOTO: david palazón
‘Creative Industries Development & Timor-Leste
project’ nebe’é Griffith University/AusAID harii
tiha ona iha nia baze iha Díli no iha Brisbane.
Profesór Tony Fry husi Griffith University mak
dirije projetu ida ne’é hamutuk ho ekipa local
ida nebe’é fó oin ba projetu ‘Tatoli ba Kultura’ –
Señor David Palazón mak jere ekipa ida ne’é.
O ‘Creative Industries Development & Timor-Leste
project’ fundado pela Griffith University/AusAid
está baseado em Díli e em Brisbane. O projecto
é dirigido pelo Professor Tony Fry da Griffith
University com uma equipa local que dá a cara
ao projecto ‘Tatoli ba Kultura’ – a equipa é gerida
pelo senhor David Palazón.
Relações de trabalho e diálogo têm sido
estabelecidas com diversas organizações em
Timor-Leste. O projecto também participou, e
deu apoio, a outros projectos culturais nos
últimos dois anos. Nomeadamente, o Colóquio
Internacional de Património e Cultura de TimorLeste em Díli em Outubro de 2009 e o Festival
Cultura no Palácio Presidencial em Díli de 25 a
28 de Novembro de 2010. Além do mais, um
concerto – Scope of Hope – com o intuito de dar
perfil a cultura contemporânea Timorense teve
lugar em Brisbane em Outubro de 2010.
PHOTO: Gibrael carocho
Sé mak ita
no saida
mak ita nia
projetu halo
tiha ona?
Who are we
and what
has our
project
done?
The Griffith University/AusAid funded ‘Creative
Industries Development & Timor-Leste project’
is based both in Dili and Brisbane. The project
is directed by Professor Tony Fry of Griffith
University with the local team and face of
the project ‘Tatoli ba Kultura’ – the team is
managed by Mr David Palazón.
PHOTO: tatoli ba kultura’s archives and online resources
The project data-base has been created from
two years of fieldwork across all the regions of
Timor-Leste. By photography and video it has
recorded artifacts, architecture, ceremonies,
dance, music and details of specific arts and
crafts people. Additionally, it also contains
historical material and visual records of
collections of material from Timor-Leste from
around the world. Work has also been carried
out in Brisbane, specifically on the development
of the profile of Timorese culture internationally
and on design innovation based on indigenous
artifacts.
Working relations and dialogue has also been
established with many other organizations in
Timor-Leste. The project has also participated
in, and supported, other cultural projects
over the past two years. These include the
Colóquio Internacional de Património e Cultura
de Timor-Leste in Dili October 2009 and the
Festival Cultura at the President’s Palace in Dili
during 25-28 November 2010. In addition, a
major concert – Scope of Hope - to give profile
to contemporary Timorese culture was held in
Brisbane in October 2010.
PHOTO: GRIFfITH UNIVERSITY
19
PHOTO: ELENA tognoli
TATOLI BA KULTURA
Tatoli ba Kultura katak projetu peskiza ida ne’ebé
mak foka liu atu hetan materiál barak no presiza
matenek ne’ebé iha atu estabelese Akademia
Indústria Kriativa ninia iha Timor-Leste.
Peskiza ne’e identifika produtu no matenek,
material istóriku, artefaktu, kultura tanjivel ka
intanjivel (bele kaer ou la bele kaer) liu husi
servisu peskiza ninia no asesu ba koleksaun
internasionál no baze-dadus oin oin. Peskiza ne’e
sei fornese baze atu dezenvolve kurikulu bazeia
ba realidade lokál no sei fo apoiu ba instituisaun
edukasionál ne’ebé sentraliza iha konservasaun
no inovasaun.
Ekipa ne’e hala’o husi Prof Tony Fry husi QCA,
Universidade Griffith iha Brisbane. Projetu ne’e
koordena iha Dili husi David Palazón (Dezeñadór
& Realizadór Filme), membru ekipa sira seluk
inklui: Maria Madeira (Pintór & Edukadór), Elena
Tognoli (Ilustradór & Edukadór), Gibrael Carocho
(Artista Vizuál), Nelson Turquel (Fotografia no
Múziku), Victor de Sousa (Realizadór Filme) no
Jen Shyu (Múziku Jazz) hanesan mós bainaka
ba peskiza.
Projetu ne’e hatuur iha kolaborasaun ho
Sekretaria Estadu Kultura no Diretór Jerál
Kultura iha Timor-Leste no fundu husi AusAid.
Webside mós hanesan ho mapa media ne’ebé ho
laran luak suporta husi Embaisada EUA iha Dili.
Ami mós agradese tebetebes ba IDA ba suporta
kontinuasaun ne’ebé mak fó.
20
www.tatolibakultura.org
TATOLI BA KULTURA
Tatoli ba Kultura é um projecto de
investigação direccionado para o ganho
material e de conhecimento necessários para
o estabelecimento da futura Academia de
Indústrias Criativas em Timor-Leste.
Esta investigação identifica produtos e perícia,
material histórico e artefactos, cultura de
carácter tangível ou não, através da pesquisa
em trabalho de campo e no acesso a colecções
e bases de dados internacionais. Esta pesquisa
irá oferecer a base para o desenvolvimento de
um curriculum de inspiração local e de suporte a
uma instituição educacional centrada nos ramos
da conservação e inovação.
Esta equipa é liderada pelo Professor Tony Fry
da QCA, Universidade de Griffith em Brisbane.
O projecto é coordenado em Díli por David
Palazón (Designer e Produtor de Filmes),
e outros membros da equipa incluem: Maria
Madeira (Pintura e Educação), Elena Tognoli
(Ilustração e Educação), Gibrael Carocho (Artista
Visual), Nelson Turquel (Fotografia e Musica),
Victor de Sousa (Produtor de Filmes) e Jen Shyu
(Musica Jazz) como investigador convidado.
O projecto é criado em colaboração com
a Secretaria de Estado da Cultura e com o
Director Geral da Cultura em Timor-Leste e
patrocinada pela AusAid. A página de Internet
e o mediamap é amavelmente suportado pela
Embaixada dos Estados Unidos em Díli. Estamos
também extremamente gratos à IDA pelo seu
contínuo apoio.
TATOLI BA KULTURA
Tatoli ba Kultura is a research project that aims
to gain the materials and knowledge necessary
to establish the future Academy of Creative
Industries in Timor-Leste.
The research identifies products and skills,
historic materials and artefacts, tangible and
intangible culture through fieldwork research
and access to inter/national collections and
databases. The research will provide the basis
to develop a locally focused curriculum for an
educational institution that would centre on
conservation and innovation.
The team is lead by Prof Tony Fry from QCA,
Griffith University in Brisbane. The project
is coordinated in Dili by David Palazón
(Designer & Filmmaker), other team members
include: Maria Madeira (Painter & Educator),
Elena Tognoli (Illustrator & Educator), Gibrael
Carocho (Visual Artist), Nelson Turquel
(Photographer & Musician), Victor de Sousa
(Filmmaker) and Jen Shyu (Jazz musician)
as guest researcher.
The project is set in collaboration with the
Secretary of State of Culture and the Director
General of Culture in Timor-Leste and funded by
AusAid. The website as well as the mediamap
is kindly supported by the US Embassy in Dili.
We are also extremely thankful to IDA for its
ongoing support.
21
22
A z
ba
A
TO
23
ABÉ BARRETO SOARES
Hakerek-na’in Escritor Writer
Ha’u moris iha ha’u-nia inan nia knua, Fohorém,
Timor-Leste iha tinan 1966.Ha’u boot iha ha’u-nia
aman nia knua, Manatuto no sidade kapitál, Dili
durante Indonézia nia ukun hosi tinan 1975
to’o tinan 1985. Ha’u hahú hakerek poezia
bainhira ha’u iha tinan 16.Iha ha’u-nia tempu
sira inisiál hakerek poezia nian, ha’u-nia poezia
barak sira-ne’e ko’alia kona-ba beleza natureza
nian no kona-ba domin.
Ha’u arranka ba sidade, Yogyakarta, Indonézia,
iha tinan 1985 hafoin tiha ha’u remata ha’u-nia
eskola sekundária iha Dili. Ha’u foti estudu
literatura Inglés iha Universidade Gadjah Mada,
nudar universidade antigu ida iha Indonézia.
Hanesan estudante Departamentu Inglés nian
ida, ha’u gosta tebes atu apresia literatura
Indonézia, Inglés no Amérika nian. Iha Yogyakarta
maka ha’u deskobre obra sira matebian poeta
Timor-Leste nian, Francisco Borja da Costa, ne’ebé
ema oho iha fulan-Dezembru iha tinan 1975.
Ha’u hetan inspirasaun maka’as hosi nia atu
hakerek poezia polítika sira kona-ba Timor-Leste
nia luta ba pás no liberdade. Tanba de’it ha’u-nia
poezia sira-nia ne’e iha natureza polítika, entaun
ha’u la-barani atu publika poezia sira-ne’e
bainhira ha’u sei hela iha Yogyakarta.
Ha’u arranka ba Kanada atu partisipa iha
programa inter-kámbiu kulturál nian ida iha
fulan-Setembru, tinan 1991. Bainhira ha’u atu
halo hotu daudaun ha’u-nia programa kulturál
ne’e, masakre Santa Cruz mós akontese. Masakre
ne’e muda ha’u-nia moris tomak. Ha’u mós
deside atu hela iha Kanada tamba ha’u preokupa
kona-ba ha’u-nia seguransa se karik ha’u fila fali
duni ba Indonézia. Iha tinan 1995 ha’u-nia livru
kolesaun poezia ba dahuluk ho títulu “Menari
Mengelilingi Planet Bumi” (Dansa Hadulas
Planeta Rai) publika iha Olanda. Iha tinan 1996
ha’u-nia livru kolesaun poezia ba daruak ho
títulu “Come With Me, Singing in A Choir” (Mai
Hamutuk ho Ha’u, Hananu iha Koru) publika iha
Sydney, Australia.
Ha’u mai fali Timor iha Jullu 2000. Há’u hahú
kedas servisu iha misaun Nasoins Unidas nian,
nudar asistente ba informasaun to’o Maiu
2002. Tuir mai ha’u servisu nudar interprete
no tradutór iha misaun tuir tuir malu husi
Nasoins Unidas.
24
Nasci na aldeia natal da minha mãe, em Fohorem,
Timor-Leste, em 1996. Cresci na aldeia natal do
meu pai, Manatuto, e em Dili, a capital, durante
a ocupação indonésia, de 1975 a 1985. Comecei
a escrever poesia quando tinha 16 anos. Na
minha juventude, a maior parte dos poemas que
compunha era sobre a beleza natural e o amor.
I was born in my mother’s hometown, Fohorem,
Timor-Leste, in 1966. I grew up in my father’s
hometown, Manatuto, and in Dili, the capital
during the Indonesian rule, from 1975 until
1985. I started writing poetry when I was 16
years old. In my early years most of the poems
I composed were about natural beauty and love.
Saí para Jojakarta, Java, Indonésia, em 1985,
após terminar o liceu em Dili. Graduei-me em
ingles na Universidade de Gadjah Mada, uma
das mais antigas universidades na Indonésia.
Como estudante do Departamento de Inglês,
gostava muito de literature indonésia, inglesa
e americana. Foi em Jojakarta que descobri o
trabalho de Francisco Borja da Costa, o falecido
poeta timorense morto em Dezembro de
1975. Fui muito inspirado por ele ao escrever
poesia política sobre a luta timorense pela
independência. Devido à sua natureza política,
não me atrevi a publicá-la enquanto estava em
Jojakarta.
I left for Yogyakarta, Java, Indonesia in 1985,
after finishing my high school in Dili. I took
English as my major at Gadjah Mada University,
one of the oldest universities in Indonesia. As
an English Department student; I was very fond
of Indonesian, English and American literature.
It was in Yogyakarta that I discovered the work
of Francisco Borja da Costa, the late Timorese
poet killed in December 1975. I was very much
inspired by him to write political poetry on
the Timorese struggle for freedom. Due to its
political nature, I did not dare to publish them
while I was in Yogyakarta.
No final de 1991, fui para o Canadá participar
num programa de intercâmbio cultural. Quando
estava quase a terminar o programa, deu-se
o Massacre de Santa Cruz.Mudou toda a
minha vida. Decidi ficar no Canadá, pois estava
preocupado com a minha própria segurança
se voltasse à Indonésia. O ano de 1995 viu a
primeira colecção da minha poesia ser publicada
na Indonésia, entitulada “Menari Menggelilingi
Planet Bumi” (Dançando à Volta do Planeta
Terra). Foi publicada na Holanda. Em 1996,
o meu segundo livro de poesia, entitulado
“Come With Me Singing in A Choir” (Vem Comigo
Cantar Num Coro), foi publicado em Sydney,
na Austrália.
Voltei a Timor-Leste em Julho de 2000.
Comecei imediatamente a trabalhar com a
missão de paz das Nações Unidas, como
assistente de informação, até Maio de 2002.
Desde essa altura, tenho trabalhado como
intérprete e tradutor em sucessivas missões
de paz das Nações Unidas.
I left for Canada to participate in a cultural
exchange program in late 1991. When I was
about to finish my program, the Santa Cruz
Massacre took place. It changed my whole life.
I decided to stay in Canada for I was concerned
with my own safety if I did come back to
Indonesia. The year 1995 saw the first collection
of my poetry published in Indonesian, entitled
‘Menari Menggelilingi Planet Bumi’ (Dancing
Around the Planet Earth). It was published in
Holland. In 1996, my second book of poetry
entitled ‘Come With Me Singing in A Choir’ was
published in Sydney, Australia.
I came back to Timor-Leste in July 2000.
I immediately started working with the UN
peacekeeping mission as an information
assistant,until May 2002. Since then,
I have been working with successive UN
peacekeeping missions as an interpreter
and a translator.
ABEL JÚPITER
pinta-na’in Pintor Painter
Abel moris iha Baucau no nia hela iha Timor iha
tempu okupasaun Indonézia nia laran. Bainhira
nia tinan 19 nia sai husi Timor ba Jakarta,
nia hela iha ne’eba fulan 5 no tuir nia halai ba
Macau.
Natural de Baucau, Abel viveu toda a sua
infância em Timor durante a ocupação indonésia.
Aos 19 anos, deixou Timor com destino a
Jacarta, onde permaneceu durante 5 meses,
seguindo depois clandestinamente para Macau.
Born in Baucau, Abel lived all his childhood in
Timor, during the Indonesian occupation. At the
age of 19, he left Timor to Jakarta, where he
stayed for five months, and then left clandestine
to Macau.
Iha Macau, nia estuda no servisu to’o Agostu
1998, momentu nia sai fali ba Portugal. Nia tuir
kursu Siénsia Polítika no relasaun Internasionál
sira iha Fakuldade Siénsia Sosiál no Umanu husi
Universidade Nova Lisboa.
Em Macau, estudou e trabalhou até Agosto de
1998, ano em que veio para Portugal. Licenciouse em Ciência Política e Relações Internacionais
pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa.
In Macau, he studied and worked until August
1998, when he came to Portugal. He graduated
in Political Sciences and International Relations
from the Faculty of Social Sciences and the
Humanities of Lisbon University.
Desde nia kiikoan nia hatudu katak nia gosta
tebes pinta. Iha Timor, tamba situasaun nia
nunka hetan oportunidade atu pinta maski nia
sempre hanoin pintura no aprende uitoan no
pinta nafatin. Nia ba vizita muzeun, ba haree
pintura tuan, foun, aprende saida mak nia hetan
asesu ba.
O seu gosto pela pintura manifestou-se desde
pequeno. Em Timor, dada a situação vivida,
nunca teve oportunidade de pintar seriamente
mas também nunca deixou de se interessar
pela pintura, procurando sempre aprender,
pintando tela a tela sempre que possível. Visitar
museus, ver obras antigas, modernas, tomar
conhecimento de tudo, dentro do possível.
His interest in painting manifested from a young
age. In Timor, due to living conditions, he never
had the opportunity to paint seriously. But he
never lost interest in painting, always seeking
to learning and painting from canvas to canvas
every time he could. Visiting museums, seeing
old and new paintings, getting acquainted with
as much as possible.
Quando pinta, é fiel a si mesmo, deixa que
as coisas aconteçam, pois acredita que cada
pintor tem dentro de si algo que funciona de
acordo com as suas necessidades. Na sua
pintura, procura retratar pessoas simples do
campo pelas quais tem uma grande admiração e
respeito, combinando-os com os espaços rurais
onde passou a sua infância.
When he paints, he is true to himself, letting
things happening, because he believes that
each painter has inside something that works
according to his or her needs. In his painting, he
seeks to depict simple farming people for whom
he has great admiration and respect, combining
them with the rural spaces where he spent his
childhood.
Bainhira pinta, nia tuir nia na no hein to’o buat
mosu, tamba nia fiar katak pintor ida idak iha
buatruma iha laran ne’ebé mosu tuir nesesidade.
Iha nia pintura nia gosta pinta ema ne’ebé
simples husi foho, ema ne’ebé nia admira no
respeitu, no dezeñu ema ne’ebé iha área rural
uluk nia moris.
artwork: ABEL JÚPITER
25
Alberto Fidalgo Castro
Doutorandu iha Antropolojia husi Universidade Koruña (UDC), España Doutorando em
Antropologia da Universidade da Coruña (UDC), Espanha Ph.D. student in Anthropology
at the University of Coruña (UDC), Spain
Alberto halo hela peskiza iha Timor-Leste
ba ninia teze dotoramentu ne’ebé estuda
relasaun ekonomia kulturál ho prátika ritual.
Nudar membru ba Asosiasaun Luso-Galega ba
Antropolojia Aplikada (ALGA) nia interesa liu ba
antropolojia dezenvolvimentu nian, patrimóniu
kulturál ho estudu kona-ba to’os-na’in sira. Nia
halo parte ba ekipa UDC/ALGA ne’ebé halo projetu
peskiza iha Timo-Leste hahú husi tinan 2007
mai to’o agora. Nia hakerek hamutuk ho ema
seluk livru ida naran As uma lulik do distrito de
Ainaro (sei publika). Nia hetan tulun hodi hala’o
nia peskiza husi programa bolsa-estudu Ajénsia
Española nian ba Kooperasaun Internasionál
Dezenvolvimentu nian (MAE-AECID).
Alberto is currently conducting fieldwork
research in Timor-Leste for his Ph.D., which
is primarily focused on the cultural economy
embedded in ritual practices. As a member
of the Luso-Galician Association for Applied
Anthropology (ALGA) his interests are on
anthropology for development, cultural heritage
and peasant studies. He has been involved
in several research projects in Timor-Leste
since 2007 by the UDC/ALGA team. He has
co-authored the book As uma lulik do distrito
de Ainaro (The sacred houses of the Ainaro
district), in press. His research is funded by the
Spanish Agency for International Development
Cooperation’s scholarships program (MAE-AECID).
26
photo: david palazón (HIUT LEL, MAUBISSE)
Alberto está actualmente a desenvolver
trabalho de campo em Timor-Leste para o seu
Doutoramento, que se centra na economia
cultural integrada em prácticas culturais.
Como membro da Associação Luso-Galega
de Antropologia Aplicada (ALGA), os seus
interesses principais são a antropologia para
o desenvolvimento, o património cultural e
os estudos camponeses. Desde 2007, tem
estado envolvido em vários projetos de
investigação em Timo-Leste com a equipa da
UDC/ALGA. É co-autor do livro As uma lulik do
distrito de Ainaro, no prelo. A sua pesquisa é
financiada pelo programa de bolsas de estudos
da Agência Espanhola de Cooperação para o
Desenvolvimento (MAE-AECID).
ALESSANDRO BOARCCAECH
Psikólogu no Antropólogu Psicólogo e Antropólogo Psychologist & Anthropologist
Soru mutu istoria rai nain lalehan no rai sira nian: rai ketan Atauro
Um encontro de cosmologias: ilha de Ataúro An encounter of
cosmologies: Atauro Island
Kristianizmu katóliku tama iha Timor Lorosae
iha sékulu XVI hamutuk ho mariñeiru portugés
sira. Ho istória naruk be iha rai Timor fo folin
boot ba Igreja Katólika ne’ebé ikus mai sai
instituisaun ida ne’ebé tuan no metin liu iha rai
nee. Maibé, ketak ituan ho rai Timor, katolisizmu
foin hahú tama iha rai ketan Atauro iha
sékulu XX nia klaran. Ho tempu mamuk ne’ebé
misionáriu katóliku sira husik leet hela, fo biban
kristianizmu protestante sira tama. Se iha Timor
Lorosae, dala barak liu, katolisizmu hanesan
relijiaun ne’ebé populasaun besik 96% mak fiar,
iha Atauro 20% deit hosi ema rai na’in rihun
sanulu (10 mil). Maski Atauro oan hotu-hotu
tama ona Igreja Katólika no Asembleia de Deus,
maibé sei la’o nafatin fiar ba pratika no símbolu
hosi espíritu bei ala no rai sira nian to’o ohin
loron. Objetivu ne’ebé ha’u hakarak hato’o mak
hanoin kle’an kona ba oinsá mak fukun sira ka’it
malu hosi istória oin-oin rai na’in lalehan no rai
nian ne’ebé moris ohin loron iha rai ketan Atauro
no hetan konsekuénsia pratika no simbólika hosi
soru mutu ne’e iha komunidade neba.
O cristianismo católico chegou a Timor-Leste no
século XVI, junto com os primeiros navegadores
portugueses. A longa história em território
timorense contribuiu para que a Igreja Católica
se tornasse uma das mais antigas e sólidas
instituições do país. No entanto, ao contrário
do restante Timor, o catolicismo estabeleceu-se
mais efetivamente na ilha de Ataúro somente em
meados do século XX. Esta ausência prolongada
dos missionários católicos favoreceu a inserção
do cristianismo protestante. Se em Timor-Leste,
em geral, o catolicismo é a religião professada
por aproximadamente 96% da população,
em Ataúro ela corresponde a apenas 20%
dos quase 10 mil habitantes locais. Embora
todas as pessoas da ilha de Ataúro integrem
a Igreja Católica ou Assembleia de Deus,
algumas práticas e símbolos que evocam os
espíritos dos antepassados e da natureza ainda
permanecem nos dias de hoje. Esta comunicação
tem como objetivo refletir sobre como ocorre
a inter-relação entre as diversas cosmologias
que convivem actualmente em Ataúro, e quais
as repercussões práticas e simbólicas deste
contacto em algumas das comunidades locais.
Catholicism arrived in Timor-Leste during the
16th century, along with the first Portuguese
sailors. The Catholic Church became one of the
oldest and most solid institutions in the country
due to its long history in Timorese territory.
However, and contrary to the rest of Timor,
Catholicism was more effectively established in
Ataúro Island only in the middle of 20th century.
This prolonged absence of catholic missionaries
worked to the advantage of Protestantism.
If generally in Timor-Leste Catholicism is the
religion practiced by approximately 96% of
the population, in Ataúro it only relates to
20% of almost 10 thousand of its inhabitants.
Although everyone in the island is part of the
Catholic Church or the “Assembleia de Deus’”
(God’s Assembly), some practices and symbols
that invoke the spirits of the ancestors and
nature still remain unchanged nowadays. The
goal of this communication is to consider how
interrelations between the diverse cosmologies
that live together in Ataúro occur, and which
practical and symbolic repercussions take place
from this contact in some local communities.
photo: ALESSANDRO BOARCCAECH (makili)
27
Fundasaun Alola harii iha 2001 no rejista iha
Forum ONG Timor-Leste nian nudar ONG ba feto
lokál. Fundasaun Alola hanesan organizasaun
ne’ebé dedika an hodi hametin no hakbiit feto
sira no dezenvolve programa sira ba feto no
labarik. Organizasaun nia motu makn Feto
Forte, Nasaun Forte. Alola halo dezenvolvimentu
ba projetu sira iha setor haat: Advokasia,
Dezenvolvimentu Ekonómiku, Edukasaun ba
Inan no Saúde ba Labarik.
Programa Dezenvolvimentu Ekonómiku/Programa
ba Artezanato
Loja Artezanatu Alola ninia buka hodi dezenvolve
merkadu sira ba Tais (Hena tradisionál Timor
nian) ho kualidade aas, ne’ebé tuir téknika
tradisionál suru Tais no futus uza fiu algodaun
liu husi tear tradisionál ne’ebé kesi iha kotuk.
Ida ne’e nudar promosaun ba atividade
ekonómika ho baze osan ne’ebé bele ajuda
haktuir nesesidade sira husi família no
uma laran.
Liu husi programa ne’e, ami buka hodi haktuir
nesesidade sira ne’ebé feto sira iha no
dezenvolve programa sira ne’ebé bele fo apoiu
no formasaun ba sira no programa kona ba
produsaun hodi sira bele halo produtu ne’ebé ho
kualidade di’ak ho folin ne’ebé justu, ne’ebé bele
mós fo sustentu ba sira.
Primeiru programa ne’e fo apoiu ba grupu husi
tesedeira sira kona ba nusa halo promosaun
no fa’an sira nia produtu sira. Objetivu tan
mak hadia kualidade no padraun produsaun ba
Tais, iha uma ka iha komunidade, no hatama
esperiénsia no matenek husi espesialista sira no
fahe ba sira ne’ebé foin hah’u hodi bele tuir sira
nia nesesidade no aumenta sira nia bein estar.
28
A Fundação Alola foi estabelecida em 2001,
e registada no Fórum de ONGs de TimorLeste como uma ONG de mulheres locais. A
Fundação Alola é uma organização dedicada
ao fortalecimento das mulheres, e desenvolve
programas para mulheres e crianças. O moto
da organização é Feto Forte, Nasaun Forte –
Mulheres Fortes, Nação Forte. A Alola desenvolve
projectos em quarto sectores: Advocacia,
Desenvolvimento Económico, Educação Materna
e Saúde Infantil.
Programa de Desenvolvimento Económico/
Programa de Artesanato
A Loja de Artesanato da Alola procura promover
e desenvolver mercados para Tais (tecidos
feitos à mão) de alta qualidade, utilizando
técnicas tradicionais de tecelagem e tintagem
de algodão, transformando-os em Tais usando
teares de correias de costas. Isto promove uma
das poucas actividades económicas de base
monetária e pode, deste modo, acomodar as
necessidades da família e do lar.
Através deste programa, procuramos suprir
as necessidades das tecedoras e, com elas,
desenvolver um conjunto de programas que
possam assegurar que elas recebem o apoio
necessário em formação e programas de
produção, de forma a produzirem bens de
qualidade com um preço ajustado, que lhes
forneçam um retorno económico adequado.
O trabalho preliminar irá apoiar grupos de
tecedeiras na promoção e marketing dos seus
produtos. Objectivos adicionais irão incluir
a melhoria da qualidade e padrão da produção
de Tais, em casa e na comunidade, introduzir
a experiência e o conhecimento de tecedeiras
especializadas a jovens tecedeiras, e melhorar
a saúde e o bem-estar de tecedeiras
e costureiras.
PHOTO: alola archives
ALOLA FOUNDATION
Alola Foundation was established in 2001,
registered under Forum NGO Timor-Leste as
a local women’s NGO. Alola Foundation is an
organization dedicated to the empowerment
of women, and runs programs for women and
children. The slogan of the organization is Feto
Forte, NasaunForte – Strong Women, Strong
Nation. Alola runs programs in four sectors:
Advocacy, Economic Development, Education
& Maternal, and Child Health.
Economic Development Program/Handcrafts
program
Alola Handcraft Shop seeks to promote and
develop markets for high quality Tais (handwoven cloths),using traditional techniques of
spinning and dyeing cotton, and weaving them
into Tais on backstrap looms. This promotes one
of the few cash-based economic activities that
many women can engage in, as Tais weaving
is traditionally a home-based activity and can
therefore accommodate the needs of family
and household.
Through this program, we seek to provide
for the needs of weavers and with them
develop a set of programs that can ensure
they receive the support they need in training
and production programs,in order to produce
properly priced quality goods that provide them
an adequate economic return.
The preliminary work will set to support
weavers’ groups in promoting and marketing
their products. Further goals will include
improving the quality and standards of Tais
production, at home and in the community,
to introduce younger weavers to the experience
and teaching of expert weavers, and to improve
the health and the wellbeing of weavers
and sewers.
29
PHOTO: david palazón (ESTADO, ERMERA)
ANNA WAHYU P. FREITAS
Koreógrafa coreógrafa CHoreographer
Anna Wahyu P. hasai nia kursu iha Institut
Seni Indonesia (ISI) iha Yogyakarta, Indonézia,
no ni tuir programa kona ba dansa husi tinan
2004 to’o tinan 2009. Nia mós aprende kona
ba koreografia (kona ba sekuénsia movimentu
dansa tuir múzika), aprende kona ba dansa
kreativu no dansa tradisionál. Anna WP hetan
esperiénsia barak bainhira nia halo koreografia
iha eventu Jog ja Java Carnival, Pekan Olahraga
Pelajar Nasional (POPNAS), Gema Khatulistiwa,
Indonesia menari no iha eventu boot seluk
- seluk tan iha Timor mak hanesan Festival
Kultura Ramelau, Festival Nacional do Desporto,
Congresso Partido CNRT, Foin lalais ne’e, nia sai
treinadór ba grupo Le-siaval, no Timor-Leste
Maritim College. Nia sai nudar ezemplu di’ak
ba Timor oan tomak hodi iha konxiénsia atu
sai artista dansa hodi haburas kultura no bele
hatudu ba povu tomak oinsá haburas ema nia
kontatu ho arte liu-liu iha parte dansa.
Anna Wahyu P. iniciou o curso em 2004 no
Institut Seni Indonesia (ISI), em Yogyakarta na
Indonésia, na área da dança, tendo terminado
os seus estudos em 2009. Inserido no curso
estudou áreas como a coreografia, a dança
criativa e a dança tradicional. Teve várias
experiências como coreógrafa nomeadamente
nos festivais Jog ja Java Carnival, Pekan Olahraga
Pelajar Nasional (POPNAS), Gema Khatulistiwa,
Indonesia menari, ainda em Yogyakarta, e
também em Timor-Leste no Festival de Cultura
do Ramelau, no Festival Nacional do Desporto,
e no Congresso do Partido CNRT, sendo agora
professora do Grupo Le-siaval e no Timor-Leste
Maritim College. Anna é um exemplo para todos
os timorenses terem consciência da importância
de, como bailarinos, deverem participar no
desenvolvimento da cultura e mostrarem a
todos a sua arte, como forma de aumentar a
apreciação pela dança.
Anna Wahu P. begun a degree in dance in 2004,
at Indonesia Seni Institute (ISI), in Yogyakarta,
Indonesia, and completed it in 2009. Within
the degree program she studied subjects such
as coreography, creative dance and traditional
dance. She has had several experiences as a
coreographer, including in the festivals Jog ja
Java Carnival, Pekan Olahraga Pelajar Nasional
(POPNAS), Gema Khatulistiwa, Indonesia menari,
in Yogyakarta, as well as in Timor-Leste in the
Culture Festival of Ramelau, National Sports
Festival and the Congress of CNRT Party.
She now teaches the group Le-siaval and the
Timor-Leste Maritime College. She is an example
to all Timorese to gain awareness of the
importance for them, as dancers, to participate
in the development of culture and to show
their art to everyone, so that appreciation for
dancing increases.
Antero Lopes
OURIVES ourives GOLDSMITH
Ourives mak badain ne’ebé nakfilak osan mean
no mutin sai jóia hodi hafutar an ba serimónia
ritual ruma no simu bainaka iha festa tradisionál
sira. Jóia sira ne´e mak hanesan kaebauk, belak,
buti liman, keke, ulusuku, alfinete, brinkus,
korrente no sst.
Ba daudaun ne’e Sr. Antero Lopes husi
aldeia Quesa Mau Casa, Ainaro, ne’ebé hala´o
knar ne´e hahú husi tinan 1964, no mos Sr.
Francisco C. Araújo husi aldeia Cartolu Horaiquic,
Maubisse,ne’ebé hala´o tiha ona knar ne´e iha
1967.Ho matenek ne’ebé iha, sira bele nakfilak
jóia sira ne´e hodi hatutan sira nia moris.
30
O ourives é o artesão que transforma ouro
e prata em jóias para serem usadas em
cerimónias religiosas e nas festas tradicionais.
Estas jóias incluem o kaibauk (adorno de
cabeça), o belak (adorno e peito em forma
de sol), butiliman, keke (pulseiras), ulusuku
(gancho do cabelo), alfinete, brincos, jóais, etc.
Goldsmith are craftsmen that transform gold
and silver into jewelry to be used in religious
ceremonies and in traditional parties. These
jewels include the kaibauk (headdress), the
belak (a chest medallion shaped like the sun),
butiliman, keke (arm bracelets), ulusuku
(hairpin), hearings, jewels, etc.
O Sr. Antero Lopes, da aldeia Mau Casa,Ainaro,
desenvolve esta actividade desde 1964, e o Sr.
Francisco C. Araújo, da aldeia Cartolu Horaiquic,
Maubisse, trabalha nesta área desde 1967.
Com a capacidade e criatividade que têm, eles
sustentam-se a si e às suas famílias.
Mr. Antero Lopes, from Mau Casa village, in
Ainaro, has been developing this activity since
1964, and Mr. Francisco C. Araújo, from Cartolu
Horaiquic, in Maubisse, has worked in this area
since 1967. With their skills and creativity,
they sustain themselves and their families.
31
PHOTO: almeida ganefabra (DGC ARCHIVES)
BABADOK ILIMANO
Januário da Cunha
Babadok mak instrumentu uniku ho nia boot
hanesan tambór ki’ik, hodi haklilik wainhira inan
feto sira baku, tuir melodia iha grupu laran.
Babadok halo ho materiál lokál hanesan ai-teka,
ai-ná, ai-sária no bibi kulit. Babadok nia funsaun,
baku wainhira hala’o rituál no serimónia no simu
bainaka ho tebedai.
Iha aldeia Ilomano ne´e, mak sr. Januário da
Cunha ho ninia maun alin sira halo babadok no
gong hodi fa´an ba territóriu tomak. Sentru ne´e
halo babadok 10-12 iha semana ida nia laran,
hahú husi tinan 2001 to´o ohin loron. Sira hetan
mos apoiu husi NGO internasionál husi Canada
iha Timor-Leste, ba formasaun no hodi sosa
materiál lokál hodi bele halo babadok.
O Babadok (batuque) é um instrumento único,
com o tamanho de um tambor pequeno, que
é pendurado ao ombro das mulheres quando
estas o batem ao ritmo da melodia tocado pelo
grupo. É feito de materiais locais, tais como a
teca, o pau-rosae a ai-saria, e pele de cabrito.
Este instrumento é tocado em cerimónias
rituais e religiosas e na recepção a convidados,
acompanhando a dança tebedai.
Babadok is a unique instrument, the size
of a small drum, which hangs from women’s
shoulders when they play it to the rythmn
of the melody played by the group. It is made
of local materials such as teak, rosewood and
ai-saria, and goat skin. This instrument is
played in ritual and religious ceremonies and
when welcoming guests, accompanied by the
tebedai dance.
Na aldeia de Ilomano, o Senhor Januário da
Cunha e os seus irmãos fazem babadok e gongs
para serem vendidos em todo o território. Desde
2001 e até hoje, produzem-se neste centro
cerca de 10 a 12 babadok semanalmente.
O centro tem o apoio de uma ONG internacional
do Canadá em Timor-Leste, para a formação e
para a compra dos materiais locais para produzir
os instrumentos.
In the village of Ilomano, Mr. Januário da Costa
and his brothers make babadok and gongs that
are sold all across the country. Since 2001 and
till this date, ca. 10 to 12 babadok are produced
every week. The centre has the support of an
International Canadian NGO in Timor-Leste, which
provides support to training and to buy local
materials to produce the instruments.
BABADOK MATAI
photo: S. Pereira (panoramio)
Dansa dança dance
Babadok Matai mai husi bei-ala sira. Lia fuan
babadok mai husi tetum prasa maski iha tetum
terik hanaran likurai. Likurai foti husi lian rua:
liku katak: habadak an, kleuk; no rai katak: rai.
Likurai katak: habadak an, kleuk no hadulas
rai. Funsaun bidu likurai hanesan hodi hala’o
serimónia rituál, hasai ho hatama sasán lulik
husi uma lulik, simu ho hasoru dato sira no ba
hafoti we lulik (we sadan) hodi hasa’e ba uma
lulik, no halo festa hasoru liurai ho ukun na’in
sira. Likurai halo husi ai-fau ho animal nia kulit
mak hanesan (rusa, bibi, busa).
32
O Babadok Matai (batuque) era feito pelos
antepassados. O babadok é o nome pelo qual
o instrumento é conhecido em tétum praça,
em tétum terik é chamado likurai. O likurai
deriva de duas palavras: liku, que quer dizer
habadak an, kleuk no hadulas, baixar o corpo,
inclinar e fazer um círculo; e rai, que quer dizer
terra. A dança tradicional likurai tem como
funcões ser praticada em cerimónias rituais ou
religiosas, quando se colocam e retiram objectos
sagrados da uma lulik (casa sagrada), na
recepção a pessoas da realeza e na recolha de
água sagrada (we sadan) para oferecer à casa
sagrada, e nas recepções a líderes. O instrument
que é tocado para dançar o likurai é feito de
ai-fau e de peles de animais, tais como cabrito,
veado e gato.
The Babadok Matai (drums) were made by the
ancestors. Babadok is the name by which the
instrument is called in Tetun Praça; in Tetun
Terik, it is know as likurai. Likurai derives from
two words: liku, which means to lean the body
down and forward, making a circle (habadak
an, kleuk no hadulas); and rai, which means
land. The likurai traditional dance is practiced
in ritual and religious ceremonies, when you
place or take objects from the sacred house,
in receptions to royal family members and when
one collects sacred water (we sadan) to offer
to the sacred house, and to welcome leaders.
The instrument played to dance the likurai is
made of ai-fau and animal skin (goat, deer
and cat).
33
PHOTO: bernardino soares
BERNARDINO SOARES
FotógrafU Fotógrafo Photographer
Ne’e Haun nia Oin Esta é a minha FACE This is my face
“Ne’e mak ha’u nia Oin: nonok, inosente, beik,
violénsia, ho ha’u nia forsa no ha’u nia frakeza
tomak. Ne’e Ha’u nia Oin.”
“Estas são as minhas silenciosas, inocentes,
estúpidas e violentas faces, com todas as
minhas fraquezas e forças. Esta é a minha face.”
‘These are my silent, courageous, innocent,
stupid and violent faces with all the weakness
and strength of mine. This is my face.’
Bernardino Soares hanesan fotógrafu foun husi
Dili. Desde uluk nia hetan paixaun maka’as ba
fotografia. Iha 2004 nia hetan oportunidade atu
ba estuda fotografia iha AKINDON (Akademia
ba Komunikasaun iha Indonézia), iha Jojakarta.
Nia halo ona espozisaun iha Dili iha 2008, iha
FOTOFREO 09, iha Perth, iha Austrália, no nia
hetan hilli atu hola para iha Jovem Fotógrafu
Azia nian, iha Workshop Fotografia iha Angkor,
iha Camboja, iha 2010. Daudaun nia servisu
nudar fotógrafu ho UNMIT, iha Dili.
Bernardino Soares é um fotógrafo emergente
de Dili. Tem estado apaixonado pela fotografia
desde que era jovem. Em 2004, teve
oportunidade de ir estudar fotografia na
AKINDON (Acdemia de Comunicação Indonésia),
em Jojakarta. Já fez exposições em Dili em
2008, na FOTOFREO 09, em Perth, na Austrália,
e foi igualmente seleccionado para fazer parte
dos Jovens Fotógrafos Asiáticos, no Workshop
de Fotografia de Angkor, no Camboja, em 2010.
Trabalha actualmente como fotógrafo para a
UNMIT, em Dili.
Bernardino Soares is an emerging photographer
from Dili. He has been passionate about
photography since a very young age. In
2004, he had the opportunity to go study
photography at AKINDON (Indonesian Academy
of Communication), in Yogyakarta. He has had
exhibitions in Dili in 2008, FOTOFREO 09 in Perth
(Australia) and he was also selected to join the
Young Asian Photographer at the Angkor Photo
Workshop in Cambodia in 2010. He is currently
working as a photographer for UNMIT, in Dili.
BIDU BSO’OT
Dansa dança dance
Hori uluk, bso’ot nee so hala’o bainhira iha tempo
funu atu hanoin vitória, ne’ebé asua’in sira
manán funu. Molok atu hahú funu, huu karau
dikur lian hodi bolu reinu sira katak iha sinál
importante ruma kona ba funu atu mosu. Povu
tomak halibur hamutuk iha liurai nia kadunan
hodi kesi bibi fulun iha ain no buku-sbeta kesi
iha liman hodi prepara atu halo funu. Funu
hasoru grupu no asua’in hasoru asua’in, hafoin
manán funu povu sira haksolok hodi bidu bso’ot
ho hahi asua’in sira ne’ebé manán funu. Bidu
bso’ot ikus mai sai hanesan tradisaun la’os atu
selebra vitória hodi simu na’in ulun bainhira mai
vizita sira nia knua.
34
Antigamente, a dança tradicional bso’ot era
apenas apresentada em tempo de guerra, para
celebrar a vitória alcançada pelos guerreiros.
Antes de comecar a lutar, o corno de búfalo era
soprado em alto som para avisar que haveria
uma guerra. Toda a comunidade, ao ouvir o
som, concentrava-se no palácio do rei. Os
homens começavam a atar pêlos de cabritos
nos tornozelos e a colocar pulseiras (bukusbeta) nos braços para ir à guerra. As guerras
aconteciam entre grupos e entre guerreiros.
Os que ganhavam a guerra, celebravam-na com
a dança bso’ot e os guerreiros vitoriosos eram
adorados. Hoje emdia, a dança tradicional bso’ot
é vista como uma dança para receber os líderes
em visitas oficiais.
In the old days, the traditional dance bso’ot was
only presented in times of war, to celebrate
the victories achieved by warriors. Before they
started fighting, a buffalo horn was blown
strong to let people know there would be a
war. When listening to that sound, the whole
community would concentrate in the king’s
palace. Men would then tie goat fur to their
ankles and placing bracelets (buku-sbeta) in
their arms, before they go to war. War took
place between groups and warriors. Those who
won would celebrate with the bso’ot dance, and
victorious warriors were adored. These days,
the bso’ot traditional dance is seen as a dance
to welcome leaders in official visits.
35
PHOTO: DGC Archives
Bidu Koba
Dansa dança dance
Dansa Koba, dansa tradisional ida nebe’e
mak pratika hodi simu lideres ou visitantes
no pratika mós iha seremónia tradisional.
Tuir lisan, dansa koba ou lensu mutin
pratika hodi hamans biru nomós hodi
hetan sortes.
O Bidu Koba é uma dança tradicional que se
pratica para receber os líderes ou visitantes
e igualmente em cerimónias tradicionais.
Segundo a tradiçao, a dança koba ou lenso
mutin (pano branco) é praticada para aquecer
o amuleto e para obter sorte.
Bidu Koba is a traditional dance that is
performed to welcome leaders or guests and
also in traditional ceremonies. According to
tradition, the koba dance, or lensu mutin
(white scarf ) is performed to heat the amuleto
and provide good luck.
Iha tempu atu baku bakar, bei ala konvida nian
familia tomak hodi mai partisipa iha serimonia
iha nia to’os. Tuir lisan/historia, dansa ida ne’e
mosu husi feto nain hitu ,nebe’e mak dansa
usa lensu mutin iha batar butuk nian leten hodi
destroi batar ho movimento ular nian. Iha ikus
mai feto nain hitu ne’e se sai ular ulun hitu.
Na época do bater do milho, os antepassados
convidavam a família toda para vir participar na
cerimónia no seu quintal. Segundo a tradição/
história, essa dança nasceu de sete mulheres
que naquela altura dançavam usando panos
brancos, movimentando-se em cima do milho,
batendo e fazendo movimentos de cobra, para
depois se transformarem numa cobra de sete
cabeças.
During the time the corn his pounded, ancestors
used to invite the whole family to the garden,
to participate in the ceremony. According to
tradition/history, that dance was born from
seven women that danced with white scarfs,
moving on top of the corn, pounding and moving
as snakes, and then transformed into a snake
of seven heads.
Wainhira dansa ne’e hotu tiha no feto hitu ne’e
transforma tiha ba samea ulun hitu, bei ala
hatete ba nian familia tomak atu labele tauk
samea ne’e, tamba nian belun, no mai atu
haksolok ho sira.
Quando dançavam e depois da transformação
das sete mulheres numa cobra de sete cabeças,
o antepassado dizia à família para não terem
medo da cobra, porque ela era amiga e vinha
divertir-se com eles.
While dancing, and after being transformed into
a snake of seven heads, the ancestor would say
to family that they should not fear the snake,
as it was their friend and only came to have fun
with them.
BILI BALA
sanan rai OLARIA pottery
Iha loron 11 Outubru 2002, NGO World Vision
hala´o koordenasaun ho grupu feto (OMT) hodi
harii grupu Bili Bala Olaria, USAid mos fo apoiu
liu husi World Vision atu tuir formasaun kona
ba filtru bee, jestaun, sekretariadu, tezouraria,
marketing no apoiu materiál durante tinan ida.
Iha loron 30 Dezembro 2003, World Vision husik
liman no grupu Bili Bala Olaria hahú hamriik
mesak ona.
36
No dia 11 de Outubro de 2002, a ONG World
Vision realizou um trabalho de coordenação
com um grupo de mulheres (OMT) para a
criação do grupo Bili Bala Olaria. Esse projecto
teve igualmente apoio financeiro da USAid
para formação sobre filtros de água, gestão,
secretariado, tesouraria, marketing e apoio
material durante um ano. A 30 de dezembro
de 2003, a World Vision deixou de apoiar o
grupo Bili Bala Olaria e, a partir daí, o grupo
começou a desenvolver as suas actividades
por conta própria.
On October 11, 2002, NGO World Vision
coordinated with a group of women (OMT) to
create the Bili Bala Olaria group. This project also
received support from AusAID for training on
water filters, management, secretariat, finance,
marketing, and material support for one year.
On December 30, 2003, World Vision finished
supporting Bili Bala Olaria and since then the
group has been developing its own activities.
37
BIOJOIAS
O projecto Biojoias nasceu em Outubro de 2006,
quando o artista brasileiro Carlos de Mata visitou
Ataúro. O objectivo do projecto era melhrorar
a qualidade de vida de um grupo de jovens
mulheres surdas e mudas. As mulheres reciclam
produtos naturais como sementes, conchas
marinhas, raízes e vidro partido polido pelo mar.
Este produtos encontrados são reciclados e
transformados em novas peças de joalharia.
As Biojoias de Ataúro vendem habitualmente
os seus produtos em feiras nacionais, eventos
e na sua oficina na vila de Maumeta, na ilha
de Ataúro.
The Biojoias project was born in October 2006,
when Brazilian artisan Carlos de Mata visited
Ataúro. The objective of the project was to
improved the quality of life of a group of
hearing and vocally impaired young women.
The women recycle natural products like seeds,
seashells, roots and broken glass polished by
the sea. These found products are recycled and
assembled into new pieces of jewellery. Biojoias
of Ataúro regularly sells their products in
national fairs, events and from their workshop
in the village of Maumeta, in Ataúro island.
PHOTO: bonecas de ataúro – david palazón
Projetu Biojoias hahú iha Outubru 2006, bainhira
artista husi Brazil ho naran Carlos de Mata ba
vizita Ataúro. Objectivu husi projetu mak hadi’a
kualidade moris husi joven feto ne’ebé la bele
rona no labele ko’alia. Feto sira uza produtu
naturál sira hanesan fini, ramis, ai-abut no
vidru ne’ebé tasi hamos ona. Sira hetan produtu
sira ne’e no halo transformasaun hodi sai fali
joallaria. Biojoias husi Ataúro fa’na ninia produtu
sira iha feira nasionál, iha eventu no iha sira nia
ofisina iha Maumeta, iha Ataúro.
38
BONECAS DE ATAÚRO
Saida mak Boneka hosi Ataúro? O que é a Boneca de Ataúro?
What is the Boneca of Ataúro?
Buat ne’e boneka hena ne’ebé moris
iha illa eziliu nian; boneka ne’ebé hakur
tasi no illa barak hodi la’o hadulas
mundu.
É uma boneca de pano nascida na
ilha do exílio, que atravessou o mar e
muitas fronteiras para viajar por todo
o mundo.
It is a rag doll born on the island
of exile; a doll that crossed the sea
and many borders to travel around
the world.
Buat ne’e iha fatin májiku ida iha ne’ebé
objetu folin boot ne’ebé ita hakarak
moris ba.
É um lugar mágico, onde nascem
preciosos objectos de desejo.
It is a magic place where precious
objects of desire are born.
É um lugar onde as mulheres
encontram o seu espaço, a sua
dignidade, a sua independência
económica.
It is a place where women find their
space, their dignity and their economic
independence.
Buat ne’e fatin ida iha ne’ebé feto
sira hetan sira nia fatin, sira nia
dignidade, no sira nia ekonomia ne’ebé
independénsia.
Buat ne’e hanesan marka, ne’ebé ema
barak koñese iha oras ne’e daudaun.
“Boneka” ne’e hanesan fábrika ida ba
hafahe matenek: tékniku, kona ba
relasaun umanu sira, komersiál; no
koñesimentu ida kona ba mehi ne’ebé
tuir ona no ba mehi ne’ebé seidauk.
Ida ne’e fatin ba feto sira hosi kualkér
otas. Feto ho idade boot fó protesaun,
esperiénsia, pasiénsia; feto ho idade
ki’ik fó alegria, no iha mehi ba futuru.
Ida ne’e fatin iha ne’ebé feto analfabetu
hetan sira nia fatin atu aprende; no iha
ne’ebé hirak ne’ebé alfabetizadu hafahe
sira nia koñesimentu ba sira hotu.
“Boneka” ne’e hanesan kooperativa ida
iha ne’ebé orgullu ba tusan kona ba
hela ho ita boot nia liman rasik mak
sei hakiak.
“Boneka” ne’e hanesan faról ahi ba feto
Ataúro sira seluk ne’ebé hakarak atu
moris no servisu ho dignidade.
It is brand, quite renowned by now.
É uma marca,actualmente muito
conhecida.
A “Boneca” é uma fábrica de
conhecimentos partilhados:
técnicos, humanos, de relação, de
comércio;conhecimento de sonhos
cumpridos e sonhos por cumprir.
É um lugar para mulheres de qualquer
idade. As mulheres mais velhas trazem
prudência, experiência, paciência; as
mais jovens trazem alegria e vontade
de futuro. É um lugar onde mulheres
analfabetas encontram um espaço
de aprendizagem; e onde as que
têm escolaridade partilham o seu
conhecimento com a maioria.
A “Boneca” é uma cooperativa onde
o orgulho de ganhar a vida com as
próprias mãos é alimentado.
The ‘Boneca’ is a factory of shared
knowledge: technical, human,
relational, commercial; a knowledge of
fulfilled dreams and dreams to fulfil.
It is a place for women of any age.
Elderly women bring prudence,
experience, patience; younger ones
bring joy, and desire for the future.
It is a place where illiterate women
find a space to learn; and where
literate ones share their knowledge
with the most.
The ‘Boneca’ is a cooperative where the
pride of earning a living with your own
hand is nurtured.
The ‘Boneca’ is a beacon for other
Ataúro women, who wish to grow and
work with dignity.
A “Boneca” é um farol para outras
mulheres de Ataúro, que querem
crescer e trabalhar com dignidade.
39
BOSCO
pinta-na’in Pintor Painter
Manuel Justino “Bosco” Alve do Rêgo moris iha
Dili iha fulan Marsu loron 26, 1965. Nia estuda
agrikultura iha sentru Java ,depois servisu nudar
tékniku agrikultura nian iha seksaun veterinária
iha Manatuto. Durante ninia komesa hanesan
estudante nia manán tiha ona segundu lugar iha
kompetisaun dezeñu nian ida. Ho sentimentu
permanente kona ba dezeñu no pinta, Bosco
uza ninia talentu hodi pinta banner no kartás
ba demostrasaun hasoru okupasaun Indonézia
iha 1991, ida ne’ebé ninia rezultadu iha masakre
Santa Cruz.
Manuel Justino ‘Bosco’ Alves do Rêgo was
born in Dili on March 26, 1965. He studied
agriculture in Central Java, working afterwards
as an agriculture technician in the veterinary
section at the village of Manatuto. During his
early student years he already won a 2nd prize
in a design competition. With a permanent
taste for design and painting, Bosco used his
talent to paint the banners and posters for
the demonstrations against the Indonesian
occupation in 1991, of which it resulted in the
Santa Cruz massacre.
Today, he conducts his artistic activities in
Manatuto, where those who appreciate his
artworks and techniques he uses, visit him
on a daily basis. He has exhibited regularly
since 2000 in individual and group shows,
with special distinction to the exhibitions
‘Timor, Art in Canvas’, in 2003 sponsored by
the Portuguese Embassy, ‘Art for Peace’,
at Oriente Foundation in November 2006, and
‘Timor in Oil and Charcoal’, in May 2003 at
Oriente Foundation and Hotel Timor.
Ohin loron, nia hala’o ninia aktividade artístiku
iha Manatuto, iha ne’ebé loron di’ak ruma nia
hetan vizita husi ema hirak ne’ebé apresia ninia
servisu arte no téknika hirak ne’ebé nia uza.
Baibain nia hala’o ona espozisaun desde 2000:
amostra ho grupu no mós individual, no fo
relevánsia ba nia espozisaun iha 2003: “Timor,
arte iha Canvas” ne’ebé hetan patrosiniu husi
Embaixada Portugeza, “Arte ba Dame”
iha Fundasaun Oriente iha novembru 2006,
no “Timor iha Óleu no Jís” iha Maiu 2003:
iha Fundasaun Oriente no Ótel Timor.
Manuel Justino “Bosco” Alves do Rêgo nasceu em
Dili, a 26 de Março de 1965. Estudou Agricultura
em Java Central, tendo sido depois colocado,
como técnico agrícola, na secção da veterinária
da Vila de Manatuto.Ainda como estudante,
ganha o 2º prémio num concurso de desenho.
Com um gusto permanente pelo desenho e pela
pintura, utilizou os seu dotes para pintar faixas
e cartazes para as manifestações contra a
opressão indonésia em 1991, das quais resultou
o massacre de Santa Cruz.
artwork: bosco
Actualmente, desenvolve a sua actividade
artistíca em Manatuto, onde é diariamente
visitados pelos interessados em apreciar os
quadros que pinta e as técnicas que emprega.
Expõere gularmente desde 2000 em mostras
individuais e colectivas, com relevo para as
exposições de 2003, “Timor: a Arte na Tela“,
patrocinada pela Embaixada de Portugal, “Arte
Ba Dame”, na fundação Oriente em Novembro
de 2006 e “Timor a Óleo e Carvão”, em Maio de
2003 na Fundação Oriente e Hotel Timor.
40
CIDALIA
kanta na’in cantora singer
Cidália, ou ADDHA, como é conhecida entre
os amigos, é uma das poucas cantoras/
compositoras em Timor-Leste. Começou a sua
carreira quando tinha 15 anos, como cantora em
festas privadas em Dili. Em 2005, o seu talento
levou-a a ganhar o primeiro prémio na televisão
nacional e, subsequentemente, à gravação do
seu primeiro álbum. Desde essa altura, tem
actuado em todo o Timor-Leste e colaborado com
outros artistas timorenses. O seu aparecimento
no Conservatório de Queensland, em Brisbane,
durante o concerto Scope for Hope, em 2010,
representou a sua primeira actuação fora de
Timor-Leste.
Cidalia, or ADDHA as her friends call her, is one
of the few singer/songwriters from Timor-Leste.
She started her career when she was 15 years
old, as a singer in private parties around Dili.
Her talent led her to win the first prize on
national television in 2005, and subsequently
led to the recording of her first album. Since
then, she has performed all around Timor-Leste
and has collaborated with other Timorese
artists. Her appearance at the Queensland
Conservatorium in Brisbane, during the Scope
for Hope concert, in 2010, was her debut
outside Timor-Leste.
PHOTO: gibrael carocho
Cidalia, ka tuir nia kolega sira bolu ADDHA,
hanesan kantór ne’ebé mós hakerek kansaun
iha Timor-leste. Nia komesa ninia knar wainhira
nia halo tinan 15 nu’udar kantora ida iha
festa privada iha Dili laran. Ho nia talentu nia
manán primeiru lugar iha televizaun nasionál
iha 2005 no depois halo gravasaun ba ninia
album primeiru. Depois tiha ida ne’e nia hala’o
konsertu iha Timor -Leste laran Tomak no halo
kolaborasaun ho artista Timorense sira seluk.
Ninia atuasaun iha salaun konsertu Queensland/
Queensland Conservatorium iha Brisbane durante
hala’o konsertu Scope of Hope, iha 2010, ne’e sai
nu’udar ninia primeiru konsertu iha rai li’ur.
41
toka na’in (KAERKEIT) tocador de kaerkeit KAERKEIT player
Kaerkeit uza hodi haksolok ema liu-liu iha
tempu kalan fulan naroman. Instrumentu ne’e
uza wainhira to’os na’in servisu hotu ona, no
hanesan meiu ida hodi hetan atensaun husi feto
sira. Kaerkeit habit ho ibun kulit rua no kesi
tali iha nia rohan hodi fokit ho liman halo lian
sai. Nanal hodi atu afina lian no akompaña hois.
Instrumentu ne’e halo husi besi ho au.
O karkeit é utilizado para animar as pessoas à
noite, ao luar. Este instrumento é usado quando
o agricultor finaliza o seu trabalho, e também
como meio para atrair as mulheres. Para criar
som, o karkeit é seguro pelos lábios e é atado
na sua ponta um fio para depois ser tocado
pelas mãos. A língua é usada para afinar as
notas e é acompanhado pela respiração. Este
instrumento é feito de ferro e de bambu.
Karkeit is used to cheer people at night, under
the moonlight. This instrument is used when the
farmer finishes his work, and also as a means
to attract women. To make sound, the karkeit
is held by the lips and in one of its extremities
a thread is tied to be played with the hands.
The tongue is used to tune the keys and it is
accompanied by respiration. This instrument is
made of iron and bamboo.
COLLEEN COY
bailarina profisionál no koreógrafa bailarina profissional E coreógrafa
professional dancer & choreographer
Ne’e ga?
42
Colleen Coy mak bailarina profisionál, koreógrafa,
no instrutór Pilates nian. Nia iha Lisensiatura iha
Siénsias Dansa nia husi Universidade Wisconsin,
Stevens Point, Estadus Unidus Amérika nian.
Nia dansa tiha ho kompañia sira balu iha EUA
ne’e inklui Joffrey Ballet, Li Chiao-Ping Dance,
Madison Opera, no seluk tan. Ne’e ga? mak
Colleen nia primeira obra koreografia iha
Timor-Leste liu tiha nia mai atu hela iha-ne’e
iha fulan-Abríl tinan 2006.
Colleen Coy é bailarina profissional, coreógrafa,
e instrutora de Pilates. Possui um Bacharelato de
Ciências em Dança da Universidade de Wisconsin,
Stevens Point, Estados Unidos da América.
Colleen tem dançado com diversas companhias
nos Estados Unidos, incluindo Joffrey Ballet,
Li Chiao-Ping Dance, Madison Opera, entre
outros. Ne’e ga? é o seu primeiro trabalho
coreográfico desde que chegou a Timor-Leste,
em Abril de 2006, onde fixou residência.
Colleen Coy is a professional dancer,
choreographer, and Pilates instructor. She holds
a Bachelors of Science degree in Dance from
the University of Wisconsin Stevens Point, USA.
She has danced with several companies in the
USA including Joffrey Ballet, Li Chiao-Ping Dance,
Madison Opera, and others. Ne’e ga? is Colleen’s
first piece of choreography since arriving in
Timor-Leste in April 2006 where she has
resided since.
Koreografia hosi Colleen Coy, Múzika husi:
‘Set fire to Flames’ de Deja, comme des trous
de vent, comme reproduit. Múzika iha palku husi:
Bsóot (Oecusse). Dansa na’in sira: Kirsty Hilson,
Amy Hunt, Leigh-Ashley Lipscomb, Helen Scott
no Jennifer Braun.
Coreografia de Colleen Coy, Banda sonora:
‘Set Fire to Flames’ de Deja, comme des trous
de vent, comme reproduit. Música ao vivo:
Bsóot (Oecusse). Bailarinos: Kirsty Hilson,
Amy Hunt, Leigh-Ashley Lipscomb, Helen Scott
e Jennifer Braun.
Choreography by Colleen Coy. Music recording:
‘Set Fire to Flames’ from Deja, comme des trous
de vent, comme reproduit. Life music: Bsóot
(Oecusse). Dancers: Kirsty Hilson, Amy Hunt,
Leigh-Ashley Lipscomb, Helen Scott and
Jennifer Braun.
PHOTO: colleen coy
Clemente borges
43
Casa de Produção Audiovisual (CPA)
Hafahe esperansa liu husi aik nanoik Partilhando esperança através
da Narração Oral Sharing hope through storytelling
CPA establese iha 2002 husi padre Jesuita
ida naran Ruedy Hoffman, SJ iha tempu
ne’ebé wainhira Timor oan sira koko sai
husi nasaun kolonializasaun sira, Violénsia,
konflitu, no atrazadu. Ruedy Hoffman, SJ
hatene importánsia husi ai-knanoik hodi tulun
dezenvolve nasaun no dezenvolve dame. Nia
halo selesaun ba jovenTimor oan hirak ne’ebé
mak iha pasadu kona ba audio-vizuál nian no
harii sira nia kapasidade nudar operadór ba
kamera, animadór, editór, enjiñeiru son/lian no
personalidade TV liu husi fo ba sira formasaun
prátiku iha CPA no rai liur.
CPA was established in 2002 by a Jesuit
priest Ruedy Hoffman, SJ at the time when
Timorese were trying to raise up from centuries
of colonization, violence, conflicts, and
underdevelopment. Ruedy Hoffman, SJ realized
the importance of storytelling for nation-building
and peace-building. He selected several young
Timorese who had no previous background
in audiovisual and built their capacity as
cameramen, animators, editors, sound engineers,
and TV personalities by providing them hands-on
trainings in CPA and abroad.
Em Fevereiro de 2004, Istória ba Futuru (História
para o Futuro), a primeira produção do CPA, foi
mostrada na televisão nacional Timorense, TVTL.
Este programa de televisão, com duração de
30 minutos, conta histórias de lendas locais
bem como eventos históricos ligados à formação
da nação de Timor-Leste.A popularidade do
programa tornou a CPA numa referência em
Timor-Leste. Outros programas de televisão
incluem: Povu Nia Matenek (Conhecimento
do Povo) e Labarik Nia Mundu (O Mundo das
Crianças).
In February 2004, Istória ba Futuru (History for
the Future), the first production of CPA, was
shown on Timorese national television, TVTL.
The 30-minute TV program told the stories of
folk legends as well as historical events that
shaped Timor-Leste as a nation. The popularity
of the show has made CPA a household name
in Timor-Leste. Other TV Programs include:
Povu Nia Matene (Knowledge of the People)
and Labarik Nia Mundu (Children’s World).
artwork: CPA (konis santana animation)
Iha Fevereiru 2004, “Istória ba Futuru”
produsaun dahuluk hosi CPA, komesa hatudu
ona iha televizaun nasionál Timor ninian (TVTL)
ho nia naruk minutu 30. Programa TV ne’e
hato’o istória hosi lenda komúm no mós husi
akontesimentu istóriku hirak ne’ebé hatuur
Timor-Leste nudar nasaun ida. Popularidade
hosi programa ne’e halo ona CPA sai hanesan
referénsia kona ba área ne’e iha Timor-Leste.
Programa TV seluk inklui: Povu Nia Matenek”
no “Labarik Nia Mundu”.
A CPA foi estabelecida em 2005 pelo padre
Jesuíta RuedyHoffman SJ numa altura em
que Timor estava a tentar renascer de
anos de colonização, violência, conflitos
e subdesenvolvimento. Ruedy Hoffman SJ
percebeu a importância da narração oral para a
construção e pacificação da nação. Seleccionou
vários jovens timorenses sem formação prévia
em audiovisuais, e formou-os como operadores
de câmara, animadores, editores, engenheiros de
som, e personalidades de televisão, dando-lhes
treino na CPA e no estrangeiro.
44
Dansa Manatuto
Dansa Popular hosi Manatuto Danças Populares de Manatuto Popular Dances from Manatuto
photo: Prof António de almeida (danças de timor – 1954)
Dansa Eskuadrilla, Valsa no Suru boek mak
dansa popular liu iha Distrito Manatuto mai hosi
etnologia Rentau, ho etnolinguistika Galolen.
Dansa Eskuadrilla mai husi tempu koloniál
portugés iha sékulu 17 – 18 no hetan mos
influensia hosi Indonézia liu liu hosi Amboina,
Arkipelagu Molucas (iha aldeia Sarau, Suku
Aiteas iha Uma lisan ida mai hosi Amboina
naran Uma Ambo).
A Esquadrilha, a Valsa e o Suru boek (apanha
do camarão) são mais conhecidas em Manatuto,
sobretudo na etnia Rentau, na língua materna
Galolen. A dança esquadrilha ja era praticada
no tempo colonial português, no séculos XVII
e XVIII, e teve tambem influência indonésia,
nomeadamente de Amboina, do arquipélago
das Molucas (na aldeia Sarau, povoação Aiteas,
existe uma casa sagrada chamada Uma Ambo).
Dansa ida ne’e uza hodi simu bainaka, liu-liu ba
Liurai ho ema boot sira no iha festa ba loron
“Amu Deus Koronél Santo Antonio” bainhira
loron 13 husi fulan Juñu. Dansa Eskuadrilla
uza múzika ida deit maibé dansa iha oin 9:
Dansa Valsa, Setis, Manu metan, Soe Aikan,
Baku ain, Sentido, Marxa empat kali, Marxa
dua kali no Obalai. Liu dansa sira ne’e iha mos
dansa Suru boek.
Esta dança é praticada para a recepção dos
convidados, especialmente os descendentes
de reis e líderes,e é igualmente praticada em
cerimónias tradicionais, por exemplo no dia de
Santo António, no dia 13 de Junho. A dança
esquadrilha tem uma música mas 9 coreografias
diferentes: Dança Valsa, Setis, Manu Metan,
Soe Aikan, Baku Ain, Sentido, Marcha empat
kali, Marcha dua kali, Obalai. Para além dessas
coreografias, há tambem o Suruboek.
Esquadrilha, Valse and Suruboek (catching
shrimp) are better known in Manatuto, especially
within the Rentau ethnic group, whose mother
tongue is Galolen. The dance Esquadrilha was
already practiced during Portuguese colonial
times, in the 17th and 18th centuries, and
also received influences from Indonesia, namely
from Amboina, in the Molluco Archipelago (in
the village of Sarau, in Aiteas, there is a sacred
house named Uma Ambo).
This dance is done for welcoming guests,
especially those descending from kings and
leaders, and is also performed during traditional
ceremonies such as St. Anthony’s, on the 13th
of June. The Esquadrilha has one music but 9
different coreographies: Dança Valsa, Setis, Manu
Metan, Soe Aikan, Baku Ain, Sentido, Marcha
empat kali, Marcha dua kali, and Obalai. Besides
those coreographies, there is also the Suruboek.
45
PHOTO: Japanese caves (Venilale) – david palazón
DAVID PALAZÓN
Artista Vizuál Artista Visual Visual Artist
David moris iha Barcelona iha 1972, iha ne’ebé
nia estuda design gráfiku, molok muda ba
Reinu Únidu atu kompleta ninia estudu iha
London College of Communication no Royal
College of Art. Nia servisu nudar profesór
asistente iha University of the Arts iha London
no halo jestaun ba programa Artepreneurs
durante tinan tolu, bainhira hala’o servisu
independente iha arte variedade, projetu design
no dokumentáriu. Nia manán prémiu barak
no hatudu ninia servisu internasionál inklui
BBC Áfrika 05, Galeria 291 Londres, Expo Aichi
Mundiál iha 2005.
Nia mai Timor-Leste iha 2008 no servisu iha
arte oioin, design no projetu filme, inklui mós
espozisaun dezeñu CAVR iha 2008, no foin lalais
ne’e produsaun ezekutivu ba dokumentáriu Uma
Lulik CPLP DOCTV nian iha parseria ho diretór
Timorense Vitor de Sousa no IDA, iha ne’ebé foin
lalais ne’e nia mós servisu nudar diretór arte.
Veio para Timor-Leste em 2008 e trabalhou
em diversos projectos de arte, design e filme,
incluindo o design da exposição da CAVR, em
2008, e mais recentemente como produtor
executivo do documentário Uma Lulik, em
parceria com o director timorense Victor de
Sousa e com a IDA, onde trabalha actualmente
como director de arte.
Desde 2009,David é coordenador em Dili do
programa de investigação Tatoli ba Kultura,
em colaboração com o Prof. Tony Fry, da
Universidade de Griffith. Entre 2010 e 2011,
tem vindo a trabalhar em conjunto com a
Secretaria de Estado e com a Direcção-Geral
da Cultura em diversos projectos: o mais
recente, como curador da Academia de
Indústrias Criativas.
photo: Keeping the world alive – DAVID PALAZón, Ghana 2003
Desde 2009, David mak koordenadór baze iha
Dili kona ba projetu peskiza Tatoli ba Kultura iha
kolaborasaun ho Prof Tony Fry husi Universidade
Griffith. Entre 2010 no 2011, David hala’o servisu
besik liu ho Sekretáriu Estadu no Diretór Jerál
Kultura iha projetu oioin; ninia asaun dadauk ne’e
sai nudar diretór artístiku ba eventu ida ne’e:
Akademia Indústria Kriativa.
David nasceu em Barcelona em 1972, onde
estudou Design Gráfico, antes de se mudar
para o Reino Unido a fim de completar os seus
estudos no London College of Communication
e no Royal College of Art. Trabalhou como
docente assistente na University of the Arts
London, como coordenador do programa
Artepreneurs durante 3 anos, ao mesmo tempo
que trabalhava como freelancer numa variedade
de projectos de arte, design e documentários.
Recebeu vários prémios, tendo mostrado o seu
trabalho internacionalmente, incluindo na pela
BBC África 05, 291 Gallery em Londres, e na
Exposição Mundial de Aichi, em 2005.
46
David was born in Barcelona in 1972, where
he studied graphic design, before moving to
the UK to complete his studies at the London
College of Communication and the Royal College
of Art. He worked as an associate lecturer at
the University of the Arts London managing
the Artepreneurs programme for 3 years,
while freelancing in a variety of art, design
and documentary projects. He has won several
awards and shown his work internationally
including the BBC Africa 05, the 291 Gallery in
London and the Aichi World Expo in 2005.
He came to Timor-Leste in 2008 and worked in
several art, design and film projects, including
the CAVR exhibition design in 2008, and more
recently as a executive producer for the CPLP
DOCTV documentary Uma Lulik in partnership
with Timorese director Victor de Sousa and IDA,
where he currently also works as art director.
Since 2009, David is the Dili based coordinator
of the Tatoli ba Kultura research project
in collaboration with Prof Tony Fry from Griffith
University. Between 2010 and 2011, David
has worked closely with by the Secretary of
State and Director General for Culture in several
projects; the most recent acting as a curator
for the Academy of Creative Industries.
47
DILI FILM WORKS
Dili Film Works (DFW) nudar ONG nasionál iha
Timor-Leste. Ho ninia misaun atu kontribui ba
estabelesimentu indústria filme no televizaun
iha nasaun foun ida ne’e no fo korajem ba joven
Timor oan sira hodi deskobre téknika konta
istória ne’ebé buras husi sira nia esperiénsia
no husi istória ne’ebé realidade iha Timor-Leste.
Dili Film Works harii iha tinan 2010 ho apoiu
husi FairTrade Films Australia. Fundadór husi
Dili Film Works mak, Jose da Costa, Bety Reis
no Gaspar Sarmento. Jose nudar atór Timor
oan ida ne’ebé ema barak kuñese husi filme
Answered by Fire no nia mak komadante Sabika
iha filme Balibo Director husi FairTrade Films,
Luigi Acquisto no Stella Zammataro, hanesan
ko-fundadór, sai mos hanesan asesór ba Dili
Film Works.
Dili Film Works (DFW) hanesan sentru formasaun
kona ba dokumentáriu no drama. Iha 2010
no 2011 hetan fundus husi International
Documentary Film Festival Amsterdam no husi
Rotterdam Film Festival hodi hala’o workshop
kona ba halo filme.
DFW prodús ona drama no dokumentáriu lima.
Agora daudaun halo hela pre-produsaun ba
dokumentáriu oras ida kona ba Presidente Jose
Ramos-Horta no ba nia filme ba dauluk A Guerra
Da Beatriz (Beatriz Nia Funu) ne’ebé fa’an tiha
ona ba SBS, televizaun Austrália no World Movie
Channel.
48
O Dili Film Works (DFW) é uma ONG nacional com
base em Timor-Leste. A sua missão é contribuir
para o estabelecimento de uma indústria de
filme e televisão sustentáveis na inexperiente
nação, e encorajar jovens timorenses a descobrir
técnicas de contar histórias que cresçam da sua
própria experiência e das realidades históricas
de Timor-Leste.
Dili Film Works (DFW) is a national NGO based
in Timor-Leste. Its mission is to contribute to
the establishment of a sustainable film and
television industry in the fledgling nation and
to encourage young East Timorese to discover
storytelling techniques that grow from their
own experience and from the historical realities
of Timor-Leste.
O Dili Film Works foi criado em 2010 com o apoio
do FairTrade Films, da Austrália. Os membros
fundadores do DFW são José da Costa, Bety
Reys e Gaspar Sarmento. José é o actor mais
conhecido de Timor-Leste, tendo desempenhado
um papel principal no filme Answered by Fire e
o papel de Comandante Sabinka no filme Balibo.
Os directores do FairTrade Films, Luigi Acquisto
e Stella Zammataro, igualmente co-fundadores,
actuam como conselheiros para o DFW.
Dili Film Works was formed in 2010 with
the support of FairTrade Films, Australia. The
founding members of Dili Film Works are José
da Costa, Bety Reis, and Gaspar Sarmento. José
is Timor-Leste’s best-known actor having played
a lead role in Answered by Fire and the role
of Commander Sabika in Balibo. The directors
of FairTrade Films, Luigi Acquisto and Stella
Zammataro, also co-founders, act as advisers
for Dili Film Works.
O DFW é igualmente um centro de formação
para documentários e drama. Em 2010 e 2011,
realizou duas formações em produção de
filmes históricos, financiadas pelo prestigiante
Festival Internacional de Cinema Documental
de Amesterdão e pelo Festival de Cinema de
Roterdão.
Dili Film Works (DFW) is also a documentary
and drama training facility. In 2010 and 2011
it ran two historic filmmaking workshops
funded through the prestigious International
Documentary Film Festival Amsterdam and the
Rotterdam Film Festival.
O DFW produziu já cinco curtos dramas e
documentários. Está em pré-produção de um
documentário de uma hora sobre o Presidente
José Ramos-Horta e do primeiro filme timorense,
A Guerra da Beatriz (Beatriz Nia Funu), que foi
vendido à Televisão SBS da Austrália e ao Canal
World Movie.
DFW has produced five short dramas and
documentaries. It is in pre-production on a
one-hour documentary about President José
Ramos-Horta and on Timor-Leste’s first feature
film, A Guerra Da Beatriz (Beatriz Nia Funu),
which has been sold to SBS Television Australia
and the World Movie Channel.
photo: Leopoldo Assis in Asu – Dili film works, 2011
49
DOMINGOS FLAVIANO B.C. FREITAS (MITO FREITAS)
múziku músico musician
Mito Freitas tirou o curso de música no Institut
Seni Indonesia (ISI) em Jojakarta, na Indonesia,
tendo terminado os seus estudos em 2005.
Obteve o diploma da Academia Anima Music
Indonesia em 2004-2005 e continuou os
estudos em Jojakarta de 2005 até 2009.
Em conjunto com a coreógrafa Anna Wahyu
P., iniciou o Grupo de Dança, Música e Teatro
Santo António no dia 20 de Março de 2010.
O Mito acredita que a arte em Timor ainda se
vai desenvolver e que esse desenvolvimento
irá acontecer com muita dedicação. A cultura
de Timor é muito variada mas se não for
desenvolvida, pode-se perder.
photo: J&SO jewellery and small objects. A student collective
Mito Freitas hasai nia kursu iha Institut Seni
Indonesia (ISI) Yogyakarta, Indonézia, no nia
tuir programa kona ba múzika iha tinan 2005.
Nia hetan Diploma Seni husi Academia Anima
Music Indonézia, iha 2004-2005, no kontinua
estuda iha ISI Jog jakarta iha 2005 no remata
iha 2009. Hamutuk ho koreógrafu Anna Wahyu
P, nia harii Grupo Dansa, Múzika, Koru no Teatru
Santo António iha loron 20 fulan Marsu tinan
2010. Nia fiar katak arte iha Timor sei buras no
dezenvolvimentu kona ba arte sei sai di’ak ho
servisu hamutuk ho domin ida deit. Timor iha
kultura oin-oin maibé se ita la dezenvolve ne’e,
kultura sei lakon.
50
Mito Freitas gradutaed in music from Institut
Seni Indonsia (ISI), in Yogyakarta Indonesia,
having finished his studies in 2005. He
obtained the diploma from Academia Anima
Music Indonesia in 2004-2005 and continued
his studies in Yogyakarta from 2005 to 2009.
On the 20th of March 2010, together with
coreographer Anna Wahyu P., he initiated the
Group of Dance, Music and Theatre of Santo
António. Mito believes that art in Timor will
still develop and that such development will
take place with much dedication. The culture
of Timor is very diverse but if not developed,
it may be lost.
ELISABETH SHAW
Profesór Joallaria no Objetu ki’ik sira, QCA, Universidade Griffith Docente em Joalharia
e Pequenos Objectos, QCA, Universidade de Griffith Lecturer, Jewellery and Small Objects,
QCA, Griffith University
Signifikadu ba Hatais Dar sentido ao uso Wearing Meaning
Elizabeth Shaw nudar ema joalleria/ makbahat
(badain murak na’in nian) ida ne’ebé mak
estabelese ninia estudiu iha Brisbane iha 1993
hodi kria joallaria, sasan ba dekorasaun, no
eskultura ho preokupasaun makaas ba étika
no ambiente. Ninia servisu haree ba aspetu oin
oin kona ba valór sosio-kulturál no signifikadu
ne’ebé iha relasaun ho objetu husi kultura
materiál. Nia halo espozisaun bebeik no hetan
ona bolsa no prémiu oin oin. Ita bele hetan
ninia objetu iha kolesaun públika no privadu
sira. Nia iha partisipasaun ativu iha komunidade
ne’ebé halo design no nia partisipa beibeik iha
konsellu estaduál no nasionál husi organizasaun
artistika sira. Elizabeth mos Diretór husi kursu
ba Joallaria no Objetu kiik iha Koléjiu Arte
Queensland nia, husi Universidade Griffith.
Iha tinan 5 liu ba nudar Diretór nia iha papél
aktivu kona ba introdusaun ba programa públiku
nian ba mestradu no simpóziu/konferénsia hodi
harii kultura aprendizajen ne’ebé loke dalan ba
partisipasaun ne’ebá ativu, ba partilla ba ideia
sira no fo kontribuisaun ba formasaun husi
komunidade ne’ebé iha prátika sustentável sira.
Nia iha interese hodi hanopin fila fali kona ba
funsaun husi produtór iha sosiedade nia laran,
no haree fila fali metodolojia servisu no material
sira ne’ebé bele hatán ba nesesidade sósiuambientál sira.
Elizabeth Shaw é uma designer de jóias e
metais, que estabeleceu o seu estúdio em
Brisbane em 1993, criando de jóias, peças
decorativas e trabalhos de escultura, com
preocupações de ética e ambiente centrais à
sua práctica artística. O seu trabalho artístico
investiga aspectos de valor socio-cultural e
os significados associados aos objectos de
cultura material. Expõe com regularidade e
foi distinguida com bolsas e prémios. O seu
trabalho está representado em colecções
públicas e privadas. Está activamente
envolvida na comunidade de prática do design
e tem participado em conselhos estaduais e
nacionais de organizações artísticas. Elizabeth
é igualmente Directora do curso de Joalharia
e Pequenos Objectos no Colégio de Arte de
Queensland, Universidade de Griffith.
Nos últimos 5 anos como Directora do
curso, tem estado activamente envolvida na
introdução de um programa público de classes
de mestrado e simpósios com o objectivo
de criar uma cultura de aprendizagem que
encoraje a participação activa, a troca de
ideias e contribua para a formação de uma
comunidade de prácticas sustentáveis. Está
interessada na repensar a função do produtor
na sociedade, reconsiderando metodologias de
trabalho e materiais que permitam responder a
necessidades socio-ambientais.
Elizabeth Shaw is a jeweller and metalsmith who
established her Brisbane studio in 1993 creating
jewellery, tableware and sculptural works with
ethical and environmental concerns central to
her practice. Her artwork investigates aspects
of societal and cultural values and the meanings
associated with objects of material culture. She
exhibits regularly and has been the recipient
of grants and awards. Her work is represented
in public and private collections. She is actively
involved in the wider community of practice.
She has served on the boards of state and
national crafts organisations. Elizabeth is also
Convenor of Jewellery and Small Objects at the
Queensland College of Art Griffith University.
Over the past 5 years in that role she has been
active in introducing a public program of master
classes and symposiums with an interest in
creating a culture of learning that encourages
active participation, exchange of ideas and
contributes to building a sustainable community
of practice. She is interested in rethinking the
role of the maker within society, reconsidering
working methodologies and materials to address
societal and environmental needs.
51
ENDRIKUS FAHIK
múziku músico musician
Endrikus Fahik, mós koñese hanesan Endik,
toukadór talentozu ida ne’ebé mak hela no
servisu nu’udar to’os na’in no peskadór iha Suai
Loro. Uluk nia kanta iha serimónia tradisionál
durante okupasaun Indonézia, wainhira governu
ofisiál hili nia no konvida nia atu hatudu
ninia knananuk Helele hale’u provínsia hirak
iha indonézia no aprezenta Timor Timur; iha
okaziaun balu nia mós simu prémiu balu ba
ninia talentu iha períodu ne’ebá. Desde TimorLeste nia independénsia iha 2002, nia toka iha
eventu no konsertu nasionál barak, liu tan foin
daudaun ne’e iha Festival Ramelau iha 2010, iha
ne’ebé bele nota ninia lian furak ne’ebé sempre
akompaña husi ninia bizol tuan ida. Gravasaun
ida husi ninia kantiga sira interpreta hikas husi
Topology (artista rezidente iha Powerhouse
Brisbane) durante konsertu Scope for Hope iha
Brisbane iha Outubru 2010.
Endrikus Fahik, também conhecido como Endik,
é um músico talentoso que vive e trabalha
como agricultor e pescador em Suai Loro. Endik
já cantava em cerimónias tradicionais durante
a ocupação indonésia, quando foi descoberto
por oficiais do governo que o convidaram para
tocar as suas canções Helele pelas províncias
da Indonésia, representado Timor Oriental;
durante esse período, recebeu igualmente vários
prémios pelo seu talento. Desde a independência
de Timor-Leste, em 2002, tocou em vários
eventos nacionais e concertos, o mais recente
dos quais o Festival Ramelau 2010, onde é
habitualmente reconhecido pela sua bela voz,
sempre acompanhada pelo seu antigo bizol. Uma
gravação das suas cantigas foi re-interpretada
pelo grupo Topology (artistas residentes no
PowerHouse de Brisbane), durante o concerto
Scope for Hope, realizado em Brisbane em
Outubro de 2010.
Endrikus Fahik, also known as Endik, is a
talented musician who lives and works as a
farmer and fisherman in Suai Loro. He was
already singing in traditional ceremonies during
the Indonesian occupation, when he was spotted
by government officials who invited to perform
his Helele songs touring Indonesian provinces
and representing Timor Timur; he also received
several awards for his talent during that period.
Since the independence of Timor-Leste, in 2002,
he has played in several national events and
concerts, more recently in the 2010 Ramelu
Festival, where he is generally noticed for his
beautiful voice always accompanied by his
old bizol. A recording of one of his songs was
re-interpreted by Topology (resident artists at
Brisbane PowerHouse), during the Scope for
Hope concert in Brisbane, in October 2010.
Estúdio Candonga
Francisco Vidal no RitaGT
Estúdio Candonga - mensajen nº 3: husi Minho to’o Timor Estúdio
Candonga - mensagem nº 3: do Minho a Timor Estúdio Candonga message nº 3: from Minho to Timor
Estudio Candonga hanesan naran ba arte
koletiva ne’ebé kria husi artista portugés na’in
rua: Francisco Vidal no Rita GT. Sira nia arte
foka liu ba hanoin kle’an kona ba konseitu
husi identidade, baliza, kolonializmu, no
deskolonializasaun, no konseitu ba diferensa
entre kultura, jéneru, no ba kestaun haree husi
perspetiva osidentál no europeu kona ba istória
arte no umanidade. Atu hato’o sira nia arte sira
uza pintura, serigrafia, vídeo, instalasaun no
aprezentasaun (performance). Sira interesse
tebes iha hanoin hikas istória husi kultura ne’ebé
nabeen ho eransa husi tempu kolonializmu no
sira nia peskiza sai fali arte prátika ida ne’ebé
integradu iha estudu pós-koloniál ninia.
52
Estúdio Candonga é o nome do colectivo de arte
criado pelos artistas portugueses Francisco
Vidal e RitaGT. O trabalho que produzem é uma
reflexão sobre noções de identidade, fronteira,
colonialismo e descolonização, diferenças entre
culturas, género; o questionamento do ponto
de vista euro-centrado e ocidental da historia
da arte e da humanidade. A sua linguagem usa
a pintura, a serigrafia, o vídeo a instalação e
a performance. O colectivo usa a história das
fusões e dos contactos culturais, como matériaprima e traduz essa pesquisa numa prática
artística que pode ser inserida no campo dos
estudos pós-coloniais.
Estúdio Candonga is the name of the art
collective created by the Portuguese artists
Francisco Vidal e RitaGT. The essential aim of
their work is to reflect on the notion of identity,
boundaries, colonialism, decolonisation, and the
differences between cultures, gender or the
Eurocentric and Western definition of history
of art and mankind. Their artistic work uses a
contemporary language where painting, video,
installation and performance co-exist. They
are interested in re-thinking the history of the
cultural fusions and the legacy of colonial times,
and in translating that research into an art
practice that can be integrated in post-colonial
studies.
photo: sala do veado – estudio candonga
53
Fai akar
Dansa dança dance
O sago é uma comida tradicional utilizada pela
comunidade como forma de sustento, conhecida
em todo o Timor-Leste. O sago é obtido das
palmeiras ai-tali, ai-tua-na, tua metan e akadiru.
Como é que se transforma a árvore para obter o
sago, e porque é que a comunidade considera o
sago como um alimento importante na sua vida?
Esta é uma questão importante, principalmente
os estrangeiros e para as novas gerações,
aquelas que não dão muito valor à nossa
riqueza natural e à nossa própria cultura. No
distrito de Viqueque, macerar sago em dia de
festa é feito por 12 a 16 pessoas vestidas
de trajes tradicionais, cantando músicas que
têm relação com o alu e lesun, ao ritmo da
dança dahur.
Sagu is a traditional staple food used by
communities as a means of life, known all over
Timor-Leste. Sagu is obtained from plam trees,
ai-tali or ai-tua-na, tua meta and akadiru. How
do you transform the tree to obtain sagu, and
why do communities consider sagu as such an
important staple in their lives? This is a relevant
question, especially for foreigners and the
new generations, those who do not value our
natural values and our own culture much. In the
Viqueque district, crushing sagu with a pestle
on a festive day is done by 12 to 16 people,
all dressed in traditional clothes, and who sing
songs related to alu and lesun, by the rythmn
of dahur dance.
PHOTO: fai akar – vitorino dos santos (viqueque)
Akar hanesan hahán tradisionál ne’ebé
komunidade utiliza hodi sustenta sira nia moris,
akar ne’e koñesidu iha Timor laran tomak. Akar
halo hosi ai-tali, ai-tua-na alias tua metan ho aikanria. Maibé oinsá atu prosesa hosi ai-hun ida
sai fali ba akar no tan sa komunidade konsidera
ai-han akar sai hanesan “ai-han karan” (hahán
importante) ba komunidade nia moris sosiál?
Ida ne sai hanesan buat ida ne’ebé interesa ba
ita hotu liu-liu ba ema estranjeiru no jerasaun
foun sira ne’ebé agora ladún fo ona valor ba ita
nia rikeza naturál no kulturál rasik. Iha Distrito
Viqueque, fai akar iha tempu festa halo hosi
ema 12-16 no hatais roupa tradisionál hodi
hananu múzika ne’ebé iha relasaun ho “alu” no
“lesun”, tuir ritmu “dahur”nian.
54
55
PHOTO: fai akar – david palazón (viqueque)
Filomena Barros Reis
Hakerek-na’in Escritora Writer
Ha’u-nia naran kompletu maka Filomena Barros
Reis.Ha’u koñesidu hanesan Mena Reis. Ha’u moris
iha Ermera iha loron 4, fulan-Jullu, tinan 1964.
Oras ne’e daudaun ha’u hela iha Farol, Motael,
Dili, Ha’u nudar inan ida, ho oan na’in rua. Ha’u
hahú matan monu ba poezia bainhira ha’u sei iha
tempu eskola primária iha tinan 1960 nia laran.
Durante períodu ne’e ,ha’u sempre resita poezia
iha lia-Portugés iha atividade sira eskola nian.
Durante períodu Indonézia iha tinan 1980 nia
laran ha’u-nia aman-hakiak maka enkoraja tebes
ha’u atu hakerek. Nia husu mai ha’u atu pratika
hakerek diáriu. Hosi prátika hakerek ne’e maka
ha’u, depois, hetan interese hodi hakerek poezia.
Ha’u hanoin hikas katak ha’u-nia poezia ba
dahuluk maka ha’u hakerek ho lian Indonézia ho
títulu: Cintaku Seputih Merpati (Ha’u-nia Domin
Mutin hanesan Manu Falur).
Ha’u hahú hakerek poezia iha tinan1990 nia
laran, foka ba iha luta ba libertasaun Timor-Leste
nian. Dezde ida-ne’e, ha’u hakerek ona kona-ba
tópiku oi-oin. Durante períodu Indonézia hosi
tinan 1984 to’o tinan 1999 ha’u serbisu nudar
funsionáriu estadu, toma konta kestaun
administrativa nian.
Ha’u konsidera ha’u-nia an hanesan ativista ida
maka foka ba kestaun partikulár sira hanesan
feto, pás no direitus umanus, etc. Ha’u serbisu
tiha ona ba asuntu sira-ne’e dezde tinan
1997.Dezde tinan 1984 ha’u mós ativa tiha
ona hanesan edukadora ida ba organizasaun
juventude – lidera eskuteiru sira Timor-Leste
nian. Ha’u fo formasaun kona-ba ambiente,
saúde no harii pás ba foin-sa’e sira. Oras ne’e
daudaun ha’u serbisu hanesan konsultora ida
kona-ba harii pás no dezenvolvimentu programa
ba ONG ida naran APSC-TL (Asia-Pacific Support
Coalition-Timor-Leste) no ha’u sei kontinua
hakerek poezia.
56
O meu nome completo é Filomena Barros
Reis. Sou habitualmente conhecida por Mena
Reis. Nasci em Ermera, a 4 de Julho de 1964.
Actualmente, vivo no Farol, Motael, em Dili.
Sou mãe solteira, tenho dois filhos. Comecei a
apaixonar-me por poesia quando ainda estava na
escolar primária, no final dos anos 60. Durante
esse periodo, recitava sempre poesia em
português nas minhas actividades escolares.
Durante o período indonésio, nos anos 80, foi o
meu pai adoptivo quem realmente me encorajou
a escrever. Encorajou-me a practicar, escrevendo
um diário. A partir dessa práctica de escrita,
ganhei maior interesse em escrever poesia.
Lembro-me que escrevi o meu primeiro poema
em indonésio, entitulado Cintaku Seputih Merpati
(O Meu Amor é Branco como uma Pomba).
Comecei a escrever poesia seriamente nos
anos 90, focando na luta pela liberdade de
Timor-Leste. Desde essa altura, tenho escrito
sobre muitos assuntos. Durante o período
indonésio, de 1984 a 1999, trabalhei como
funcionária pública responsável por assuntos
administrativos.
Considero-me uma activista que se centra em
assuntos particulares, tais como mulheres, paz
e direitos humanos. Tenho trabalhado nesses
assuntos desde 1997. Desde 1984, tenho
também estado activa como educadora numa
organização de juventude – liderando jovens
escuteiros de Timor-Leste. Forneci formação
sobre ambiente, saúde e construção de paz a
jovens. Actualmente, trabalho como consultora
de construção de paz e desenvolvimento de
programas para uma ONG chamada APSC-TL
(Coligação de Apoio Ásia-Pacífico – Timor-Leste),
e continuo a escrever poesia.
My full name is Filomena Barros Reis. Usually,
I am known by Mena Reis. I was born in Ermera
on 4 July 1964. At the moment I live in Farol,
Motael, Dili. I am a single mother, with two
children. I began to feel in love with poetry when
I was still in my primary school years, in the
late 1960s. During that period, I always recited
poetry in Portuguese in my school activities.
During the Indonesian period, in the 1980s it
was my adopted father who really encouraged
me to write. He encouraged me to practice
writing in a diary. From that practice of writing
I then gained more interest in writing poetry.
I recall that the first poem that I wrote was in
Indonesian, entitled Cintaku Seputih Merpati (My
Love is White as a Dove).
I seriously began writing poetry in the 1990s,
focusing on the struggle for freedom of TimorLeste. Since then, I have been writing on many
topics. During the Indonesian period, from 1984
until 1999, I worked as a civil servant in charge
of administrative issues.
I consider myself as an activist focusing on
particular issues such as women, peace and
human rights. I have been working on those
issues since 1997. Since 1984 I have been also
active as an educator for the youth organization
– leading boy-scouts of Timor-Leste. I provided
training on environment, health and peace
building to young people. Currently, I am working
as a peace building and program development
consultant for an NGO called APSC-TL (Asia-Pacific
Support Coalition – Timor-Leste) and I still keep
writing poetry.
57
GEMBEL
koletivu arte colectivo de arte art collective
Gembel Art Collective harii iha 2000, ho inisiativa
atu hasa’e kriatividade no talentu artístiku. Ami
nia prátika kriativa inklui: pinta, artezanatu,
linografia, estampajen, resiklajen ba surat tahan,
teatru no múzika. Ami nia misaun mak atu sai
nudar grupu ne’ebé tuir kompromisu atu fahe no
servisu hamutuk iha kriasaun ho kriatividade,
hodi halo espozisaun no hatudu talentu husi
artista timór oan sira no hodi fahe ami nia
kapasidade ho sira ne’ebé buka atu aprende.
Ami halo ona servisu hamutuk ho CultureKitchen
(Melbourne, Austrália), TaringPadi (Djog ja,
Indonézia) no PLAN Internacional, CCF (Fundu
Katóliku ba Labarik sira), Fundação Alola no
Instituto Sahe ba Libertasaun Timor-Leste nian.
O Colectivo de Arte Gembel foi fundado em
2000, como uma iniciativa para aumentar a
criatividade e o talento artísticos. As nossas
prácticas criativas incluem a pintura, artes
manuais, linografia, estampagem, reciclagem
de papel, teatro e música. A nossa missão é
ser um grupo consistente com o compromisso
de partilhar e colaborar em esforços de
cariz criativo, de expor o talento de artistas
timorenses e de partilhar as nossas capacidades
com aqueles que desejem aprender. Já fizemos
trabalhos em colaboração com CultureKitchen
(Melbourne, Austrália), Taring Padi (Djog ja,
Indonésia) e a PLAN Internacional, CCF (Fundo
Católico para as Crianças), Fundação Alola e
Instituto Sahe para a Libertação em Timor-Leste.
Gembel Art Collective was founded in 2000, as
an initiative to increase creative and artistic
talent. Our creative practices includes: painting,
handy-craft, linoprint, stencil art, paper
recycling, theatre and music. Our Mission is to
be a consistent group with a commitment to
share and collaborate in creative endeavours,
to show the talent of Timorese artists and
share our skills with those who want to
learn. We have done collaborative work with
CultureKitchen (Melbourne, Australia), Taring Padi
(Djog ja, Indonesia) and PLAN International, CCF
(Catholic Children Fund), Alola Foundation and
Sahe Institute for Liberation in Timor-Leste.
GIBRAEL CAROCHO
Artista Vizuál Artista Visual Visual Artist
Gibrael Carocho nu’udar artista Timor oan ida
ne’ebé servisu ba halo pintura, ilustrasaun,
fotografia no múzika. Nia estuda iha Arte Moris
iha Dili, iha ISI Yogyakarta no iha Gordon Institute
of Tafe iha Geelong (Austrália). Durante ne’e nia
hato’o ona nia arte iha espozisaun koletivu iha
Geelong Art Gallery, Hotel Timor no leilaun Arte
iha Charles Darwin University, no seluk tan. Nia
agora daudaun halo kolaborasaun ho projetu
peskiza Tatoli ba Kultura husi Universidade
Griffith (Austrália) hodi prepara dalan atu
harii Akademia ba Artes no Indústria Kriativa
Timor-leste nian. Nia mós servisu ilustradór
no fotógrafu iha IDA iha Dili.
58
Gibrael Carocho é um artista timorense que se
dedica à pintura, ilustração, fotografia e música.
A sua formação artística passou pela Arte Moris
em Díli, ISI, em Yogyakarta, e pelo Instituto Tafe
Gordon, em Geelong (Austrália). Participou em
várias exposições colectivas na Galeria de Arte
Geelong, no Hotel Timor, num leilão de arte na
Charles Darwin University, e outras. Gibrael
colabora com o projecto de investigação Tatoli
ba Kultura da Griffith University (Austrália), com
o objectivo de estabelecer a futura Academia
de Artes e Indústrias Criativas de Timor-Leste.
Trabalha igualmente como ilustrador e fotógrafo
na IDA, em Díli.
Gibrael Carocho is a Timorese artist working in
painting, illustration, photography and music. He
studied in Arte Moris, in Dili, in ISI, in Yogyakarta,
and at the Gordon Institute of Tafe, in Geelong
(Australia). He has had several group exhibitions
in Geelong Art Gallery, Hotel Timor, Art Auction,
at Charles Darwin University, and more. He
is currently collaborating with the Tatoli ba
Kultura research project, from Griffith University
(Australia), towards the establishment of the
future Academy of Arts and Creative Industries
of Timor-Leste. He also works as an illustrator
and photographer at IDA, in Dili.
artwork: bidu ho haksolok – gibrael carocho, 2008
artwork: gembel
photo: gembel in santa cruz, nov ‘08 – david palazón
59
Homan hedan, uza akadiru, no tali seluk hodi
halo biti, kohe, luhu, tiuoan, mama fatin/lalok
fatin no seluk-seluk tan. Homan mos bele halo
ho naan kulit hanesan karau kulit, bibi kulit,
rusa kulit hodi halo kuda sela, halo surik nia
kanuan, katana nia kanuan no seluk-seluk tan.
A arte de fazer cestos, utilizando folhas de
palmeira e outras plantas, inclui a produção de
porta-moedas, malas, cestos e outros objectos.
Esta arte pode igualmente ser desenvolvida
com pele de búfalo, de cabrito e de veado, e ser
utilizada para fazer selins, bolsas para espada,
facas de mato, etc.
PHOTO: SR Ignacio Cabeças – Jen Shyu
HOMAN BOTE KESAK
The art of making baskets using leaves of palms
and other plants includes the production of
purses, bags, baskets and other objects. This
art may also be developed with buffalo, goat
and deer’s skin, and it be used to make saddles,
bags for swords, hand-knifes, etc.
Ignacio Cabeças
múziku músico musician
Iha tempo ne’eba ema usa instrumento rama
hanesan, instrumento múzika tradisionál ida
ne’ebe ema baku iha serimónia ritual ruma hodi
ema bidu no tebe ka hanesan instrumentu
ida ne’ebé mak ema uza hanesan instrumentu
penghiburan. Por Ex. kalan nia tur mesak no
hanoin buat ruma, sira foti rama no baku tuir
rama kantiga nian.
60
Antigamente o instrumento Rama era usado
como instrumento de música tradicional que
as pessoas usavam nas cerimónias rituais a
acompanhar o ou bidu o ou tebe. Por exemplo,
à noite quando se sentem sozinhos ou a pensar
pegam na rama e tocam de acordo com cantigas
antigas.
In the old days the instrument Rama was used
by people in traditional ceremonies and rituals
or to acompany the bidu and tebe. As an
example, at night time, when people feel lonely
and pensative, they play rama according to the
old tunes.
61
ARTWORK: JAH ERA
JAH ERA
GRUPU múzikA músicos musicians
Istória hahú iha1996, iha Perth, Austrália,
wainhira Gil (Angelo) sai husi grupu ida naran
Kumalá no hahú grupu foun ho ni kolega balu.
Liu formasaun inisiál, grupu ne’e simu konvite
husi Jane Hazelby, husi rádio ida ne’ebé toka
múzika husi mundu tomak, hodi partisipa iha
programa ne’e. Iha programa ne’e, sira halo
entrevista e sira toka ‘live’ durante minutu 20.
Ema barak husi festival múzika étniku nian,
rona radio ne’e, e ne’e ajuda lansamentu ba
grupu ne’e.
Tudo começou em 1996, em Perth, na Austrália,
quando Gil (Angelo) Madeira saiu do grupo
Kumalá e formou um novo grupo com alguns
amigos. Depois da formação inicial, o grupo foi
convidado por Jane Hazelby, duma rádio que
passava música do mundo, para aparecer no
programa, onde foram entrevistados e tocaram
ao vivo durante 20 minutos. Essa rádio era
ouvida por muitas pessoas dos festivais e da
música étnica, e isso serviu de lançamento para
o grupo.
Nudar rezultadu, banda ne’e hahú hakerek
múzika original, no ho susesu, banda ne’e hahú
toka iha bar, festival sira no iha rádio. Durante
tempu ne’e mak Jah Era halo gravasaun ba CD
Demo ida. Iha Fevereiru 1999, sira grava sira nia
CD “O Herói” ne’ebé koñesidu iha Timor tomak,
no múzika “China Mulata” sai susesu, ne’ebé ema
hotu hotu identifika Jah Era hanesan “tokadór
husi China Mulata”, no grupu ne’e kontinua ho nia
naran Jah Era. Ohin ritmu Áfrika nian hanesan
parte husi senáriu muzikál Timor-Leste nian.
Como resultado, a banda começou a escrever
músicas originais. A banda era muito procurada
e começou a tocar em bares, festivais e na
rádio. Foi durante este período que produziram
um CD de demonstração. Em Fevereiro de 1999,
a banda gravou o seu primeiro CD: O Herói,
que ficou famoso em Timor, e a cantiga China
Mulata tornou-se um sucesso e toda a gente
identificava os Jah Era como os músicos da China
Mulata. Actualmente, o ritmo africano faz parte
do cenário musical timorense.
Banda ne’e toka iha konsertu barak hanesan
festival, festa Timor nian, festa privadu no
eventu multi-kulturál sira. Ho repertóriu tuir
múzika tradisionál Timor nian, Portugés, Inglés,
no múzika ho influensia Áfrika no reggae, banda
ne’e hetan susesu boot.
Desde o seu começo, a banda tem actuado em
muitos festivais, festas timorenses, concertos
e festas privadas e eventos multi-culturais.
Com um repertório de músicas tradicionais
timorenses, portuguesas, inglesas e músicas de
influencia africana e do reggae, a banda tem tido
enorme sucesso.
Agora daudaun, banda ne’e iha membru sira
hitu: Angelo Jose Madeira (Gil) (Vocal no Viola
Solo), Nidio Aspilqueta Da Costa Valadares (Viola
Ritmu), Joao Francisco Carvalheira Soares (Vokal
no Viola Baixo), Dennis Phillip Irwin (Phillip)
(Bateria), Ivo Filipe (Betinho) (Vokal no Viola
Ritmo), Jesuino Rafael Leong Pereira (Agano)
(Perkusaun), Maria Imaculada Conceição DJ
Madeira (São) (Vokal).
62
Hoje em dia, a banda é composta por sete
membros: Angelo Jose Madeira (Gil) (Voz e
Viola Solo), Nidio Aspilqueta Da Costa Valadares
(Viola Ritmo), Joao Francisco Carvalheira Soares
(Voz e Viola Baixo), Dennis Phillip Irwin (Phillip)
(Bateria), Ivo Filipe (Betinho) (Voz e Viola
Ritmo), Jesuino Rafael Leong Pereira (Agano)
(Percussão), Maria Imaculada Conceicao DJ
Madeira (São) (Voz).
All started in 1996, in Perth, Australia, when
Gil (Angelo) Madeira left the group Kumalá and
started a new group with some friends. After
the initial formation, the group was invited by
Jane Hazelby, from a radio station that played
world music, to appear in the programme where
they were interviewed and played live for 20
minutes. This radio station was heard by many
people from festivals and the ethnic music, and
this established the launching for the band.
As a result, they started to play and write
original songs. The band was highly sought
after and they started to play in pubs, festivals
and on the radio. It was during this period that
they produced a Demo CD. In February of 1999,
the band recorded their first CD: O Herói, which
became famous all over East Timor, and the song
China Mulata became a mega-hit, and everyone
identified Jah Era as the players of China Mulata.
Today, the African music beat is a part of the
Timorese musical scene.
Since its beginning, the band has performed
in many countless concerts such as festivals,
Timorese parties, private concerts and parties
and multi cultural events. With the repertoire of
traditional Timorese music, Portuguese, English
and music with African and reggae influence, the
band has had enormous success.
Currently the band is composed of the following
seven members: Angelo Jose Madeira (Gil)
(Vocals and Lead Guitar), Nidio Aspilqueta Da
Costa Valadares (Rhythm Guitar), Joao Francisco
Carvalheira Soares (Vocals and Bass Guitar),
Dennis Phillip Irwin (Phillip) (Drums), Ivo Filipe
(Betinho) (Vocals and Rhythm Guitar), Jesuino
Rafael Leong Pereira (Agano) (Percussion), Maria
Imaculada Conceicao DJ Madeira (São) (Backing
Vocals).
63
Joanna Barrkman
Kuradora, Arte no Kultura Materiál husi Sudeste Aziátiku, Muzeu no Galeria Arte husi Territóriu
husi Norte Curadora, Arte e Cultura Material do Sudeste Asiático, Museu e Galeria de Arte do
Território do Norte Curator, Southeast Asian Art and Material Culture, Museum and Art Gallery
of the Northern Territory
Signifikadu husi uma kakuluk sira, husi Uma Lulik husi Lautém O significado
de um par de remates de telhado, de uma Casa Sagrada de Lautém The
significance of a pair of architectural finials, from a Lautém Uma Lulik
Em 2010 o Museu e Galeria de Arte do Território
do Norte, Austrália, adquiriu um raro par de
remates de telhado de origem timorense. Esta
aquisição foi feita com o aval da Secretaria de
Estado da Cultura da República Democrática
de Timor-Leste. O significado cultural destes
remates de telhado está associado à sua
função como parte mais alta do telhado de
uma casa cerimonial. A apresentação de
Joanna irá considerar alguns aspectos destes
remates de telhado de madeira talhados à
mão, presumivelmente datados do século XVIII.
Esta apresentação iráigualmente explorar a
importância da preservação destes remates de
telhado num contexto de museu, e defender a
necessidade de continuar a investigação sobre
as suas história e proveniência exactas.
In 2010 the Museum and Art Gallery of
the Northern Territory in Darwin, Australia,
acquired a rare pair of architectural finials that
originated from Timor-Leste. This acquisition
was undertaken with the endorsement of The
Secretary of State for Culture of the Democratic
Republic of Timor-Leste. The cultural significance
of these finials is associated with their role
as the uppermost section of the roof of a
ceremonial house. Joanna’s presentation will
consider some aspects of these hand-carved
wooden finials, presumed to date from the 18th
century. The presentation will also explore the
importance of the preservation of these finials
in a museum context and argue the need for
further research into their history and exact
provenance to occur.
photo: Finials from an uma lulik in Venilale –David palazón
Iha 2010 Muzeu no Galeria Arte husi Territóriu
Norte, Austrália nia, hola uma kakuluk sira husi
Timor ne’ebé raru no susar atu hetan. Sira halo
nune’e ho aprovasaun husi Sekretaria Estadu
Kultura husi Repúblika Demokrátika Timor-Leste
nian. Signifikadu kulturál husi objetu ne’e mak
iha relasaun ho sira nia funsaun hanesan parte
husi kakuluk ne’ebé aas liu husi uma lulik ida.
Aprezentasaun ne’ebé Joanna hato’o sei ko’alia
kona ba aspetu oin oin husi uma kakuluk ne’e,
ne’ebé halo husi ai maizumenus iha sékulu
XVIII. Aprezentasaun ne’e mós ko’alia kona ba
importánsia hodi halo prezervasaun ba objetu
sira ne’e iha muzeu no halo defeza kona ba
nesesidade atu kontinua investigasaun kona ba
istória no origem husi objetu sira ne’e.
64
João Paulo Tavares Esperança
Hakerek-na’in no tradutór Escritor e tradutor Writer & TRANSlator
Literatura ba labarik ne’ebé tradús iha Timór Lorosa’e Literatura
infantil traduzida em Timor-Leste Children’s Literature in translation
in East Timor
Situasaun literatura labarik nian iha Timór
Lorosa’e, liuliu literatura ne’ebé tradús tiha
ona husi dalen seluseluk ba tetun. Tradusaun
literária nia papél hodi promove no dezenvolve
lian orijinál sira Timór nian. Knaar, dezafiu no
dilema oioin ne’ebé tradutór hasoru. Promosaun
leitura nu’udar kontribuisaun ba progresu,
dezenvolvimentu no ksolok.
A situação da literatura infantil em Timor-Leste,
com destaque para a literatura traduzida de
outras línguas para tétum. O papel da tradução
literária na promoção e desenvolvimento das
línguas autóctones de Timor-Leste. As tarefas,
desafios e dilemas do tradutor. A promoção da
leitura como contribuição para o progresso, o
desenvolvimento e a felicidade.
The situation of children’s literature in East Timor,
especially literature that has been translated
from other languages into Tetum. The role
of literary translation in the promotion and
development of the autochthonous languages
of East Timor. The tasks, challenges and
dilemmas of the translator. Promoting reading
as a contribution for progress, development
and happiness.
João Paulo Tavares Esperança moris iha Íllavu
(Portugál), iha 10 Dezembru 1972. Nia uluk
dosente iha Universidade Nacional de Timor
Lorosa’e dezde 2001 to’o 2007, serbisu ba
Instituto Camões no hafoin ba Fundação das
Universidades Portuguesas, no iha-ne’ebá nia
hanorin dixiplina oioin iha área hanesan Lian
Portugés, Linguístika jerál, Linguístika Timór nian
no Literatura Kona-ba Timór. Nia hakerek livru
“Estudos de Linguística Timorense” (2001) no
hakerek, iha kolaborasaun ho kolega seluseluk,
livru bilinge “O que é a lusofonia/Saída maka
luzofonia” (2005), ne’ebé Instituto Camões maka
publika. Nia tradús tiha ona ba tetun, liu hosi
serbisu lisuk ho kolega timoroan, livru “Le Petit
Prince/Liurai-oan Ki’ik” husi Antoine de SaintExupéry, “Fada Oriana” husi Sofia de Melo Breyner
Andresen, no mós istória-badak balu husi Arthur
Conan Doyle (autór “Sherlock Holmes” nian).
João Paulo Tavares Esperança nasceu em Ílhavo
(Portugal), em 10 de Dezembro de 1972. Foi
docente na Universidade Nacional de Timor
Lorosa’e desde 2001 até 2007, ao serviço,
sucessivamente, do Instituto Camões e da
Fundação das Universidades Portuguesas, e aí
leccionou diversas disciplinas em áreas como a
Língua Portuguesa, Linguística geral, Linguística
timorense e Literatura timorense. É autor do
livro “Estudos de Linguística Timorense” (2001)
e co-autor da obra bilingue “O que é a lusofonia/
Saída maka luzofonia” (2005), publicada pelo
Instituto Camões. Traduziu para tétum, em
colaboração com colegas timorenses, “Le Petit
Prince/O Principezinho” de Antoine de SaintExupéry, “A fada Oriana” de Sofia de Melo Breyner
Andresen e contos de Arthur Conan Doyle
(o autor de “Sherlock Holmes”).
João Paulo Tavares Esperança was born in Ílhavo
(Portugal), on December 10, 1972. He was a
lecturer at the Universidade Nacional de Timor
Lorosa’e since 2001 until 2007, working both
for Camões Institute and the Foundation of
Portuguese Universities. He taught a number of
subjects in areas such as Portuguese Language,
General Linguistics, East Timorese Linguistics
and East Timorese Literature. He is author of
the book ‘Estudos de Linguística Timorense’
(2001) and co-author of the bilingual book
‘O que é a lusofonia/Saída maka luzofonia’
(2005), published by the Camões Institute. He
translated to Tetun, in collaboration with East
Timorese friends, The Little Prince, by Antoine
de Saint-Exupéry, A fada Oriana, by Sofia de Melo
Breyner Andresen, and short stories by Arthur
Conan Doyle (the creator of ‘Sherlock Holmes’).
ANTOINE DE SAINT-EXUPERY
artwork: Liruai - oan ki’ik (The little prince)
Published by Timor Aid, translated by J.P.Esperança
Liurai- Oan Ki’ik
65
Fundadór no diretór husi atelier IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda. Fundador e director
do atelier IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda. Founder and director of the IDA Studio –
Image, Design & Architecture, Lda.
Istória ASU, Tigre no lekirauk A HISTÓRIA do cão, do tigre e do MACACO
THE STORY OF THE DOg, THE tiger and the MONKEY
Designer Industriál, hahú iha Agostu 2000,
nia servisu iha área design, arkitetura no
komunikasaun. Fundadór no diretór husi atelier
IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda.,
ne’ebé halo promosaun ba integrasaun husi
ekipa multi dixiplinár sira husi joven designer,
artistas, arkitetu no enjeñeiru, Timor oan
no internasionál.
Arquitecto Designer, vive em Timor-Leste desde
2000. Trabalha na área do design, arquitectura
e comunicação. Fundador e director do atelier
IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda.,
investindo na integração de equipas multidisciplinares de jovens designers, artistas,
arquitectos e engenheiros, timorenses e
internacionais.
João Ferro is an Architect Designer. Living in
Timor-Leste since August 2000, he works
in design, architecture and communication.
Founder and director of the studio IDA –
Imagem, Design & Arquitectura, Lda., investing
in multidisciplinary teams of young designers,
artists, architects and engineers, Timorese
and international.
Ideia ne’e Timor oan sira mós hatene tuir. Sira
moris ho uitoan deit, ho susar, no hodi lori sira
nia moris ba oin sira tenke iha kriatividade
maka’as. Hodi manán luta hasoru adversáriu
ne’ebé forte liu ita presiza kriatividade maka’as
duni. Nune’e ami hato’o istória ki’ikoan ida
kona ba podér husi kriatividade no barani no
nusa mak ita sempre bele hetan solusaun ba
problema sira ne’ebé boot, maski sei hasoru
buat barak …
A Criatividade não é nada de estranho para os
Timorenses, pelo contrário. Viver com muito
pouco, como tantos timorenses vivem, requer
muita criatividade. Lutar e vencer um adversário
muito mais forte requer muita criatividade. Aqui
fica uma pequena história sobre o poder da
criatividade aliada à coragem e à inteligência,
e de como se encontram sempre soluções para
os problemas, mesmo quando as adversidades
são grandes ...
The Timorese are no strangers to creativity,
quite the contrary. To live with difficulty, as
many Timorese do, requires a lot of creativity.
To engage and overcome a much stronger
opponent, that requires a lot of creativity. Here
is a short story about the power of creativity
and courage and about how there is always a
solution to any given problem, even when the
odds are against us ...
Asu oan ida, iha foho laran, hetan tigre ida
ne’ebé halai mai hasoru nia. Nia hanoin lalais.
Nia haree ruin balu soe iha rai no nia bosok
han ruin sira ne’e. Bainhira tigre besik ona nia,
asu oan hakilar: “Ah, tigre ne’ebé ha’u foin han
gostu duni!”
Um cachorro, perdido na selva, vê um tigre a
correr na sua direcção. Pensa rápido. Vê uns
ossos no chão e põe-se a roê-los. Quando o
tigre está quase a atacá-lo, o cachorrinho diz
alto e a bom som: “Ah, que delicia este tigre que
acabo de comer!”
Tigre pára derrepente no ta’uk uitoan, hanoin
hikas no deside atu fila lalais molok asu haree
nia. Iha dalan nia hanoin: “Asu fuik ne’e! Nia besik
atu han ha’u hotu!” Maibé lekirauk ida ne’ebé
haree ne’e hotu deside atu tuir tigre hodi konta
ba nia nusa mak asu ne’e bosok nia. Tigre rona
no hirus no hatete fali: “Asu beik-teen! Ha’u ba
fali! Ha’u sei han nia!”
O tigre pára bruscamente e, receoso e na
dúvida, decide retirar rapidamente antes que
o cachorro o pudesse ver, e no caminho vai
pensando: “Que cachorro selvagem! Por pouco
ele não me come também!” Mas um macaco que
viu toda a cena, vai atrás do tigre e conta-lhe
como ele tinha sido enganado. O tigre, furioso,
diz: “Cachorro maldito! Vai-me pagar! Vou fazê-lo
num oito!”
Asu oan haree katak tigre mai fali. Nia haree
katak lekirauk tuir tigre no tuur iha tigre nia
kotuk. “Ah, lekirauk traidór! Saida mak ha’u bele
halo agora? Ha’u tenke hanoin lalais!” En vez
de hali nia nafatin bosok han ruin no bosok la
hatene. Bainhira nia sente katak tigre besik ona
nia asu oan hatete sai: “Ah lekirauk baruk-teen!
Oras ida ona ha’u haruka nia atu ba foti tigre ida
tan no to’o agora nia seidauk fila! Ha’u hamlaha
nafatin!” Bainhira nia rona nune’e nia para de
repente, hatun lekirauk husi nia kotuk no halai
makaas la hateke ona.
66
O cachorrinho apercebe-se que o tigre vem
atrás dele outra vez. Desta vez traz o macaco
sorridente montado em suas costas. “Ah, macaco
traidor! O que faço agora? Tenho que pensar
rápido.” Em vez de fugir a correr, fica de costas,
roendo os ossos, como se não estivesse a ver
nada. Quando o tigre está suficientemente perto
para para o ouvir e pronto a atacá-lo de novo, o
cachorrinho diz: “Ah aquele macaco preguiçoso!
Há meia hora que o mandei trazer-me outro
tigre e ele ainda não voltou! E eu continuo cheio
de fome!” Ao ouvir isso o tigre pára de repente
outra vez, sacode o macaco das costas e foge a
correr sem olhar para trás.
One day, a dog, lost in the mountain, sees a
tiger by the corner of his eye, running at him.
He thinks quickly. He sees some bones laying on
the ground and starts chewing on them. When
the tiger is close enough to hear him, the dog
says confidently: ‘Haa, this tiger was delicious,
what a meal!’.
The tiger stops in his tracks, confused and
afraid, and decides to run away before the
dog could notice him, all the while thinking:
‘What a wild mutt... a few more seconds and
I could have been dog food!’ But a monkey that
saw the whole scene from up in a tree, runs
after the tiger and tells him how the little dog
tricked him. Turning back, the tiger is furious
now: ‘Dammed mutt! I am going to make you
pay for this!’
The dog suddenly notices the tiger coming back,
this time with the smiling monkey riding on his
back. ‘Hoo, that traitor, he told the tiger...! What
do I do now? I have to think quickly!’ So, instead
of running off in a panic, the dog continues to
calmly chew on his bones, his back to the tiger
as if nothing was happening. When the tiger is
near enough to hear him and ready to attack,
the dog lifts his head to sky and says: ‘Haaa,
that lazy monkey of mine! I sent him half an
hour ago to go and get me another tiger and
he’s still not back! And I’m still hungry!’ Hearing
this, the tiger jumps back horrified, kicks off the
monkey and runs away without looking back.
photo: event design and communication portuguese book fair 2010
JOÃO R.S. FERRO
67
JOSÉ AMARAL
Responsável Cultural e Consular, Embaixada de Timor-Leste em Lisboa Culture and Consulate
Coordinator, Timor-Leste Embassy in Lisbon Responsável Kultural no Konsular, Embaixada husi
Timor-Leste iha Lisboa
CULTURA: Identificação da Diáspora Timorense CULTURE: Identification of
the Timorese Diaspora KULTURA: Identifikasaun husi Diáspora Timor oan
José Amaral sai husi Timor-Leste iha 1975,
bainhira nia tinan 11 no ba to’o iha Lisboa.
Nia hahú kedas interese ba dansa no kansaun
tradisionál sira. Nia hola parte iha grupu kulturál
Timor nia oin oin iha Portugal nudar bailarinu,
kantór no ikus mai nudar responsavel artiztiku.
Nia hanesan katór, atór, hato’o poezia no konta
istória husi Timor no agora José Amaral
mak Responsável Kultural no Konsular husi
Embaixada husi Timor-Leste iha Lisboa.
PHOTO: UMA LULIK FINIAL – JOSH TRINDADE
José Amaral deixou Timor-Leste em 1975,
com 11 anos de idade, em direção a Lisboa.
Logo começou a interessar-se pelas danças e
cantares tradicionais. Integrou vários grupos
culturais timorenses em Portugal como bailarino,
intérprete e mais tarde responsável artístico.
Cantor autodidacta, atcor, declamador de poesia
e contador de histórias timorenses, José Amaral
é actualmente Responsável Cultural e Consular
da Embaixada de Timor-Leste em Lisboa.
68
José Amaral left Timor-Leste to Lisbon in 1975,
when he was 11 years old. Soon after, he got
interested in traditional music and dances and
joined several Timorese cultural groups based
in Portugal, as a dancer, interpreter and later as
an artistic director. A self-taught singer, actor,
poet and Timorese storyteller, José Amaral is
currently the Culture and Consulate Coordinator
at the Timor-Leste Embassy in Lisbon.
Jose “Josh” Trindade
Analista no Investigadór Independente Analista e InvestigadorIndependente Independent Analyst
and Researcher
Lulik: Esensia husi valór sira husi Timor oan Lulik: o Coração dos Valores
Timorenses Lulik: The Core of Timorese Values
Lian fuan Lulik uza beibeik iha sosiedade timór
nian. Lian fuan ne’e mai husi tetun no nia
signifikadu mak “proibisaun/bandu” no “sagradu”.
Lian fuan Lulik no nia signifikadu iha tradusaun
ba lian Timor oin oin. Ida ne’e hanesan lian fuan
májiku ida, ne’ebé timór oan barak konsidera
katak iha podér makaas. Lulik ne’e fo influensia
ba moris loroloron nia husi ema Timor maski to’o
agora seidauk hetan investigasaun makaas kona
ba influensia ne’e.
Artigu ne’e halo analiza ba Lulik, saida mak Lulik
no nusa mak Lulik fo influensia no impaktu ba
vida sosiál, polítika no ritual husi loroloron ema
timór nian. Artigu ko’alia mós kona ba fiar ba
Lulik. Koalia mós kona ba sistema polítiku Lulik
no nusa ema Timor haree ba nia an rasik tuir
Lulik. Artigu ko’alia mós kona ba nusa mak Igreja
no Administrasaun Koloniál halo tuir no absorve
konseitu balu husi Lulik ba sira nia benefísiu
rasik no sira mós halo kritika no estraga
konseitu ne’e.
Josh Trindade servisu kleur nudar analista
no investigador independente iha projetu oin
oin ne’ebé relasiona ho solidariedade nasionál,
juventude, nasionalizmu, kultura no tradisaun
Timor nia, teknolojia informasaun, rezolusaun
ba konflitu, konstrusaun ba nasaun, ho asuntu
seluk ne’ebé relasiona ho nia rai, Timor-Leste.
Nia koalia makaas kona ba kestaun sira ne’ebé
relasiona ho kultura, fiar no sistema tradisionál
no nia relasaun ho nasionalizmu, solidariedade
sosiál no estadu de direitu. Nia ko-autór husi
artigu investigasaun ho naran “Re-thinking
Timorese Identity as a Peace-Building Strategy:
Lorosa’e – Loromonu Conflict from a Traditional
Perspective”, relatóriu finál ba GTZ/IS. Nia artigu,
ho naran “Reconciling Conflicting Paradigms:
an East Timorese Vision of an Ideal State”
(2008), hetan publikasaun husi Editora husi
Universidade Charles Darwin. Nia Prezidente
husi área Komunikasaun husi Komisaun Nasionál
Edukasaun UNESCO nian, iha Timor-Leste.
O termo Lulik é utilizado de forma generalizada
na sociedade timorense. A palavra em si teve
origem na língua tétum e significa “proibição”
e “sagrado”. A palavra Lulik e o seu significado
traduzem-se para muitas línguas em TimorLeste. É uma palavra mágica e com muito poder
para os timorenses. A ideia de Lulik influencia o
dia-a-dia dos timorenses, no entanto esta noção
tem sido pouco investigada e discutida.
The term Lulik is widely used within Timorese
society. The word itself originated from Tetun
language which means forbidden and holy/
sacred. Lulik and its notion translate into many
different languages in Timor-Leste. This is a very
powerful and magical word for the Timorese. The
idea of Lulik has very much influence the daily
life of the Timorese, yet this notion has been
poorly investigated and discussed.
Este artigo irá analisar a noção de Lulik, o
que constitui Lulik e como o Lulik influencia e
impacta sobre a vida social, política e ritual do
dia-a-dia dos timorenses. O artigo irá igualmente
explorar a crença Lulik. Para além disso, o artigo
irá abordar o sistema político Lulik e como os
timorenses se governam a si mesmos com a
noção de Lulik. O artigo irá finalmente discutir
como a Igreja Católica e a Administração Colonial
Portuguesa não apenas adoptaram e utilizaram
alguns conceitos de Lulik para benefício próprio,
mas criticaram e degradaram-no ao mesmo
tempo.
This paper will analyze the notion of Lulik, what
constitute Lulik and how lulik influences and
impacts the social, political and ritual life of
the Timorese on daily basis. The paper will also
explore Lulik belief system. Furthermore, the
paper will look at Lulik political system and how
Timorese govern themselves with the notion of
Lulik. The paper will further discuss about how
the Catholic Church and the Portuguese Colonial
Administration not only adopted and use some
concept of Lulik for their own benefit, but also
criticize and degraded it at the same time.
Josh Trindade tem trabalhado como analista
e investigador independente em inúmeros
projectos relacionados com solidariedade
nacional, juventude, nacionalismo, cultura e
tradições timorenses, tecnologia de informação,
resolução de conflictos, construção da nação,
e outros assuntos relacionados com a sua
pátria, Timor-Leste. Tem sido uma voz activa
na abordagem a questões fundamentais
relacionadas com cultura, crenças e sistemas
tradicionais, e o seu relacionamento com
nacionalismo, solidariedade social e a o
estado de direito. É co-autor de um artigo de
investigação intitulado “Repensar a Identidade
Timorense como Estratégia de Construção de
Paz: o Conflicto Lorosa’e e Loromonu sobre uma
Perspectiva Tradicional”, relatório final para
a GTZ/IS. O seu segundo artigo, intitulado
“Reconciliar Paradigmas em Conflicto: uma Visão
Timorense de um Estado Ideal” (2008), foi
publicado pela Editora da Universidade Charles
Darwin. É Presidente da área de Comunicação
da Comissão Nacional de Educação da UNESCO,
em Timor-Leste.
Josh Trindade has worked as an independent
analyst and researcher on numerous projects
relating to national solidarity, youth, nationalism,
Timorese culture and traditions, Information
Technology, Conflict Resolution, Nation Building,
and other issues related to his homeland
Timor-Leste. He has been an active advocate
addressing fundamental issues relating to
culture, beliefs and traditional systems, and
their relationship to nationalism, social solidarity
and rule of law. He is co-author of a research
paper entitled: “Re-thinking Timorese Identity as
a Peace-Building Strategy: Lorosa’e – Loromonu
Conflict from a Traditional Perspective”, final
report for GTZ/IS. His second paper,entitled
“Reconciling Conflicting Paradigms: an East
Timorese Vision of an Ideal State” (2008), was
published by Charles Darwin University Press.
He is the Convener of Communication with the
National Commission for Education for UNESCO
Timor-Leste.
69
KELLY HUSSEY-SMITH
Profesór ba Fotografia Dokumental, QCA, Griffith University Docente em Fotografia Documental,
QCA, Universidade Griffith Lecturer Documentary Photography, QCA, Griffith University
Dokumentáriu Fotografia no Konta Istória Documentário Fotográfico
e Narrativas Documentary Photography and Storytelling
Kelly Hussey-Smith hanesan realizadór ba
dokumentáriu sira ne’ebé halo servisu iha área
fotografia no foin lalais ne’e iha multimédia.
Kelly Hussey-Smith é uma realizadora de
documentários que trabalha sobretudo em
fotografia e mais recentemente em multi-média.
Kelly Hussey-Smith is a documentary practitioner
who works mainly in photography and more
recently multimedia.
Daudaun ne’e nia tuur iha PhD iha Universidade
Griffith no hanorin iha area lisensiatura fotografia
iha Koléjiu Arte Queensland ninia, liu liu kona
ba Prátika Dokumentáriu. Uluk nia mós hanorin
iha programa jornalizmu nian iha Universidade
Queensland no Universidade Teknolojia
Queensland.
Kelly está actualmente a fazer um doutoramento
na Universidade de Griffith e lecciona no
Bacharelado de Fotografia no Colégio de Arte
de Queensland, especializando-se em Prácticas
Documentárias. Tem igualmente ensinado
em programas de jornalismo na Universidade
de Queensland e na Universidade Técnica
de Queensland.
She is currently undertaking a PhD at Griffith
University and teaches into the Bachelor of
Photography at the Queensland College of
Art, specializing in Documentary Practice. She
has also taught into journalism programs at
the University of Queensland and Queensland
University of Technology.
Iha 2008/09 nia mak halo edisaun ba Australian
PhotoJournalist, publikasaun husi Universidade
Griffith kona ba fotojornalizmu kona ba abuzu
direitus umanus global nian. Iha 2009 nia ho
pesoál sira seluk iha Koléjiu Arte Queensland
nian harii Sentru Prátika ba Dokumentáriu,
ida ne’ebé foka ba atu fasilitasaun ba diálogu
ida entre realizadór ba dokumentáriu sira iha
Austrália no iha tasi balun.
Kelly nudar fotógrafu voluntáriu ida ho
Operasaun Smile (Oin Midar), no uluk servisu
ho ekipa Médiku Internasionál nian iha Índia,
Sina, Timor-Leste, no Papua Giné Foun.
Agora daudaun nia servisu iha projetu
investigasaun tempu naruk kona ba oinsá ita
uza animál nudar diversaun no dekorasaun iha
ita nia moris loroloron. Nia manán prémiu barak
ba ninia servisu hirak ne’ebé uluk nia halo, no
hatudu ona, Caged, iha espozisaun iha Austrália,
Xina no Bangladexe.
Ninia peskiza inklui Polítika ba apresiasaun arte
natureza nian no reprezentasaun, Étika Filozofia,
Estudu Jéneru no Direitu ba Animál.
70
Em 2008/09, editou a Australian
PhotoJournalist, uma publicação da Universidade
de Griffith que apresenta o trabalho de
Foto-jornalistas que documentam abusos de
direitos humanos num contexto global. Em
2009, em colaboração com outros membros
docentes do Colégio de Arte de Queensland,
estabeleceu o Centro de Práctica Documentária,
que tem como objectivo facilitar o diálogo entre
documentaristas na Austrália e no estrangeiro.
Kelly é fotógrafa voluntária na Operação
Sorriso, e tem trabalhado com equipas médicas
internacionais na Índia, China, Timor-Leste e
Papua Nova Guiné.
Está actualmente a trabalhar num projecto
de investigação de longa duração, sobre
a forma como utilizamos os animais como
entretenimento e decoração no nosso dia-a-dia.
Ganhou inúmeros prémios pelo seu mais recente
trabalho, Caged, e exibiu trabalhos na Austrália,
China e Bangladesh.
Os seus interesses de investigação incluem
Políticas de Estética e Representação, Filosofia
Moral, Estudos de Género e Direitos dos Animais.
In 2008/09 she edited the Australian
PhotoJournalist, a Griffith University publication
featuring work of Photojournalists reporting
on global human rights abuses. In 2009 she
and other staff at The Queensland College of
Art established the Centre for Documentary
Practice, which aims to facilitate a dialogue
between documentary practitioners in Australia
and abroad.
Kelly is a volunteer photographer with Operation
Smile, and has worked with International Medical
teams in India, China, Timor-Leste, and Papua
New Guinea.
She is currently working on a long-term
project investigating how we use animals as
entertainment and decoration in our everyday
lives. She has won numerous awards for her
most recent work Caged, and has exhibited in
Australia, China, and Bangladesh.
Her research interests include the Politics of
Aesthetics and Representation, Moral Philosophy,
Gender Studies and Animal Rights.
PHOTO: OPERATION SMILE – Kelly Hussey-Smith
71
PHOTO: Martine Peret
Kirsty Sword Gusmão
Prezidente, Fundasaun Alola, Komisaun Nasionál husi Timor-Leste ba UNESCO, Embaixatriz husi Boa
Vontade ba Edukasaun Presidente, The Alola Foundation, Comissão Nacional de Timor-Leste para a
UNESCO, Embaixatriz da Boa Vontade para a Educação Chair, the Alola Foundation, Chair, Timor-Leste
National Commission for UNESCO, Goodwill Ambassador for Education
Lian Inan LÍngua materna mother tongue
Timor-Leste iha rekoñesimentu nudar rai ne’ebé
iha diversidade kona ba kultura no lian. Iha
maizumenus lian 30 ne’ebé uza iha uma nudar
Lian Inan, iha rai tomak, iha ritual sira, no iha
prátika kulturál husi katuas sira iha aldeia,
no iha arte no múzika husi jerasaun foun husi
kompozitór no poeta sira. Maski nune’e, lian
sira ne’e hetan ameasa husi imperativu ekonomia
no globalizasaun, karik ninia papél relasiona
ho konstrusaun ba nasaun no promosaun
ba identidade nasionál la adota husi kultura
dominante.
Timor-Leste é conhecido pela sua rica
diversidade cultural e linguística. Cerca de trinta
línguas-mãe são usadas nas casas de famílias
por todo o país, nos rituais e práticas culturais
dos anciãos nas aldeias, e na arte e música
da actual geração de compositores e poetas.
Não obstante, os imperativos económicos e a
onda emergente de globalização ameaçamestas
línguas com a extinção,se o seu papel vital
na construção da nação e na promoção da
identidade nacional não for adoptado pela
cultura dominante.
Timor-Leste is bestowed with rich cultural and
linguistic diversity. Some thirty mother tongues
are used in the homes of families across the
country, in the rites and cultural practices
of village elders and in the art and music of
the current generation of song-writers and
poets. Nevertheless, economic imperatives
and the surging tide of globalisation threaten
these languages with extinction if their vital
role in nation-building and the fostering of
national identity and peace is not embraced
by mainstream culture.
Kestaun husi lian ne’ebé uza ba edukasaun
formal sei nafatin dezafiu ne’ebé sensivel liu.
Portugés no Tétum define duni nudar lian
ofisiál husi Timor no uza nudar lian hanorin
iha nivel eskolár hotu. Maski nune’e estudante
no profesór barak mak sente katak fraku liu
iha lian sira ne’e no ida ne’e bele halo katak
aban bain rua sira sei hetan marjinalizasaun
sósio-ekonómika.
A questão da língua utilizada na educação
formal continua a ser altamente sensível e
desafiante. O Português e o Tétum são definidas
como as duas línguas oficiais do país, e ambas
são utilizadas como línguas de instrução em
todos os níveis escolares. Não obstante, um
grande número de estudantes e professores
possuem limitada fluência em qualquer destas
línguas, facto que tem o potencialde levar a
uma futura exclusão e marginalização sócioeconómicas.
The issue of language use in formal education
remains highly sensitive and challenging.
Portuguese and Tetun are defined as the
two official languages of the country, and
both languages are used as the languages
of instruction across all levels of schooling.
Nevertheless, large numbers of students and
teachers have only limited fluency in either
language, a fact which has the potential to
lead to future socio-economic exclusion and
marginalisation.
A Política Educativa da Língua-mãe de Base
Multilinguística para Timor-Leste tem como
objectivo apoiar crianças de todos os grupos
etno-linguísticos a aceder aos benefícios da
literacia e da educação, e apoiar o Governo de
Timor-Leste a atingir os objectivos educacionais
definidos no Plano Nacional Estratégico para a
Educação e os Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio, bem como a preservar a diversidade
cultural e linguística como meio de atingir
unidade nacional, paz e um desenvolvimento
equitativo
The Mother Tongue-Based Multilingual Education
Policy for Timor-Leste aims to help children
from all ethno-linguistic backgrounds to have
access to the benefits of literacy and education,
and assist the Government of Timor-Leste to
meet the educational objectives defined in the
National Education Strategic Plan and MDGs,
as well as preserve the cultural and linguistic
diversity as a means to achieving national unity,
peace and equitable development.
PHOTO: LIAN INAN (FILM STILL)
Polítika Edukativa husi Lían-inan ho Baze Multi
linguíztika ba Timor-Leste iha objetivu hodi
fo apoiu ba labarik sira husi grupu tekno
linguiztiku hotu hodi bele hetan asesu ba
benefísiu husi literasia no husi edukasaun,
no fo apoiu ba Governu Timor-Leste nian hodi
atinje sira nia objetivu edukasionál ne’ebé define
iha Planu Nasionál Estratéjiku ba Edukasaun
no Meta Dezenvolvimentu Miléniu nia, no hodi
proteje diversidade kulturál no husi lian nudar
meiu hodi hetan unidade nasionál, pás no
dezenvolvimentu hanesan ba ema hotu.
72
Marçal de Jesus
Mestre Lakado’u Mestre Lakado’u Lakado’u Master
Hanesan instrumentu ida koñesidu liu iha área
Mambae, lakado’u utiliza hodi akompaña Bidu
Popular hodi simu Bainaka, haksolok an no mos
hatudu espresaun ba ema seluk. Prosesu atu
halo lian instrumentu ida ne’e sei toka husi
ema na’in rua (feto ka mane) no akompaña
ho hananu (khaur iha lian Mambae) no dadolin
oin-oin.
Instrumento conhecido sobretudo na região
Mambae, o lakado’u é tocado para acompanhar
o Bidu Popular (dança tradicional), na recepção
a convidados, e para alegrar as pessoas. Para
criar o som, este instrumento é tocado por
duas pessoas (um homen e uma mulher)
e é acompanhado por canções (misturadas
em Mambae) e por vários dadolin (poesias
tradicionais).
An instrument especially known in the Mambai
region, the lakado’u is played to accompany
the Popular Bidu (a traditional dance) when
welcoming guests, and to cheer people. To make
sound, this instrument is played by two people
(a man and a woman) and it is accompanied by
songs (mixed in Mambae) and by several dadolin
(traditional poems).
PHOTO: Marçal de Jesus & Domingos Salazar in Aileu – Jen Shyu
73
maria madeira
Artista Pinta no Edukasaun Artes nian Pintora e Educadora de Arte Painter & Art Educator
Maria Madeira moris iha Gleno, iha rejiaun Ermera
nian, iha Timor-Leste. Nia sai husi Timor bainhira
situasaun polítika nian akontese iha 1975 no
hetan evakuasaunhusi Forsa Aéria Portugeza iha
1976; Depois nia ba hela fali iha Austrália ho nia
inan aman no maun alin sira, iha Agostu 1983.
Durante tinan hirak ne’e, Maria hasai kursu
tolu: Baxaleratu Belas Artes (Arte Plástika) iha
Universidade Curtin nian iha 1991; Lisensiatura
iha Edukasaun iha Universidade Curtin nian iha
1993; no Baxalerato iha Siénsia Polítika iha
Universidade Murdoch nian iha 1996. Agora
daudaun, Maria halo hela nia Doutoramentu
iha Universidade Curtin nian, iha Austrália.
Entre 1996 no 2000, Maria servisu iha
Western Austrália nudar mestre arte nian iha
eskola sekundária, no nudar artista vizual
no konselleira kulturál iha instituisaun no
organizasaun barak arte no kultura nian.
Maria fila ba Timor Leste iha 2000-2004 atu
koopera iha rekuperasaun, rekonstrusaun no
dezenvolvimentu husi nasaun ne’ebé nia moris.
To’o agora, Maria hala’o espozisaun 15 liu tan,
mezak ka ho grupu, kona ba nia arte: pinturas,
eskultura, dezeñu, kolajen no servisu ho
instalasaun iha Austrália, Portugal no mos iha
Timor-Leste.
Maria nia objetivu agora nian mak hodi bele
transmite ka fahe kultura no tradisaun TimorLeste nian ba jerasaun futuru nian. Nia fiar
maka’as katak arte no kultura mak espíritu
no klamar povu ida nian ... tamba arte mak
testamentu rasik husi kultura povu ida nian.
74
Maria Madeira nasceu na aldeia de Gleno, na
região de Ermera, em Timor-Leste. Foi evacuada
de Timor pela Força Aérea Portuguesa em 1976,
durante a invasão indonésia, e emigrou para a
Austrália em Agosto de 1983 com a sua família.
Ao longo destes anos, Maria conseguiu obter
três qualificações académicas: um Bachalerato
em Belas Artes (Artes Plásticas) na Universidade
de Curtin, em 1991; uma Licenciatura em
Educação na Universidade de Curtin, em 1993;
e um Bachalerato em Ciências Políticas na
Universidade de Murdoch, em 1996. Maria
está actualmente a completar o seu Grau
de Doutoramento na Universidade de Curtin,
Austrália.
Entre 1996 e 2000, Maria trabalhou na Austrália
Ocidental como professora de artes em escolas
secundárias, como artista visual e como
conselheira cultural em várias instituições e
organizações de arte e cultura. Maria regressou
à Timor Leste entre 2000-2004 para cooperar
na recuperação, reconstrução e desenvolvimento
da mais jovem nação do mundo.
Até hoje, Maria fez já mais de 15 exposições a
solo ou em grupo dos seus trabalhos, incluindo
pintura, escultura, desenho, colagem e peças
de instalações, na Austrália, em Portugal e em
Timor-Leste. A sua maior preocupação como
artista, professor e assessor cultural é tansmitir
a cultura e as tradições de Timor-Leste a outras
sociedades – e vice-versa. Acredita fortemente
que a arte e cultura são o espírito e a alma de
um povo ... pois a arte é o testamento próprio
da cultura de um povo.
Maria Madeira was born in the village of Gleno
in the Ermera region of Timor-Leste. She was
evacuated from Timor by the Portuguese Air
Force in 1976, during the Indonesian invasion,
and she immigrated to Australia with her family,
in August 1983.
Over the years, Maria has gone on to complete
three University qualifications: a B.A. Fine Arts
(Visual Arts) Degree from Curtin University, in
1991; a Graduate Diploma of Education (Major in
Art) from Curtin University; in 1993; and a B.A.
in Political Science from Murdoch University, in
1996. She is currently completing her Doctor of
Philosophy - Art at Curtin University, in Australia.
Between 1996 and 2000, Maria worked in
Western Australia as a high school art teacher,
visual artist and cultural advisor for several arts
and culture institutions and organisations. Maria
returned to Timor-Leste between 2000-2004, to
play her part in Timor-Leste’s recovery, rebuilding
and development of the world’s newest nation.
To date, Maria has held over fifteen solo or group
exhibitions of her painting, sculpture, drawings,
mixed media collages and installation pieces,
across Australia, Portugal and Timor-Leste. Her
main concern as an artist, teacher and cultural
adviser is to convey Timor-Leste’s culture and
traditions to other societies – and vice-versa.
It is her strong belief that art and culture are
the spirit and soul of a nation … because art is
a people’s culture own testimony.
PHOTO: LAO rai (traveller) – Maria madeira
75
MATT DITTON
Profesór Deseñu Jogo, Eskola Filme Universidade Griffith Coordenador de Design de Jogos, Escola
de Cinema da Universidade de Griffith Convenor Games Design, Griffith University Film School
Jogu Komputadór: Nusa hanorin programasaun, arte, design no
integrasaun no haksolok iha dalan Jogos de Computador: Como ensinar
programação, arte, design e interacção, e ter imenso gozo ao longo do
percurso Computer Games: How to teach programming, art, design and
interaction, and have a lot of fun along the way
Matt Ditton Coordenador do programa de
Design de Jogos na Escola de Cinema de Griffith.
Antes disso, Matt trabalhou uma década na
comunidade de jogos australiana, em algumas
das principais empresas de desenvolvimento no
país. Durante esse período, Matt foi Modelador,
Artista de Ambientes, Artista Técnico e
Programador. O seu trabalho actual centra-se
na forma de como usar jogos como meio de
expressão e educação. Nos últimos 12 meses,
Matt tem liderado uma equipa do projecto
“Alternator” para a ABC. “Alternator” é um jogo
sério que ensina e inspira as crianças sobre
tecnologia e mudanças climáticas. É inclusive
um jogo de corridas divertido.
Iha kultura hotu jogu iha desde uluk avo sira
nia tempu. Jogu ba komputadór mak foin hahú
iha sekulu XXI. Jogu komputadór tau hamutuk
Arte, Programasaun no Design, ho estrutura
ne’ebé relasiona ho asaun ne’ebé jogadór halo
iha mundu virtual nia laran. Jogu Komputadór
modernu sira bele fo dalan únika hodi hanorin
sistema ne’ebé kompleksu liu no problema ne’ebé
susar atu aprende husi dalan seluk. Jogu sira
ne’e fo sentidu ba informasaun no interasaun iha
buat ne’ebé haleu ita no bele sai buat haksolok.
Os jogos existem em quase todas as culturas
e são há muito conhecidos da história. Os Jogo
de Computador são uma adição do século XXI
a esta longa história. Os Jogos de Computador
são uma fusão de Arte, Programação e Design,
estruturados em torno das interacções de um
Jogador dentro de um mundo virtual. Os Jogos
de Computador modernos podem oferecer uma
forma única de ensinar sistemas incrivelmente
complexos e problemas que seriam frustrantes
de aprender de outra forma qualquer. Estes
jogos dão sentido à informação e interacções no
mundo à nossa volta, e podem ser igualmente
divertidos.
PHOTO: Tokyo Cycle paths from 955 people on Twitter
Matt Ditton nudar koordenadór husi programa
kona ba Design ba Jogu iha Eskola Filme
Griffith. Molok ne’e, Matt servisu durante tinan
sanulu iha komunidade jogu Austrália nian, iha
empreza ne’ebé boot kona ba dezenvolvimentu
jogu iha rai Austrália. Iha períodu ne’e nia sai
Modelador, Artista ba Ambiente, Artista Tékniku
no Programador. Daudaun nia servisu kona ba
nusa bele uza jogu nudar meiu ba edukasaun
no espresaun. Iha fulan 12 ba kotuk nia sai
lider ba ekipa husi projetu “Alternator” ba ABC.
“Alternator” mak jogu ida ne’ebé sériu, ne’ebé
hanorin labarik sira kona ba teknolojia no
mudansa klima no nia mós jogu korrida ne’ebé
sira bele halimar duni.
76
Matt Ditton is the Convenor of the Games Design
program at the Griffith Film School. Prior to this,
Matt worked for a decade in the Australian game
community at some of the leading development
houses in country. In that time he was an
Modeler, Environment Artist, Technical Artist
and Programmer. Matt’s current work focuses on
how to use games as a medium for expression
and education. For the last 12 months he’s been
heading a team for the ABC on their ‘Alternator’
project. ‘Alternator’ is a serious game that
teaches and inspires kids about technology and
climate change. It’s even a fun racing game at
the same time.
Games and play have existed in almost all
cultures throughout recorded history. And
Computer Games are the 21st Century addition
to this long history. The Computer Game is
a fusion of Art, Programming and Design all
structured around the interactions of a Player
within a constructed world. Modern Computer
Games can offer a unique way to teach
incredibly complex systems and problems that
would be frustrating to learn any other way.
They make sense of the data and interactions
in the world around us and they can be a lot
of fun too.
MOBILIARIU KESAK
Atividade mobiliáriu kesak, hanesan atividade
simples ne’ebé hahú iha loron 7 Jullu 2008. Iha
2009, hetan suporte husi MTCI no Sekretaria
Estadu ba Formasaun Profisionál no Empregu
hodi fo formasaun ba joven 30 iha distritu
Baucau, no iha 2010 nudar primeiru klasifikadu
ba feira nasionál iha Kampu Demokrasia, iha Dili.
O mobiliário em fibra de palmeira é uma
actividade simples que teve início no dia 7 de
Julho de 2008. Em 2009, recebeu apoio do
MTCI e da Secretaria de Estado da Formação
Profissional e Emprego para a formação de 30
jovens do distrito de Baucau. Em 2010, ficou
em primeiro lugar na Feira Nacional que foi
realizada no Campo da Democracia, em Dili.
PHOTO: Almeida ganefabra – DGC ARCHIVES
Furniture made of palm’s fiber is a simple
activity that was initiated on July 7, 2008.
In 2009, it received support from MTCI and the
State Secretariat for Professional Training and
Development, in training 30 youngsters from
the district of Baucau. In 2010, it received the
first prize in the National Fair that took place
in Democracy Field, in Dili.
77
MÓS BELE
PHOTOs: mós bele
CLUSTER HUSI KOOPERASAUN PORTUGEZA IHA TIMOR-LESTE CLUSTER DA COOPERAÇÃO PORTUGUESA
EM TIMOR-LESTE CLUSTER OF PORTUGUESE COOPERATION IN TIMOR-LESTE
INOVASAUN: Artezanatu kualifikadu ho
sertifikasaun kualidade ISO 9001 no
neutralizasaun husi karbono
INOVAÇÃO: Artesanato qualificado com
certificação de qualidade ISO 9001 e
neutralização de carbono
Programa MósBele haktuir dezafiu husi
intervensaun ne’ebé foun: “Cluster husi
Kooperasaun”, no promove, iha Maubara,
sentru ba dezxenvolvimentu rural integradu
no sustentável, ne’ebé loke dalan ba kualidade
moris nian no atu harii bein komún, liu husi
hametin astór sosiál sira, liu husi inkluzaun
sosiál, kapasitasaun no efisiénsia koletivu,
kriasaun no diversifikasaun ba rendimentu,
transformasaun no kualifikasaun husi oferta no
asesu nafatin ba merkadu ne’ebé folin. Hahú iha
15 Setembru 2009, Programa MósBele hanesan
primeiru projetu kooperasaun mundiál ne’ebé
hetan sertifikasaun kualidade ISO 9001:2008.
O Programa MósBele assume o desafio de uma
intervenção inovadora: “Cluster da Cooperação”,
promovendo, em Maubara, um polo endógeno de
desenvolvimento rural Integrado e sustentável,
indutor de qualidade de vida e de criação de
bem comum, através do fortalecimento dos
actores sociais, inclusão social, capacitação e
eficiência colectiva, criação e diversificação de
rendimento, transformação e qualificação da
oferta e acesso continuado a mercados de valor.
Desde 15 de Setembro de 2009, o Programa
MósBele é o primeiro projecto de cooperação
mundial com uma certificação de qualidade ISO
9001:2008.
Iha nivel artezanatu, prosesu produsaun,
industrializasaun, komérsiu (faan), no
promosaun husi artezanatu husi Timor-Leste
hetan avaliasaun pozitiva husi komunidade lokál
sira, husi parseiru sira no husi Governu Timor
nian, liu liu kona ba:
Ao nível do artesanato, o processo de
sistematização da produção, industrialização,
comércio e promoção do artesanato de
Timor-Leste tem sido avaliada de forma muito
positiva pelas comunidades locais, parceiros
de actividade e pelo Governo timorense,
salientando-se:
• Kapasitasaun no kualifikasaun ba artezanatu
husi feto na’in 60 husi Maubara, ne’ebé hetan
rekoñesimentu liu husi susesu husi “Produtos
MósBele”, iha Timor-Leste, Austrália no Portugal,
liu husi kriasaun no implementasaun, hamutuk
ho Ministériu Turizmu, Komérsiu no Indústria
husi Timor-Leste, husi prosesu kualifikasaun
nudar “Produtu Ofisiál Timor-Leste nian”;
• Kriasaun husi KIOSKE TIMOR / Artezanatu husi
Maubara, ne’ebé fa’an hamutuk 26.000 USD, ba
komunidade, iha tinan 2010 nia laran.
Programa MósBele hanesan primeiru programa
husi Kooperasaun Portugeza ne’e iha sistema
atu sura, halo monitorizasaun no kompensasaun
integrál husi karbono no Produtos MósBele
ne’ebé fa’an iha Kioske Timor emission neutral
certified®.
78
• A capacitação e qualificação do trabalho
de artesanato de 60 mulheres de Maubara,
reconhecido através do sucesso dos “Produtos
MósBele”, em Timor-Leste, Austrália e Portugal,
com a criação e implementação, em parceria com
o Ministério do Turismo, Comércio e Indústria
de Timor-Leste, do processo de qualificação de
“Produto Oficial de Timor-Leste”;
• A criação do KIOSKE TIMOR / Artesanato de
Maubara, com uma facturação de 26.000$00
USD, para a comunidade, durante 2010.
O Programa MósBele é o primeiro programa
da Cooperação Portuguesa com sistema de
contabilização, monitorização e compensação
integral de carbono, sendo os Produtos MósBele
comercializados no Kioske Timor emission
neutral certified®.
INNOVATION: Qualified handicrafts, with quality
certification ISO 9001 and carbon neutralization.
The MósBele Program assumes the challenge of
innovative intervention: ‘Cluster of Cooperation’,
promoting Maubara, an endogenous pole of
integrated and sustainable rural development,
inducing quality of life and the creation of
common wealth, through strengthening of social
actors, social inclusion, capacity building and
collective efficiency, creation and diversification
of income, transformation and qualification of
supply, and continuous access of value markets.
Since September 15, 2009, the MósBele Program
is the first project of cooperation in the world
obtaining a quality certificate ISO 9001:2008.
Regarding handicrafts, the process of
systematizing production, industrialization, trade
and promotion of handicrafts in Timor-Leste has
received a good evaluation by local communities,
activity partners and the Timorese Government.
It should be stressed:
• Capacitation and qualification of the handicraft
works of 60 women in Maubara, acknowledged
through the success of “MósBele products” in
Timor-Leste, Australia and Portugal, with the
creation and implementation, in a partnership
with the Minsitry of Tourism, Trade and Industry
of Timor-Leste, of the qualification process
‘Official Product of Timor-Leste’.
• Creation of KIOSKE TIMOR/Maubara handicrafts,
with a community income of USD $ 26.000
during 2010.
The MósBele Program is the first program
within the Portuguese Cooperation with an
integral system of counting, monitoring and
compensating for carbon, with the products
sold at Kioske Timor emission neutral certified®.
NALDO REI
Hakerek-na’in Escritor writer
Naldo Rei mak autór husi Resistance: A
Childhood Fighting for East Timor. Naldo Rei
iha Mestrado kona ba Artes, Komunikasaun
Internasionál, husi Universidade Macquarie iha
Sydney, iha Austrália.
Bainhira Indonézia halo invazaun ba Timor iha
Dezembru 1975, Naldo Rei iha fulan neen deit.
Depois, iha tinan tolu nia laran, nia hela deit
iha foho, iha fatin ne’ebé nia família halai tamba
seguransa. Bainhira ema oho nia aman tamba nia
servisu ba rezisténsia, Naldo tinan sai deit, tuir
servisu ba rede klandestina no hahú nia viajen
hodi luta hasoru libertasaun Timor-Leste nian.
Bainhira nia foin sae, nia tama komarka beibeik
no hetan tortura husi rejime Indonézia. Depois
tamba perigu ne’ebé nia sente, nia halai ba iha
Indonézia no tuir mai nia ba hela iha Austrália.
Agora daudaun nia hela iha Timor-Leste ne’ebé
independente no nia bele konta fali nia istória.
Nia moris hanesan prova katak la iha perigu
ne’ebé bele hamate espíritu umanu.
Naldo Rei é o autor de Resistance: A Childhood
Fighting for East Timor (Resistência: uma
Infância a Combater por Timor-Leste). Naldo Rei
possui um Mestrado em Artes, Comunicações
Internacionais, pela Universidade Macquarie em
Sydney, na Austrália.
Naldo Rei tinha apenas seis meses de idade
quando a Indonésia invadiu Timor-Leste, em
Dezembro de 1975. Passou os primeiros três
anos de vida na selva, para onde a sua família
tinha fugido por razões de segurança. Após
o assassinato do seu pai por participar no
movimento de resistência, Naldo, com nove anos
de idade, foi recrutado pela rede clandestina e
começou a sua extraordinária viagem a lutar
pela libertação de Timor-Leste. Durante a sua
adolescência, Naldo foi preso e torturado com
regularidade pela sua resistência clandestina ao
brutal regime indonésio. Eventualmente, devido
ao imenso perigo que corria na sua pátria,
escapou para a Indonésia e posteriormente para
a Austrália por vários anos. Agora a viver num
Timor-Leste independente, Naldo Rei pode contar
a sua incrível história. A sua vida é a prova de
que não existe perigo e perda capaz de esmagar
o espírito humano.
Naldo Rei is author of Resistance: A Childhood
Fighting for East Timor. Naldo Rei has a Master
of Arts in International Communications from
Macquarie University in Sydney, Australia.
Naldo Rei was just six months old when
Indonesia invaded Timor-Leste in December
1975. He spent the first three years of his
life in the jungle, where his family had fled for
safety. After his father was murdered for his
work in the resistance movement, nine-year-old
Naldo was recruited by the clandestine network
and began his own extraordinary journey
fighting for Timor-Leste’s freedom. Throughout
his teenage years, Naldo was imprisoned and
tortured regularly for his covert resistance to
the brutal Indonesian regime. Eventually, in
too much danger to remain in his homeland,
he escaped to Indonesia and then Australia
for several years. Now living in an independent
Timor-Leste, NaldoRei can tell his incredible
story. His life is proof that no amount of danger
and loss can crush the human spirit.
79
Múziku no Fotógrafu Músico e Fotógrafo Musician & Photographer
Nelson Turquel nudar baterista, perkursionista,
kantor, kompozitór no fotógrafu ne’ebé hatudu
talentu makaas. Bainhira nia hela iha Portugal,
iha tinan 8 nia laran, nia hodi nia múzika nudar
instrumentu hodi luta hasoru Indonézia, no nia
uza ne’e hodi halo promosaun ba kestaun husi
Rezisténsia Timor nian. Mesak ka hamutuk ho
Laloran Timor no Loriku nia tau hamutuk som
tradisionál sira ho múzika kontemporáneu. Sira
halo atuasaun iha Portugal, España no Alemaña,
iha fatin sira ne’ebé sira dezenvolve relasaun
pesoál no muzikál ho ema oin oin. Ho nia projetu
ida nia harii grupu peskiza kona ba som Djambé
nia ho nia kolega balu husi rai Zimbabué no
Jamaika. Nia projetu ida seluk mak mai husi nia
kolaborasaun ho komunidade sigana, iha ne’ebé
nia harii grupu peskiza ba guitarra. Nelson
estuda mós tambor iha Indonézia iha 1994 no
saxofone iha Orkestra Metropolitana husi Lisboa
iha 1999.
Nelson hela iha Díli hahú 2002, no nia
dezenvolve nia interesse ba múzika tradisionál
husi nia rai liu husi peskiza iha distritu hotu
hotu Timor-leste nian, no nia aprende nusa mak
toka instrumentu muzikál tradisionál Timor
ninia. Nelson mak baterista husi grupu Rai
Na’in, banda ne’ebé tau hamutuk jéneru muzikal
tradisionál no rock. Nelson explora múzika
ne’ebé iha valor multi-kulturál no pop-rock ho
múziku no kompozitór lokál sira iha Timor-Leste.
80
Nelson Turquel é baterista, percussionista,
cantor, compositor e um talentoso fotógrafo.
Durante a sua estadia de 8 anos em Portugal,
usou a sua música como instrumento de luta
contra a Indonésia, promovendo a causa da
Resistência Timorense. Sozinho ou acompanhado
por Laloran Timor e Loriku combinou sons
tradicionais e música contemporânea. Eles
actuaram por todo o Portugal, Espanha e
Alemanha, forjando também inúmeras relações a
nível musical e pessoal. Um dos seus projectos
criou um grupo de pesquisa de som de Djambé
com amigos do Zimbabué e Jamaica. Outro dos
seus projectos foi fruto da colaboração com
a comunidade cigana, com a formação de um
grupo de pesquisa de guitarra. Nelson estudou
tambor na Indonésia em 1994 e saxofone na
Orquestra Metropolitana de Lisboa em 1999.
Nelson reside em Díli desde 2002, onde tem
desenvolvido o interesse pela música tradicional
do seu país através do trabalho de pesquisa
por todos os distritos de Timor-Leste, enquanto
também aprende a tocar instrumentos musicais
tradicionais. Nelson é baterista na Rai Na’in,
uma banda que combina géneros musicais
tradicionais e rock. Nelson explora música de
valor multi-cultural e pop-rock com músicos e
compositores locais em Timor-Leste.
Nelson Turquelis a drummer, percussionist,
singer, composer and a talented photographer.
During the 8 years he lived in Timor, he
used his music as an instrument for fighting
against Indonesia and to promote Timorese
Resistance. Alone or with the Laloran Timor and
Lorikugroups, he combined Timorese traditional
sounds and contemporary music. They
performed all over Portugal, Spain and Germany,
forging many musical and personal relationships.
One of his projects was a Djambé sound
research group with friends from Zimbabwe and
Jamaica. Another project was a guitar research
group with the Gipsy community, creating a
guitar research group. He studied drumming in
Indonesia in 1994,and saxophone at the Lisbon
Metropolitan Orchestra, in 1999.
Nelson has been living in Díli since 2002, where
he developed an interest for the traditional
music of his country. He has done research in all
districts of Timor-Leste and he is also learning
to play traditional instruments. Heis a drummer
with the Rai Na’in band, a group that combines
traditional music with rock. Nelson explores
multi-cultural and pop-rock music with local
musicians and composers in Timor-Leste.
PHOTO: women fishing in Ataúro – NELSON TURQUEL
NELSON TUQUEL
81
Nuno Vasco Oliveira
Arkiólogu, Asesór Sekretaria Estadu Kultura nian, Timor-Leste Arqueólogo, Assessor da Secretaria
de Estado da Cultura, Timor‐Leste Archaeologist, Adviser to the State Secretary of Culture,
Timor‐Leste
Timor-Leste hanesan rejiaun ida iha Sudeste
Aziátiku tomak ne’ebé riku tebes ho pintura
sira iha fatuk lolon husi tempu bei-ala sira nian,
ne’ebé bele konta hamutuk fatin 30 resin ho
pinturas, atus ba atus, ne’ebé mak koñesidu
to’o ohin loron. Pintura iha fatuk lolon ne’e hotu
barak liu mak hola fatin iha Parke Nasionál
Nino Conis Santana, iha área Tutuala, ho tinan
maizumenus 3000 to’o 2000, maibé iha arte sira
ne’e balu mos mak bele antigu liu.
Imajen sira iha espozisaun ne’e hatudu amostra
ida husi investigasaun ne’ebé, Sue O’Connor husi
Universidade Nasionál Australia nian, hala’o besik
tinan 10 nia laran. Pintura sira iha fatuk lolon
ne’e esensiál para atu komprende oinsá entre
rejiaun Ázia, Austrália/Nova Giné nó Pasífiku
bele halo transmisaun sira nia hanoin no ideias
ba malu iha tempu ne’eba. Arte no fatin kulturál
sira ne’ebé iha Parke nia laran iha signifikadu
nasionál no internasionál ne’ebé boot no bele sai
parte husi Patrimóniu Mundial tuir klasifikasaun
UNESCO nian.
Bainhira hotu nia douturamentu iha Universidade
Nasionál Austrália nia kona ba prátika
agrikultura subsisténsia iha Timor-Leste iha
tempu pré-istória, nia mai iha Timor, no to’o
agora, nia servisu nudar asesór ba jestaun ba
patrimóniu kulturál iha Governu Timor-Leste.
82
A arte ruprestre de Timor-Leste
Timor-Leste
possui uma das mais ricas regiões com pinturas
rupestres em todo o Sudeste Asiático Insular,
com mais de 30 sítios e centenas de imagens
conhecidas até à data. A maior parte da arte
rupestre ocorre dentro do Parque Nacional Conis
Santana, na região de Tutuala, e data de há
cerca de 3000 a 2000 anos, embora alguma da
arte possa ser muito mais antiga.
As imagens em exposição representam uma
amostra de quase 10 anos de investigação,
conduzida por Sue O’Connor da Universidade
Nacional da Austrália. A arte rupestre é crucial
para compreender a colonização e difusão de
ideias entre as regiões da Ásia, da Austrália/
Nova Guiné e do Pacífico. A arte e os sítios
no Parque possuem significado nacional e
internacional e podem eventualmente ser
listados como Património Mundial da UNESCO.
Após terminar o seu doutoramento na
Universidade Nacional da Austrália sobre
prácticas de agricultura de subsistência
em Timor-Leste durante a pré-história, tem
trabalhado como assessor para a gestão do
património cultural com o Governo de TimorLeste, uma posição que actualmente ocupa.
Timor-Leste contains one of the richest regions
of painted rock art in Island Southeast Asia,
with more than 30 sites and hundreds of
images known to date. Most of the rock art
occurs within the Nino Conis Santana National
Park, in the Tutuala region, and probably dates
from ca. 3000 to 2000 years ago, although
some of the art may be much older.
The images displayed are a sample of nearly
10 years of investigation conducted by Sue
O’Connor of the Australian National University.
The rock art is critical for understanding the
colonization and spread of ideas between Asia,
Australia/New Guinea and the Pacific regions.
The art and sites in the Park are of national and
international significance and could eventually be
listed as UNESCO World Heritage.
Since finishing his post-graduate studies at ANU
looking at subsistence agricultural practices in
Timor-Leste during pre-historic times, in May
2008, Nuno has been acting as an adviser for
cultural heritage management with the Timorese
Government, a position he currently helds.
OTAS NURAK MOTAEL
korál coral choir
O grupo coral Otas Nurak Motael, criado em
1998, foi fundado por jovens que, na altura,
tinha grande vontade de desenvolver a música
cultural de Timor. Durante muitos anos, os
timorenses quase esqueceram a música
tradicional. Devido às mudanças tecnológicas,
muitos jovens esqueceram a sua própria cultura.
É com esse pensamento que o grupo coral Otas
Nurak Motael tem desenvolvido música em
Timor-Leste.
The choir group of Otas Nurak Motael, born in
1998,was founded by youngsters, at that time
with a strong will to develop cultural music
of Timor. For many years, Timorese people
had almost forgotten traditional music. Due
to technological change, a lot of young people
have forgotten their own culture. It is with such
though that the choir group Otas Nurak Motael
has been developing music in Timor-Leste.
PHOTOs: Hand stencil – Sue O’connor, ANU ARCHIVES
Grupu koru Otas Nurak Motael, harii iha tinan
1998 husi jovem ne’ebé iha kbiit makás atu
desenvolve múzika kultura Timor nian. Tan
durante tinan barak ona, ema Timor rasik barak
mak atu haluha múzika tradisionál. Ho mudansa
teknolojia, juventude barak mak haluha ona ninia
kultura rasik. Ho hanoin ida ne’e mak grupu koru
Otas Nurak Motael ho kbiit makás desenvolve
múzika iha Timor-Leste.
83
PAT HOFFIE
Diretór, SECAP (Ambiente Sustentável no Kultura, Ázia Pasífiku), QCA, Universidade Griffith
Directora, SECAP (Cultura e Ambiente Sustentável, Ásia e Pacífico), QCA, Universidade de Griffith
Director, SECAP (Sustainable Environment and Culture, Asia-Pacific), QCA, Griffith University
Pat Hoffle nudar Artista Vizuál ida ne’ebé servisu
barak liu iha rejiaun Ázia Pásifiku iha dekada
tolu liuba. Durante ne’e, ninia serie ho títulu
Fully Exploited Labour, haree ba tema oin oin
inklui oinsa kultura vizuál iha valór, iha kestaun
kona ba justisa sosiál no direitu umanu, no
entendimentu lian ne’ebé la loos entre kultura
sira. Nia servisu iha media oin oin no ninia
servisu inklui mós iha kolesaun públika sira no
iha espozisaun kona ba Arte kontemporáneu iha
Austrália no iha rai seluk.
Ninia projetu prinsipál involve kolaborasaun
internasionál ho artista sira husi rejiaun ásia
pásifiku no inklui projetu peskiza hanesan (ho
Carolina Turner) Art and Human Rights, QPACifika,
The Peel Island Artists’ Residences, no Planet
Ueno (Tóquio/Brisbane). Projetu kolaborasaun
sira seluk molok ne’e foku ba aspetu hirak ne’ebé
mai hosi istória lokál; buat hirak ne’e hotu inklui
mós projetu BABEL projekt iha Woodford Folk
Festival husi 2010/11, WindWells: channelling
+ divining iha Galeria husi Biblioteka Estatal
Queensland nian, iha 2010, no Troopdrill iha
Forte Lytton, Queensland, iha Novembru 2009.
Ninia monografia Fully Exploited Labour (ed. Sally
Butler), hetan publikasaun husi Galeria Arte husi
Universidade Queensland nian, iha 2008.
Nia fo kontribuisaun regular ba revista no
jornál sira no nia daudaun mak Profesór no
Diretór husi grupu peskiza SECAP (Ambiente
Sustentável liu husi Kultura, Ázia no Pasífiku),
iha Koléjiu Arte Queensland nia. Nia Prezidente
ba Komunikasaun sira husi UNESCO Orbicom iha
Universidade Griffith.
Pat Hoffie é uma artista gráfica que tem
trabalhado extensamente nas regiões da
Ásia e do Pacífico nas últimas três décadas.
Durante esse tempo, as suas séries intituladas
Fully Exploited Labour explorou um conjunto
de temas, incluindo a forma como cultura
visual é valorizada, assuntos relacionados com
justiça social e direitos humanos, bem como
desentendimentos linguísticos entre culturas.
Pat trabalha com diversos suportes de media
e o seu trabalho foi já incluído em diversas
colecções públicas e exposições de arte
australiana contemporânea, na Austrália
e no estrangeiro.
Os seus projectos como curadora envolveram
colaborações internacionais com artistas das
regiões da Ásia e do Pacíficoe incluem um
conjunto de projectos de investigação, tais como
(com Caroline Turner) Art and Human Rights,
QPACifika, The Peel Island Artists’ Residences,
e PlanetUeno (Tóquio/Brisbane). Outros
projectos recentes em colaboração centram-se
em aspectos da história local; estes incluem
BABEL projekt no Woodford Folk Festival de
2010/11, WindWells: channelling + divining na
Galeria da Biblioteca Estatal de Queensland, em
2010, e Troop drill no Forte Lytton, Queensland,
em Novembro de 2009. Uma monografia do
seu trabalho, Fully Exploited Labour (ed. Sally
Butler), foi publicada pela Galeria de Arte da
Universidade de Queensland, em 2008.
Pat contribui regularmente para revistas e
jornais e é actualmente Professora e Directora
do grupo de pesquisa aplicada SECAP (Ambiente
Sustentável através da Cultura, Ásia e Pacífico),
no Colégio de Arte de Queensland. É Presidente
de Comunicações da UNESCO Orbicom na
Universidade de Griffith.
PHOTO: windwells#4 – PAT HOffie
Uza Ema ba Halo Servisu Barak Completa Exploração Laboral
Fully Exploited Labour
Pat Hoffie is a visual artist who has worked
extensively in the Asia-Pacific region for the
past three decades. During this time, her series
titled Fully Exploited Labour has explored a
number of themes including the way visual
culture is valued, issues concerning social
justice and human rights, and cross-cultural
mistranslations. She works in a range of media
and her work has been included in a number
of public collections and survey exhibitions
of contemporary Australian art in Australia
and overseas.
Her curatorial projects have involved
international collaborations with artists from
the Asia-Pacific region and include a number of
research projects including (with Caroline Turner)
Art and Human Rights, QPACifika, The Peel Island
Artists’ Residencies, and Planet Ueno (Tokyo/
Brisbane). Other recent collaborative projects
focus on aspects of local history; these include
BABEL projekt at the 2010/11 Woodford Folk
Festival, WindWells: channelling + divining at
the State Library of Queensland Gallery in 2010,
and Troop drill at Queensland’s Fort Lytton in
November 2009. A monograph on her work,
Fully Exploited Labour (ed. Sally Butler), was
published by the University of Queensland Art
Gallery in 2008.
She is a regular contributor to journals,
magazines and newspapers and is currently a
Professor and Director of the research focus
group SECAP (Sustainable Environment through
Culture, Asia Pacific) at Queensland College of
Art. She currently holds the UNESCO Orbicom
Chair in Communications at Griffith University.
84
PAT LAUGHREN
Profesór asistente Eskola Filme Universidade Griffith Professor Assistente na Escola de Cinema
da Universidade Griffith Associate Professor Griffith University Film School
Pat Laughren nudar Profesór asistente ida iha
Eskola Filme Griffith, Koléjiu Arte Queensland,
Universidade Griffith iha ne’ebé nia hanorin
kona ba produsaun dokumentáriu no
hakerek argumentu. Saida mak nia halo inklui
dokumentáriu kona ba istória Red Ted and The
Great Depression, The Legend of Fred Paterson,
The Fair Go: Winning the 1967 Referendum no
Stories from the Split.
Pat Laughren é Professor Associado na Escola
de Cinema de Griffith, Colégio de Arte de
Queensland, Universidade de Griffith, onde
lecciona produção de documentários e guiões,
e dirige o programa de pós-graduação. Os seus
créditos incluem os documentários históricos
Red Ted and The Great Depression, The Legend
of Fred Paterson, The Fair Go: Winning the 1967
Referendum e Stories from the Split.
Pat komesa ninia karreira nudar ko-diretór ba
Exist, filme kiik ida ne’ebé halo iha Novembru 11,
1975, bainhira Gough Whitlam sai. Nia mós uluk
nudar editór ba dokumentáriu Ngukurr: Weya
Wi Na, The Road: Voices From Prison, no Munda
Nyringu. Pat manán prémiu konsellu peskiza
Austrália ninian ba Visual/Written History
Project’ no Stories from the Split: Memories,
Confessions and Evaluations of a Political
Struggle.
Pat iniciou a sua carreira com a co-direcção
de Exits, uma curta-metragem de cariz
experimental, a 11 de Novembro de 1975,
no dia da demissão de Gough Whitlam.
Foi também o editor dos documentários
Ngukurr: Weya Wi Na, The Road: Voices From
Prison, e Munda Nyringu. Pat recebeu bolsas
do Conselho de Investigação Australiano (ARC)
para os trabalhos Visual/Written History Project
e Stories from the Split: Memories, Confessions
and Evaluations of a Political Struggle.
Ho apoiu husi ARC, no iha kolaborasaun ho Filme
Nasionál no arkivu Son, nia produz kompilasaun
tolu kona ba istória Queensland ninian:
Queensland’s First Films 1895-1910: Surprising
Survivals from Colonial Queensland, Queensland’s
Silent Films: the Newsreel Years 1910-1930 e
Queensland Films 1930-1960: from Talkies to
Television. Nia mos ko-autór husi Australian
Documentary: History, Practices and Genres
ne’ebé publika husi Editora husi Universidade
husi Cambridge, iha 2011
Com o apoio da ARC, e em colaboração com o
Arquivo Nacional de Filme e Som, produziu três
compilações narradas em busca da história do
cinema em Queensland: Queensland’s First Films
1895-1910: Surprising Survivals from Colonial
Queensland, Queensland’s Silent Films: the
Newsreel Years 1910-1930 e Queensland Films
1930-1960: from Talkies to Television.
Pat é co-autor do Australian Documentary:
History, Practices and Genres, publicado pela
Editora da Universidade de Cambridge, em 2011.
PHOTO: the fair go (film still) – PAT laughren
Arte, Indústria no Kultura: Eskola Filme Griffith Arte, Indústria e
Cultura: a Escola de Cinema de Griffith Art, Industry and Culture:
Griffith Film School
Pat Laughren is an Associate Professor at
the Griffith Film School, Queensland College
of Art, Griffith University where he teaches
documentary production and scriptwriting,
and convenes the postgraduate program.
His credits include the historical documentaries
Red Ted and The Great Depression, The Legend
of Fred Paterson, The Fair Go: Winning the 1967
Referendum and Stories from the Split.
Pat began his career by co-directing Exits an
experimental short feature set on November
11, 1975, the day of Gough Whitlam’s dismissal.
He was also the editor of the documentaries
Ngukurr: Weya Wi Na, The Road: Voices From
Prison, and Munda Nyringu. Pat was awarded
Australian Research Council grants for the
Visual/Written History Project and Stories from
the Split: Memories, Confessions and Evaluations
of a Political Struggle.
With the support of the ARC, and in collaboration
with the National Film and Sound Archive, he has
produced three narrated compilations tracing
Queensland’s film history: Queensland’s First
Films 1895-1910: Surprising Survivals from
Colonial Queensland, Queensland’s Silent Films:
the Newsreel Years 1910-1930 and Queensland
Films 1930-1960: from Talkies to Television.
Pat is the co-author of Australian Documentary:
History, Practices and Genres published by
Cambridge University Press in 2011.
85
PETRA PEROLINI
Profesór ba Design Interiór, QCA, Universidade Griffith Docente Design de Interiores,
QCA, Griffith University Lecturer Interior Design, QCA, Universidade Griffith
Projektu Estudante: Timor-Leste Projecto de Estudantes: Timor-Leste
Student Project: Timor-Leste
Petra é docente em Design de Interiores no
Colégio de Arte de Queensland, na Universidade
de Griffith. Petra possui um bacharelato em
Arquitectura de Interiores completado na
Suíça, e um bacharelato em Artes Visuais
(Design de Interiores) do Colégio de Arte de
Queensland. Possui igualmente um mestrado
em Planeamento Urbano e Regional pela
Universidade de Queensland. As suas áreas
de instrução estão todas ligadas aos anos
de ensino de Design de Interiores e Designs
Futuros. Lecciona cursos sobre trabalho em
estúdio, perícia e teoria. A investigação centrase em pedagogia do design e novas prácticas,
incluindo design interdisciplinar, com o objectivo
de desenvolver a teoria do design para além das
prácticas actuais. Petra faz também parte do
Conselho Educacional do DIA de Queensland.
Petra is a lecturer in Interior Design and a studio
course convenor at the Queensland College of
Art, Griffith University. Petra has a Bachelor
Degree in Interior Architecture from Switzerland,
and a Bachelor Degree in Visual Arts (Interior
Design) from the Queensland College of Art; she
also has a Masters Degree of Urban and Regional
Planning from the University of Queensland.
Petra´s teaching areas are all in year levels of
Interior Design and Design Futures. She teaches
studio, skill and theory based courses. Petra’s
research focuses on design pedagogy and new
practice, encompassing interdisciplinary design
to push design thinking beyond current practice.
Petra is also on the Educational Council of the
DIA Queensland.
PHOTO: student project: timor-leste
Petra nudar profesór ba Design ba Interiór iha
Koléjiu Arte Queensland, universidade Griffith.
Petra simu ona lisensiatura iha área Arkitektura
ba Interiór husi Nova Zelándia, no Lisensiatura
ida ba arte Plástika (Design ba Interior)
husi Koléjiu Arte Queensland. Nia hetan mós
mestradu iha Planeamentu Urbanu no Rejionál
husi Universidade Queensland. Petra ninia área
hanorin iha relasaun ba nível hotu husi Design
ba Interiór no Design Futuru. Nia hanorin kursu
kona ba halo servisu iha estudiu, kona ba
matenek perisia no teoria. Petra ninia peskiza
foku liu ba pedagojia ba design no prátika foun,
inklui mós dezeñu inter-dixiplinár atu dezenvolve
teoria husi design liu husi prátika baibain.
Petra mós túr iha Konsellu Edukasionál ba
DIA Queensland ninian.
86
PHILIP YAMPOLSKY
Diretór, Centro Robert E. Brown kona ba Múzika Mundu nia, Universidade husi Illinois, UrbanaChampaign / Editór, Série Múzika husi Indonézia, Smithsonian Folkways Recordings Director,
Centro Robert E. Brown para a Música do Mundo, Universidade de Illinois, Urbana-Champaign /
Editor, Série Música da Indonésia, Smithsonian Folkways Recordings Director, Robert E. Brown
Center for World Music, University of Illinois at Urbana-Champaign / Editor, Music of Indonesia
series, Smithsonian Folkways Recordings
Múzika Tradisionál iha Timor, Este no Oeste Música Tradicional em Timor,
Este e Oeste Traditional music in Timor, East and West
Maski iha fronteira internasionál iha klaran,
Timor hanesan illa tomak, no múzika tradisionál
husi sorin rua iha buat balu ne’ebé hanesan.
Múzika hotu mai husi família muzikál ida
deit. Rejiaun tomak, husi Flores to’o Timor iha
diferensa muzikál maka’as husi komunidade ida
ba komunidade sorin. Aprezentasaun ne’e sei
hatudu karaterístika ne’ebé prinsipál husi múzika
tradisionál Timor-Leste nian, ho atensaun ba
diversidade interna no ba ligasaun muzikál ba
illa iha Oeste no iha Norte
Philip Yampolsky nudar muzikólogu ne’ebé
espesialista ba múzika husi Indonézia no husi
Áfrika Osidentál. Durante tinan 10 hahú iha
1990 nia halo rekolla no análize ba Múzika husi
Indonézia, peskiza ne’ebé halo gravasaun ba CD
20 ne’ebé hetan publikasaun husi Smithsonian
Folkways Recordings. Série ne’e kompostu
husi gravasaun ba m,úzika orijinál sira. Agora
daudaun nia halo planu hodi halo peskiza
hanesan iha Timor-Leste. Bainhira hotu peskiza
ba série indonézia ne’e, husi 2000 to’o 2006 nia
servisu nudar Diretór husi Programa ba Artes
no Kultura husi Fundasaun Ford iha Jakarta,
no nia projetu ne’ebé importante liu mak nia
servisu hamutuk ho edukadór lokál sira hodi
halo dezenvolvimentu ba kurikulu no testu apoiu
ne’ebé bazeia ba Indonézia (la’ós ba Europa),
ne’ebé husi nia gravasaun husi Smithsonian.
Hahú iha 2007, nia Diretór ba Sentru Robert E.
Brown ba Múzika Mundu, iha Eskola Múzika husi
Universidade Illinois, iha Urbana-Champaign. Nia
sei ativu kona ba investigasaun no gravasaun
sira, no nia foin daudaun hakerek artigu ne’ebé
importante kona ba kroncong (múzika popular
indonézia nia) no kona ba indústria gravasaun
iha Indonézia molok Funu Mundial Daruak,
hamutuk ho CD foun ida ho gravasaun kona
ba rejiaun Biboki, Iha Timor Osidentál.
Apesar da fronteira internacional que percorre
o centro, Timor é uma ilha, e há fortes
semelhanças básicas entre a música tradicional
do Timor indonésio e de Timor-Leste. É tudo
uma família musical. Por outro lado, a um nível
mais detalhado, a região inteira das Flores a
Timor é caracterizada por diferenças musicais
impressionantes de uma comunidade à próxima.
Esta apresentação irá apresentar as principais
características da música tradicional de Timor,
com atenção dada à sua diversidade interna e às
suas ligações musicais a ilhas a oeste e a norte.
Despite the international border running down
the middle, Timor is one island, and there are
strong basic similarities between the traditional
music of Indonesian Timor and Timor-Leste.
It’s all one musical family. On the other hand,
at a more detailed level, the entire region from
Flores to Timor is characterized by striking
musical differences from one community to the
next. This talk will lay out the main features of
traditional music in Timor, with attention to its
internal diversity and its musical links to islands
to the west and northeast.
Philip Yampolsky é um musicólogo especializado
na música da Indonésia e da África Ocidental.
Passou toda a década de 90 recolhendo e
anotando Música da Indonésia, uma pesquisa
gravada de música indonésia em 20 CDs,
publicada pela Smithsonian Folkways Recordings.
A série consiste quase totalmente em gravações
de campo originais. Uma pesquisa semelhante
da música de Timor-Leste está agora em fase de
planeamento. Após completar a série indonésia,
Yampolsky trabalhou de 2000 a 2006 como
Director de Programa de Artes e Cultura no
escritório de Jakarta da Fundação Ford, onde
o seu projecto mais importante foi trabalhar
com educadores locais para desenvolver um
currículo e textos de apoio centrados nas artes
da Indonésia (em vez da Europa), assente em
parte nas suas gravações da Smithsonian. Desde
2007, tem dirigido o Centro Robert E. Brown
para a Música do Mundo, na Escola de Música da
Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign.
Mantém-se activo em termos de investigação
e gravações, tendo recentemente completado
artigos substanciais sobre o kroncong (uma
música popular indonésia) e a indústria de
gravações na Indonésia antes da Segunda
Guerra Mundial, juntamente com um novo CD
de gravações de campo sobre a região de Biboki,
no Timor indonésio.
Philip Yampolsky is a musicologist specializing
in the music of Indonesia and West Africa.
He spent the entire decade of the 1990s
assembling and annotating Music of Indonesia,
a 20-CD recorded survey of Indonesian music,
published by Smithsonian Folkways Recordings.
The series consists almost entirely of original
field recordings. A similar survey of music in
Timor-Leste is now in the planning stages.
After finishing the Indonesia series, Yampolsky
worked from 2000 to 2006 as Program Officer
in Arts and Culture in the Jakarta office of the
Ford Foundation, where his most important
project was to work with local educators to
develop a curriculum and textbooks focusing
on Indonesian (rather than European) arts,
drawing in part on his Smithsonian recordings.
Since 2007 he has directed the Robert E. Brown
Center for World Music in the School of Music of
the University of Illinois at Urbana-Champaign.
He remains active in research and recording and
has recently completed substantial articles on
kroncong (an Indonesian popular music) and
the recording industry in Indonesia before World
War Two, along with a new CD of field recordings
from the Biboki region of Indonesian Timor.
87
PHOTO: Project Morrinho
PROJETO MORRINHO
Arkitektura hosi servisu Arte Sosiál Arquitetura de uma obra
de arte social Architecture of a social art work
Diretór husi 52a Bienal husi
Veneza, Robert Storr halo
deskrisaun ida ba Projetu
Morrinho nudar “modelu autodeterminasaun, ezemplu hosi
eskultura sosiál. Eskultura ida
kona ba diresaun ba moris autór
ida idak nian ne’ebé boot liu fali
servisu ida nia sorin balu”.
Buat ne’e foti sai husi testu ne’ebé públika tiha
ona iha Bienal Veneza nia katálogu, hahú loloos
hikas fali saida mak sai hanesan objetivu hosi
projetu morrinho ninia ne’e iha tiha ona wainhira
hahú halo ninia kriasaun no valór ne’ebé mak
servisu ne’e realiza liu husi ninia partisipasaun
iha espozisaun nasionál no internasionál.
Hahú kedas husi 2001, waihira espozisaun
ba daruak hala’o iha Espozisaun internasionál
Arkitektura Rio , liu tan ba espozisaun hirak
foin lalais ne’e; Londres (2010), Áustria (2008)
no Veneza (2007), Morrinho nia estétika adapta
ona ninia an ba ambiente no estrutura hirak
ne’ebé diferente, hatama objetu no íkone hosi
fatin ne’ebé fó karaterístika santu ninia iha
ne’ebé buat ne’e mosu husi, kria signifikadu
foun ba fatin hirak ne’e. Prosesu servisu
kolaborasaun hirak ne’ebé mak iha inklui
preparasaun hosi tijolu ba instalasaun arte
uma. Konstrusaun Morrinho mós aprezenta
transformasaun ba kontinuasaun iha moris ba
kriadór sira nia an rasik, ida ne’ebé mak sei
hela iha favela fatin ne’ebé mak sira boot ba.
Arkitektura anárkiku Favela ninian fó inspirasaun
beibeik ba sira. Situasaun ekonomia informál
relasiona liu ho kondisaun servisu nian, ne’e
sai hanesan parte realidade komunidade ninia
hodi hetan lukru ne’ebé ki’ik tebes, ida ne’e atu
oinsá mós hanesan ho arte vizuál no merkado
audiuvizuál, kondisaun sosiál ne’ebé fó dalan
ba Morrinho hodi moris nudar grupu ida ho
aspirasaun atu troka hahalok sosiál ninian, buka
étiku ne’ebé diferente no presepsaun ne’ebé
furak tuir Favela husi Rio de Janeiro.
88
O curador da 52a Bienal de
Veneza, Robert Storr, descreveu
o Morrinho em 2007 como
“um paradigma de autodeterminação, um exemplo
de escultura social. Uma
escultura na qual as vidas
re-direccionadas de seus
autores são mais de metade
do trabalho”.
Este extracto do texto publicado no catálogo
da Bienal de Veneza, resume de forma precisa
o objectivo do Projecto Morrinho desde a sua
origem, e é também esclarecedor sobre o valor
que a obra tem conquistador nas suas diversas
exposições coletivas, nacionais e internacionais.
Desde 2001, quando teve lugar a sua
primeira exposição na Mostra Internacional Rio
Arquitetura, até às exposições mais recentes,
emLondres (2010) e Viena (2008), a estética
do Morrinho adaptou-se a diversas condições
espaciais e estruturais, incorporando objectos
e ícones do quotidiano dos lugares por onde
passa, criando novos sentidos para estes
espaços. Incluindo um processo colaborativo de
trabalho, na preparação dos tijolos e pintura
das casas para a instalação, a reconstrução
do Morrinho representa também uma eterna
transformação na vida dos seus criadores,
que ainda vivem numa favela carioca, e cuja
arquitetura anárquica os inspirou. A economia
informal do mercado de trabalho que perpassa
por toda a comunidade de baixo rendimento, é
de certa maneira similar ao mercado das artes
visuais, condições sociais que permitem que
o Morrinho sobreviva como um coletivo com
aspirações para mudanças sociais, procurando
uma outra percepção ética e estética sobre as
favelas cariocas.
The 52nd Venice Biennale’s
curator, Robert Storr, described
Morrinho as ‘a paradigm of selfdetermination, an example of a
social sculpture. A sculpture in
which the redirected lives of its
authors are more than half of
the work’.
This extract from a text published in the Venice
Biennale’s catalogue, resumes precisely what the
objective of the Project Morrinho has been since
its creation, and the value that the work has
achieved through its participation in national and
international collective exhibitions.
Since 2001, when the first exhibition took place
in the International Rio Architecture Exhibit,
to more recent exhibitions – London (2010),
Austria (2008) and Venice (2007) – Morrinho’s
aesthetics has adapted itself to different spatial
and structural conditions, incorporating objects
and icons of the places where it exhibits, and
thus creating new meanings for these places.
Involving a collaborative working process in the
preparation of bricks and painting of the houses
for instalations, the reconstruction of Morrinho
also represents an ongoing transformation in
the lives of its creators, who still live in the
favela they grew up in, and whose anarchic
architecture inspired. The informal market
economy that is part of every low-income
community’s reality is somehow similar to the
visual arts market. Such social conditions allow
Morrinho to survive as a collective group that
aspires for social changes, seeking another
ethical and aesthetical perception for Rio de
Janeiro’s favelas.
Prosesu Kriativu TV Morrinho nian
O processo criativo da TV Morrinho
TV Morrinho’s creative process
Iha 2001, bainhira sira filma dokumentáriu kona
ba Morrinho iha komunidade Pereira da Silva,
kriadór ne’e sai interesadu iha kriasaun filme;
husi ne’ebá, mosu ideia atu dezenvolve inisiativa
ida atu promove formasaun ba sira hodi
dezenvolve sira nia matenek.
Em 2001, durante a gravação de um
documentário sobre o Morrinho na comunidade
Pereira da Silva, os seus criadores interessaramse pela filmagem, surgindo a ideia de
desenvolver uma iniciativa que proporcionasse
formação nessa actividade.
In 2001, during a documentary shooting on
Morrinho in the Pereira da Silva community,
its creators became interested in filming; from
there, came the idea to develop an initiative
to promote training in that area.
Produsaun audiuvizual TV Morrinho aprezenta, ho
dalan loloos ida, kontinuasaun ba dokumentáriu
ne’ebé hahú no halo ona iha 2001, no tinan hitu
tuir mai ne’e prontu ona atu hatudu. Artista nia
moris loroloron no sira nia moris hale’u ne’ebé
mosu iha produsaun video hotu hotu halo husi
sira rasik; husi animasaun kona ba rai seluk/
li’ur dokumentáriu kona ba komunidade, hanesan
mós iha video Troca de Olhares produsaun
husi Vídeo nas Aldeias, iha 2009; to’o ba video
múzika ho naran Nomes de Favelas ne’ebé
filma iha kampu desportu no iha estrada iha
komunidade nian laran, fatin sira ne’ebé agora la
hanesan ona. Prosesu konstrusaun ba Morrinho
no mudansa ne’ebé halo ona grava tiha ona iha
filme badak hanesan Inauguração da TV Morrinho
ne’ebé grava iha 2002 no abertura iha sekuénsia
animasaun ne’ebé mai hosi filme badak Morrinho,
a história (2007).
Esta produção audiovisual da TV Morrinho
representa, de uma certa maneira, uma
continuação do documentário, iniciado em
2001 e finalizado 7 anos depois. O quotidiano
dos artistas do Morrinho e da sua comunidade
são temas recorrentes em tudo o que é
produzido em vídeo, desde uma animação
feita com bonecos de Lego até documentários
de estrangeiros sobre a comunidade, como o
vídeo Troca de Olhares, produzido pelo Vídeo
nas Aldeias, em 2009. Um tele-disco produzido
em 2007/2008, Nomes de Favelas, utiliza
como localização o campo de desporto e a
rua em frente ao ultimo barraco de madeira
da comunidade, dois locais já totalmente
modificados actualmente. O próprio processo
de construção do Morrinho, e suas modificações
são registados em curtas como Inauguração
da TV Morrinho, gravado em 2002, e a abertura
em animação da média-metragem Morrinho,
a história (2007).
Filme badak ne’ebé prodús ba Nickelodeon kria
atu atende ba nesesidade espesífika ne’ebé
iha: kriasaun ba filme animasaun ba labarik no
foin sa’e sira. Maski sira iha garantia kona ba
transmisaun ba filme sira ne’e iha televizaun
tamba sira ladún iha orsamentu atu halo ida
ne’e, liu liu epizódiu Acadêmicos do Morrinho no
O Saci no Morrinho, obriga sira atu “sai kriativu
liu no uza prosesu asosiativu ba invensaun
iha ne’ebé imajinasaun sai importante liu duke
orsamentu” (termu ne’ebé mai husi sineasta
Jairo Ferreira).
As curtas produzidas para a Nickelodeon
foram criadas a partir de uma necessidade
específica: a criação de animações para crianças
e adolescentes. Apesar de ter garantida a sua
veiculaçã ona TV, a ausência de orçamento para
a realização destas curtas, que incluem os dois
episódios de Acadêmicos do Morrinho e O Saci
no Morrinho, acabou estimulando “um processo
criativo de invenção, onde a imaginação era
mais importante que o orçamento” (usando
emprestado o termo do crítico e cineasta
Jairo Ferreira).
In a certain way, this TV Morrinho’s audio-visual
production representsa continuation of the
documentary that was initiated in 2001, and
finished seven years later. The everyday lives
of Morrinho’s artists and its community are
recurrent in all that is produced in video; from a
Lego animation to foreign documentaries about
the community, such as the video Troca de
Olhares (Exchanging Points of View) produced
by the project Vídeo nas Aldeias (Video in the
Villages) in 2009; to the music video Nomes
de Favelas (Favela Names) shot at the sports
court and the street across the last wooden
community shack, two places completely
modified today. Morrinho’s own construction
process and its changes are recorded in short
films such as Inauguração da TV Morrinho’
(TV Morrinho’s Opening) shot in 2002 and the
opening of the documentary animation Morrinho,
a história (Morrinho, the story) in 2007.
The short films produced for Nickelodeon were
created from a specific need: the production
of animated videos for children and teenagers.
With the broadcasting on TV assured, but
with the lack of budget to produce the videos,
‘an inventive creative process took place
where imagination was more important than
the budget’ (borrowing the term used by the
filmmaker and critic Jairo Ferreira).
89
Rafael Guimarães, Custódio Guimarães
NO António Pacheco
Pintura sira iha fatuk lolon ihaTutuala A Arte Rupestre de Tutuala
The Rock Art of Tutuala
Tutuala apresenta muitas grutas e abrigos sob
rocha com pinturas rupestres. Estas são parte
integrante de práticas contemporâneas, e não
apenas património cultural estático. Através
de consultas adequadas com as comunidades
e uma boa gestão, a arte rupestre poderá ser
utilizada para ajudar à criação de economias
sustentáveis em turismo cultural.
Rafael Guimarães, Custódio Guimarães no
António Pacheco hanesan parte husi komunidade
ne’ebé responsavel ba fatin ne’ebé arte rupestre
iha. Iha aprezentasaun ida ne’e sira sei ko’alia
kona ba importánsia husi fatin sira ne’e ba moris
loroloron nian husi komunidade ne’ebé hela
iha ne’eba.
Rafael Guimarães, Custódio Guimarães e António
Pacheco fazem parte de uma das comunidades
responsável por muitos sítios com arte rupestre.
Nesta apresentação, farão uma breve exposição
sobre a importância de tais sítios para o dia-adia das comunidades a quem pertencem.
Tutuala has many caves and rock shelters
with rock paintings. They are an integral part
of contemporary practice, not just static
cultural heritage. With appropriate community
consultation and good management, the rock
art could be used to assist with the creation
of sustainable economies in cultural tourism.
Rafael Guimarães, Custódio Guimarães and
António Pacheco are part of one of the
communities responsible for many sites with
rock art. In this paper, they will briefly introduce
the importance of such sites for the daily lives
of the communities they belong to.
PHOTOs: Sue O’connor, ANU ARCHIVES
Tutuala iha fatuk kuak no fatuk lolon barak ho
pinturas. Pinturas ne’e parte ida ba hahalok
ka prátika ohin loron nian, la’ós deit riku soin
kultura ne’ebé estátiku. Liu husi konsulta ne’ebé
di’ak ho komunidade sira no hatuur jestaun ida
ne’ebé di’ak, pintura sira iha fatuk lolon ne’e bele
ajuda hodi kria ekonomia ida ne’ebé sustentável
liu husi turizmu kulturál.
90
91
RICK SHEARMAN
Profesór Design, komunikasaun vizuál no Tipografia, QCA, University Griffith Docente em Design
de Comunicação Visual e Tipografia, QCA, Universidade Griffith Lecturer Visual Communication
Design and Typography, QCA, Griffith University
Modelu Kultura Cultura de Marca Branding Culture
Desde hetan graduasaun husi Koléjiu Arte
Queensland ho lisensiatura kona ba Arte Vizuál
(Dezeñu Gráfiku) iha 1997, Rick hetan konsulta
no kontratu dala barak tiha ona hosi marka
ne’ebé importante iha mundu no estudiu ho
nível internasionál. Dadauk ne’e nia servisu hela
iha ninia rain Austrália, iha Áustria, Kostarrika,
Dinamarka, Alemaña no Itália. Nia mós servisu
iha rai dook kona ba projetu ida iha Arjentina,
Méxiku, Reinu Naklibur/UK(United Kingdom),
no EUA. Nia nudar ema ne’ebé simu bolsa
estudu atu ba iha fábrika - sentru peskiza husi
benetton kona ba komunikasaun no design iha
Treviso, Itália, iha ne’ebé nia servisu hamutuk
ho Oliviero Toscani, ne’ebé hanesan mentor
importante ba área ne’e.
Desde 2005, faz parte do grupo de docentes
do Colégio de Arte de Queensland, onde lecciona
em Design de Comunicação Visual e Tipografia,
ensinado estes cursos também na Universidade
Chinesa de Hong Kong, na China. Para além das
suas actividades como docente, tem também
estúdio próprio e é Director Criativo no Range
Creative Studio, especializando-se na criação e
gestão de marcas.
Since graduating from the Queensland College
of Art with a Bachelor of Visual Arts (Graphic
Design) in 1997, Rick has consulted and
contracted to many of the world’s leading
brands and studios internationally, having
worked in his native Australia, Austria, Costa
Rica, Denmark, Germany and Italy. He has worked
remotely on projects in Argentina, Mexico, the
UK, and the US. He is the recipient of a Fabrica
scholarship - the Benetton funded research
centre for communication and design in Treviso,
Italy, where he worked under the legendary
mentorship of Oliviero Toscani.
Since 2005 he has been on the academic staff
of the Queensland College of Art, where he
lectures in Visual Communication Design and
Typography, also delivering these courses at
the Chinese University of Hong Kong, China. As
well as his teaching activities he has a private
arts practice and is creative director at Range
Creative Studio, specializing in brand creation
and management.
artwork:rick shearman
Desde 2005 nia sai nudar pesoál iha akademia
iha Koléjiu Arte Queensland, iha ne’ebé nia
hanorin kona ba Design, Komunikasaun vizuál
no Tipografia, no mós fo kursu hirak ne’e ba iha
Universidade Xinéz iha HonKóng, Xina. Hanesan
mós ho ninia atividade hanorin, nia halo nia
servisu privadu iha nia estúdiu no nia diretór
kriativu husi Range Creative Studio, liu liu kona
ba kriasaun no jestaun ba marka.
Desde que se graduou no Colégio de Arte de
Queensland com um Bacharelato em Artes
Visuais (Design Gráfico), em 1997, Rick tem
trabalhado como consultor para muitas das
mais conceituadas marcas mundiais e estúdios
internacionais, tendo trabalhado na sua nativa
Austrália, na Áustria, Costa Rica, Dinamarca,
Alemanha e Itália. Trabalhou à distância em
projectos na Argentina, México, Reino Unido e
nos Estados Unidos da América. Rick recebeu
uma bolsa da Fabrica – o centro de investigação
para comunicação e design apoiado pela
Benetton em Treviso, na Itália, onde trabalhou
sobre a coordenação legendária de Oliviero
Toscani.
92
RODA SEMPRE
“Iha dezign, la lakon buatida,
buat hotu bele transforma.”
“No design, nada se perde, tudo
se transforma.”
‘In design, nothing gets lost,
everything gets transformed.’
Atividade ne´e hahú husi tinan 2001 to´o ohin
loron. Sr Duarte Soares hili atividade ida ne´e ho
ideia ne’ebé di’ak, transforma fila fali lixu (roda)
ba buat ruma ne’ebé bele uza loroloron nian,
kazu ida nee, sandália.
Esta actividade teve início no ano de 2001
e continua actualmente. Sr Duarte Soares
optou por esta actividade com a boa idéia de
transformar o lixo (pneus) em algo que se
possa utilizar diariamente, neste caso, sandálias.
This activity was initiated in 2001 and continues
to this date. Mr Duarte Soares opted for this
activity with the god idea of transforming
garbage (tires) into something that can be used
on a daily basis, in this case, sandals.
PHOTO: almeida ganefabra – DGC archive
93
RUI CARVALHO
dezeñu na’in ropa designer moda fashion designer
Rui Carvalho, dezigner Timor-Oan nebe mak uza
tais barak liu ba nia design. Talentu nebe mak
Rui hetan hanesan talentu natureza, komesa
sai nudar designer profisionál hahu iha tinan
2001. Maibe, iha fulan Setembru 2007, hetan
oportunidade husi Ministerio Edukasaun nian
servisu hamutuk ho Embaixada Indonézia,
hetan bolsa de estudo iha Bandung, Indonézia.
Nia foti tan nia kursu ba tinan ida, iha area
dezign, handicraft no grafic dezign. Agora
dadauk, Rui hanesan designer ba roupas no
mos ba artezenatu nebe mak uza tais hanesan
nia identidade ka identiko dezigner nebe mak
uza tais.
Roupas
Rui dezign roupa ba festa, servisu, kostum ba
carnaval, no seluk ba feto, mane no mos ho
labarik nebe mak uza tais kahur ho hena. Rui nia
kliente ema timor-oan no malai, inklui Presidente
da Republica José Ramos Horta, Kirsty Gusmão,
ministru balun no ema seluk tan. Hanesan
dezigner roupas, Rui mos halao nia fashion
show desde tinan 2001.
Artezenatu
Rui nia produtu dezign maioria barak mak
hanesan: pasta, carteiras, kurtinas, gravata,
brinkus tais, korenti tais, shumasu fronhas, no
seluk tan. Maioria iha parte artezenato barak liu
Rui design ba Fundasaun Alola. No mos Rui nia
matenek barak liu nia fo ba grupos nebe mak
hakarak atu aprende liu-liu grupos sira iha foho
ka area rurais.
94
Rui Carvalho, designer timorense que utiliza
muito os tais no seu design. O Rui tem um
talento natural, que fez com que começasse
como designer profissional desde 2001.
No entanto, em Setembro de 2007, teve a
oportunidade de trabalhar em conjunto com
o Ministério da Educação e a Embaixada da
Indonésia, e recebeu uma bolsa para estudar em
Bandung, na Indonésia. Frequentou um curso de
um ano, no qual aprendeu design, artesanato
e design gráfico. Actualmente, o Rui é designer
de roupas e de artesanato, e utiliza tais como a
sua identidade.
Roupas
o Rui desenha roupas para festas, trabalho,
fantasias de carnaval e roupas para mulher,
homem e criança. Os clientes do Rui são
timorenses e estrangeiros, incluindo o
Presidente da República José Ramos-Horta,
Kirsty Gusmão, alguns ministros e outras
pessoas. Para além do desenho de roupas,
o Rui faz desfiles de moda desde 2001.
Artesanato
A maioria dos produtos desenhados pelo Rui são
pastas, carteiras, cortinas, gravatas, brincos,
colares, fronhas para almofadas e outros. A
maior parte do artesanato que o Rui desenha
é para a Fundação Alola. Para além disso, o Rui
disponibiliza o seu conhecimento a grupos que
pretendem aprender, especialmente grupos na
montanha e em áreas rurais.
Rui Carvalho, Timorese designer that uses a lot
tais in his design. Rui has a natural talent, which
made him begin as a professional designer
since 2001. However, in September 2007, Rui
had the opportunity of working together with
the Ministry of Education and the Indonesian
Embassy, and he received a scholarship to study
in Bandung, in Indonesia. He did a one-year
course where he learnt design, handicraft and
graphic design. Rui currently designs clothes
and handicraft, and uses tais as his identity.
Clothes
Rui designs clothes for parties, work, carnival
costums and clothes for women, men and
children. Rui’s clients are both Timorese and
foreigners, including President of the Republic
José Ramos-Horta, Kirsty Gusmão, some
ministers and other people. Besides designing
clothes, Rui has been doing fashion shows
since 2001.
Handicraft
The majority of products designed by Rui
are bags, handbags, curtins, ties, earings,
necklesses, pillow cases and other objects.
The majority of handicraft designed by Rui is
for Alola Foundation. Besides that, Rui makes
his knowledge available to groups that want
to learn, especially in the mountais and in rural
areas.
sabaun timor
Grupu SABAUN TIMOR mak grupu husi feto sira
ne’ebé tuir kursu iha Sentru Treino Integral no
Dezenvolvimentu (CTID) Canossa Baucau, ne’ebé
harii sira nia empregu rasik halo sabaun husi
natureza. Liu husi produsaun sabaun sira bele
ajuda sira nia an no sira nia família. Mina nuu
mai husi toos na’in lokál husi Laho, iha Baucau.
Uluk iha tempo Portugés nian, sabaun husi mina
nuu halo tiha ona iha Baucau. SABAUN TIMOR
tama mos iha Rede Produtu Timor ho Kualidade.
O grupo SABAUN TIMOR é composto por jovens
mulheres graduadas do Centro de Treino Integral
e Desenvolvimento (CTID) das Canossianas em
Baucau, que criou o seu próprio negócio de
sabão natural. Através da produção de sabão,
elas podem sustentar-se a si e às suas famílias.
O óleo de coco para o sabão é produzido por
agricultores locais e vem de Laho, em Baucau.
Durante o period Potuguês, sabão com óleo de
coco era já produzido em Baucau. SABAUN TIMOR
é membro da Rede de Produtos de Timor com
Qualidade.
The group SABAUN TIMOR (“Soap Timor”) is
composed by young women who graduated from
the Integral Training and Development Centre
(CTID) of the Canossians, in Baucau, who have
started their own natural soap making business.
Through soap production, they can sustain
themselves and their families. The coconut oil
used to make soap is produced by local farmers
and it comes from Laho, in Baucau. During the
Portuguese period, soap made with coconut
oil was already produced in Baucau. SABAUN
TIMOR is a member of the Timor Quality Product
Network.
PHOTO: tatoli ba kultura archive
95
SALVATORE DI MAURO
Profesór Sénior iha area Design, QCA, Universidade Griffith Docente Sénior em Design,
QCA, Griffith University Senior Lecturer in Design, Griffith University
Dezeñu, Kultura no Fatin Design, Cultura e Lugar Design, Culture and Place
Salvatore Di Mauro é docente senior em Design
na Universidade de Griffith. Ter nascido em
Innisfail, a norte de Queensland (Austrália),
no seio de uma família Italo-Australiana, foi
um facto primordial no seu entendimento da
importância do estabelecimento de fortes
ligações culturais com a sua herança multicultural, e da necessidade da humanidade estar
consciente desses importantes ícones culturais,
que dão um sentido de lugar e ligação individual.
A sua abordagem face à arte e ao design
está baseada num processo de investigação,
descoberta, análise e materialização de valores
culturais, tendo como base uma forte orientação
e afinidade históricas, a fim de apoiar um estilo
de vida contemporâneo.
Hahu iha 1980, nia prátika arte no design
hetan influénsia maka’as hosi relasaun entre
kultura lian, objetu no ambiente. Hahú iha 1997,
nia foku muda husi servisu hodi hatudu nia
kreatividade iha galeria arte sira nian ba halo no
dezenvolve servisu ho komunidade sira hodi halo
dezenvolvimentu ba arte públika no design, tuir
kondisionalismu istóriku no kulturál husi fatin
ida idak. Nia hetan oportunidade atu servisu
hamutuk ho komunidade lokál sira, ema ne’ebé
ho hanoin kreativu/artista/artezaun/dezeñadór
no indústria lokál, no ida ne’e sai esperiénsia
no dezafiu ne’ebé boot. Sam agora daudaun
hala’o hela investigasaun kona ba asuntu
ne’ebé hadulas iha kultura nia laran ne’ebé rai
hela hanoin no memória, no komunidade nia
kompromisu liu husi arte kreativu no pratika
design.
Desde a década de 80 que o seu exercício
de arte e design tem sido influenciado pela
relação entre cultura vernacular, objecto
e ambiente. A partir de 1997, dá-se uma
transição no foco do seu trabalho, até então
dependente do context expositivo de galerias
de arte, e é então direccionado para o trabalho
com comunidades locais no desenvolvimento
de arte pública e design, em resposta a
condicionalismos históricos e culturais de
lugar. Sam descobre então a oportunidade de
trabalhar em colaboração com comunidades
locais, pensadores/artistas/artesãos/designers
e indústria local, tendo uma experiência tão
desafiadora como gratificante. Sam está de
momento ligado à investigação de aspectos
relacionados com a cultura da recordação e
memória, e no compromisso comunitário através
das artes criativas e prática do design.
Salvatore Di Mauro is a Senior Lecturer in
Design at Griffith University. Born in Innisfail,
North Queensland Australia of Italian/Australian
parents has helped him to realises the
importance of establishing strong links with
his multi cultural heritage, and the need for
humankind to be aware of those important
cultural icons, which establish a sense of place
and belonging to the individual. His approach
to art and design is one of investigating,
discovering, analysing and materialising those
cultural values, which are built on a strong
sense of history and shaped to support a
contemporary lifestyle.
Since the 1980s’ his art and design practice
has been informed by the relationship between
vernacular culture, object and environment.
Since 1997, he has focused less on the
exhibition of his artwork in a gallery context
and more in working with local communities to
develop public art and design which responds
to the history and culture of place. He finds the
opportunity to work with/for local communities,
creative thinkers/artists/crafts persons/
designers and local industry, both challenging
and rewarding. Sam is currently investigating
issues around the culture of remembering and
memorialising, and community engagement in
the creative art and design practice.
photo: Childers Backpacker Memorial
Salvatore Di Mauro, nudar Profesór senior iha
área Design iha Universidade Griffith. Nia moris
iha Innisfail, Queensland norte, iha Austrália.
Husi família Italiana/Australiana no ida ne’e
mak tulun nia hodi hetan konxiénsia kona ba
importánsia atu harii ligasaun kulturál ne’ebé
metin ho ninia eransa multi kulturál, no hodi
hatene kona ba nesesidade umanu nia hodi
hetan konxiénsia kona ba símbolu kulturál hirak
ne’ebé importante, ne’ebé estabelese sentidu
relasaun ho fatin no harii ligasaun individuál.
Ninia hakbesik an ba arte no design bazeia
ba prosesu investigasaun, hetan, analiza no
hamosu kultura nia folin, ida ne’ebé harii husi
orientasaun no ligasaun istóriku ne’ebé forte,
hodi suporta estilu moris kontemporáneu ninia.
96
SANGGAR MASIN
koletivu arte colectivo de arte art collective
Grupo Arte Sanggar Masin harii iha fulan maiu
2002. Objetivu husi Grupu SANGGAR MASIN mak
atu halibur no habelar arte ba Juventude hotu
iha Timor laran Tomak liu liu ba Joven ne’ebé iha
talentu ka interese ba arte. Programa ne’ebé
Sanggar Masin hala’o mak hanesan: pintura
(dezeñu), batik, indústria, ilustrasaun, teatru,
design gráfiku, fotografia no vídeo. Membru
sira husi Sanggar Masin mak ho naran: Baltazar
Almeda, Alberto Vitor, Martino M. da Cruz, Alsino
Baptista, Francisco de Jesus, Mario Fernandes,
Rivaldo Londan, Igidor da L. Amaral, Celestino
Soares, no Manuel de Jesus.
O Grupo de Arte Sanggar Masin foi estabelecido
em Maio de 2002. O objectivo deste grupo foi
juntar jovens interessados em arte e espalhar
uma cultura artística por Timor. Alguns dos
programas de arte em que o nosso grupo tem
trabalhado envolvem pintura, batik (um estilo
indonésio de impressão em tecido), indústria,
ilustração, teatro, design gráfico, fotografia e
vídeo. Em 2011, os membros da Sanggar Masin
são: Baltazar Almeda, Alberto Vitor, Martino M.
da Cruz, Alsino Baptista, Francisco de Jesus,
Mario Fernandes, Rivaldo Londan, Igidor da L.
Amaral, Celestino Soares e Manuel de Jesus.
Art Group Sanggar Masin was founded in May
2002. The objective of this group was to
assemble the youth who was interested in art
and spread an art culture across Timor. Some
of the art programs that our group has been
working on involve paint, batik (an Indonesian
style of printing on dressing cloth), industry,
illustration, theatre, graphic design, photography
and video. The members of Sanggar Masin in
2011 are: Baltazar Almeda, Alberto Vitor, Martino
M. da Cruz, Alsino Baptista, Francisco de Jesus,
Mario Fernandes, Rivaldo Londan, Igidor da L.
Amaral, Celestino Soares and Manuel de Jesus.
photo: Sanggar Masin
97
SEBASTIÃO SILVA
Pinta na’in Pintor Painter
Sebastião moris iha Timor-Leste iha1963,
no loroloron nia servisu dadersan iha to’os
no lokraik ba eskola iha Externato S. José,
iha Balide. Sira loke dalan ba nia talentu nudar
pintór no pintura ne’ebé nia halo primeiru mak
dezeñu uza oleo husi nia mentor Fr. Domingos
da Cunha, iha maizumenus tinan 1981. Maski
nia hetan elojiu makaas pintura sai nafatin
espresaun pesoál la’ós nia karreira ka nia
buka moris.
Sebastião hanesan artista ne’ebé aprende
mesak no nia karreira nudar pintór hahú iha
1992. Pintura barak ne’ebé nia halo nudar
reprezentasaun husi buat ne’ebé nia hadomi,
área rural sira no paizajen, no realidade husi
Timor no nia ema.
Ema hotu gosta haree nia pintuira sira bainhira
nia halo espozisaun. Ninia pintura fahe hela
iha mundu tomak, iha uma husi ema oin oin.
Nia domin ba nia rai, ba nia ema, liu liu iha
área rural, mak lori nia ba oin no sai hanesan
inspirasaun ba arte ne’ebé nia halo.
Sebastião hanoin katak halo pintura husi nia
origem hanesan razaun ne’ebé sufisiente atu
fahe ninia sentimentu ho ema hotu, iha Timor
no iha liur. Sira ne’ebé luta nafatin hodi mantein
tradisaun sira, hodi hetan direitu atu moris di’ak
nudar EMA.
98
Nascido em Timor-Leste em 1963, Sebastião
passava as manhãs da sua juventude a
trabalhar no campo e as tardes no Externato
S. José, em Balide. O seu incessante talent para
desenhar foi active e positivamente canalizado,
e o primeiro fruto foi uma pintura a oleo do
seu mentor, o Fr. Domingos da Cunha, no início
dos anos 80. Apesar de elogios pródigos e
encorajamento, a pintura continuou a ser uma
forma de expressão pessoal, não uma profissão
ou uma forma de ganhar dinheiro.
Sebastião é um artista auto-didacta cuja carreira
como pintor se tornou um esforço a tempo
inteiro em 1992. A maior parte do seu trabalho
retrata de forma vívida a representação rústica
do que ele considera mais querido, as calmas
cenas rurais e paisagens, e a realidade de
contrastes vivos de Timor e do seu povo.
Os seus trabalhos sempre foram e continuam a
ser recebidos com grande aplauso quando são
expostos. Os seus quadros estão espalhados
por casas prestigiosas e humildes em todo o
mundo. A afeição pelo seu amado país e as suas
gentes, especialmente no campo, são a sua
força-motriz e são evidentes na sua escolha de
assuntos.
Para Sebastião, pintar as suas origens é motive
suficiente para partilhar os sentimentos interiors
de fraternidade com todos aqueles dentro e for
a de Timor-Leste. Aqueles que continuam a lutar
pela sobrevivência das suas tradições e, acima
de tudo, pelo direito de viver decentemente com
um POVO.
Born in Timor-Leste in 1963, Sebastião spent
the mornings of his teenage years working
in the fields and the afternoons at Externato
S. José, in Balide. His incessant sketching talent
was actively and positively channelled and the
first fruit was an oil painting of his mentor,
Fr. Domingos da Cunha, in the early 1980’s.
Despite lavish praise and encouragement,
painting remained a personal way of expressing
himself, not a career or for commercial gains.
Sebastião is a self-taught artist whose painting
journey became a full time effort in 1992.
Most of his work vividly depicts the rustic
representation of what he holds most dear, the
peaceful rural scenes and landscapes and the
contrasting sharp reality of Timor and its people.
His works have been, and continue to be met
with great acclaim when they are exhibited.
His paintings are scattered throughout
prestigious and humble households around the
world. The attachment for his beloved country
and people, especially in the countryside, are
his driving force and are evident in his choice
of subjects.
For Sebastião, to paint his origins is a motive
enough to share the inner feelings of fraternity
with all those inside and outside Timor-Leste.
Those that continue the struggle for survival of
their traditions and above all, their right to live
decently as a PEOPLE.
ARTWORK: VIEW OF MOTAEL CHURCH, dili – SEBATIão silva
99
SOFIA MIRANDA
Antropólogu/Peskizadór, kolaboradór hosi Muzeu Nasionál Etnolojia, Lisboa Antropóloga/
Investigadora, colaboradora do Museu Nacional de Etnologia, Lisboa Anthropologist/researcher,
collaborator with the National Museum of Ethnology, Lisbon
Kolesaun hosi Ornamentu Isin Lolon Timor nia husi Muzeu Nasionál
Etnolojia, Lizboa A Colecção de Adornos Corporais Timorenses do Museu
Nacional de Etnologia, Lisboa The Collection of Timorese Body Ornaments
from the National Museum of Ethnology, Lisbon
Iha Timor-Leste, nudar mós parte seluk iha
parte sudeste Ázia nian, enfeita hatais ne’ebé
iha la’ós deit fó dekorasaun ba isin lolon, maibé
buat hirak ne’e hotu liu fali kategoria, nakonu
ho signifikadu iha área hanesan polítika, rituál,
ai knanoik ka familiár, ikus liu, buat hirak ne’e
hotu iha impaktu ba kompleksidade hosi planu
konseitu ba kultura hirak ne’ebé sira produz
tiha ona.
Koñesimentu kona ba objetu hirak ne’e (kona
ba nivel tékniku no kona ba signifikadu) liu tiha
ona husi jerasaun ba jerasaun no, ohin loron,
importante mak haree nusa bele mantein no fo
hatene kona ba dalan hodi fahe informasaun
hodi bele sai (no tenke sai) baze ba produsaun
kontemporáneu.
Esta comunicação vem apresentar a colecção de
adornos corporais timorenses do Museu Nacional
de Etnologia em Lisboa. A maioria dos objectos
que a compõe remonta ao período da presença
colonial portuguesa na ilha e chegou ao Museu
por diferentes vias.
Em Timor-Leste e à semelhança do que se
verifica no sudeste asiático, os adornos não
se destinam apenas à decoração corporal, mas
constituem uma categoria transversal, carregada
de significados ao nível político, ritual, do mito
e parentesco. Em última instância, reflectem a
complexidade dos esquemas conceptuais das
culturas onde foram produzidos.
O conhecimento acerca destes objectos (quer
ao nível da técnica, quer do seu significado)
tem passado de geração em geração e, no
contexto actual, é particularmente importante
a preservação e divulgação dessa cadeia de
transmissão, que pode (e deve) servir de base
à produção contemporânea.
photo: MNE Archives
Komunikasaun ida ne’e atu aprezenta Kolesaun
hosi Ornamentu Isin Lolon Timor nia husi Muzeu
Nasionál Etnolojia iha Lisboa. Objetu sira hotu
ne’ebé mak kompostu iha data ne’ebá hosi
períodu koloniál Portugés nia prezensa iha
illa ne’e no to’o ba iha Muzeu ho dalan ne’ebé
diferente.
This communication presents the collection
of Timorese body ornaments of the National
Museum of Ethnology, in Lisbon. Most of these
objects date from the period of Portuguese
colonial presence on the Island, and it arrived
to the Museum through different means.
In Timor-Leste, as in other parts of Southeast
Asia, adornments are used not only as body
decoration but they are a cross-category, full
of political, ritual, mythological and kinship
meanings. Ultimately, they reflect the complexity
of conceptual schemes of the cultures where
they were produced.
The knowledge about these objects (whether
in terms of technique or meaning) has been
passed from generation to generation and,
nowadays, the preservation and dissemination
of this transmission chain, which can (and
should) serve as a basis to contemporary
production, is particularly important.
100
Tania Bettencourt Correia
arkitekta arquitecta architect
arkitektura iha sorin bá deseñu Arquitectura para além do desenho
Architecture beyond design
Parseira no xefe arkitekta iha IDA - Imagem,
Design & Arkitektura, ho ninia sede-jerál iha
Dili, desde 2008. Depois de títulu edifisiu lokál
GERTil husi 2000 to’o 2003, unidade tékniku
nian ida husi Tékniku Universidade Lisboa ninian
servisu iha areas ba planu teritóriu no projetus
rekonstrusaun, nia komesa servisu iha edifísiu
Presidente República Xanana Gusmão nu’udar
konselleria ida ba Planu no dezenvolvimentu
Infraestrutura até mandatu nia rohan iha
Maiu 2007. Arquitecta, sócia e coordenadora do
departamento de arquitectura da empresa
IDA – Imagem, Design & Arquitectura, com
sede em Díli, desde 2008. Na sequência de
ter liderado o Gabinete Técnico local do GERTiL
de 2000 a 2003 trabalhando nas áreas do
Planeamento e Ordenamento do Território e
da reconstrução, inicia funções no Gabinete
do Presidente da República Xanana Gusmão
como assessora, permanecendo até ao final do
mandato em Maio de 2007.
Partner and chief architect at IDA – Imagem,
Design & Arquitectura, with headquarters in
Díli, since 2008. After heading the local office of
GERTiL from 2000 to 2003, a technical support
unit from the Technical University of Lisbon
working in the areas of Territorial Planning
and reconstruction projects, begins work in
the Office of the President of the Republic
Xanana Gusmão as an advisor for Planning
and Infrastructure Development until the end
of the mandate in May 2007.
Konselleria ba Arkivu & Muzeu Rezisténsia
desde 2005. Autóra hosi númeru ida ba
projetus arkitektura iha Timor-Leste desde
2000, ho foku espesiál ida no toma atensaun
ba iha projetus rehabilitasaun ba uma hirak
ne’ebé iha siknifika istóriku, liuliu husi tempu
Administrasaun Portugês ninian. Projetu hanesan
AMRT - Arkivu no Muzeu Rezisténsia Timorense
(tribunál tuan Dili), Casa Europa (uluk uma
fukun), eskola Venilale (Eskola Reinu Venilale),
nia lori ona moris foun ba iha parte lembransa
ninian hodi tau hamutuk valór hosi memória no
istória ho balansiu liman fatin kontemporariu
nian ida. Conselheira do Arquivo e Museu da
Resistência timorense desde 2005, é autora
de um considerável número de projectos
arquitectónicos em Timor-Leste desde 2000 até
à data, dedicando uma atenção muito particular
a alguns projectos de reabilitação emblemáticos
para a preservação e revitalização do património
histórico edificado no país, particularmente com
edifícios do tempo da Administração Portuguesa.
Projectos como a Escola do Reino de Venilale,
primeira reabilitação da sua autoria em TimorLeste (2002), a Casa Europa (antes chamado
Uma Fukum), ou o edifício sede do Arquivo &
Museu da Resistência Timorense (situado no
antigo Tribunal de Díli) trouxeram nova vida
aos edifícios históricos, procurando sempre o
equilíbrio certo entre memória, história e um
toque de contemporaneidade.
Adviser to the Archive & Museum of the
Resistance since 2005. Author of a number
of architectural projects in Timor-Leste since
2000, with a special focus and attention on
rehabilitation projects of historically significant
buildings, mainly from the time of the
Portuguese Administration. Projects like the
AMRT – Archive and Museum of the Timorese
Resistance (old Dili court), Casa Europa (former
Uma Fukum), the School of Venilale (Escola
do Reino de Venilale), have brought new life
to the heritage sites bringing together the
value of memory and history with a balanced
contemporary touch.
Em tudo o que se faz, de um edifício a uma
exposição a um simples postal, é importante
meter um pouco (ou muito) de ternura.
Mas em Timor, basta estar atento, ver e ouvir
a as pessoas, e é inevitável a ternura, como
inevitável é a admiração pela história, pela
cultura, pela memória colectiva.
Everything that you do, from a building to an
exhibition to a postcard, will be better with a
little bit (or a lot) of tenderness. In Timor-Leste,
you have only to pay attention, to see and listen
to people, and this tenderness is unavoidable,
just like the admiration for the history of the
land, for its culture, for its collective memory.
photo: 3d image AMRT – IDA, Imagem, design, arquitectura
Buat hotu hotu ne’ebé ita boot halo, husi uma
ida to’o espozisaun to’o ba postál, sei sai di’ak
liu tan se ita boot fó uitoan deit ka barak hosi
laran luak ne’ebé iha. Iha Timor-Leste, ita boot
tenke fó atensaun maka’as, hodi haré no rona
ema, no laran luak ida ne’e la sees, hanesan mós
ho admirasaun ba itória rai ne’e nian, ba ninia
kultura, ba ninia memória kolektiva. 101
THE VIEW FROM MADELEINE’S COUCH
ANJE WEST & KYM AMBROSE
Múzika Mundo nian Música do Mundo World Music
Tamba sira gosta liu múzika Brazíl nian, Anje
no Kym sai hanesan fundadór ba sira nia banda
iha 1998, halo múzika ho ninia fuan tuku
iha Austrália no ninia klamar iha Brazil. Liu
dékada ida sira nia múzika hahú rona ona iha
Austrália laran, iha ne’ebé sira hela ho asaun
múzika Brazíl nian ida ne’ebé ema apresia tebe
tebes iha nasaun nia laran. Sira hela dala rua
iha Brazíl hodi estuda no grava album tolu, no
simu prémiu kona ba Múzika Mundu husi Tinan
ka World Music Song of the Year iha Qld. Music
award 2009.
Tendo uma forte paixão pela música brasileira,
Anje e Kym fundaram a sua banda em 1998,
criando música onde a batida (de coração) está
na Austrália e a sua alma no Brasil. Durante
mais de uma década, a sua música tem sido
ouvida em toda a Austrália, onde têm mantido
o estatuto de grupo de música brasileira mais
aclamado do país. Ambos viveram no Brasil por
duas vezes, com o intuito de estudar e compor,
gravaram três álbuns e receberam o prémio
“Canção do Ano de Música do Mundo”, nos
Prémios de Música de Queensland, em 2009.
Sira hetan konvite atu halo hananu ba tinan
kotuk ba ‘’Konsertu Esperansa ba Timor Leste’’
iha Brisbane, Anje no Kym halo ligasaun ho
múziku lokál balun. Depois to’o loron hirak liu
ba, sira servisu hamutuk tiha ona hodi ajuda
kria aprezentasaun hamutuk kona ba múzika
tradisionál no múzika kontemporáneu ne’ebé
hanesan selebrasaun ba pasadu no futuru Timor
Leste nian.
Após terem sido convidados para compor
músicas no ano passado para o “Concerto de
Esperança para Timor-Leste”, em Brisbane, Anje
e Kym criaram uma ligação com alguns músicos
locais fantásticos. Durante os últimos dias,
têm trabalhado juntos para ajudar a criar uma
performance colaborativa de música tradicional
e contemporânea, que celebra o passado e o
futuro de Timor-Leste.
ANJE WEST
Anje ema kantór no perkusionista ne’ebé bazeia
iha Brisbane, Austrália, ho esperiénsia servisu
liu husi tinan 20, la’os deit ho ninia banda
múzika ne’ebé la’o iha tinan 12 nia laran (The
View From Madeleine’s Couch), maibé grupu koru
nian, grupu teatru no banda koñesidu balun iha
Brisbane. Ninia servisu ho organizasaun Múzika
Moris iha Eskola, fo dalan ba nia hodi nia lemo
rai iha Austrália laran tomak iha tinan ualu nia
laran, no aprezenta konsertu iha eskola primária.
To’o agora, Anje kanta ona iha eskola ba labarik
sira liu husi 50,000, inklui labarik indíjena sira
iha iha Arnhem Land no Austrália Osidentál.
Ninia hadomi no nia hanoin, hela ho múzika
Brazíl, no maski nia ladún koalia portugés diak
nia kanta lian brazil ne’ebé furak tebes bainhira
nia kanta múzika ho naran Tudo de bom!
ANJE WEST
Anje é cantora e percussionista profissional, com
base em Brisbane, na Austrália, com mais de
20 anos de experiência a trabalhar não apenas
com a sua banda de há 12 anos (The View From
Madeleine’s Couch), mas também em grupos
corais, companhias de teatro de rua e outras
bandas conhecidas em Brisbane. O seu trabalho
com a organização nacional Música Viva nas
Escolas, proporcionou-lhe viajar pela Austrália
durante oito anos, actuando em concertos
para escolas primárias. Até à presente data,
Anje cantou para mais de 50,000 estudantes,
incluindo crianças em comunidades indígenas
em Arnhem Land e na Austrália Ocidental. A sua
paixão, no entanto, continua ligada à música
brasileira, e apesar do seu português falado
não ser brilhante, a sua voz é verdadeiramente
brasileira quando canta! Tudo de bom!
KYM AMBROSE
Kym orijinalmente hetan treinu iha múzika Jazz
no nia estuda iha Sydney iha Konservatóriu
Múzika iha Sydney no durante ne’e toka múzika
hodi sustenta moris liu husi tinan 30 nia laran.
Ninia aventura muzikál lori ona nia ba festival
iha Amérika, Inglaterra, Eskósia, no hala’o ona
mós iha Brazíl, iha ne’ebé nia estuda kona ba
arranju muzikál no kompozisaun iha Rio husi
pianista di’ak ida naran Alberto Farah.
102
KYM AMBROSE
A formação artística de Kym teve origem em
estudos de Jazz no Conservatório de Música de
Sydney, e tem vindo a tocar música como forma
de vida há mais de 30 anos. As suas aventuras
musicais têm-no levado a festivais nos Estados
Unidos da América, Inglaterra e Escócia, e mais
recentemente ao Brasil, onde estudou arranjos
musicais e composição no Rio de Janeiro, sob a
tutela do grande pianista Alberto Farah.
With a great passion for Brazilian music, Anje
and Kym co-founded their band in 1998, making
music with its heartbeat in Australia and its
soul in Brazil. For over a decade their music has
been heard around Australia, where they have
remained one of the most acclaimed Brazilian
music acts in the country. They have twice
lived in Brazil to study and compose, recorded
three albums, and received the award for World
Music Song of The Year at the Qld. Music Awards
in 2009.
After being commissioned to compose songs for
last year’s Scope of Hope Concert for East Timor
in Brisbane, Anje and Kym connected with some
wonderful local musicians. Over the last few
days, they have been working together to help
create a collaborative performance of traditional
and contemporary music that celebrates the
past, and the future, of Timor-Leste.
ANJE WEST
Anje is a full-time singer and percussionist
based in Brisbane, Australia, with over 20 years
experience working not only with her band of
the last 12 years (The View From Madeleine’s
Couch), but in choral ensembles, street theatre
troupes and other well-known Brisbane bands.
Her work with the national organisation Musica
Viva in Schools, has seen her travelling all over
Australia for eight years, performing concerts in
primary schools. To date, Anje has sung for over
50,000 school children, including kids in remote
indigenous communities in Arnhem Land and
Western Australia. Her passion though, remains
with Brazilian music, and while her spoken
Portuguese is not so brilliant, she sounds like a
native when she sings! Tudo de bom!
KYM AMBROSE
Kym originally trained in Jazz studies at the
Sydney Conservatorium of Music and has been
playing music for a living for over 30 years. His
musical adventures have taken him to festivals
in the U.S.A, England and Scotland, and most
recently to Brazil, where he studied arrangement
and composition in Rio under the great pianist
Alberto Farah.
TIMOR AID
Timor Aid envolve hela kona ba promosaun ba
lian tetum husi tinan hirak ba kotuk to’o agora,
inklui mós produsaun ba livru sira. Livru sira
ne’e inklui livru sira ba labarik, livro tékniku
sira, livru sira kona ba kultura Timor-Leste nian
no publikasaun hamutuk ho Instituto Nacional
de Linguistica ba Dicionáriu padraun husi lian
tetum. Timor Aid kontinua nafatin servisu
iha área ne’e ho publikasaun rua foun, inklui
tradusaun ba Tetum husi Livru Liurai Kiik husi
Antoine de Saint Exupery.
Timor Aid has been engaged for many years in
the promotion of the Tetun language, including
the production of books in Tetun. These books
have included children’s books, technical books,
books documenting the culture of Timor-Leste,
and the publishing, in association with the
National Institute of Linguistics of the standard
dictionary of the Tetun language. Timor Aid
continues to work in this area, with 2 new
publications over the last two years: including
the Tetun translation of The Little Prince by
Antoine de Saint Exupery.
A Timor-Leste desempenha igualmente um papel
de vanguarda na preservação e promoção da
arte têxtil do país. A Timor Aid detém uma boa
colecção de téxteis, representando a história e
as técnicas deste ofício. Esta colecção foi sendo
acumulada ao longo dos últimos dez anos, tendo
começado logo após a libertação. A Timor Aid
trabalha na investigação e documentação de
aspectos da tradição.
Timor Aid also plays a leading role in the
preservation and promotion of the textile art
of the country. Timor Aid has a fine collection
of textiles, representing the history and
techniques of the craft. This collection has
been accumulated over the last ten years,
starting in the immediate aftermath of the
liberation. Timor Aid works to research and
document aspects of the tradition.
photo: suai tais – Timor aid archive
Timor Aid iha mós papél ne’ebé importante kona
ba prezervasaun no promosaun ba arte teistil
iha rai laran. Timor Aid iha kolesaun boot husi
tais, ne’ebé reprezenta istória no téknika sira
husi ofísiu ne’e. Kolesaun ne’e tau hamutuk iha
tinan sanulu nia laran, hahú husi libertasaun.
Timor Aid servisu hodi halo investigasaun no
hodi buka halo dokumentasaun ba aspetu oin
oin husi tradisaun.
A Timor Aid tem estado envolvida na promoção
da língua tétum desde há muitos anos, incluindo
a produção de livros. Entre estes, incluem-se
livros para crianças, livros técnicos, livros
que documentam a cultura de Timor-Leste e
a publicação, em associação com o Instituto
Nacional de Linguística, do dicionário-padrão da
língua tétum. A Timor Aid continua a trabalhar
nesta área com duas novas publicações ao longo
dos últimos anos, incluindo a tradução para
tétum do Principezinho, de Antoine de Saint
Exupery.
103
Tony Fry
Profesór Deseñu ba Futuru, QCA, Universidade Griffith Professor Desenho de Futuros,
QCA, Universidade de Griffith Professor Design Futures, QCA, Griffith University
104
Tony Fry, BA (Hons), MA, PhD, hanesan Profesór
kona ba Design Futures iha Universidade Griffith,
iha Koléjiu Arte Queensland nian, iha Brisbane.
Iha tinan rua ho balu foin daudaun, Tony mak sai
lider ba investigasaun no dezenvolvimentu ba
Akademia ba Indústria Kriativa iha Timor-Leste,
ho apoiu husi Universidade Griffith no Sekretaria
Estadu Kultura huis Governu Timor-Leste, ho
finansiamentu husi AusAid. Tony iha liu tinan
35 husi esperiénsia servisu kona ba área
edukasaun, design no kultura.
Tony Fry, BA (Hons), MA, PhD, é Professor em
Design Futures na Universidade de Griffith, no
Colégio de Arte de Queensland, em Brisbane. Nos
últimos dois anos e meio, Tony tem liderado a
investigação e o desenvolvimento da Academia
de Indústrias Criativas em Timor-Leste, com o
apoio da Universidade de Griffith e da Secretaria
de Estado da Cultura do Governo de Timor-Leste,
e com financiamento da AusAid. Tony tem mais
de 35 anos de experiência a trabalhar nas áreas
da educação, design e cultura.
Liu knaar ne’ebé nia kaer iha Universidade
Sydney no Universidade Griffith, Tony hanorin iha
universidade balu iha Europa, iha Estadus Unidus
Amérika no iha Ázia. Nia mós sai fundadór
no eis-Diretór husi Fundasaun EcoDesign, iha
Sydney, no bainhira haktuir knaar ne’e nia kaer
projetu ne’ebé importante kona ba investigasaun
no design no nia mós sai konsultór ba governu
no ba setor privadu. Tony hola mós parte iha
ekipa oin oin kona ba design, ne’ebé manan
prémiu no sai komisáriu ba espozisaun balu.
Tony Fry hetan publikasaun oin oin iha rai
estranjeiru no nia hakerek ona livru sai. Nia
hela iha Great Dividing Range, iha Sudeste husi
Queensland, iha fatin ne’ebé nia ho nia fen AnneMarie iha kinta ida.
Para além das posiçõesque teve na Universidade
de Sydney e Universidade de Griffith, Tony
ensinou em universidades na Europa, nos
Estados Unidos da América e na Ásia. Foi
igualmente fundador e ex-Director da Fundação
EcoDesign, em Sydney, e nesa posição geriu
importantes projectos de investigação e design,
e fez consultadoria para o governo e para o
sector privado. Tony tem igualmente feito parte
de várias equipas de design que ganharam
prémios, e comissariou inúmeras exposições.
Tony Fry está extensamente publicado no
estrangeiro e é autor de nove livros. Vive no
Great Dividing Range, no Sudeste de Queensland,
onde em conjunto com a sua companheira
Anne-Marie possuem uma pequena quinta.
Tony Fry, BA (Hons), MA, PhD, is Professor, Design
Futures, Griffith University, Queensland College of
Art, Brisbane. For the past two and a half years
Tony has led the research and development of
an Academy of Creative Industries in Timor-Leste
with the support of Griffith University and the
State Secretariat of Culture of the Government
of Timor-Leste and with funding from AusAID.
He has over 35 years experience working in the
areas of education, design and culture.
Besides positions held at Sydney University
and Griffith University, Tony has taught in
universities in Europe, the USA, Asia. He was
also the founding and former Director of the
EcoDesign Foundation in Sydney, and as such
managed major research and design projects,
consulted for government as well as the
corporate sector. Tony has also been a member
of many award winning design teams, hand
as curated numerous exhibition. Tony Fry is
published widely internationally and is the
author of nine books. He lives in the Great
Dividing Range in South East Queensland,
where he and his partner Anne-Marie have
a small farm.
photo: Design futuring – tony fry
105
Uma Lulik: Dato Muras Haimolin
José Barreto – Lian nain guardião da palavra keeper of the word
A Casa Sagrada Dato Muras haimolin situada
no suco Laktos, subdistrito Fohorem (Covalima),
foi reabilitada recentemente durante os últimos
3 anos. Esta casa é uma das maiores em
Timor-Leste e a sua história conta que está
directamente relacionada com o rei mais antigo
quando Timor esteve dividido em 46 reinos
durante o tempo colonial português.
Sr José Barreto, lian nain no responsável ba
uma lulik ida ne’e, konta oin sa entre Sr Jacinto,
hanesan liman loos no xefe carpinteiro, harii
rohan ne be’e ho arkitektura furak tebtebes.
Dala ruma sira sei explika iha tempu konferénsia
nia laran.
Sr. José Barreto, o local lian nain (guardião
da palavra) e da casa sagrada, explicou como,
juntamente com o Sr. Jacinto, a sua mão direita
e chefe de carpintaria, construiram esta bela
peça de arquitectura. Felizmente, eles explicarão
novamente durante a conferência.
The Sacred house of Dato Muras Haimolin
situated in the suco of Lakots, subdistrict
of Fohorem (Covalima), it has been recently
rebuilt over a period of 3 years. This house
is one of the largest in Timor-Leste, and the
story tell us that it is directly linked to the
lineage of the oldest king when Timor was
divided into 46 kingdoms way back into
Portuguese colonial times.
Sr José Barreto, the local lian nain (keeper
of the word) and keeper of the sacred house,
explained how together with Sr Jacinto, his right
hand and chief carpenter, built this beautiful
piece of architecture. Hopefully, they will explain
it again during the conference.
PHOTO: sr jacinto, chief carpenter of the uma lulik in laktos, fohorem. tatoli ba kultura archive
Uma Lulik Dato Muras Haimolin iha suco Laktos,
subdistrito Fohorem, distrito Covalima, ho halo
foun uma lulik ida ne’e durante tinan tolu nia
laran. Uma lulik ida ne’e maka boot liu iha
nasaun Timo-Leste, nune’e mos tuir istória
husi liurai boot nia ukun, antes toó mai
iha kolonizasaun Portuguesa hodi fahe ba
liurai 46.
106
VALSA PRODUÇÕES
Konteúdu ba TV Conteúdos para TV Contents for TV
ValSa Produções nudar empreza ida ne’ebé harii
iha tinan 2003, husi grupu joven timor oan
ne’ebé iha responsabilidade nó mós iha ninia
vokasaun iha área entretenimentu nó mós
iha área audiovisual hodi halo produsaun ba
televizaun. Nudar empreza ida ne’ebé harii ho
forsa atu serbisu iha área audiovisual.
A ValSa Produções é uma empresa criada em
2003, em Díli, por um grupo de entusiastas
e responsáveis jovens de Timor-Leste, que
nasceu vocacionada para a produção de ficção
e entretenimento, com especial incidência
na produção para televisão. É uma empresa
que nasce cheia de força e apostada em se
distinguir no meio audiovisual.
ValSa Productions is a company established in
Dili in 2003, by a group of enthusiastic and
responsible young Timorese people, which was
created with the vocation of producing fiction
and entertainment, with particular emphasis on
television production. It is a company that was
born full of energy and it is committed to make
a difference in the audiovisual environment.
Iha tinan hitu ona mak ami hala´o knar iha
merkadu audiovisual iha rai laran, ho ekipa
ne’ebé iha formasaun no iha esperiénsia ne’ebé
a’as halo ami orgullu tebes. Ida ne’e mak sai
nudar faktor ida ne’ebé garante atu ami
bele halo produsaun no serbisu ne’ebé iha
kualidade di’ak.
Já com sete anos o mercado audiovisual
timorense, orgulhamo-nos de ter uma equipa
altamente experiente e motivada. É esse
realmente o factor que nos permite produzir
trabalhos de grande qualidade.
After seven years in the audiovisual Timorese
market, we are proud of having a highly
experienced and motivated team. This is the
main factor that allows us producing high
quality work.
Pretendemos inovar nos conteúdos, procurando
melhorar a comunicabilidade com os públicos
de televisão, investir nas novas tecnologias
e na maior qualidade técnica disponível no
mercado, com o objectivo de conceber e produzir
conteúdos em vídeo que possam ser emitidos
em broadcast ou difundidos em cassetes vídeo
e/ou DVD, em sistemas particulares individuais
ou comunitários.
Our intention is to create innovative content,
trying to improve communication with television
audiences, investing in new technologies and
in the highest technical quality available in the
market, with the objective of conceiving and
producing video content that can be delivered
in broadcast, or be broadcasted in video
cassette and/or DVD, in particular, individual
or community systems.
photo: VALSA PRODUÇÕES
Buka atu halo foun konteúdu nó mós hadi’a
di’ak liu tan sistema komunikasaun ho públiku
televizaun nian, halo investimentu iha teknolojia
foun iha kualidade téknika ne’ebé iha asesu
ba merkadu. Ho objetivu atu kria no prodús
konteúdu iha vídeo ne’ebé bele sai iha broadcast
ka iha kasete vídeo no DVD, iha asuntu
partikulár indivíduu ka komunidade nian.
107
PHOTO: uma lulik doctv cplp cover. Ida lda.
victor de sousa
Diretór Filme Director de Cinema filmmaker
Uma Lulik, Ko-produsaun DOCTV CPLP no IDA Uma Lulik, Co-produção
DOCTV CPLP e IDA Uma Lulik, Co-production DOCTV CPLP & IDA
Filme ne’e la’o tuir konstrusaun hosi Uma Lulik.
Filme ne’e hasai iha foho iha Timor Leste, iha
rejiaun Venilale. Filme ne’e mos hato’o istória
kona ba hatutan soi kultura no família boot
ema Timor nian. Tuir tradisaun iha Timor Leste,
Uma Lulik nudar sentru; iha sentru ne’e kesi
metin entre pasadu no prezente. Ba hirak ne’ebe
sei moris, ida ne’e knuuk ne’ebé seguru hosi
memória pasadu nian no hosi matenek na’in sira.
Ba hirak ne’ebé mate, ida ne’e sai fatin ne’ebé
rohan laek, iha ne’ebé istória haseluk ba beibeik.
Dokumentáriu ba dahuluk halo duni hosi
realizador Timor oan foin-sa’e ida, Victor de
Sousa, Timor oan ne’ebé iha fulan sia nia laran
hela ho esperiénsia hosi tradisaun tuan ida iha
Timor Leste, Nia sei lori ita ba tan nia bei ala
sira, la iha pergunta bodik ba ida ne’e, prezente
ne’ebé eziste iha momentu ida idak nian, ne’e
kona ba objetu hotu mak moris husi rai no
koletivu memória hosi ema Timor oan.
UMA LULIK fo hanoin ba ita katak konstrusaun
husi identidade nasionál, liu liu bainhira Uma
Lulik barak liu rahun durante tinan 24 hosi
okupasaun Indonézia, ne’ebé agora knua hotu
haktuir hikas, foho ne’ebé memória horik ba no
lulik hotu muda a’an neneik fila hikas ba ninia
fatin, bania uma.
“Keta hanoin katak o hatene buat hotu”, avizu
husi narradór. Segredu barak mak sei presiza
deskobre. Ne’e mak segredu orijinál no buat
hirak ne’e hosi koñesimentu tuan. Ita tenke
hein ho pasiénsia liu dalan korta iha mundu
ne’e. So buat ne’ebé los mak tempu, moris no
domin ba rai mak deside. Nudar hakerek ona iha
tradisaun, ho lia fuan ne’ebé hato’o hela tiha ona,
hato’o husi aman sira ba oan, o sei hetan nia
tatoli no soi ne’ebé hatutan hosi tuan, istória
no futuru rai ne’e nian hosi loro matan sa’e.
108
Este filme acompanha a construção de uma casa
sagrada. Filmado inteiramente nas montanhas
de Timor-Leste, na região de Venilale, o filme
conta-nos igualmente uma história sobre
a cultura herdada e sobre a grande família
timorense. Tradicionalmente, em Timor-Leste, a
Uma Lulik (Casa Sagrada) é o centro, o cordão
umbilical entre passado e presente. Para os
vivos, é um reservatório seguro de memórias e
sabedoria passadas. Para os mortos, é um local
sem tempo, onde a história constantemente
se renova.
Este é o primeiro documentário integralmente
filmado por um jovem realizador timorense,
Victor de Sousa, que ao longo de 9 meses
viveu a experiência de uma das mais antigas
tradições de Timor-Leste, transportando-nos
para o universo dos seus antepassados,
inquestionáveis e presentesem cada momento e
em cada objecto nascido da terra e da memória
colectiva dos timorenses.
UMA LULIK lembra-nos que a reconstrução
da identidade nacional, sobretudo após a
destruição da maior parte das Casas Sagradas
durante 24 anos de ocupação Indonésia, passa
agora pelas aldeias e pelas montanhas, onde as
memóriase o sagrado voltam lentamente ao seu
lugar, à sua casa.
“Não penses que tudo sabes”, adverte o
narrador. Muitos segredos ainda estão por
descobrir. Essa é a natureza das coisas sagradas
e do património do saber antigo. Temos que
aguardar com paciência pela nossa vez, para
aceder a esse conhecimento. Apenas o tempo,
a vida e o amor pela terra determinam o
momento certo. Instruídos pela tradição, através
de palavras ditas, passadas de pais para filhos,
irás encontrar a mensagem e a herança dos
antigos, a história e o futuro para a terra do
sol nascente.
This film follows the construction of a sacred
house. Entirely filmed in the mountains of TimorLeste, in the region of Venilale, the film also tells
us a story about inherited culture and the great
Timorese family. Traditionally in Timor-Leste,
the Uma Lulik (Sacred House) is the centre,
the umbilical cord between the past and the
present. For those alive, it is a secured reservoir
of past memories and wisdom. For the dead,
it’s a timeless place, where history is constantly
renewed.
This is the first documentary entirely filmed
by a young Timorese filmmaker, Victor de
Sousa, who over 9 months lived the experience
of one of the oldest traditions in TimorLeste, transporting us to the universe of his
forefathers, unquestionable and present in each
moment and for every object born from the land
and from the collective memory of the Timorese.
UMA LULIK remind us that the reconstruction of
national identity, specially after the destruction
of most of the Sacred Houses during 24 years
of Indonesian occupation, is now passing
through the villages and the mountains, where
memories and the sacred are returning slowly
to their place, returning home.
‘Don’t think you know it all’, warns the voiceover. Many secrets still have to be discovered.
That is the nature of the sacred things and of
the heritage of old knowledge. We must wait
with patience our turn to carry that knowledge.
Only time, life and the love of the land can
determine the right moment. Instructed by
tradition, with spoken words, passing from
fathers to children, you will find the message
and the legacy of the old, the history and the
future for the land of the rising sun.
109
PHOTO: Br. Gerenceng, bali – Yoko sara
A. A. Yoka Sara
arkitektu arquitecto architect
Taksu & Arkitetura Kontemporánia Balinéz Taksu & Arquitectura
Contemporânea Balinesa Taksu & Balinese Contemporary Architecture
110
Arte nu’udar esénsia ba moris. Sosiedade
Balinéza fiar katak arte sai nudar sasukat
ba moris espirituál. Ba ema Balinéz, produtu
artístiku hotu iha karizma / enerjia boot bolu ho
naran Taksu. Taksu defini nudar susesu artístiku
ne’ebé ke aas ba artista ida hodi bele muda
ema ba dalan ida ne’ebé loos. Taksu eziste iha
arte hothotu, iha aprezentasaun no arkitetura.
Iha arkitetura tradisionál Bali ninian Taksu bele
sai hanesan kriasaun ida husi uma ida ninia
modelu rasik, bazeia ba Asta Kosala Kosali
(kódigu Arkitetura Bali ninian). Nia haforsa ideia
hosi natureza: perfeisaun, proporsaun, eskala,
dimensaun no espiritualidade hosi ambiente
nudar aspetu prinsipál hosi umanidade.
Elementu hirak ne’e sai hanesan instrumentu
prinsipál hodi halo Taksu sai moris. Oinsa
mós, regra hirak ne’e la kleur sei adapta ba
kompleksidade iha moris ohin loron ninian,
entaun ita presiza atu interpreta hikas fali
buat ne’e.
A arte é a essência da vida. A sociedade
balinesa acredita que a arte se transformou num
meio que reflecte a sua vida spiritual. Para os
balineses, todos os productos artísticos mantêm
um certo carisma/enegia, chamado Taksu. Taksu
define-se como o feito artístico mais alto que
um artista pode atingir, de forma a movimentar
as pessoas numa certa direcção. Taksu existe
em todas as artes, performances e arquitectura.
Na arquitectura tradicional balinesa, Taksu pode
ser criado personalizando uma casa, assente
na Asta Kosala Kosali (Código Arquitectónico
Balinês). As ideias de natureza são enfatizadas:
perfeição, proporção, escala, dimensão e a
espiritualidade ambiental, como principais
aspectos da humanidade. Estes elementos
transformam-se nas principais ferramentas
para fazer com que Taksu ganhe vida. No
entanto, estas regras já não se adaptam às
complexidades da vida actual, pelo que temos
que re-interpretá-las.
Arkitetura kontemporánia Balinéz fó
oportunidade kona ba kombinasaun genius loci
ho moris modernu. Espiritualidade ne’e mak
inspirasaun hodi halo transformasaun nian,
buat ne’ebé la kleur sei defini arkitetura, maibe
defini buat ne’e nudar kodifikadór ba mensajen
espirituál. Ida ne’e mak halo Taksu foun sai
moris, konseitu foun ida ba lian arkitetura nian.
A arquitectura balinesa contemorânea fornece a
oportunidade de combiner o genius loci com a
vida moderna. O espiritual é fundamentalmente
a inspiração para fazer esa transformação, já
não define a arquitectura fisicamente, mas
define-a como um “codificador de mensagem
espiritual”. Isto é o que faz com que o novo
Taksu ganhe vida, uma nova abstração para a
linguagem arquitectónica.
Art is the essence of life. Balinese society
believes art became a medium to reflect
their spiritual life. For Balinese people, every
artistic product maintains a certain charisma/
energy called Taksu. Taksu is defined as the
highest artistic achievement for an artist able
to move people in a certain way. Taksu exists
in all arts, perfomances and architecture. In
Balinese traditional architecture, Taksu can be
created by personalising a home, based on
Asta Kosala Kosali (Balinese Architectural Code).
He emphasizes ideas of nature: perfection,
proportion, scale, dimension and the spirituality
of environment as main aspects of humanity.
These elements become the main tools to make
Taksu come to life. However, these rules no
longer adapt to the complexities of nowadays’
life, so we need to re- interpret it.
Balinese contemporary architecture gives the
opportunity of combining the genius loci with
modern life. The spiritual is fundamentally the
inspiration for making that transformation, it
no longer defines architecture physically, but
defines it as the ‘spiritual message encoder’.
This is what makes the new Taksu come to life,
a new abstraction for the achitectural language.
111
kréditu sira créditos credits
Organiza Organiza Organised by
secretaria de Estado da Cultura e direcção geral da cultura,
ministério de educação, república democrática de timor-leste
and queensland college of art, Griffith university
Apoio husi Com ou apoio de Supported by
conselho de ministros, república democrática de timor-leste
Kordenasaun Jerãl Coordenação Geral General Coordination
Virgilio Simith, Cecilia assis, Tony Fry (Brisbane) & david palazón (DILI)
Kurador Curador Curator
david palazón
Kordenasaun Konsertu no Músika Coordenação dos Concertos e da Música Concert & Music Coordination
Manuel Smith & tina araujo
Kordenasaun Expozisaun no Artistas Coordenação de Exposição e Artistas Exhibition & Artists Coordination
Abilio da conceição & margarida mesquita
Kordenasaun Artezanatu no Moda Coordenação de Artesanato e Moda Crafts & Fashion Coordination
carlos freitas, almeida ganefabra & Rui Carvalho
Tradusaun no Edisaun Tradução e Edição Translation & Editing
eugenio sarmento, nuno vasco oliveira, maria amado, Helder pereira & liliana pires
Fasilitasaun Músika no Koreografia Apoio a Música e Coreografia Music & Choreography Facilitation
Nelson Turquel, Maria madeira, MITO FREITAS, ANNA WAHYU & Colleen coy
Apoiu Músika Apoio a Música Music Support
anje west & kym ambrose (the view from madeleine’s couch), José amaral & Philip yampolsky
Fasilitasaun Artes Apoio aos Artistas Artists Facilitation
maria madeira & Gibrael carocho
Instalasaun Arte husi Instalações de Arte Art Installations by
Sanggar Masin, gembel, Projecto morrinho, Estudio candonga & Dino soares
Apoiu ba Hahán Apoio a Restauração Catering Facilitation
Dalia mesquita & margarida mesquita
Peskisa Pesquisa Research
Dezeñu Desenho Design
Diréktor Artístiku Diretor de Arte Art Direction
david Palazón
Ilustrasaun Ilustração Illustration
Elena tognoli
Impresaun, Instalasaun no Publisidade Impressão, Instalação e Publicidade Printing, Installation & Advertising
instanshop
Impresaun no Instalasaun Impressão e Instalação Printing & Installation
Gráfica patria
Apoiu Logistiku Apoio Logistico Logistic Support
Helder pereira & Coral gillett
112
hakarak informasaun, tuir mai ne’e
Mais informação nos detalhes abaixo
for MOre information contact
Secretaria de Estado da Cultura
Direcção-Geral da Cultura
República Democrática de Timor-Leste
Rua de Vila Verde, Dili, Timor-Leste
T +670 333 9663
[email protected]
Griffith University (in Timor-Leste)
Tatoli Ba Kultura
T +670 740 9759
[email protected]
www.tatolibakultura.org
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AKADEMIA ARTE NO INDÚSTRIA