1 SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 ENGENHARIA PÚBLICA OPINIÃO 65 anos de história O Sindicato está completando 65 anos. Para marcar esta data, elegeu como tema a construção da cidadania e programou uma série de ações que estão acontecendo ao longo do ano. Para apresentar estes projetos realiza, nos dias 14 e 15 de junho, uma extensa programação, que tem como pontos principais a apresentação da peça Morte e Vida Severina, exposição de fotos da gestão 1981/84 e o depoimento dos diretores deste período, além do lançamento de suas novas publicações sobre negociações coletivas e o mercado de trabalho da engenharia. Entre os projetos que serão apresentados e inaugurados estão o Senge Presente e o Senge Memória. Levar o Sindicato para todos os cantos de Minas é o objetivo do Senge Presente, projeto que já está em pleno funcionamento. Uma unidade móvel foi adquirida e equipada especificamente para esta ação e os funcionários e diretores do Sindicato estão se revezando em visitas a empresas e instituições de ensino de engenharia em diversas regiões do Estado. Os detalhes desta ação estão na página 4. O Senge Memória tem o objetivo de resgatar, organizar e apresentar a trajetória do sindicato a partir dos documentos e fotos existentes e dos depoimentos daqueles que participaram da construção desta história. A preocupação é criar um memorial que seja referência para pesquisa e estudo das atuais e futuras gerações de engenheiros. As informações sobre este projeto estão na página 5. Depois de debater a previdência pública em seminário realizado em março passado, o Sindicato promoveu um novo seminário para discutir os fundos de pensão. Os participantes debateram temas importantes e urgentes para o fortalecimento da previdência privada no País. As conclusões destes debates estão nas páginas 6 e 7. Por fim, na página 8, o recado é sobre as negociações coletivas em andamento. Apresentamos, também, a nova publicação do Sindicato, a cartilha Negociações Coletivas, que procura esclarecer todas as dúvidas sobre o processo de negociações. Senge apóia criação de escritório em Sete Lagoas Colocar em prática a Lei 8.136/2012, sancionada em 17 de abril deste ano, que cria o escritório de engenharia pública em Sete Lagoas, assegurando às famílias de baixa renda do município o direito à assistência técnica gratuita para o projeto e construção de moradias, foi o objetivo do encontro do presidente do Senge-MG, Raul Otávio da Silva Pereira, com o vereador de Sete Lagoas, Dalton Andrade (PT-MG), autor do projeto de lei. Dalton Andrade explica que a sanção de seu Projeto de Lei foi incentivada inicialmente pela necessidade de se realizar a regularização fundiária em Sete Lagoas, constatada pela prefeitura do município no final de 2011. “Sete Lagoas é uma cidade que possui muitas construções irregulares, são mais de seis mil edificações nessa situação e, além disso, apresenta uma demanda urgente pelo aumento do perímetro urbano, o que levou a prefeitura a sancionar a lei”, acredita. De acordo ainda com a Lei 8.136/2012, o Poder Público deverá prestar às famílias que tenham renda de até três salários mínimos, assistência técnica gratuita nas áreas de engenharia, arquitetura e urbanismo, destinada à elaboração do projeto necessário para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária da habitação. “Este programa de assistência técnica gratuita vai ordenar o crescimento de Sete Lagoas que, como cidade satélite de Belo Horizonte, ou cidade dormitório, tem uma demanda muito maior no que diz respeito ao crescimento e construção de novas moradias”, afirma Raul Otávio. O presidente do Senge-MG acredita Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais - Rua Araguari, 658 - Barro Preto - CEP 30190-110 - Belo Horizonte-MG - Tel.: (31) 3271.7355 - Fax: (31) 3546.5151 e-mail: [email protected] - site: www.sengemg.org.br - GESTÃO 2010/2013 - DIRETORIA EXECUTIVA • Presidente: Raul Otávio da Silva Pereira; 1º Vice-Presidente: Krisdany Vinícius Santos de Magalhães Cavalcante; 2º Vice-presidente: Nilo Sérgio Gomes; 1º Tesoureiro: Antônio Iatesta; 2ª Tesoureira: Glauci Any Gonçalves Macedo; Secretário Geral: Rubens Martins Moreira; 1º Secretário: Fátima Regina Rêlo Costa DIRETORIAS DEPARTAMENTAIS: Diretor de Aposentados: Wanderley Acosta Rodrigues; Diretor de Ciência e Tecnologia: Anderson Silva de Aguilar; Diretor de Assuntos Comunitários: Anderson Luiz de Figueiredo; Diretor de Imprensa: Tércio de Sales Morais; Diretor Administrativo: Cláudio Neto Fonseca; Diretora de Assuntos Jurídicos: Gabriele Rodrigues Cabral; Diretor Saúde e Segurança do Trabalhador: Gilmar Cortês Sálvio Santana; Diretor de Relações Intersindicais: José Flávio Gomes; Diretor Negociações Coletivas: Júlio César de Lima; Diretor de Interiorização: Pedrinho da Mata; Diretor Sócio-econômico: Sérgio Teixeira Soares; Diretor de Promoções Culturais: Antonio José Betel Ribeiro Gomes DIRETORIA REGIONAL NORTE NORDESTE: Diretor Administrativo: Antônio Carlos Souza; Diretores Regionais: Anildes Lopes Evangelista, Guilherme Augusto Guimarães Oliveira, Jessé Joel de Lima, João Gilberto de Souza Ribeiro, Rômulo Buldrini Filogônio DIRETORIA REGIONAL SUL: Diretor Administrativo: Fernando de Barros Magalhães; Diretores Regionais: Antônio Azevedo, Arnaldo Rezende de Assis, Carlos José Rosa, Gladyston Rodrigues Carvalho, Nelson Gonçalves Filho, Nelson Benedito Franco, Ney Lopes Procópio, Robson Monte Raso Braga DIRETORIA REGIONAL ZONA DA MATA: Diretor Administrativo: João Vieira de Queiroz Neto; Diretores Regionais: Silvio Rogério Fernandes, Carlos Alberto de Oliveira Joppert, Eduardo Barbosa Monteiro de Castro, Francisco de 2 que o Senge e o vereador Dalton Andrade podem conceber, juntos, um modelo, tanto físico quanto administrativo do escritório que vai prestar assistência técnica gratuita para a realização dos projetos e obras. “Não existe mais nenhum problema legal, uma vez que a lei já foi sancionada e nenhum problema orçamentário, já que a verba para este programa é garantida pela Lei Federal 11.888/2008. O único desafio agora é fazer com que a lei efetivamente passe a ser aplicada, o que obviamente depende de vontade política”, diz o presidente Raul Otávio Pereira. O vereador Dalton Andrade concorda com o presidente do Sindicato de Engenheiros. “É necessário lançar uma previsão orçamentária da verba que será destinada para o programa de assistência técnica gratuita. De agora até agosto é o momento de detalhar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2013 para garantir os recursos que poderão remunerar os profissionais envolvidos no programa e as próprias obras”, avalia. “Vamos trabalhar juntos para conseguir colocar a lei em funcionamento”, garante Raul Otávio. O vereador Dalton Andrade discute com o presidente do Senge-MG, Raul Otávio, a implantação do escritório Paula Lima Netto, Maria Angélica Arantes de Aguiar Abreu, Paulo César de Lima DIRETORIA REGIONAL TRIÂNGULO: Diretor Administrativo: Élcio Barreto Borges; Diretores Regionais: Ismael Figueiredo Dias da Costa Cunha, Antônio Borges Resende, Jean Marcus Ribeiro, João Carlos Moreira Gomes, Marco Túlio Marques Machado, Luciano Lopes Veludo, Clóvis Scherner, Wilton Freitas Mendes DIRETORIA REGIONAL VALE DO AÇO: Diretor Administrativo: José Couto Filho Diretores Regionais: Alberto Carlos da Silva Junior, Daniel Linhares Carlesso, Ildon José Pinto, Cláudio Luiz Maciel Junqueira DIRETORIA REGIONAL CAMPO DAS VERTENTES: Diretor Administrativo: Wilson Antônio Siqueira; Diretores Regionais: Nélson Henrique Nunes de Sousa, Domingos Palmeira Neto DIRETORIA REGIONAL CENTRO: Diretor Administrativo: Dorivaldo Damacena Diretores Regionais: Carlos Henrique Amaral Rossi, Cláudio Lúcio Fonseca, Francisco de Paula Mariano, Élder Gomes dos Reis, Éderson Bustamante, Evaldo de Souza Lima, Iocanan Pinheiro de Araújo Moreira, Jairo Ferreira Fraga Barrioni, José Maurício Andrade Ferreira, Júnia Márcia Bueno Neves, Antônio Lombardo, Antônio Cury, Luiz Antônio Lobo de Abreu, Marcelo dos Reis Lopes, Marcelo de Camargos Pereira, Marcelo Fernandes da Costa, Maria José Maciel Ribeiro, Mário Evaristo Borges, Maurício Fernandes da Costa, Orlando José Garcia Dangla, Paulo Roberto Magalhães, Teodomiro Matos Bicalho, Vicente de Paulo Alves Lopes Trindade, Adevaldo Rodrigues de Souza, Alfredo Marques Diniz, Arnaldo Alves de Oliveira, Clóvis Geraldo Barroso, Abelardo Ribeiro de Novaes Filho, Fernando Augusto Villaça Gomes, Hamilton Silva, Luiz Carlos Sperandio Nogueira, Waldyr Paulino Ribeiro Lima CONSELHO FISCAL: Augusto Cesar Santiago e Silva Pirassinunga, Getúlio Soares de Almeida, Ruy Lopes Teixeira Filho, José Tarcísio Caixeta, Lúcio Fernando Borges SENGE INFORMA• Edição: Miguel Ângelo Teixeira Redação: Miguel Ângelo Teixeira e Luiza Nunes Arte final: Viveiros Editoração Impressão: Editora Impresso Ltda. SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 SENGE 65 ANOS Sindicato abre comemorações apresentando novos projetos No dia 25 de agosto de 2012, o Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG) completa 65 anos. Para comemorar esse marco tão importante, a gestão 2010/2013 está colocando em prática uma série de ações que visam não só homenagear os engenheiros e engenheiras que participaram da construção de sua trajetória, mas resgatar a história de lutas do Sindicato que, em suma, significa o seu engajamento na luta pela conquista da cidadania no País. Para lançar as comemorações dos 65 anos do Senge- -MG, o Sindicato vai realizar, nos dias 14 e 15 de junho, eventos com o objetivo de divulgar, para os associados e demais profissionais, as ações que estão programadas até o final do ano. No dia 14 de junho, serão realizadas, no Teatro da Cidade, a apresentação dos projetos elaborados para os 65 anos, uma exposição de fotos com as imagens mais marcantes da gestão 1981/1984, presidida pelo engenheiro Luiz de Vasconcelos e, tudo isso, acompanhado da apresentação da peça Morte e Vida Severina, espetáculo de Pedro Paulo Cava, texto de João Cabral de Melo Neto e músicas de Chico Buarque de Holanda. Já no dia 15 de junho, será feito o lançamento das novas publicações do Senge-MG: a cartilha Negociações Coletivas – Informações Gerais e a cartilha Mercado de Trabalho Formal da Engenharia em Minas, estudo desenvolvido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além disso, Luiz de Vasconcelos e os diretores da gestão 1981/1984 vão dar os seus AÇÕES DO PROJETO 65 ANOS SENGE MEMÓRIA Levantamento da memória do Sindicato por meio de documentos e de depoimentos dos personagens que construíram a sua história. SENGE PRESENTE Uma equipe de diretores e funcionários está percorrendo o estado, em uma unidade móvel especialmente montada, divulgando as ações do Sindicato SEMINÁRIO ANUAL Serão realizados seminários em Belo Horizonte e em cada Diretoria Regional com o tema Mobilidade e Trânsito nas Médias e Grandes Cidades do Estado. SEMANA “D” Conjunto de eventos programados para a semana do aniversário de 65 Anos do Sindicato, em 25 de agosto de 2012, que serão previamente divulgados. CONVERSA AO PÉ DA GOIABEIRA Happy Hour cultural que acontecerá uma vez por mês na sede do Sindicato, sendo uma oportunidade de encontro dos associados do Sindicato e de debate de temas relevantes. DIA DO ENGENHEIRO Além da tradicional campanha do Sindicato nesta data, o evento marcará o encerramento das comemorações dos 65 anos com uma programação especial. 3 SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 depoimentos sobre este importante período da história do Sindicato e será feita uma homenagem a todos os diretores que fizeram parte da mesma. Na ocasião acontecerá, ainda, a apresentação do projeto Senge Memória, que visa resgatar a história do Sindicato. O dia será encerrado com a inauguração do projeto Conversa ao Pé da Goiabeira, um Happy Hour Cultural que o Senge-MG pretende fazer uma vez por mês para todos os associados, que vai contar com apresentações culturais. SENGE PRESENTE Unidade móvel divulga ações do Sindicato em todo o Estado Como parte das comemorações dos 65 anos do Senge-MG, a entidade lançou o projeto Senge Presente, que visa divulgar as ações e os serviços oferecidos pelo Sindicato aos profissionais da engenharia de todo o Estado e, assim, consolidar sua imagem perante a sociedade. Contando com um veículo próprio, o Senge Móvel, funcionários e diretores do Sindicato visitam empresas, instituições de ensino e feiras da área, levando folders, cartilhas e demais materiais de divulgação da instituição e estão preparados e à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas. Para o presidente do Senge-MG, Raul Otávio da Silva Pereira, o Senge Presente é uma iniciativa que busca expandir o nível de conhecimento dos engenheiros a respeito do Sindicato. “Trata-se de uma forma de divulgar as ações e, principalmente, de orientar os engenheiros a respeito de seus direitos. Essa atividade se fez necessária a partir da constatação de que, em função do grande aumento no número de faculdades de engenharia nos últimos anos - principalmente no interior - a capilaridade do Senge-MG, levando até a sua base todas as informações básicas a respeito do sindicato - é um fator a ser trabalhado e explorado com maior atenção e consistência. Não deixa de ser, também, uma medida que promove a interiorização mais efetiva da entidade”, constata Raul Otávio. A última cidade visitada pelo projeto foi Poços de Caldas, entre os dias 22 e 25 de maio. Lá, o projeto visitou a empresa Alcoa (fábrica de alumínios) e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A Mineração Curimbaba, unidade de Poços de Caldas, fez parte do itinerário do Senge Presente, assim como a M&G (fibras Brasil Ltda)- Gruppo Mossi e Ghisolfi, a Companhia Mineira de Alumínio (CBA), a Ferrero Rocher e a empresa Danone. O trabalho do Sindicato e do grupo Senge Jovem foram apresentados, também, na PUC-Minas, unidade Poços de Caldas e na Faculdade Pitágoras. No município de Andradas, foram visitadas as empresas ICASA e a Phelps Dodge Brasil Ltda- Condutores Elétricos e fios Elétricos. Tércio Casalechi, funcionário do Senge, e os diretores Fernando Magalhães e Nelson Benedito em ação do projeto Senge Presente Antes de Poços de Caldas, o Senge Presente esteve em Pouso Alegre e visitou as empresas Sumidenso do Brasil – Industrias Elétricas, Invicta, KMEX, que é produtora de computadores em geral, e a empresa Rexam, fabricante de latinhas de alumínio. A empresa Screen Serven do Brasil, fabricante de conversor digital, também recebeu os funcionários do Senge-MG, assim como a Unilever. Fernando de Barros Magalhães, diretor da Regional Sul do Senge-MG considera o projeto Senge Presente uma iniciativa positiva do Sindicato. “Muitas vezes, porque a sede do Senge é em Belo Horizonte, muitos associados e engenheiros acabam não tendo acesso às informações do Sindicato, como os benefícios que a entidade oferece. Por isso, é importante essa divulgação do trabalho do Senge, não apenas para os profissionais, mas também para as empresas e para a própria sociedade”, afirma Fernando. Nos caminhos de Minas A inauguração do projeto Senge Presente se deu na 25ª Semana de Engenharia Civil da UFMG, realizada entre os dias 26 e 30 de março. O evento contou com a presença do presidente do Senge-MG, Raul Otávio Pereira, e com o diretor Pedrinho da Mata. Depois disso, o Senge Presente visitou as cidades de Cataguases, Ubá e Juiz de Fora. Em seguida, foi a vez de Uberlândia, onde o Sindicato participou do Encontro Uniube de Tecnologia, Empreendedorismo e Ciência 2012 (Enutec 2012), realizado entre os dias 24 e 26 de abril. Na ocasião, o presidente do Senge-MG fez a palestra “Século XXI – O Brasil e a Engenharia” para os estudantes de engenharia. Em Leopoldina, o presidente Raul Otávio participou da Semana de Engenharia de Controle e Automação do Cefet, com palestra sobre os desafios da engenharia no século 21. Além da palestra, Raul Otávio se reuniu com os alunos do curso de Engenharia e Automação e fez um convite para que os futuros engenheiros participem mais ativamente dos trabalhos do Sindicato. Nos dias 30 e 31 de maio, o Senge participou do 2º Congresso de Engenharia Ambiental da Faculdade Santo Agostinho, em Montes Claros. Em 1º de junho, visitou a empresa Rima, em Bocaiúva. 4 Senge Presente esteve no 2º Congresso de Engenharia Ambiental da Faculdade Santo Agostinho, em Montes Claros SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 SENGE MEMÓRIA Projeto resgata a história das lutas e conquistas dos engenheiros Com o objetivo de resgatar, organizar e apresentar a trajetória do Sindicato a partir dos documentos e fotos existentes e dos depoimentos daqueles que participaram da construção desta história foi criado o projeto Senge Memória. “O lançamento deste projeto, durante as comemorações dos 65 anos do Sindicato, atende a vários objetivos. O principal deles é o resgate das gestões passadas, que desde 1981 vêm construindo a história recente da entidade. Essas gestões, em vários momentos, colocaram-se como protagonistas nas reivindicações por avanços democráticos no País, e é importante que as novas gerações saibam disso, sob pena de se perder o referencial de importância política do Senge”, afirma Raul Otávio Pereira, presidente do Sindicato de Engenheiros. Raul Otávio destaca a importância do Sindicato nas questões políticas brasileiras e, portanto, a importância de um projeto que vá preservar a história da atuação da entidade sindical. “A luta e a conquista, após muitos anos, de eleições diretas em todos os níveis, por exemplo - fato hoje encarado como uma normalidade - só foi possível se considerarmos a abnegação e a dedicação com que vários presidentes, diretores e associados se empenharam e se engajaram”, conta Raul Otávio. As campanhas salariais, em diversas empresas, segundo Raul Otávio, tomaram maior vulto na medida em que se tinha como componente do ambiente de negociação as taxas estratosféricas de inflação mensal, e que propiciaram o surgimento de vários mecanismos danosos aos trabalhadores, tais como “gatilho salarial”, URP, etc. “As campanhas nas décadas de 1980 e 1990 (em paralelo com as iniciativas de democratização total do Brasil) formaram, nesse País, um consciente coletivo que levou multidões a greves, comícios e manifestações. O Senge-MG sempre esteve presente, como porta-voz das necessidades de avanço institucional e também das reivindicações específicas de engenheiros”, observa. Desenvolvimento do projeto Para realizar o trabalho de levantamento, tratamento e organização de todos os documentos, fotos e publicações existentes nos arquivos do Sindicato, foi contratada a empresa CDM – Gestão da Informação que, atualmente, está trabalhando na recuperação dos dados referentes ao período de 1981 a 2010. Além disso, o projeto prevê a captação dos depoimentos, em vídeo, dos ex-presidentes e ex-diretores do Sindicato, para que eles possam contar suas experiências à frente do Senge. Para tanto, serão organizados, a cada mês, eventos com as gestões anteriores para a coleta destes depoimentos. Inicialmente o projeto vai funcionar através de um hotsite, que vai dar acesso aos documentos, fotos e demais materiais levantados durante a pesquisa. O objetivo dessa ferramenta será disponibilizar o acervo do Senge-MG aos engenheiros, diretores e ex-diretores para consulta e para que estes ajudem na identificação de eventos, fotografias e documentos. Os produtos finais de todo esse trabalho serão transformados em material para um Museu Virtual, que poderá ser acessado on-line ou por meio de terminais touch-screen instalados em locais apropriados e em um livro com o de mais relevante do material coletado. “Não podemos, enquanto direção atual do Sindicato, perder essa memória - até para que a mesma sirva como referencial para pesquisa e estudo das atuais e futuras gerações de engenheiros”, considera Raul Otávio. Luiz de Vasconcelos, presidente do Senge na gestão 1981/84, no 1º Congresso de Engenheiros realizado de 25 a 28 de agosto de 1982 Augusto Drummond, presidente do Senge da gestão 1984/87, coloca o adesivo da campanha das diretas no presidente Tancredo Neves História em duas fases A história do Sindicato pode ser dividida em dois períodos. O primeiro vai de 1947, ano de sua fundação, a 6 de fevereiro de 1981, quando assumiu a chapa liderada pelo engenheiro Luiz de Vasconcelos, começando aí o segundo período. A eleição de Luiz de Vasconcelos é considerada emblemática para a história da instituição, momento em que o Sindicato abandona a sua posição próxima ao patronato e aos governos militares para assu5 mir uma postura combativa e de defesa dos trabalhadores e alinhado ao novo movimento sindical que emergia naquele momento em diversas partes do País. Da história do primeiro período pouca coisa foi preservada e de muito pouco SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 se tem conhecimento. Já do segundo período, a documentação é mais farta e grande parte dos personagens que participaram das direções do Sindicato encontram-se vivos e aptos a darem os seus depoimentos. PREVIDÊNCIA PRIVADA Fundos são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil Os fundos de pensão são indispensáveis para o crescimento do Brasil e, por isso, é de extrema necessidade que sejam criados grupos de estudo sobre a Previdência Privada para que sejam estabelecidos regras e parâmetros para a criação dos planos, que garantam aos trabalhadores a segurança que esperam quando aderem a um plano de previdência complementar. Estas foram conclusões tiradas durante o Seminário “Fundos de Pensão: Riscos e Oportunidades”, realizado pelo Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG) em parceria com a Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), no dia 5 de maio. Segundo o diretor de assuntos atuariais, contábeis e econômicos da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Edevaldo Fernandes da Silva, os ativos da Previdência Privada estão na casa dos R$ 603 bilhões, o que corresponde a 16% do PIB brasileiro. “Das cem maiores empresas do país, 85 delas contam com investimentos originários dos fundos de pensão. Daí a importância destes e de assegurar que a gestão dos mesmos seja realizada da maneira correta, o que é uma das funções da Previc”, afirma. Para Edevaldo, outra questão Edevaldo Fernandes (primeiro à esquerda) destaca a importância dos fundos de pensão para o desenvolvimento do País fundamental é a realização, pelas entidades gestoras dos fundos de pensão, de uma educação voltada para o entendimento da previdência complementar. “É necessário que as entidades sejam promotoras dos processos de educação tanto dos conselheiros quanto dos participantes, pois estes precisam entender o que acontece na entidade, como o dinheiro é investido e como ela Previdência Complementar é estendida a servidores federais No dia 30 de abril de 2012, o Congresso Nacional sancionou o Projeto de Lei nº 1.992/2007, criando a Lei Ordinária 12.618/2012, que institui o Regime de Previdência Complementar para os servidores públicos federais titulares de cargos efetivos. A lei fixa o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões pelo regime de previdência de que trata o art. 40 da Constituição Federal; autoriza a criação de três entidades fechadas de previdência complementar denominadas Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe), Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Legislativo (Funpresp-Leg) e Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Judiciário (Funpresp-Jud); altera dispositivos da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004; e dá outras providências. 6 funciona, para que possa haver uma administração mais transparente”, avalia. O diretor da Previc participou dos painéis “Os Fundos de Pensão como indutores do Desenvolvimento Social e Econômico do País” e “Alteração nos Planos de Benefícios e os Direitos dos Participantes”. Antônio Bráulio de Carvalho, diretor de Controladoria e Planejamento da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), participou do painel “Estrutura da Previdência Complementar Para Antônio Bráulio, sem os fundos de pensão, o Brasil para SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 no Brasil” e também destacou a importância dos fundos de pensão para o crescimento do país. “A previdência complementar é a maior fonte de riqueza do trabalhador e todos os grandes empreendimentos têm recursos dos fundos de pensão. Sendo assim, a economia do Brasil depende dos trabalhadores e, se os fundos não investirem, o desenvolvimento para”, observa. Cláudia Ricaldoni, presidente da Anapar, também participou dos painéis e deu uma ideia de como a Previdência Complementar evoluiu no país. Desde a sua criação, em 1970, a previdência complementar, segundo Ricaldoni, viu a criação das Leis Complementares 108 e 109, de 2001, que normatizaram e consolidaram vários avanços no sistema, conquistou um regime tributário diferenciado (isenção do Imposto de Renda), conseguiu a inclusão dos participantes na gestão dos fundos de pensão e a criação da Previc e do Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC), responsável por discutir as regulamentações e as alterações nos planos. PREVIDÊNCIA PRIVADA Contexto atual amplia necessidade de regulamentação das alterações As mudanças sofridas desde a criação da Previdência Privada, na década de 1970, e o contexto social atual tornam o aumento da fiscalização e a criação de uma regulamentação para a alteração dos fundos de pensão uma necessidade iminente. “Com a modificação do mercado de trabalho, com o crescimento do individualismo sobre o mutualismo e com uma resistência cada vez maior das pessoas em relação aos planos solidários, a atuação da Previc e do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é fundamental”, diz Cláudia Ri- caldoni, presidente da Anapar. Cláudia observa que existem muitos problemas quando se trata de previdência complementar, como é o caso da falta de regulamentação para a criação e realização de alterações nos planos e benefícios. “É preciso adotar critério para a formulação dos planos previdenciários, para que estes não se tornem planos financeiros. Ter critérios técnicos que digam o que é previdência privada e o que não é, é muito importante”, afirma a presidente da Anapar. Segundo Cláudia, ainda existe, também, por parte das Contrato é garantia de direitos dos participantes Garantir o respeito aos contratos previdenciários é um dos maiores desafios da Previdência Privada no Brasil. Esta é a opinião de Marcos Riggoni, advogado especialista em Direito Previdenciário, que participou do painel “Alterações nos Planos de Benefícios e os Diretos dos Participantes”, do seminário Fundos de Pensão: Riscos e Oportunidades. Segundo Riggoni, “o judiciário conhece pouco de previdência, por isso estamos enfrentando esse clima de insegurança”. O advogado explica que, ao assinar um plano de Previdência Privada, o participante assina um contrato que lhe dá direito à segurança. “Não se pode ter dúvida que a segurança foi um direito contratado”, afirma. Assim, quando há alteração no regulamento de um plano contratado, sem que haja justificativa comprovada e autorização da Previc, há a quebra do contrato previdenciário, uma vez que o participante perde a segurança adquirida. “É possível fazer alterações nos planos, mas é preciso que haja motivo e a última parte que deve sofrer é o benefício do participante”, observa Riggoni. Cláudia Ricaldoni, presidente da Anapar, concorda que é necessário preservar o contrato previdenciário original e os benefícios dos participantes e, mais do que isso, rever o modelo de governança das entidades. “O grande desafio é desenvolver a cultura de mercado dos fundos de pensão, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento de novos produtos e serviços e, também, normatizar a divulgação das informações sobre a administração dos planos”, completa. patrocinadoras, resistência em reconhecer o direito dos participantes na gestão das entidades. “Assim, é preciso mudar algumas coisas no sistema, para que haja um equilíbrio entre patrocinadoras e participantes. Além disso, é necessário que haja incentivo ao sistema fechado de previdência privada por meio de políticas públicas e tratamento tributário diferenciado e um programa de educação previdenciária focada nos planos, como funcionam, etc”, diz Claúdia. Cláudia Ricaldoni defende maior rigor na fiscalização Tipos de previdência: Regime geral de previdência social (RGPS): de natureza obrigatória, destina-se ao trabalhador da iniciativa privada ou da área pública que não possua regime próprio. O benefício é sujeito a um teto. Sua administração é feita pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Regime de previdência complementar: é optativo. Usualmente é de administração privada, embora haja previsão para que os entes públicos os instituam para os servidores públicos. É fiscalizado pela Superintendência de Previdência Complementar (PREVIC) e pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgãos ligados respectivamente aos Ministérios da Previdência Social e da Fazenda. A previdência complementar é dividida em dois segmentos: previdência aberta e previdência fechada. A aberta pode receber qualquer pessoa que deseje aderir ao plano, independentemente do vínculo empregatício. Já a previdência complementar fechada é entendida como aquela que se destina especificamente às pessoas vinculadas a determinada empresa patrocinadora. Tipos de Planos: Contribuição Definida: as contribuições são estabelecidas previamente em contrato e os benefícios futuros dependem do nível de capitalização. O risco inerente às aplicações nesse tipo de plano recai sobre os participantes, os quais podem ter o nível de seus benefícios comprometido se os recursos não forem aplicados adequadamente. Em caso de morte ou acidente, a quantia destinada ao participante é resgatada e vai para sua família. Marcos Riggoni exige respeito aos contratos 7 Benefício Definido: os benefícios futuros são fixados previamente, quando da adesão ao plano, sendo função das últimas contribuições ou de outro parâmetro contratual. O risco do plano de benefício definido é, principalmente, do patrocinador, pois a magnitude dos benefícios não guarda relação com o nível de capitalização dos recursos da entidade, podendo haver necessidade de revisão dos percentuais das contribuições ou de aportes adicionais, normalmente por parte do patrocinador. SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Nova cartilha esclarece dúvidas sobre o processo de negociações Negociações Coletivas – Informações Gerais é a nova cartilha do Sindicato. O lançamento vai ocorrer simultaneamente a outras atividades programadas para as comemorações do aniversário da entidade que, no dia 25 de agosto de 2012, completa 65 anos. Elaborada pela Diretoria de Negociações Coletivas, com o apoio do setor de Comunicação Social do Sindicato, a cartilha tem como principal objetivo esclarecer as dúvidas mais frequentes dos profissionais da engenharia, das empresas e da própria sociedade quando se trata de questões relativas ao processo de negociação coletiva. Raul Otávio da Silva Pereira, presidente do Senge-MG, acredita que a nova cartilha vai servir como fonte de informação e conscienti- zação para todos os engenheiros. “A expectativa é de que se possa fazer um esclarecimento geral e global sobre o processo de negociação coletiva, até como forma de facilitar o entendimento e a tomada de decisões por parte dos engenheiros em suas assembleias. Por outro lado, esse documento pode servir, também, como uma orientação inicial para os engenheiros que trabalham em empresas que eventualmente ainda não instauraram processos organizados de negociação coletiva. Através da conscientização desses trabalhadores, temos a expectativa de um maior número de processos negociais seja iniciado, fazendo com que o Senge esteja cada vez mais presente, principalmente no interior do estado de Minas Gerais”, completa. Veja aqui como anda a negociação de sua categoria Sinaenco propõe reposição da inflação A contraproposta apresentada pelo Sinaenco, sindicato patronal, está bem longe das reivindicações dos trabalhadores. No que diz respeito ao reajuste salarial e das demais cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o Sinaenco ofereceu apenas a reposição da inflação calculada pelo INPC, de 4,88%, sem aumento real. Além disso, o patronal quer retirar duas cláusulas da CCT: a 14ª – do aviso prévio em dobro e a 18ª – da garantia de emprego ao empregado afastado. As entidades sindicais dos trabalhadores se reuniram para discutir a contraproposta e ratificaram os principais pontos da proposta apresentada ao Sinaenco. Uma nova reunião para dar continuidade às negociações com o sindicato patronal foi agendada. BHTrans reconhece situação de analistas As negociações entre o Senge-MG e a BHTrans estão avançando. Com a confirmação, por parecer técnico do Crea-MG, de que Analista de Transporte e Trânsito é um cargo privativo de profissionais engenheiros e arquitetos, o Sindicato conseguiu que a BHTrans se comprometesse que nenhum analista de trânsito com esta formação continue recebendo menos que o Salário Mínimo Profissional da categoria. Além disso, a empresa informou que está implantando a Participação nos Resultados (PR) e que, até maio de 2013, todos os trabalhadores devem receber o equivalente a um salário base como PR. O Senge-MG assinou Termo de Adesão reconhecendo o ACT 2011/2013, assinado no ano passado, o que garantiu aos engenheiros reajuste salarial de 4,88% (INPC) mais um aumento real de 2,29%. Construção civil de JF pede reajuste de 25% A Diretoria Regional Zona da Mata entregou ao Sinduscon-JF a pauta de reivindicações dos engenheiros e arquitetos que trabalham nas empresas de construção civil de Juiz de Fora. Na ocasião, o Senge solicitou, mais uma vez, o agendamento de uma reunião para dar início às negociações, independentemente das negociações com o sindicato de base. Os engenheiros reivindicam um reajuste salarial e das demais cláusulas econômicas de 25% e que a Lei 4950-A/66 seja contemplada, mantendo o piso salarial definido pela lei. Pedem, também, a alteração de dados nas novas regras para os casos de admissão após a data-base e a alteração de valores no Quadro de Salário Mínimo Profissional referente a cláusula de SMP, na CCT. Prefeitura de JF concede aumento de 5,94% A Câmara Municipal de Juiz de Fora aprovou, no dia 28 de maio, o reajuste salarial de 5,94% para os servidores, incluindo os engenheiros. O índice corresponde a 5,1% como recomposição das perdas inflacionárias de maio de 2011 a abril de 2012 somados a 0,84% equivalente à última parcela das recomposições relativas a 2009, quando os trabalhadores da PJF não tiveram qualquer reajuste. Além do reajuste salarial retroativo a 1º de maio, o tíquete alimentação foi aumentado de R$100,00 para R$124,00 para os servidores com vencimentos de até R$ 1.172,45. A parcela variável do tíquete vai subir de R$38,00 para R$62,00. No entanto, o pagamento desse benefício continua condicionado à assiduidade integral dos servidores. 8 SENGE INFORMA Nº 198 - 10/JUNHO/2012 Furnas recebe pauta e abre negociações Em Assembleia realizada no dia 19 de abril, os engenheiros que trabalham em Furnas aprovaram a pauta específica da empresa e a pauta unificada da Eletrobrás. Na pauta específica de Furnas, os trabalhadores pedem a manutenção, na área de Recursos Humanos, de um Banco de Transferência para analisar as solicitações dos empregados. Além disso, os trabalhadores reivindicam o pagamento, na hipótese de transferência que exigir mudança de domicílio, do valor correspondente a duas vezes a remuneração do mês em que a transferência se efetivar. A pauta unificada pede reajuste salarial com o percentual do índice do custo de vida calculado pelo DIEESE (ICV-DIEESE), acrescido da média do crescimento do consumo de energia elétrica brasileiro observada no país nos últimos 3 anos. Copasa oferece apenas o INPC de 4,88% As negociações com a Copasa, até agora, não tiveram resultados satisfatórios. Na última reunião de negociação, realizada no dia 31 de maio, a empresa voltou a alegar que só tem condições de oferecer o INPC (4,88%) de reajuste salarial e das demais cláusulas econômicas. Segundo a Copasa, o reajuste tarifário foi de 4,34%, o que impossibilita oferecer mais do que a reposição da inflação. Os representantes da companhia afirmaram que um edital de convocação será lançado, em junho, para aumentar o quadro de funcionários e que a diretoria já aprovou a troca da frota de veículos, faltando apenas a aprovação do Conselho. A próxima reunião de negociação será realizada no dia 14 de junho e a expectativa é de que haja avanços.