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PRÓ-REITORIA
DE GRADUAÇÃO
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Sherley
Matemática
AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM:
UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA
PERFORMACE EXPERT NUMA DETERMINADA
ÁREA DE ESTUDO
Autor: Guilherme Augusto dos Santos Silva
GUILHERME AUGUSTO DOS SANTOS SILVA
AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM:
UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA PERFORMACE EXPERT NUMA
DETERMINADA ÁREA DE ESTUDO
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Matemática da Universidade Católica de Brasília,
como requisito parcial para obtenção do Título de
Licenciado em Matemática.
Orientador: Prof. MSc. Marcos Antônio Pereira
Brasília
2009
Artigo de autoria de Guilherme Augusto dos Santos Silva, intitulado AUTO-REGULAÇÃO
DA APRENDIZAGEM: UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA PERFORMACE
EXPERT
NUMA DETERMINADA ÁREA DE ESTUDO, apresentado como requisito
parcial para obtenção do grau de Licenciado em Matemática da Universidade Católica de
Brasília, em 23 de novembro de 2009, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo
assinada:
_____________________________________________________
Prof. MSc. Marcos Antônio Pereira
Orientador
Matemática – UCB
_____________________________________________________
Prof. MSc. Sinval Braga Freitas
Examinador
Matemática – UCB
_____________________________________________________
Prof. MSc. Ana Sheila Perdigão
Examinadora
Matemática – UCB
Brasília
2009
AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM ASPECTO RELEVANTE NA
BUSCA DA PERFORMACE EXPERT EM MATEMÁTICA
GUILHERME AUGUSTO DOS SANTOS SILVA
Resumo:
O presente trabalho visa fornecer orientações a um aprendiz à expertise, procurando enfocar estratégias
de estudo individual e percepções de estudantes quanto a sua própria aprendizagem, a utilização de estratégias de
aprendizagem, a auto-regulação, o estudo deliberado e a motivação. Tem como objetivo identificar as estratégias
de estudo individual, especificamente, criticar a relação entre as estratégias e o desempenho dos estudantes,
analisando como essas estratégias influenciam no estudo e no aprendizado. Vale destacar, também a motivação,
que foi um ponto relevante neste artigo.
Palavras-chave: Aprendizagem, Estratégias de Aprendizagem, Auto-regulação
1. INTRODUÇÃO
Ao analisar e estudar pesquisas realizadas sobre a auto-regulação da aprendizagem
foram encontradas várias dificuldades em relação ao método de ensino e aprendizagem dos
estudantes, as quais tomam uma maior proporção quando os alunos ingressam na
Universidade. Estudos sobre Educação Matemática (PEREIRA, 2007; GALVÃO, 2007;
DEMOLINER, 2007)) mostram que é possível contornar tal situação utilizando técnicas de
estudos, exercendo assim o aprendiz o maior controle sobre seus pensamentos e a refletir
sobre o seu próprio processo de aprendizagem.
Estratégias de aprendizagem vem sendo cada vez mais reconhecidas pelos educadores.
Algumas dessas estratégias estão sendo utilizadas pelos alunos espontaneamente. Ao adquirir
esses conhecimentos, além de contribuir para a escolha de estratégias de aprendizagem mais
eficazes, permite um constante monitoramento da compreensão sobre o desempenho do
próprio estudante. Usar técnicas de memorização, fazer resumos enquanto estudam, fazer
anotações, dedicar ao menos três horas diárias aos estudos são dicas importantes de vários
pesquisadores da área para o fortalecimento da aprendizagem.
Porém, não basta apenas ter o conhecimento das estratégias de aprendizagem, pois
nem sempre significa que o estudante irá utilizá-las adequadamente. Assim, podemos afirmar
que é um grande desafio para os educadores das diversas disciplinas desenvolverem um
processo voltado para o desempenho de metas. Neste sentido, torna-se imprescindível
averiguar como estudantes organizam seus estudos e de como proporcionam melhores
estratégias de aprendizagem.
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O objetivo deste artigo é fornecer aos estudantes a informação de que a aprendizagem
não ocorre da noite para o dia. A formação de um expert em determinada área é precedida de
estratégias de aprendizagem, auto-regulação, motivação, bem como descobrir o melhor
método para aprender e colaborar tanto para o fortalecimento dos processos de aprendizagem
quanto para a formação de expertise.
Este artigo está divido em 5 (cinco) tópicos. O primeiro trata-se da aprendizagem, no
qual mostram processos básicos para complementar o processo de desenvolvimento da
aprendizagem. O segundo refere-se às boas e às más estratégias de aprendizagem, o modo
como alcançar a expertise, a existência de quatro estilos de aprendizagem e o entendimento
alvo e entendimento pessoal. O terceiro subcapítulo apresenta a motivação como um processo
que orienta uma pessoa a fazer esforços para se obter um determinado resultado. O quarto
refere-se ao procedimento da auto-regulação e a metacognição. O quinto relaciona-se ao
estudo individual deliberado em que o aprendiz toma a iniciativa do seu próprio processo de
estudo para aprimorar o seu desempenho.
2. APRENDIZAGEM
Aprendizagem é ganhar conhecimento, compreensão ou habilidade através do estudo,
da instrução ou da investigação. É o processo através do qual se criam representações,
simbolismos, no sentido em que as representações já prontas podem ser inseridas e propostas
aos sistemas inteligentes, que as assimilam, as transformam e são fixadas na mente, como
afirma Pedron (2007). Já Catânia (1999) comenta que a aprendizagem é uma mudança
relativamente permanente no comportamento que ocorre como resultado da prática ou
experiência do ser humano.
Assim, surge uma dúvida: quais seriam as características da aprendizagem? A
aprendizagem é a mudança de comportamento. Quando se repetem comportamentos já
realizados anteriormente, não se está aprendendo. Só existe aprendizagem na medida em que
houver uma mudança de comportamento, resultante da experiência de modo permanente. A
principal meta da aprendizagem é o processo que se refere à “aprendizagem da própria
aprendizagem”.
A aprendizagem somente é realizada quando se é capaz de reproduzir com inteligência
essas idéias contextualizadas no tempo e no espaço (DESCARTES, 1996). No entanto, nem
sempre a aprendizagem envolve um “ganho” ou “benefício”. A característica básica para se
dizer que ocorreu a aprendizagem é a própria mudança de comportamento do indivíduo. Se
existe algo capaz de apressar o processo de aprendizagem, esta é maturação do indivíduo.
Pois, na medida em que a pessoa se aproxima da maturidade, aumenta a probabilidade de uma
aprendizagem mais eficiente, e a imaturidade afasta consideravelmente um indivíduo de uma
aprendizagem profunda.
Deste modo dois processos são básicos para complementar o processo de
desenvolvimento: o de maturação e o da aprendizagem. A maturação e experiência devem
interagir para que o desenvolvimento possa ocorrer de modo adequado. Já a aprendizagem é
uma mudança na disposição do comportamento ou na capacidade do homem.
5
Para Pedron (2007), a aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no
comportamento resultante da experiência.
2.1.
Estratégias de Aprendizagem
Estratégias de aprendizagem são processos e/ou técnicas que os aprendizes adotam
para a concretização de suas atividades, segundo Lombardi (2002). Em outras palavras, são
seqüências integradas de processos ou atividades que o indivíduo escolhe com o propósito de
facilitar a obtenção, o armazenamento e/ou a utilização da informação ou conhecimento.
Para ser um expert, primeiro tem-se que dominar e saber sobre aprendizagem para a
expertise. A dimensão 'tempo de estudo' é particularmente relevante. Segundo Pereira (2007),
investigações têm demonstrado de modo cada vez mais convincente que diferenças nas
primeiras experiências de vida são os principais determinantes da obtenção da capacidade
para performace expert. Por exemplo, para alguém se tornar jogador de xadrez capaz de
disputar torneios internacionais são necessários pelo menos dez anos de preparação
sistemática (GALVÃO, 2007). Na composição musical, a preparação pode levar quase vinte
anos, enquanto que na música instrumental, o estudo de Ericsson (1993) revelou que
violinistas estudantes de conservatório superior atingem em torno de dez mil horas de estudo
individual deliberado com 21 anos de idade. Em geral, pesquisas têm confirmado que, na
maioria das áreas, são necessários pelo menos dez anos de estudo para que a expertise seja
alcançada. Isso é particularmente verdade para a música instrumental, matemática, tênis,
ciência e literatura.
Estudos realizados por Alonso et al. (1994) e Portilho (2003) concluíram a existência
de quatro estilos de aprendizagem de estudantes universitários que ajudam a identificar qual
ou quais os estilos dá-se mais importância na hora de aprender. Dentre eles tem-se o estilo
ativo, o reflexivo, o teórico e o pragmático. O Estilo Ativo apresenta indivíduos ousados,
improvisadores, espontâneos, descobridores, criativos, participativos, competitivos, desejosos
por aprender e que geralmente, são muito falantes. No Estilo Reflexivo são pessoas
ponderadas, receptivas, analíticas, persistentes, observadoras, detalhistas, prudentes e que
gostam de estudar o comportamento humano. No Estilo Teórico as características que
predominam são de pessoas mais metódicas, que buscam a lógica no que fazem, objetivas,
críticas, sistemáticas, planejadoras, disciplinadas, curiosas, que gostam de saber os "por quês",
buscam modelos e teorias. No Estilo Pragmático os estudantes apresentam características
mais expressivas como a praticidade, a eficácia, a utilidade, a segurança em si, além de serem
bem diretos e objetivos nas coisas que costumam fazer.
Existe uma classificação quanto ao tipo de estratégia, finalidade, objetivo, técnica ou
habilidade. Estratégias envolvem informação, assimilação, retenção da informação,
organização, invenção, criatividade, capacidade de análise de comunicação, sociabilidade e
tomada de decisão, além de habilidades cognitivas. Segundo Pereira (2007), o estudo
individual está diretamente ligado às estratégias de aprendizagem, que tem como motivação
somente o medo do fracasso escolar, no qual acaba por subscrever estratégias superficiais de
estudo. Dentre os diversos tipos de aprendizagem, um deles é a significativa por recepção,
quando o estudante recebe conhecimentos e consegue relacioná-los com os conhecimentos,
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outro é a significativa por descoberta, quando o estudante chega ao conhecimento por si só,
comenta Pedron (2007).
Entendimento alvo e entendimento pessoal são itens importantes para estratégias de
estudo, no qual existe uma distinção entre eles: Entendimento alvo é à compreensão que
professores e elaboradores de currículo têm quando elaboram e organizam o currículo de um
curso, já o Entendimento pessoal diz respeito àquilo que de fato os estudantes desenvolvem ou
alcançam na prática (PEREIRA, 2007).
As técnicas são procedimentos aplicados de modo incontrolado, rotineiro e não
planejado, afirma Demoliner (2007), citando Pozo (2000), para que sejam executadas é
preciso planejar e controlar as estratégias, similar ao estudante enquanto aprende, no qual
deve compreender o que está fazendo e o porquê está fazendo. Pode-se dizer que um
estudante para utilizar as estratégias de aprendizagem deve planejar, regular e avaliar suas
ações, muitas vezes, até de modo inconsciente, muito embora quando conscientemente é feito,
o nível de aprendizagem tende a se aprofundar.
Entre os modelos de estratégias que têm sido estudados, tem-se o treino estratégico
acadêmico, a aprendizagem recíproca e as estratégias específicas de aprendizagem. Ainda que
haja diferenças entre os modelos, todas convergem para o seguinte ponto: há um grande
número de estudantes desmotivados, imaturos, com dificuldades de aprendizagem, entre
outros motivos. Estes não fazem uso de estratégias de aprendizagem. Por conseqüência, estes
estudantes podem aprender estratégias de aprendizagem, o que os vão beneficiar a abordar as
tarefas com mais eficiência, aumentando suas chances de sucesso.
Existem outras estratégias de aprendizagem que estão relacionados a ensaio,
organização e monitoramento. As relacionadas a ensaio visam à repetição ativa da fala e/ou
escrita do material a ser aprendido. As de organização implicam na estruturação do material a
ser aprendido. Já as de monitoramento da compreensão levam o indivíduo a permanecer em
alerta constante sobre si enquanto aprendiz, durante o processo de aprendizagem (PEREIRA,
2007).
Já as más estratégias de aprendizagem levam o aluno à memorização, ao acúmulo de
informações de forma desarranjadas e desarticuladas, e estão associadas à aprendizagem
deficiente, como comenta Pereira, citando Boruchovicth (1999). O principal objetivo das
estratégias de aprendizagem coincide com a melhoria do desempenho escolar do aprendiz.
Ausubel (1980; 2005), citado por Pedron (2007), trabalha com o conceito de
aprendizagem significativa. Trata-se de uma forma de aprendizagem onde o aprendiz
apreende em profundidade, isto é, relacionando conceitos, esquemas e aplicações práticas, o
conteúdo de uma determinada disciplina. Para que a aprendizagem significativa aconteça é
necessário levar em conta o conhecimento prévio do estudante, bem como o que ele é capaz
de fazer e compreender por conta própria e que pode fazer a partir da cooperação de terceiros.
Estudos para alcançar a expertise, segundo Demoliner (2007) juntamente com outras
investigações, ajudaram a reforçar a idéia de que o conhecimento expert é conseqüência de
estudo individual deliberado de longo prazo em um domínio específico do conhecimento.
Assim, as estratégias de aprendizagem, resumem-se em descobrir ou redescobrir a
melhor maneira de se aprender (PEREIRA, 2007).
7
2.2.
Motivação e Aprendizagem
O termo “motivação” não é o unívoco entre os teóricos da área. Os behavioristas
correlacionam motivação com recompensa e castigo, ligando motivação com realização.
Outros consideram o vocábulo “motivação” como sinônimo de impulso ou como uma
necessidade, enquanto outros, ainda, relacionam o termo a estímulo ou ativação.
A motivação pode ser conceituada como processo psicológico que orienta uma pessoa
a fazer esforços adequados para se obter um determinado resultado (GUIMARÃES &
BORUCHOVITH, 2004). Ela pode ser gerada por fatores intrínsecos e extrínsecos: Os
intrínsecos são internos à pessoa e podem servir para motivação e praticar ações, como por
exemplo, colecionar CD’s ou fitas de vídeo por prazer e realizar ações caridosas. Já os fatores
extrínsecos estão ligados a compensação externa, como, por exemplo, receber um prêmio,
escolher uma carreira profissional para agradar o pai (GALVÃO, 2002).
A motivação é o resultado dos estímulos que agem como força sobre os indivíduos,
levando-os à ação. Quando a necessidade não pode ser satisfeita, não significa que o
individuo se torna eternamente frustrado, mas, de alguma maneira, haverá um mecanismo de
defesa que fará a necessidade ser transferida ou compensada. Com isso, se percebe que a
motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.
Às vezes, um incentivo pode ser fundamental para despertar no aprendiz um desejo de
estudar algo, mas é sua motivação para algum assunto específico que funcionará como um
impulso.
Professores centrados no controle disciplinar de uma classe, por exemplo, podem
diminuir a motivação dos estudantes. As expectativas do professor sobre o estudante são
profecias que se cumprem por si mesmas. Um ambiente de otimismo tende a aumentar a
motivação. Quando o material didático que se utiliza é adequado (computador, vídeos,
transparências), automaticamente a motivação pode aumentar. Deve-se comunicar aos
estudantes os resultados dos seus trabalhos o mais imediatamente possível. O conhecimento
dos resultados é um forte estímulo para obter mais rapidez e maior exatidão, comenta
Carrasco (2005).
Assim, nem sempre as opiniões de estudantes costumam ser valorizadas por seus
professores e estes os ajudam a ver como se deve pensar e tirar conclusões próprias acerca de
temas estudados. Daí entra a motivação, aonde faz uma grande diferença para o aluno.
Segundo pesquisa de Demoliner (2007), é fato que cada pessoa tem um estilo próprio de
aprender e pode conseguir com que o aprendizado e a comunicação se tornem bem mais
fáceis e eficazes trabalhando quando a pessoa está consciente de como ela própria e os demais
percebem e processam a informação.
Um aprendizado sem motivação cria obstáculos provocando o não sucesso do aprendiz.
A superação desses obstáculos corresponde à resposta que o indivíduo dá de acordo com sua
interpretação da situação. Superando esses obstáculos, consegue a pessoa uma resposta
satisfatória de determinada necessidade, então se generaliza, integrando a resposta correta ao
repertório de conhecimento adquirido, formando assim, o chamado status adquirido. E é
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justamente por isso que a motivação, as aprendizagens e os comportamentos humanos são
dinâmicos, evoluem constantemente modificando a própria pessoa que aprende.
2.3.
Auto-regulação de Aprendizagem
Os procedimentos adotados pelo indivíduo no planejamento, monitoramento e
regulação do seu próprio pensamento são chamados de metacognição. A metacognição é
fundamental na importância da construção do aprendizado expert e está diretamente
relacionada ao desenvolvimento de habilidades reflexivas e críticas sobre o próprio pensar.
Planejamento, monitoramento e regulação são importantes aspectos da metacognição.
O planejamento é o pensar como estabelecer uma boa estratégia de aprendizagem, já o
monitoramento está relacionado à auto-regulação. A regulação é o próprio pensar quando
posto em prática e corresponde à atividade em si e sua manutenção.
Pensando e conhecendo um pouco sobre metacognição, surge a seguinte questão:
alunos são realmente eficazes em julgarem sobre suas próprias descobertas? Acadêmicos não
são os melhores juízes das suas próprias necessidades, pois em sua maior parte preferem
meios de estudos que não se adéquam às suas características individuais (PEREIRA, 2007)
Ao estudar um determinado assunto em matemática, o estudante observa sua
capacidade no tópico de estudo, bem como suas limitações e poderá através da auto-regulação
gerenciar seus esforços para atingir seus objetivos. Pedron (2007) afirma que a auto-regulação
é a capacidade para avaliar a execução da tarefa e fazer correções quando necessário. Segundo
Pereira (2007), citando Bruner (1976), a auto-regulação consiste na necessidade de reflexão
do aprendiz em torno de seus próprios comportamentos, estabelecendo e coordenando
observações de forma produtiva sobre seu próprio desempenho, com o devido monitoramento
de suas atividades. Já para Galvão (2006), a auto-regulação envolve a habilidade de
interrogar, negociar e testar uma representação de modo a permitir que a aprendizagem
ocorra, e novos níveis desta aprendizagem sejam atingidos. Dentre algumas técnicas
adquiridas, está a própria busca da informação. E finalizando, Galvão (2007) comenta que a
auto-regulação consiste na necessidade de refletir sobre suas próprias atitudes, fazendo-se
observações produtivas sobre o próprio desempenho, facilitando o desenvolvimento de tarefas
de aprendizagem e a flexibilidade na aplicação de uma variedade de estratégias específicas,
incluindo a monitoração, elaboração e gerenciamento de esforços.
A auto-regulação consiste de auto-observação, auto-julgamento e auto-reação. A autoobservação consiste na monitoração sistemática do próprio desempenho. O autojulgamento
implica numa comparação do desempenho próprio com um modelo de referência, que pode
ser fornecido por um professor, ou por algum meio de mídia impressa ou digital. A autoreação implica na habilidade de engajar-se em estudo auto-instrutivo. Segundo Bandura
(1986), inclui também que a auto-observação e o autojulgamento servem também para
determinar a ação específica a ser tomada.
Galvão (2001) e Zimmerman (1986) igualmente declaram que o estudante para ser
aprendiz auto-regulado necessita adotar estratégias específicas e eficazes para alcançar os
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objetivos propostos na execução da aprendizagem. Essas estratégias se efetuam ao organizar e
transformar as informações recebidas, sua codificação, sua análise e a aferição de
conseqüências lógicas, com a utilização de ensaios e auxílio da memória das experiências
anteriormente adquiridas. O uso da auto-regulação facilita o processo de aprendizagem a
partir da maturidade do aluno em estabelecer metas de estudos, com a aplicação de estratégias
de monitoramento, elaboração e gerenciamento de esforços (GALVÃO, 2005).
Demoliner (2008) afirma, ainda, que o aluno para ser um aprendiz auto-regulado deve
focar-se em estratégias específicas, como organização e transformação de informações,
ensaio, auxílio de memória, para que o leve ao alcance de metas acadêmicas. O
automonitoramento do estudante propicia um feedback internalizado para o estabelecimento
de novas metas e procedimentos e reexame de estratégias. Os alunos ampliam seus
conhecimentos e crenças ao monitorar o engajamento em tarefas, o que influencia na autoregulação das tarefas subseqüentes (GALVÃO, 2007).
O uso adequado da auto-regulação facilita o processo de aprendizagem, pois leva o
estudante a amadurecer e organizar objetivos concretos no estudo de certas áreas do
conhecimento (PEREIRA, 2007 Apud CORNO, 1989). Por isso, a aprendizagem autoregulada conduz o estudante ao uso de estratégias apropriadas e específicas, como o controle,
a elaboração e o gerenciamento de esforços para realizar com eficácia a aprendizagem,
comenta Pedron (2007).
2.4.
Estudo Individual Deliberado
A atividade em que o aprendiz não apenas controla, mas também toma a iniciativa do
seu próprio processo de estudo com vistas a aprimorar o seu desempenho, pode ser uma
definição para o estudo deliberado, comentam Galvão (2007) e Pereira (2007). Para Pedron
(2007) o estudo deliberado não é uma repetição mecânica e pode ser definido como a
obtenção (organização) de alguma habilidade em etapas adequadas, até se obter um
aperfeiçoamento. Declara ainda que essa habilidade está relacionada à quantidade e
qualidade do produto final. Em outras palavras é o processo, por meio do qual, o objetivo
pode ser atingido. Demoliner (2008) além de concordar com Pedron (2007) acrescenta que
estudo deliberado é a capacidade que a pessoa tem de determinar como irá obter tais
habilidades e qual seria o melhor caminho para que possa adquirir o conhecimento
necessário para a execução da tarefa.
Habilidade pode ser descrita como toda a atividade mental que se pode aplicar a uma
tarefa específica de aprendizagem. Encontra-se outra definição de habilidade, na qual se
refere às capacidades que podem expressar mediante comportamentos em qualquer
momento, já que foram desenvolvidos na prática, por via de procedimentos. Por trás de todo
o procedimento humano, existe uma habilidade que possibilita a realização do mesmo.
Pode-se concluir então que, habilidade é poder realizar algo, mas, não supõe em nenhum
caso, que uma habilidade pode ser reduzida a um único procedimento, nem que
procedimento signifique o mesmo que habilidade.
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A principal meta do estudo individual é o melhor desempenho acadêmico, comenta
Pereira (2007), e pode ser definido também como a obtenção de alguma habilidade. Para
Pedron (2007), alcançar conhecimento e/ou habilidades em alguma área é o principal
objetivo.
Desta forma, a prática ou o estudo deliberado individual tornam-se indispensáveis no
processo de aprendizagem instrucional de qualquer aprendiz, principalmente quando se
almeja um nível de expertise.
3. RESULTADOS E CONCLUSÕES
Ao estudar as pesquisas de Pereira (2007), Galvão (2007), Demoliner (2008) e Pedron
(2007), percebeu-se que o estudo individual deliberado é fundamental para estudantes
aprenderem como atingir um nível expertise em determinada área de estudo. O estudo
individual deliberado é básico para acadêmicos aprenderem os conteúdos exigidos e ainda
mais exigente para estudantes que pretendem se tornar experts em alguma área. Um dos
resultados dessas estratégias é fazer com que os estudantes criem um hábito de estudo.
Pesquisas de diversos autores comprovam que a maioria dos estudantes não possuem o
hábito de estudo e que somente estudam em época de provas, demonstrando e ocasionando
diversos problemas. Em geral, estudantes precisam ter boas estratégias de estudos, como por
exemplo, estudar fazendo resumos, fazer anotações durante as aulas e um ambiente adequado
são alguns dos exemplos de estratégias de aprendizagem que mostram serem eficientes. Ter
esse hábito regular de estudos é um dos fatores que favorecem a expertise.
O ambiente, como citado, também é um fator muito importante, pois, segundo
Ericsson (1993), o aluno necessita de um local no qual se possa concentrar de forma que não
haja distrações e interrupções.
Uma grande influência, principalmente por parte dos professores, é a motivação, pois
quando se mostram entusiasmados com a disciplina os estudantes demonstram mais
interessados e conseqüentemente acabam aprendendo e se desenvolvendo mais. Um
aprendizado sem motivação cria vários obstáculos, nos quais podem provocar o “insucesso’’
do aprendiz. Por isso, é necessário a motivação e que a mesma seja dinâmica para obter
resultados positivos.
Com o uso adequado da auto-regulação há uma facilidade no procedimento de
aprendizagem, pois existe um amadurecimento que faz com que o aprendiz se torne capaz de
organizar certos objetivos nas áreas de conhecimento (PEREIRA, 2007, Apud CORNO,
1989).
Deste modo, como cita Pereira (2007) havendo o bom uso das estratégias de
aprendizagem, o indivíduo é capaz de descobrir a melhor forma de aprender e de
principalmente, se formar um expert em determinado assunto no futuro.
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Conclui realmente com esta pesquisa que, usando técnicas de estudo deliberado, tendo
um hábito de estudo regular diário, se auto-regulando em relação às dúvidas, tempo, foco,
conteúdo etc, com certeza consegue-se chegar a um nível muito gratificante em determinado
assunto, quem sabe até alcançar a expertise.
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