[Digite o título do documento] [Digite o subtítulo do PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO documento] TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Sherley Matemática AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA PERFORMACE EXPERT NUMA DETERMINADA ÁREA DE ESTUDO Autor: Guilherme Augusto dos Santos Silva GUILHERME AUGUSTO DOS SANTOS SILVA AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA PERFORMACE EXPERT NUMA DETERMINADA ÁREA DE ESTUDO Artigo apresentado ao curso de graduação em Matemática da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Matemática. Orientador: Prof. MSc. Marcos Antônio Pereira Brasília 2009 Artigo de autoria de Guilherme Augusto dos Santos Silva, intitulado AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA PERFORMACE EXPERT NUMA DETERMINADA ÁREA DE ESTUDO, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Matemática da Universidade Católica de Brasília, em 23 de novembro de 2009, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: _____________________________________________________ Prof. MSc. Marcos Antônio Pereira Orientador Matemática – UCB _____________________________________________________ Prof. MSc. Sinval Braga Freitas Examinador Matemática – UCB _____________________________________________________ Prof. MSc. Ana Sheila Perdigão Examinadora Matemática – UCB Brasília 2009 AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM ASPECTO RELEVANTE NA BUSCA DA PERFORMACE EXPERT EM MATEMÁTICA GUILHERME AUGUSTO DOS SANTOS SILVA Resumo: O presente trabalho visa fornecer orientações a um aprendiz à expertise, procurando enfocar estratégias de estudo individual e percepções de estudantes quanto a sua própria aprendizagem, a utilização de estratégias de aprendizagem, a auto-regulação, o estudo deliberado e a motivação. Tem como objetivo identificar as estratégias de estudo individual, especificamente, criticar a relação entre as estratégias e o desempenho dos estudantes, analisando como essas estratégias influenciam no estudo e no aprendizado. Vale destacar, também a motivação, que foi um ponto relevante neste artigo. Palavras-chave: Aprendizagem, Estratégias de Aprendizagem, Auto-regulação 1. INTRODUÇÃO Ao analisar e estudar pesquisas realizadas sobre a auto-regulação da aprendizagem foram encontradas várias dificuldades em relação ao método de ensino e aprendizagem dos estudantes, as quais tomam uma maior proporção quando os alunos ingressam na Universidade. Estudos sobre Educação Matemática (PEREIRA, 2007; GALVÃO, 2007; DEMOLINER, 2007)) mostram que é possível contornar tal situação utilizando técnicas de estudos, exercendo assim o aprendiz o maior controle sobre seus pensamentos e a refletir sobre o seu próprio processo de aprendizagem. Estratégias de aprendizagem vem sendo cada vez mais reconhecidas pelos educadores. Algumas dessas estratégias estão sendo utilizadas pelos alunos espontaneamente. Ao adquirir esses conhecimentos, além de contribuir para a escolha de estratégias de aprendizagem mais eficazes, permite um constante monitoramento da compreensão sobre o desempenho do próprio estudante. Usar técnicas de memorização, fazer resumos enquanto estudam, fazer anotações, dedicar ao menos três horas diárias aos estudos são dicas importantes de vários pesquisadores da área para o fortalecimento da aprendizagem. Porém, não basta apenas ter o conhecimento das estratégias de aprendizagem, pois nem sempre significa que o estudante irá utilizá-las adequadamente. Assim, podemos afirmar que é um grande desafio para os educadores das diversas disciplinas desenvolverem um processo voltado para o desempenho de metas. Neste sentido, torna-se imprescindível averiguar como estudantes organizam seus estudos e de como proporcionam melhores estratégias de aprendizagem. 4 O objetivo deste artigo é fornecer aos estudantes a informação de que a aprendizagem não ocorre da noite para o dia. A formação de um expert em determinada área é precedida de estratégias de aprendizagem, auto-regulação, motivação, bem como descobrir o melhor método para aprender e colaborar tanto para o fortalecimento dos processos de aprendizagem quanto para a formação de expertise. Este artigo está divido em 5 (cinco) tópicos. O primeiro trata-se da aprendizagem, no qual mostram processos básicos para complementar o processo de desenvolvimento da aprendizagem. O segundo refere-se às boas e às más estratégias de aprendizagem, o modo como alcançar a expertise, a existência de quatro estilos de aprendizagem e o entendimento alvo e entendimento pessoal. O terceiro subcapítulo apresenta a motivação como um processo que orienta uma pessoa a fazer esforços para se obter um determinado resultado. O quarto refere-se ao procedimento da auto-regulação e a metacognição. O quinto relaciona-se ao estudo individual deliberado em que o aprendiz toma a iniciativa do seu próprio processo de estudo para aprimorar o seu desempenho. 2. APRENDIZAGEM Aprendizagem é ganhar conhecimento, compreensão ou habilidade através do estudo, da instrução ou da investigação. É o processo através do qual se criam representações, simbolismos, no sentido em que as representações já prontas podem ser inseridas e propostas aos sistemas inteligentes, que as assimilam, as transformam e são fixadas na mente, como afirma Pedron (2007). Já Catânia (1999) comenta que a aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no comportamento que ocorre como resultado da prática ou experiência do ser humano. Assim, surge uma dúvida: quais seriam as características da aprendizagem? A aprendizagem é a mudança de comportamento. Quando se repetem comportamentos já realizados anteriormente, não se está aprendendo. Só existe aprendizagem na medida em que houver uma mudança de comportamento, resultante da experiência de modo permanente. A principal meta da aprendizagem é o processo que se refere à “aprendizagem da própria aprendizagem”. A aprendizagem somente é realizada quando se é capaz de reproduzir com inteligência essas idéias contextualizadas no tempo e no espaço (DESCARTES, 1996). No entanto, nem sempre a aprendizagem envolve um “ganho” ou “benefício”. A característica básica para se dizer que ocorreu a aprendizagem é a própria mudança de comportamento do indivíduo. Se existe algo capaz de apressar o processo de aprendizagem, esta é maturação do indivíduo. Pois, na medida em que a pessoa se aproxima da maturidade, aumenta a probabilidade de uma aprendizagem mais eficiente, e a imaturidade afasta consideravelmente um indivíduo de uma aprendizagem profunda. Deste modo dois processos são básicos para complementar o processo de desenvolvimento: o de maturação e o da aprendizagem. A maturação e experiência devem interagir para que o desenvolvimento possa ocorrer de modo adequado. Já a aprendizagem é uma mudança na disposição do comportamento ou na capacidade do homem. 5 Para Pedron (2007), a aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no comportamento resultante da experiência. 2.1. Estratégias de Aprendizagem Estratégias de aprendizagem são processos e/ou técnicas que os aprendizes adotam para a concretização de suas atividades, segundo Lombardi (2002). Em outras palavras, são seqüências integradas de processos ou atividades que o indivíduo escolhe com o propósito de facilitar a obtenção, o armazenamento e/ou a utilização da informação ou conhecimento. Para ser um expert, primeiro tem-se que dominar e saber sobre aprendizagem para a expertise. A dimensão 'tempo de estudo' é particularmente relevante. Segundo Pereira (2007), investigações têm demonstrado de modo cada vez mais convincente que diferenças nas primeiras experiências de vida são os principais determinantes da obtenção da capacidade para performace expert. Por exemplo, para alguém se tornar jogador de xadrez capaz de disputar torneios internacionais são necessários pelo menos dez anos de preparação sistemática (GALVÃO, 2007). Na composição musical, a preparação pode levar quase vinte anos, enquanto que na música instrumental, o estudo de Ericsson (1993) revelou que violinistas estudantes de conservatório superior atingem em torno de dez mil horas de estudo individual deliberado com 21 anos de idade. Em geral, pesquisas têm confirmado que, na maioria das áreas, são necessários pelo menos dez anos de estudo para que a expertise seja alcançada. Isso é particularmente verdade para a música instrumental, matemática, tênis, ciência e literatura. Estudos realizados por Alonso et al. (1994) e Portilho (2003) concluíram a existência de quatro estilos de aprendizagem de estudantes universitários que ajudam a identificar qual ou quais os estilos dá-se mais importância na hora de aprender. Dentre eles tem-se o estilo ativo, o reflexivo, o teórico e o pragmático. O Estilo Ativo apresenta indivíduos ousados, improvisadores, espontâneos, descobridores, criativos, participativos, competitivos, desejosos por aprender e que geralmente, são muito falantes. No Estilo Reflexivo são pessoas ponderadas, receptivas, analíticas, persistentes, observadoras, detalhistas, prudentes e que gostam de estudar o comportamento humano. No Estilo Teórico as características que predominam são de pessoas mais metódicas, que buscam a lógica no que fazem, objetivas, críticas, sistemáticas, planejadoras, disciplinadas, curiosas, que gostam de saber os "por quês", buscam modelos e teorias. No Estilo Pragmático os estudantes apresentam características mais expressivas como a praticidade, a eficácia, a utilidade, a segurança em si, além de serem bem diretos e objetivos nas coisas que costumam fazer. Existe uma classificação quanto ao tipo de estratégia, finalidade, objetivo, técnica ou habilidade. Estratégias envolvem informação, assimilação, retenção da informação, organização, invenção, criatividade, capacidade de análise de comunicação, sociabilidade e tomada de decisão, além de habilidades cognitivas. Segundo Pereira (2007), o estudo individual está diretamente ligado às estratégias de aprendizagem, que tem como motivação somente o medo do fracasso escolar, no qual acaba por subscrever estratégias superficiais de estudo. Dentre os diversos tipos de aprendizagem, um deles é a significativa por recepção, quando o estudante recebe conhecimentos e consegue relacioná-los com os conhecimentos, 6 outro é a significativa por descoberta, quando o estudante chega ao conhecimento por si só, comenta Pedron (2007). Entendimento alvo e entendimento pessoal são itens importantes para estratégias de estudo, no qual existe uma distinção entre eles: Entendimento alvo é à compreensão que professores e elaboradores de currículo têm quando elaboram e organizam o currículo de um curso, já o Entendimento pessoal diz respeito àquilo que de fato os estudantes desenvolvem ou alcançam na prática (PEREIRA, 2007). As técnicas são procedimentos aplicados de modo incontrolado, rotineiro e não planejado, afirma Demoliner (2007), citando Pozo (2000), para que sejam executadas é preciso planejar e controlar as estratégias, similar ao estudante enquanto aprende, no qual deve compreender o que está fazendo e o porquê está fazendo. Pode-se dizer que um estudante para utilizar as estratégias de aprendizagem deve planejar, regular e avaliar suas ações, muitas vezes, até de modo inconsciente, muito embora quando conscientemente é feito, o nível de aprendizagem tende a se aprofundar. Entre os modelos de estratégias que têm sido estudados, tem-se o treino estratégico acadêmico, a aprendizagem recíproca e as estratégias específicas de aprendizagem. Ainda que haja diferenças entre os modelos, todas convergem para o seguinte ponto: há um grande número de estudantes desmotivados, imaturos, com dificuldades de aprendizagem, entre outros motivos. Estes não fazem uso de estratégias de aprendizagem. Por conseqüência, estes estudantes podem aprender estratégias de aprendizagem, o que os vão beneficiar a abordar as tarefas com mais eficiência, aumentando suas chances de sucesso. Existem outras estratégias de aprendizagem que estão relacionados a ensaio, organização e monitoramento. As relacionadas a ensaio visam à repetição ativa da fala e/ou escrita do material a ser aprendido. As de organização implicam na estruturação do material a ser aprendido. Já as de monitoramento da compreensão levam o indivíduo a permanecer em alerta constante sobre si enquanto aprendiz, durante o processo de aprendizagem (PEREIRA, 2007). Já as más estratégias de aprendizagem levam o aluno à memorização, ao acúmulo de informações de forma desarranjadas e desarticuladas, e estão associadas à aprendizagem deficiente, como comenta Pereira, citando Boruchovicth (1999). O principal objetivo das estratégias de aprendizagem coincide com a melhoria do desempenho escolar do aprendiz. Ausubel (1980; 2005), citado por Pedron (2007), trabalha com o conceito de aprendizagem significativa. Trata-se de uma forma de aprendizagem onde o aprendiz apreende em profundidade, isto é, relacionando conceitos, esquemas e aplicações práticas, o conteúdo de uma determinada disciplina. Para que a aprendizagem significativa aconteça é necessário levar em conta o conhecimento prévio do estudante, bem como o que ele é capaz de fazer e compreender por conta própria e que pode fazer a partir da cooperação de terceiros. Estudos para alcançar a expertise, segundo Demoliner (2007) juntamente com outras investigações, ajudaram a reforçar a idéia de que o conhecimento expert é conseqüência de estudo individual deliberado de longo prazo em um domínio específico do conhecimento. Assim, as estratégias de aprendizagem, resumem-se em descobrir ou redescobrir a melhor maneira de se aprender (PEREIRA, 2007). 7 2.2. Motivação e Aprendizagem O termo “motivação” não é o unívoco entre os teóricos da área. Os behavioristas correlacionam motivação com recompensa e castigo, ligando motivação com realização. Outros consideram o vocábulo “motivação” como sinônimo de impulso ou como uma necessidade, enquanto outros, ainda, relacionam o termo a estímulo ou ativação. A motivação pode ser conceituada como processo psicológico que orienta uma pessoa a fazer esforços adequados para se obter um determinado resultado (GUIMARÃES & BORUCHOVITH, 2004). Ela pode ser gerada por fatores intrínsecos e extrínsecos: Os intrínsecos são internos à pessoa e podem servir para motivação e praticar ações, como por exemplo, colecionar CD’s ou fitas de vídeo por prazer e realizar ações caridosas. Já os fatores extrínsecos estão ligados a compensação externa, como, por exemplo, receber um prêmio, escolher uma carreira profissional para agradar o pai (GALVÃO, 2002). A motivação é o resultado dos estímulos que agem como força sobre os indivíduos, levando-os à ação. Quando a necessidade não pode ser satisfeita, não significa que o individuo se torna eternamente frustrado, mas, de alguma maneira, haverá um mecanismo de defesa que fará a necessidade ser transferida ou compensada. Com isso, se percebe que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal. Às vezes, um incentivo pode ser fundamental para despertar no aprendiz um desejo de estudar algo, mas é sua motivação para algum assunto específico que funcionará como um impulso. Professores centrados no controle disciplinar de uma classe, por exemplo, podem diminuir a motivação dos estudantes. As expectativas do professor sobre o estudante são profecias que se cumprem por si mesmas. Um ambiente de otimismo tende a aumentar a motivação. Quando o material didático que se utiliza é adequado (computador, vídeos, transparências), automaticamente a motivação pode aumentar. Deve-se comunicar aos estudantes os resultados dos seus trabalhos o mais imediatamente possível. O conhecimento dos resultados é um forte estímulo para obter mais rapidez e maior exatidão, comenta Carrasco (2005). Assim, nem sempre as opiniões de estudantes costumam ser valorizadas por seus professores e estes os ajudam a ver como se deve pensar e tirar conclusões próprias acerca de temas estudados. Daí entra a motivação, aonde faz uma grande diferença para o aluno. Segundo pesquisa de Demoliner (2007), é fato que cada pessoa tem um estilo próprio de aprender e pode conseguir com que o aprendizado e a comunicação se tornem bem mais fáceis e eficazes trabalhando quando a pessoa está consciente de como ela própria e os demais percebem e processam a informação. Um aprendizado sem motivação cria obstáculos provocando o não sucesso do aprendiz. A superação desses obstáculos corresponde à resposta que o indivíduo dá de acordo com sua interpretação da situação. Superando esses obstáculos, consegue a pessoa uma resposta satisfatória de determinada necessidade, então se generaliza, integrando a resposta correta ao repertório de conhecimento adquirido, formando assim, o chamado status adquirido. E é 8 justamente por isso que a motivação, as aprendizagens e os comportamentos humanos são dinâmicos, evoluem constantemente modificando a própria pessoa que aprende. 2.3. Auto-regulação de Aprendizagem Os procedimentos adotados pelo indivíduo no planejamento, monitoramento e regulação do seu próprio pensamento são chamados de metacognição. A metacognição é fundamental na importância da construção do aprendizado expert e está diretamente relacionada ao desenvolvimento de habilidades reflexivas e críticas sobre o próprio pensar. Planejamento, monitoramento e regulação são importantes aspectos da metacognição. O planejamento é o pensar como estabelecer uma boa estratégia de aprendizagem, já o monitoramento está relacionado à auto-regulação. A regulação é o próprio pensar quando posto em prática e corresponde à atividade em si e sua manutenção. Pensando e conhecendo um pouco sobre metacognição, surge a seguinte questão: alunos são realmente eficazes em julgarem sobre suas próprias descobertas? Acadêmicos não são os melhores juízes das suas próprias necessidades, pois em sua maior parte preferem meios de estudos que não se adéquam às suas características individuais (PEREIRA, 2007) Ao estudar um determinado assunto em matemática, o estudante observa sua capacidade no tópico de estudo, bem como suas limitações e poderá através da auto-regulação gerenciar seus esforços para atingir seus objetivos. Pedron (2007) afirma que a auto-regulação é a capacidade para avaliar a execução da tarefa e fazer correções quando necessário. Segundo Pereira (2007), citando Bruner (1976), a auto-regulação consiste na necessidade de reflexão do aprendiz em torno de seus próprios comportamentos, estabelecendo e coordenando observações de forma produtiva sobre seu próprio desempenho, com o devido monitoramento de suas atividades. Já para Galvão (2006), a auto-regulação envolve a habilidade de interrogar, negociar e testar uma representação de modo a permitir que a aprendizagem ocorra, e novos níveis desta aprendizagem sejam atingidos. Dentre algumas técnicas adquiridas, está a própria busca da informação. E finalizando, Galvão (2007) comenta que a auto-regulação consiste na necessidade de refletir sobre suas próprias atitudes, fazendo-se observações produtivas sobre o próprio desempenho, facilitando o desenvolvimento de tarefas de aprendizagem e a flexibilidade na aplicação de uma variedade de estratégias específicas, incluindo a monitoração, elaboração e gerenciamento de esforços. A auto-regulação consiste de auto-observação, auto-julgamento e auto-reação. A autoobservação consiste na monitoração sistemática do próprio desempenho. O autojulgamento implica numa comparação do desempenho próprio com um modelo de referência, que pode ser fornecido por um professor, ou por algum meio de mídia impressa ou digital. A autoreação implica na habilidade de engajar-se em estudo auto-instrutivo. Segundo Bandura (1986), inclui também que a auto-observação e o autojulgamento servem também para determinar a ação específica a ser tomada. Galvão (2001) e Zimmerman (1986) igualmente declaram que o estudante para ser aprendiz auto-regulado necessita adotar estratégias específicas e eficazes para alcançar os 9 objetivos propostos na execução da aprendizagem. Essas estratégias se efetuam ao organizar e transformar as informações recebidas, sua codificação, sua análise e a aferição de conseqüências lógicas, com a utilização de ensaios e auxílio da memória das experiências anteriormente adquiridas. O uso da auto-regulação facilita o processo de aprendizagem a partir da maturidade do aluno em estabelecer metas de estudos, com a aplicação de estratégias de monitoramento, elaboração e gerenciamento de esforços (GALVÃO, 2005). Demoliner (2008) afirma, ainda, que o aluno para ser um aprendiz auto-regulado deve focar-se em estratégias específicas, como organização e transformação de informações, ensaio, auxílio de memória, para que o leve ao alcance de metas acadêmicas. O automonitoramento do estudante propicia um feedback internalizado para o estabelecimento de novas metas e procedimentos e reexame de estratégias. Os alunos ampliam seus conhecimentos e crenças ao monitorar o engajamento em tarefas, o que influencia na autoregulação das tarefas subseqüentes (GALVÃO, 2007). O uso adequado da auto-regulação facilita o processo de aprendizagem, pois leva o estudante a amadurecer e organizar objetivos concretos no estudo de certas áreas do conhecimento (PEREIRA, 2007 Apud CORNO, 1989). Por isso, a aprendizagem autoregulada conduz o estudante ao uso de estratégias apropriadas e específicas, como o controle, a elaboração e o gerenciamento de esforços para realizar com eficácia a aprendizagem, comenta Pedron (2007). 2.4. Estudo Individual Deliberado A atividade em que o aprendiz não apenas controla, mas também toma a iniciativa do seu próprio processo de estudo com vistas a aprimorar o seu desempenho, pode ser uma definição para o estudo deliberado, comentam Galvão (2007) e Pereira (2007). Para Pedron (2007) o estudo deliberado não é uma repetição mecânica e pode ser definido como a obtenção (organização) de alguma habilidade em etapas adequadas, até se obter um aperfeiçoamento. Declara ainda que essa habilidade está relacionada à quantidade e qualidade do produto final. Em outras palavras é o processo, por meio do qual, o objetivo pode ser atingido. Demoliner (2008) além de concordar com Pedron (2007) acrescenta que estudo deliberado é a capacidade que a pessoa tem de determinar como irá obter tais habilidades e qual seria o melhor caminho para que possa adquirir o conhecimento necessário para a execução da tarefa. Habilidade pode ser descrita como toda a atividade mental que se pode aplicar a uma tarefa específica de aprendizagem. Encontra-se outra definição de habilidade, na qual se refere às capacidades que podem expressar mediante comportamentos em qualquer momento, já que foram desenvolvidos na prática, por via de procedimentos. Por trás de todo o procedimento humano, existe uma habilidade que possibilita a realização do mesmo. Pode-se concluir então que, habilidade é poder realizar algo, mas, não supõe em nenhum caso, que uma habilidade pode ser reduzida a um único procedimento, nem que procedimento signifique o mesmo que habilidade. 10 A principal meta do estudo individual é o melhor desempenho acadêmico, comenta Pereira (2007), e pode ser definido também como a obtenção de alguma habilidade. Para Pedron (2007), alcançar conhecimento e/ou habilidades em alguma área é o principal objetivo. Desta forma, a prática ou o estudo deliberado individual tornam-se indispensáveis no processo de aprendizagem instrucional de qualquer aprendiz, principalmente quando se almeja um nível de expertise. 3. RESULTADOS E CONCLUSÕES Ao estudar as pesquisas de Pereira (2007), Galvão (2007), Demoliner (2008) e Pedron (2007), percebeu-se que o estudo individual deliberado é fundamental para estudantes aprenderem como atingir um nível expertise em determinada área de estudo. O estudo individual deliberado é básico para acadêmicos aprenderem os conteúdos exigidos e ainda mais exigente para estudantes que pretendem se tornar experts em alguma área. Um dos resultados dessas estratégias é fazer com que os estudantes criem um hábito de estudo. Pesquisas de diversos autores comprovam que a maioria dos estudantes não possuem o hábito de estudo e que somente estudam em época de provas, demonstrando e ocasionando diversos problemas. Em geral, estudantes precisam ter boas estratégias de estudos, como por exemplo, estudar fazendo resumos, fazer anotações durante as aulas e um ambiente adequado são alguns dos exemplos de estratégias de aprendizagem que mostram serem eficientes. Ter esse hábito regular de estudos é um dos fatores que favorecem a expertise. O ambiente, como citado, também é um fator muito importante, pois, segundo Ericsson (1993), o aluno necessita de um local no qual se possa concentrar de forma que não haja distrações e interrupções. Uma grande influência, principalmente por parte dos professores, é a motivação, pois quando se mostram entusiasmados com a disciplina os estudantes demonstram mais interessados e conseqüentemente acabam aprendendo e se desenvolvendo mais. Um aprendizado sem motivação cria vários obstáculos, nos quais podem provocar o “insucesso’’ do aprendiz. Por isso, é necessário a motivação e que a mesma seja dinâmica para obter resultados positivos. Com o uso adequado da auto-regulação há uma facilidade no procedimento de aprendizagem, pois existe um amadurecimento que faz com que o aprendiz se torne capaz de organizar certos objetivos nas áreas de conhecimento (PEREIRA, 2007, Apud CORNO, 1989). Deste modo, como cita Pereira (2007) havendo o bom uso das estratégias de aprendizagem, o indivíduo é capaz de descobrir a melhor forma de aprender e de principalmente, se formar um expert em determinado assunto no futuro. 11 Conclui realmente com esta pesquisa que, usando técnicas de estudo deliberado, tendo um hábito de estudo regular diário, se auto-regulando em relação às dúvidas, tempo, foco, conteúdo etc, com certeza consegue-se chegar a um nível muito gratificante em determinado assunto, quem sabe até alcançar a expertise. Referências Bibliográficas ALONSO, A. S. M.. El metodo y las decisiones sobre los medios didácticos. In: Para una tecnología ediucativa. Barcelona: Horsori, 1994 ALONSO, C. M.; GALLEGO, D.J.; HONEY, P. Estilos de Aprendizaje. Que són. Como se diagnostican. Bilbao: Mensajero, 1994 AUSUBEL, D.P. Educational psychology. A cognitive view. New York: Holt, Rinehart e Winston, 1968 BANDURA, A. Social foundations of thought and action: a social cognitive theory. 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