Aluno(a): ____________________________________________________ 9º ano_________ Florianópolis: _____/______/2015. Professor(a): ______________________ - 1º trimestre Coletânea de Textos Auxiliares para a Produção Textual 1 Machismo, a opressão primeira Foi base para propriedade privada e capitalismo. Deu forma à Igreja. Antecede as classes sociais. Modela as instituições. Mas pode ser destruído… Por Marília Moschovick O machismo é uma ideia. A ideia machista baseia-se numa classificação do mundo em objetos, comportamentos, trejeitos, desejos e ideias “masculinos” e “femininos”. O que torna essas coisas masculinas ou femininas não é, ao contrário do que se diz por aí, estarem ligadas a grupos de “homens” ou “mulheres”, respectivamente. Uma coisa não é feminina porque é feita por mulheres, nem masculina porque é feita por homens. A relação vem na mão inversa: uma coisa é feita por mulheres porque é feminina e “mulher” é uma identidade que se baseia num equilíbrio não muito exato, nem muito rígido entre essa “feminilidade” e “masculinidade” (entre outras coisinhas mais). O mesmo no caso dos homens. Uma mulher pode ser vista como “menos mulher” quando faz algo não-feminino ou “mais masculino”, e um homem pode ser visto como “menos masculino” quando faz algo não-masculino ou “mais feminino”. Uma coisa classificada como “feminina” ou “masculina”, porém, não passa a ser classificada de outra maneira quando alguém do gênero “oposto” a pratica. A ideia machista é, essencialmente, que nesse jogo de masculinidades e feminilidades, não importa o contexto, uma relação de poder rege sempre a hierarquização das coisas: a primazia da masculinidade sobre a feminilidade. A masculinidade mais “errada” sempre estará mais certa do que a feminilidade mais “certa”. O machismo é também uma história. Longa. Não se constroem padrões como esse da noite para o dia. O machismo não é invenção moderna. Acompanha as culturas das quais somos herdeiros há milênios. Pode ser encontrado em ainda outras mais. Em praticamente todos os tempos históricos. O machismo não nasceu com o capitalismo: o capitalismo é que foi forjado sobre um pensamento machista. O machismo não nasceu com a Igreja: a Igreja é que tomou os contornos dele. O machismo não nasceu com a propriedade privada no pré-feudalismo europeu: esse último é que se baseou nele. O machismo não tem origem, nacionalidade. Não depende do racismo nem de classes sociais para existir. O machismo está aí — porque só passamos a enxergá-lo há pouco mais de um século, contra milênios de sua existência anterior. Porque lutamos umas poucas pessoas contra ele, enquanto as estruturas mais elementares da nossa sociedade (Estado, religião, família, conhecimento, educação, escola, ciência, filosofia, indústria, classes, racismo) já nasceram modeladíssimas por ele. O machismo é a hegemonia, descritinha, sem tirar nem por. Por isso, o machismo é sempre um sistema. Lutar contra ele não é fácil. É preciso subverter toda uma lógica. É preciso desorganizar as bases mais sólidas sobre as quais o mundo inteiro hoje se apóia. Mover placas tectônicas, com o peso da terra, das pessoas, construções que sobre elas se fizeram. É preciso bagunçar a história, abandonar certezas, se dispor ao erro. Combater o machismo não é para amadores. Enquanto cada um e cada uma de nós se construiu e se constrói cotidianamente como sujeito, como pessoa, ele está lá. Nas visões que nos são ofertadas e das quais bebemos para elaborar novidades (nenhuma criação parte do zero, é fato). Nas definições que as palavras nos impõem, nos limites da linguagem, na necessidade de comunicação: lá vem ele, de novo. Quando nos olhamos no espelho. Tão arraigado que parece natural. Parece vir das entranhas, parece estar no DNA. E sempre que assim parecer, não se engane. É mentira. Terremotos existem. O machismo pode ser destruído. Fonte: http://outraspalavras.net/posts/machismo-a-opressaoprimeira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=machismo-a-opressao-primeira O que é Machismo Machismo é o comportamento, expresso por opiniões e atitudes, de um indivíduo que recusa a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros sexuais, favorecendo e enaltecendo o sexo masculino sobre o feminino. O machista é o indivíduo que exerce o machismo. Em um pensamento machista existe um "sistema hierárquico" de gêneros, onde o masculino está sempre em posição superior ao que é feminino. Ou seja, o machismo é a ideia errônea de que os homens são "superiores" às mulheres. A ideologia do machismo está impregnada nas raízes culturais da sociedade há séculos, tanto no sistema econômico e político mundial, como nas religiões, na mídia e no núcleo família, este último apoiado em um regime patriarcal, onde a figura masculina representa a liderança. Neste cenário, a mulher encontra-se num estado de submissão ao homem, perdendo o seu direito de livre expressão ou sendo forçada pela sociedade machista a servir e assistir as vontades do marido ou do pai, caracterizando um tradicional regime patriarcal. Saiba mais sobre o significado de Submissão. O ideal machista divide o mundo em "o que é feminino" e "o que é masculino", como profissões, trejeitos, expressões, manifestações, comportamentos, emoções e etc. De acordo com a convenção social do machismo, o homem deve seguir o estereótipo masculino, enquanto que a mulher deverá agir segundo o que foi pré-definido como feminino. Não são apenas as mulheres que sofrem com o machismo, como forma de preconceito. Os homens homossexuais, ou mesmo os heterossexuais que se classificam como metrossexuais, por exemplo, também são alvos de exclusão na sociedade machista. Quando um homem foge às ditas "regras da masculinidade", já pode ser enquadrado como alvo de preconceito em uma sociedade machista. Saiba mais sobre o significado de Metrossexual. Na mídia moderna, o machismo aparece quando a figura da mulher é apresentada como um "objeto sexual", de satisfação e prazer para os homens, com o intuito de venda. Numa conotação informal, o machismo ainda pode significar o ato de ser macho, másculo ou um excesso exagerado de macheza e virilidade. Machismo no Brasil A cultura do machismo está fortemente presente no Brasil, em grande parte dentro dos grupos mais jovens. De acordo com pesquisa feita em 2013 através do instituto Data Popular, 96% dos jovens brasileiros, entre 16 e 24 anos, afirmam que a sociedade brasileira ainda é extremamente machista. Fonte: http://www.significados.com.br/machismo/ Salário das mulheres ainda é 30% menor que o dos homens Mulheres estão conquistando cargos de diretoria, presidências e chefias. Mesmo assim, o salário delas na mesma função ainda é menor. A Sala de Emprego dessa segunda-feira (9) fala sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. Apesar das mulheres terem conquistado cargos de diretoria, presidência e chefias, o salário delas é 30% menor, na mesma função deles. Em um universo ainda masculino como o da tecnologia Daniela Sícoli conquistou o Olímpio. Ela é gerente de recursos humanos da Microsoft no Brasil: “Nós temos 30% de mulheres no nosso corpo de funcionários. Seis, oito anos atrás a gente tinha não mais do que 22%”. Exemplos como o da Daniela mostram que vem diminuindo a diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Segundo a Catho, a participação feminina na liderança das empresas aumentou 109,93% desde 2002. Os cargos que mais cresceram foram para vice-presidente, gerente, supervisora, presidente, diretora e encarregada. “Acontece por uma melhor qualificação das mulheres. Fizemos uma análise desde 2002 a 2015 e isso levou a conclusão de que a participação das mulheres vem subindo e isso se reflete na remuneração também das mulheres”, afirma Murilo Cavellucci, diretor de gente e gestão da Catho. O salário das mulheres tem subindo ano a ano mais do que o dos homens, mas ainda há diferença na remuneração quando eles ocupam a mesma função. A pesquisa anual da Catho indicou que os homens ganham, em média, até 30% a mais. Quanto menor o cargo, maior é a diferença. No cargo de técnico, por exemplo, um homem ganha R$ 2.300 e uma mulher R$ 1.800. Na gerência, o salário do homem é de R$ 19.200 e o da mulher R$ 18.600. “Podemos perceber que o salário das mulheres sobe mais do que o dos homens e isso faz com que essa diferença historicamente apresentada venha diminuindo em alguns cargos. Em cargos de alta liderança, diretores e vice-presidentes, essa diferença média chega a ser menor que 4%. O que indica que a tendência é que a diferença da remuneração entre homens e mulheres vai desaparecer num curto espaço de tempo”, prevê Murilo. Antes disso acontecer, vai ser preciso convencer o mercado. Muitas empresas de recrutamento e seleção costumam olhar as mulheres com desconfiança e questionar se elas serão capazes de equilibrar a vida pessoal e com a profissional. “A mulher se afasta do mercado e como qualquer candidato o mercado muitas vezes não entende que esse afastamento aconteceu por uma maternidade. Existe um preconceito que ela se desatualizou, que ela de repente não merece mais ganhar tanto. A mulher pode sim ter uma diminuição salarial e equiparada com um homem ela vai ficar um pouco mais pra trás”, diz Juliana Alvarez, gerente da Page Personnel. Daniela teve que se afastar da empresa dois meses antes de dar a luz aos trigêmeos porque não conseguia se locomover com o barrigão. Ela trabalhou de casa e depois da licença maternidade voltou com tudo: “O que a gente mede aqui é o resultado, não importa efetivamente de onde você exerça o seu trabalho, o que a gente vai querer ver é o impacto que você traz, o resultado que você traz”. Diferenças salariais Alguns números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) abordam os salários dos brasileiros, como o rendimento médio mensal entre homens e mulheres com carteira assinada em 2004 e 2013. Em 2004, os homens ganhavam R$ 1.705 e as mulheres R$ 1.233. A diferença salarial era de 28%. Em 2013, eles passaram a ganhar R$ 2.146 e elas R$ 1.614. A diferença diminuiu para 25%. Na análise sobre os maiores salários por região, as estatísticas mostram que os homens ganham mais no Sudeste (R$ 5.691). Depois, vem o Centro-Oeste (R$ 5.496), o Sul (R$ 4.842), o Nordeste (R$ 3.966) e o Norte (R$ 3.841). Já as mulheres ganham mais no Centro-Oeste (R$ 4.117). Em seguida, estão Sudeste (R$ 3.873), Sul (R$ 2.992), Norte (R$ 2.948) e, por último, o Nordeste (R$ 2.727). Analisando o salário por setor, os homens ganham mais na construção civil (R$ 9.219), depois na indústria (R$ 5.767) e, em terceiro lugar, vem o setor da educação, saúde e serviços sociais (R$ 5.630). Já as mulheres também ganham mais na construção civil (R$ 6.197), só que 33% a menos que os homens e isso no mesmo cargo. Em segundo lugar aparece o setor de transporte, armazenagem e comunicação (R$ 4.185) e em terceiro a indústria (R$ 3.996). Edição do dia 09/03/2015 09/03/2015 11h48 - Atualizado em 10/03/2015 11h35 Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/03/salario-das-mulheres-ainda-e-30-menor-que-o-dos-homens.html Por que as mulheres são estupradas, segundo a polícia Policial catarinense dá dicas para as mulheres evitarem estupro. Além de ineficientes, as dicas mostram o despreparo da segurança pública ao tratar de crime tão delicado por Nádia Lapa — publicado 24/11/2013 15:59, última modificação 26/11/2013 06:06 Um estuprador atacou uma mulher em Blumenau, Santa Catarina, e a violência física foi tamanha que ela faleceu. Encontraram a vítima na manhã do último sábado (23). As informações são do G1, que traz uma fala de uma policial da cidade: "A Polícia Militar disse ao G1 que o número de ocorrências envolvendo estupros na cidade aumentou nos últimos meses e por isso, orienta para que as mulheres busquem utilizar ruas e vias iluminadas e com movimentação de pessoas e evitem circular desacompanhada em horários com menos movimento, como à noite e início da manhã. "Se a pessoa mora sozinha, uma dica é também evitar chegar sempre no mesmo horário do trabalho. Além disso, tentar andar acompanhada. A presença de duas mulheres já inibe mais a ação. Se percorre o trajeto à pé, se possível, buscar caminhos diferentes, por que é a oportunidade que gera a ação", explica a Segundo a Sargento Cristina Moreira, da Central de Emergência da Polícia Militar". Há dois anos, o policial canadense Michael Sanguinetti também deu uma super dica para as mulheres se protegerem de estupros: "parem de se vestir como vadias". As mulheres não se calaram; a partir desse comentário absurdo do policial, surgiu a Marcha das Vadias. De Toronto para o resto do mundo. Diante de um crime bárbaro como o estupro, procura-se explicações para o acontecido. Deve ser muito difícil simplesmente assumir que entre nós há pessoas capazes de tamanha atrocidade; porém, os números não mentem. No Hospital Pérola Byington, em São Paulo, são atendidas 15 vítimas de violência sexual por dia. Com estatísticas assustadoras, natural buscar-se métodos para evitar novos crimes. O problema é focar na potencial vítima, e não no agressor. Toda mulher aprende desde novinha como se comportar para não ser assediada/violentada/abusada. Os conselhos, em geral, são: - Não use roupa curta ou decotada; - Não saia sozinha; - Não ande em ruas desertas ou escuras; - Não aceite bebida de desconhecidos; - Não beba com desconhecidos; - Não abra a porta da sua casa para desconhecidos; - Não faça sexo casual; - Não, não e não. Todos os "nãos" possíveis e imagináveis. Alguns inimagináveis também. A policial catarinense ainda deu uma nova sugestão: "se morar sozinha, evite chegar do trabalho sempre no mesmo horário". O que a pessoa vai ficar fazendo? Depois de passar o dia trabalhando, vai ter que criar mecanismos para enganar um agressor? Passear no shopping? Ir ao bar beber umas cervejas - e, ops, isso não pode! O que fazer, então? Claro que eu não tenho a resposta. Mas acho preocupante quando pessoas que deveriam ser especialistas em segurança pública têm o discurso de culpabilização da vítima. O que elas esperam? Que as mulheres fiquem trancafiadas em casa? O estupro é ao mesmo tempo um crime e uma ferramenta de controle social. Segundo Jill Filipovic, colunista do Guardian, "mostrar o estupro como algo que acontece fora de casa reforça a ideia de que as mulheres estão seguras em ambiente doméstico e em risco, se saírem" (tradução minha). O que não é verdade, uma vez que a maioria dos estupradores é conhecida da vítima. As dicas para "evitar o estupro" podem até ser bem intencionadas, quando elas vêm de um amigo ou um familiar (de um profissional de segurança pública, nunca). Porém, elas dão a impressão de que há como escapar de um crime sexual. Se aconteceu com você, é porque "você não se cuidou o bastante", e isso gera culpa na vítima. Neste panorama, dificilmente ela irá registrar a ocorrência ou procurar ajuda. O discurso de Michael Sanguinetti, lá no Canadá, e de Cristina Moreira, aqui em Blumenau, em vez de ajudar as vítimas, piora ainda mais a situação. Precisamos olhar o estupro como um crime de cunho social. Não é apenas a violência de um indivíduo contra outro; o contexto social precisa ser melhor avaliado. E os responsáveis pela nossa segurança precisam se preparar melhor para tratar de assunto tão delicado. Fonte: http://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-pra-que/porque-as-mulheres-sao-estupradassegundo-a-policia-4780.html