Papiloma Vírus Humano (PHV) O que é o Papiloma Vírus Humano – HPV? Como o nome faz supor, o HPV é um vírus frequente nos humanos, responsável pela formação de lesões chamadas papilomas. Existem diferentes tipos de HPV que podem levar a diferentes resultados em saúde ‐ alguns tipos podem infectar a área anogenital, enquanto outros infectam áreas como os pés ou as mãos, onde podem originar verrugas ou “cravos”. Os vírus que infectam a área anogenital podem ser transmitidos durante o sexo vaginal, oral ou anal, ou durante o contacto íntimo de pele com pele entre pessoas em que pelo menos um esteja infectado. O HPV é detectado em praticamente todos os casos de cancro cervical. Também pode estar associado a outros casos de cancro como o da vulva, pénis, ânus, entre outros, mas estas associações ainda estão a ser investigadas. Estima‐se que o HPV seja uma das infecções de transmissão sexual mais frequente em todo o mundo. Foram identificados muitos tipos de HPV, poucos tendo o potencial de levar ao cancro. Actualmente existem 2 vacinas que oferecem protecção para os tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% de casos de cancro do colo do útero, uma delas protege também para os tipos 6 e 11 responsáveis por cerca de 90% das verrugas anogenitais. A infecção (sexual) por HPV é frequente? É estimado que cerca de 75% dos homens e mulheres sexualmente activos irão ter pelo menos uma infecção por HPV nalguma altura da sua vida. Não há cura conhecida para as infecções por HPV, mas a grande maioria das pessoas tem um sistema imune adequado e consegue eliminar a infecção do seu organismo. Embora uma elevada percentagem de pessoas sexualmente activas seja infectada pelo HPV, só numa pequena proporção irá ter o potencial de evoluir para cancro. A maioria dos sintomas relacionados com o HPV, como as verrugas, pode ser tratada. No entanto, algumas infecções podem persistir e os sintomas recorrer. A prática de sexo seguro, com recurso ao preservativo e a redução do número de parceiros, pode ajudar a reduzir as possibilidades de ter infecção persistente por HPV assim como qualquer outra infecção de transmissão sexual. O teste citológico de rotina – colpocitologia ou Papanicolau – é uma ferramenta de rastreio importante, pois não há forma de saber previamente em que pessoa o vírus vai persistir e evoluir para cancro. 1 Quais os sintomas de infecção pelo HPV? O HPV provoca frequentemente uma infecção silenciosa em que muitos dos infectados não têm sintomas, nem sinais óbvios. Por vezes as verrugas estão presentes mas não visíveis por se encontrarem numa parte interna do corpo, ou por serem muito pequenas. As verrugas anogenitais, também chamadas condilomas, podem apresentar‐se como pequenas lesões elevadas, tipo couve‐flor, ou podem ser planas. Nas mulheres, as verrugas podem aparecer na vulva, colo do útero, coxas, ânus, recto, ou uretra. Além do componente físico, podem associar‐se a problemas emocionais e sociais. O HPV não parece afectar a capacidade de engravidar. Em situações muito raras, o HPV pode alojar‐se na orofaringe da criança infectada durante o parto. A sua excepcionalmente rara ocorrência, não constitui recomendação para cesariana como procedimento de rotina, a não ser que haja outras razões envolvidas. Durante a gravidez, o número e tamanho das verrugas pode aumentar, mas normalmente diminuem depois do parto. Como podem ser tratadas? Podem ser tratados de acordo com a orientação médica, no consultório ou em casa, com aplicação de produto nas lesões. Os métodos podem variar entre crioterapia, electrocoagulação, laser, ou ainda, muito raramente, excisão cirúrgica. Por vezes, as verrugas podem retornar depois do tratamento, sendo necessário repeti‐lo. Para as mulheres, o colo do útero é um local comum da infecção por HPV. Esta infecção pode estar activa ou não. Com uma infecção activa, as células alteradas podem ser observadas através do microscópio na leitura da citologia. Uma infecção activa pode tornar‐se inactiva por acção de um sistema imunitário competente. Por razões ainda não compreendidas, uma infecção pode reactivar. Por vezes, as células anormais lentamente progridem para cancro. A realização regular do teste de Papanicolau ajuda a identificar alterações precoces das células do colo, permitindo o seu tratamento ou vigilância apertada. Se estas alterações não forem identificadas precocemente, há a possibilidade de evoluírem para lesões mais graves e, eventualmente, para o cancro. O teste do HPV‐DNA, que possibilita a caracterização genética do vírus, está disponível em Portugal, mas não faz parte de um rastreio regular. Este teste mais específico pode estar recomendado em situações de alterações do colo, detectadas pelo teste de rastreio. 2 Vacinação para protecção contra o HPV ¾ População alvo A vacinação universal de rotina com a vacina HPV aplica‐se às jovens que fazem 13 anos de idade no respectivo ano civil, iniciando‐se com a coorte de nascimento em 1995 (13 anos em 2008). Para não se perderem oportunidades de vacinação, a vacina pode ser administrada a partir dos 12 anos de idade, respeitando a coorte alvo. As jovens das coortes nascidas em 1995 ou após, que não se vacinem na idade recomendada, podem iniciar o esquema até aos 18 anos de idade, inclusive. A vacinação não requer a realização de qualquer teste analítico prévio. ¾ Vacinação de rotina com a vacina HPV (aos 13 anos de idade) Medidas para minimizar o risco de HPV 1. Comportamentos Aprender sobre medidas preventivas e utilizá‐las de forma consistente. Aprender sobre sinais e sintomas de infecções de transmissão sexual (ITS), consequências e métodos de transmissão. A mulher deve realizar regularmente um exame ginecológico e fazer a colpocitologia e/ou o teste de HPV‐DNA, se recomendado e disponível, mesmo que tenha feito a vacina. Na vigilância ginecológica pode discutir com o médico o rastreio de situações a que possa ter estado exposta. 2. Preservativos O uso de preservativos de látex e de poliuretano está indicado na prevenção de todas as infecções de transmissão sexual. É de lembrar que as áreas de pele não cobertas pelo preservativo não estão protegidas. 3. Infecções Falar com o parceiro(a) sobre as infecções de transmissão sexual e sua prevenção. Ter em conta que os comportamentos prévios de um parceiro(a) também são um factor de risco, principalmente se este teve múltiplos parceiros anteriores. 4. Vacinas Fazer a vacina na mulher, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, ou consoante recomendação médica. 3