Sociologia Prof. Dr. Vidal Mota Jr CONCEITOS SOCIOLÓGICOS SOCIALIZAÇÃO Socialização é a assimilação de hábitos características do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociavél. O processo de socialização inicia-se contudo, após o nascimento, e através, primeiramente, da família ou outros agentes proximos, da escola, dos meios de comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, atores, atletas, super-heróis, etc. SOCIALIZAÇÃO SOCIALIZAÇÃO Socialização é o processo através do qual o indivíduo se integra no grupo em que nasceu adquirindo os seus hábitos e valores característicos.É através da Socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na sociedade.A socialização é, portanto, um processo fundamental não apenas para a integração do indivíduo na sua sociedade, mas também, para a continuidade dos Sistemas Sociais. É o processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças, normas dessa mesma culturas em que o indivíduo se insere. a) Socialização Primária: ocorre na infância e na adolescência, e durante este período o indivíduo adquire competência; b) Socialização Secundária: ocorre na vida adulta sempre que ocorre um processo de adaptação a novas situações CONTATOS SOCIAIS Podemos definir contatos sociais como as formas que os indivíduos estabelecem as relações sociais e as associações humanas. Uma conversa entre duas pessoas, um aperto de mão, um ―bom-dia‖ ou uma consulta médica são exemplos de contatos sociais, que em função deles, irão surgir as relações sociais e os graus de intensidade dessas relações. Evidentemente, as relações estabelecidas entre duas pessoas que se encontram em um lugar para conversar serão muito mais intensas do que aquelas resultantes da conversa entre um médico e um paciente em uma consulta médica. Portanto, existem diferentes tipos de contatos sociais. Os contatos sociais primários se caracterizam por serem pessoais, diretos e com uma forte influência emotiva. Estes são os primeiros tipos de contatos que as pessoas estabelecem, originados das relações entre pais e filhos, irmãos, amigos, etc. Os contatos sociais secundários se diferenciam dos primários pelo fato de serem calculados, racionais e sem influências emotivas. Quando alguém vai comprar pão, por exemplo, a pessoa já sabe que vai haver um vendedor ali e que terá que se comunicar com ele. Essa comunicação, extremamente racional, breve, calculada e sem nenhuma carga emocional é classificada como um contato social secundário. CONTATOS SOCIAIS Tipos: Primários - Contatos pessoais diretos. Forte base emocional.Exemplo: família. Secundários - São os contatos impessoais, formais . exemplo trabalho, escola etc. Contexto Industrialização / urbanização predomina contatos secundários. Proximidade física não significa necessariamente proximidade afetiva. INTERAÇÃO SOCIAL O processo social mais importante é a interação. Todos os processos sociais são diferentes tipos de interação. Por isto, a interação é o processo social geral. A interação é o processo de influência recíproca ou unilateral entre dois ou mais agentes sociais. A influência entre os agentes sociais é recíproca quando os agentes estão fisicamente próximos entre si, em contato direto, ou quando há, de qualquer modo, a possibilidade de reação por parte de todos os agentes envolvidos no processo: quando converso com uma pessoa, seja em contato face a face, seja por telefone, ou mesmo quando me comunico com alguém através de carta, por exemplo. INTERAÇÃO SOCIAL INTERAÇÃO SOCIAL A influência é unilateral quando algum dos agentes em interação está presente no processo apenas de forma indireta e, desse modo, pode influenciar, mas não pode ser influenciado pelo outro . Quando, por exemplo, leio algum livro, sou influenciado, mas, em geral, não influencio o seu autor, seja porque eu não tenha como entrar em contato com ele, seja porque ele esteja morto. O mesmo tende a acontecer quando vejo um filme ou assisto televisão. A unilateralidade predominante na interação feita com a intermediação dos modernos meios de comunicação de massa – cinema, rádio, televisão, jornal – é um eficientíssimo e, por isto mesmo, perigoso instrumento de dominação e manipulação das massas, através da transmissão de crenças e valores, bem como, em conseqüência, da formação de opiniões e atitudes. Interação social é a ação social, mutuamente orientada, de dois ou mais indivíduos em contato. Distingue-se da mera interestimulação em virtude de envolver significados e expectativas em relação às ações de outras pessoas. Podemos dizer que a interação é a reciprocidade de ações sociais. PROCESSOS SOCIAIS Processos sociais são as formas pelas quais os indivíduos se relacionam uns com os outros, ou seja, as formas de estabelecer as relações sociais. Os processos sociais estão presentes em toda a sociedade, por exemplo: quando um grupo de pessoas se organiza para limpar uma casa; quando uma pessoa assimila, mesmo que inconscientemente, a forma de falar de outra; quando um país entre em guerra com outro; etc. Se partirmos do pressuposto de que cada indivíduo é singular, ou seja, cada um possui suas próprias crenças, valores e ideologias em relação a tudo ao seu redor, concluímos que os tipos de processos sociais estabelecidos entre as pessoas irão depender de cada um. A tendência natural dos seres vivos é de se associarem e desassociarem conforme seus interesses. PROCESSOS SOCIAIS Os processos sociais se distinguem em associativos, quando os indivíduos estabelecem relações positivas, de cooperação e de consenso; e dissociativos, quando as relações estabelecidas são negativas, de oposição, de divergência, etc. Os processos associativos são: cooperação, acomodação e assimilação. Na cooperação diferentes indivíduos cooperam entre si para alcançar um objetivo em comum. Acomodação é o processo onde um indivíduo se contenta, sem satisfação, com a situação que é imposta por um outro indivíduo ou pela sociedade. Assimilação é o processo que ocorre quando indivíduos de grupos antagônicos se tornam semelhantes. Entre os processos dessociativos estão: competição e o conflito. Competição é a disputa de interesses entre indivíduos ou grupos sociais, regulada por ―normas‖, não havendo formas de violência ou força bruta. Diferentemente da competição, que não usa de meios violentos para a conquista do objetivo, o conflito é o processo que ocorre quando a competição ganha um grau de alta tensão social, podendo haver inclusive, violência ou ameaça de violência. COMUNIDADE Comunidade pode ser entendida como um conjunto de seres vivos inter-relacionados que habita um mesmo lugar. Do ponto de vista da sociologia, uma comunidade é um conjunto de pessoas com interesses mútuos que vivem no mesmo local e se organizam dentro dum conjunto de normas. Os estudantes que vivem no mesmo dormitório formam uma comunidade, assim como as pessoas que vivem na mesma aldeia cidade ou no mesmo bairro. Comunidade também pode ser entendida como um conjunto de pessoas que se relacionam virtualmente através do Orkut. Politicamente, a comunidade é um grupo de países que se associam para atingirem determinados objectivos comuns. A União Européia começou por chamar-se Comunidade Econômica Europeia. Os países da África austral organizaram-se numa Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral ou SADC do seu nome inglês Southern Africa Development Community. COMUNIDADE GRUPO SOCIAL Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interações recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam de alguma forma afiliados ao grupo. GRUPO SOCIAL AGREGADO SOCIAL Agregado social é uma aglomeração de pessoas com pouco contato primário, ou seja, pouco contato social umas com as outras, com um sentimento grupal. Diferentemente dos grupos sociais, os agregados sociais não são organizados, não possuem hierarquia definida e são desconhecidas entre si. Existem três tipos de agregados sociais: multidão, público e massa. Multidão é a aglomeração de pessoas bastante próximas fisicamente, sem normas ou uma organização pré-estabelecida, anônimas, iguais e com um objetivo em comum. Em uma multidão, não importa a raça, cor, nível intelectual ou de poder aquisitivo dos indivíduos, visto que não há espaço para esta diferenciação. Alguns exemplos de multidão: aglomerações de pessoas brincando o carnaval, grupo de curiosos vendo um acidente de trânsito que acabou de acontecer, etc. AGREGADO SOCIAL AGREGADO SOCIAL O público é bastante diferente da multidão. As principais características que fazem essa distinção é que o público é uma associação intermediária entre o grupo social e a multidão, visto que o esse tipo de agregado social possui certo contato primário entre seus participantes e há uma organização estabelecida. Na multidão, a integração das pessoas é ocasional, no público é intencional, sendo que inclusive as pessoas agrupadas na forma de público possuem a capacidade de criticar (palmas, vaias, etc). Exemplos: público de pessoas que vão a um show musical, ao teatro ou a uma partida de futebol. Outro tipo de agregado social é a massa. Diferentemente do público, que pode criticar, esse tipo é marcado principalmente pela passividade em relação ao que é imposto. Um exemplo claro de massa é o grupo de pessoas que vê a uma propaganda na TV. Neste caso, o conjunto de telespectadores é a massa. Como características nós ainda podemos ver: não há contato entre as pessoas do grupo, seu processo de formação é espontâneo, não há a possibilidade de crítica e o tipo de comunicação que predomina é aquele transmitido pelos veículos de comunicação de massa. ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL A estratificação social indica a existência de diferenças, de desigualdades entre pessoas de uma determinada sociedade. Ela indica a existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes. São três os principais tipos de estratificação social: Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária; Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não têm poder); Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade valorizamos muito mais a profissão de advogado do que a profissão de pedreiro. ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL A estratificação social é a separação da sociedade em grupos de indivíduos que apresentam características parecidas, como por exemplo: negros, brancos, católicos, protestantes, homem, mulher, pobres, ricos, etc. A estratificação é fruto das desigualdades sociais, ou seja, existe estratificação porque existem desigualdades. Podemos perceber a desigualdade em diversas áreas: Oportunidade de trabalho Cultura / lazer Acesso aos meios de informação Acesso à educação Gênero (homem / mulher) Raça Religião Economia (rico / pobre) ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL A estratificação social está presente em todas as épocas: desde os primeiros grupos de indivíduos (homens das cavernas) até nossos tempos. Ela apenas mudou de forma, de intensidade, de causas. A revolução industrial e a evolução dos sistemas econômicos contribuíram para que as questões sobre a desigualdade social fossem melhor visualizadas, discutidas e percebidas. Umas das características fundamentais que distingue nossa sociedade das antigas é a possibilidade de mobilidade social. Diferentemente da sociedade medieval na qual quem nascesse servo, morreria servo, e na qual não era possível lutar por direitos e por uma oportunidade de mudar de classe, em nossa sociedade isto já é possível, especialmente através da educação, do investimento na formação, do trabalho duro, esforço e planejamento. Em outras ocasiões isso foi conseguido por meio de movimentos sociais, que, no caso do Brasil, muitas vezes atuam exatamente da mesma forma que grupos insurgentes ou terroristas em outros países. ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL STATUS SOCIAL Status social é o "posto", a honra ou o prestígio anexados a posição de alguém na sociedade. Note que o status social é influenciado pela posição social. Certos comportamentos carregam estigmas que podem afetar negativamente o status do indivíduo. Na pronvíncia de Huila, Angola, as mulheres pastoras mumuilas indicam seu status social pelo número de colares que ostentem STATUS SOCIAL Status atribuído e status adquirido O status é atribuído quando independe da capacidade do indivíduo para sua obtenção; ele recebe este status quando nasce (por exemplo, os herdeiros de monarquias hereditárias). O status é adquirido quando depende do esforço pessoal para sua obtenção. Dentro de uma perspectiva liberal, também denominada meritocrática, através de suas habilidades, conhecimentos e capacidade pessoal, o indivíduo pode alterar seu status ao competir com outras pessoas ou grupos e triunfar sobre eles. A partir de outros enfoques procede-se a uma análise mais detalhada das circunstâncias que podem levar o indivíduo à ascensão social (e aquisição de maior status), e considera-se que não penas "capacidades e conhecimentos pessoais" são necessários para possibilitar esse ascenso, uma vez que as oportunidades de triunfar através dos próprios méritos não são as mesmas para todos, e o triunfo e ascensão de indivíduos menos qualificados, motivados por outros interesses e contactos, é freqüentemente observado nas sociedades atuais. Este é, de todas as formas, o tipo de status social mais comum na atualidade. STATUS SOCIAL Arcaicos e modernos Nas sociedades pré-modernas, a diferenciação do status é extremamente variada. Em alguns casos ela pode ser bem rígida, tais como no sistema de castas da Índia. Em outros casos, o status tem uma importância relativamente pequena ou pode sequer existir, como ocorre em algumas sociedades de caçadores-coletores tais como os Khoisan, algumas tribos de nativos australianos e outras sociedades nãoestratificadas. Nestes casos, o status está limitado a relacionamentos pessoais específicos. Por exemplo, de um homem !Kung se espera que leve muito a sério a própria sogra (a mãe de sua esposa); mas a sogra não tem "status" sobre ninguém, exceto sobre o genro – e somente em certos contextos. STATUS SOCIAL Nas sociedades modernas, a ocupação é geralmente considerada como a principal dimensão do status, mas mesmo nas sociedades da atualidade, outras filiações (tais como grupo étnico, religião, gênero, trabalho voluntário, fã-clubes, passatempos etc, podem ter sua influência). Um médico, por exemplo, possui um status social mais alto do que um operário de fábrica, mas em algumas sociedades, um médico caucasiano católico possui um status mais elevado do que o de um médico afro-descendente praticante de alguma religião minoritária. Status é uma idéia-chave na estratificação social. Max Weber distingue status de classe social, mas alguns sociólogos empíricos contemporâneos fundiram as duas idéias num "Status Sócio-Econômico", geralmente operacionalizado como uma simples tabela de rendas, educação e prestígio ocupacional. Inconsistência de status é uma situação na qual a posição social do indivíduo tem influências tanto positivas quanto negativas sobre seu status social. Por exemplo, um professor tem uma imagem social positiva (respeito, prestígio) a qual incrementa seu status, mas recebe um baixo salário, o que simultaneamente decrementa seu status. Por outro lado, um criminoso pode ter uma baixa posição social, mas obter altos rendimentos. PAPEL SOCIAL Nas ciências sociais, papel social define o conjunto de normas, direitos, deveres e explicativas que condicionam o comportamento dos indivíduos junto a um grupo. CLASSE SOCIAL Uma classe social é um grupo de pessoas que tem status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. Diferencia-se da casta social na medida em que ao membro de uma dada casta, normalmente é impossível mudar de status. Segundo a ótica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o estado, e as classes dominadas por ela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante. Segundo a mesma visão de mundo, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes, de forma que sempre que uma classe dominada passa a assumir o papel de classe dominante, surge em seu lugar uma nova classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura social mais adequada para a perpetuação da exploração. CLASSE SOCIAL CLASSE SOCIAL Na Idade Média, por exemplo, a classe dominante era formada pelos senhores feudais, donos das terras através da alicação de compulsão e coerção, e a classe dominada era formada pelos camponeses. Uma classe à parte era a classe dos guerreiros que era composta pelos camponeses e alguns eram senhores feudais, que podia passar para uma classe dominante caso recebesse terras como prêmio de suas conquistas. Segundo Karl Marx, as classes sociais estão associadas à divisão do trabalho. São grupos coletivistas que desempenham o mesmo papel na divisão do trabalho num determinado modo de produção (asiático, feudal, mercantil, industrial, etc). CLASSE SOCIAL A partir da Idade contemporânea, com o desenvolvimento do sistema capitalista industrial (e mesmo do pós-industrial), normalmente existe a noção de que as classes sociais, em diversos países, podem ser dividas em 3 níveis diferentes dentro dos quais há subniveis. Atualmente, a estratificação das classes sociais segue a convenção baixa, média e alta, sendo que os primeiros designam o estrato da população com pouca capacidade financeira, tipicamente com dificuldades econômicas, e o último com grande margem financeira; a classe média é, portanto, o estrato considerado mais comum e mais numeroso que, embora não sofra de dificuldades, não vive propriamente com grande margem financeira, nota-se que nos países de terceiro mundo a classe média é uma minoria e a classe baixa é a maioria da população. Desta interpretação é possível encontrar outras classes. CLASSE SOCIAL Classe Alta-Alta: indivíduos que se destacam socio-economicamente, normalmente donos de grandes empresas e oriundos de famílias tradicionalmente ricas ("elite"). Classe Alta: indivíduos altamente bem pagos ("novos ricos"). Classe Média-Alta: indivíduos com salários médio-altos. Classe Média: Pessoas ganhando salários razoáveis ou medianos, porém inferiores aos dos membros da sub-classe supra-mencionada. Classe Média-Baixa: pessoas que recebem salários mais baixos mas não são trabalhadores braçais. Classe Baixa: trabalhadores braçais, também conhecidos como a "classe trabalhadora". Miseráveis: pessoas desempregadas ou não que vivem em um estado constante e desesperador de pobreza. CLASSE SOCIAL CASTAS Castas, em sociologia, são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais de estratificação, ao abrigo da lei ou da prática comum, com base em classificações tais como a raça, a cultura, a ocupação profissional, etc.Varna, a designação sânscrita original para "casta", significa "cor". As quatro castas do Hinduísmo CASTAS As castas na Índia O sistema de castas (Varna) indiano é dividido de acordo com a estrutura do corpo de Brahma. As quatro principais castas são: a boca (Brâmane|Brahmin) representa os sacerdotes, filósofos e professores; os braços (Xatria|Kshatriya) são os militares e os governantes; CASTAS o estômago (Vaishya) são os comerciantes e os agricultores; os pés (Shudra) são os artesãos, os operários e os camponeses. A "poeira sob os pés" não pertence às castas, mas tem um nome: são os Dalit ou párias, os chamados intocáveis (a quem Mahatma Gandhi Gandhi, algo demagogicamente, deu o nome de Harijan, "filhos de Deus"). São constituídos por aqueles (e seus descendentes) que violaram os códigos das castas a que inicialmente pertenciam. São considerados impuros e, por isso, ninguém ousa tocar-lhes. Fazem os trabalhos considerados mais desprezíveis: recolha de lixo, coveiros, talhantes, etc. Na sequência das invasões mongóis da Índia (século XIII), milhões de párias converter-se-iam ao islamismo, uma religião que não os ostracizava. Fora do sistema das castas, também existem os Adivasis (povos tribais) e os Mechhas (estrangeiros). CASTAS Inicialmente, as castas teriam surgido ligadas aos guna predominantes nos indivíduos. Assim, aqueles em que sattva predomina são inclinados às actividades espirituais, à filosofia, à literatura, às artes, às ciências e ao conhecimento — sacerdotes, yogis, mestres espirituais (gurus), eremitas, filósofos, astrólogos, cientistas, escritores, historiadores, artistas e poetas (brâmanes). Rajas inclina naturalmente a actividades enérgicas, agressivas, à conquista de coisas (terras, riquezas) e pessoas (domínio dos outros), à aversão à pobreza e à modéstia, à busca da fama e da notoriedade — guerreiros e governantes (kshatriya) e comerciantes, proprietários de terras, artistas (vaishya). Tamas inclina à passividade, à inércia, à falta de ambição, à ignorância, ao medo de assumir responsabilidades e riscos, a viver o dia-adia em iludido contentamento, em ocupações humildes, repetitivas e cansativas, deixando-se conduzir pelos mais fortes e enérgicos — artesãos, operários, camponeses (shudra). CASTAS Ao contrário do igualitarismo islâmico, o hinduísmo tem uma concepção social que se expressa nesse sistema de castas, adotado no tempo das invasões arianas (cerca de 1.500 - 2.000 a. C.). As castas, segundo eles, nada mais são do que partes diferenciadas de um corpo divino. Na Índia, antes da independência, elas somavam umas 3 mil, resultantes das subdivisões das quatro castas "clássicas": os Brahmin (sacerdotes), os Kshatryia (guerreiros), os Vaishya (comerciantes) e os Shudra (camponeses e artesãos). CASTAS Não há salvação individual (moksha) na medida em que a pessoa só é entendida como pertencente a uma casta a quem ela deve fidelidade absoluta. Se por acaso infringir as normas da sua casta, o indivíduo é expulso, tornando-se um pária (pariyan) ou intocável (harijans ou dalits). É generalizada entre os hindus a crença na reencarnação, no eterno retorno das almas à vida (palingenesia para os Grécia antiga gregos) que podem ser acolhidas inclusive em animais. Tem como ideal a seguir os ashrama, as quatro etapas da vida, onde o homem, depois de estudar, casar-se, trabalhar e constituir família, renuncia à vida mundana e se dedica inteiramente à busca da moksha iluminação, através do yoga (meditação e a outras práticas espirituais), vivendo como eterno peregrino, em reclusão na floresta ou nas montanhas, sobrevivendo à custa de esmolas e oferendas de comida, que lhe estão culturalmente asseguradas pelo resto da população. CASTAS Apesar do sistema de castas ter sido rejeitado pela Constituição Indiana de 1950 (devido à pressão de políticos ocidentalizados), ele continua a fazer parte da cultura da Índia moderna. Atualmente, no hinduísmo, existem mais de 3.000 sub-castas não-oficiais. Há pensadores, como o grande indologista Alain Daniélou, que consideram o sistema das castas como social e culturalmente válido e justificável no contexto indiano, uma forma muito eficaz de preservar certas sub-raças, subculturas e certas profissões transmitidas geracionalmente, sendo as recentes tentativas de o destruir um verdadeiro caso de etnocentrismo, um genocídio cultural da sociedade indiana, levado a cabo pelas potências ocidentais neocolonialismo|neocolonialistas. ESTAMENTO Constitui uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fechadas do que as classes sociais e mais abertas do que as castas, reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra. Historicamente, os estamentos caracterizaram a sociedade feudal durante a Idade Média. Na obra de Max Weber, o conceito de estamento é ampliado. Passa a significar não propriamente um corpo homogêneo estratificado, mas sim uma certa teia de relacionamentos que constitui um determinado poder e influi em determinado campo de atividade. ESTAMENTO Podemos afirmar que, no estamento, cada estrato deve obedecer leis diferenciadas. Por exemplo, na sociedade feudal os direitos e deveres de um nobre eram diferentes dos direitos e deveres de um servo. E, embora a lei não preveja a mudança de status social, ela também não a torna impossível, como na casta. Por exemplo, um servo, se se esforçar bastante, pode se tornar um pequeno comerciante ou um membro do clero. Isso dá ao sistema de estamentos uma mobilidade social maior do que nas castas, mas não tão alta quanto nas classes sociais, onde todos, em teoria, são iguais perante a lei. ESTAMENTO MUDANÇA SOCIAL Mudança social é qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade. Nenhuma sociedade é perfeitamente igual a si mesma em dois momentos sucessivos de sua história. Tornando como exemplo a abolição da escravidão, percebe-se que uma das mudanças sociais decorrentes desse fato foi a modificação básica na instituição econômica. O trabalho passou a ser realizado por trabalhadores livres, que recebiam salário. Isso provocou transformações em toda estrutura social brasileira. Outro exemplo é a questão da reforma agrária, tema sempre presente nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. MUDANÇA SOCIAL Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século XIX, e o movimento pela reforma agrária, principalmente a partir da década de 1960, podemos perceber algumas semelhanças. Da mesma forma que na época da abolição existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são favoráveis e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. Na época da abolição havia indivíduos progressistas ou reformistas, que viam com agrado a abolição. E havia indivíduos que resistiam as mudanças, com atitudes tipicamente conservadoras e, às vezes, até mesmo racionarias, isto é, de um conservadorismo exagerado. Os fazendeiros proprietários de escravos chegaram a organizar partidos políticos que se opunham à abolição. MUDANÇA SOCIAL Também no Brasil atual, há pessoas favoráveis à reforma agrária e outras contrárias a ela. Os fazendeiros da região do Araguaia, por exemplo, entraram em conflito com posseiros, criando um foco de tensão no Centro-Oeste do Brasil, nos anos de 1970. E tanto os grupos que exigem a reforma agrária como os grandes fazendeiros têm seus representantes e defensores no Congresso. Como vemos, as formas de vida de uma sociedade podem ser alteradas por mudanças sociais. E pela incorporação das mudanças, a história de cada sociedade vai sendo construída de maneira sucessiva e única. MUDANÇA SOCIAL Foto: Sebastião Salgado: Terra A FAMÍLIA A palavra "família" deriva do verbete latino "famulus" = 'domésticos, servidores, escravos, séquito, comitiva, cortejo, casa, família‗. A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. É um grupo de pessoas, ou um número de grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada) a partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção. Nesse sentido o termo confunde-se com clã. Dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes directos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações. A FAMÍLIA Podemos então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interacção dos membros da mesma, considerando-a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transaccionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ ou função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais (MINUCHIN,1990). ESTRUTURAS FAMILIARES A família assume uma estrutura característica. Por estrutura entende-se, ―uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que se inter-relacionam de maneira específica e recorrente‖ (WHALEY e WONG, 1989; p. 21). Deste modo, a estrutura familiar compõe-se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interacção regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adoptados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou mono parental, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenómenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar, ilegitimidade ou adopção de crianças por uma só pessoa. ESTRUTURAS FAMILIARES A família ampliada ou consangüínea é outra estrutura, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos. Para além destas estruturas, existem também as denominadas de famílias alternativas, sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homossexuais. As famílias comunitárias, ao contrário dos sistemas familiares tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se cinge aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. ESTRUTURAS FAMILIARES Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adoptadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros (Idem). Quanto ao tipo de relações pessoais que se apresentam numa família, LÉVISTRAUSS (cit. por PINHEIRO, 1999), refere três tipos de relação. São elas, a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por uniões sexuais, que se geram os filhos. Segundo ATKINSON e MURRAY (cit. por VARA, 1996), a família é um sistema social uno, composto por um grupo de indivíduos, cada um com um papel atribuído, e embora diferenciados, consubstanciam o funcionamento do sistema como um todo. O conceito de família, ao ser abordado, evoca obrigatoriamente, os conceitos de papéis e funções, como se têm vindo a verificar. Em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo, marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. Papéis estes, que não são mais do que, “as expectativas de comportamento, de obrigações e de direitos que estão associados a uma dada posição na família ou no grupo social” (DUVALL ; MILLER cit. por STANHOPE, 1999; p. 502). ESTRUTURAS FAMILIARES Assim sendo, e começando pelos adultos na família, os seus papéis variam muito, tendo NYE (cit. por STANHOPE, 1999) considerado como característicos os seguintes: a “socialização da criança”, relacionado com as actividades contribuintes para o desenvolvimento das capacidades mentais e sociais da criança; os “cuidados às crianças”, tanto físicos como emocionais, perspectivando o seu desenvolvimento saudável; o “papel de suporte familiar”, que inclui a produção e/ ou obtenção de bens e serviços necessários à família; o “papel de encarregados dos assuntos domésticos”, onde estão incluídos os serviços domésticos, que visam o prazer e o conforto dos membros da família; o “papel de manutenção das relações familiares”, relacionado com a manutenção do contacto com parentes e implicando a ajuda em situações de crise; os “papéis sexuais”, relacionado com as relações sexuais entre ambos os parceiros; o “papel terapêutico”, que implica a ajuda e apoio emocional aquando dos problemas familiares; o “papel recreativo”, relacionado com o proporcionar divertimentos à família, visando o relaxamento e desenvolvimento pessoal. ESTRUTURAS FAMILIARES Relativamente aos papéis dos irmãos, estes são promotores e receptores, em simultâneo, do processo de socialização na família, ajudando a estabelecer e manter as normas, promovendo o desenvolvimento da cultura familiar. “Contribuem para a formação da identidade uns dos outros servindo de defensores e protectores, interpretando o mundo exterior, ensinando os outros sobre equidade, formando alianças, discutindo, negociando e ajustando mutuamente os comportamentos uns dos outros” (Idem; p. 502). Há a salientar, relativamente aos papéis atribuídos que, será ideal que exista alguma flexibilidade, assim como, a possibilidade de troca ocasional desses mesmos papéis, aquando, por exemplo, um dos membros não possa desempenhar o seu (SOARES, 2003). MOVIMENTO SOCIAL Movimento social é uma expressão técnica usada para denominar organizações estruturadas com a finalidade de criar formas de associação entre pessoas e entidades que tenham interesses em comum, para a defesa ou promoção de certos objetivos perante a sociedade. Terra – Foto Sebastião Salgado MOVIMENTO SOCIAL Movimento Social é a reunião de pessoas que se põem em movimento pela conquista de algo. Em sua concepção política, movimentos sociais são compostos pelo povo, normalmente excluídos de algum direito. Os sem-tetos lutam por teto, desempregados por trabalho, etc. Porém, após essa união, as pessoas organizadas em um movimento passam a compreender, que não adianta apenas a sua luta específica. Que sua vida não irá melhorar com a conquista apenas do teto ou da terra. Por isso, normalmente os movimentos sociais tentam convencer a população da importância de sua luta e se solidarizam com outras lutas. Normalmente, a pessoa que não tem teto, emprego, terra, educação, acha que é por sua culpa. O movimento mostra a ela que isso são direitos, e não privilégios. O movimento social tira as pessoas de seu isolamento e lhe dá identidade, dignidade. MOVIMENTO SOCIAL Os objetivos destas entidades podem ser, também conforme o caso, a obtenção de direitos ou privilégios para seus membros ou a busca de interesses mais amplos da sociedade em geral. Os movimentos sociais se caracterizam, na maioria das vezes, por atuarem de forma explícita e evidente no ambiente político. Suas atividades se desenvolvem seja pacificamente (por meio de passeatas, atos públicos, simbólicos e cívicos, lobby junto a representantes eleitos, promoção de ações judiciais), seja mediante manifestações violentas, arbitrárias e/ou polêmicas (ocupações de bens públicos, ocupações de propriedades, encampamento de órgãos, agências ou concessionárias de serviços públicos, conflitos armados etc.). Dentro do espectro mencionado, há movimentos sociais que atuam dentro da mais estreita legalidade e outros cujos dirigentes estão presos ou sofrem indiciamentos ou processos criminais. Alguns sites de movimentos: www.mst.org.br/ www.mtl.org.br/ www.cpt.org.br/ REFERÊNCIAS LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Sociologia geral. 7. eu. São Paulo: Atlas, 1999. DICIONÁRIO critico de sociologia. Por Raymond Bondon, Francois Bourricaud. São Paulo: Ática, 2001.