O “BOM ENCAIXE” ENTRE PAIS E FILHOS
O primeiro grupo social da criança é a família. É esta, em particular, que ajuda a
determinar como suas habilidades individuais são usadas, como suas atitudes e opiniões
são formadas e como a motivação para a escola e o futuro se desenvolve.
Sem dúvida, a interação pais-filho é bilateral. O comportamento dos pais é
afetado pelo comportamento dos filhos, e vice-versa, havendo, portanto, a necessidade
do “bom encaixe” (Thomas e Chess – 1984) entre pais e filhos, ou seja, compatibilidade
de características pessoais e valores, segurança e possível permissão para a
independência do filho e uma educação mais tranqüila. Para tanto, é preciso que os pais
sejam mais sensíveis às necessidades individuais advindas do crescimento e
desenvolvimento da criança e que ajam com bom senso nos momentos marcantes de
exigência de segurança emocional, os quais gerarão, mais tarde, a independência sadia
nos filhos.
ESTILO DOS PAIS
COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
COM AUTORIDADE
Esperam que as crianças se comportem
intelectualmente e socialmente em níveis
coerentes com a idade e as habilidades;
atentos, seguros, interessados pelas suas
opiniões e sentimentos, incentivam,
intervêm e valorizam, de forma correta, as
decisões do filho.
ESTILO DOS PAIS
Independente, coloca suas idéias sem
receio de ser criticada; amistosa com os
colegas, cooperadora, motivada para
realizações, bem-sucedida, feliz e
independente.
COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
AUTORITÁRIO
Afirmam poder e controle sem ternura ou
comunicação bilateral; definem padrões
absolutos; exigem obediência, respeito
pela autoridade.
Tende ao isolamento social, não
demonstra espontaneidade; desmotivada e
dependente em suas realizações; apresenta
um comportamento agressivo para
consigo e para com os colegas.
ESTILO DOS PAIS
COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
TOLERANTE
Fazem poucas exigências aos filhos;
demonstram aceitação, compreensão e
concentram-se nele; acham tudo aceitável
e extremamente normal.
ESTILO DOS PAIS
Positiva, alegre, porém extremamente
imatura, sem controle dos seus impulsos;
não
possui
responsabilidade
e
autoconfiança. Tende à frustração e à
agressividade.
COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
NEGLIGENTE
Preocupados com as próprias atividades,
pouco
envolvidos
com
produção
acadêmica do filho e desinteressados nos
feitos e sentimentos deste; evitam
comunicação bilateral e não dão muita
atenção às opiniões e às realizações do
filho.
Tendência ao mau humor, à falta de
concentração, à dispersão; centralizadora,
impulsiva; apresenta fraco controle das
suas emoções,
baixa tolerância à
frustração e baixa auto-estima; é
dependente dos outros; desvaloriza-se.
Em termos educacionais, a importância da família não está restrita apenas a
garantir ao filho um ambiente doméstico seguro ou a futura independência. Os pais
também precisam demonstrar um interesse real pelas emoções, sentimentos,
dificuldades pertinentes às fases do desenvolvimento, como também pelas atividades
escolares dele, uma vez que tal interesse, revelando a importância do filho no contexto
familiar e social, promove seu progresso de forma sadia e harmoniosa.
Portanto, fica bem claro que o papel que a família e a escola, o segundo grupo
social da criança, desempenham é essencial na formação de um ser sociável e
independente. Quanto mais familiarizados estivermos com esses papéis, mais fácil
ficará entender que a criança é, apenas em parte, responsável pelas inseguranças que seu
comportamento pode revelar. Entenderemos que muitas de suas atitudes são ditadas
pelo ambiente e pelas personagens significativas que estão envolvidas no intenso
processo de desenvolvimento desse pequeno ser.
Texto adaptado do livro Psicologia dos professores, de David Fontana.
Thereza Christina Santos
Coordenadora Pedagógica do Ensino Médio
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O “BOM ENCAIXE” ENTRE PAIS E FILHOS O primeiro grupo social