UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) - Núcleos Associadaos
Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas (NUMEPI) e parceiros
Fontes: UNIFESP
Politica Nacional de Práticas Integrativas e complementares no SUS
Colaboradores
- Acary Souza Bulle Oliveira → NUCI/NUMEPI
- Andréa Romero Latterza → NUCI
- Débora Amado Scerni → NUCI/NUMEPI
- Gislaine Cristina Abe → SIDNM/MTC/NUCI
- Jorge Kioshi Hosomi → NUMA/NUMEPI
- José Peccinini Petri → SBT/NUCI
- Márcia Regina Donatoni Urbano → NUCI/NUMEPI
- Mary Uchiyama Nakamura → NUMA/NUMEPI
- Moacyr Mendes de Morais → NUCI/NUMEPI
- Nélida Amélia Fontana → SBT/NUCI
- Paulo Eduardo Ramos → SIDNM/MTC/NUCI
- Ricardo Ghelman → NUMA/NUMEPI
- Ricardo Tabach → CEBRID/NUMEPI
- Romeu Carillo Junior → ABRAH/HSPM-SP/NUCI
- Selda Pantalena de Sousa SBT/NUCI
- Sérgio Felipe de Oliveira → NUCI/NUMEPI
- Sissy Veloso Fontes → NUCI/NUMEPI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO - PROEX
Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas - NUMEPI
ORGANOGRAMA DOS SUBNÚCLEOS/DEPARTAMENTOS PARTICIPANTES e PARCERIAS
NUMEPI
(Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas)
Pró-Reitoria de Extensão da Unifesp
Departamento de Obstetrícia
Núcleo de Medicina Antroposófica: NUMA
Profa. Dra. Mary Uchiyama Nakamura
Dr. Ricardo Ghelman
Ms. Jorge Kioshi Hosomi
Associação Brasileira de Reciclagem e
Atualização em Homeopatia: ABRAH
Clínica de Homeopatia do Hospital do Servidor
Público Municipal de São Paulo: HSPM-SP
Ms. Romeu Carillo Junior
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia
Núcleo de Cuidados Integrativos:
NUCI
Profa. Dra. Sissy Veloso Fontes
Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira
Profa. Dra. Débora Amado Scerni
Ms. Márcia Regina Donatoni Urbano
Ms. Andréa Romero Latterza
Ms. Sérgio Felipe de Oliveira
Esp. Moacyr Mendes de Morais
Sociedade Brasileira de Termalismo: SBT
Esp. Nélida Amélia Fontana
Esp. Selda Pantalena de Sousa
José Peccinini Petri
Setor de Investigação em Doenças
Neuromusculares: SIDN/MTC – UNIFESP
Ambulatório de Medicina Tradicional Chinesa: MTC
Departamento de Medicina Preventiva
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas: CEBRID
Prof. Dr. Ricardo Tabach
Ms. Gislaine Cristina Abe
Esp. Paulo Eduardo Ramos
Introdução
•
Política Nacional de Atenção Básica
Portaria nº 648, de 28 de Março de 2006
-
ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: é “um conjunto de ações de saúde desenvolvidas
em âmbito Individual e Coletivo que abrangem a PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DA
SAÚDE, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
manutenção da saúde” É o primeiro ponto de contato do cidadão com o Sistema
de Saúde.
-
PRINCÍPIOS: universalidade, acessibilidade, coordenação, vínculo, continuidade,
integração, responsabilidade, humanização, equidade e participação social.
-
CONSIDERA O SUJEITO: em sua singularidade, complexidade, integralidade,
inserção sociocultural.
(Brasil, 2006 - PNAB)
•Portaria GM Nº 154, de 24 de
Janeiro de 2008, Republicada
em 04 de março de 2008.
₋ VISA: ampliar a abrangência e
o escopo das AÇÕES DA
ATENÇÃO BÁSICA, bem como
sua resolubilidade.
Práticas Integrativas
e
Complementares
Práticas Integrativas e Complementares – PIC´s
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) para o SUS
(Diário Oficial, portaria No. 971 de 03/05/06 do Ministério da Saúde)
- O campo das PIC´s contempla SISTEMAS MÉDICOS COMPLEXOS (racionalidade médica) E
RECURSOS TERAPÊUTICOS, também denominados pela OMS de Medicina Tradicional e
Complementar/Alternativa (MT/MCA).
-
Cosmologia/Cosmovisão:
doutrina
médica,
diagnóstico,
sistemas
terapêuticos,
morfologia
(anatomia), dinâmica vital (fisiologia). (Madel T. Luz, 2006)
“Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde – Organização Mundial de Saúde (OPAS-OMS), Medicina Tradicional é o
de conhecimento técnico e procedimentos baseado nas teorias, crenças e, experiências indígenas de diferentes culturas, sejam ou
não explicáveis pela ciência, usados para a manutenção da saúde, como também para a prevenção, diagnose e tratamento de
doenças
físicas e mentais. São exemplos: a medicina tradicional chinesa, a ayurvédica hindu, a medicina unani árabe e as
diversas formas de
medicina indígena. Abrange terapias como a medicação à base de ervas, partes de animais ou minerais, e
terapias sem medicação, como a acupuntura, as terapias manuais e as terapias espirituais”.
(Traditional Medicine Strategy. Genebra: WHO, 2010)
total
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pic.php
Visam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e
recuperação da saúde por meio de tecnologias efetivas e seguras, com ênfase
na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na
INTEGRAÇÃO do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros
pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são
a visão ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do
CUIDADO HUMANO, especialmente do AUTOCUIDADO.
Práticas Integrativas e Complementares – PIC´s
- Todas as AÇÕES decorrentes das políticas nacionais voltadas à integração das práticas integrativas e
complementares ao SUS, perpassam pelo entendimento e valorização da MULTICULTURALIDADE E
INTERCULTURALIDADE, por gestores e profissionais de saúde, para MAIOR EQUIDADE E
INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO.
“Interculturalidade pode ser entendida como modo de coexistência no qual os indivíduos, grupos e instituições, com características culturais e
posições diferentes, convivem e interagem de forma aberta, inclusiva, horizontal, respeitosa e se
reforçam mutuamente, em um contexto
compartilhado. Assim, a Política Nacional considera o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção
integral”.
- Na relação intercultural, busca-se favorecer o ENTENDIMENTO DE PESSOAS COM CULTURAS
DIFERENTES, em que a ESCUTA e o enriquecimento dos DIVERSOS ESPAÇOS DE RELAÇÃO são
facilitados e promovidos visando ao fortalecimento da IDENTIDADE PRÓPRIA, do AUTOCUIDADO, da
AUTOESTIMA, da VALORAÇÃO DA DIVERSIDADE E DAS DIFERENÇAS, além de proporcionar o
desenvolvimento
de
uma
CONSCIÊNCIA
DE
INTERDEPENDÊNCIA
para
o
benefício
e
DESENVOLVIMENTO COMUM.
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pic.php
Práticas Integrativas e Complementares – PIC´s
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares tem como OBJETIVOS:
1. Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares no SUS, na perspectiva da prevenção
de agravos e da promoção e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada ao CUIDADO
continuado, humanizado e INTEGRAL em saúde;
2. Contribuir ao aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação do acesso à PNPIC, garantindo qualidade,
eficácia, eficiência e segurança no uso;
3. Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras e socialmente
contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades e;
4. Estimular as ações referentes ao controle/participação social, promovendo o envolvimento responsável e
continuado dos usuários, gestores e trabalhadores nas diferentes instâncias de efetivação das políticas de
saúde.
http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnpic.php
Procedimentos
Práticas Integrativas e Complementares – PIC´s
•
A HOMEOPATIA: Sistema médico complexo, de caráter holístico, baseado no princípio vitalista
e no uso da lei dos semelhantes, enunciada por Hipócrates, no século IV a.C. A homeopatia
desenvolvida por Samuel Hahnemann, no século XVIII, utiliza como recurso diagnóstico a matéria
médica e o repertório e, como recurso terapêutico, o medicamento homeopático.
•
AS PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICAS: Terapêutica caracterizada pelo uso de plantas
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas
isoladas, ainda que de origem vegetal. A prática da fitoterapia incentiva o desenvolvimento
comunitário, a solidariedade e a participação social. Os serviços podem oferecer os seguintes
produtos: planta medicinal in natura, planta medicinal seca (droga vegetal), fitoterápico manipulado
e/ou fitoterápico industrializado.
•
A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA/ACUPUNTURA E PRÁTICAS CORPORAIS: Sistema
médico integral originado há milhares de anos na China que se fundamenta nas teorias do yinyang e dos cinco movimentos. Utiliza como elementos a anamnese, palpação do pulso,
observação da face e língua e possui como abordagens terapêuticas plantas medicinais e
fitoterápicos, dietoterapia, práticas corporais e mentais, ventosa, moxa e acupuntura.
- Com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
- institucionalizou-se até 10/13 no (SUS):
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pic.php
A MEDICINA ANTROPOSÓFICA: A medicina antroposófica apresenta-se como abordagem
médico-terapêutica complementar, de base vitalista, cujo modelo de atenção está
organizado de maneira transdisciplinar, buscando a integralidade do cuidado em saúde. Entre
os recursos que acompanham a abordagem médica, destaca-se o uso de medicamentos
baseados na homeopatia, na fitoterapia e outros específicos da medicina antroposófica.
Integrada ao trabalho médico, está prevista a atuação de outros profissionais da área da
saúde, de acordo com as especificidades de cada categoria.
TERMALISMO SOCIAL-CRENOTERAPIA: O termalismo compreende as diferentes
maneiras de utilização da água mineral e sua aplicação em tratamentos de saúde. A
crenoterapia consiste na indicação e uso de águas minerais com finalidade terapêutica,
atuando de maneira complementar aos demais tratamentos de saúde.
Homeopatia
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
A Homeopatia segue o modelo de atenção centrado na saúde, colocando
todas as dimensões do indivíduo no centro desse paradigma.
•
Tem como característica fortalecer o paciente tanto nas suas capacidades
biológicas de manutenção da saúde como nas de autocuidado, além de
promover a humanização da atenção.
•
A experiência vem demonstrando sua capacidade de reduzir a fármacodependência e a demanda por intervenções e emergências, diminuindo os
custos dos serviços públicos e, melhorando a qualidade de vida.
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
Em 1796, Hahnemann, o fundador da Homeopatia publicou um artigo intitulado: “Ensaio
sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais,
seguido de algumas exposições sumárias sobre os princípios aceitos até os nossos dias”. O
Dr. Richar Haehl, seu melhor biógrafo, considera essa publicação como o marco inaugural da
Homeopatia.
•
A importância desse trabalho reside na fundamentação da base experimental dessa ciência
médica, isto é, no seu alicerce empírico. Denis Demarque, renomado homeopata francês,
chegou a escrever um livro intitulado: “Homeopatia, Medicina de Base Experimental”,
infelizmente há muito esgotado, que ressalta essa característica metodológica desse sistema
médico-terapêutico.
•
Hahnemann se referia ao que chamou de Patogenesia, isto é, a capacidade das substâncias
alterarem a saúde dos indivíduos saudáveis. Assim como nos Ensaios Clínicos de nossos
dias, experimentadores voluntários passavam (e ainda passam, no caso das
experimentações que continuam a ser realizadas) a ser observados após ingerirem
determinadas substâncias.
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
O resultado dessas observações, representado pelo conjunto de sintomas
produzidos por essas substâncias, compõem o que se chama Matéria Médica
Homeopática. Esse tratado ainda é composto por sintomas retirados da Toxicologia,
Farmacologia e experiência clínica, na sua quase totalidade.
•
O objetivo final da construção da Matéria Médica Homeopática é a utilização das
substâncias nela contidas como medicamentos segundo o princípio da Semelhança,
enunciado por Hipócrates (480 – 370 a.C.): “Aquilo que provoca a doença onde não
existe, cura a doença que existe”.
•
Em outras palavras, utilizar algo que provoque uma doença artificial para curar uma
natural. O Pai da Medicina formulou esse aforisma baseado na observação de que
determinadas substâncias que provocavam certos transtornos podiam curar os
mesmos transtornos e, portanto, na observação clínica, o que se chamaria hoje de
“Medicina Baseada em Evidências”.
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
Esses dois princípios: o da experimentação em voluntários sadios e utilização das
substâncias estudadas como medicamentos pela semelhança formariam o que se pode
chamar de vertente empírica ou positivista da Homeopatia. No entanto, assim como em
outros ramos da Ciência, como a Física, por exemplo, no caso do modelo atômico a
Homeopatia também é constituída por uma vertente “construcionista” baseada num
modelo vitalista.
•
Para Hahnemann, a doença não é material e sim dinâmica, resultado do desequilíbrio da
Força Vital, que tem a responsabilidade de manter o organismo em harmoniosa operação
vital com relação às suas funções e sensações.
•
O vitalismo de Hahnemann, baseado na corrente filosófica ternária de Barthez, tornou-se
uma forte corrente de oposição ao dogmatismo da Medicina do século XVIII.
•
Resta ainda o tema das altas diluições. Estas surgiram depois de estabelecidos
princípios anteriores, qual sejam o da experimentação e da semelhança.
Farmacotécnica Homeopática desenvolvida por Hahnemann, que além de remover
efeitos tóxicos dos “venenos” possibilitou a utilização de substâncias inertes, elevou
possibilidades terapêuticas a um nível muito mais alto.
os
A
os
as
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
Um dos mais importantes trabalhos do fundador da Homeopatia, qual seja o Tratado das
Doenças Crônicas, desenvolvido entre 1816 e 1827. Na referida obra, Hahnemann
descreveu três síndromes onde aloca todos os tipos de manifestações crônicas. Segundo
o próprio autor, esse foi um divisor de águas na terapêutica homeopática.
•
As doenças agora não eram mais consideradas como males isolados e idiopáticos, mas
tinham origens e fisiopatologias comuns, dentro do que resolveu chamar de “Miasmas”.
Considerou ainda sua transmissão hereditária e a possibilidade de se apresentarem de
forma simples, isto é, uma de cada vez, ou complexa.
•
A prescrição do medicamento homeopático agora já não estaria simplesmente baseada
em sintomas, mas nos sintomas da doença crônica que se pretende curar. A Homeopatia
teve seu desenvolvimento mais marcante na segunda metade do século XIX e início do
XX.
•
A expansão nos Estados Unidos, por exemplo, se deu de maneira extraordinária graças a
Constantino Hering que, em 1848, fundou com Williamson e Jeanes “The Hahnemann
Medical College”, na Filadélfia. Em pouco tempo agregaram-se, a essa escola um hospital
e uma policlínica, onde milhares de médicos receberam formação homeopática.
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
Graças ao impulso dado por Hering, outros estabelecimentos foram
construídos. Em 1850 a Escola homeopática de Cleveland, em 1857 a de
Saint-Louis, em 1859 a de Chicago, e em 1860 a de Nova Iorque.
•
Paralelamente a isso, multiplicavam-se as escolas ditas ecléticas, onde
eram ensinadas as ciências fundamentais e diversas terapêuticas:
alopática, homeopática, naturista e quiroprática.
•
A Homeopatia desenvolveu-se também na Europa, notadamente na
França, sustentada por homeopatas do mais alto gabarito como Vannier,
Henri Bernard, Zissu, Demarque e muitos outros, que ajudaram a
desenvolver e modernizar o modelo criado por Hahnemann. Hoje, países
como a Inglaterra, se utilizam dessa terapêutica em larga escala.
Homeopatia
Cosmologia e breve histórico
•
No Brasil, como especialidade médica desde 1980, a Homeopatia vem galgando
lugar de destaque entre as possibilidades terapêuticas na saúde pública.
•
A portaria 3237, de 2007, do Ministério da Saúde, passou a incluir os medicamentos
que integram a Farmacopéia Homeopática Brasileira na rede do SUS conforme
recomenda a PNPIC.
•
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS foi publicada
na forma das Portarias Ministeriais no. 971 em 03 de maio de 2006 e no. 1.600 de 17
de julho de 2006.
•
A saúde pública brasileira está pronta para a Homeopatia e o desafio agora é formar
profissionais bem preparados e em número suficiente para suprir a crescente
demanda dos pacientes com relação à essa terapêutica que, por suas características
focadas no indivíduo e em seu bem estar, sem dúvida alguma poderá ajudar a
modificar para melhor o cenário da saúde em nosso país.
Homeopatia
Fisiologia e Fisiopatologia
•
A Homeopatia segue os princípios da Fisiologia e Fisiopatologia Sistêmicas, isto é, todos
os órgãos e tecidos apresentam relações entre si e, o ser integral também se relaciona
com o ambiente em que vive. Veja-se o que ocorre quando o coração perde parcialmente
a capacidade de bombeamento e o fígado passa a represar o sangue para evitar uma
sobrecarga cardíaca. Nesse caso, a função hepática é adaptada para favorecer o sistema
como um todo.
•
Uma úlcera gástrica, por exemplo, pode surgir em decorrência de um processo de stress,
uma vez que este promove uma maior produção de cortisol pela suprarrenal, que aumenta
a produção de ácido clorídrico do estômago, além de diminuir a espessura da sua mucosa
protetora.
•
Em contrapartida, a Alopatia atua diretamente sobre o órgão deficiente, no primeiro caso
com um cardiotônico e no segundo com um antiácido, seguindo a lógica de uma Fisiologia
e Fisiopatologia linear e fragmentária. Para compreender a atuação dessas duas formas
terapêuticas e suas possibilidades, é necessário primeiro compreender como o organismo
se mantém em equilíbrio ou melhor, como se autorregula, o que seria tema de um curso
específico.
Homeopatia
Fisiologia e Fisiopatologia
•
Apenas a título de esclarecimento, a autorregulação é uma capacidade própria de
todo ser vivo e, cumpre a função de manter as suas constantes internas (pressão
arterial ou humor, por exemplo) em constante variação de acordo com as
circunstâncias (a pressão arterial deve subir com a frequência cardíaca, assim como
o humor varia de acordo com a circunstância). Quando essa propriedade se torna
deficiente diz-se que o indivíduo está doente.
•
A lógica do tratamento alopático é atuar diretamente sobre o órgão que deveria
produzir o resultado esperado e não sobre o sistema que tem a função de atuar
sobre o referido órgão (no caso da hipertensão arterial se usa vasodilatador e na
variação de humor um tranquilizante ou estabilizador do humor).
•
Em outras palavras, o medicamento alopático faz aquilo que o sistema de
autorregulação deficiente não consegue fazer. Por outro lado, a lógica do tratamento
homeopático é a de estimular o sistema de autorregulação com uma “doença
medicamentosa” artificial semelhante a natural para que ele busque um caminho
adaptativo para uma possível solução do problema.
Homeopatia
Fisiologia e Fisiopatologia
•
Por esses exemplos é fácil perceber que o tratamento alopático consegue manter
artificialmente a constante interna em níveis adequados (no caso do exemplo a pressão
arterial) mas, retira gradativamente do sistema a sua capacidade de se autorregular (o que
não é usado atrofia) o que justifica a cronicidade dos quadros e o seu gradual
agravamento, além da dependência crescente do fármaco.
•
A Homeopatia, de outra forma, ao estimular o sistema de autorregulação, pode levar a
cura de doenças consideradas como incuráveis.
•
Portanto, o médico e todo o agente de saúde, devem dominar ambas as técnicas e atuar
de forma paliativa quando necessário para preservar a integridade do indivíduo e de forma
a estimular a sua capacidade de autorregulação quando possível, minimizando a utilização
de medicamentos potencialmente tóxicos e favorecendo a cura.
•
A formação do médico, do terapeuta e ou do cuidador da saúde, em geral deve contemplar
essas duas vertentes complementares, o paliativo e o curativo, em proporções e
momentos adequados para o restabelecimento da
saúde física, mental e espiritual.
Homeopatia
Sistema Diagnóstico
•
A Homeopatia, como a Medicina Convencional, se utiliza da Semiologia e dos
exames complementares para o diagnóstico e instituição do tratamento.
•
Talvez, a maior diferença se encontre no foco de uma e de outra. A famosa frase de
William Osler, o “Pai da Medicina Moderna”, reflite um pouco a diferença entre os
dois pensamentos: “It’s more important to know what sort of person this disease has,
than what sort of disease this person has”. Se imaginarmos que a Semiologia está
mais centrada no conhecimento do indivíduo e o exame complementar mais na sua
doença, pode-se entender a importância de uma e do outro em cada abordagem
terapêutica.
•
No caso da Alopatia pode-se esperar um menor tempo de Semiologia com uma
maior quantidade de exames complementares, enquanto que, na Homeopatia um
maior tempo semiológico com menos exames complementares.
Homeopatia
Sistema Diagnóstico
•
•
•
•
A atenção sobre o indivíduo doente, e não sobre a doença, resulta em características semiológicas
particulares com relação à Homeopatia, embora os princípios básicos da Semiologia sejam
sempre seguidos.
Identificação do paciente, queixa e duração, interrogatório sobre os diversos aparelhos, história
pregressa da doença atual, antecedentes familiares, exame físico e diagnóstico clínico são
imprescindíveis em qualquer anamnese.
No entanto, o item “história pregressa da doença atual”, por exemplo, pode ser substituído por
“biopatografia” ou histórico de doença e saúde, incluindo eventos biopsicossociais do indivíduo,
desde a sua gestação até o momento da consulta. Tal cronologia de eventos torna-se
indispensável para a compreensão do estado atual do indivíduo na medida em que se considere
as doenças como instabilidades do sistema, que se apresentam sob formas variadas. Este fato
parece cada vez mais reconhecido pela Medicina hegemônica, donde proveem, por exemplo,
pesquisas demonstrando a relação de uma atopia na infância com hiperuricemia no adulto.
Nesse sentido, as “síndromes” de Hahnemann ou miasmas, como ele resolveu chamar as
doenças crônicas (veja o breve histórico acima), de caráter hereditário, manifestam-se durante a
vida do indivíduo de diversas formas através de doenças diferentes quanto à sua apresentação,
mas com a mesma origem fisiopatológica. O reconhecimento dessas alternância entre
manifestações de diferentes doenças crônicas herdadas durante a vida é de fundamental
importância para o diagnóstico homeopático, que visa justamente o tratamento das referidas
instabilidades.
Homeopatia
Sistema Diagnóstico
•
•
•
Desnecessário falar, portanto, da importância dos antecedentes familiares, isto é, dos
antecedentes das referidas doenças crônicas na família, uma vez que o seu aparecimento na
descendência representa compatibilidade de tendência, o que se chama de compatibilidade
diatésica. A importância da identificação da compatibilidade se encontra justamente no fato de
poder-se deparar com uma incompatibilidade, isto é, uma doença crônica que não foi transmitida
hereditariamente, mas provocada por algo suficientemente forte e persistente para modificar as
tendências do indivíduo.
Hahnemann chamava esse evento de “falsa doença crônica” e dava as citava como: “doenças
profissionais ou resultantes de envenenamentos ou tratamento alopático violento”. Nos dias de
hoje são muito comuns das chamadas “doenças medicamentosas”, como por exemplo as
causadas pelo uso prolongado de corticoides, neurolépticos, anticonvulsivantes, quimioterapia,
radioterapia e inumeráveis outras patologias bastante graves e difundidas, cujo tratamento
homeopático diferenciado poderá ser abordado num momento oportuno.
Uma vez que nada é independente no sistema, as questões cognitivas, afetivas, intelectivas
também devem constar da semiologia homeopática. O psiquismo caracteriza o indivíduo e revela
suas relações consigo próprio e com os outros. Muitos diagnósticos equivocados surgem em
decorrência de não se considerar as relações do indivíduo com o meio em que vive, como a escola
e a família. Alguns tipos de comportamento infantil classificados como patológicos são, em grande
parte das vezes, apenas tentativas de adaptação ao meio “hostil”
em que vivem.
Homeopatia
Sistema Diagnóstico
•
Embora possam existir as chamadas “Linhas”, a Homeopatia moderna pode e deve
ser capaz não apenas de abarcar todas elas mas criar uma união dialética onde o
produto final seja mais (e menos ao mesmo tempo) do que o simples somatório delas.
A Semiologia homeopática deve primar pela valorização do “todo” com suas “partes” e
das “partes” dentro do “todo” e constituir-se na base das tomadas de decisões
terapêuticas, sejam elas medicamentosas ou de outra natureza qualquer, buscandose as mais uteis para a preservação da saúde do indivíduo e da sociedade em que
vive.
•
Nos trinta anos de ambulatório-escola da Clínica de Homeopatia do Hospital do
Servidor Público Municipal de São Paulo, vem sendo desenvolvida uma técnica
semiológica capaz de preencher esses quesitos e uma ficha clínica, atualmente
digitalizada, que lhe dá sustentação e possibilidade de avaliação de eficácia/custo,
além de facilitar os levantamentos para pesquisas clínicas. Assim, uma forma
semiológica bastante ampla, uniformizada por uma ficha clínica adequada é muito
mais do que meio caminho andado para um bom tratamento homeopático.
Homeopatia
Intervenções terapêuticas
•
A Homeopatia é um sistema terapêutico que se utiliza de medicamentos fabricados através de
farmacotécnica específica já adotada pelo SUS desde 2007 pela portaria 3237 do Ministério da
Saúde. No entanto, por suas particularidades quanto à abordagem do processo saúde/doença,
que envolve um necessário aprofundamento do conhecimento sobre o sujeito, acaba por
apresentar uma propriedade emergente, como diria Bateson, da qual nascem outras
possibilidades. O envolver-se com o doente e vice-versa, o que se chama relação médicopaciente, um necessário retorno “às origens”, para que não se diga “Humanização da Medicina”,
traz possibilidades de intervenções sobre as quais o médico e cuidador modernos também
devem estar afeitos, o que se traduz em conhecimentos básicos de Psicologia, Antropologia e
Filosofia, que envolvem questões éticas, morais e espirituais.
•
Dentre as intervenções medicamentosas, a Homeopatia apresenta uma variedade de
possibilidades. Veja-se, por exemplo, as instabilidades desencadeadas por fatores
predominantemente extrínsecos ao sistema como o caso de uma fratura. Deve-se utilizar o termo
“predominantemente” porque nenhuma instabilidade do sistema depende exclusivamente dele ou
de um fator extrínseco desencadeante, mas ambos sempre estão presentes em graus variáveis
de importância. Esse tipo de instabilidade pode ser tratada com medicamento homeopático
específico para o melhor restabelecimento dos tecidos afetados (ossos, músculos, nervos, vasos,
pele, etc).
Homeopatia
Intervenções terapêuticas
•
Dentre as intervenções medicamentosas, a Homeopatia apresenta uma variedade de
possibilidades. Veja-se, por exemplo, as instabilidades desencadeadas por fatores
predominantemente extrínsecos ao sistema como o caso de uma fratura. Deve-se utilizar o termo
“predominantemente” porque nenhuma instabilidade do sistema depende exclusivamente dele ou
de um fator extrínseco desencadeante, mas ambos sempre estão presentes em graus variáveis
de importância. Esse tipo de instabilidade pode ser tratada com medicamento homeopático
específico para o melhor restabelecimento dos tecidos afetados (ossos, músculos, nervos, vasos,
pele, etc).
•
No caso de uma doença epidêmica, cuja origem é mista, isto é, existe um grau de importância
aproximadamente igual entre o fator extrínseco desencadeante e o intrínseco (individual), surge a
possibilidade de um medicamento para o tratamento da Epidemia. Hahnemann, no caso do
Cólera, indicava três medicamentos (Veratrum álbum, Cuprum metallicum e Camphora) na
dependência das características da Epidemia.
•
As doenças crônicas (verdadeiras e não as causadas por fatores extrínsecos violentos como visto
anteriormente) têm causa predominantemente intrínseca ao sistema, onde a individualidade,
portanto, tem a maior influência. Nesses casos, o medicamento será escolhido segundo um
elevado grau de semelhança com as características da doença crônica que se pretende curar
dentro das matizes do indivíduo que a apresenta.
Homeopatia
Intervenções terapêuticas
•
•
Dessa breve exposição se conclui que o tempo de tratamento está diretamente relacionado ao
tipo de instabilidade que se pretende tratar. O mito de que a Homeopatia é “boa mas lenta”
repousa sobre o fato de um grande número de pessoas que a procuram serem portadoras das
instabilidades predominantemente intrínsecas ao sistema além de trazerem as doenças crônicas
medicamentosas decorrentes de “tratamentos” prolongados com drogas violentas e ineficazes. A
Homeopatia, nos casos agudos, por exemplo, habitualmente apresenta resultados bastante
eficazes e rápidos.
Outro tema bastante interessante e, sumamente importante é o das intervenções nos casos
crônicos que vêm usando medicamentos alopáticos durante muito tempo e, cuja retirada coloca
em risco a integridade do indivíduo. Essa circunstância, por sinal, é a mais comumente
encontrada pelo médico homeopata, mormente o que atua na Rede Pública. Como apresentado
anteriormente, o medicamento alopático atua sobre o órgão efetor para produzir um resultado
adequado artificialmente enquanto o medicamento homeopático atua na autorregulação
estimulando o sistema a produzir naturalmente esse resultado. Existe antagonismo entre as duas
terapêuticas na medida em que a Alopatia atrofia o sistema de autorregulação e a Homeopatia
estimula. Por outro lado, existe algo sinérgico entre as duas na medida em que ambas buscam
um resultado adequado. Portanto, o homeopata deve estar preparado para essa circunstância e
conhecer as técnicas mais adequadas para a desmedicalização sem colocar o indivíduo em risco.
Homeopatia
Intervenções terapêuticas
•
Poder-se-ia abrir um parênteses para abordar as doenças profissionais, intoxicações
e medicamentosas, onde a Homeopatia, mais precisamente a Isoterapia, tem
demonstrado grande eficácia, como nas intoxicações pelo chumbo ou mercúrio ou
mesmo nos efeitos colaterais da quimioterapia.
•
Ainda existe um vasto campo a ser explorado pela Homeopatia nos casos de
transplante de órgão e no implante de células tronco, além da sua já consagrada
utilização na síndrome do climatério e outros transtornos hormonais.
•
Pelo exposto, desnecessário dizer que não existe nada que a Homeopatia não possa
estar incluída num plano de tratamento. A Homeopatia é uma terapêutica centrada
no indivíduo e suas intervenções são fundamentadas nele. Não há indivíduo que não
possa ser tratado homeopaticamente.
Plantas Medicinais e Fitoterápicas
Plantas Medicinais: História
• Plantas medicinais:
utilização como
medicamento tão antiga
quanto o próprio homem;
• Método da tentativa e
erro – experimentação
para saber qual planta
deveria ser utilizada para
cada mal.
Plantas Medicinais: História
 Sumérios: 4000 anos a.C.: Rio Tigres/Eufrates
 inscrições em placas de barro: ópio/alcaçuz
 China: 3000 anos a.C.: Medicina Herbal Chinesa
 Índia: Medicina Ayuvérdica  início da era Cristã:
associações de plantas (prevenção)
Plantas Medicinais: História
 Raízes culturais da civilização: gerações transmitem
ensinamentos sobre a flora e suas propriedades curativas;
 As substâncias presentes nas plantas continuam sendo a base
de uma proporção grande dos medicamentos utilizados
atualmente;
 O uso de plantas medicinais e fitoterápicos, com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico,
passou a ser oficialmente reconhecido pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) em 1978, durante a conferência em
Alma-Ata na antiga URSS.
Fitoterápicos
São medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente
derivados de drogas vegetais como ativos;
Excipientes e outros componentes não ativos da fórmula podem
ser de outras origens que não a vegetal;
São caracterizados pelo conhecimento da
eficácia e dos riscos de seu uso, como
também pela constância de sua atividade.
Medicamentos fitoterápicos
Definições
Planta medicinal: planta usada tradicionalmente
com finalidade terapêutica.
Droga vegetal: planta medicinal ou suas partes, após
processos de coleta, estabilização e secagem,
podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada.
Derivado de droga vegetal: produtos de extração da
matéria-prima
vegetal.
É
caracterizado
pela
reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
LEGISLAÇÃO E FITOTERÁPICOS
 ANVISA / MS: exigência de estudos científicos que
comprovem a eficácia do produto e a ausência de riscos
à saúde;
 Estudos pré-clínicos e clínicos;
 Combate à comercialização ilegal de medicamentos.
Regulamentações diversas
Plantas medicinais
Dispensadas em farmácias e ervanarias (Lei 5991/73).
- “A dispensação de plantas medicinais é privativa das
farmácias e ervanarias, observados o acondicionamento
adequado e a classificação botânica.”
-
As embalagens não podem ter alegações terapêuticas.
Registro: fitoterápico = medicamento
 Todo fitoterápico industrializado deve ser
registrado previamente à comercialização;
 Tem que apresentar critérios de
qualidade, segurança e eficácia exigidos
pela ANVISA para todos os medicamentos
alopáticos.
“A venda de produtos não registrados é considerado crime grave
contra a saúde pública.”
(Cod. Penal Art. 273 § 1º B-I)
Quem pode produzir fitoterápicos?
Laboratórios farmacêuticos, públicos ou privados,
com autorização de funcionamento, licença sanitária e
condição satisfatória de produção (CBPFC).
Medicamento fitoterápico
Segurança
Controle de Qualidade
Eficácia
Segurança e eficácia
Há 4 formas de comprovar S/E

Referências em literatura científica (RE 88/04);

Registro simplificado (RE 89/04);

Ensaios pré-clínicos (RE 90/04) e clínicos (CNS 196/96 e 251/97);

Levantamento etnofarmacológico.
Controle de qualidade
 Droga vegetal;
 Derivado de droga;
 Produto acabado.
CQ: droga vegetal
Centella asiatica
 Laudo de identificação botânica;
 Métodos de secagem, estabilização e conservação;
 Pureza e integridade;
 Referências Farmacopeica: Brasileira ou RDC 79/03 + RDC
169/06;
Tanacetum parthenium
CQ: derivado da droga
vegetal
 Nomenclatura botânica oficial;
 Parte utilizada;
 Solventes, excipientes e/ou veículos;
 Testes de autenticidade; pureza e integridade;
 Análise qualitativa e quantitativa.
CQ: produto acabado
Uncaria tomentosa
GUACO
 Descrição das metodologias utilizadas, com métodos
validados;
 Análise quantitativa e qualitativa;
 EET;
 Estabilidade/especificações de embalagem;
 CBPF.
Espécies vegetais mais registradas
Planta
No de registros
Ginkgo biloba (Ginkgo)
33
Aesculus hippocastanum (Castanha da índia)
29
Cynara scolymus (Alcachofra)
21
Hypericum perforatum (Hipérico)
20
Glycine max (Soja)
20
Valeriana officinalis (Valeriana)
20
Panax ginseng (Ginseng)
17
Senna alexandrina (Sene)
14
Cimicifuga racemosa (Cimicífuga)
14
Mikania glomerata (Guaco)
14
Maytenus ilicifolia (Espinheira-Santa)
13
Peumus boldus (Boldo)
13
Paullinia cupana (Guaraná)
12
Exemplos: Hypericum perforatum L.

Nome popular: erva de São João;

Partes utilizadas: partes aéreas da planta
florida;

Indicação: para depressão leve ou
moderada (extratos padronizados);

É um dos principais antidepressivos
vendidos no mundo.
Exemplos: Hypericum perforatum L






Flavonóides
Floroglucinóis
Taninos
Hipericina
Xantonas
Hiperforina
Hypericum perforatum L.
Exemplos: Hypericum perforatum L







Hyperico®
Iperisan®
Börnin®
Fiotan®
Jarsin®
Hiperex®
Extrato padronizado (LI 160)
Exemplo: Ginkgo biloba (ginkyo: damasco prateado)
• Planta milenar (considerada um fóssil vivo);
• Parte empregada: folhas;
• Princípios ativos: ginkgolídeos e bilobalídeos.
Exemplo: Ginkgo biloba (ginkyo:
damasco prateado)
• Inúmeros trabalhos mostrando os benefícios do extrato de Ginkgo
biloba nos processos cognitivos (memória, atenção, aprendizagem),
especialmente nos casos onde existe um déficit inicial;
• É utilizada no tratamento da doença de Alzheimer;
• Ação: antioxidante,  viscosidade sanguínea e ↑ a circulação
sanguínea: ↑ aporte de oxigênio e glicose para os neurônios.
Exemplo: Valeriana officinalis (valeriana)
• Originária da Europa e oeste da Ásia;
• Parte Utilizada: raízes;
• Amplamente utilizada na composição de
um grande número de produtos.
Exemplo: Valeriana officinalis (valeriana)
• Compostos: óleos voláteis (sedativo) e
valepotriatos (ansiolítico);
• Mecanismo de ação: inibição da GABAtransaminase, interação com receptor,
alteração na liberação/recaptação de
GABA.
Plantas Medicinais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Renascimento do interesse pelo tema;
 Lucro com a análise objetiva da ciência médica;
 Fitoterapia vem crescendo em importância;
 Grande procura por medicamentos;
 Opção terapêutica eficaz;
 baixo custo / menores efeitos colaterais.
Medicina Tradicional Chinesa
Acupuntura e Práticas Corporais
Histórico - Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
•
Técnicas utilizadas pela civilização chinesa há mais de cinco mil anos,
baseadas na experiência empírica de líderes intelectuais curandeiros,
replicadas com sucesso pelos discípulos através das gerações
subsequentes;
•
Influenciada pelo contexto sócio-cultural e religioso;
•
Praticada não somente na China, mas em países vizinhos, como Japão e
Coréia.
Palmeira, 1990
Histórico - Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
•
Dinastia Qing (século 19) missionários do ocidente levaram medicamentos,
e houve a introdução da Medicina ocidental na China;
•
1950 – estruturação do ensino da MTC, com eliminação de aspectos
considerados supersticiosos. A formação do médico de MTC passa a ser
nas universidades.
Dong Z, 2008
Medicinas associadas
•
Desde o século 19 a China adota ambas as medicinas (ocidental e chinesa
tradicional), e ainda está em processo de adaptação, o estudo da medicina
integrativa.
Palmeira, 1990
Xu J, 2009
•
Evento marcante - epidemia de SARS em 2003: redução de 80% na taxa
de mortalidade em Beinjin após a associação de MTC no tratamento dos
doentes (taxa de mortalidade chinesa: 6,5 / taxa de mortalidade mundial:
9,5).
Xu J, 2009
Medicinas associadas
•
90% dos hospitais gerais têm um departamento de MTC;
•
Quase todos os médicos dos hospitais praticam ambas as medicinas
(ocidental e chinesa tradicional);
•
Custo financeiro da MTC é muito menor;
•
Bom resultado em doenças crônicas;
•
Orientação OMS: ações preventivas e autocuidado.
Xu J, 2009
Racionalidade da MTC
•
Anatomia;
•
Fisiologia;
•
Fisiopatologia;
•
Sistema de diagnóstico: anamnese e exame físico (Língua e Pulso)
próprios;
•
Terapias da MTC.
Nascimento, 2012
No Brasil
•
Terapias conhecidas: acupuntura (incluindo moxabustão e ventosaterapia),
exercícios físicos (qigong, tai chi chuan, meditação), massagens (tuiná),
fitoterapia chinesa, dietoterapia chinesa.
Palmeira, 1990
•
Técnica de diagnóstico: exame da língua adaptado para medicina
integrativa.
Abe, 2012
Acupuntura
•
Inserção de finas agulhas em pontos determinados anatomicamente, para
equilibrar corpo/mente;
•
Várias
técnicas:
eletroacupuntura;
•
Sistematização do procedimento – SUS.
acupuntura
sistêmica,
auricular,
escalpeana,
Acupuntura - Revisões Cochrane
Evidências positivas:
•Cefaléia tensional;
•Profilaxia migrania;
•Cervicalgia.
Qigong - Histórico
Qigong é uma técnica, dentre várias, da medicina tradicional chinesa.
De acordo com registros históricos, tem uma história de 5.000 anos,
remontando ao período neolítico (entre 10.000 e 4.000 anos atrás).
É um método original de orientações e cuidados médicos, que os
antepassados da nação chinesa criaram gradualmente, acumulando e
organizando suas experiências de prática ao longo de suas vidas.
Wang & Huan, 1992; Ramos, 2012
Qigong
Qigong é um método terapêutico, onde são utilizados exercícios, que são
realizados de forma suave e lenta, associados à respiração, ao relaxamento e
à concentração, bem como a manipulação em pontos específicos de
acupuntura, a fim de recuperar, manter e prevenir doenças.
Ramos, 2012
Categoria de Qigong
Existem diversas categorias e estilos de Qigong, que se originaram em
diferentes períodos históricos, podendo ser:
•Jing Gong (práticas estáticas, de serenidade, tranquilidade);
•Dong Gong (práticas de movimento, dinâmicas).
Ramos, 2010
Racionalidade do Qigong
•
Anatomia;
•
Fisiologia;
•
Fisiopatologia;
•
Sistema de diagnóstico: anamnese e exame físico (Língua e Pulso)
próprios.
Yang, 2006
No Brasil
Práticas conhecidas:
•Daoyin (導引)
•Ba Duan jin (八段錦)
•Yi Jin Jing (易筋經)
•Nei gong (內功)
•Lian Gong (練功)
•Xiang Gong (香功)
•Taijiquan (tai chi chuan – 太極拳)
Tai Chi Chuan - Histórico
Zhang San Feng, 張三豊 (1247-?), lendário monge taoista chinês, que muitos
acreditam ter conquistado a imortalidade, enquanto estava meditando, ele viu
uma serpente sair do buraco; nesse momento, um pássaro desceu da árvore
para enfrentá-la. Após a luta, o pássaro voou de volta para a árvore e a
serpente rastejou de volta para o buraco.
No dia seguinte, a mesma cena se repetiu.
Foi a partir da observação desse fato, que Zhang San Feng criou o Taijiquan, 太
極拳.
孔德, 2011
Tai Chi Chuan
• Taijiquan é uma arte marcial, realizada de forma suave e
lenta, associada à respiração, ao relaxamento e à
concentração. Estimula respostas naturais de cura do
organismo, que atuam na prevenção de agravos,
recuperação da saúde e na visão ampliada do autocuidado;
• Atualmente é reconhecida pela UNESCO, como patrimônio
da humanidade.
Na China
Vários estilos de tai chi chuan:
•Estilo Chen;
•Estilo Yang;
•Estilo Wu;
•Estilo Wu/Hao;
•Estilo Sun.
No Brasil
Práticas conhecidas:
•Estilo Chen;
•Estilo Yang;
•Estilo Pai Lin.
Qigong e Tai Chi Chuan –
Revisões Cochrane
• Evidências positivas – revisão de 77 estudos
Medicina Antroposófica
ANTROPOSOFIA
Cosmologia
•
Um princípio fundamental da Cosmologia antroposófica é de que o Ser Humano é composto em sua
natureza por dimensões minerais, vegetais, animais e humanas, individuais e ao mesmo tempo
universais.
•
Estas dimensões são resultado da criação do Cosmos, de tal forma que o mundo microcósmico
pessoal está em íntima conexão com o macrocosmo.
•
Estas dimensões organizadas como reinos da natureza, correspondem a ações de quatro forças
dinâmicas de natureza não perceptível aos sentidos criadas pelo macrocosmo com naturezas
próprias que se integram com as substâncias corporais e com as substâncias dos medicamentos
naturais.
•
Toda esta complexidade é ordenada por forças espirituais, ou seja, não perceptíveis aos sentidos
como forças gravitacionais, forças vitais, forças anímicas e forças da individualidade.
•
Os períodos de desenvolvimento humano refletem os períodos de desenvolvimento da humanidade,
de maneira que 7 anos de existência humana correspondem a aproximadamente 2000 anos de
história da humanidade.
ANTROPOSOFIA
Cosmologia
•
Somos uma síntese organizada do desenvolvimento ao longo dos milhões de anos
filogenéticos e anos de vida.
•
No primeiro ano de vida, recapitulamos o desenvolvimento neurológico motor dos
vertebrados. Como neonatos, nos movimentamos como peixes. Aos 3 meses, com um ano
de existência, iniciamos a aquisição de nosso tônus muscular cervical em direção crâniopodálica. Com isso, assim como os anfíbios, sustentamos a cabeça. Com 7 meses
engatinhamos como quadrúpedes reptilianos. Com 8 meses engatinhamos como mamíferos
com cruzamento no movimento dos membros. Com 11 meses ficamos de cócoras como
primatas e andamos com apoio e braços elevados. Com 1 ano terminamos o ciclo e com o
tônus alcançando os pés, iniciamos a marcha ereta.
•
Nos primeiros três anos adquirimos o Andar Ereto com liberação das mãos – fase Homo
erectus e Homo habilis e Consciência reflexiva e Fala complexa (Auto-Consciência) como
Homo sapiens.
Da mesma forma nosso cérebro possui regiões que foram se
desenvolvendo na filogênese. O nosso cérebro primitivo voluntarioso ou Arquicortex se
desenvolveu com os répteis, o nosso cérebro intermediário sentimental ou Paleocortex se
desenvolveu com os mamíferos e, o cérebro racional ou Neocortex com os primatas.
Apenas a área pré-frontal de nosso cérebro surgiu conosco.
ANTROPOSOFIA
Histórico
•
Segundo a Federação Internacional das Associações Médicas Antroposóficas
(Internationale Vereinigung Anthroposophischer Ärztegesellschaften) estima-se que os
medicamentos antroposóficos são prescritos por mais de 30.000 médicos em 65 países de
todo mundo, reunidos em 30 associações nacionais de médicos antroposóficos. A origem
da Medicina Antroposófica (MA) remonta ao início do século XX, tendo sido desenvolvida
pela médica Ita Wegman (1876 – 1943), graduada em Medicina na Suíça, em parceria com
o filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925).
•
A Medicina Antroposófica (MA) está presente no Sistema de Saúde Pública na Alemanha,
Suíça, Itália, Holanda, Brasil, Suécia, Áustria Reino Unido e Estados Unidos e é legalmente
reconhecida também na Dinamarca, Finlândia e Reino Unido.
•
No Brasil, a Medicina Antroposófica foi introduzida na década de 1950 e, desde 2006
integra a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e, é reconhecida
como prática médica pelo parecer 21/93 do Conselho Federal de Medicina.
•
No Brasil, a medicina antroposófica tem seu exercício organizado pela Associação
Brasileira de Medicina Antroposófica (ABMA) - www.abmanacional.com.br, e possui sete
regionais, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco e Distrito Federal.
ANTROPOSOFIA
Histórico
•
O exercício da farmácia antroposófica é regulamentado pelo Conselho Federal de
Farmácia (CFF) através do RDC 465 de 24 de julho de 2007. Oficialmente, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) reconhece os medicamentos antroposóficos na
categoria de medicamentos industrializados dinamizados (RDC No 26, de 30 de março de
2007, RDC No 67, de 08 de outubro de 2007 e RDC No 87, de 21 de novembro de 2008).
•
A Medicina Antroposófica (MA) surgiu na Europa Central nas primeiras décadas do século
XX e está entre os sistemas médicos que consideram que o ser humano possui uma
natureza que transcende a dimensão físico-química, biológica e psico-social, adicionando
a estas bases as dimensões da vitalidade e de individualidade tanto nos âmbitos
orgânicos, através dos processos regenerativos e imunológicos respectivamente, como
psíquicos através da capacidade de adequado enfrentamento e busca de sentido na vida.
Estes dois conceitos são fundamentais para o desenvolvimento do estado de saúde ou
salutogênese.
•
A MA com sua concepção de um ser humano em constante evolução biográfica, tem por
objetivo ampliar a visão da medicina acadêmica de forma complementar, se propondo a
enriquecer a atuação do médico e do profissional da saúde.
ANTROPOSOFIA
Histórico
•
•
•
Essa abordagem sistêmica e integrativa tem como referencial a Antroposofia, cujo significado
etimológico é Sabedoria do Homem (“anthropos”- homem, ser humano; “sofia”- sabedoria,
conhecimento). Os estudos científicos de Wolfgang von Goethe (1749-1832), reconhecidos como
precursores de uma metodologia científica fenomenológica, influenciaram profundamente Rudolf Steiner,
e chamaram a atenção para a existência das forças arquetípicas nos reinos da natureza. Os trabalhos
de Goethe, integrando ciência e arte, irrigaram com poesia, estética e sentimento a “fria e seca” ciência
quantitativa do século XVIII, antecipando a moderna mudança de paradigma na ciência do século XX,
na direção de uma ciência qualitativa .
Oferece um amplo campo de atuação nas Atenções Primária, Secundária e Terciária, gerando bons
índices de resolutividade através do uso integrado de orientações preventivas e curativas, de escuta
qualificada, da utilização preferencial de duas farmacopéias (dinamizada antroposófica e fitoterápica),
de uma equipe de saúde transdisciplinar composta por profissionais da saúde e por um conjunto de
diversas terapias e técnicas, incluindo todos os recursos clínico-cirúrgicos e laboratoriais da Biomedicina
(Medicina convencional). Assim, a MA possui um caráter de Medicina Complementar e não alternativo.
Desde o seu nascimento, na década de 20 do século XX foi praticada de maneira transdisciplinar
atuando de maneira integrada e articulada na promoção da qualidade de vida, na busca da cura e da
recuperação no modelo de comunidade terapêutica. Possibilita, dessa maneira, uma abordagem
essencialmente humanística e humanizadora, afinada com os princípios da Organização Mundial de
Saúde (OMS) e com o Sistema Único de Saúde (SUS).
ANTROPOSOFIA
Doutrina Médica
•
MA desenvolve metodologia científica própria. Desenvolve uma abordagem unificada da
fisiologia, fisiopatologia e terapêutica baseado na ideia de sistemas e organizações.
•
A Metodologia científica antroposófica ou Fenomenologia de Goethe é uma proposta de
integração Arte & Ciência. A fenomenologia de Goethe é baseada na observação exata,
que utiliza a arte no método e, que se aplica tanto no estudo de pacientes como da
terapêutica.
•
Esta metodologia parte da descrição da realidade percebida e se aprofunda através da
intencionalidade no estudo das relações e do desenvolvimento dos fenômenos em direção
à percepção da totalidade, desenvolvendo o conceito de ‘arquétipo’.
•
O profissional de saúde antroposófico se empenha junto ao paciente e a família em
perceber o significado da doença, na visão do desenvolvimento noo-psico-somático
(noética = dimensão espiritual humana) sobre o pano de fundo do estudo racional de sua
biografia.
ANTROPOSOFIA
Doutrina Médica
•
•
•
•
•
•
•
Para MA, saúde é o resultado de um equilíbrio rítmico e harmonioso entre os constituintes do ser
humano, e doença é consequência de desequilíbrio entre estes constituintes e com o habitat.
Os constituintes do Ser Humano são o Corpo ou Soma, a Alma ou Psique e a Individualidade ou
Espírito.
O Corpo é compreendido por uma Morfologia e Fisiologia ordenadas por quatro organizações ou
campos de forças que se comportam em três sistemas.
A Psique compreende a organização das vontades, sentimentos e pensamentos em interação
psicossomática com estes três sistemas.
A Individualidade (ou pyrus) é a essência humana que gera autoconsciência na psique e identidade
imunológica no corpo. A Cura corresponde ao reequilíbrio destes sistemas de forças.
Estes três constituintes se desenvolvem ao longo da biografia, de forma tríplice, dos 0 as 21 anos o
maior desenvolvimento é corporal, dos 21 aos 42 anos o maior desenvolvimento é psicológico e dos
42 em diante, o maior desenvolvimento é espiritual.
O Corpo também é compreendido de forma sistêmica pela sua natureza tríplice em três sistemas
orgânicos funcionais:

SISTEMA NEURO-SENSORIAL(SNS) - associado ao ectoderma

SISTEMA RÍTMICO (SR) - associado ao mesoderma

SISTEMA METABÓLICO – MOTOR (SMM) - associado ao endoderma
ANTROPOSOFIA
Doutrina Médica
•
•
•
•
•
Quanto à organização quádrupla estamos falando de sistemas dinâmicos. As quatro
organizações são Organização Física (OF), Organização Vital (OV), Organização Anímica (OA) e
Organização do Eu (OE).
A OF é avaliada através do peso (quantitativo e qualitativo), pela tendência a mineralização,
rigidez e edema. No aspecto psíquico é investigada pelo grau de melancolia (peso d’alma),
rigidez, dureza mental e cristalização de ideias fixas.
A OV é avaliada pelas formas convexas (formas infantis), pela leveza, pela capacidade de
regeneração e crescimento, pelo turgor úmido e maciez da pele, pela falta de cansaço e fácil
recuperação. Psiquicamente pela boa memória, pela profundidade do sono, pelo temperamento
fleumático e pela adaptabilidade.
A OA é avaliada pelo tônus muscular, motricidade, sensibilidade, agilidade, distribuição da
gordura e sua absorção, sensibilidade gástrica, pressão arterial, frequência cardíaca e
respiratória e pela distribuição de gases. Psiquicamente pela irritabilidade, ansiedade, atenção,
vigília, animação, dispersão e temperamento sanguíneo.
A OE é avaliada pelo equilíbrio, postura, capacidade de manter a temperatura, olhar presente e
imunocompetência. Psiquicamente pela capacidade de concentração, pela ‘presença de espírito’,
pela determinação e atuação, pelo temperamento colérico e pela coerência. Estas manifestações
se traduzem como Resiliência, auto-regulação, Salutogênese - termos que expressam a atuação
da Individualidade.
ANTROPOSOFIA
Doutrina Médica
•
•
•
•
•
O desenvolvimento das quatro organizações de forças: os quatro Partos. Estes partos nos
primeiros 21 anos de vida, criam as condições para o amadurecimento das quatro organizações
de forças que organizam nosso corpo humano.
Na Maternidade ou em casa acontece o Parto Físico (parto normal ou cesariana), quando a
criança se separa fisicamente da mãe.
Ao final da primeira infância, quando termina um ciclo de 7 anos (setênio) ocorre a troca dos
dentes, o fim da mielinização (bainha de gordura termina de envolver os neurônios), o fim da
produção de células de gordura e o pulmão amadurece. A esta passagem para a segunda infância,
quando a criança passa de um nível de consciência de fantasia para um mais racional, com muito
maior consciência do mundo e muitas perguntas que surgem, chamamos de segundo Parto ou
Parto da Vitalidade.
O terceiro parto é bem visível, pois aquela criança começa a transformar seu corpo dos 10 aos 14
anos, surge uma vida animal intensa chamada Puberdade quando nascem pelos, mudam de
comportamento para uma vida solitária ou em bandos e aumenta muito a consciência dos
sentimentos próprios. Chamamos este processo de Parto Anímico ou Animal.
O quarto e último parto acontecem por volta dos 21 anos e se chama Maioridade ou Parto do Eu,
quando surgem perguntas de identidade como Quem Sou Eu? - Qual minha Vontade? – Qual o
Sentido da Vida ?
ANTROPOSOFIA
Doutrina Médica
•
Para a organização héptupla vinculadas aos arquétipos clássicos dos sete planetas e da mitologia
grega, adotamos uma Tipologia que caracteriza psiquicamente cada um destes arquétipos como
traços de personalidade.
•
Os tipos 1, 2 e 3 estão associados aos arquétipos - Lua, Mercúrio e Vênus, respectivamente, se
organizam a cada setênio do nascimento aos 21 anos de idade e são tipos tipicamente femininos.
•
Os tipos 5, 6 e 7 estão associados aos arquétipos Marte, Júpiter e Saturno, respectivamente, se
organizam a cada setênio dos 42 anos aos 63 anos de idade e são tipos tipicamente masculinos.
•
O tipo 4 solar, de natureza integrada e não sexual, se desenvolve entre 21 e 42 anos de idade e
corresponde ao equilíbrio entre os 6 tipos complementares.
•
Nossa tipologia denomina os aspectos psíquicos destes sete tipos como Tipo 1: Cuidador(a)/
Maternal, Tipo 2: Comunicativo(a)/Sociável, Tipo 3: Sensual/Estético(a), Tipo 4: Altruísta/Cordial,
Tipo 5: Empreendedor(a)/Executivo(a), Tipo 6: Estratégico(a)/Organizador(a) e Tipo 7:
Disciplinado(a)/Rígido(a)/Formal.
ANTROPOSOFIA
Morfologia
TRIMEMBRAÇÃO:
•O SNS está mais vinculado à epiderme, cabeça e pescoço, músculos estriados esqueléticos, sistema
nervoso somático, sistema nervoso autônomo simpático, órgãos dos sentidos, tireoide, sistema arterial e
as plaquetas. Possui como características um centro cranial, mineralização periférica nos ossos chatos,
simetria lateral, baixa capacidade regenerativa, tendência a imobilidade, permite sensação, percepção e
consciência, ação catabolizante, configurante, ordenador e promotor de frio corporal.
•O SR está mais vinculado à derme, tórax e mamas, o aparelho cardiovascular, o aparelho respiratório, a
série vermelha do sangue e o sistema linfático. Seu papel é conciliador, harmonizador, curador e
integrador.
•O SMM tem está mais vinculado a hipoderme, musculatura lisa, o aparelho digestório e seus anexos,
sistema nervoso autônomo parassimpático, o sistema locomotor, o sistema endócrino-metabólico (exceto
tireóide), o aparelho geniturinário, sistema venoso, o sistema reticuloendotelial e a série branca
sanguínea. Possui as seguintes características: centro caudal, mineralização central nos ossos longos
tubulares, assimetria e forma espiral, enorme capacidade regenerativa, não permite sensação,
percepção e consciência, ação anabolizante, tendência ao movimento, sentido centrífugo, dissolvente e
gerador de calor.
ANTROPOSOFIA
Morfologia
QUADRIMEMBRAÇÃO:
•Entendemos que cada uma destas quatro organizações se manifesta, respectivamente, como
quatro lemniscatas verticais (forma do infinito, do número 8), que se relacionam diretamente com
os três sistemas orgânicos e psíquicos. Assim temos para a OF a lemniscata esquelética
composta por tecidos cristalizados, para a OV a lemniscata muscular de caráter fluido (80% de
água), para a OA a lemniscata nervosa de natureza lipídica e, para a OE a lemniscata
circulatória de natureza calórica.
•Os órgãos e tecidos da OF (órgãos terra) são os órgãos sensoriais, ossos (tecidos
mineralizados) e pulmão. A OV (órgãos agua) está presente no fígado, músculos (não placa
motora), medula óssea, mucosas digestivas e folículos pilosos (vulneráveis à quimioterapia). A
OA (órgãos ar) se manifesta nos órgãos gordurosos (SNC, sistema urogenital), órgãos
musculares e/ou ácidos, aerados, catabolizantes ou anabolizantes (estômago, boca, tireóide,
adrenais, hipófise, etc). A OE (órgãos fogo) está vinculada a pineal (centro do SNS), ao coração
(centro do SR) e baço, pâncreas (centro do SM), além do fígado e medula óssea. Os quatro
órgãos cardinais são pulmão (terra), fígado (água), rins (ar) e coração (fogo).
ANTROPOSOFIA
Morfologia
HEPTAMEMBRAÇÃO:
•Os sete biotipos estão também vinculados aos órgãos da seguinte maneira:
o tipo 1 ao SNC, órgãos dos sentidos e gônadas;
o tipo 2 ao pulmão, intestino e pâncreas;
o tipo 3 aos rins, adrenais e veias;
o tipo 4 ao coração;
o tipo 5 a vesícula biliar, tireóide, placa motora e artérias;
o tipo 6 ao fígado anabólico, hipófise e articulações;
o tipo 7 ao baço, ao sistema imune, pineal e ossos.
ANTROPOSOFIA
Dinâmica Vital (Fisiologia)
•
Existe uma Lei da Polaridade entre os sistemas polares SNS e SMM. O SNS tem seu
centro no pólo cefálico e o SMM tem seu centro no pólo abdominal. O Sistema Rítmico
promove uma equilíbrio dinâmico entre os polos.
•
O SNS está associado a geração dos processos crônico-degenerativos, em geral
associado a um processo inflamatório crônico que evolui para esclerose. Fica mais ativo
após os 42 anos de idade. O Sistema Metabólico-Motor (SMM) está envolvido na gênese
da inflamação aguda e predomina sua atividade até os 21 anos. O Sistema Rítmico (SR),
que predomina sua ação harmoniosa entre os 21 e 42 anos de idade é promotor de
homeostase e saúde.
•
Na inflamação aguda existe uma “intensificação” das 4 organizações no corpo humano,
que se manifestam nos quatro sinais inflamatórios respectivamente: rubor, edema, dor e
calor.
•
Na menstruação ocorre afastamento da OE - localmente com perda de relação com o
sangue que cai na gravidade, hipotermia, baixa de imunidade, perda do “centramento e
espaço aberto para outro Eu” (filho). Na ovulação, ao contrário, existe um pico de aumento
de temperatura e, maior “centramento” revelando maior atividade da OE.
ANTROPOSOFIA
Dinâmica Vital (Fisiologia)
•
Do ponto de vista orgânico a tipologia da heptamembração procura caracterizar os processos
patológicos em seis padrões, além do padrão de equilíbrio (Tipo 4) e mencionamos os metais
associados aos arquétipos para auxiliar o raciocínio terapêutico. Tipo 1 (Argentum): tipo juvenil,
brevilíneo e anabolismo; Tipo 2 (Mercurius): fluxo, movimento, inflamação aguda e absorção; Tipo 3
(Cuprum): calor, circulação e redução de tônus; Tipo 4 (Aurum): saudável e radiante; Tipo 5
(Ferrum): intensidade de atuação e função, secreção, voz, aumento de tônus; Tipo 6 (Stannum):
deformações, condições amorfas, cistos, nódulos e fibroses; Tipo 7 (Plumbum): tipo longilíneo,
catabolismo, esclerose e envelhecimento precoce. Podemos relacionar os tipos 1, 2 e 3, de uma
forma geral, com os processos inflamatórios agudos e com o SMM. De forma análoga podemos
relacionar os tipos 5, 6 e 7 aos processos crônico-degenerativos e ao SNS, assim como relacionar
o tipo 4 à saúde.
•
Existem 12 sentidos, em três grupos de quatro sentidos, que estão vinculados, respectivamente as
dimensões corporal, psíquica e espiritual:
a) Percepção dos fenômenos corporais: tato, orgânico ou vida, movimento, equilíbrio;
b) Percepção dos fenômenos naturais e psíquicos: olfato, paladar, visão, sentido térmico;
c) Percepção dos fenômenos culturais e espirituais: audição, linguagem, pensamento, Eu do outro.
ANTROPOSOFIA
Sistema Diagnóstico
•
No sentido de objetivar o diagnóstico em Medicina Antroposófica, a FCA busca atingir com clareza o
diagnóstico do Sistema Tríplice (dos três sistemas ou Trimembração), do Sistema Quádruplo (das quatro
organizações, quatro corpos, ou Quadrimembração ou tetramembração), do Sistema Héptuplo (das sete
tipologias relacionadas aos arquétipos dos sete planetas tradicionais) e, da Biografia com maior enfoque
nos três primeiros setênios. Para cada diagnóstico, caracterizamos maior ou menor intensidade do
sistema e da organização. Organizamos o interrogatório de aparelhos segundo os sistemas tríplice e
quádruplo.
•
Para alcançar este amplo diagnóstico utilizamos basicamente uma Anamnese e exame físico completo,
subsidiado por Exames complementares laboratoriais e de imagem. Na anamnese valorizamos e
organizamos a coleta de dados biográficos e patologias por setênios (a cada 7 anos).
•
Sempre levamos em conta não apenas a morfologia associada aos três sistemas orgânicos, mas,
sobretudo a fisiopatologia subjacente ao SMM, ou seja, a inflamação aguda, e ao SNS, ou seja, o
processo crônico-degenerativo.
•
Para avaliar as atividades psíquicas vinculadas aos três sistemas orgânicos, ou seja, Pensamento,
Sentimento e Vontade, respectivamente utilizamos adicionalmente critérios vinculados ao estilo de vida
e padrões de comportamento.
ANTROPOSOFIA
Sistema Terapêutico
•
Os três níveis de estruturação do ser humano, já comentados, denominados Corpo (nível
somático), Psique (nível psíquico) e Individualidade (nível noético) organizam a equipe de
saúde ao redor de si.
 O ‘grupo Corpo’ é composto pela Medicina (ABMA – Associação Brasileira de Medicina
Antroposófica), Farmácia antroposófica (FARMANTROPO – Associação Brasileira de
Farmácia Antroposófica), Enfermagem, Nutrição, Odontologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia
e Terapias antroposóficas com a Euritmia Curativa (ABRE - Associação Brasileira dos
Euritmistas), a Quirofonética (Associação de Quirofonética) e a Massagem Rítmica
(ASKLÉPIOS – Associação de Massagem Rítmica).
 O ‘grupo Psique’ reúne a Psicoterapia antroposófica (GIPA) e a Terapia Artística (AURORA
– ABTAA – Associação Brasileira de Terapeutas Artísticos Antroposóficos).
 O ‘grupo Individualidade’ é formado pelo Trabalho Biográfico, praticado basicamente por
médicos e psicólogos (Associação Biográfica).
ANTROPOSOFIA
Sistema Terapêutico
•
A terapêutica oferecida pela Medicina Antroposófica, coerente com a visão tríplice do ser humano, deve
abranger a individualidade, a psique e o corpo e; para isso se faz necessário um trabalho conjunto de
uma equipe multiprofissional orientada pela Antroposofia, geralmente coordenada pelo médico.
•
Ao nível da individualidade o médico ou o psicólogo busca despertar a consciência do sentido da
doença na biografia do paciente, a fim de fortalecer a autoconsciência e a reestruturação biográfica. No
âmbito psíquico se desenvolve, principalmente, um trabalho com a psicologia antroposófica e a terapia
artística. A arte, desde a escultura em pedra até o canto, atinge diretamente, embora em níveis
diferentes, a alma humana. O corpo humano, no sentido mais amplo, é cuidado através de
medicamentos, além de uma série de atividades terapêuticas como nutrição antroposófica, massagem
rítmica, euritmia curativa, quirofonética, reorganização neurofuncional, odontologia antroposófica,
enfermagem antroposófica, farmácia antroposófica e a cantoterapia.
Assim a Terapêutica Antroposófica possui uma abordagem transdisciplinar tríplice:
 Área da Individualidade: Trabalho Biográfico (médicos e psicólogos)
 Área Psíquica: Psicoterapia antroposófica e Terapia Artística
 Área Somática: Medicina e Farmácia antroposófica; Enfermagem, Nutrição, Odontologia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia; Terapias: Massagem Rítmica, Euritmia e Quirofonética
•
ANTROPOSOFIA
Sistema Terapêutico
•
Recursos terapêuticos não-medicamentosos
a) Terapias externas: escalda-pés; enfaixamentos; compressas e emplastros à base de chás, óleos e
pomadas fitoterápicas.
b) Banhos terapêuticos: são realizados com a diluição de óleos à base de plantas medicinais na água
da imersão.
c) Massagem rítmica: é inspirada na massagem sueca e, por intermédio de toques específicos
(deslizamentos superficiais, amassamento e malaxação, duplos círculos e lemniscatas), atuando
sobre as frações sólida, aquosa, gasosa e calórica do organismo permite seu reequilíbrio.
d) Nutrição: orientação segundo os princípios da Antroposofia após avaliação diagnóstica nutricional.
e) Terapia artística: envolve atividades individuais e em grupo:
 no âmbito da forma (desenho, modelagem com argila e escultura),
 no âmbito da cor (pintura em aquarela),
 e do som e movimento (musicoterapia, cantoterapia e euritmia).
f) Terapia psico-biográfica - Aconselhamento Biográfico: terapia breve biográfica em pacientes adultos
com capacidade reflexiva fora de crises, preferencialmente em grupo, de caráter higiênico e
preventivo. Ritmo dos setênios.
ANTROPOSOFIA
Sistema Terapêutico
Terapêutica medicamentosa:
•Realizada exclusivamente por médicos e dentistas, que prescrevem de acordo com o diagnóstico
individualizado.
•Em geral associando as três farmacopéias com redução ao redor de 70 % na prescrição alopática e
com boa segurança.
• FARMACOPÉIAS :
–
Alopática (Sintética, Físico-Química)
–
Fitoterápica (Extrato, Tintura Mãe ou Infusão com Princípios Ativos Definidos)
–
Dinamizados
•Indicação de medicamentos injetáveis dinamizados antroposóficos:
Principio ativo inativado no trato digestivo: p.ex. Viscum album
Pacientes graves impossibilitados de medicação Via Oral: p.ex. Arnica D20 em coma.
Pré, Per e Pós-operatórios eletivos e de urgência
Pacientes com síndromes disabsortivas
Necessidade de intensificar efeito do medicamento
ANTROPOSOFIA
Os sites importantes como referência da Antroposofia na área da Saúde são:
http://www.abmanacional.com.br/
http://www.ivaa.info/home/
http://www.rsarchive.org/Medicine/?rfr=elib.
Termalismo Social - Crenoterapia
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
breve histórico
•
A Relação homem/água remonta aos primórdios do ser humano na face da terra.
•
O uso terapêutico das águas minerais e suas fontes sagradas são citados desde a
mitologia grega na Grécia antiga com uso das práticas hidroterápicas enquanto
ciência e, no Império Romano com o uso dos banhos e construção de inúmeras
Termas, junto as fontes, tanto que, em 300 anos d.C. Roma tinha por volta de 1000
Termas originando a expressão Termalismo.
•
No século XIX, na Europa, as Termas, tornaram-se grandes centros de tratamento,
repouso, cultura e lazer.
•
No final do século XIX, inicio do XX, o Termalismo passou da era empírica para a
clínica, com estudos científicos e análise das aguas minerais, comprovando suas
qualidades terapêuticas, que passaram a ser consideradas águas medicinais, (Código
de Águas Minerais-1945).
•
Nessa época, a Hidrologia Médica era ensinada nas Faculdades de Medicina em
vários países europeus.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
breve histórico
•
•
•
No Brasil o Termalismo iniciou-se com a vinda da Família Real, e a primeira Estância Termal Brasileira
surgiu em 1818, Caldas da Imperatriz, em Santa Catarina, devido a visita do então Imperador D.
PedroII e a Imperatriz Teresa Cristina e de sua fonte termal contribuindo com a construção de um
hospital termal para hospedar os doentes que procurassem a localidade para tratamento.
Em 1860, no sul de Minas Gerais, várias Estâncias, em início de funcionamento receberam a visita da
Princesa Isabel para tratamento de saúde, em Caxambú, dando início ao desenvolvimento do
Termalismo no Brasil.
Dessa época até 1945, várias Estâncias foram criadas, como Águas da Prata, Águas de Lindóia, Águas
de São Pedro, Araxá e tantas outras, equiparando-se aos melhores centros europeus. Ensinava-se
Crenoterapia e Hidrologia Médica nas Faculdades de Medicina e os médicos indicavam tratamentos
nas Estâncias, que eram avaliados e acompanhados pelos médicos crenologistas dos balneários, com
tratamento que duravam 21 dias, denominados de estações de águas, com protocolos específicos.
Com o avanço da medicina, após a 2ª Guerra Mundial, desenvolvimento da indústria farmacêutica, e a
procura por tratamentos rápidos, e a desativação do ensino da Crenoterapia nas Faculdades, o
Termalismo foi cada vez mais sendo esquecido. Apesar das dificuldades, grandes médicos Crenólogos
desenvolveram pesquisas e atendimento no setor termal, em especial o Dr. Benedictus Mario Mourão,
ilustre médico dermatologista de Poços de Caldas-MG, reconhecido mundialmente com várias obras
publicadas sobre o tema.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
breve histórico
•
O Brasil possui inúmeras estâncias hidrominerais, climáticas e balneárias, muito
bem equipadas, com imenso potencial de Recursos Naturais Terapêuticos
(RNT) propícios para um grande desenvolvimento do Termalismo como um
todo, gerando grandes benefícios de promoção de saúde e cura de inúmeras
doenças de forma natural para a população e, também atuando de maneira
complementar a medicina convencional, diminuindo muito os agravos e os
custos do Estado com a saúde.
•
Atualmente, através da PNPIC-SUS tem-se uma grande possibilidade do
Termalismo ser alavancado, a exemplo do que acontece em muitos países do
mundo, com grande comprovação científica.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
breve histórico
•
São dignos de nota alguns serviços de Termalismo ligado ao SUS, como nas Estâncias
Hidrominerais de Poços de Caldas, nas Thermas Antonio Carlos, em parceria com a Faculdade
de Fisioterapia da PUC-MG, que tem a matéria de Termalismo em sua grade curricular. Também
em São Lourenço-MG, Águas de São Pedro-SP, Águas de Lindóia-SP , na Estância Balneária
de Peruíbe-SP, com o Projeto Lama Negra, ligado ao SUS, com protocolos específicos, ligados
a pesquisa científica, em teses de mestrado e doutorado na USP; outro projeto sendo iniciado
em Cipó-BA; enfim várias iniciativas pioneiras que com certeza vão alavancar com o apoio da
PNPIC-SUS, propiciando recursos para capacitação, pesquisa, divulgação com consequente
desenvolvimento do Termalismo no Brasil.
•
Os grande agentes facilitadores são a ESF-Estratégia Saúde da Família, através da abertura de
seus gestores, os profissionais Fisioterapeutas, que são uma classe bem estruturada, em
grande número, com grande familiaridade com o Termalismo, já que a sua grade curricular
contempla a matéria de Hidroterapia com seus variados tratamentos e a parceria com as
Universidades, com foco na pesquisa e ensino, com a grande necessidade de formatar cursos
de capacitação para os profissionais das diversas áreas da saúde afins.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
Definições e Conceitos
•
TERMALISMO: Refere-se, genericamente, a permanência de pessoas doentes ou não, em Estâncias
hidrominerais, climáticas, marítimas, em busca de tratamentos de saúde, repouso e bem-estar.
•
Estâncias: Conforme definição do IPT/SP, ‘estância é o município que contem fontes naturais de água
dotadas de altas qualidades terapêuticas e em quantidades suficientes para atenderem os fins a que se
destinam...’ - Compreende o território em que estão localizadas as fontes respectivas, as instalações e
obras destinadas ao aproveitamento das águas e a área circunjacente necessária aos objetivos
sanitários e turísticos a que se destina a Estância.
•
As Estâncias hidrominerais, climáticas ,termais e litorâneas possuem Recursos Naturais Terapêuticos
(RNT) que, por si só, podem ser utilizados de forma muito benéfica para o organismo humano.
•
O termo Termalismo – Thermai, do grego, e Thermae, do latim referem-se a termas, banhos quentes e,
é usado de maneira genérica para designar o emprego das águas minerais (Crenoterapia), do clima
(Climatoterapia), do mar (Talassoterapia), das lamas (fangoterapia), das areias e emanações
radioativas (Radioclimatoterapia) e do microclima de determinadas grutas, cavernas e galerias
subterrâneas (Espeleoterapia) com finalidades curativas.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
Definições e Conceitos
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Termalismo Moderno: abrange um complexo de atividades científicas, médicas, fisioterápicas,
turísticas, empresariais, públicas e administrativas de elevada monta. Engloba um conjunto de
variáveis, além dos tratamentos de saúde, estética, alimentação saudável, o clima, ar puro, ambiente
agradável, boa hospedagem, infra-estrutura turística, cultural, proporcionado também lazer e bemestar, com visão salutogênica, que visa a promoção da saúde .
Termalismo Social: introduzido na década de 40, em vários países europeus, como Itália, França,
Alemanha, Espanha, Hungria e outros, ofertando as pessoas idosas, tratamentos e hospedagem nas
estâncias de caixas de previdência. O Termalismo Social tem se fortalecido e expandido cada vez
mais, propiciando melhor qualidade de vida e desonerando os custos com saúde.
SPA “ Salus per aquam“- saúde pela água: Este é o verdadeiro significado de SPA, palavra que deriva
do latim, e que, também denomina uma cidade na Bélgica, famosa desde a antiguidade pelas suas
fontes de águas minerais
A partir daí, na Europa, tornou-se comum uso do termo SPA para designar uma Estância Hidromineral.
Esses locais recebem desde então, principalmente turistas, pessoas que buscam cuidar da sua saúde
de forma integral, através do descanso físico e mental, clima adequado e tratamento hidroterápico.
Turismo de Saúde: Termalismo Médico de curta duração, em curas sucessivas e/ou visando também
bem-estar e promoção da saúde em curta permanência.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
Indicações
•
São muitas as indicações, dependendo do recurso terapêutico utilizado, entre elas:
•
Doenças Crônico-degenerativas, artrites, artroses, e suas complicações, algias, paralisias,
neurites, inflamações, nevralgias, processos osteo-articulares e musculares, lombalgias,
lombociatalgias, fibromialgia, atuando no campo da reumatologia, ortopedia, e neurologia.
•
Doenças Cardiovasculares e Circulatórias Doenças coronarianas, hipertensão arterial
sistêmica, flebites, varizes.
•
Doenças Dermatológicas: eczemas, psoríase, alergias, urticárias, úlceras.
•
Doenças Metabólicas : dislipidemias, diabetes, obesidade.
•
Doenças Gastro-intestinais: gastrites, úlceras, colites, intoxicações por medicamentos,
doenças do fígado ou do sistema hepato-biliar, etc.
•
Doenças Renais : Calculose Renal, etc.
•
Doenças Broncopulmonares: asma, bronquite, etc.
•
Doenças do Sistema Nervoso: ansiedade, stress, depressão.
•
Convalescenças, astenia, revitalização.
•
E muitas outras indicações. O tratamento termal bem orientado, além de atuar no
problema específico, proporciona grande bem-estar.
TERMALISMO SOCIAL / CRENOTERAPIA:
contra-indicações
De acordo com o tipo de tratamento, de maneira genérica:

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Doenças agudas febris,
infecções e inflamações agudas,
doenças cardíacas descompensadas,
aneurismas,
hemorragias,
arteriosclerose avançada,
doenças mentais graves,
intoxicações agudas,
gastroenterite aguda,
diabetes descompensada, e outras.
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