Editorial C “Conectividade como ferramenta para a eficiência labo- forma de fenômenos biologicamente significativos, ratorial”. Com este título, nossa matéria de capa mostra como a resistência das bactérias a diferentes tipos de que a Roche Diagnóstica acompanha a evolução mer- antibióticos. cadológica e tecnológica, desenvolvendo soluções de informação para aperfeiçoar processos laboratoriais. A empresa ressalta que a simples aquisição de softwares e dispositivos não garante melhorias, mas sim o método como os processos são desenvolvidos e integrados, Na nossa coluna Analogias em Medicina, nosso colaborador, o médico José de Souza Andrade-Filho faz uma alusão ao Golpe a Cavalo, que seria a adição de uma terceira bulha às duas bulhas normais que transforma o atrelados à capacitação eficaz dos colaboradores do ritmo binário em ritmo tríplice ou de 3 tempos. O médico laboratório. francês Bouillaud criou então a denominação de ritmo Em nossa coluna de Notícias, trazemos importantes de galope, baseando-se em suas características sonoras. informações sobre o mercado diagnóstico, como a in- Já os artigos científicos deste número trazem assuntos de auguração da segunda esteira de distribuição de alta variados interesses, como “Comparação de duas Metodolo- produtividade do DASA. Fruto de um investimento de gias para Determinação de Colesterol HDL: Método Direto R$ 19 milhões, o equipamento elimina a margem de erro Versus Método por Precipitação” e “Avaliação dos Resulta- e diminui o tempo de entrega de exames em 40%, até dos dos Testes da Tira Reativa na Detecção de Glicosúria mesmo em casos de análises especiais. Outra informação em Pacientes com Glicemia Alterada”, entre outros. interessante vem do Technion (Israel Institute of Technology), onde cientistas desenvolveram um transdutor molecular como DNA e enzimas que podem manipular códigos genéticos. O dispositivo produz resultados em @revista_newslab Isso e muito mais Ciência da Saúde você só encontra aqui, na NewsLab. Boa leitura! <<<<<<<<<<<<<<< Diretor Executivo: Sylvain Kernbaum - (11) 9-8357-9857 - ([email protected]) • Editora: Andrea Manograsso (Mtb 18.120) - (11) 9-8357-9850 - ([email protected]) • Secretaria Publicidade / Redação: Luiza Salomão (11) 9-8357-9855 - ([email protected]) • Contatos de publicidade: MEI Marcela Musardo (11) 9-8357-9852 ([email protected]) - Skype: marcela musardo • Departamento de Assinaturas: Daniela Faria - (11) 9-8357-9843 ([email protected]) • Correspondente Internacional: Brigitte Selbert - (11) 9-8357-9859 - ([email protected]) Conselho Editorial: Luiz Euribel Prestes Carneiro, farmacêutico-bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP • Prof. Dr. Carlos A. C. Sannazzaro - Professor Doutor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP • Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico • Dr. Marco Antonio Abrahão – Biomédico • Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi - Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP • Prof. Dr. José Carlos Barbério - Professor Titular da USP (aposentado) • Dr. Silvano Wendel - Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês • Dr. Paulo C. Cardoso de Almeida - Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina da USP • Dr. Jacques Elkis - Médico Patologista, Mestre em Análises Clínicas - USP • Dr. Zan Mustacchi - Prof. Adjunto de Genética da Faculdade Objetivo - UNIP • Dr. José Pascoal Simonetti - Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ - RJ • Dr. Sérgio Cimerman - Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas • Dra. Suely Aparecida Corrêa Antonialli - Farmacêutica-bioquímica-sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva • Dra. Gilza Bastos dos Santos - Farmacêutica-bioquímica • Dra. Leda Bassit - Biomédica do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa da Fundação Pró-Sangue Colaboraram nesta edição: José de Souza Andrade-Filho, Iana Mundim de Oliveira, Ivo da Costa Martins, Xisto Sena Passos, Víctor Castelo Branco Pereira, José Nilson Ferreira Gomes Neto, Lisiana Stuani Caon, Rejane Giacomelli Tavares, Carla Elenuska Fernandes Barbosa Rodrigues, Ana Paula Ferreira Costa, Ayane Cristine Alves Sarmento, Maria de Lourdes de Queiroz, Marcos Adriano Gomes Rodrigues, Ruth Leya Fonseca de Oliveira, Eduardo Glassen, Tamira Braida, Gilberto Inácio Lunkes, João Paulo dos Santos, Luiz Arthur Calheiros Leite, Adriana Alexandre Brito, Claudine Fernandes Omena Balin, Lucinéia de Oliveira Escobro, Joelma Carvalho Santos, Zenaldo Porfirio da Silva, Mariana Preussler Mott, Thaíse Martins Stangerlin, Alencar Kolinski Machado, Rafael Arrua da Silveira, Graziela Maria Schuh, Sara Tedesco Abrahão, Andréia Maria Ida Sopelsa Impressão: IBEP Gráfica Editoração: Fmais - Comunicação e Design NewsLab A revista do laboratório moderno ANO XX - Nº 119 (AGOSTO/SETEMBRO 2013) REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: AV. PAULISTA, 2.073 ED. HORSA I - CJ. 2315. CEP: 01311-940. SÃO PAULO. SP. FONE/FAX: (11) 3171-2190 CNPJ.: 74.310.962/0001-83 INSC. EST.: 113.931.870.114 ISSN 0104-8384 HOME PAGE: WWW.NEWSLAB.COM.BR A Revista NewsLab é uma publicação bimestral da Editora Eskalab, com distribuição dirigida a laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista. Da mesma forma, os Informes Publicitários são de exclusiva responsabilidade das empresas que compram o espaço na revista. Filiado à Anatec Leia ainda na Roche News: Roche Diagnóstica desenvolve soluções de interatividade para aperfeiçoar processos laboratoriais 04Editorial 06Índice 11Notícias 40 Nossa Capa – Conectividade como ferramenta para a eficiência laboratorial 48 Informe de Mercado 80 Analogias em Medicina – Coração a galope, por José de Souza Andrade-Filho 82 Candidúria em Transplantados Renais: Revisão da Literatura - Iana Mundim de Oliveira, Ivo da Costa Martins, Xisto Sena Passos 90 Avaliação dos Resultados dos Testes da Tira Reativa na Detecção de Glicosúria em Pacientes com Glicemia Alterada - Víctor Castelo Branco Pereira, José Nilson Ferreira Gomes Neto 100 Comparação de duas Metodologias para Determinação de Colesterol HDL: Método Direto Versus Método por Precipitação - Lisiana Stuani Caon, Rejane Giacomelli Tavares 108 Perfil Epidemiológico das Infecções Urinárias Diagnosticadas em Pacientes Atendidos no Laboratório Escola da Universidade Potiguar, Natal, RN - Carla Elenuska Fernandes Barbosa Rodrigues, Ana Paula Ferreira Costa, Ayane Cristine Alves Sarmento, Maria de Lourdes de Queiroz, Marcos Adriano Gomes Rodrigues, Ruth Leya Fonseca de Oliveira 118 Diagnóstico de Resistência à Insulina na Avaliação da Síndrome Metabólica - Eduardo Glassen, Tamira Braida, Gilberto Inácio Lunkes 128 Alterações Hematológicas em Pacientes com Hemoculturas Positivas no Hospital Geral do Estado de Alagoas - João Paulo dos Santos, Luiz Arthur Calheiros Leite, Adriana Alexandre Brito, Claudine Fernandes Omena Balin, Lucinéia de Oliveira Escobro, Joelma Carvalho Santos, Zenaldo Porfirio da Silva 140 Hepatites Virais: Soroprevalência em um Pronto-Atendimento Médico de Santa Maria, RS - Mariana Preussler Mott, Thaíse Martins Stangerlin, Alencar Kolinski Machado, Rafael Arrua da Silveira, Graziela Maria Schuh 148 Prevalência de Enteroparasitoses em Escolares no Município de Osório, RS - Sara Tedesco Abrahão, Andréia Maria Ida Sopelsa 156Agenda 160 ISSN 0104-8384 www.newslab.com.br 01_capa_newslab.indd 1 Endereços dos Anunciantes Ano XIX – Nº 119 – Ago/Set 2013 A revista do laboratório moderno 14/08/13 12:18 A sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos vários canais de comunicação para o nosso leitor.Escolha o que for melhor para você. Mande sua carta para nossa redação, no seguinte endereço: Av. Paulista, 2073. Edifício Horsa I. Conjunto 2.315 - Cep: 01311-300. São Paulo. SP Fones: (11) 3171-2190 / 3171-2191 / 3171-2192 Envie sua mensagem pelo e-mail: [email protected]. Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br Siga-nos no twitter: @revista_newslab DASA INAUGURA SEGUNDA ESTEIRA DE ALTA PRODUÇÃO E AUMENTA EM 40% A VELOCIDADE DE RESULTADOS Com o equipamento, a companhia passa a contar com o parque tecnológico mais moderno da América Latina A DASA, grupo especializado em serviços auxiliares de apoio diagnóstico e referência no mercado de saúde brasileiro e internacional, acaba de inaugurar sua segunda esteira de distribuição de alta produtividade. Fruto de um investimento de R$ 19 milhões, o equipamento é capaz de realizar testes de naturezas diversas eliminando a margem de erro e diminuindo o tempo de entrega de exames em 40%, até mesmo em casos de análises especiais. “A segurança e o conforto do paciente são os principais benefícios de associarmos tecnologia de ponta aos serviços de medicina diagnóstica. A inauguração da nova esteira permite oferecermos resultados ainda mais rápidos e precisos aos nossos clientes”, afirma Dr. Octavio Fernandes, Vice-Presidente de Operações da DASA. A adição de mais um equipamento, com capacidade de gerenciar cerca de 28 mil tubos por dia, dobrou a produção de exames, chegando a realização de 8 milhões de testes por mês, processados pelo NTO (Núcleo Técnico Operacional) do Rio de Janeiro. O projeto de expansão poderá atingir 4 mil tubos de exames por hora, com potencial de crescimento bem além do planejado originalmente. “Somadas, as duas esteiras atingem 82 metros de comprimento e 20 equipamentos conectados, muitos deles compostos por vários módulos. Com isso, a DASA mantém-se como a companhia de Medicina Diagnóstica com o mais moderno parque tecnológico da América Latina.”, acrescenta Octavio. Além das vantagens de performance alcançada com as esteiras, também estão relacionados os ganhos de segurança para clientes e colaboradores, já que não há manipulação humana das amostras, além de menor tempo de resposta dos resultados para os clientes e médicos assistentes, redução do número de tubos coletados dos pacientes e o melhor fluxo das amostras dentro do núcleo técnico, reduzindo o retrabalho e aumentando a eficiência. “Apesar de todo o investimento em tecnologia, a participação dos colaboradores é fundamental no processo, prezando pelo bem-estar e saúde dos pacientes. Os profissionais estão capacitados e certificados para manter a vigilância e o gerenciamento dos equipamentos a fim de garantir a qualidade do diagnóstico”, conclui o Vice-Presidente de Operações. dez meses, a companhia investe mais uma vez na evolução da medicina laboratorial e importa da Itália e Suíça, um novo parque de equipamentos, com capacidade produtiva extra para exames nas áreas de imunologia, bioquímica, sorologia, hematologia e testes hormonais. A tecnologia funciona de forma automatizada e inteligente, equipada com um sistema de radiofrequência que identifica o material biológico, por meio de uma etiqueta com código de barras - individualizando as amostras por paciente - e que tipo de teste deve ser feito em cada tubo. O início do processo acontece quando a esteira recebe os tubos que serão analisados. Após este momento, não há mais nenhum tipo de manipulação humana. Por meio de outros equipamentos acoplados, o sistema programa todo o caminho percorrido pelo material na esteira, evitando a falha humana. É neste período que são identificadas à quais análises o material biológico será submetido. Portanto, a esteira utiliza o mesmo material biológico para diversos testes, evitando que o paciente tire mais sangue do que o necessário. Na etapa de análise, os tubos são direcionados para os aparelhos de acordo com o exame solicitado e registrado no código de barras. O teste é realizado em um ou mais equipamentos da esteira com alta precisão. Depois da conclusão, o resultado do teste é avaliado por um médico do laboratório e é automaticamente transferido para o prontuário do paciente. Se necessário, um supervisor poderá pedir uma nova análise para aquele material biológico – o tubo percorre a esteira novamente. Caso contrário, o processo é finalizado e todos os tubos são armazenados em uma câmara fria de acordo com tempo indicado. Passo a passo do diagnóstico: a modernização a favor do paciente O projeto de ampliação e modernização da produção de exames da DASA começou em julho do ano passado, com a aquisição da primeira esteira de alto desempenho. Após NewsLab - edição 119 - 2013 11 CLÍNICA MAYO ESTUDA MARCADOR MOLECULAR DOS SUCOS PANCREÁTICOS QUE AJUDA A IDENTIFICAR O CÂNCER DE PÂNCREAS O gene CD1D foi um marcador de secreção pancreática muito melhor do que qualquer outro já testado para identificar o câncer de pâncreas Pesquisadores da Clínica Mayo, em Jacksonville, Flórida, desenvolveram um método promissor de distinguir entre o câncer de pâncreas e a pancreatite crônica – dois distúrbios que são difíceis de diferenciar. Um marcador molecular, obtido dos sucos pancreáticos, pode identificar quase todos os casos de câncer, de acordo com o estudo dos pesquisadores. A descoberta foi apresentada na Semana das Doenças Digestivas de 2013, em Orlando, Flórida. “Muitos pesquisadores vêm trabalhando nesse tipo de exame para diagnóstico há muito tempo – há cerca de 20 anos, eu creio”, diz o principal pesquisador do estudo, o gastrenterologista da Clínica Mayo Massimo Raimondo. “Mas, pela primeira vez, encontramos um candidato muito forte a marcador molecular”, ele explica. “Todos nós queremos um método infalível de detectar o câncer do pâncreas em nossos pacientes, para que possamos administrar a terapia apropriada o mais rápido possível”, ele diz. “Embora saibamos que será necessário fazer mais pesquisas, incluindo para confirmar nossa descoberta, não podemos deixar de nos entusiasmar com esse avanço”, declara. O câncer de pâncreas e a pancreatite crônica produzem os mesmos sinais de que há um problema no órgão, tais como inflamação. Mas o câncer de pâncreas é uma doença que ameaça a vida e que, por isso, precisa ser tratada de forma imediata e agressiva, diz Raimondo. A equipe de pesquisa, que incluiu pesquisadores da Clínica Mayo de Rochester, Minnesota, testou um método que examinou secreções do pâncreas durante uma endoscopia digestiva alta (esofagogastroduodenoscopia) de rotina. Quando há suspeita de que o paciente pode ter pancreatite crônica ou câncer de pâncreas, os médicos usam um endoscópio flexível fino para examinar o trato digestivo superior. Nesse estudo, durante endoscopias de rotina, os médicos injetaram a substância secretina por via intrave- 12 nosa, para enganar o pâncreas, indicando-lhe que o estômago continha alimentos e que, portanto, precisava de sua ajuda para digeri-los. O órgão então secretou o suco, rico em enzimas, para ajudar a decompor a comida, junto com células esfoliadas, permitindo aos pesquisadores coletar um pouco desse fluido. Eles examinaram o suco em busca de marcadores que pudessem ajudar a distinguir entre as duas doenças. Descobriram que o gene alterado CD1D, como um marcador isolado, foi detectado em 75% dos pacientes que, mais tarde, foram diagnosticados com câncer de pâncreas. Esse gene estava presente em apenas 9% dos pacientes com pancreatite crônica. “O gene CD1D foi um marcador de secreção pancreática muito melhor do que qualquer outro já testado para identificar o câncer de pâncreas”, disse o gastrenterologista da Clínica Mayo. A equipe de pesquisa está trabalhando para melhorar ainda mais a precisão desse método promissor de diagnóstico molecular. “Esses resultados das amostras coletadas cuidadosamente por Massimo Raimondo são realmente estimulantes e têm implicações claras na prática”, diz o coautor do estudo David Ahlquist, que liderou a equipe de laboratório colaboradora da Clínica Mayo de Rochester. “Chegar a uma precisão do diagnóstico bem acima de 90% é uma meta possível”, afirma. “Quando tal teste biomarcador for aperfeiçoado, ele poderá ser usado não apenas para distinguir o câncer de pâncreas da pancreatite crônica, mas também, potencialmente, como um exame para diagnosticar câncer de pâncreas em pacientes de alto risco”, explicou Massimo Raimondo. Para saber mais: www.mayoclinic.com NewsLab - edição 119 - 2013 ALZHEIMER DEIXA RASTROS NO SANGUE A Araclon Biotech vem aperfeiçoando exames de sangue para medir quantidades muito pequenas de peptídeos no sangue Pesquisadores do Alzheimer na Espanha deram um passo mais próximo para encontrar um exame de sangue para auxiliar no diagnóstico do mal de Alzheimer. Com aproximadamente 75% dos estimados 36 milhões de afetados pelo mal de Alzheimer de todo o mundo ainda por receberem um diagnóstico confiável, o impacto potencial nas vidas dos possíveis afetados, atuais e futuros, poderá ser enorme. O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa mais frequentemente afetando os idosos. O sintoma mais comumente associado é a perda progressiva de memória até o estágio em que o paciente torna-se completamente dependente de cuidadores para suas necessidades diárias. Há um grande número de pesquisas sustentando a teoria que um grupo de peptídeos chamado beta amiloide (Aβ), naturalmente encontrados no corpo, contribui muito para o mal de Alzheimer. Por meio de um processo até agora não claro para a ciência há uma produção desses peptídeos no cérebro, que no período de alguns anos causam problemas de memória e outros sintomas associados com a doença. O professor Manuel Sarasa, diretor científico e fundador da empresa de pesquisa espanhola Araclon Biotech, e sua equipe vêm aperfeiçoando os exames de sangue “ABtest40” e “ABtest42” para medir quantidades muito pequenas desses peptídeos no sangue. “O estudo mostrou que nossos testes para Aβ no sangue encontram um alto nível de associação entre os níveis do peptídeo e a doença quando se comparando com pessoas saudáveis e pessoas com transtornos cognitivos leves. Ao medir três níveis diferentes no sangue, livres no plasma, componentes ligados ao plasma e às células sanguíneas, para dois dos peptídeos mais significativos, Aβ40 e Aβ42, e então comparando as razões desses níveis a métodos de diagnóstico estabelecidos, pudemos consistentemente demonstrar uma relação entre os níveis de Aβ e a doença”, diz o professor Sarasa. “Isto significa que nós, e por `nós’ eu me refiro aos pesquisadores do Alzheimer em geral, estamos um tanto mais próximos de termos um marcador confiável, minimamente invasivo para o mal de Alzheimer. A importância disso é que os estudos poderão fazer o recrutamento mais cedo e a um custo mais baixo. Terapias intervencionais podem ser testadas em estágios mais iniciais da doença e uma vez que uma terapia eficaz seja encontrada, este tipo de teste será bem adequado para o rastreamento da população no setor da saúde pública”, completa. Os resultados desse trabalho foram publicados em Journal of Alzheimer’s Disease 36(3) em julho. O professor Sarasa afirma que já há um mais amplo e multinacional estudo em curso com 255 pacientes e que sua firma com sede em Zaragoza, uma parte do grupo de empresas Grifols, também está buscando confirmar esses resultados com outros grupos similares de pacientes de todo o mundo. DELBONI AURIEMO INAUGURA UNIDADE NO CENTRO DE MEDICINA ESPECIALIZADA DO HOSPITAL 9 DE JULHO Com capacidade para atender 120 clientes por dia, a unidade conta com tecnologia de ponta para garantir o melhor diagnóstico aos seus pacientes O Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica inaugurou sua 28ª unidade, localizada no edifício do Centro de Medicina Especializada do Hospital 9 de Julho, São Paulo. Com capacidade para atender 120 clientes por dia, a unidade ocupa três andares do prédio. O espaço oferece todos os exames de análises clínicas, cardiologia (incluindo ecocardiograma fetal) e ainda uma área dedicada à Mulher, com equipamentos de densitometria óssea, mamografia, ultrassonografia e raios X. “Trouxemos tecnologia de ponta e inovações aplicadas na realização dos exames para garantir o melhor diagnóstico aos pacientes”, afirma Dr. Rafael Munerato, diretor de Análises Clínicas do Delboni Auriemo. Além dos equipamentos de última geração, como mamógrafos digitais, densitometria óssea e ecocardiograma, 14 o executivo reforça a preocupação do laboratório em contar com os mais renomados médicos em cada especialidade. Entre os especialistas responsáveis, estão o cardiologista Dr. Alexandre Murad, e os radiologistas Dra. Flora Finguerman, responsável pela área dedicada à saúde da mulher, Dr. Paulo Roberto Bettini e Dr. Paulo Luis Dias dos Santos, responsáveis pelo serviço de ultrassonografia. A nova unidade faz parte do recém-inaugurado Centro de Medicina Especializada (CME) do Hospital 9 de Julho (H9J), uma das mais importantes e tradicionais instituições privadas de saúde do país, o H9J é focado em alta complexidade e tecnologias minimamente invasivas. O prédio de 13 andares recebeu investimentos de mais de US$ 32 milhões que viabilizou uma proposta inovadora, que alia medicina de alto nível, interdisciplinaridade e qualidade. NewsLab - edição 119 - 2013 ESTUDO CRIA PROTOCOLO QUE ESTABELECE DIAGNÓSTICO MAIS RÁPIDO DE LEPTOSPIROSE A partir do sorogrupo da bactéria, é possível apontar a espécie de roedor envolvida naquela cadeia de transmissão e traçar estratégias de controle e vigilância DIVULGAÇÃO: FIOCRUZ Deslizamentos, enchentes, pane no sisde reduzir as chances de evolução para a tema de transporte e, finalmente, doenças: forma grave da doença, que acomete 10% o brasileiro conhece bem os inconveniendos infectados. Mas não é só o paciente tes trazidos pela época das chuvas. Nos que sai ganhando. A partir do sorogrupo grandes centros urbanos, os problemas na da bactéria, é possível apontar qual esinfraestrutura básica, aliados à aglomeração pécie de roedor esteve envolvida naquela populacional e à infestação por roedores cadeia de transmissão e traçar estratégias configuram terreno fértil para os surtos de específicas de controle e vigilância. “Vialeptospirose. Determinados a desenvolver Imagem microscópica de Leptospira biliza até uma intervenção imediata para uma estratégia capaz de detectá-la com impedir a ocorrência de um surto no local rapidez e fornecer, ainda, dados epidemiológicos para nor- onde houve aquela infecção”, ressalta Ilana. tear estudos de monitoramento dos roedores envolvidos O protocolo contorna os obstáculos impostos à Ciência na cadeia de transmissão, pesquisadores do Laboratório pela própria bactéria. “Os organismos do gênero Leptospira de Zoonoses Bacterianas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ têm crescimento extremamente lento em laboratório. Na Fiocruz), que abriga o Serviço de Referência Nacional para hemocultura, técnica clássica que consiste na visualização Leptospirose, criaram um protocolo inovador que associa dois microscópica de isolados do patógeno, um laudo pode levar procedimentos: a captura imunológica e a reação em cadeia até dois meses para sair”, explica Ilana. Mas nem médico e de polimerase (IC-PCR). O estudo foi publicado na revista nem paciente dispõem deste tempo. A leptospirose é uma científica Diagnostic Microbiology & Infectious Disease. doença aguda que pode provocar, três dias após as primeiSegundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a zoonose tem ras manifestações, icterícia, hemorragias e insuficiência uma média de 4 mil casos registrados todos os anos – mas renal. A saída é o diagnóstico sorológico, que identifica os como provoca, em cerca de 90% das vezes, sintomas simi- anticorpos produzidos pelo corpo. No entanto, é preciso lares aos da dengue e de outras viroses, acredita-se que o esperar entre 5 e 7 dias após o início dos sintomas, período número de notificações seja inferior. Dentre os motivos, está no qual a bactéria já deixou de circular no sangue para dar a dificuldade de realização do diagnóstico, principalmente lugar aos anticorpos. no início da infecção, quando o uso de antibióticos ainda De acordo com a pesquisadora, existem mais de 20 pode evitar a evolução para a forma mais grave da doença. sorogrupos de Leptospira que, por sua vez, abrangem mais Diagnóstico rápido - Na primeira etapa, chamada de de 200 sorovares patogênicos. Os números flutuam, afinal, captura imunológica, placas de 96 poços recebem diferentes a cada dia novas linhagens são descobertas. Nos centros soros hiperimunes de referência. Estes soros apresentam urbanos da Região Sudeste, predomina a circulação dos anticorpos policlonais, ou seja, imunoglobulinas específicas sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhagen. “Na captura contra os sorogrupos de Leptospira com maior relevância imunológica, utilizamos anticorpos contra sorogrupos porque epidemiológica para o Brasil. Sorogrupos são variações estes possuem custo menor. No entanto, o mesmo procedidistintas dentro da espécie da bactéria, que abrangem, por mento pode ser feito com anticorpos monoclonais, ou seja, sua vez, diferentes linhagens. Em seguida, cada anticorpo específicos contra sorovares. O diagnóstico vai proporcionar é fixado em um poço diferente e todos recebem, em se- informações epidemiológicas mais apuradas ainda”, diz. guida, o soro de um paciente infectado. Por afinidade, os Para o desenvolvimento da técnica, foram utilizados anticorpos específicos contra o sorogrupo daquela bactéria soros infectados por Leptospira em laboratório. Atualmente, a “capturam”, permitindo que o laboratorista obtenha um o protocolo está em fase de validação e a equipe seleciona concentrado de Leptospiras fixado no poço correspondente soros de pacientes diagnosticados em diversas regiões do da placa. “No entanto, esta reação não é visível aos olhos. país para testar a eficácia do método. Credenciado pela Por isso, submetemos a placa à análise por PCR, a segunda Organização Mundial da Saúde (OMS) como Centro Colaetapa do protocolo. As bactérias capturadas terão um frag- borador em Leptospirose para a América Latina e o Caribe, mento do seu DNA amplificado, fornecendo ao cientista a o Laboratório seria a primeira unidade a incorporar a nova comprovação da infecção e a indicação do provável sorogru- técnica. “Como ela exige um equipamento de PCR, ficaria po infectante”, esclarece a pesquisadora Ilana Balassiano, restrita aos laboratórios centrais (Lacen) e de referência autora do estudo. O resultado sai em até 24 horas. nacional. Mas as respostas que essas unidades dariam Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de sintomas, para a vigilância e seus desdobramentos na Saúde Pública o médico pode iniciar medidas terapêuticas com o objetivo beneficiariam toda a população brasileira”, afirma. 16 NewsLab - edição 119 - 2013 CONSÓRCIO INTERNACIONAL DE TERAPIA GENÉTICA LEVA ESPERANÇA A 560 MILHÕES DE PESSOAS EM TODO O MUNDO “Projeto Apollo da Medicina” pode acelerar resultados que mudem a vida de quase 10% da humanidade, incluindo brasileiros Em junho foi realizado um encontro para a criação oficial do Consórcio Internacional de Terapia Genética, durante o Congresso da American Society of Gene and Cell Therapy (ASGCT), em Salt Lake City, EUA. Durante a reunião, muitas apresentações foram realizadas pelo criador do projeto, o Dr. Jacques P. Tremblay (Professor do Departamento de Medicina Molecular, Universidade Laval, Quebec, Canadá), sobre os objetivos do Consórcio no desenvolvimento de terapias moleculares para mais de 7 mil doenças hereditárias monogênicas, responsáveis por afetar cerca de 560 milhões de pessoas em todo o mundo. Estas doenças são frequentemente chamadas de doenças “órfãs”, porque cada uma delas acomete apenas uma pessoa em 3.000. No entanto, juntas, as 7 mil doenças hereditárias atingem, globalmente, 8% da população humana. O objetivo do Consórcio é desenvolver terapias para a maioria destas doenças ao longo dos próximos anos. “Caso tenhamos um apoio financeiro adequado para pesquisas genéticas com doenças raras, será possível encontrar um tratamento eficaz para a maioria delas. A cura de diversas doenças genéticas poderia, assim, chegar dentro dos próximos 10 anos”, afirma o cientista Dr. Jacques Tremblay. Na verdade, as tecnologias que venham a ser descobertas para tratar uma doença hereditária específica poderão, rapidamente, ser estendidas a milhares de outras doenças. Mas, segundo Tremblay, a terapia genética já começou a mostrar importantes resultados. “Graças a essas terapias, pacientes portadores de hemofilia e cegueira hereditária conseguiram alcançar uma cura completa logo após a aplicação de determinadas técnicas. O mesmo sucesso foi atingido com crianças que sofriam de deficiência imunitária hereditária e que precisavam viver dentro de bolhas para não morrer.” Para acelerar os estudos científicos neste sentido, o cientista canadense mobilizou 50 outros renomados pesquisadores do mundo todo que publicaram junto com ele, na última edição da Revista Terapia Molecular, uma carta de intenção para a criação do Consórcio Internacional de Terapia Genética, que proporcionará meios para se aproximar da cura de diferentes patologias. «A criação do Consórcio equivale, na área da medicina, ao Projeto Apollo para a corrida espacial”, comenta. Um comitê executivo com pesquisadores de diversas partes do mundo e de renomadas instituições foi criado para estruturar este consórcio. Diferentes técnicas serão utiliza- 18 das por este grupo não só para tratar doenças hereditárias, mas também algumas doenças adquiridas. Entre as possíveis técnicas estão a introdução de um gene normal para compensar o gene mutante responsável pela doença. Estes genes de correção podem ser introduzidos por vários vetores virais e não virais. Também é possível corrigir o gene mutado com proteínas especificamente desenhadas (meganucleases, nucleases de zinco, TALE nucleases) e RNA guiadas em combinação com o Cas9 nuclease. O Consórcio pretende, naturalmente, garantir uma melhor colaboração entre os pesquisadores para acelerar o desenvolvimento de terapias, pois juntos, terão mais condições para atender as mais variadas patologias. No entanto, um segundo objetivo é pressionar os governos dos países desenvolvidos e emergentes a aumentar o seu apoio financeiro para o desenvolvimento de terapias para doenças hereditárias. Tal aumento no suporte do governo só pode ser obtido com o apoio público. Assim, os pacientes, familiares e amigos estão convidados a assinar a petição em www.petitiongenetherapy.com. Para que o nosso país aproveite os avanços dessa importante iniciativa, o médico brasileiro Dr. Marcello Bossois, colaborador das pesquisas do Professor Tremblay e representante da empresa canadense de biotecnologia Cell Gene Therapeutics para a América Latina, firmou acordo com a Cruz Vermelha Brasileira de Nova Iguaçu, através do presidente da instituição, Daniel Nascimento. Essa importante iniciativa servirá de suporte para um antigo sonho do Sr. Nascimento em transformar a unidade da Cruz Vermelha em Nova Iguaçu em um polo voltado a pacientes com doenças raras. «A parceria com o Consórcio Internacional é considerado um grande passo para a população do Rio de Janeiro. Além de ser um centro de tratamento e acompanhamento pacientes portadores de doenças monogêmicas, servirá também como centro diagnóstico de muitos doentes não sabedores da sua condição de saúde e que são tratados de forma imprópria», complementa Dr. Marcello Bossois. Os interessados em participar (profissionais da saúde, pacientes e instituições) devem acessar o site www.internationalconsortiumofgenetherapy.com/joinus e preencher o formulário manifestando sua intenção. Além disso, a Universidade Mackenzie, por intermédio do Professor René Milaso, irá inaugurar um escritório administrativo para promover reuniões e encontros dos membros do Consórcio aqui no Brasil. NewsLab - edição 119 - 2013 PESQUISADORES DESCOBREM NOVA MUTAÇÃO ASSOCIADA À FIBROSE CÍSTICA Desde 1994 dedicados à análise das mutações que causam a fibrose cística, doença congênita que atinge um a cada 7 mil brasileiros, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram uma nova alteração no gene conhecido como cystic fibrosis transmembrane conductance regulator (CFTR), que regula o transporte de água e de sais minerais para tecidos das vias respiratórias e digestivas. Até o momento, eram conhecidas 1.938 mutações relacionadas ao gene. A mutação, que ainda não foi nomeada, foi identificada em uma paciente do Rio de Janeiro. O gene CFTR está presente no cromossomo 7 e sua alteração é responsável por bloquear o transporte de água e sais minerais, levando a deficiências na absorção de nutrientes, inflamações nos dutos biliares e acúmulo de muco nos pulmões. Estes problemas podem ocasionar bronquite crônica e pneumonias de repetição potencialmente fatais. Líder do estudo, a pesquisadora Giselda Cabello, do Laboratório de Genética Humana do IOC, explica que as mutações variam de população para população e que a identificação das alterações genéticas ocorridas em pacientes brasileiros é fundamental para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas específicas e de métodos de diagnóstico mais eficazes. “Cerca de 70% dos pacientes fibrocísticos caucasianos na Europa e nos Estados Unidos apresentam a mutação DeltaF508. No Brasil, mais especificamente na Região Sul, a frequência cai para 48%. No Rio de Janeiro, ela é menor ainda: 30%. Nosso povo é muito miscigenado, temos uma mistura das etnias branca, indígena, negra e oriental”, afirma. Kits diagnósticos - Por esse motivo, os kits de diagnóstico molecular para a fibrose cística utilizados na Europa e nos Estados Unidos não são plenamente adequados à realidade brasileira, uma vez que possuem taxa de detecção baixa. Estudos realizados pelo Laboratório de Genética Humana do IOC entre pacientes que moram no Estado do Rio mostram que existem 23 mutações circulantes em território fluminense, referentes aos 50% dos cromossomos estudados até então. “Daí a necessidade de se utilizar técnicas moleculares de última geração para o rastreamento de mutações próprias da nossa população. Com elas, seremos capazes de atingir uma taxa de detecção superior aos 50% obtidos até agora”, explica. A fibrose cística também pode ser diagnosticada de forma clínica, a partir da análise de sintomas e do suor. No entanto, a pesquisadora pontua que, em países com etnias diversas da caucasiana, esta alternativa não é 100% confiável e contribui para o subdiagnóstico. Novas mutações, novas possibilidades - O mapeamento das mutações próprias da nossa população também permite aos pesquisadores investigarem terapias personalizadas, uma vez que já existe a possibilidade da correção da proteína afetada pela mutação com novas drogas em fase de desenvolvimento na Europa e nos Estados Unidos. “Não é uma cura, mas pode proporcionar qualidade de vida ao paciente”, reforça. A mutação descoberta pela equipe do IOC foi identificada em uma paciente de 20 anos, com ancestrais de origem africana e nascida no Rio de Janeiro. De acordo com a pesquisadora, ainda não é possível precisar a gravidade desta alteração, mas ela tem origem provável na África. O próximo passo de Giselda e da equipe envolvida no estudo, composta pelo chefe do laboratório, Pedro Cabello, e as estudantes Raisa Martins e Ana Carolina da Fonseca, é desenvolver um artigo científico sobre os achados, a ser publicado em revista especializada. Para que um indivíduo desenvolva a fibrose cística, é preciso ter ambos os cromossomos 7 com o gene CFTR mutado. “Isso significa que ele precisa herdar o cromossomo 7 mutado da mãe e do pai. No Estado do Rio de Janeiro, calculamos que uma pessoa a cada 93 carreguem um gene alterado”, explica. No Brasil, a inclusão da fibrose cística no teste do pezinho, que deve ser realizado logo após o nascimento da criança, é um importante instrumento de diagnóstico precoce. No Rio de Janeiro, a doença acaba de ser incluída na fase 3 do teste. “No entanto, ele ainda não é realizado em todos os estados conforme determina a lei”, aponta a pesquisadora. Para saber mais: www.fiocruz.br NOVA TERAPIA CONTRA O CÂNCER DE MAMA “TRIPLO-NEGATIVO” Pesquisadores israelenses do Instituto Weizmann de Ciência desenvolveram uma terapia para o chamado câncer de mama “triplo-negativo”. Trata-se de uma doença muito agressiva e de difícil tratamento. Ela tem um forte componente genético, atingindo principalmente mulheres jovens, negras ou hispânicas e judeus ashkenazi (de origem europeia). Este tumor é chamado câncer de mama triplo-negativo porque carece de três receptores importantes que afetam as células do câncer de mama: o receptor de estrógeno (RE); o receptor de progesterona (RP) e o receptor HER2. Por isso, o triplo-negativo não responde aos tratamentos que são eficazes contra outros tipos de câncer de mama, como o Herceptin. O tumor poderia ser atacado com medicamentos capazes 20 de bloquear outro receptor que está presente nas células triplo-negativas, chamado EGFR (Epidermal Growth Factor Receptor). Os anticorpos que bloqueiam o EGFR conseguem evitar o crescimento de outros tipos de tumores. Mas, até agora, essa terapia não tinha sido eficaz; os pesquisadores então propuseram utilizar simultaneamente dois anticorpos que bloqueiam o EGFR. O grupo liderado pelos professores Yosef Yarden e Michael Sela demonstrou, em testes com camundongos, que o uso combinado de dois anticorpos contra o EGFR evita o crescimento e a disseminação de tumores triplo-negativo. Esse método se assemelha ao funcionamento natural do sistema imunológico, que também bloqueia células essenciais mediante anticorpos múltiplos. NewsLab - edição 119 - 2013 CAMUNDONGOS CRIAM ALERGIA À PICADA DO AEDES AEGYPTI Saliva do mosquito causou forte reação alérgica pulmonar em camundongos Estudos realizados no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP abrem novas possibilidades para pesquisas em doenças alérgicas. Após analisar a resposta de camundongos expostos a grande quantidade de picadas de mosquitos Aedes aegypti e que receberam desafio intranasal com o extrato da glândula salivar do inseto, a bióloga Michele Silva de Barros detectou que os animais desenvolveram uma forte reação alérgica pulmonar, ao mesmo tempo em que parecem apresentar um processo de dessensibilização, que é quando a resposta do organismo à exposição a alérgenos torna-se menor. Na pesquisa, Michele buscou caracterizar o perfil da inflamação alérgica nos animais quando sensibilizados pelas picadas e desafiados com os componentes da glândula pela via intranasal para indução da reação no pulmão. “A sensibilização seguida do desafio intranasal é capaz de induzir a migração de células, especialmente eosinófilos, para o espaço broncoalveolar”, explica Michele. “Já se sabia que os componentes presentes na saliva do mosquito é que causam a sensibilização do hospedeiro e podem eventualmente desencadear uma alergia”, comenta a pesquisadora. “Neste trabalho, queríamos saber como era a resposta imune desencadeada por camundongos expostos a essa saliva”. “Foi possível observar a produção de anticorpos específicos contra componentes da saliva do mosquito e dessensibilização, assim como também pode ser observado em seres humanos”, relata Michele. Assim, o modelo de sensibilização natural pela exposição a picadas seria uma importante ferramenta de estudo sobre a ação dos componentes da saliva do mosquito, podendo também ser utilizado para pesquisas mais aprofundadas sobre doenças alérgicas. Dessensibilização - A possível dessensibilização pôde ser notada a partir de dados incomuns, que indicam que os roedores apresentam um tipo de resposta diferente, considerada mista por conta do perfil de anticorpos observado. Na dosagem dos anticorpos, a pesquisadora notou, além de anticorpos característicos de alergia (IgE e IgG1), outro tipo pouco encontrado nessas respostas, denominado IgG2a. Além disso, os testes realizados com os animais também apontaram a ausência de hiperreatividade das vias aéreas, caracterizada pela dificuldade respiratória, que costuma ser comum em respostas alérgicas pulmonares. “A presença tanto de anticorpos IgE e IgG1 quanto IgG2a talvez indique um processo natural de dessensibilização”, conta. Para ela, é possível que a pesquisa tenha levado os animais a uma fase de dessensibilização graças ao número de vezes e ao tempo em que foram expostos à saliva do Aedes aegypti durante as picadas. “Conforme os camundongos foram expostos mais vezes aos mosquitos, observamos um aumento na produção de anticorpos IgG2a”, descreve a pesquisadora. A dissertação de mestrado de Michele, foi apresentada em 2012. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Imunologia Experimental do ICB sob a orientação do professor Anderson de Sá Nunes. Segundo a bióloga, ainda é necessário estudar as reações alérgicas que ocorrem diretamente na pele dos animais, além de investigar outros parâmetros que de fato confirmem a dessensibilização às picadas em função da grande exposição a elas. Saiba mais: www.usp.br CIENTISTAS CRIAM TRANSDUTOR MOLECULAR Dispositivo produz resultados em forma de fenômenos biologicamente significativos Cientistas do Technion (Israel Institute of Technology) desenvolveram um transdutor molecular, computador que trabalha com biomoléculas, como DNA e enzimas que podem manipular códigos genéticos. O dispositivo produz resultados em forma de fenômenos biologicamente significativos, tais como a resistência das bactérias a diferentes tipos de antibióticos. “O interesse cada vez maior por dispositivos de computação biomolecular não surgiu a partir da esperança que esses dispositivos pudessem competir com suas contrapartes eletrônicas, oferecendo maior velocidade de computação, fidelidade e potência ou desempenho em tarefas de computação tradicionais”, diz o prof. Ehud Keinan. “As principais vantagens dos dispositivos de computação biomolecular nos computadores eletrônicos surgem de outras propriedades: esses sistemas podem interagir diretamente com os sistemas biológicos e até com organismos vivos”. 22 Nenhuma interface é necessária, uma vez que todos os componentes de computadores moleculares, incluindo o hardware, entrada e saída, são moléculas que interagem em solução ao longo de uma cascata de acontecimentos químicos programáveis. “Todos os sistemas biológicos, e até mesmo todos os organismos vivos, são computadores moleculares naturais. Cada um dos nós é um computador biomolecular, isto é, uma máquina na qual todos os componentes são moléculas falantes entre si de maneira lógica. O hardware e o software são moléculas biológicas complexas que ativam umas às outras para realizar algumas tarefas químicas predeterminadas. A entrada é uma molécula que sofre alterações programadas, específicas, seguindo um conjunto de regras específicas (software) e o resultado deste processo químico computacional é outra molécula bem definida”, explica o pesquisador. NewsLab - edição 119 - 2013 ESPECIALISTAS DA DASA LANÇAM MANUAL DE EXAMES LABORATORIAIS NA ÁREA DE ENDOCRINOLOGIA Livro aborda de forma prática e objetiva os aspectos clínicos relevantes das principais doenças da especialidade anual de Exames Laboratoriais na Prática do Endocrinologista aborda de forma prática e objetiva os aspectos clínicos relevantes das principais doenças da Endocrinologia. Revela-se um guia de fácil acesso que auxilia na escolha dos exames mais importantes para cada suspeita diagnóstica, assim como na interpretação dos resultados, na orientação sobre coleta, interferentes, valores de referência, entre outras características importantes. O livro foi escrito por renomados especialistas da área com o objetivo de trazer uma ampla atualização em diferentes tópicos da Endocrinologia. Seu público-alvo são estudantes de graduação, residentes, médicos generalistas e especialistas. LABORATORIAIS NA PRÁTICA DO Manual de exames laboratoriais de endocrinologista_orelha_2_capa_final_.indd All Pages ENDOCRINOLOGISTA www.acfarmaceutica.com.br www.grupogen.com.br MANUAL DE EXAMES Três renomados especialistas da DASA acabam de publicar o Manual de Exames Laboratoriais na Prática do Endocrinologista. Os endocrinologistas Dra.MRosita Fontes, Dr. Mauro Scharf e Dr. Sergio Vencio foram os editores do livro, cujo objetivo é preencher uma lacuna existente entre a comunidade de endocrinologistas e os laboratórios de Medicina Diagnóstica. Os médicos representam as marcas Sergio Franco (RJ), Frischmann Aisengart (PR) e Atalaia (GO), respectivamente. “O setor de Análises Clínicas está em constante desenvolvimento graças às tecnologias e métodos que são colocados em prática todos os dias. Percebemos a necessidade de oferecer o máximo de informações a respeito destas novas técnicas aos colegas de especialidade”, revela Dr. Mauro Scharf. O livro aborda de forma prática e objetiva os aspectos clínicos relevantes das principais doenças da Endocrinologia. “Trata-se de um guia de fácil acesso que auxilia na escolha dos exames mais importantes para cada suspeita diagnóstica, assim como na interpretação dos resultados, orientação sobre a coleta, interferentes, valores de referência, entre outras características importantes”, dizem os especialistas. A publicação conta com a colaboração de renomados endocrinologistas de entidades brasileiras importantes. Sérgio Vencio Rosita Fontes Mauro Scharf MANUAL DE EXAMES LABORATORIAIS NA PRÁTICA DO ENDOCRINOLOGISTA AUTORES Sérgio Vencio Graduado em Medicina e Especialista em Endocrinologia pela UFG. Research Fellowship em Diabetes na Vrije Universiteit – Amsterdam. Investigador principal em pesquisa clínica do ICF. Professor da pós-graduação da PUC – Goiás (CEEN). Managing Editor do Diabetology and Metabolic Syndrome Journal (Jornal científico oficial da SBD). Ex- presidente da SBEM – Regional Goiás. Responsável pelo ambulatório de Neuroendocrinologia do Hospital Araujo Jorge. Médico do canal do médico no Laboratório Atalaia - DASA. Rosita Fontes Endocrinologista do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE/RJ). Professora-associada do Curso de Especialização em Endocrinologia e Metabologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Médica da Diagnósticos da América SA (DASA). Mauro Scharf Médico Pediatra e Endocrinologista pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná. Especialista em Pediatria e Endocrinologia pela Unidade de Endocrinologia Pediátrica da Universidade Federal do Paraná. Treinamento em Diabetes pelo International Diabetes Center, Minneapolis, Minnesota, USA. Atual Coordenador de Diabetes no Jovem da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Médico Fundador do Centro de Diabetes Curitiba. Chefe do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do Hospital Nossa Senhora das Graças. Diretor Médico do Laboratório – DASA. 22/04/2013 10:27:15 “Este manual traz informações de forma objetiva, servindo como fonte de consulta”, afirma Dr. Vencio, lembrando que seu público-alvo são estudantes de graduação, residentes, médicos generalistas e especialistas. Para Dra. Rosita Fontes, foi um trabalho muito gratificante. “Graças a ele, tivemos a oportunidade de apresentar um manual com desenho inovador e que traz respostas às principais dúvidas do dia-a-dia. Espero seja bastante útil aos colegas”, afirma ela. ESTUDO APONTA QUE BRASIL NÃO É COMPETITIVO NAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS PARA SAÚDE Uma análise feita pela Web Setorial, consultoria econômica da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), entidade que agrupa três associações – Abimed, Abraidi e CBDL – sobre o comércio mundial de produtos para a saúde apontou que a balança comercial deste segmento é, por tradição, deficitária para a grande maioria dos países do mundo. De um total de 230 países pesquisados no TRADEMAP, apenas 5% e, no máximo 10% dos países pesquisados, apresentaram a sua balança comercial positiva nas famílias de produtos para saúde analisadas. Outro dado relevante mostra que os principais países exportadores desses produtos são também os principais importadores. “Alemanha, Estados Unidos, Holanda, França, Suíça, Reino Unido e o Japão – por serem detentores da tecnologia da área – lideram as exportações do setor e são também os maiores importadores, incluindo-se a China”, afirma o presidente da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa, depois de analisar o estudo. Ele observa que, nesse cenário, o Brasil está dentro 26 da normalidade, pois apresenta saldo negativo na balança comercial em todos os grupos pesquisados. Sobre as chances de o Brasil tornar-se competitivo nas exportações de produtos para saúde, Carlos Gouvêa afirma que o País não apresenta vantagens comparativas em nenhum dos grupos de produtos para saúde pesquisados. O dirigente explica que a resposta tem como base o cálculo de um indicador chamado Vantagem Comparativa Revelada (VCR), que ajuda a estimar a capacidade de penetração de determinado produto no mercado internacional. “Para isso, relaciona-se a participação total do Brasil, 1,4%, no mercado internacional de mercadorias, com a participação do país no mercado de exportação do grupo de produtos em análise. Quando o VCRij (exportações do setor i pelo país j) é maior que 1, o país já tem vantagem comparativa revelada no setor ou produto i. “No caso do Brasil, entre os produtos para saúde pesquisados, todos os VCRs são menores que 1, ou seja, não há vantagem comparativa”, finaliza Carlos Eduardo Gouvêa. NewsLab - edição 119 - 2013 DNA SINTÉTICO É CONSIDERADO PATENTEÁVEL PELA SUPREMA CORTE DOS EUA Síntese de genes e otimização de códon fornecem caminho do potencial para patenteabilidade Em junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu por unanimidade que, embora isoladas, sequências de genes naturais não são patenteáveis. O cDNA (referido como DNA sintético) é oficialmente considerado material sujeito a patentes. A decisão foi tomada depois que a Corte examinou patentes de propriedade da Myriad Genetics Inc. no caso de alta repercussão (Association for Molecular Pathology v. Myriad Genetics). As patentes reclamavam os genes BRCA1 e BRCA2, como também os métodos para detectar mutações nos genes que foram relacionados aos cânceres de ovário e mama. O tribunal sustentou essa reivindicação legal, afirmando que «cDNA não é um ‘produto da natureza’, portanto é elegível para patente…”. O serviço de síntese de genes da GenScript é um valioso método para contornar o isolamento de sequências do DNA natural para uso em estudos de pesquisa biológica. O serviço fornece sequências de DNA de novo, não natural, sintetizadas de acordo com o projeto específico de cliente, permitindo que sequência de genes naturais ou cassetes sejam projetados para uso in vivo ou in vitro, incluindo testes de diagnóstico. Adicionalmente, a tecnologia otimização de códon OptimumGene™ da GenScript pode alterar a sequência de genes naturais para aumentar a expressão de proteínas subsequentes em uma quantidade de sistemas. O algoritmo OptimumGene™ considera quase todos os parâmetros afetando o processo dogma central, da transcrição ao desdobramento da proteína, e comprovou otimizar a produção de proteína em sistemas de expressão em bactérias, mamíferos, levedura e insetos. A otimização de códon OptimumGene™, em combinação com a síntese de genes, pode gerar sequências novas, de ocorrência não natural, com alta utilidade e atrativos recursos patenteáveis. Para preservar os direitos de propriedade intelectual para os clientes, a GenScript não reivindica qualquer direito a genes sintéticos ou otimizados por códon OptimumGen™ específicos. Detalhes de projeto personalizado são mantidos estritamente confidenciais; todos os direitos de propriedade intelectual pertencem ao cliente. Pode ser muito cedo para especular sobre o efeito da decisão da Corte sobre a patenteabilidade de futuras sequências de DNA. Entretanto, à medida que o passo da pesquisa em biologia molecular se torna mais rápido, o uso de DNA sintético inevitavelmente se tornará um pilar em todo laboratório. Fonte: GenScript USA Inc. BRASIL AMPLIA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS Ministério da Saúde inaugura modelo competitivo de parceria entre laboratórios públicos e privados para acelerar a produção nacional de 14 novos biológicos Novas 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados, articuladas pelo Ministério da Saúde, vão resultar na produção nacional de 14 biológicos. Eles serão fabricados a partir de um novo modelo competitivo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que envolve vários laboratórios para a manufatura de cada produto. O objetivo é gerar competição entre eles e estimulá-los a acelerar a transferência de tecnologia para alcançar a produção 100% nacional. Com as medidas, o país vai aumentar de 14 para 25 o número de biológicos produzidos nacionalmente. São produtos de última geração e de alto custo para o tratamento de câncer de mama, leucemia, artrite reumatoide, diabetes, oftalmológicos, além de um cicatrizante, um hormônio de crescimento e uma vacina alergênica. Os novos produtos representam atualmente um gasto de R$ 1,8 bilhão por ano nas compras públicas do Ministério da Saúde. A produção nacional deve gerar economia de R$ 225 milhões por ano. O ministério vai investir também R$ 170 milhões na construção da primeira fábrica nacional de produtos biológicos feitos a partir de célula vegetal, tecnologia inédita no país, no Ceará. “A biotecnologia é parte do futuro na área da saúde e o Brasil tem perspectiva de ter plataformas mundiais. Diversos estados estão montando plataformas tecnológicas – Rio 28 de Janeiro, Ceará, Paraná. Não são projetos isolados, estão dentro de uma estratégia nacional”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha. As 27 parcerias para a produção dos medicamentos incorporam 11 medicamentos no desenvolvimento nacional e englobam outros três cujas parcerias já haviam sido firmadas no novo modelo de parceria (insulina, etanercepte e rituximabe). Fábrica – A primeira plataforma tecnológica para produção de medicamentos biológicos a partir de células vegetais, como as da cenoura e do tabaco, envolve parceria entre a Fiocruz e a empresa israelense Protalix, o norte-americano Centro Fraunhofer para Biotecnologia Molecular e a iBio Inc. Esta foi também a primeira biotecnologia de base vegetal que obteve registro no Food and Drug Administration (FDA) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em todo o mundo. Deve começar a funcionar a pleno vapor em 2016. O novo polo da Fiocruz será instalado no município de Eusébio, próximo à Fortaleza (Ceará) e a construção começa a partir de 2014. A fábrica produzirá inicialmente medicamentos para doenças raras como o Taliglucerase Alfa Humana Recombinante, para a doença de Gaucher, e a primeira vacina do mundo a partir de uma planta, contra febre amarela. NewsLab - edição 119 - 2013 ANVISA E ENTIDADES DO SETOR DE DIAGNÓSTICO SE REÚNEM EM SÃO PAULO PARA DISCUTIR SUSTENTABILIDADE Evento também contou com um talk show do qual participaram convidados e a plateia “Anvisa e a sustentabilidade do setor saúde” foi o tema debatido em seminário realizado na sede do Grupo Fleury, em São Paulo, dia 24 de junho. O evento contou com o apoio e presença de entidades do segmento como ABRAMED, ABIIS, CBDL, SBAC e SBPC, além de representantes da própria Anvisa. Uma apresentação sobre o Programa de Melhoria de Regulação foi feita pelo diretor de coordenação e articulação da Anvisa, Jaime Cesar Moura de Oliveira. Como novidade, o dirigente mencionou uma possível alteração do decreto 79.094/77, relativo às boas práticas de fabricação (eliminando-se, possivelmente, a necessidade de inspeção para vários produtos) e defendeu que a agenda regulatória está em processo de construção para o ano que vem. Ressaltou ainda, que existe uma grande demanda para a revisão e a atualização da RDC 302 e que aguarda a decisão da diretoria colegiada. Sobre a capacitação dos inspetores em visitas regulatórias, o diretor defendeu que a Agência já trabalha com uma padronização, mas que esta ainda não contemplou o segmento de análises clínicas. “No entanto, com as diversas conversas que tivemos com o setor de diagnóstico, a discussão sobre a padronização já entrou na agenda”, reiterou. Com relação ao processo de desenvolvimento tecnológico, Jaime de Oliveira disse que há uma política de alinhamento com outras esferas de governo, mas que existem normas de priorização que, atualmente, estão em processo de revisão. Ele frisou também, o grande esforço do governo para normalizar e aumentar o grau de eficiência nos portos e aeroportos do País. Acerca do impacto regulatório, o representante da Anvisa disse que a agência deve fazer um movimento para aferir o que representa ou não este impacto em diversos níveis, e terá que saber dosar onde e como será utilizado em cada nível. “A Agência deve concentrar as análises de impacto regulatório às questões mais relevantes e, para tanto, contará com as contribuições a serem dadas pelo setor regulado, principalmente através das entidades”, adverte. Em sua intervenção, o chefe do Núcleo de Assessoramento Econômico em Regulação da Anvisa, Bruno César Moura de Abreu, falou sobre a Incorporação de Novas Tecnologias. Fez uma exposição das ferramentas que a Agência disponibiliza como, por exemplo, os bancos de dados de produtos para diagnóstico in vitro, que serão lançados até o fim do segundo semestre deste ano e que serão importantes ferramentas para as tomadas de decisão pelo próprio governo e para a transparência das informações de mercado. Após as apresentações dos profissionais da Anvisa, Carlos Gouvêa, presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, ABIIS e secretário-executivo da Câmara Brasileira do Diagnóstico Laboratorial, CBDL, apresentou os mais recentes dados sobre o mercado de produtos para a saúde. Gouvêa demonstrou o aumento da preocupação com a rápida introdução de novas tecnologias, principalmente diagnósticos inovadores muitas vezes essenciais para uma terapia cada vez mais eficaz e que nem sempre tem uma relação direta com o aumento dos gastos públicos com a saúde: em 2010, somente 9% do PIB nacional foram voltados para a saúde pública e no mesmo período, os gastos mundiais alcançaram 10,4% do PIB mundial. O presidente da ABIIS também avaliou em US$ 1 trilhão o mercado mundial do complexo industrial da saúde. Como fatores preponderantes para o aumento dos gastos com a saúde, o líder da ABIIS apontou: o envelhecimento da população, as doenças crônicas, a empregabilidade, os custos dos serviços médicos e hospitalares, as ineficiências organizacionais e o sistema de pagamento e reembolso. O evento seguiu com um talk show com a mediação de Wilson Schcolnik, gerente de relações do Grupo Fleury, do qual participaram convidados como, Cláudia Cohn, presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, ABRAMED; Carlos Eduardo Gouvêa, presidente da ABIIS e secretário-executivo da Câmara Brasileira do Diagnóstico Laboratorial, CBDL; Irineu Grimberg, presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, SBAC; Paulo Azevedo, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, SBPC/ML; e os diretores da ANVISA. Irineu Grimberg, presidente da SBAC; Carlos Eduardo Gouvêa, presidente da ABIIS e secretário-executivo da CBDL; Cláudia Cohn, presidente da ABRAMED; Wilson Schcolnik, gerente de relações institucionais do Grupo Fleury; Bruno César Moura de Abreu, chefe do Núcleo de Assessoramento Econômico em Regulação da Anvisa; e Jaime Cesar Moura de Oliveira, diretor de coordenação e articulação da Anvisa 30 NewsLab - edição 119 - 2013 KIT DETECTA MUTAÇÃO GENÉTICA EM TIPOS DE CÂNCER PEDIÁTRICO Pesquisadores da Unicamp e do Centro Boldrini desenvolvem tecnologia para detecção automatizada ANTONINHO PERRI – ASCOM – UNICAMP Um grupo que reúne pesquisadores da Unicamp e do Centro Infantil Boldrini desenvolveu um kit para detecção de mutação genética ligada ao aparecimento de diferentes tipos de câncer pediátricos, em especial ao tumor de córtex adrenal e ao carcinoma de plexo coroide, que ataca o sistema nervoso central. A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do doutoramento de Isabel Pereira Caminha, que é aluna da Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, sob orientação de José Andrés Yunes, cientista do Boldrini e pesquisador colaborador voluntário da Unicamp, com a colaboração de Ana Luiza Seidinger, funcionária do Boldrini, e Carmen Sílvia Gabetta, responsável técnica do Programa de Triagem Neonatal do Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas na Infância, da Faculdade de Ciências Médicas (Cipoi-FCM). Isabel conta que seu doutorado ainda está em desenvolvimento e que o objetivo central de seu projeto não era o desenvolvimento do kit, mas sim dimensionar a frequência da mutação R337H na região de Campinas. Segundo ela, esta mutação está relacionada a um aumento na incidência de câncer em crianças, principalmente o tumor de córtex adrenal, que, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, registra número de casos 15 vezes maior do que no resto do mundo. Um dos complicadores iniciais de sua pesquisa, entretanto, era a necessidade de realizar o teste para a detecção da mutação em aproximadamente 30 mil pessoas para que houvesse um resultado estatisticamente válido. “A técnica então disponível – conhecida como PCR-RFLP (Polymerase Chain Reaction – Restriction Fragment Lenght Polymorfism) convencional – exigia a realização de várias etapas de análise em cada amostra a ser testada, o que a tornava inviável para um projeto a ser desenvolvido em um curto espaço de tempo”, relata a aluna. Foi necessária, então, a criação de uma nova técnica de PCR, que permitisse identificar a mutação R337H do gene TP53 em grande escala e de maneira mais ágil. Yunes explica que este é o principal diferencial da tecnologia desenvolvida. “O kit permite a detecção da mutação do gene TP53 de Isabel Pereira Caminha e Carmen Sílvia Gabetta, cientistas envolvidas na pesquisa 32 maneira mais rápida, uma vez que a técnica anterior requer várias etapas, sendo necessários dois dias para ser completa, enquanto a nova é feita automaticamente em uma etapa e leva apenas quatro horas para a obtenção do resultado”. Yunes ressalta que, além de mais rápida, a técnica desenvolvida é altamente sensível e confiável. “A utilizada anteriormente é mais artesanal, dependente da análise visual de operadores, enquanto a nova é automatizada, o que garante maior confiabilidade ao resultado”, explica o pesquisador. Isabel acrescenta que o fato de a nova técnica ser realizada em apenas uma etapa propicia também a economia de reagentes utilizados, o que implica na redução de custos envolvidos na análise. Os pesquisadores explicam que, além dos benefícios técnicos imediatos inerentes ao desenvolvimento do kit, há também uma questão pública importante a ser destacada: a possibilidade de inclusão da detecção da mutação R337H entre os exames feitos por meio do teste do pezinho em recém-nascidos. “O kit permite detectar a mutação do gene TP53 usando pequenas amostras de sangue colhidas em papel filtro para o teste do pezinho. Esta possibilidade torna viável a realização do exame sem a necessidade de coletar novas amostras de sangue e propicia a inclusão da análise da mutação TP53 R337H no programa nacional de triagem neonatal”, coloca Isabel. Para Yunes, a realização do teste entre os recém-nascidos pode ser interessante e muito útil, principalmente em regiões de maior incidência da mutação 337H, como a Sul e Sudeste. “A detecção desta mutação pode auxiliar no diagnóstico precoce dos tumores citados, aumentando as chances de sucesso no tratamento do câncer. Hoje está provado que o acompanhamento das crianças positivas para esta mutação desde o nascimento permite o diagnóstico precoce do câncer, aumentando consideravelmente as chances de cura da doença. Portanto, a aplicação da técnica pelos laboratórios que realizam o teste do pezinho poderia beneficiar uma parte dos portadores da 337H que irá desenvolver o câncer”, prevê Yunes. Atualmente, o teste do pezinho é feito por laboratórios dos serviços público e privado. O kit para detecção de mutações do câncer teve seu pedido de patente depositado em dezembro de 2012 junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) com o auxílio direto da Agência de Inovação Inova Unicamp. “A Inova Unicamp foi fundamental para nos orientar a respeito do caminho a ser seguido na descrição da tecnologia. Algumas simples sugestões ajudaram a tornar a patente mais sólida e consistente. Ao mesmo tempo, nos ajudaram a torná-la mais abrangente a outros reagentes e materiais utilizados”, ressalta Yunes. A Agência também está tratando de buscar empresas parceiras para levar a tecnologia ao mercado. NewsLab - edição 119 - 2013 ANVISA TERÁ COMISSÃO CIENTÍFICA EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA A CCVISA será composta por sete membros titulares e seus respectivos suplentes Um decreto da presidente Dilma Rousseff, publicado na dia 1º de julho criou a Comissão Científica em Vigilância Sanitária (CCVISA). A Comissão terá como tarefa auxiliar o Conselho Consultivo da Anvisa, assessorando a Agência na avaliação e regulação de novas tecnologias de interesse da saúde e também nos temas e discussões técnico-científicas de vigilância sanitária. A CCVISA será composta por sete membros titulares e seus respectivos suplentes, que serão nomeados pelo Ministro da Saúde, explicou o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, salientando que a CCVISA vai dinamizar o debate científico dentro da Agência e qualificar mais ainda a tomada de decisão. Caberá ao diretor-presidente da Anvisa indicar o presidente do CCVISA, dentre os seus membros. A norma determina que os componentes do grupo tenham notório saber técnico-científico e declarem inexistência de conflitos de interesse, impedimentos ou suspeição em relação à regulação sanitária. A atividade será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. Os membros da comissão terão mandado de três anos, permitida uma única recondução pelo mesmo período. A comissão vai atuar mediante demandas da diretoria colegiada da Anvisa e poderá indicar consultores ad hocou instituição de ensino e pesquisa para a elaboração dos estudos e pareceres necessários para o seu trabalho. PROJETO REVELA OS MICRÓBIOS QUE COMBATEM INFECÇÕES Pesquisa pode representar o início de uma nova fase da bioprospecção por novos fármacos DIVULGAÇÃO/FIOCRUZ Um estudo inovador sobre as molécuuma vasta comunidade de micróbios las pequenas de microbiomas humanos inofensivos chamados coletivamente foi apresentado durante sessão científica microbiota. Apesar de a diversidade no Centro de Referência Professor Hélio desses micróbios ter sido foco de Fraga (CRPHF) da Escola Nacional de muitos estudos nos últimos anos, as Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), pelo pesfunções desse consórcio microbiano quisador Luiz Caetano Martha Antunes. são, em grande parte, desconhecidas. Ele detalhou experiências realizadas com Alguns estudos recentes, conforme camundongos, em que estudou o papel da disse Antunes, demonstraram que microbiota intestinal na saúde humana, a microbiota é fundamental para o Micrografia mostra Salmonella tendo como alvo o seu envolvimento na desenvolvimento do sistema imunotyphimurium (em vermelho) proteção contra infecções pela bactéria invadindo células humanas lógico, assim como para a absorção salmonella. Foi demonstrado que a mide nutrientes e proteção contra a crobiota humana produz milhares de compostos químicos e invasão por micro-organismos patogênicos. As complemuitos deles têm atividade biológica, protegendo o hospexas interações existentes entre os micróbios e os seres deiro de infecções por salmonella. “Essas descobertas não humanos foram detalhadas pelo pesquisador, como só confirmaram o papel importante desempenhado pela também os estudos realizados durante seu estágio pósmicrobiota, como também revelaram o grande potencial -doutoral, apresentando as técnicas de pesquisa utilizadas biotecnológico da comunidade microbiana, fato que vinha e apontando a grande riqueza de espécies de micróbios sendo até então negligenciado”, anunciou. no intestino humano - mais de 35 mil. Segundo Antunes, projetos como esse podem represenTendo em mãos esses estudos preliminares, o pesquisatar o início de uma nova fase da bioprospecção por novos dor presumiu que processos semelhantes pudessem ocorrer fármacos, focada na exploração da diversidade química em outros sítios do corpo humano. A partir daí, desenvolveu da microbiota humana, que pode vir a representar uma um projeto de pesquisa visando determinar se o patógeno importante fonte de novas drogas para o combate não só Mycobacterium tuberculosis, o agente etiológico da tuberà tuberculose, mas também a outras diversas doenças inculose, também é afetado por moléculas produzidas por fecciosas. O projeto foi submetido ao programa Inova-Ensp bactérias da microbiota humana. Para isso, tanto a microbiota e recentemente agraciado para a realização da pesquisa. do trato respiratório, alvo principal do M. tuberculosis, como Antunes explicou que o corpo humano é colonizado por de outras partes do corpo serão estudadas. 34 NewsLab - edição 119 - 2013 A.C.CAMARGO REALIZA O “NEXT FRONTIERS TO CURE CANCER” Além de especialistas de todas as regiões do Brasil, participaram palestrantes de outros cinco países Com a proposta de levar o conhecimento adquirido na bancada de pesquisa para a prática médica – configurando a Medicina Translacional – o A.C.Camargo Cancer Center, de São Paulo, promoveu de 13 a 14 de junho o Next Frontiers to Cure Cancer, o principal evento de 2013 no país sobre avanços em ciência, prevenção, diagnóstico por imagem e molecular, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e reabilitação do câncer. Dividido em módulos voltados para discutir, individualmente, os tumores de mama, próstata, intestino, reto, rim, pulmão, melanoma, glioblastoma, dentre outros, o evento teve ao todo 90 horas/aula programadas em quatro salas. Além de especialistas de todas as regiões do Brasil, participaram palestrantes de outros cinco países. Os Estados Unidos foram representados pelo MD Anderson Cancer Center, Memorial Sloan-Kettering, e UT Southwestern Medical Center. Do Canadá, pesquisadores da University Health Network, The Hospital for Sick Children, Princess Margaret Hospital e McGill University. Os demais participantes foram a University of Paris Descartes (França), National Cancer Center Research Institute (Japão), University of Modena and Reggio Emilia e European Institute of Oncology (Itália). Os quatro dias de evento receberam um público superior a 600 pessoas. Com grandes nomes da oncologia mundial – com um time seleto composto por especialistas em ciência básica, cirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas e profissionais de outras áreas envolvidas no suporte interdisciplinar ao paciente –, o Next Frontiers to Cure Cancer reuniu mais de uma dezena de palestrantes internacionais. Clifford Hudis, diretor do Serviço de Câncer de Mama do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova Iorque, abordou os processos inflamatórios relacionados com a obesidade que podem levar ao desenvolvimento de tumores mamários. Em artigo publicado em abril/2013 na revista científica Cancer Prevention Research, Clifford Hudis e demais autores avaliam os níveis de PGE-M, um biomarcador da inflamação que é resultado da associação entre obesidade e envelhecimento tendo relação com desenvolvimento de metástases no pulmão de pacientes com câncer de mama. Eduardo Franco, cientista brasileiro que é um dos principais nomes do mundo em epidemiologia do câncer, falou sobre a tirania da medicina baseada em evidência. Professor do Departamento de Oncologia, Epidemiologia e Bioestatística da McGill University, no Canadá, Eduardo Franco lidera pesquisas na área há 28 anos, focando 36 em temas como epidemiologia molecular, prevenção de câncer de colo do útero, associação de vírus HPV com doenças, câncer de estômago e esôfago, próstata, endométrio, tumores na infância. É referência também em estudos sobre estratégias de rastreamento de câncer. Natasha Leighl, pesquisadora do setor de Ensaios Clínicos da University Health Network, do Canadá, foi o destaque internacional do Módulo sobre Câncer de Pulmão. Em um de seus trabalhos mais recentes, da edição de maio/2013 do Journal of Thoracic Oncology, Natasha e outros três pesquisadores analisaram o possível papel como marcador prognóstico e preditivo das mutações KRAS em câncer de pulmão de células não-pequenas. O trabalho aponta que há indicativos de que o KRAS mutado, por ser preditivo de falta de resposta à quimioterapia, poderia identificar quais pacientes não seriam beneficiados pelo tratamento com as drogas atuais, no entanto, seriam necessárias mais evidências. Raphael Pollock, cirurgião oncologista do M.D.Anderson Cancer Center, é nome referendado mundialmente quando se fala em tumores desmoides. Com importantes trabalhos produzidos sobre a doença, Pollock abriu o Módulo de Sarcomas e Tumores Ósseos, no qual abordou o presente e a novas perspectivas terapêuticas para a doença. Patrizia Paterlini-Bréchot, cientista italiana e Professora de Biologia Celular e Oncologia na Université Paris Descartes na França foi outro destaque no evento, quando falou sobre células tumorais circulantes como indicadores de metástase. Ela reúne trabalhos clássicos em oncologia, um deles de 1994, quando demonstrou o impacto clínico de um novo marcador de proliferação celular, a ciclina A. Jaffer Ajani, oncologista clínico com mais de 400 artigos de alto impacto sobre tumores do aparelho digestivo foi um dos destaques do Módulo voltado à discussão de câncer de estômago, esôfago, pâncreas, fígado e GIST. Ajani publicou mais de 15 trabalhos no último ano, entre eles um artigo no periódico PloS One, no qual identifica marcadores biomoleculares de prognóstico para câncer de esôfago por meio de análise de transcriptoma (expressão dos genes) tumoral. NewsLab - edição 119 - 2013 Conectividade como ferramenta para a eficiência laboratorial Roche Diagnóstica acompanha evolução mercadológica e tecnológica e desenvolve soluções de informação para aperfeiçoar processos laboratoriais Por Marina Panham Fotos: Thiago Teixeira 40 NewsLab - edição 119 - 2013 “É gratificante poder prover ao mercado uma solução de TI personalizada de acordo com a necessidade do laboratório e saber que tal solução é capaz de abranger todo o ambiente de produção laboratorial, independente da quantidade ou tipos de instrumentos diagnósticos instalados. Isto é um diferencial” Sandra Sampaio, Gerente de Produto Automação & TI A ascensão do segmento de medicina laboratorial pressiona o mercado a buscar novas soluções para otimizar os processos laboratoriais. A tecnologia da informação, por exemplo, contempla uma sucessão de produtos e serviços desenvolvidos para a automação de processos. Inicialmente, a aplicação dos sistemas de informação na medicina laboratorial restringia-se à emissão de laudos e faturamento. Hoje, as soluções de TI são inerentes a toda rotina laboratorial, da fase pré-analítica até a pós-analítica. Portanto, o investimento em recursos de tecnologia da informação em medicina laboratorial é fundamental para aperfeiçoar a assistência à saúde, pois o desempenho da rotina de liberação de resultados de um laboratório de análises clínicas reflete diretamente no tempo de liberação da informação para o médico e o paciente. Segundo o manual de Boas Práticas de Segurança Contudo, é importante ressaltar que a simples e Sigilo em TI para Laboratórios Clínicos, elaborado aquisição de softwares e dispositivos não garante pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina melhorias, mas sim o método como os processos são Laboratorial (SBPC/ML), o entendimento dos riscos desenvolvidos e integrados, atrelados à capacitação relacionados aos sistemas de informação hoje exis- eficaz dos colaboradores do laboratório. Conside- tentes representa um desafio aos laboratórios clínicos. rando os milhares de laboratórios espalhados pelo Acompanhar o surgimento de novas tecnologias, novos país, a Gerente de Produto Automação & TI da Roche processos de trabalho e entender a aplicabilidade neste Diagnóstica, Sandra Sampaio, observa que há dis- setor podem ser considerados fatores críticos de sucesso crepância em relação à utilização da tecnologia da para a utilização de sistemas informatizados. informação. “Enquanto alguns laboratórios estão bem Na contramão desse cenário, a área de Consulto- automatizados tanto em termos de instrumentos e TI, ria Laboratorial e Soluções de Informação da Roche outros apesar de possuírem instrumentos de última Diagnóstica desenvolve soluções personalizadas e com- geração ainda estão carentes de soluções eficientes pletas para o mercado de medicina diagnóstica. Líder de TI”, revela. Sandra explica que isso acontece por- mundial em diagnósticos in vitro, a empresa investe que muitas empresas fornecedoras de equipamentos 20% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvi- e serviços diagnósticos se atentam apenas a critérios mento. Contudo, essa preocupação com P&D vai além técnicos e se esquecem da importância de garantir do fornecimento de produtos com tecnologia de ponta e produtividade e segurança aos processos laboratoriais. serviços inovadores a laboratórios de pequeno, médio e NewsLab - - edição 119 - 2013 41 grande portes. A Roche se atenta em desco- uma solução. “É gratificante poder prover ao brir de que forma pode otimizar a rotina do mercado uma solução de TI personalizada de laboratório e se empenha para desenvolver acordo com a necessidade do laboratório e produtos e soluções integradas que estejam saber que tal solução é capaz de abranger de acordo com as necessidades do cliente. todo o ambiente de produção laboratorial, “Somadas a uma estratégia assertiva de independente da quantidade ou tipos de consultoria, as soluções de conectividade da instrumentos diagnósticos instalados. Isto é Roche proporcionam melhor gestão, produ- um diferencial”, enfatiza. tividade e, por consequência, qualidade aos Baseada em inovação, a Gerente de Ma- serviços prestados ao paciente”, destaca o rketing Patricia Ogochi destaca que a estra- Especialista de Soluções de Informações da tégia comercial da Roche Diagnóstica está Roche Diagnóstica, Leandro Moreira. Segun- alinhada à conectividade. Nesse contexto, do ele, a empresa não trabalha com solu- as soluções se dividem em duas áreas – ções de prateleira. Cada cliente possui uma produtos e serviços – que facilitam o inter- realidade e um foco distinto. “O desafio nos câmbio de informações e minimizam gaps de motiva a oferecer um serviço diferenciado e comunicação. “Os sistemas de informação personalizado a cada laboratório, com um possibilitam acessibilidade simultânea de time de profissionais experientes.” informações no mundo inteiro e facilitam O Especialista de Soluções de Informa- a comunicação entre a matriz, as filiais e ções observa que não importa o tamanho os clientes”, observa Patricia. Segundo ela, do laboratório, todos precisam de agilidade, esta integração global permite que qualquer precisão e integração entre processos, áreas problema técnico dos produtos e serviços e fases clínicas. Apesar de várias empresas da Roche Diagnóstica seja solucionado por oferecerem produtos de TI, Sandra ressalta especialistas de qualquer parte do mundo. que, mais que um produto, é preciso oferecer “A velocidade que adquirimos por meio da conectividade é muito maior”, afirma a Ge- “Não importa o tamanho do laboratório, todos precisam de agilidade, rente de Marketing. precisão e integração de processos, áreas e fases clínicas” Leandro Moreira, Especialista de Soluções de Informações Novos conceitos em gestão laboratorial A Roche trabalha com várias linhas de produtos desenvolvidos em plataformas de conectividade que oferecem automação, rastreabilidade e flexibilidade às áreas pré-analítica, analítica e pós-analítica. Para gerenciamento e integração da produção laboratorial, a Roche Diagnóstica desenvolveu o cobas® omega4. Um sistema de informação laboratorial que controla, facilita e otimiza a gestão completa de equipamentos, amostras, processos e fluxos de informação. Com tecnologia 100% web, o produto possibilita acesso universal, facilidade de instalação e manutenção, e conectividade com mais de 600 tipos de analisadores. O 42 NewsLab - edição 119 - 2013 cobas® omega4 permite independência de plataformas e bancos de dados, validação automática dos resultados, por meio de regras de liberação (Delta chek), e criação de destinos virtuais para exames não interfaceados. O software é flexível e configurável pelo próprio usuário e possui design modular que permite visualização de diversos módulos do produto, de acordo com a necessidade do laboratório. O ICA (Instrument Connectivity Agent), por exemplo, é responsável pela conectividade com os equipamentos. O HCA (Host Communication Agent) integra sistemas (softwares) externos, locais e remotos. Além de soluções centralizadas como o cobas® omega4, a Roche Diagnóstica também oferece soluções descentralizadas para garantir controle, transparência, conformidade e eficiência. O cobas® IT 1000 é uma aplicação desenhada para centralizar informações e ge- “Os sistemas de informação possibilitam acessibilidade simultânea de informações no mundo inteiro e facilitam a comunicação entre a matriz, as filiais e os clientes” Patrícia Ogochi, Gerente de Marketing renciar, em um único ponto, todos os sistemas Point of Care (POC) de uma unidade de saúde. Além de atenderem todo o portfólio de equi- Além dos sistemas cobas® h 232, Accu-Chek® pamentos da Roche, os sistemas de informação Inform II, cobas ® b 121, Reflotron ® Plus, cobrem máquinas de outros fornecedores de CoaguChek® XS Plus e Urisys® 1100, o softwa- tecnologia laboratorial. Há longo prazo, Patricia re cobas® IT 1000 também conecta sistemas Ogochi revela que a expectativa é otimizar ainda de outros fabricantes. mais os processos laboratoriais, por meio do de- Por meio de centralização e gerenciamento remoto, o produto possibilita ainda integração dos resultados de POC ao laboratório central, senvolvimento de softwares para smartphones. E-services documentação médica e transparência de custos O trânsito caótico de grandes metrópoles e inclusão de resultados de POC no prontuário como a cidade de São Paulo dificulta o desloca- do paciente eletronicamente. mento de pessoas. Portanto, a Especialista em Para todo serviço instalado – máquina, Aplicação de Conectividade da Roche Diagnóstica, software, solução de automação ou de infor- Patricia Cabrera, enfatiza que os e-services são mação – o cliente recebe treinamento sobre serviços valiosos para garantir a produtividade como utilizar a ferramenta da melhor forma. dos processos laboratoriais, pois possibilitam au- O cobas® academy, por exemplo, é um módulo tonomia aos clientes por meio do acesso remoto. de e-learning, parte do cobas IT 1000, des- A partir desse serviço, a Roche oferece suporte tinada aos usuários dos instrumentos de POC. ágil e seguro aos seus clientes e evita rupturas na Segundo Leandro Moreira, o produto simplifica rotina dos equipamentos, permitindo a resolução o processo e certifica os operadores a manuse- imediata de problemas. “Pode-se evitar o envio arem os aparelhos. “Este deverá ser o mesmo do engenheiro técnico ou assessor de campo ao direcionamento dado para outros produtos de laboratório para solucionar um problema técnico/ conectividade”, afirma. científico, se o mesmo pode ser corrigido remota- ® NewsLab - - edição 119 - 2013 43 libração, o acesso remoto permite auditoria das ocorrências. “Os e-services oferecem essa segurança: se alguém acessar a máquina do cliente, temos controle da data de acesso e sabemos quem acessou”, explica. Se a questão não for resolvida no primeiro nível, um engenheiro técnico ou assessor de campo da Roche é enviado ao laboratório. Se ainda assim o problema não for solucionado, o caso é enviado a Roche global. Patricia explica que com a ajuda dos e-services, é possível consolidar as informações de um determinado produto e criar um benchmark, pois a conectividade permite o compartilhamento e a consolidação das informações em âmbito nacional “Os e-services são serviços valiosos para garantir a produtividade dos processos laboratoriais, pois possibilitam autonomia aos clientes, por meio do acesso remoto” Patricia Cabrera, Especialista em Aplicação de Conectividade e até mundial. De acordo com ela, quando um engenheiro faz a instalação de um equipamento, ele já estabelece a conexão com a TI do laboratório e, via internet, faz o link com a filial da Roche no Brasil e, consequentemente, com a global. Os e-services proporcionam ainda transferência automática de atualizações sobre controle de quali- mente com agilidade para o cliente”, afirma Patricia dade, calibradores e informativos eletrônicos. “Todo Cabrera. Segundo ela, os próprios colaboradores o processo é online e proporciona ainda economia podem resolver o problema com a orientação remota de papel.” Portanto, Patricia Cabrera ressalta que de especialistas da Roche. além de garantir a produtividade dos processos Para estabelecer o acesso com as máquinas ins- laboratoriais, e-services garantem confiabilidade taladas nos clientes, a empresa utiliza plataformas aos resultados, mantendo o controle de qualidade. de acesso remoto. E, para gerenciar as performances dos equipamentos, utiliza as ferramentas de gerenciamento e-lab performance. “Mantemos a produtividade do laboratório por meio do monitoramento de alarmes e alertas, identificando os problemas de forma preventiva”, ressalta. Patricia explica que se um cliente está com problemas em um equipamento, ele abre um chamado na Central de Atendimento Roche Diagnóstica (CARD) e descreve o seu caso. O especialista técnico ou científico da Roche pede permissão para se conectar ao computador e, após autorização, acessa o equipamento, visualiza o problema e ajuda o cliente a resolvê-lo rapidamente. COBAS, COAGUCHECK, ACCU-CHECK, REFLOTRON e URISYS são marcas registradas da Roche. Números de registro cobas® h 232: 10287410670, 10287410545, 10287410428, 10287410066 10287410440 Accu-Chek® Inform II: 10287410863 cobas® b 121 10287410226 Reflotron® Plus 10287410250 CoaguChek® XS Plus 10287410562 Urisys® 1100: 10287410738 Ainda de acordo com a Especialista em Aplicação de Conectividade, este processo é seguro Para saber mais: e respeita a privacidade dos dados do paciente, 0800 7720295 www.roche.com.br restringindo-se apenas a dados de controle e ca- 44 NewsLab - edição 119 - 2013 BioSystems S.A. incorpora a mais recente tecnologia em seu novo analisador BA400® O BA400® é um analisador automático Random Access fabricado pela BioSystems S.A. que realiza medições de espectrometria de bioquímica e turbidimetria junto com as medições de potenciometria indireta (eletrólitos) capaz de realizar até 400 t/hora. O módulo ISE pode executar até 360 t/h de íons (incluindo Li+ como opcional). O BA400® foi totalmente projetado, desenvolvido e fabricado pela BioSystems S.A. em suas instalações de Barcelona. Entre as suas principais inovações incorpora um sistema ótico com base na tecnologia de LED como fonte de luz, equivalente ao sistema ótico do nosso analisador semi-automático BTS350 amplamente validado em todo o mundo, com excelentes resultados (mais de 5.000 unidades instaladas). Este revolucionário sistema ótico, com a incorporação de LEDs e dupla leitura fotométrica por dois fotodiodos, oferece uma máxima precisão e alta resolução das leituras (0,0001 Abs) As principais vantagens, além do desempenho do sistema óptico são as seguintes: - Alta capacidade de carga de reagentes e amostras (135 posições para amostras e 88 para reagentes) - Alta autonomia de trabalho (até 9 horas de fluxo contínuo de trabalho) - Baixa necessidade de manutenção, graças aos seus componentes de alta durabilidade (não há necessidade de substituição de lâmpadas ou manutenção de êmbolos das seringas) - Sistema compacto sem periférico (frascos externos, compressores ou excessiva tubulação externa) - Baixo consumo (menos de 14 L/hora e gestão de alta eficiência energética) - Funcionalidade silenciosa (evitando o ruído incomodo de alguns analisadores) O sistema BA400® compreende um amplo painel de reagentes projetados especificamente para o seu uso no BA400 (com código de barras próprio) e complementada com materiais de controle e calibração, com a descrição correspondente de rastreabilidade metrológica de valores atribuídos. Em combinação com a linha de reagentes originais BioSystems, o sistema BA400 define a nova geração de analisadores clínicos. :: www.biosystems.es Androstenediona - a importância da dosagem A androstenediona é o principal precursor na biossíntese de andrógenos e estrógenos, servindo como pró-hormônio para testosterona e estrona. São produzidos pelas gônadas e, em menor grau, nas glândulas suprarrenais de ambos os sexos, podendo ser originados também a partir de 17 hidroxiprogesterona e dehidroepiandrosterona (DHEA). Aproximadamente 50% do ritmo de produção de testosterona na mulher é derivado da conversão periférica de androstenediona. No homem esta interconversão é menor, da ordem de 5%. A androstenediona pode ser convertida, também, em estrona pelo tecido adiposo e no fígado através da enzima aromatase. No homem, 80% do estradiol é produzido por aromatização da testosterona e na mulher 50% do estradiol produzido durante a gravidez origina-se por aromatização de androgénios adrenais; a conversão da androstenediona em estrona é a maior fonte de estrogênios pós-menopausa. O corpo humano utiliza a androstenediona para aumentar o hormônio masculino, testosterona, por isso muitos atletas utilizam suplemento fabricado a partir deste hormônio para aumentar a força muscular, porém, este suplemento acarreta inúmeros efeitos colaterais prejudiciais. Se, por alguma razão a produção de androstenediona é aumentada, uma criança pode ter desenvolvimento sexual prematuro. Na mulher na pós-menopausa, o aumento da androstenediona pode resultar em sangramento, endometriose, estimulação ovariana e ovários policísticos. Aumento da produção 48 na obesidade pode causar irregularidades menstruais e, nos homens, sinais de feminilização como ginecomastia. Sua dosagem também é importante no diagnóstico laboratorial e no seguimento de pacientes com hirsutismo (síndromes hiperandrogênicas) e seguimento do tratamento de pacientes portadores de defeito da 21 – hidroxilase. Existe uma variação cíclica de androstenediona em mulheres normais que acompanha a variação do cortisol plasmático, podendo chegar a 50% no período de 24 horas. Daí a importância da dosagem do hormônio pela manhã, à tarde e/ou à noite nos pacientes em que se suspeita de hiperandrogenismo. Valores elevados são compatíveis com aumento de produção androgênica pelos ovários ou adrenais, doença de Cushing, ovários policísticos, entre outros. Valores diminuídos são encontrados na doença de Addison. Encontra-se aumentada na puberdade precoce masculina, hiperplasia congênita das adrenais ou tumores adrenais virilizantes. Por isso, a Alka Tecnologia em Diagnósticos tem disponível em seu menu de testes o kit para dosagem de androstenediona da empresa canadense Diagnostics Biochem Canadá (DBC) fundada em 1973. Este produto utiliza a metodologia Elisa, e não é necessário um pré-tratamento para as amostras de soro humano, o kit também apresenta ótima performance, 100% de especificidade, 0,04ng/mL de sensibilidade e hoje é utilizado em diversos laboratórios de analises clinicas no Brasil e no Mundo. ( : (11) 5573-8814 / : : www.alka.com.br NewsLab - edição 119 - 2013 Wama Diagnóstica amplia atuação em países árabes A Wama Diagnóstica, empresa 100% brasileira fundada em 1991, na busca de novos mercados, já realizou exportações para os Emirados Árabes, Egito e Iraque e no momento mantém negociações com o Iêmen. A participação em eventos internacionais é a base para a internacionalização da empresa, como a Medica na Alemanha, Arab Health nos Emirados Árabes, Annual Meeting & Clinical Lab Expo (AACC) nos EUA e Africa Health na África do Sul, além da Hospitalar, em São Paulo, que é vitrine para diversos países. Outro fator importante é a altíssima qualidade dos produtos e também o fato da Wama Diagnóstica ser a única empresa da América Latina que detém a tecnologia de produção de testes rápidos e de tiras para análise de urina em todas as suas etapas. Atualmente a empresa tem 0,7% de seu faturamento baseado em exportações e a meta é chegar em 1,5% neste ano. No momento as exportações ocorrem para seis países, que estão localizados em sua maioria na América Latina, mas trabalha para buscar novos mercados como os EUA e Europa. :: www.wamadiagnostica.com.br Brasil é exemplo em amostra-controle para Chagas A expansão da infraestrutura do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) ampliou seus horizontes comerciais. Com o Pro-EX, o Programa já atende mensalmente laboratórios de alguns países da América do Sul (Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai). “Por determinação da SBAC, o PNCQ está sempre na vanguarda para participar dos melhores eventos científicos na área de qualidade, como foi o exemplo da validação dos kits de Controle de Qualidade para Chagas na Europa no ano passado. Devido ao aumento de imigrantes latinos para a Europa, o continente está passando por um problema de doadores de sangue contaminados por esta doença e a OMS está em alerta para isso.”, exemplifica o Coordenador do PNCQ Abol Corrêa. Com o Pro-IN, mais um importante passo foi dado em direção à expansão internacional. Em 2012, por solicitação da OMS (Organização Mundial de Saúde), o PNCQ representou mundialmente o Brasil na validação de kits de teste rápido para Doenças de Chagas na Europa. Na época, a OMS também enviou kits para órgãos da França e da Espanha. Após a aprovação da amostra-controle do PNCQ pela OMS, novas intenções de compra para a Europa e países da África estão sendo negociadas. Outro projeto iniciado em 2011 coloca o PNCQ como responsável pela preparação de soros-controle para HIV, HPV e HCV liofilizados para Controle Interno em Biologia Molecular. Com o aumento da oferta de amostras-controles, a tendência é de que o PNCQ passe a atender mais laboratórios especializados em Biologia Molecular. O saldo dessas mudanças reúne amostras liofilizadas produzidas nacionalmente permitindo um preço competitivo para ampliação do número de laboratórios comprometidos com a qualidade. As amostras-controle de qualidade para HIV, HPV e HCV integram a lista de mais 200 tipos de amostras comercializadas pelo Programa. (: (21) 2569-6867 8: [email protected] :: www.pncq.org.br 50 NewsLab - edição 119 - 2013 Transformar dados em informações estratégicas é segredo para boa gestão Ter um grande volume de dados referentes ao laboratório é apenas o primeiro passo para ter uma gestão assertiva. Sem ferramentas que transformem todos esses dados em informações relevantes, a tarefa do gestor pode ser bastante complexa. É por isso que os laboratórios buscam ferramentas de inteligência que façam a exibição desses dados de forma clara, dando suporte para a tomada de decisões estratégicas para o laboratório. É o caso, por exemplo, do Shift View, software incorporado ao Lis (Sistema de Informação Laboratorial) da Shift, uma das maiores empresas brasileiras de tecnologia para laboratórios clínicos. Com uma interface bastante limpa, o Shift View permite que os gestores coletem as informações por meio de dados pré-determinados ou de acordo com as variáveis que deseja. “Os dados são coletados e exibidos em formas de gráficos, monitores, radares de bordo, relatórios, entre outras maneiras”, afirma André Tuzi, analista de desenvolvimento da Shift. O objetivo do produto é concentrar todo tipo de informação estratégia de aspecto gerencial dentro do laboratório – inclusive em tempo real. Pode ser analisada a curva de crescimento do laboratório em determinado período de tempo, o número de exames realizados no dia, quantas recoletas e por quais motivos aconteceram no último mês, enfim, diversas variáveis que permitem munir o gestor de informação para tomar a decisão correta para o futuro do laboratório. O Shift View trabalha em uma plataforma robusta e apta para processar grandes massas de dados. Dessa forma, qualquer tipo de informação solicitada ao sistema é exibida rapidamente. “Em no máximo 30s, informações bastante complexas, com cruzamento de dados, inclusive, são disponibilizadas”, revela Reinaldo Junior, analista de suporte da Shift. “Em alguns sistemas, essa demora pode ser de mais de uma hora”. Diferenciais do Shift View: - Indicadores em tempo real - Plataforma web que permite acesso de qualquer lugar - Estatísticas e relatórios personalizados - Rápida resposta mesmo com grandes volumes de dados (: (17) 2136 1555 :: www.shift.com.br Labtest marca presença com estande no CBPC 2013 A Labtest Diagnóstica S/A participa com estande do 47º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC), realizado entre os dias 22 e 25 de setembro, no Palácio das Convenções do Anhemb, em São Paulo/SP. Este é mais um ano em que a empresa participa como expositora do evento, possibilitando sempre contatos importantes com fornecedores e clientes. Neste ano, a maior indústria do segmento de diagnóstico in vitro destacará seus marcadores diferenciados e inovadores: - Homocisteína – importante marcador cardíaco - NGAL – novo marcador para auxílio de diagnósticos renais - Cistatina C – marcador preciso para auxílio de diagnósticos renais A Labtest convida todos a visitarem seu estande (n.º 18 a 23, Anhembi Parque, São Paulo/SP). :: www.labtest.com.br 52 NewsLab - edição 119 - 2013 “Case” de sucesso: Mindray tem seu primeiro BC6800 instalado no Brasil A Mindray vem trabalhando sua marca no Brasil há oito anos e já é dona de um crescimento considerável: 37,8% de crescimento anual, em 2012 e a Mindray International atingiu a casa de 1 bilhão de dólares de faturamento no mesmo período, o que demonstra o intenso trabalho no fortalecimento da marca junto aos parceiros-distribuidores que acreditam e fazem da Mindray uma opção de qualidade altamente confiável e com um preço atrativo para o consumidor final. Dr. Ygor Nery, Dra. Nádia Cunha, Dra. Milria Brabo (diretora do laboratório), Dra. Ferlana Oliveira (assessora científica Promed) e Dr. Ubiraci Chagas A Mindray possui uma linha completa e inovadora em hematologia, contando com seis modelos de 3 partes e cinco modelos de 5 partes e já é primeiro lugar em novas instalações no Brasil. O mais novo membro da família BC, o BC6800, lançado no Brasil em 2012, é um autoanalisador hematológico com 33 parâmetros reportáveis, 14 parâmetros de pesquisa e conta com a análise de fluídos biológicos, exibindo sete parâmetros reportáveis e mais cinco de pesquisa. É um analisador completo que inclui a análise de reticulócitos e frações imaturas, células imaturas, contagem de plaquetas por canal óptico, detecção de malária, entre outras facilidades. A principal característica do BC6800 é a exclusiva tecnologia SF Cube®, que alia fluorescência e avançada citometria de fluxo na obtenção do gráfico em 3D. Recentemente foi instalado o primeiro BC6800 no Brasil em Macapá, AP. O laboratório atende a uma demanda de 450 t/dia e recebe amostras de pacientes provenientes do ambulatório, oncologia, nefrologia, maternidade, CTI, o que caracteriza alta complexidade das amostras e o BC6800 está atendendo perfeitamente às expectativas do cliente. O atestado de capacidade técnica está disponível para consulta mediante solicitação por email. :: www.mindray.com Biometria, a identificação perfeita A identificação biométrica é uma tecnologia eliminação do risco de duplicidade de cadasque se popularizou nos últimos anos. A maior tros do paciente. Ainda, permite a detecção oferta de componentes de software e de aparede fraude no início do processo, no caso de lhos para leitura das digitais redunda em preços tentativa de um paciente passar-se por outro. menores e disponibilização de novas soluções Ao conduzir o paciente à sala de coleta, no mercado. a biometria implementada nos sistemas LaNo âmbito laboratorial, trata-se de um granbplus e Labmaster garante que aquele é o de desafio vencido: precisão na identificação do paciente certo para coletar a amostra exata e paciente. A maneira de integrar essa tecnologia consequentemente contribuir para resultados ao software laboratorial, no caso da Hotsoft, meconfiáveis. Após acessar a lista de pacientes receu cuidados especiais. Em quais pontos e de aguardando a coleta, os coletadores chamam que forma incluir esse método de identificação o paciente levando em consideração urgência, dentro dos processos operacionais do laboratório preferência legal, tipo de coleta (infantil, gineforam temas estudados com extremo cuidado. cológica etc.) e preferência por determinado Na recepção, além das formas usuais, como Leitor de impressões digitais coletador. Já na sala de coleta o paciente faz parte do nome, R.G., cartão fidelidade e outros, é possível utilisua identificação positiva com a biometria, eliminando totalmente zar a captura da impressão digital como forma de pesquisa do a possibilidade de troca de amostras. paciente. A recuperação via biometria traz diversos benefícios. Além de precisa a identificação biométrica é realizada de forma Primeiro, a rapidez no acesso aos dados do paciente. Segundo, ágil, reduzindo o tempo de atendimento, tanto na recepção quanto na coleta. E transmite confiança ao paciente, contribuindo para que ele perceba o valor dos serviços prestados pelo laboratório. Com o intuito de facilitar a implantação desta tecnologia, a Hotsoft fechou parceria com um dos principais fornecedores Tela de de leitores biométricos do mercado nacional, garantindo as atualização melhores ferramentas e os menores preços aos usuários. de dados do paciente, com as opções de registrar e validar a digital 54 (: (44) 3302-4455 / 8: [email protected] :: www.hotsoft.com.br NewsLab - edição 119 - 2013 Randox G6PD, elevado desempenho nos ensaios de detecção da deficiência de G6PD A deficiência de G6PD (Glicose-6- fosfato desidrogenase) é uma doença hereditária, caracterizada pela lise das células vermelhas do sangue - conhecida como hemólise. Indivíduos que possuem deficiência de G6PD sofrem frequentemente de anemia hemolítica, que ocorre quando as hemácias são destruídas mais rapidamente que a capacidade de produção pelo organismo para repô-las. Consequentemente, o suprimento de oxigênio para as células do corpo diminui. A anemia hemolítica pode ser desencadeada por infecções bacterianas e virais, estresse grave, consumo de alguns medi- camentos como, por exemplo, antibióticos e por determinados alimentos, em particular, o feijão. Os síntomas da anemia hemolítica incluem urina escurecida, cansaço extremo, aumento da frequência cardíaca, falta de ar e icterícia. Nos casos graves, a anemia hemolítica pode causar insuficiência renal. A Randox oferece um teste de alta performance para a detecção da deficiência de G6PD. Os benefícios do kit de G6PD da Randox incluem: Reagentes liofilizados - proporcionam maior estabilidade Sensibilidade excelente - capaz de detectar baixas concentrações de G6PD Boa estabilidade quando reconstituído - minimiza perdas de reagentes Aplicações disponíveis - protocolos específicos para uma ampla gama de equipamentos de bioquímica Oferece controles de qualidade de G6PD complementares - pacote completo de testagem diagnóstica (: (11) 5181-2024 8: [email protected] :: www.randox.com Soluções para gerenciamento de dados de controle de qualidade – Bio-Rad Laboratories Usar uma linha de produto abrangente de controles de terceira opinião é um passo importante rumo à melhora da confiabilidade de resultados de testes laboratoriais. A capacidade de gerenciar com sucesso e interpretar os resultados de controle de qualidade também é essencial para produzir resultados laboratoriais sólidos e de confiança. A Bio-Rad Laboratories oferece uma visão e um compromisso e ajudar a melhorar o desempenho analítico laboratorial do que o Programa Interlaboratorial Unity™. Sem um programa interlaboratório de alta qualidade, o laboratório pode não estar ciente das alterações graduais ou repentinas no sistema de teste que podem ser causadas por eventos tais como reformulações de reagentes ou calibradores, alterações de padronização ou alterações do software de ins- com o controle de qualidade que é insuperável na indústria de laboratório clínico. Hoje, o laboratório pode estar conectado ao Programa Interlaboratorial Unity™, a maior comunidade mundial de usuários de controle de qualidade. Melhorar o cuidado com o paciente e o custo-benefício com produtos de controle de qualidade, soluções de gerenciamento de dados de controle de qualidade, comparações intralaboratoriais liderando a indústria e Programa Interlaboratório Unity™ . A participação em um programa interlaboratório é extremamente importante para os laboratórios para ajudar a garantir a confiabilidade e precisão dos sistemas de teste. Nenhum programa no mundo é mais poderoso e eficaz em fornecer informações trumento. Um programa interlaboratorial pode oferecer ciência prematura de mudanças e tendências para ajudar a evitar repetições de teste de alto custo e troubleshooting desnecessário. Um programa interlaboratório também pode aumentar a confiança nas pesquisas de proficiência. Se um laboratório se compara bem com outros laboratórios em um programa interlaboratórios, ele provavelmente se compara bem com outros laboratórios participando do programa de teste de proficiência. 56 (: (11) 3065 7550 8: [email protected] :: www.bio-rad.com NewsLab - edição 119 - 2013 Sistema VSG da Greiner Bio-One é mais rápido e seguro A Velocidade de Sedimentação Globular (VSG) é um dos testes laboratoriais mais frequentemente prescritos. Pode ser usado como uma prova inespecífica para as reações inflamatórias, acompanhamento do seu desenvolvimento, bem como para monitorar o tratamento. A Greiner Bio-One produz e comercializa, desde 1996, o Sistema VSG (manual e automatizado) que, seguindo as recomendações do International Council for Standardization in Haematology (ICSH), adota como referência o Método de Westergren, disponibilizando tubos para coleta de sangue a vácuo contendo o aditivo Citrato de Sódio 3,2%, na proporção de uma parte de solução de citrato para quatro partes de sangue (4NC). Também, conhecida como reação de Biernacki devido ao seu inventor Edmund Biernacki, a VSG é a taxa a qual os glóbulos vermelhos do sangue precipitam em um período de uma hora. O sangue anticoagulado é colocado em um tubo na posição vertical e a taxa de precipitação dos glóbulos vermelhos é medida em mm/h (realizada através do método de Westergren). Qualquer inflamação presente irá aumentar a VSG, mas como este é um teste de triagem, não pode ser utilizado para diagnosticar uma doença específica. Exemplos do aumento da velocidade de sedimentação são: artrite reumatoide, doenças da tiroide, tuberculose e gravidez. Níveis inferiores aos normais podem ocorrer, por exemplo, em: anemia falciforme, insuficiência cardíaca congestiva ou baixa quantidade de proteína plasmática devido à doença hepática ou renal. A VSG é orientada pelo equilíbrio entre os fatores pró-sedimentação, principalmente de fibrinogênio, e fatores resistentes à sedimentação tal como a carga negativa dos eritrócitos. Se um processo inflamatório está presente, a proporção elevada de fibrinogênio no sangue faz com que os glóbulos vermelhos se unam uns aos outros. Esses aglomerados precipitam mais rapidamente. Sistema VSG Greiner Bio-One: os primeiros tubos para VSG produzidos pela Greiner Bio-One eram de vidro. Em 2010, a empresa lançou os tubos de plástico (polipropileno) inquebráveis, sendo a única do mundo a disponibilizar mais esta facilidade para o mercado. Além de serem mais seguros, os tubos possuem uma vida útil de doze meses. As principais vantagens do Sistema VSG da Greiner Bio-One são: análise em sistema automatizado (fechado) e manual; coleta realizada em tubo plástico inquebrável, com marca de preenchimento que indica o nível correto da amostra; resultados em 30 e 60 minutos; identificação de amostras com código de barras, eliminando erros; controle de qualidade de dois níveis validado e o volume de amostra coletada é reduzido (1,5 ou 2,0 ml). A Greiner Bio-One também oferece uma gama de analisadores automatizados, para avaliações rápidas e confiáveis. (: (19) 3468-9613 / :: www.gbo.com pH da água ultrapura não é aplicável em ambiente laboratorial O pH é a medida da acidez ou alcalinidade que as águas com elevada pureza conduzem de de uma solução e é um parâmetro de qualidade forma muito fraca a eletricidade; e os tampões de água amplamente medido e utilizado pelos de calibração para eletrodos, pois a submersão pesquisadores, pois afeta o estado de dissoalternada do par de eletrodos no tampão pH pode ciação de muitas moléculas e é de importância induzir a erros do próprio pH. crítica em grande parte dos estudos. A maioria “Para determinar o pH da água pura de das soluções contém sólidos dissolvidos que forma precisa é recomendada a medição em servem como tampão às alterações do pH senlinha, com sensores de pH de baixa impedância, do pouco afetado por contaminantes. Todavia, sob condições cuidadosamente controladas”, numa utilização normal laboratorial, o pH da garante Humberto Bufalo, gerente comercial água ultrapura não é aplicável ou significante da Veolia Water. “Entretanto, cabe observar devido aos níveis de acidez ou alcalinidade serem que todas as normas para água ultrapura exextremamente baixos. cluem especificamente o pH como critério de Dentre os fatores que afetam a medição do pureza. As normas se baseiam primeiramente Variação do pH da água em pH da água pura se destaca o dióxido de carbono, na condutividade ou resistividade”, ressalta. O função da resistividade que é rapidamente absorvido e pode reduzir o pH excesso de íons de hidrogênio ou hidroxilo a da amostra; o recipiente de amostra que pode conter vestígios valores de pH diferentes de 7.0 irão diminuir a resistividade de ácido ou base; a temperatura, já que afeta tanto a dissociação da água. Como resultado, existirão limites para o afastamento do grau da água como a medição de pH; os tipos de eletrodo de 7.0 que o pH pode ter. e medidores de pH que, dependendo do meio, podem causar leituras de pH imprecisas; o potencial de transmissão, uma vez 8: [email protected] 58 NewsLab - edição 119 - 2013 Vírus ou bactéria? A bioMérieux tem a oferta global! A bioMérieux, em sua constante luta contra a resistência bacteriana, está comprometida em oferecer um diagnóstico assertivo para diferenciar infecção viral de uma infecção bacteriana, ajudando a evitar o uso indiscriminado de antibióticos. As doenças respiratórias são responsáveis pelo grande número de hospitalizações e mortes em todo o mundo e são causadas, na maioria das vezes, pelos vírus respiratórios. Porém, sabe-se que a cada 100 casos de infecções das vias aéreas superiores que são tratados com antibióticos, a infecção bacteriana está presente em apenas 15%. No desafio das infecções respiratórias, os laboratorios podem escolher o melhor parceiro: a bioMérieux tem a oferta global desde a admissão do paciente e triagem, até o diagnóstico e monitoramento do tratamento. CLART® PneumoBac: Produto em fase de registro (: 0800 0264848 / 8: [email protected] Sysmex inaugura nos EUA centro de P&D para as Américas Medivax oferece diagnóstico completo para doenças respiratórias A Sysmex Corporation (Matriz: Kobe, Japão; Presidente do Conselho e Presidente Executivo: Hisashi letsugu) iniciou as operações de seu novo centro de P&D nas Américas, sua segunda base de P&D internacional, após a instalação de uma estrutura similar na Europa em 2006. O novo centro está localizado na Sysmex América, Inc., sede regional da Sysmex nas Américas. O novo centro de P&D da Sysmex nas Américas emprega o conceito de inovação aberta, ou seja, a associação entre tecnologia e ideias próprias com a tecnologia e ideias desenvolvidas por outras empresas, com a finalidade de criar produtos inovadores. Esse novo centro integrará uma infinidade de tecnologias e pesquisas já realizadas pela Sysmex com novas tecnologias que estão atualmente em fase de pesquisa no mercado norte-americano. Com base na estratégia de desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias da Sysmex, a empresa irá utilizar todo conhecimento adquirido através da inovação aberta para aprimorar seus produtos e serviços nas áreas de medicina personalizada e medicina preventiva. Com a implementação do conceito de inovação aberta, o novo centro de P&D disponibilizará acesso mais rápido às novas tecnologias e possibilitará o desenvolvimento de novos testes e aplicações para seus equipamentos, que permitirão detectar doenças em seus estágios iniciais. Integrando as atividades de P&D realizadas nas Américas e na Europa com o Japão, a Sysmex irá expandir e aprofundar seu compromisso de criar novas metodologias de diagnóstico que contribuirão para o progresso na área da saúde, melhorando a qualidade de vidas das pessoas em todo o mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), 30% dos brasileiros adquirem algum tipo de doença respiratória no inverno. A pneumonia é a doença que mais preocupa, e pode ser adquirida por bactéria, vírus ou fungo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pneumonia é a principal causa de morte em crianças no mundo inteiro. A cada ano morrem cerca de 1,6 milhões de crianças, sendo 18% vitimas menores de cinco anos. Nas fases avançadas das doenças respiratórias, os métodos sorológicos são os mais indicados para auxiliar no diagnóstico dessas patologias. A Medivax oferece um portfólio capaz de auxiliar na identificação de vírus e bactérias por diferentes metodologias: Pneumobact IgG e Pneumobact IgM: kit multiteste para detecção simultânea de bactérias causadoras de pneu- :: www.sysmex.com.br 8: [email protected] (: (21) 2622-4646 60 monia, usando apenas uma única lâmina – metodologia de imunofluorescência Pneumoslide IgG e Pneumoslide IgM: kit multiteste para detecção simultânea dos vírus e bactérias mais frequentemente associadas às infecções respiratórias humanas usando apenas uma única lâmina – metodologias de imunofluorescência e Elisa Painel de Vírus Respiratórios: o kit realiza triagem e identificação dos vírus Adenovirus, Influenza A & B, Parainfluenza 1, 2 e3, e Vírus Sincicial Respiratório Flu A/B, RSV e Legionella: kits para detecção por teste rápido com resultado em 15 minutos NewsLab - edição 119 - 2013 S_Line oferece serviço de construção e hospedagem de site Se o laboratório não tem site e os pacientes não conseguem saber quais exames são realizados ou que procedimentos devem ser feitos antes de um exame por meio da internet, é preciso ficar atento e tomar cuidado para que o laboratório não desapareça. Como tornar a comunicação entre laboratório e pacientes mais simples e rápida, utilizando a web para isso? Possuir uma página na web é uma importantíssima ferramenta de marketing, onde empresas de pequeno, médio e grande portes podem disponibilizar todo conteúdo que é relevante para seus clientes, estreitando cada vez mais as relações. Hoje em dia já é possível construir e hospedar site na internet de forma simples e rápida com baixo investimento, garantindo assim comodidade aos pacientes e laboratórios. Uma boa assessoria garante que os benefícios da exposição na internet não exponham o laboratório aos riscos à imagem e à reputação no mundo virtual. Por isso é importante oferecer aos clientes, informações fáceis e completas, como: Lista de exames: informações dos exames e procedimentos de coleta estejam em fácil acesso Pesquisa de satisfação: o laboratório pode saber o grau de satisfação do cliente Perguntas frequentes: as respostas das perguntas mais frequentes facilmente acessíveis no site Agenda de exames: o paciente pode agendar consultas sem precisar sair de casa Lista de convênios e unidades: acesso aos convênios disponíveis e unidades onde o laboratório atende Informativos: para que o laboratório disponibilize no site informações de evento/cursos, notícias ou artigos que achar mais interessante. Pensando nessas necessidades, a S_Line oferece para o serviço de construção e hospedagem de site, pacotes onde o laboratório pode ter um site completo na internet de forma fácil, simples com baixo investimento. A partir de modelos padrões, poderá disponibilizar no site informações como: Lista de Exame, Chat on-line, Agenda de Exames, Pesquisa de Satisfação, Perguntas Frequentes, Lista de Unidades e Convênio, Eventos/Cursos, Notícias e Artigos. São pacotes para que o site fique ainda mais completo, atualizado e formatado ao gosto de cada um. (: (27) 3205-6868 8: [email protected] :: www.sline.com.br Lançamento Cral: adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast Fabricado pela Cral, empresa certificada ISO 9001 e BPF (Boas Práticas de Fabricação), o adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast segue rigorosos padrões de qualidade. Características: • Apoio para a agulha de coleta múltipla de sangue • Utilizado como guia para introdução do tubo na agulha • Formado por um cilindro feito em polipropileno • Possui adaptação de rosca para encaixe de agulhas (/: (11) 3454-7000 / 2712-7000 8: [email protected] :: www.cralplast.com.br 62 NewsLab - edição 119 - 2013 EasyPrep Gel/PCR Purificação Mini Desde a descoberta do DNA, diversas técnicas vêm sendo desenvolvidas para otimizar sua extração e purificação. Com os avanços das técnicas de Biologia Molecular, hoje é possível o estudo, sequenciamento e até a amplificação do DNA de qualquer organismo, possibilitando o descobrimento de novas espécies, diagnósticos de síndromes, doenças genéticas e até infecções. Além disso, as técnicas empregadas com o uso do DNA podem ser utilizadas para desenvolvimento de vacinas, tratamento de diversas doenças e até melhoramento genético de diversos organismos, como por exemplo os organismos geneticamente modificados (transgênicos). Porém, para se obter um resultado favorável e fidedigno, é necessário um DNA íntegro e livre de impurezas. Por isso, a EasyPath, pensando na obtenção de uma amostra de qualidade e na segurança do usuário e meio ambiente, desenvolveu o EasyPrep Gel/PCR Purificação Mini. É um método com múltiplas aplicações para purificação do DNA através de colunas de sílica. O kit conta com tampões específicos, livres de fenol/clorofórmio, que garantem um DNA íntegro e livre de impurezas. É um método rápido, seguro e eficiente para purificação de DNA de gel de agarose, produtos de PCR ou reação enzimática: • DNA purificado tem na faixa de 50bp a 10kb • Taxa de recuperação: 70-85% para gel de agarose e 90-95% para produto de PCR e reações enzimáticas • DNA purificado é de alta pureza e pode ser utilizado diretamente em aplicações downstream • Etapas simples e rápidas fazendo com que o procedimento completo possa ser realizado em apenas 20 minutos • Comercializado em quantidades para 100 ou 300 aplicações • Armazenamento em temperatura ambiente Produto com registro no Ministério da Saúde / ANVISA. :: www.erviegas.com.br Progenética Hermes Pardini oferece teste para mapeamento das mutações associadas ao câncer de pulmão O Laboratório Progenética Hermes Pardini desenvolveu, de forma pioneira no Brasil, o Painel Lung Scan NGS, utilizando a técnica de sequenciamento de DNA de nova geração (Next Generation Sequencing - NGS), para o completo rastreamento das principais mutações associadas ao câncer de pulmão. Na última década, devido à introdução de novas tecnologias para o sequenciamento e análise do DNA em larga escala, iniciou-se uma nova etapa no mapeamento das alterações genéticas responsáveis pelo processo da carcinogênese. Tornou-se evidente que tumores individuais podem na verdade conter de dezenas a milhares de mutações. No entanto, a pesquisa básica aliada à pesquisa clínica foi capaz de identificar um pequeno grupo de mutações necessárias para o desenvolvimento e progressão, assim como para a manutenção de tumores específicos. Essas mutações foram denominadas mutações driver devido a sua importância no desenvolvimento desses tumores. Inicialmente, os testes para avaliação das mutações driver em câncer de pulmão eram solicitados de forma 66 sequencial. Contudo, o surgimento de novas plataformas de sequenciamento a um custo menor, e a necessidade de resultados rápidos, aponta para o uso crescente de testes moleculares que permitam a análise simultânea de várias mutações driver. Esse conceito foi ratificado durante o último congresso da ASCO (American Society of Clinical Oncology), realizado em Chicago entre 31 de maio e 04 de junho de 2013. Painel Lung Scan - Visão Genômica: Genes: AKT1 (14q32.32), ALK (2p23) , BRAF (7q34), CTNNB1 (3p21), DDR2 (1q23.3), EGFR (7p12), ERBB2/HER2 (17q12), ERBB4 (2q33.3-q34), FBXW7 (4q31.3), FGFR1 (8p12), FGFR2 (10q26), FGFR3 (4p16.3), KRAS (12p12.1), MAP2K1 (15q22.1-q22.33), MET (7q31), NOTCH1 (9q34.3), NRAS (1p13.2), PIK3CA (3q26.3), PTEN (10q23.3), SMAD4 (18q21.1), STK11 (19p13.3), e TP53 (17p13.1). (: (21) 2540-5529 :: www.progenetica.com.br NewsLab - edição 119 - 2013 Resultados rápidos para as pessoas certas Em meio a tantos avanços teóricos e tecnológicos, alguns desafios persistem no diagnóstico laboratorial: o valor clínico do teste e o tempo em que os resultados são gerados e chegam até os médicos. Tradicionalmente os analistas e técnicos de laboratório discutem, por diversas vezes, como aprimorar suas técnicas focando na diminuição da imprecisão e na alta qualidade de seus testes. No entanto, para os médicos, o conceito de rapidez e agilidade laboratorial vêm se tornando um fator crítico para que sua conduta clínica seja a mais efetiva possível no tratamento de infecções. Nesse contexto, o conceito de TAT ou “Turnaround Time” toma espaço e importância no cenário da microbiologia atual. Atualmente a redução do TAT é um dos pontos mais notáveis pelos médicos e um sinal altamente associado à qualidade dos serviços de microbiologia prestados pelo laboratório (1). Um resultado rápido proporciona uma terapia precisa reduzindo o número de dias de hospitalização dos pacientes, diminuindo a utilização inadequada de antibióticos, amenizando os efeitos colaterais de um tratamento prolongado sem necessidade e reduzindo custos com medicamentos e insumos hospitalares (2-4). Desta forma, a diminuição do TAT beneficiará também a instituição hospitalar como um todo, reduzindo assim custos desnecessários com diversos testes microbiológicos, bioquímicos e de imagens, já que uma vez os clínicos não tendo respostas claras, acabam solicitando mais exames para se prevenir ao máximo das complicações que podem ser geradas nas horas inicias de uma infecção (2, 5, 6). A bioMérieux atua na área da saúde em mais de 40 países e tem a satisfação de criar produtos que proporcionam resultados rápidos e acurados chegando até as pessoas certas. Com a oferta FMLA (Flexible Microbiology Laboratory Automation), tem o objetivo de rentabilizar o negócio, desenvolvendo e aprimorando o laboratório de microbiologia todos os dias através do serviço ao cliente, assessoria técnica e científica. Soluções de microbiologistas para microbiologistas que atendem a necessidade do laboratório e do hospital. Por Wesley Schiavo – Gerente de Produto Microbiologia Referências 1. Hawkins RC. Laboratory turnaround time. Clin Biochem Rev, 2007. 28(4): p. 179-94. 2. Bantar C et al. A hospitalwide intervention program to optimize the quality of antibiotic use: impact on prescribing practice, antibiotic consumption, cost savings, and bacterial resistance. Clin Infect Dis, 2003. 37(2): p. 180-6. 3. Lopez-Medrano F et al., [Impact of a non-compulsory antibiotic control program (PACTA): cost reductions and decreases in some nosocomial infections]. Enferm Infecc Microbiol Clin, 2005. 23(4): p. 186-90. 4. Ramos Martinez A. et al., [Antibiotic treatment optimization by means of antibiotic treatment experts participation]. An Med Interna, 2007. 24(8): p. 375-8. 5. Galar A et al. Clinical and economic evaluation of the impact of rapid microbiological diagnostic testing. J Infect, 2012. 65(4): p. 302-9. 6. Galar A et al. Clinical and economic impact of rapid reporting of bacterial identification and antimicrobial susceptibility results of the most frequently processed specimen types. Eur J Clin Microbiol Infect Dis, 2012. 31(9): p. 2445-52. (: 0800 0264848 8: [email protected] AR Sistemas destaca software AR.LAB para melhoria no gerenciamento laboratorial Criado com base em experiências obtidas na área da saúde o AR.Lab é um “LIS” com características inovadoras que permite grandes melhorias nos procedimentos e rotinas laboratoriais, além de disponibilizar ferramentas de fidelização que hoje são um diferencial neste concorrido mercado. Todos esses benefícios são possíveis sem a necessidade de altos investimentos durante a implantação ou a exigência de grandes mudanças estruturais no laboratório. O software AR.Lab dispõe de uma interface amigável e atende plenamente todos os processos da análise laboratorial, participando do atendimento ao cliente desde a primeira etapa, apoiando o laboratório no atendimento, cadastramento, triagem, monitoramento, faturamento e segurança da informação, além de permitir o uso de ferramentas para comunicação com o paciente como a consulta de resultados via internet e o envio de informações via SMS. (: (11) 5060-5885 :: www.ar.com.br 68 NewsLab - edição 119 - 2013 Íons para Automação Bioclin Os íons, também chamados de eletrólitos, possuem múltiplas funções no organismo. Praticamente não existem processos metabólicos que não dependam ou sejam afetados por eles. Entre outras funções, os íons atuam na manutenção da pressão osmótica, distribuição de água no organismo, manutenção do pH , regulação da função do coração e outros músculos, nas reações de oxi-redução, e como cofatores das atividades enzimáticas. A dosagem de íons é, portanto, uma das mais importantes análises da clínica laboratorial. A Bioclin possui em sua linha kits para as dosagens de íons sódio, potássio, cloro e lítio para automação. Os kits de íons para automação Bioclin foram desenvolvidos para facilitar a rotina do laboratório, simplificando as análises ao possibilitar a sua aplicação em equipamentos bioquímicos automáticos sem a necessidade de uso do módulo ISE. São reagentes enzimáticos colorimétricos baseados na atividade de enzimas depende de íons. Cada kit é composto por dois reagentes prontos para uso e dois níveis de padrões já inclusos. Possuem excelente correlação com o método ISE, com a vantagem de ser aplicável em qualquer equipamento bioquímico automático. O kit Íons Sódio Automação baseia-se na atividade da enzima b-galactosidase dependente de sódio. A b-galactosidase, na presença de íons sódio, catalisa a conversão do substrato ONPG em o-nitrofenol e galactose. O produto formado, o-nitrofenol, possui elevada absorbância em filtro de 405 nm. O aumento desta é, portanto, proporcional à form ação do composto e consequentemente proporcional a concentração de sódio. Já o kit Íons Potássio Automação está relacionado à atividade da enzima piruvatoquinase dependente de potássio. A enzima, na presença de íons potássio, catalisa a conversão do substrato fosfoenolpiruvato em piruvato, que reage com NADH, na presença da enzima LDH, para formar Lactato e NAD. O decréscimo de absorbância, decorrente da conversão de NADH em NAD, é proporcional à concentração de potássio. No ensaio de íons Cloretos, a α-amilase presente no reagente é desativada pela presença de EDTA que atua na remoção de íons de cálcio. A α-amilase é reativada através da adição de íons cloretos da amostra, que permite que o íon cálcio se reassocie à enzima. A reativação da atividade α-amilase é proporcional à concentração de íons cloretos. O lítio é determinado através da análise enzimática envolvendo a fosfatase, cuja atividade é sensível ao lítio. O substrato da fosfatase é convertido por uma série de reações enzimáticas para gerar um corante que tem absorbância máxima em 550 nm. A taxa de formação do corante é inversamente proporcional à concentração de lítio. (: (31) 3439-5454 :: www.bioclin.com.br USA Diagnóstica: linha completa de quimioluminescência A USA Diagnóstica tem uma linha completa de kits com a metodologia Quimioluninescência (CLIA) e é a única empresa no mercado nacional com a exclusividade da marca Monobind. ca oferece o Multi-Ligand, um soro controle específico para as metodologias de quimioluminescência e Elisa. A quimioluminescência é uma metodologia de alta sen- Anti-TPO T3 Total sibilidade e especificidade. Ideal para rotinas de pequeno e Anti-TG T4 Livre médio portes, pois permite testes manuais, de curto tempo TG T4 Total T3 Livre PSA Livre AFP de incubação. Além dos kits, a USA Diagnóstica possui um equipamento PSA Total FSH CKMB TSH LH Troponina I CEA PRL Ferritina HCG IgE Total específico para CLIA, com a marca Monobind, que além da (: (31) 3226-3330 excelente qualidade, possui baixo custo. 8: [email protected] Para maior confiabilidade nos resultados, a USA Diagnósti- 70 :: www.usadiagnostica.com.br NewsLab - edição 119 - 2013 Werfen Medical participa do 47° Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial A multinacional espanhola Werfen Medical estará presente no 47° Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, que se realiza na cidade de São Paulo, entre os dias 22 a 25 de Setembro no Centro de Convenções do Anhembi. A empresa terá um estande de 42m² e contará com a presença de toda a equipe comercial e de marketing para dar apoio aos atuais e futuros clientes. A nossa equipe de assessoria científica também participará da feira, promovendo a demonstração dos equipamentos expostos. A Werfen Medical irá expor o equipamento ACL TOP 500, um dos integrantes da família TOP da linha de coagulação. Este equipamento é ideal para uma rotina de laboratórios de médio e alto volume, utilizando uma linha padronizada de reagentes, consumíveis, resultados e características de usabilidade para todos os analisadores da família TOP. Será exposto também o equipamento Bio-Flash da linha de autoimunidade e o GenExpert da linha de biologia molecular. Na área de critical care estará com o GEM Premier® 3500, produto de gasometria de point of care. A Werfen preparou exclusivamente para este congresso algumas condições diferenciadas nos valores de venda deste equipamento juntamente com alguns benefícios. Também realizará a divulgação do novo website para o Brasil, que conta com informações do grupo Werfen, descrição de todos os produtos, notícias, eventos e também com uma área exclusiva de atendimento ao cliente. Para essa divulgação Esparadrapos Copertina, novidade Cral Com mais de 35 anos de experiência e tradição no segmento, a Cral lança sua nova linha de esparadrapos Copertina. Os esparadrapos Copertina são perfeitos para fixação de curativos e produtos médico-hospitalares. E s t ã o d i s p o n í ve i s nas versões branco, transparente e microporoso, em diversos tamanhos. haverá atrações no estande. Esparadrapo branco: Impermeável. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 2,5cm x 0,9m; 2,5cm X 4,5m; 5cm x 4,5m; 10cm X 4,5m. Esparadrapo transparente: Hipoalergênico e deixa a pele respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 2,5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m. Esparadrapo microporoso: Hipoalergênico e deixa a pele respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 1,2cm x 10m; 2,5cm x 0,9m; 2,5cm x 4,5m; 2,5cm x 10m; 5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m. (: (11) 4154 - 3337 :: www.werfen.com.br (/: (11) 3454-7000 / 2712-7000 8: [email protected] / :: www.cralplast.com.br Leitora multidetecção e sistema de captura de imagem celular Em 2013 a empresa Biotek lançou o Cytation3™, uma leitora de microplacas multidetecção e sistema para captura de imagens de células, que combina microscopia digital automatizada e detecção em microplacas. Ela é projetada para fornecer informações das formas celulares nos ensaios quantitativos em microplacas de 6 a 384 poços, lâminas e/ou frascos de cultura. Equipado com tecnologia Hybrid™, o Cytation3 inclui tanto a detecção por filtro (alta sensibilidade), como por monocromador (maior flexibilidade e versatilidade) proporcionando um desempenho inigualável. O Cytation3 realiza ensaios de absorbância (UV-Vis), fluorescência (intensidade, polarização e resolvida no tempo), luminescência e possui recursos de controle de temperatura até 45°C, agitação orbital e suporte completo para estudos no decurso do tempo (lapse time) com o software Gen5™, projetado especificamente para tornar a leitura da placa e a captura de imagem fácil. Opcionalmente poderá vir equipada com injetor duplo de reagentes, controle de gás CO2/O2. Os avanços tecnológicos disponíveis no Cytation3 incluem fontes de luz LED de alta intensidade, câmera CCD 16 bit (tons de cinza), cubos de filtro combinados, filtros ópticos rígidos e revestidos (Semrock), objetivas Olympus para microscopia por fluorescência invertida ou de campo claro e totalmente controlado pelo software Gen5 que poderá realizar contagem automática de células, análises de subpopulações e imagens estatísticas. 8: [email protected] :: www.biosystems.com.br 72 NewsLab - edição 119 - 2013 Diagnóstico pré-natal molecular A transferência de células fetais para a mãe durante a gestação é um fato conhecido pela comunidade científica. Estas células podem ser utilizadas para um diagnóstico não invasivo, proporcionando maior segurança para o bebê e para a gestante. Com o avanço científico e tecnológico hoje é possível a realização de um diagnóstico molecular pré-natal que permita a detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, devido a sua precisão diagnóstica, sendo fundamental para a prevenção destas patologias e permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. Até recentemente as gestantes buscavam informações a respeito da saúde cromossômica dos seus fetos por meio de duas opções: (1) testes invasivos por biópsia de vilo corial a partir da 11° semana ou amniocentese a partir de 16° semana e/ou (2) triagem não invasiva por análise bioquímica do soro materno ou ultrassonografia. A detecção de anormalidades cromossômicas usando ultrassonografia depende da idade gestacional e apresenta menor acurácia, sendo que esses testes de triagem invasivos apresentam considerável risco de aborto e/ou danos ao feto. Após décadas de estudos científicos envolvendo testes pré-natais não invasivos baseados na detecção de ácidos nucleicos (DNA), surge agora um novo exame com capacidade de avaliar a saúde do bebê no início da gestação. Este teste molecular utiliza células livres com DNA fetal que circulam no sangue materno. Para a realização do exame coleta-se o sangue periférico da mãe, sendo, portanto, menos invasivo e mais acurado que a amniocentese e o vilo corial. A coleta pode ser realizada a partir da 9ª semana de gestação. A metodologia utilizada, o sequenciamento de nova geração (Next Generation Sequencing), é mais sensível, específico e informativo do que os demais métodos. Os resultados obtidos são expressos como uma estimativa de risco fetal para as aneuploidias: Síndrome de Down (Trissomia do cromossomo 21), Síndrome de Patau (Trissomia do cromossomo 13), Síndrome de Edwards (Trissomia do cromossomo 18), Síndrome de Klinefelter (presença de um cromossomo X a mais no homem) e Monossomia do X. Uma vez que utiliza o DNA fetal presente no plasma materno, o exame pode ainda fornecer informações sobre a sexagem fetal. Um resultado negativo trará tranquilidade ao casal por saber, com muita antecedência, que o bebê não terá estas síndromes cromossômicas. Por outro lado, se o resultado for positivo, os pais não serão surpreendidos no dia do parto, com o nascimento de um filho com doenças cromossômicas. Assim, poderão se preparar e se informar mais sobre a doença podendo criar um ambiente ideal para receber a criança. O exame foi validado para gestações únicas de alto risco para trissomias dos cromossomos 13, 18, 21, X e Y. Qualquer gestante pode solicitar este exame, sendo indicado principalmente nas seguintes situações: idade materna avançada, alterações de outros marcadores no sangue materno, história pessoal ou familiar de aneuploidia, ultrassom anormal, desejo do casal que se preocupa com estas doenças. O DB Molecular, divisão de biologia molecular do Laboratório Diagnósticos do Brasil, oferece a seus clientes uma estrutura de última geração em testes de biologia molecular. Com equipamentos modernos e equipe altamente especializada. Referências 1. Zimmermann B et al (2012), Noninvasive prenatal aneuploidy testing of chromosomes 13, 18, 21, X and Y, using targeted sequencing of polymorphic loci. Prenat. Diagn. Doi: 10.1002/ pd.3993. 2. Canick JA, Palomaki GE, Kloza EM, Lambert-Messerlian GM and Haddow JE. (2013), The impact of maternal plasma DNA fetal fraction on next generation sequencing tests for common fetal aneuploidies. Prenat. Diagn. doi: 10.1002/pd.4126. 3. Song Y, Liu C, Qi H, Zhang Y, Bian X, Liu J. (2013), Non invasive prenatal testing of fetal aneuploidies by massively parallel sequencing in a prospective Chinese population. Prenat Diagn. doi: 10.1002/pd.4160 (: (41) 3299-3400 / 8: [email protected] :: www.diagnosticosdobrasil.com.br Lâmina para automação tipo Sysmex e cubeta para aparelho tipo konelab A lâmina para automação tipo Sysmex, entre outros, é fosca lapidada, no tamanho 26x76mm, com espessura de 1,0 a 1,2 mm. É produzida em vidro óptico especial, transparente, de alta qualidade e sem imperfeições. A caixa vem com 50 unidades revestidas com embalagem plástica, sem seda entre as lâminas. O encaixe é perfeito nos equipamentos de hematologia da marca Sysmex. A cubeta para aparelho tipo Konelab possui encaixe perfeito nos analisadores de química clínica Konelab 20 / Konela Prime 60. É comercializada em caixas com 30 racks, contendo em cada rack 30 cubetas com 12 orifícios. (/: (11) 3454-7000 / 2712-7000 8: [email protected] :: www.cralplast.com.br 74 NewsLab - edição 119 - 2013 Ensaios Abbott Architect para o monitoramento de drogas imunosupressoras: Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina Abbott Diagnósticos é líder mundial em testes sorológicos destinados ao monitoramento de drogas imunosupressoras utilizadas na terapia pós-transplante. Dentro desta linha de diagnóstico encontram-se os testes Abbott Architect Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina desenvolvidos para garantir um acompanhamento preciso da terapia e proporcionar uma maior confiança no resultado do paciente. Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina são drogas imunossupressoras utilizadas para inibir o processo imunológico de rejeição de órgãos. O Tacrolimus e a Ciclosporina atuam na via intracelular da calcineurina, levando à inibição da ativação dos linfócitos T e do seu consequente ataque contra o órgão transplantado. O Sirolimus é uma droga inibidora da divisão celular por bloqueio da via mTOR, impedindo a expansão clonal dos linfócitos T e a subsequente rejeição. Uma vez administrado, a metabolização destas drogas imunosupressoras é variável e irregular. Estudos farmacêuticos têm mostrado que há uma grande diferença inter e intraindividual em pacientes transplantados (1, 2). Por estas razões, a monitorização da terapia é necessária para controlar uma concentração no sangue com níveis significativos ao ponto de prevenir a rejeição, mas o suficientemente baixos para minimizar os efeitos secundários tóxicos, tais como diabetes, neuropatia e nefrotoxicidade.3 Os ensaios Abbott Architect Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina são imunoensaios de micropartículas por quimioluminescência (CMIA) para a determinação quantitativa destas drogas imunosupressoras em sangue total humano no Sistema Architect iSystem (Architect i1000, i2000 e i4000). Devido à alta sensibilidade e especificidade, estes ensaios permitem o acompanhamento de tratamentos com baixas doses de imunossupresores e reduzem a reação cruzada com outras drogas potencialmente utilizadas em combinação com estes imunosupressores. A linha Abbott Architect Transplante, para o monitoramento de drogas imunosupressoras detecta com precisão as menores mudanças nas concentrações de Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina, ajudando aos médicos a prestar uma ótima assistência ao paciente, permitindo ajustar a dosagem para prevenir a rejeição dos órgãos transplantados e ao mesmo tempo evitar os efeitos colaterais que estas drogas podem causar quando se encontram em concentrações elevadas. Referências 1 - Venkataramanan R, Jain A, Warty VW, et al. Pharmacokinetics of FK506 following oral administration. A comparison of FK506 and cyclosporine. Transplant Proc 1991;23 (1):931-3. 2 - Warty V, Zuckerman S, Venkataramanan R, et al. FK506 measurement: comparison of different analytical methods. Ther Drug Monit 1993;15 (3):204-8. 3 - Wallemacq P, Reding R. FK506 (Tacrolimus), a novel immunosuppressant in organ transplantation: clinical, biomedical and analytical aspects. Clin Chem. 1993;39:2219 –2228. 4 - Opportunities to Optimize Tacrolimus Therapy in Solid Organ Transplantation: Report of the European Consensus Conference. Pierre Wallemacq et al. Ther Drug Monit 2009;31 (2),139-52. MP09AGO2013 RMS: 10055311134, 80146501518, 80146501532 e 80146501659 8: [email protected] :: www.abbottdiagnostics.com Sucesso no Programa KRAS da Qiagen e LSS na Sociedade Europeia de Patologia O Laboratório Studart & Studart foi um dos dois laboratórios do Brasil a conseguir um sucesso na genotipagem do KRAS acima de 90% no Programa KRAS da EQA (Sociedade Europeia DE Patologia). Desde 1999, sob a coordenação do Dr. Eduardo Studart, o Laboratório, na busca da qualidade, participa do Programa de Incentivo ao Controle de Qualidade (PICQ) da Sociedade Brasileira de Patologia, sempre com excelentes notas, obtendo em todos esses anos certificados de proficiência. O objetivo principal de um laboratório de Anatomia Patológica é fornecer o diagnóstico de doenças dando orientação cirúrgica e terapêutica para os casos examinados. Em 2003 o Laboratório Studart & Studart recebeu a Certificação da ISO 9001:2000, único no Norte e Nordeste, sendo um dos cincos laboratórios de Anatomia Patológica certificados no Brasil. Desde 2007 o LSS está participando do Programa de Controle de Qualidade do HER2 pelo CAP (College of American Pathologists), U.S.A. e pelo UK NEKAS, England. 76 Em outubro de 2012, O LSS participou do programa denominado EQA para testar mutações KRAS no câncer colorretal da Sociedade Europeia de Patologia (ESP), no qual foram aprovados com alto desempenho. Este programa visa garantir a melhor precisão e proficiência em testes de mutação KRAS em todos os países ou instituições no mundo. A metodologia utilizou o teste de mutação KRAS RGQ PCR Kit da Qiagen, sendo o primeiro laboratório no Brasil a implantar PCR em tempo real para KRAS. O Score da genotipagem para KRAS do LSS foi de 20/20 (100%) acertando todos os genótipos, enquanto a média mundial foi de 94% (18.94/20). A extração de DNA para KRAS mais utilizado foi o QIAamp DNA FFPE Tissue Kit da Qiagen, o que garantiu uma amostra de qualidade e alta pureza. Esta importante certificação foi resultado de uma confiança mútua e parceria entre o Laboratório Studart & Studart e a Qiagen. :: www.qiagen.com NewsLab - edição 119 - 2013 17 parâmetros em 35 segundos Maior simplicidade, qualidade e rapidez. Este é o perfil do mais novo analisador de gasometria da Radiometer ABL90 FLEX, representada no Brasil pela Biodina. Em apenas 35 segundos, cerca de um terço do tempo requerido por outros analisadores compactos, o ABL90 FLEX realiza a análise de 17 parâmetros (pH, pCO2, pO2, cK+, cNa+, cCa2+, cCl-, cGli, cLac, ctBil, sO2, ctHb, FO2Hb, FCOHb, FMetHb, FHHb e FHbF) em amostras de 65 μL de sangue em seringas ou capilares, ampliando sua abrangência para Unidades de Tratamento Intensivo Adultas e Neonatais. Com produtividade de até 44 amostras por hora, o equipamento de TLR (Teste Laboratorial Remoto) está sempre pronto para a próxima análise e garante ao operador mais tem- po para dedicar-se ao paciente obtendo resultados rápidos para diagnóstico e tratamento imediatos. O analisador ABL90 FLEX combina a reconhecida qualidade de medição com o desempenho dos analisadores de bancada da Radiometer em um analisador de cassete portátil e flexível, dispondo de bateria recarregável opcional. Seu design compacto, sistema fechado e plataforma intuitiva permitem que o analisador seja transportado e alocado em pequenos espaços e exija mínimo manuseio e treinamento. Atualmente o ABL90 FLEX vem sendo instalado em diversas instituições de saúde, otimizando a assistência prestada principalmente ao paciente crítico. A facilidade de ter um equipamento com qualidade reconhecida disponível para teste laboratorial remoto auxilia no diagnóstico e tratamento de distúrbios diversos, permitindo a correta intervenção melhorando o prognóstico do paciente. Este perfil torna o ABL90 FLEX uma solução para a necessidade de resultados rápidos e confiáveis aos setores críticos e mostra-se um sucesso em todas as Unidades de Saúde em que é utilizado, sendo aprovado: pelos usuários por sua facilidade de manuseio; pela equipe médica devido à confiabilidade de seus resultados e pelos centros de custos por sua facilidade de operação e gerenciamento do equipamento e insumos à distância através do Software Radiance da Radiometer ou sistema HIS/LIS. (: (21) 2435-9861 / (: (11) 3318-2800 8: [email protected] :: www.biodina.com.br Reagente Lactato da Biotécnica com metodologia Trinder A acidose láctica pode ocorrer em dois perfis clínicos característicos. No primeiro, ocorre a diminuição de oxigenação tecidual (hipoxia), resultante de choques, hipovolemia e insuficiência ventricular esquerda. No segundo perfil (metabólico), ocorre associação a doenças como diabetes mellitus, neoplasias, doenças hepáticas ou então está relacionado a drogas e/ou toxinas como etanol, metanol e o salicilato. A acidose láctica também pode ocorrer na falência renal, na leucemia e na deficiência de tiamina. Portanto, as determinações de lactato são importantes para avaliação do status ácido-base sanguíneo e tratamento da acidose láctica (acidez anormal do sangue). No Líquido Cefalorraquidiano (LCR) os níveis de lactato estão aumentados na meningite bacteriana, na hipocapnia, hidrocefalia, abscessos cerebrais, isquemia cerebral e outras condições clínicas associadas à oxigenação reduzida do cérebro e/ou aumento da pressão intracraniana. Na coleta sanguínea, como lactato é produzido pela glicólise nas hemácias, o sangue deve ser colhido na presença de fluoreto, obtendo-se assim o plasma fluoretado, e centrifugado rapidamente. Apenas após estes cuidados, o lactato ficará estável 14 dias se armazenado de 2 a 8ºC. Ainda, como há presença 78 de lactato na saliva humana, deve-se utilizar máscara e evitar conversar próximo ao local de ensaio e proceder com rigorosa higienização dos materiais de laboratório. O reagente Lactato da Biotécnica segue a metodologia Trinder (Lactato Oxidase/Peroxidase) e apresenta-se na forma monorreagente pronto para uso e contém calibrador e controle inclusos no kit. Bibliografia Burtis CA, Ashwood ER, editors. Tietz Textbook of Clinical Chemistry, 2ª ed. Philadelphia. PA: WB Saunders; 1994: 975. Noll F. Metods of Enzymaic Analysis. 2ª ed. Bergmeyer HU, ed. New York, NY: Academic Press Inc 1974: 1475. Shimojo N et al, Clin. Chem. 1989; 35(9): 1992 – 1994. Mascini M et al, Clin. Chem. 1991; 37(11): 1978 – 1980. Por Anderson Alex Barbosa da Silva Biotécnica Ind. e Com. Ltda. 8: [email protected] :: www.biotecnica.com.br NewsLab - edição 119 - 2013 Especial Especial ESPECIAL Especial ESPECIAL ESPECIAL Especial Especial ESPECIAL ESPECIAL CORAÇÃO A GALOPE O galope do cavalo é um tipo de marcha rápida e aos saltos. O peso do cavalo é sustentado alternadamente por ambas as patas dianteiras e traseiras. A a us culta do coração em condições normais nos mostra as chamadas bulhas cardíacas. A primeira bulha cardíaca resulta do fechamento das valvas mitral e tricúspide, coincidindo com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. Em condições normais, a primeira bulha tem maior intensidade no foco mitral. A segunda bulha cardíaca é constituída por quatro grupos de vibrações, porém somente são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o componente aórtico em toda a região precordial, enquanto o ruído originado na pulmonar é auscultado em uma área limitada, correspondente ao foco pulmonar e à borda esternal esquerda (1). A adição de uma terceira bulha às duas bulhas normais transforma o ritmo binário em ritmo tríplice ou de 3 tempos. O médico francês Bouillaud, em 1847, criou a denominação ritmo de galope (Jean Baptiste Bouillaud, médico francês, 1796-1881). (Fr. bruit de gallop, Ing. gallop murmur or gallop rhythm), baseando-se em suas características sonoras. Isso porque os sons que se ouvem lembram o ruído das patas de um cavalo galopando, o que pode ser imitado repetindo-se ritmadamente a expressão PA-TA-TA, ou seja, PA-TA-TA – PA-TA-TA – PA-TA-TA (1). O ritmo de galope é mais bem audível quando se apoia o receptor, de preferência de campânula, com suavidade sobre a parede torácica, podendo desaparecer quando se comprime demasiado o receptor. O ritmo de galope é mais audível na ponta do coração ou junto à borda esternal (área tricúspide) com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Às vezes, o ritmo de galope é mais palpável que audível. Embora ainda persistam dúvidas sobre alguns de seus aspectos fisiopatológicos, o ritmo ou ruído de galope possui grande valor na prática, porque significa sempre importante compro- 80 metimento do miocárdio; por isso se diz que é o “grito de socorro” do miocárdio em sofrimento (1). O coração a galope apresenta uma frequência de 100 batimentos por minutos, ou mais. Portanto, em geral, é indicativo de cardiopatia grave, principalmente o tipo diastólico. A medicina, bem como outras ciências, frequentemente usufrui de correlações conceituais e nosológicas com a mitologia, especialmente a grega. Os exemplos são numerosos, tanto nas disciplinas clínicas, quanto nos distúrbios do aparelho psíquico. O Dr. Carlos Henrique Vianna de Andrade, em seu livro Exame clínico do coração (2), concebe aspectos cardiológicos interessantes e curiosos entre a terrível Esfinge e Édipo, personagens da Mitologia Grega. A Esfinge, às portas de Tebas, matava todos aqueles que não conseguiam responder ao enigma: “Qual é o ser que caminha sobre quatro pernas pela manhã, com duas ao meio-dia e com três à noite?” Édipo foi o primeiro a acertar e respondeu: - “É o homem, que engatinha quando bebê, caminha em pé quando adulto e usa uma bengala na velhice”. Assim, recebeu “passe livre” para chegar a Tebas. O povo de Tebas ficou tão impressionado que aclamou Édipo rei, e a rainha Jocasta tornou-se sua esposa, ambos ignorando a condição de mãe e filho. Se a esfinge tivesse perguntado: “Qual o animal que pela manhã tem 4 bulhas cardíacas, ao meio dia duas e à tarde três?”, provavelmente Édipo, que não era versado em ausculta cardíaca, não responderia, e seria devorado pela Esfinge. A Esfinge, por sua vez, teria feito a pergunta correta, pois a terceira e a quarta bulhas podem ser normais na infância, geralmente são patológicas na vida adulta e, na velhice, uma quarta bulha pode estar presente em condições normais (2). Texto baseado em: Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica - 6ª ed.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Andrade, Carlos Henrique Vianna. Exame clínico do coração: aspectos práticos e fisiopatológicos. 2a ed. Belo Horizonte: COOPMED, 2004. José de Souza Andrade-Filho – Patologista, membro da Academia Mineira de Medicina e professor de anatomia patológica da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. NewsLab - edição 119 - 2013 Artigo Candidúria em Transplantados Renais: Revisão da Literatura Iana Mundim de Oliveira1, Ivo da Costa Martins1, Xisto Sena Passos2 1 – Alunos do Curso de Enfermagem do Campus Flamboyant da Universidade Paulista. Goiânia, GO 2 – Professor do Curso de Enfermagem do Campus Flamboyant da Universidade Paulista. Goiânia, GO Summary Resumo Candidúria em transplantados renais: revisão da literatura Candiduria in kidney transplant patients: a literature review O objetivo deste estudo é fornecer uma revisão sobre can- The objective of this study is to supply a revision about didúria em pacientes que se submeteram a transplante renal, candiduria in patients submitted to kidney transplant, showing mostrando aspectos importantes sobre epidemiologia, fatores de important aspects about epidemiology, risk and virulence risco e virulência, fisiopatologia e tratamento. De modo geral, factors, pathophysiology and treatment. Generally, patients pacientes submetidos a transplantes são altamente propícios a submitted to transplant are highly favorable to opportunistic infecções oportunistas pelo uso de terapia imunossupressora infections for the use of post-transplant immunosuppressive pós-transplante a fim de evitar rejeição. De grande importância therapy in order to avoid rejection. Of a great epidemiology epidemiológica, o gênero Candida é responsável por grande importance, the genre Candida is responsible by great part parte destas infecções com altas taxas de morbimortalidade. of this infections with high rates of morbimortality. Candida Candida glabrata tem sido a espécie mais descrita, seguida de glabrata has been the specie more described, followed C. albicans, sendo esta constituinte da microbiota normal humana by C. albicans, being this constituent of normal human e tornando-se patogênica a partir de um desequilíbrio do sistema microbiota and become pathogenic from an imbalance of imunológico do hospedeiro, como ocorre nos pacientes transplan- host immunologic system, as occur in transplanted patients. tados. O tratamento é feito com fluconazol e anfotericina B, tendo The treatment is done with fluconazole and amphotericin B, sucesso quando diagnosticado precocemente. having success when is early diagnostic. Palavras-chave: Candida, transplante, imunossupressão, fatores de virulência Keywords: Candida,transplantation, immunosuppression, virulence factors A cada ano, aproximadamente do trato urinário (ITU) sendo respon- 15.000 transplantes renais são rea- sável por 40 a 50% das infecções, e transplante é um procedi- lizados, com cerca de 80% dos pa- sua incidência é maior em mulheres mento usado como trata- cientes a sobreviverem mais de cinco (4). Este fato está relacionado à pró- mento cirúrgico em pacien- anos (2). A doação do órgão pode pria anatomia feminina onde a uretra tes portadores de doença renal em ser feita de doador vivo ou falecido, e o ânus são localizados próximos estágio terminal (DRET), que garante sendo o transplante considerado um um do outro, além de a uretra fe- a este grupo uma taxa de sobrevi- verdadeiro dilema ético do século 21. minina ser bem mais curta do que a da relativamente maior em relação Complicações, essencialmente infec- masculina, facilitando a migração de aos pacientes que permanecem em ciosas, ocorrem em transplantados microrganismos provenientes do ânus terapia dialítica (1). Consiste, basica- renais, aumentando a morbimorta- para a vulva e consequente ascensão mente, em substituir o rim adoecido lidade desta população em números para a bexiga. Os fungos têm uma de um paciente por outro saudável, significativos (3). grande importância nestas infecções, Introdução O visando restabelecer sua função renal, na medida do possível. 82 A principal infecção que acomete com uma taxa variando cerca de 5 a pacientes transplantados é a infecção 10% entre os transplantados (5). O NewsLab - edição 119 - 2013 gênero Candida ganha essencial des- sendo que o primeiro episódio ocorreu pia prévia, presença de cateter venoso taque, tendo uma incidência de 35 a em média após 54 dias do transplan- central e o longo período de internação 90% frente aos fungos causadores de te. Candida glabrata foi responsável em Unidades de Terapia Intensiva (11, infecções pós transplante renal (6). por 53% dos casos de candiduria, 12). Matignon et al. (5) trazem a con- Os pacientes transplantados re- seguida por C. albicans com 35%. taminação por Candida spp. do líquido nais estão em alto risco de adquirir Ainda neste estudo revelou-se que de preservação do rim doado como um candidúria, cuja definição é bastante 5% dos pacientes com candidúria fator intimamente ligado à infecção do controversa, pois não se trata de um desenvolveram candidemia. Outro es- indivíduo receptor do órgão. sintoma, nem de um sinal e nem tudo, realizado por Delgado et al. (10) Outro estudo realizado nos EUA é, definitivamente, uma doença e durante dois anos, em país europeu, por Safdar et al. (2) sobre fatores sim a presença de Candida spp na mostrou que houve uma incidência de predisponentes para candidúria em urina (7, 8). 3,4% ocorrendo em média após 18 transplantados renais traz ainda: Este estudo tem como objetivo meses. A espécie mais prevalente foi anormalidades urológicas (36%), abordar candidúria em pacientes que C. glabrata, com 49,4%, seguida por principalmente a bexiga neurogêni- se submeteram a transplante renal, C. Albicans (19,2%), C. krusei (8,4%) ca. Também os cateteres urinários mostrando aspectos importantes so- e C. Tropicalis (8,4%). (35%) como sondas e nefrostomia bre epidemiologia, fatores de risco e A ocorrência de infecções por virulência, fisiopatologia e tratamento. Candida não-albicans (C. glabrata, e as doenças de base, sobretudo as cardiovasculares. C. tropicalis, C. Krusei etc.) tem se Revisão da literatura Epidemiologia da Candidúria tornado cada vez mais frequente. Esse Fatores de virulência e outros eventos estão intimamente Em relação aos fatores inerentes relacionados ao uso indiscriminado ao microrganismo, quando se trata de antimicrobianos como tem ocor- do gênero Candida, é uma levedura O primeiro ano pós transplante re- rido, o que promove a resistência de oportunista podendo ser extremamen- nal é crucial, pois é nesse período que microrganismos, fato que vem sendo te patogênica em determinadas situa- mais se desenvolvem complicações bastante abordado no cenário atual e ções. São descritos vários fatores de infecciosas, com uma taxa em torno que tem preocupado os profissionais virulência como características celu- de 80%. Este fato está relacionado de saúde pelo risco que oferece à lares e moleculares determinados ge- com a alta dose de imunossupressores população humana. neticamente, que potencializam o seu utilizada a fim de prevenir a rejeição do novo órgão pelo organismo. No pri- efeito patogênico (13). Esses fatores Fatores de risco estão relacionados à alta capacidade meiro mês, predominam as infecções Os pacientes submetidos a trans- de adesão, ao dimorfismo e produção do trato urinário e da ferida opera- plantes em geral seguem em uso de de toxinas (14, 15, 16). Outras fontes tória. Do segundo ao sexto mês pós terapia imunossupressora com cor- trazem também a termotolerância e a transplante, as infecções oportunistas ticosteroides a fim evitar inúmeras capacidade de formação de biofilmes por fungos e vírus ocorrem com mais complicações que podem vir a acon- como fatores de virulência encontra- frequência (3). tecer, como a rejeição do novo órgão dos nas diferentes espécies (17, 18). As infecções fúngicas em trans- pelo organismo receptor. Em razão A capacidade de adesão é uma plantados renais variam entre 0 a desta terapia imunossupressora, estes peça fundamental no desenvolvimento 20%. Dentre estas, Candida spp. pacientes ficam suscetíveis a diver- do processo infeccioso e é mediada é responsável por 76-95% em pós sas infecções oportunistas, sendo as pela proteína adesina, produzida pela transplante renal, com uma taxa fúngicas de especial importância (1). maioria das espécies de Candida. Em de mortalidade que varia entre 23- Segundo a literatura, além da imu- relação à produção de proteínas, tanto nossupressão induzida, vários outros C. albicans como C. não-albicans são Em um estudo realizado durante fatores de risco predispõem a estas capazes de produzi-las, tendo como oito anos por Safdar et al. (2), nos infecções. As condições associadas à principais as proteinases e as fosfo- EUA, cerca de 11% dos transplanta- infecção fúngica mais frequentemente lipases, que auxiliam no processo de dos renais desenvolveram candidúria, descritas são o uso de antibioticotera- adesão e invasão de tecidos (16). 71% (9). NewsLab - edição 119 - 2013 83 Fisiopatologia visto que este não é o mesmo nas Discussão Espécies de Candida fazem par- diferentes populações, tornando a te da microbiota humana, sendo identificação da espécie de Candida As infecções fúngicas em trans- encontradas em situações normais causadora de fundamental impor- plantados renais correspondem a em cerca 15 a 60% da população tância antes de iniciar a terapêutica, 21,6% sendo que, dentre estas, Can- estando localizadas, sobretudo, na bem como a realização do antifun- dida spp é responsável por 60,6%. vagina e no trato gastrintestinal. gigrama em alguns indivíduos para Candida albicans, com 50%, é o Tornam-se patogênicas a partir do conhecer a resistência a esses fár- principal patógeno responsável, se- momento em que o mecanismo de macos na população atendida (19). guido por C. glabrata (30,3%) (23). defesa do organismo está alterado Em testes de suscetibilidade a Estes resultados estão de acordo com (12, 17). Basicamente, esses mi- antifúngicos realizados por Ruhnke aqueles apresentados por Munksgaard crorganismos atingem o sistema et al. (20) e Pappas et al. (21), C. (9), onde as infecções fúngicas em renal por dois mecanismos: meca- albicans mostrou ser suscetível a transplantados renais variam entre 0 a nismo ascendente ou retrógrado, todos os antifúngicos usados, o que 20%, tendo uma pequena diminuição isto é, trajeto contrário do períneo não aconteceu com C. glabrata e C. na porcentagem causada por Candida para as vias urinárias; ou por via krusei, que foram os menos suscetí- spp (76-95%). hematogênica, quando o fungo está veis no tratamento de candidúria. O Estudos existentes sobre trans- presente no sangue (12). Grande antifúngico mais ativo contra todas plantados trazem a respeito do pe- parte dos pacientes com candidúria as espécies de Candida foi o flucona- ríodo mais crítico pós-transplante, apresentam-se assintomáticos (8). zol. A anfotericina B mostrou menor onde as infecções pelo gênero Candida eficácia no combate a candidúria. são mais comuns. Moysés Neto et al. A infecção do trato urinário por Candida spp depende de um ou mais O tratamento de candidúria (24) trazem que este período crítico fatores de virulência e a sua disse- depende da sintomatologia do pa- corresponde aos primeiros seis meses minação é consequência dos fatores ciente, pois nem todos apresentam após o procedimento. Outro estudo de risco do paciente. A capacidade sintomas. Para os assintomáticos recente de Einollahi (25) traz o mesmo de adesão ao tecido do paciente é aconselha-se colher uma segunda período. Quando se tratando especifi- um fator crítico para a ocorrência amostra de urina e se a candidúria camente de infecções do trato urinário da infecção. Esta aderência pode ser persistir, o tratamento é direcionado por Candida, os estudos trazem a facilitada com a ação das fosfolipases para a remoção dos fatores de risco, maior incidência no primeiro mês pós produzidas pelas espécies de Candida como a retirada da sonda vesical transplante (9). que causam dano na membrana celu- de demora, não havendo a neces- Estudo epidemiológico por Moysés lar. Após a adesão, e caso as espécies sidade do uso de antibióticos (22). Neto et al. (24), realizado em país consigam produzir hifas, elas irão se O grande objetivo do tratamento sul-americano, verificou que a inci- multiplicar e tem-se o início do pro- da candidúria sintomática é erra- dência de infecção do trato urinário cesso de colonização e/ou formação dicar os sintomas associados com por Candida spp foi de 51,4%, com de biofilme. Posteriormente haverá o a infecção do parênquima do trato C. albicans sendo a espécie mais processo de invasão tecidual, podendo urinário. As opções de tratamento isolada (60,7%), seguida por C. tro- chegar à corrente sanguínea, o que são fluconazol oral ou intravenoso picalis (11,2%) e C. glabrata (10,2%). pode levar à candidemia (12). ou anfotericina B intravenoso. Ir- Este estudo apresenta resultados rigação vesical com anfotericina B divergentes em relação a outros já é raramente indicada pois apenas citados, tendo variação na incidên- Tratamento Tem-se observado um aumento elimina o fungo temporariamente cia entre 3,4-11% e a espécie mais no número de cepas pouco suscetí- (21). Um outro antifúngico usado é a isolada foi C. Glabrata (49,4-53%). veis a certos antifúngicos. Para uma caspofungina, que em um estudo de Estas divergências encontradas nos maior efetividade no tratamento candidúria em pacientes transplan- estudos apresentados podem estar de infecções fúngicas, o perfil de tados renais, realizado por Delgado relacionadas ao período em que foram sensibilidade de Candida spp. aos et al. (10), foi eficaz em 72,2% da realizados. Com o passar do tempo antifúngicos deve ser investigado, população em estudo. as técnicas cirúrgicas e a qualidade 84 NewsLab - edição 119 - 2013 da assistência têm melhorado e com facilidade de adesão de Candida spp do hospedeiro facilitam essa ascenção isso as taxas de infecções diminuíram. às células do trato genitourinário como períneo-vesical. Além disso, fatores socioeconômi- primeiro mecanismo de patogenici- Há um consenso quando se trata cos desfavoráveis aumentam o risco dade. Douglas (32) e Ramage (33) do tratamento de candidúria. Gui- para infecções em relação aos países apresentam a capacidade de formação deline europeu para o tratamento desenvolvidos. O uso indiscriminado de biofilmes como fator envolvido em de infecções por candida refere que de antimicrobianos vem aumentando infecções por Candida. Esse biofilme candidúria normalmente não neces- e isso favorece a resistência de Can- consiste na formação de uma massa sita de tratamento antifúngico. Para dida spp., resultando na variação dos de microrganismos como forma de pacientes assintomáticos a retirada da isolados, de C. albicans para Candida proteção, cujas agregações são resis- sonda vesical de demora (SVD) deve não-albicans. tentes à diversos agentes microbia- ser a medida preconizada. Já para Sabe-se que Candida spp. é um nos. Rörig, Colacite e Abegg (34) citam candidúria sintomática, os pacientes fungo constituinte da microbiota hu- a atividade hemolítica e a produção devem receber antifúngicos para além mana, sendo patogênico em algumas de exoenzimas, como proteinases e de remoção da SVD. Os antifúngicos situações específicas. Parece haver fosfolipases, além da termotolerân- mais aceitos são fluconazol ou anfote- um consenso na literatura quando se cia (39-42ºC) como características ricina B sistêmico. A irrigação vesical trata de fatores de risco para o desen- patogênicas associadas a diferentes com antifúngicos é uma opção menos volvimento de infecção por Candida. espécies de Candida observadas in usada devido à sua ação limitada. Para Grande parte dos estudos realizados vitro. Alguns autores trazem ainda o candidúria causada por espécies de traz a antibioticoterapia prévia e a dimorfismo e a variação de antígenos Candida não-albicans, Caspofungina imunossupressão multifatorial, isto de superfície. Ao se apresentarem na pode ser usada (20). Um outro gui- é, por vários fatores, que vão desde forma de hifas, dificultam a fagocitose deline, realizado em hospital nacional, à terapia imunossupressora em pa- pelas células de defesa do organismo protocolou o mesmo tratamento, com cientes transplantados, até fatores humano (14). a retirada da SVD em assintomáticos secundários como desnutrição e in- A fisiopatologia da candidúria é e o uso de fluconazol oral, em até ternação prolongada em unidade de um tema fracamente discutido nos 14 dias, ou o uso de anfotericina B, terapia intensiva (14, 15, 17, 27, 28). estudos encontrados, onde há maior em até sete dias (35). O tratamento O longo tempo de permanência em abrangência em estudos sobre infec- descrito é bastante similar ao que foi UTI constitui um fator de risco tanto ções urinárias bacterianas. Há um apresentado acima por Pappas et al. pela quantidade de procedimentos consenso de que Candida spp. tem invasivos realizados nesta unida- igual propensão de causar candidúria (21) e por Fisher (22). de, quanto pelo próprio perfil deste tanto por via hematogênica como pacientes hospitalizados realizado paciente internado. Alguns estudos por via ascendente, o que torna tão por Kaufman et al. (30) os dois trata- relatam fatores específicos, como difícil a determinação do significado mentos mais usados foram irrigação anormalidades urológicas e doenças dela. A candidúria via hematogênica vesical de fluconazol e anfotericina B de base como diabetes mellitus e é bem definida, onde microabcessos intravenoso, com taxas de sucesso câncer (29, 30). Indivíduos diabéticos no córtex renal se formam, levando o de 45,5% e 54,4%, respectivamente. podem apresentar estado nutricional fungo a penetrar entre os glomérulos Nesse mesmo estudo 21,4% recebe- debilitado, além de alterações no fluxo para dentro dos túbulos proximais e ram tratamentos combinados como urinário com eventual necessidade de daí para a urina. A fisiopatogenia da irrigação vesical de fluconazol e anfo- sondagem vesical, o que naturalmente candidúria por via ascendente não é tericina B ou fluconazol e anfotericina constitui fator de risco para infecção. ainda bem conhecida devido à inexis- B intravenoso. O uso de irrigação Variáveis contribuintes para a ins- tência de cobaias animais preparadas vesical de fluconazol não é preconi- talação da doença são os mecanismos para o seu estudo (8). Sabe-se que zado nos guidelines encontrados, no de patogenicidade conhecidos como Candida spp. tem uma grande capa- entanto, o seu uso neste estudo foi em fatores de virulência. Estes estão re- cidade de aderência e de produção de larga escala e com taxas de sucesso lacionados ao tipo e local da infecção. enzimas tóxicas e essas características relativamente elevadas. Isso se deve Al-Barrak & Al-Kawaz (31) trazem a em associação com os fatores de risco à ação mais direta no local da infecção 86 Em estudo sobre candidúria em NewsLab - edição 119 - 2013 por Candida, obtendo um resultado em duas semanas e que a associação Candida mais prevalentes foram C. mais rápido. da retirada da SVD é extremamente glabrata seguida de C. albicans, o que benéfica no auxílio da erradicação da mostra o aumento da ocorrência de infecção. infecções por Candida não-albicans. Sobel et al. (36) realizaram um estudo em 316 pacientes hospitalizados com candidúria, onde alguns foram Ao se estabelecer a colonização de tratados com fluconazol e o restante Candida spp. na urina o tratamento de com placebo, ambos por 14 dias. A negativação de Candida spp. após 14 Conclusão escolha deverá ser de acordo com a sintomatologia do paciente. Caso este dias aconteceu em 50% no grupo que Os pacientes transplantados renais se encontre assintomático, deverão recebeu fluconazol e de 29% no grupo são induzidos à imunossupressão com ser removidos os fatores de risco para placebo. A eliminação do fungo no a administração de corticosteroides e infecção precocemente. Caso este grupo que recebeu fluconazol e retirou a procedimentos invasivos. Candida seja sintomático, o preconizado será a SVD aconteceu em 78% contra 47% spp se aproveita das condições do fluconazol via oral ou anfotericina B daqueles que receberam placebo em hospedeiro e dos seus próprios fa- via endovenosa. associação com a retirada da SVD. tores de virulência para estabelecer Neste estudo se demonstrou que o a infecção urinária, tanto por via Correspondências para: fluconazol é seguro e eficaz, produzin- ascendente como por via hemato- Xisto Sena Passos do taxas altas de eliminação do fungo gênica. Na literatura, as espécies de [email protected] Referências Bibliográficas 1. Carvalho AAT, Figueira MAS, Melo SHL.Transplante Renal: a influência da terapia imunossupressora na prevalência de manifestações estomatológicas. Odontologia Clin-Cientif. 2(3): 165-174. 2003. 2. Safdar N, Slattery R, Knasinski V, Gangon RE, Li Z, Pirsch JD et al. Predictors and Outcomes of Candiduria in Renal Transplant Recipients. Clin Infect Dis. 40(1): 1413-1421. 2005. 3. 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Clin Infect Dis. 30(1): 19-24. 2000. NewsLab - edição 119 - 2013 Lista de Convênios e Unidades Notícias Pesquisa de Satisfação 31 Notícias Eventos/Cursos Artigos Site na internet Chat ? Agenda de Exames Datas comemorativas Perguntas Frequentes Simplificando o dia a dia do laboratório www. sline.com.br (27) 3207-6733 [email protected] 89 Artigo Avaliação dos Resultados dos Testes da Tira Reativa na Detecção de Glicosúria em Pacientes com Glicemia Alterada Víctor Castelo Branco Pereira1, José Nilson Ferreira Gomes Neto2 1 – Acadêmico do curso de Farmácia. Universidade de Fortaleza, Centro de Ciências da Saúde, Fortaleza, CE 2 – Professor Mestre em Ciências Farmacêuticas. Universidade de Fortaleza, Centro de Ciências da Saúde, Fortaleza, CE Summary Resumo Avaliação dos resultados dos testes da tira reativa na Evaluation of test results of urine test strip for detec- detecção de glicosúria em pacientes com glicemia alterada tion of glycosuria in patients with altered blood levels Quando os níveis sanguíneos de glicose ficam elevados, ela When blood glucose levels are high it appears in the aparece na urina, sendo denominada de glicosúria. O objetivo do urine. The aim of this study is to evaluate the test results of estudo é avaliar os resultados dos testes da tira reativa de urina na urine test strip for detection of glycosuria in patients with detecção de glicosúria em pacientes com glicemia alterada, com- altered glucose levels, comparing the results of three different parando os resultados de três marcas de tiras diferentes entre si e brands of strips among themselves and with Benedict’s test. com o teste de Benedict. O método utilizado foi a imersão rápida The method used was the rapid immersion of the strips in das tiras na amostra de urina, avaliando-as conforme a escala de the urine sample, evaluating them according to color scale cores fornecida pelo fabricante, sendo todos os testes confirmados provided by the manufacturer, all tests being confirmed pelo teste de Benedict e analisados. Verificou-se que 58% dos by Benedict test and analyzed. It was found that 58% of pacientes são do sexo feminino, 60% estão entre 41 a 60 anos, patients are female, 60% are between 41 to 60 years, 58% 58% não apresentaram glicosúria e, dos 42% que apresentaram, had glucose in the urine, and 42% of that presented in six em seis destes a glicemia era abaixo de 150 mg/dL. Em todos of glucose was below 150mg/dL. In all negative, glucose os resultados negativos, a glicemia era abaixo do limiar renal e was below the renal threshold and 15% of negative results 15% dos resultados negativos para as tiras foram positivos para o for the strips were positive Benedict’s test, demonstrating the teste de Benedict, demonstrando uma maior sensibilidade do teste importance of implementing the confirmatory test and the confirmatório e a necessidade de uma padronização do exame de need for standardization of urinalysis in determining the urina na determinação da glicosúria através das tiras reagentes, glycosuria through the test strips in order to increase the de modo que aumente o grau de precisão dos resultados obtidos, accuracy of the results, making them more reliable when it tornando-os mais confiáveis quando não for possível a realização is not possible to perform the confirmatory test. do teste confirmatório. Palavras-Chaves: Urina, urinálise, glicose, Diabetes mellitus Introdução Keywords: Urine, urinalysis, glucose, Diabetes mellitus forma-se o ultrafiltrado glomerular, No que se refere à glicose, os rins, que passa pelos túbulos cujas células através do córtex renal, têm uma s rins exercem uma impor- reabsorvem as substâncias neces- capacidade de produção maior que o tante função na eliminação sárias e eliminam as supérfluas. Ao fígado por grama de tecido, além de de substâncias indesejáveis, chegar ao ureter, já é a urina pro- a medula renal mostrar uma elevada presentes no sangue. Para desem- priamente dita. A quantidade total de capacidade glicolítica relacionada com penhar essa função, todo o volume uma determinada substância presente o seu mecanismo de concentração. sanguíneo passa pelos rins para ser na urina é o resultado conjunto da Evidenciamos, portanto, que os rins filtrado. À medida que o sangue é fil- filtração glomerular e da secreção e participam também na produção, uti- trado, ao nível dos glomérulos renais, reabsorção tubulares. lização e conservação da glicose (1). O 90 NewsLab - edição 119 - 2013 Quase toda quantidade de glico- Uma das patologias que mais evi- A glicosúria para o teste da tira se filtrada pelos glomérulos é reab- denciam o quadro de glicosúria é a reativa pode ser classificada como: sorvida nos túbulos renais, havendo diabetes mellitus, sendo relatado por traços, 1+, 2+, 3+, 4+ e 5+, de acordo na urina quantidades mínimas, Gross et al. (2002) como uma frequen- com a tabela de cores fornecida pelo considerando-se normal o achado te situação clínica que acomete cerca fabricante. de até um grama por litro 1g/l em de 7,6% da população adulta entre O teste de Benedict baseia-se em 24horas. A reabsorção tubular é fei- 30 e 69 anos e 0,3% das gestantes. um reagente químico de cor azulada ta por transporte ativo em resposta É caracterizada por hiperglicemia, que contém sulfato de cobre, citrato às necessidades do organismo para resultante de defeitos na secreção de de sódio e carbonato de sódio. Foi manter uma concentração adequada insulina ou em sua ação. Trata-se de desenvolvido pelo químico Norte- de glicose. um distúrbio metabólico causado pela -Americano Stanley Rossiter Benedict Se os níveis sanguíneos de glicose completa ou parcial deficiência de in- e é usado para detectar a presença ficarem elevados, o transporte tubular sulina pelo pâncreas e/ou diminuição dos açúcares e açúcares redutores, desta substância cessa e ela aparece de sua ação nos tecidos, prejudicando que são glicose, lactose, galactose, na urina (glicosúria). O nível san- o metabolismo dos lipídios, glicídios, manose e maltose. guíneo no qual a reabsorção tubular proteínas, água, vitaminas e minerais Quando aquecida a solução de cessa é chamado “limiar renal” e é (5). Essa hiperglicemia se manifesta Benedict em uma proporção de dez de 160 a 180 mg/dL. A detecção de por sintomas clássicos como poliúria, partes da solução para uma parte de glicosúria faz parte da rotina do exame polidipsia, perda de peso, polifagia e vi- urina contendo glicose, o carbonato de urina por esta surgir em casos de são turva ou por complicações agudas de sódio converte a glicose em uma diabetes mellitus, em lesões cerebrais que podem levar a risco de vida (6). redução da substância ativa que reduz e em algumas disfunções dos rins que Existem dois testes que são co- diminuem a capacidade dos túbulos mumente utilizados na detecção da renais na reabsorção da glicose (2). glicosúria: o teste da tira reativa e o o sulfato de cobre para cobre suboxidado hidratado amarelo (7). O estudo e análise da urina foi o teste confirmatório de Benedict. O tes- Reação: precursor da medicina laboratorial e, te da tira reativa é feito pelo método Sulfato de cobre + Subst. Redutoras apesar de, na antiguidade, os pesqui- específico para glicose, o glicose-oxi- Δ meio alcalino Dióxido de cobre sadores não contarem com nenhum dase, impregnando-se a área do teste + Subst. Oxidada tipo de método sofisticado de exame, “tira de papel” com uma mistura de eles obtinham informações diagnósti- glicose-oxidase, peroxidase, cromóge- De acordo com a coloração obtida, cas básicas como cor, turvação, odor, no e tampão para produzir uma reação pode-se ter uma ideia aproximada volume, viscosidade e até presença de enzimática sequencial dupla. Em um da quantidade de glicose presente açúcares em algumas amostras, por primeiro momento, a glicose-oxidase na urina: azul límpida – 0 de glico- relatarem a aproximação de formigas catalisa a reação entre a glicose e o ar se; precipitado esverdeado – 100 a e outros insetos (3). do meio ambiente para produzir ácido 500mg/100ml; precipitado verde tur- A busca pelo aprofundamento do glicônico e peróxido. Em seguida, a vo – 500 a 1.400mg/100ml; precipita- conhecimento a respeito da compo- peroxidase catalisa a reação entre o do marrom – 1.400 a 2.000mg/100ml sição da urina é uma das origens do peróxido e o cromógeno para formar e precipitado vermelho tijolo – mais laboratório clínico, da química clínica um complexo oxidado colorido, reve- de 2.000mg/100ml (7). e da microbiologia. Depois de mais lando a presença de glicose (3). de um século da introdução de testes Atualmente existem diversas marcas de tiras reativas de urina no mer- químicos qualitativos e da análise mi- Reação: cado, com as mais distintas variações croscópica de sais urinários, cristais e Glicose + Oxigênio glicose-oxidase de preços, o que ocasiona dúvidas so- outros constituintes, a análise da urina Ácido glicônico + Peróxido de hidrogênio bre quais tiras podem ser usadas com é desafiada por novas necessidades confiabilidade e qualidade satisfatória médicas, bem como na produção e de- Peróxido de hidrogênio + cromógeno senvolvimento de técnicas e avanços peroxidase cromógeno (colorido no conhecimento científico (4). oxidado) + Água 92 para a rotina de um laboratório. Tendo em vista a importância desses testes no auxílio do diagnóstico NewsLab - edição 119 - 2013 de algumas patologias importantes, xos, que realizaram o exame sumário adicionar quatro gotas da urina em como a diabetes mellitus, viu-se a de urina, e foram excluídos pacientes teste e ferver com o auxílio de um necessidade da execução deste estu- com glicemia sanguínea normal que bico de gás ou lamparina, ou colocar do para a produção do conhecimento realizaram o referido exame. em banho-maria fervente por apro- sobre o nível de confiabilidade dos Os ensaios foram executados por resultados obtidos através dos testes um universitário do curso de Farmácia ximadamente 5 minutos Fazer uma prova em branco con- da tira reativa. da Universidade de Fortaleza, devida- tendo apenas 2,5 ml do reativo em Dessa forma, o presente estudo mente instruído e capacitado, através tubo de ensaio tem como objetivos avaliar os resulta- dos testes da tira reativa e o teste Observar se houve alguma mu- dos dos testes da tira reativa de urina confirmatório de Benedict, nos quais dança de coloração no branco, o que na detecção da glicosúria em pacien- foram utilizadas três marcas de tiras indicaria deterioração ou contamina- tes com glicemia sanguínea alterada, reativas diferentes, sendo as mesmas ção do reativo por substâncias redu- comparando entre si os resultados en- testadas simultaneamente para a toras. Caso isto ocorra, despreza-se contrados em três marcas de tiras dife- verificação de glicosúria, seguidas do o produto rentes e com o teste confirmatório de teste confirmatório. Observar se houve alguma mu- Benedict e correlacionar os resultados As tiras reativas se constituem dança de coloração na solução teste, positivos e negativos para glicosúria em pequenos quadriculados de pa- que pode variar de verde límpido a com a faixa glicêmica dos pacientes. pel absorventes, impregnados com vermelho tijolo, conforme a concen- substâncias químicas, presos a uma tração de glicose presente na amostra Material e Métodos tira de plástico. A reação química Foi utilizado o método de imersão que produz determinada coloração rápida das tiras reativas na amostra se dá quando o papel absorvente de urina, avaliando-as visualmente Este estudo representa uma pes- entra em contato com a urina. As após alguns segundos e comparando- quisa comparativa descritiva, que cores resultantes são interpretadas, -as com a escala de cores conforme visa avaliar de forma quantitativa os comparando-as com uma tabela de instruções do fabricante, realizado resultados de glicosúria obtidos por cores fornecidas pelo fabricante. sempre pela mesma pessoa, de modo testes de tira reativa de três marcas diferentes e fazendo uma compara- A sua realização é feita através da seguinte técnica: que se otimize a leitura das mudanças de cor, contribuindo para uma maior ção com o teste confirmatório (teste Homogeneizar bem a amostra de Benedict). Mergulhar a tira por completo por Todos os testes foram confirmados um breve período de tempo em um e os resultados de cada amostra fo- tubo de ensaio contendo a amostra ram anotados em tabela comparativa Realizou-se em um laboratório de análises clínicas privado, localizado no precisão na interpretação dos dados. município de Eusébio-CE, pertencente Remover o excesso de urina, entre as marcas em estudo e entre o à região metropolitana de Fortaleza- encostando a borda da tira em um teste de Benedict. Os pacientes foram -CE, no período de agosto a novembro papel absorvente identificados por ordem numérica e de 2011. Foram utilizadas amostras de Comparar as cores da reação com pela inicial de seus nomes. A coleta urina de pacientes com glicemia san- a tabela do fabricante em local de boa de dados feita a partir dos resultados guínea alterada, colhidas no mesmo iluminação e no tempo determinado obtidos com os testes já mencionados dia, que realizaram o exame sumário A realização do teste de Benedict é e coletados através de um formulário de urina no referido laboratório, sendo baseada na redução dos sais cúpricos específico, no qual todas as infor- feito a análise de 50 amostras selecio- pelos açúcares encontrados na urina mações de relevância e as principais nadas aleatoriamente. Todas as urinas que, quando aquecidos, reagem e variáveis do presente estudo foram foram coletadas (jato médio), acon- mudam sua coloração de acordo com registradas e analisadas. dicionadas em frascos de poliestireno a concentração de açúcar na amostra. Os resultados foram analisados estéril e processadas em menos de Esse teste segue o seguinte pro- através de tabelas e gráficos produ- duas horas após a coleta. A pesquisa cedimento técnico: inclui pacientes portadores de glicemia Colocar 2,5 ml do reativo de sanguínea alterada, de ambos os se- Benedict em um tubo de ensaio, 94 zidos pelo programa Microsoft Excel 2010 (Microsoft Windows®). O projeto de pesquisa recebeu a NewsLab - edição 119 - 2013 aprovação do Comitê de Ética em Pes- dL por “++++” e > 2.000mg/dL foi a 80 anos, revelando uma minoria quisa em Seres Humanos da UNIFOR, representado por “+++++”. de 12% na faixa etária abaixo dos Ceará em 05/10/2011, sob o parecer 304/2011. Resultados e Discussão Através da análise dos dados, 41 anos. Essa maior frequência na verificou-se que 58% dos pacientes faixa etária de 41 a 60 anos revela que apresentaram glicose plasmá- um achado que aponta para pacientes tica de jejum elevada, são do sexo que sofrem de diabetes tipo 2, a qual feminino, mostrando uma frequência acomete, em sua maioria, pessoas na maior de usuários femininos para os fase adulta, já que sua incidência e O exame de urina tem uma signifi- serviços de saúde. De acordo com prevalência aumenta acentuadamente cativa importância clínica, pois fornece Ortiz & Zanetti (2001), essa tendência com o progredir da idade, principal- preciosas informações sobre patologias também pode ser observada para a mente após os quarenta anos (10). renais e do trato urinário, bem como diabetes mellitus, no qual a incidência Apesar de todos os pacientes apre- extrarrenais, tais como alterações e a prevalência do diabetes tipo 2 é em sentarem glicemia sanguínea alterada, hepáticas, favorecendo também no média 1,8 vezes mais frequente nas 58% não apresentaram glicosúria, o auxilio do diagnóstico precoce/controle mulheres do que nos homens (10). que demonstra uma boa reabsorção da diabetes mellitus. É considerado Pode-se observar que 60% dos de glicose pelos túbulos renais através um exame de rotina, fazendo parte da pacientes com glicemia alterada estão de transporte ativo nestes pacientes. realidade laboratorial, por sua simples entre 41 a 60 anos e 28% entre 61 Dentre os pacientes que apresen- realização, baixo custo e facilidade na obtenção da amostra para análise de seus componentes bioquímicos (8). A urinálise é usualmente feita com tiras reagentes, o que torna mais simples e econômica a determinação do exame e mais rápida a interpretação do laudo laboratorial pelo médico. Tais tiras constituem o modo mais simples e rápido de realizar 10 ou mais análises bioquímicas clinicamente importantes (9), sendo capazes de avaliar alguns aspectos físicos, todos os químicos e, ainda, de verificar presença de sangue (8). Visto a enorme diversidade de tiras Figura 1. Distribuição dos pacientes com glicemia de jejum alterada, quanto à faixa etária reativas de urina disponíveis atualmente no mercado, observa-se uma disparidade nos intervalos de leitura na determinação da glicosúria em cruzes entre as diferentes marcas de tiras. De modo a facilitar a comparação dos resultados obtidos com as marcas das tiras utilizadas no estudo, foram adotados os seguintes parâmetros: 100mg de glicose por decilitro de urina até 249mg/dL foi representado por “+”, 250mg/dL a 499mg/dL por “++”, 500mg/dL a 999mg/dL representado por “+++”, 1.000mg/dL a 1.999mg/ 96 Figura 2. Perfil dos resultados de glicosúria em pacientes com glicemia de jejum alterada NewsLab - edição 119 - 2013 taram glicosúria (42%), observa-se que em seis destes (12%) a glicemia sanguínea era abaixo de 150 mg/dL, contrapondo-se à faixa do limiar renal (160mg/dL a 180mg/dL), o que pode ser ocasionado por diversos fatores que implicam na diminuição da taxa de reabsorção tubular da glicose, tais como síndrome de Cushing, desordens tubulares renais, uso de corticoesteroides, infecção grave, hipertireoidismo, feocromocitoma, doenças hepáticas e do sistema nervoso central (11). Os resultados de glicosúria com glicemia abaixo do limiar renal podem acontecer também por conta da urina Figura 3. Faixa glicêmica dos pacientes com teste de glicosúria positivo ser um fluido corporal que se forma gradativamente, levando algum tempo para sua formação, o que irá refletir o estado fisiológico do paciente de algumas horas antes da coleta da urina, diferente da glicemia, que mostra a taxa de glicose sanguínea na hora da coleta; logo estes resultados de glicosúria podem estar relacionados com uma glicemia sanguínea mais elevada de horas atrás. Verifica-se que, em todos os resultados negativos, a glicemia sanguínea dos pacientes está abaixo do limiar renal (160mg/dL a 180mg/dL). Dessa forma, evidencia-se de fato a correlação e concordância com o limiar renal para a Figura 4. Faixa glicêmica dos pacientes com teste de glicosúria negativo glicose, já que nenhum resultado negativo representa pacientes com glicemia sanguínea acima de 160mg/dL. Todos os resultados que evidenciaram positividade nas tiras reagentes foram confirmados pelo teste de Benedict, revelando uma ótima especificidade, padrão também verificado no estudo de Colombeli & Falkenberg, 2006. Observa-se que, dos 34 (100%) resultados negativos para os testes da tira reativa, cinco testes (15%) mostraram positividade para o teste confirmatório de Benedict, demonstrando uma maior sensibilidade deste NewsLab - edição 119 - 2013 Figura 5. Correlação entre os resultados de glicosúria negativos evidenciados pelas tiras reativas, com o teste de Benedict 97 tiras reativas de urina utilizadas, além da ausência de padronização da expressão em cruzes no parâmetro glicose, o que pode levar a erros de interpretação do laudo laboratorial por parte dos médicos como também a diferenças de laudos entre laboratórios, visto a enorme diversidade de tiras existentes no mercado. Este estudo demonstra, então, Figura 6. Comparação da equivalência dos resultados positivos entre as três marcas de tiras reativas que o teste de Benedict, quando comparado com os resultados positivos da tira reativa, apresenta uma boa especificidade e se mostra mais teste na detecção de glicosúria em em relação à avaliação semiquantita- sensível quando comparado com os relação aos testes realizados com as tiva da intensidade da reação e sua resultados negativos da tira reativa. tiras reativas. Deve-se levar em con- expressão em cruzes pode dificultar Conclui-se também a necessidade sideração que o teste de Benedict não e levar a equívocos na interpretação de uma padronização do exame de é especifico somente para glicose, po- do laudo por parte dos médicos, uma urina na determinação da glicosúria dendo detectar a presença de outros vez que o resultado em cruzes pode através das tiras reagentes, de modo açúcares como a lactose, galactose, corresponder, para diferentes marcas que aumente o grau de precisão dos manose e maltose (7). de tiras, concentrações diferentes (3). resultados obtidos, tornando-os mais Pode ser observado que, dos 16 (100%) resultados positivos para os testes das tiras reagentes, apenas confiáveis quando não for possível a Conclusão realização do teste confirmatório. cinco foram equivalentes para as três marcas de tiras, identificando uma Através deste estudo, nota-se frequência de 69% que não apresen- uma diferença quanto à avaliação José Nilson Ferreira Gomes Neto tam concordância sobre o grau de semiquantitativa da intensidade da [email protected] positividade. Essa diferença observada reação entre as diversas marcas de Correspondências para: Referências Bibliográficas 1. Malnic G, Marcondes M. Fisiologia renal. 3. ed. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda; 1986. 2. Henry JB. Diagnósticos Clínicos & Tratamentos por Métodos Laboratoriais. 19. ed. São Paulo: Manole; 1999. 3. Colombeli ASS, Falkenberg M. Comparação de bulas de duas marcas de tiras reagentes utilizadas no exame químico de urina. J. Bras. Patol. Med. Lab. 42(2): 85-93, 2006. 4. Guder WG, Kutter D, Bonini P. From uroscopy to molecular analysis – improving diagnostic information from urine analysis. Clinica Chimical Acta. 297: 1-3, 2000. 5. Torres RM, Fernandes JD, Cruz EA. Adesão do Portador de Diabetes ao Tratamento: Revisão Bibliográfica. Revista Baiana de Enfermagem. 21(2/3): 61-70, 2007. 6. Gross JL, Silveiro SP, Camargo JL, Reichelt AJ, Azevedo MJ. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 21(2): 16-26, 2002. 7. Eden MBJ, Durham BS,Vancouver BC.A Comparative Study of Benedict’s Method and New Enzyme Tests for the Detection of Glycosuria. Canad. M. A. J. 75: 677-679, 1956. 8. Suzuki LE, Consolaro MEL, Avaliação de tiras reativas de urina utilizadas na rotina laboratorial. Arq. Ciênc. Saúde Unipa. 1(1): 123128, 1997. 9. Ravel R. Lab. Clinic. Aplicações clínicas dos dados laboratoriais. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. 10. Ortiz MCA, Zanetti ML. Levantamento dos Fatores de Risco para Diabetes Mellitus Tipo 2 em uma Instituição de Ensino Superior. Revista Latino-americana de Enfermagem. 9(3), 2001. Discussão 11. Joviliano RD. Uroanálise: Abordagens Gerais. Ribeirão Preto: Centro de Estudo e Pesquisa do Desenvolvimento Regional Das Faculdades Integradas Fafibe, 2006. 98 NewsLab - edição 119 - 2013 Artigo Comparação de duas Metodologias para Determinação de Colesterol HDL: Método Direto Versus Método por Precipitação Lisiana Stuani Caon1, Rejane Giacomelli Tavares2,3 1 – Acadêmica de Pós-Graduação em Análises Clínicas. Universidade Feevale 2 – Professora Titular do Curso de Biomedicina. Universidade Feevale 3 – Professor Adjunto II- CCQFA- Bioquímica. Universidade Federal de Pelotas, RS Summary Resumo Comparação de duas metodologias para determi- Comparison of two methods for determination nação de colesterol HDL: método direto versus método of HDL cholesterol: direct method versus precipi- por precipitação tation method A dislipidemia é um dos principais problemas de saúde atuais, Dyslipidemia is a major current health problems, which sendo ela uma das grandes responsáveis pelas doenças coronaria- were responsible for the major coronary heart disease. One nas. Uma forma de avaliação da doença é através do perfil lipídico, way of assessing the disease is through the lipid profile, mainly principalmente pelas dosagens de colesterol HDL e LDL. Em função by measurements of HDL and LDL cholesterol. Due to the wide da grande disponibilidade de metodologias para as dosagens availability of methodologies for the concentrations of these destes analitos, este trabalho buscou comparar os valores de HDL-C analytes, this study aimed to compare the values of HDL-C ob- obtidos por duas diferentes metodologias (método direto e método tained by two different methods (direct method and precipitation por precipitação) e também a influência do método utilizado nos method) and also the influence of the method used in LDL-C, the valores de LDL-C, sendo este último obtido por cálculos (fórmula de latter being obtained by calculations (Friedewald formula). The Friedewald). Os resultados encontrados para HDL-C foram 56.70 results for HDL-C were 56.70 ± 1.428, using the direct method ± 1.428, pelo método direto e 47.30 ± 1.095 pelo precipitado, and 47.30 ± 1.095, using the precipitated method, with p apresentando p<0,0001, enquanto para LDL-C obteve-se 119.8 ± <0.0001, while for LDL-C it was obtained 119.8 ± 39.29 by 3.929 pelo método direto e 129.4 ± 3.943 pelo precipitado, não the direct method and 129.4 ± 39.43 by precipitate, which sendo estatisticamente significativo. Assim, observou-se que há dife- is not statistically significant. Thus, it was observed difference rença entre as metodologias, sendo importante que os laboratórios between the methods, being important for clinical laboratories clínicos façam a melhor escolha dos métodos utilizados na rotina e to make the best choice of methods used in the routine, and que esta seja informada aos clínicos, no sentido de melhor auxiliar keep the clinicians informed, in order to better assist in the no diagnóstico e acompanhamento dessas doenças. diagnosis and monitoring of these diseases. Palavras-Chave: Perfil lipídico, HDL direto, HDL precipitado, comparativo de metodologias Introdução S egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% do total de mortes no mundo. A projeção da OMS é que esse grupo de doenças foi a primeira causa de morte em todos os países em desenvolvimento até 2010 100 Keywords: Lipid profile, Direct HDL, HDL precipitated comparative methodologies (1). São considerados como os mais importantes fatores de risco aqueles que apresentam alta prevalência em muitas populações, os que têm impacto independente e significante no risco para doenças isquêmicas e acidente vascular cerebral e os modificáveis ou passíveis de controle. Por apresentarem esses três critérios de relevância, vem sendo enfatizado o controle do diabetes mellitus, da obesidade, da inatividade física, do uso do tabaco, da hiperlipidemia e da hipertensão arterial (2). Como uma das consequências da hiperlipidemia, especialmente do aumento do LDL colesterol, temos a ocorrência da arterosclerose (3, 4, 5). Esta é uma enfermidade de desenvolvimento lento que acomete NewsLab - edição 119 - 2013 a túnica íntima das artérias muscu- antiagregantes, anticoagulantes e pelos analisadores convencionais. A lares e elásticas médias e grandes pró-fibrinolíticas (6, 7). bilirrubina até 60 mg/dL, lipemia (tri- (5). É considerada uma patologia Muitos estudos clínicos e epide- glicérides até 1.800 mg/dL), hemólise imune-inflamatória, uma vez que há miológicos relataram um importante (hemoglobina até 1.000 mg/dL) não o envolvimento de células imunocom- papel do aumento das concentrações interferem no ensaio (Kit HDL Direto - petentes (3). nos níveis de LDL-C com doença coro- Analisa). Já o método por precipitação As dislipidemias e, principalmente, nariana (8). O IV Consenso Brasileiro as alterações do metabolismo das sobre Dislipidemias estratifica faixas das lipoproteínas de baixa (LDL-C) lipoproteínas, são causas fundamen- de valores para pacientes com doença e muito baixa (VLDL-C) densidades tais das doenças ateroscleróticas. As aterosclerótica significativa, de acordo baseada na seletividade dos íons fos- lipoproteínas são partículas globulares com evidências atuais, a obtenção de fotungstato e magnésio, que atuam de alto peso molecular que transpor- níveis de LDL-C igual ou < a 70 mg/ precipitando todas as lipoproteínas, tam os triglicerídeos e o colesterol dL, trazendo assim uma diminuição da exceto a fração HDL. Após centrifuga- ingeridos diariamente. Existem cinco incidência de eventos cardiovascula- ção, o HDL-C contido no sobrenadante classes principais de lipoproteínas: res. Enquanto são considerados baixos é determinado pelo mesmo método quilomicrons, a lipoproteína de muito os valores de HDL-C para homens < usado para o colesterol total (Kit HDL baixa densidade (VLDL-C), a lipoprote- 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL, colesterol com precipitante - Labor- ína de densidade intermédia (IDL-C), a sendo que os níveis desejáveis devem clin) e possui as mesmas limitações lipoproteína de baixa densidade (LDL- ser maiores que 60 mg/dL, mesmo do teste de colesterol. -C) e a lipoproteína de alta densidade quando não há nenhum fator de risco Dessa forma, verifica-se a impor- (HDL-C), diferindo uma da outra, se- associado, obtendo-se assim, um efei- tância da escolha correta de metodolo- gundo a composição da apoproteína, to protetor (9). Importante ressaltar gias para dosagens de HDL-C e LDL-C. densidade, tamanho e mobilidade que os valores de LDL-C obtidos pela Assim, nosso trabalho avaliou duas eletroforética. Duas alterações impor- Fórmula de Friedewald só podem ser metodologias disponíveis comercial- tantes dessas lipoproteínas têm sido aplicados quando triglicerídeos for mente para dosagem de HDL-C, por descritas como causas para o risco de inferior a 400 mg/dL (10). método direto e através de precipi- é baseado no princípio da separação doença aterosclerótica: o aumento dos Adicionalmente, estudos relatam tação, bem como a influência desses níveis séricos LDL-C e a diminuição dos que o aumento de 1 mg/dL dos níveis valores nos cálculos do LDL-C através níveis séricos da HDL-C (5). séricos da HDL-C resulta na redução da Fórmula de Friedewald. Baixa concentração de HDL-C circulante é um fator de risco inde- do risco de doença coronariana em 2 a 3% (11). Material e Métodos pendente para doenças coronarianas. Para a dosagem de HDL-C, temos Além disso, o aumento das concen- atualmente disponível no mercado trações plasmáticas das lipoproteínas as metodologias direta e através de O estudo avaliou 115 amostras aterogênicas, incluindo a e precipitação. O método direto consiste selecionadas aleatoriamente e anoni- a LDL-C, está frequentemente asso- de uma reação que ocorre em duas mamente no Vitaclin Laboratório de ciado à diminuição da concentração etapas: na primeira etapa anticorpos Análises Clínicas de Flores da Cunha, da HDL-C. O efeito antiaterogênico anti β-lipoproteína humana se liga RS, após a autorização do responsável da HDL-C se dá, sobretudo, devido à às proteínas de baixo peso molecu- técnico. Como critério de exclusão, sua propriedade de transportar lípides, lar (LDL-C, VLDL-C e quilomícrons) não foram utilizadas amostras que principalmente ésteres de colesterol, deixando livre o HDL-C. Na segunda possuíam triglicerídios acima de 400 dos tecidos periféricos para o fígado, etapa as enzimas colesterol esterase mg/dL, visto este ser um limitante o que é conhecido como transporte re- e colesterol oxidase, numa sequência para o cálculo do LDL-C pela fórmula verso do colesterol (TRC) (6). Também de reações formam peróxido de hi- de Friedewald. tem sido sugerido que a HDL-C poderia drogênio (H2O2). Este, em presença As amostras foram dosadas em exercer efeitos pleiotrópicos que vão da peroxidase e de uma substância equipamento automatizado (RAXT), além do TRC incluindo propriedades cromógena, forma um composto utilizando-se métodos colorimétricos, anti-inflamatórias, antioxidantes, corado, que pode ser quantificado através de kits comerciais padroniza- 102 VLDL-C NewsLab - edição 119 - 2013 dos. Para realização do trabalho foram Total: normais (< 200 mg/dL) ou al- encontrada é decorrente da técnica dosados colesterol total, com valor de terados (> 200 mg/dL). Em ambas as utilizada, e não sofre a influência dos referência desejável < 200 mg/dL, tri- faixas observou-se que existe diferen- valores de colesterol total (Figura 2A e glicerídeos, com valores de referência ça significativa entre os grupos, o que 2B). A comparação dos métodos (HDL- < 150 mg/d e HDL-C por duas meto- nos permite afirmar que a diferença -C direto (x) versus HDL-C obtido por dologias, direto e por precipitação, com valor de referência entre 40 e 60 mg/ 80 dL e após calculado os valores de LDL- -C separadamente para cada uma das Col - HDL (mg/dL) metodologias testadas, com valores de referência desejáveis < 130 mg/dL. Para a análise estatística dos resultados foi utilizado o teste t de Student, considerando p<0,05. Os resultados foram expressos em média 60 40 20 0 Para comparação dos valores de HDL-C obtidos pelas duas me- HD Resultados HD LD Lp ire pt to e desvio padrão. Figura 1. Comparação entre os valores de HDL-C obtidos pelos métodos direto e de precipitação **p<0,0001. Resultado expresso em média ± DP; n = 115 todologias avaliadas, inicialmente HDL – Colesterol (mg/dL) HD LD Lp ire pt to 0 na Figura 1. A partir destes dados, os valores 20 HD (47.30 ± 1.095), como demonstrado 40 pt direto (56.70 ± 1.428) e o precipitado 0 60 Lp nos valores de HDL-C entre o método 80 HD diferença significativa (p<0,0001) to métodos, verificou-se que existe 20 ire Quando avaliados os valores de HDL-C obtidos pelos dois diferentes 40 LD e desvio-padrão (Tabela 1). 60 HD dados, com determinação de média HDL – Colesterol (mg/dL) procedeu-se à avaliação global dos 2a 2b Figura 2. Comparação dos valores de HDL-C em função do valor de Colesterol Total. 2A - de HDL-C foram separados e avaliados Colesterol total até 200 mg/dL. 2B - Colesterol total > 200 mg/dL em função das faixas de Colesterol * p<0,001. Resultado expresso em média ± DP; n = 115 Tabela 1. Dados do perfil lipídico da amostra estudada (n = 115). Valores expressos em média ± desvio-padrão. Analito Média (mg/dL) Desvio-Padrão Colesterol Total 202 44,5 Triglicerídeos 129 66,5 HDL-C (método direto) 56 15,3 HDL-C (método com precipitação) 47 11,7 LDL-C (calculado pela fórmula de Friedewald, usando valor de HDL-C direto) 119 42,1 LDL-C (calculado pela fórmula de Friedewald, usando valor de HDL-C por precipitação) 129 42,3 104 NewsLab - edição 119 - 2013 precipitação (y), resultou na equação respectivamente, não foi observada precipitação, sendo estatisticamente de regressão y = 0,6735x + 7,61. O diferença significativa entre os gru- significativo esse aumento. Quando Coeficiente de correlação de Pearson pos (Figura 4). separados os grupos, pacientes com (r) entre os métodos foi de 0,8933, indicando uma alta correlação entre os métodos (Figura 3). valores normais de colesterol total (< Discussão Em relação aos valores de LDL- 200 mg/d L) e alterados (colesterol total > 200 mg/dL), o mesmo resultado foi observado. Nosso resultado -C obtidos através da Fórmula de Quando analisados os resultados corrobora o achado de outros estudos, Friedewald, utilizando os valores de encontrados em cada uma das meto- que também verificaram um aumento HDL-C obtidos por dosagem direta ou dologias testadas, pode-se observar significativo nos valores de HDL-C pelo por precipitação, vemos que embora um aumento nos valores de HDL-C método direto em relação ao método tenhamos obtido valores diferentes pelo método direto quando compara- por precipitação (12, 13). (119.8 ± 3.929 e 129.4 ± 3.943), do aos encontrados pelo método por Este dado é importante especialmente em se tratando daqueles pacientes com valores limítrofes, onde a variação decorrente da metodologia 100 utilizada pode interferir na interpretação do quadro clínico. No trabalho HDL por precipitação 80 realizado por Rocha (13), dos indivíduos que possuíam HDL-C > 40 mg/dL 60 pelo método direto, 31% passaram a ter valores de HDL-C < 40 mg/dL pelo 40 método por precipitação. Em nosso estudo, tal alteração foi verificada em 20 21% dos pacientes acompanhados. Apesar da alta correlação encontrada 0 entre as metodologias (r de Pearson= 0 50100150 HDL Direto 0,8933), cabe enfatizar a importância do conhecimento e informação do Figura 3. Representação gráfica da comparação da dosagem de HDL-C pelo método direto e pelo método com precipitação método utilizado para o corpo clínico, para que não ocorram mudanças de conduta em função dos diferentes resultados obtidos com as diferentes metodologias disponíveis no mercado. LDL – Colesterol (mg/dL) 150 Quando analisados os resultados obtidos na estimativa dos valores de LDL-C, utilizando a Fórmula de 100 Friedewald, a partir dos valores encontrados nas duas metodologias de determinação de HDL-C, nossos dados 50 corroboram os achados de Leuckert (12), onde não foi observada nenhu0 pt Lp LD LD LD ire to ma diferença significativa entre eles, apesar das amostras dosadas pelo método direto apresentarem valores mais baixos que aqueles obtidos quan- Figura 4. Estimativa do valor de colesterol LDL-C pela fórmula de Friedewald, utilizando valores do utilizado o método precipitado. Di- de HDL-C obtido por método direto e por precipitação. Resultado expresso em média ± DP; n = 115 ferentemente dos nossos achados, Ro- NewsLab - edição 119 - 2013 105 cha (13) também encontrou diferença Cordova (10) a fórmula de Friedewald cância estatística. Assim, fica clara a significativa para os valores calculados pode classificar erroneamente até necessidade de se conhecer as me- de LDL-C. No mesmo estudo, dos indi- 25% dos pacientes com valores de todologias disponíveis e de repassar víduos que apresentavam LDL-C < 130 triglicerídeos entre 300 e 400 mg/dL, essas informações aos clínicos, uma mg/dL utilizando as concentrações de sendo que esta porcentagem pode ser vez que as dosagens de HDL-C e LDL-C HDL-C direto, 9,1% passaram a ter ainda maior, em decorrência do méto- são rotineiras nos laboratórios de aná- valores de LDL-C >130 mg/dL quando do utilizado para a dosagem de HDL-C. lises clínicas e ambos os analitos são calculados pelos valores adquiridos no método precipitado. Tal alteração pode ser encontrada em 8,7% dos de extrema importância no diagnóstico Conclusão e monitoramento das dislipidemias. Agradecimentos pacientes avaliados em nosso estudo. Para estimativa do LDL-C, a fórmula de Em nosso trabalho foi possível veri- À minha Orientadora Prof. Dra. Friedewald padroniza o valor da fração ficar que há uma diferença significativa Rejane Giacomelli Tavares, ao Labo- VLDL como sendo a quinta parte do entre os valores de HDL-C obtidos pelo ratório Vitaclin e às colegas que me valor dos triglicerídeos. Esta fórmula, método direto e pelo método com auxiliaram na coleta de amostras para embora possa ser utilizada na grande precipitação, uma vez que os valores realização deste trabalho. maioria dos casos, possui limitações encontram-se mais altos quando utili- bastante conhecidas, como a sua im- zados kits de dosagem direta. Apesar possibilidade de utilização quando os da LDL-C também encontrar-se mais Correspondências para: valores de triglicerídeos são superio- elevada quando calculada através de Rejane Giacomelli Tavares res a 400 mg/dL (14). Ainda, segundo HDL-C, esta não apresentou signifi- [email protected] Referências Bibliográficas 1. Noncommunicable Diseases and Mental Health, World Health Organization. Integrated management of cardiovascular risk: eport of a WHO meeting, Geneva 9-12, July 2002. Geneva:World Health Organization, 2002. 2. Eyken EBBD, Moraes CL. Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares entre homens de uma população urbana do Sudeste do Brasil. Caderno de Saúde Pública, 25(1): 111-123, 2009. 3. Kolankiewicz F, Giovelli FMH, Bellinaso MDL. Estudo do perfil lipídico e da prevalência de dislipidemias em adultos. Revista Brasileira de Cardiologia, 40(3): 317-320, 2008. 4. 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Esta infecção caracteriza-se pela invasão e related to sexual life and pregnancy. This infection features by multiplicação de microrganismos em qualquer tecido da via uriná- invasion and multiplication of microorganism in any tissue of the ria. O segmento afetado determina a classificação em cistite (trato urinary tract. The affected segment determines the classification urinário baixo) e pielonefrite (trato urinário alto), caracterizados por in cystitis (low urinary tract) and pyelonephritis (high urinary sintomas como disúria, polaciúria, além de outros sinais comuns nos tract), featured by symptoms such as dysuria, pollakiuria, quadros infecciosos como febre e calafrios. A invasão das bactérias beyond other simple signs in the infectious table as fever and ocorre através de três vias de contaminação: hematogênica, linfo- chills. The invasion of the bacteria occurs by three ways of gênica e ascendente. Sendo esta última a mais comum, na qual os contamination: Hematogenous, linfogenic and ascendant. Being componentes da flora intestinal migram do intestino grosso para a this last the simplest, in which the components of the glut migrate uretra distal. Dentre essas bactérias, destaca-se a família Enterobac- from large intestine for the distal urethra. Among these bacteria, teriaceae, em especial a Escherichia coli. Para que a bacteriúria seja detach the family Enterobacteriaceae in special for Escherichia considerada significativa, o exame de urocultura deve apresentar coli. For which the bacteriuria is considered significant the um mínimo de 100.000 unidades formadoras de colônias por ml de examination of urine shall show less than 100.000 units of urina. Outros exames podem auxiliar no diagnóstico desta patologia, colony-forming for liters of urine. Others examinations may principalmente o sumário de urina, no qual a presença de leucócitos, help in the diagnosis of this pathology, mainly the urinalysis, in hemácias e bactérias são achados indicativos de infecção urinária. which the presence of leukocytes, erythrocytes and bacteria are O tratamento indicado para esta patologia é antibioticoterapia, a finding indicative of urinary infection. The indicated treatment qual deve ser orientada pelo resultado obtido no antibiograma. O for this pathology is antibioticoteraphy which shall be oriented objetivo deste estudo foi avaliar o perfil epidemiológico das infecções by obtained result antibiogram. The goal of this study was to urinárias diagnosticadas no serviço de Microbiologia Clínica do La- evaluate the epidemiological profile of the urinary infections boratório Escola da Universidade Potiguar. A pesquisa foi realizada diagnosed in the service of Clinical Microbiology of the School 108 NewsLab - edição 119 - 2013 através da coleta de dados dos pacientes que realizaram uroculturas Laboratory in Potiguar University. The research was made through protocoladas no livro de registro do setor de Microbiologia Clínica, the patient´s data collection that did urine filed in the book of de janeiro de 2008 a junho de 2011. Do plano amostral de 319 register in clinical microbiology sector from January 2008 till June amostras analisadas, 50% dos pacientes apresentaram ITU, sendo 2011. From the sampling plan of 319 analyzed samples, 50% a predominância do sexo feminino na faixa etária compreendida of the patients had ITU, being the predominance of the female entre 16 a 40 anos. gender on age group ranging among 16 to 40 years old. Palavras-chave: Infecções do trato urinário, Escherichia coli, antimicobianos Introdução O sistema urinário é composto Keywords: Infection of the urinary tract, Escherichia coli, antimicrobials caracterizadas pela invasão e mul- térias que podem estar envolvidas tiplicação de microrganismos em nas ITU’s são Staphylococcus aureus, qualquer tecido da via urinária (4). Streptococcus do grupo B e D, Ente- por trato urinário superior De acordo com dados epidemio- rococcus faecalis, Klebsiella pneumo- (rins, pelve renal e ureteres) lógicos, em todo o mundo, cerca de niae, Enterobacter spp., Proteus spp., e trato urinário inferior (uretra e 150 milhões de pessoas são diagnos- Pseudomonas spp., entre outros (7). bexiga urinária), os quais em con- ticadas com ITU por ano, causando As infecções urinárias podem ser junto formam e expelem a urina. Os custos para a economia global de classificadas como baixa (cistite), rins são órgãos situados na região mais de 6 bilhões de dólares (4). No onde não há problemas renais e, lombar, de ambos os lados da coluna Brasil as ITU’s são consideradas as como alta (pielonefrite), que apresen- vertebral. Neles ocorre a produção mais comuns das infecções bacte- ta o envolvimento renal, sendo estas, de urina, a partir de resíduos remo- rianas, responsáveis por 80 em cada de acordo com a evolução do quadro, vidos do sangue, à medida que este 1.000 consultas clínicas (5). Dentre denominadas agudas e crônicas, circula pelos rins (1). Portanto, as as infecções hospitalares, a infecção complicadas ou não complicadas (8). duas importantes funções dos rins do trato urinário (ITU) é a mais co- A urina é uma das amostras mais são a eliminação de produtos muito mum, sendo a presença de cateter submetidas a exames microbiológicos tóxicos, oriundos da degradação de urinário o principal fator de risco (6). devido à grande incidência de pató- moléculas do metabolismo celular Esta patologia acomete homens e genos colonizando a uretra. Antes de e a regulação da constituição do mulheres das mais variadas idades, interpretar o resultado de qualquer meio interno, através da regulação porém os grupos mais frequentemente exame de urina é indicado fazer uma da secreção de vários componentes acometidos são recém-nascidos do triagem sobre como a amostra foi co- desse meio (2). sexo masculino, homens com obstru- letada e se foi feita de forma correta, A urina é um meio apropriado ção prostática, idosos de ambos os ou seja, se foi obtida a partir de jato para o desenvolvimento de micror- sexos e, em especial, mulheres jovens médio da primeira urina da manhã, ganismos, que sofre variação quanto sexualmente ativas (7). de punção suprapúbica ou de cateter a proliferação de acordo com as Os agentes etiológicos mais fre- concentrações de ureia e ácidos, pH quentemente envolvidos nas ITU e hipertonicidade. O trato urinário são as bactérias Gram negativas, em A infecção urinária é caracterizada é um sítio anatômico estéril, com especial a Escherichia coli uropatogê- pelo crescimento bacteriano de pelo exceção do meato uretral e uretra nica (UPEC), isolada em cerca de 70% menos 100.000 UFC/mL10. A bacteri- distal, regiões colonizadas principal- a 90% dos casos. O Staphylococcus úria pode variar conforme a coleta da mente por estafilococos, difteroides saprophyticus é a segunda espécie amostra, o fluxo urinário, e até com e outros comensais (3). Deste modo, mais isolada, responsável por 10% a o microrganismo isolado. as infecções do trato urinário são 20% dessas infecções. Outras bac- 110 vesical, tendo antes feito higiene adequada do local (9). Os exames mais indicados para NewsLab - edição 119 - 2013 a confirmação desta infecção são: recente de antimicrobianos (8). Nos sedimento urinário, fita reagente, uro- testes que apresentam contagens de cultura, provas bioquímicas ou testes colônias acima de 100.000 UFC/mL a Foi realizada uma pesquisa retros- complementares, teste de sensibilida- amostra é considerada positiva para a pectiva com corte transversal para fins de a antimicrobianos – TSA e exames infecção do trato urinário (15). epidemiológicos, com base nas urocul- de imagem (11). Metodologia Inicialmente as amostras são culti- turas protocoladas no livro de registro A urocultura é o exame considerado vadas em meios de uso geral, como o do setor de Microbiologia Clínica do “padrão-ouro” no diagnóstico labora- Ágar CLED (Cystine Lactose Eletrolyte Laboratório de Análises Clínicas e To- torial da ITU, sendo considerada uma Deficient), Macconkey e o Ágar san- xicológicas da Universidade Potiguar, análise complementar muito utilizada, gue, que permitem o crescimento da datadas de janeiro de 2008 a junho pois possibilita o crescimento isolado maioria das bactérias, tanto as aeró- de 2011. De um universo de 1.576 do agente etiológico, permitindo se- bicas como as aeróbicas facultativas. registros (positivos e negativos), foi quencialmente a realização do teste A presença de colônias no Ágar CLED determinado um plano amostral ao de suscetibilidade aos antimicrobianos e no Ágar sangue ressalva a existência nível de 0,05 (erro amostral), resul- (12). A efetivação do exame pode ser de microrganismos Gram positivos ou tando em uma amostra aleatória de realizada a partir de amostras de urina negativos e, no Macconkey, apenas 319 registros, que foram estratificados de jato médio, punção suprapúbica e crescimento de bactérias Gram ne- proporcionalmente de acordo com os de cateter uretral, sendo mais utiliza- gativas (11). meses e seus respectivos anos. As ITU’s têm, em sua maior par- A população estudada compreende te, uma origem bacteriana e seu pacientes de ambos os sexos, na faixa A semeadura de urina (método da tratamento adequado requer o co- etária de 0 a 80 anos, que realizaram alça calibrada) é feita em placas de nhecimento do perfil bacteriológico exames de urocultura. Foram aplica- petri, que apresentam em seu inte- atualizado e as resistências frente aos das ferramentas específicas (figuras rior meios de cultura propícios para antimicrobianos habituais (16). O tra- e tabelas) para melhor compreensão o crescimento da bactéria. As alças tamento deve ser específico para cada dos resultados encontrados. O critério bacteriológicas são de platina, níquel- tipo de microrganismo infectante. A utilizado para classificar uma urocul- -cromo ou plástica, de 1μL (0,001 mL) escolha do antibiótico mais adequa- tura como positiva foi o crescimento utilizadas para inoculação da amostra do é baseada no antibiograma, que bacteriano ≥ 105 UFC/mL de urina. As em meio sólido, através de estrias analisa e quantifica a resposta das informações coletadas foram: sexo, múltiplas. Após incubação (18-24 ho- bactérias aos antibióticos estudados idade, uropatógeno e teste de sensi- ras a 37ºC), quantifica-se o número de na urinocultura (17). bilidade aos antimicrobianos – TSA. O da a amostra de urina de jato médio, colhida assepticamente (13). critério de exclusão foi a ausência dos colônias isoladas por mililitro de urina. A terapêutica clínica das vias uri- Assim sendo, o resultado da urocultura nárias visa não somente obter a cura, quantitativa pode ser revelado a partir como também eliminar os agentes da contagem obtida da multiplicação causadores da infecção, prevenindo do número de colônias por 1.000 recorrência. Os esquemas terapêuti- (calibração da alça), que representa cos levam em consideração a eficácia a conversão da unidade microlitro em do medicamento e a excreção urinária Do plano amostral de 319 urocul- mililitros (14). dados necessários. Resultados das drogas disponíveis, além de toxici- turas, 159 (50%) foram positivas. Os Nas amostras de pacientes sau- dade, custo e comodidade posológica. resultados negativos somaram 139 dáveis a urina é estéril, tendo como Diversos são os antibióticos utiliza- amostras, 43% do total analisado. 1 resultado um número menor que 10 dos, porém deve-se dar preferência Apenas 21 amostras (7%) apresenta- UFC/mL. Já nos casos em que o resul- àqueles com maior ação contra bac- ram crescimento de colônias mistas. tado da urocultura é sugestivo entre térias Gram negativas, principalmente Estes valores estão representados em 10.000 e 100.000 UFC/mL, pode estar agentes causadores de ITU, como forma percentual na Figura 1. ocorrendo o início da multiplicação beta-lactâmicos, fluoroquinolonas, Das 159 uroculturas positivas, 135 bacteriana decorrente de um proces- aminoglicosídeos e sulfametoxazol + amostras (85%) eram de pacientes do so infeccioso, ou pela administração trimetoprim (18). sexo feminino, enquanto que o mascu- NewsLab - edição 119 - 2013 111 foram diagnosticados com ITU. O artigo de Lucchetti et al. (19) também apresentou elevado percentual de uroculturas com crescimento bacteriano significativo (78,57%). Entretanto, outros estudos revelaram número inferior de resultados positivos, como o de Martini et al. (13), onde apenas Figura 1. Resultado percentual das uroculturas realizadas no laboratório escola da Universidade Potiguar 17,7% das uroculturas foram positivas. Esta infecção é comum devido à facilidade de invasão do trato urinário por microrganismos através de três vias de contaminação: hematogênica, linfogênica e ascendente. Além disso, existem fatores predisponentes que podem favorecer o desenvolvimento da doença, como anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário, algumas comorbidades, instrumentação, procedimentos cirúrgicos, Figura 2. Correlação do sexo dos pacientes com as uroculturas positivas diagnosticadas no laboratório escola da Universidade Potiguar dentre outros. O sexo feminino possui condições anatômicas favoráveis ao desenvolvimento de ITU: uretra mais curta e mais próxima a áreas densamente colonizadas, como a região perianal e vulvar. As mulheres em idade fértil geralmente são as mais acometidas provavelmente devido ao trauma uretral, provocado durante a relação sexual, o uso de preservativos, diafragma e espermicidas. Pacientes adultas têm 50 vezes mais chances de adquirir ITU do que Figura 3. Correlação entre ITU, sexo e faixa etária dos pacientes atendidos no laboratório escola da Universidade Potiguar os homens (20). Na presente pesquisa as uroculturas positivas apresentaram uma prevalência de pacientes do sexo feminino (85%), principalmente na lino representou 24 amostras (15%), conforme demonstrado na Figura 2. Discussão faixa etária que compreende a idade fértil, de 16 a 40 anos. Resultados A faixa etária mais acometida no A infecção do trato urinário cons- semelhantes também foram observa- sexo feminino foi compreendida entre titui uma das causas mais frequentes dos no artigo de Lo et al. (21), onde 16 e 40 anos, com 91 pacientes. En- de patologia infecciosa encontrada na 76% das amostras positivas são de quanto que o masculino encontrou-se prática médica, sendo caracterizada pacientes do sexo entre 61 e 80 anos, totalizando 12 pela invasão e multiplicação de bacté- perfil epidemiológico é possivelmente amostras. Além destas, outras idades rias no trato urinário (4). Os registros causado pelas condições anatômicas também foram acometidas em ambos estudados nesta pesquisa indicaram do hospedeiro e pode estar associado os gêneros, visualizadas na Figura 3. que 50% dos pacientes atendidos a fatores relacionados com vida sexual 112 feminino. Esse NewsLab - edição 119 - 2013 e alterações anátomo-funcionais do e 80 anos como maioria do gênero terem sido extensivamente estudadas trato urinário ocorridas durante a gra- masculino com ITU. Na pesquisa de Lo nas últimas décadas, é importante o videz, conforme já citado e respaldado et al. (21), a maior frequência dos ho- conhecimento da prevalência e do pela literatura consultada. mens diagnosticados com ITU esteve perfil de suscetibilidade dos pató- Os idosos do sexo masculino são em faixa etária semelhante, de 47 a genos. O uso incorreto de antibió- bastante acometidos por esta infec- 78 anos. Além do aumento prostático, ticos no tratamento das ITUs pode ção, possivelmente devido ao aumen- a imunodeficiência e as alterações do ocasionar um agravo da infecção e to prostático que acontece nesta fase, trato geniturinário podem ter favore- favorecer o aparecimento de cepas dificultando o esvaziamento vesical e cido estes resultados. bacterianas resistentes. É necessário favorecendo a estase e a aderência Portanto, o estudo epidemiológico desestimular o uso indiscriminado por bacteriana. Além disso, em ambos dos uropatógenos e o estabeleci- automedicação de antibióticos nas os sexos, a terceira idade favorece mento da sensibilidade e resistência ITU, procurando orientar a população o desenvolvimento de ITU, devido à aos antimicrobianos são aspectos de para os possíveis riscos do uso inde- imunodeficiência relacionada à idade, relevância, pois podem ser diferen- vido destes medicamentos. as alterações funcionais e orgânicas tes de acordo com a suscetibilidade do trato geniturinário, imobilidade e a dos pacientes a cepas resistentes presença de doenças sistêmicas (22). (pacientes imunodeprimidos, hos- Em conformidade com estes fatores, pitalares ou comunitários). Assim, a pesquisa em questão apresentou a apesar da patogênese e as formas faixa etária compreendida entre 61 de tratamento das infecções urinárias Correspondências para: Carla Elenuska Fernandes Barbosa Rodrigues [email protected] Referências Bibliográficas 1. Tortora GJ, Funke BR, Case CL. 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Professor CNEC/IESA Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo Resumo Summary Diagnóstico de resistência à insulina na avaliação da síndrome metabólica Diagnosis of insulin resistance in the evaluation of the metabolic syndrome O diagnóstico de resistência à insulina na avaliação da Síndro- The diagnosis of insulin resistance in assessing the Metabo- me Metabólica tem sido destacado como relevante, uma vez que a lic Syndrome has been highlighted as important, since insulin resistência à insulina é considerada a base fisiopatológica dos vários resistance is considered the pathophysiological basis of various fatores de risco que compõem a Síndrome Metabólica. Primeiramente risk factors comprising the Metabolic Syndrome. First it is impor- é importante caracterizar clínica e laboratorialmente a Síndrome tant to characterize the Metabolic Syndrome in a clinical and Metabólica e descrever a resistência à insulina em pacientes com laboratorial way and describe insulin resistance in patients with esta síndrome. Outro fator importante é buscar identificar diferentes this syndrome. Another important factor is to identify different formas de diagnosticar a resistência à insulina para melhorar tanto ways of diagnosing insulin resistance, to improve both preven- a prevenção como o tratamento. Com a resistência à insulina insta- tion and treatment also. With insulin resistance installed in the lada no organismo, ocorrerá uma hiperinsulinemia compensatória, body, there will be a compensatory hyperinsulinemia, which que a longo prazo levará a alterações, dentre as quais, o aumento over time will lead to changes, among which the increase in da gordura abdominal, hipertensão arterial e dislipidemia, que são abdominal fat, hypertension and dyslipidemia, which are risk fatores de risco que caracterizam a Síndrome Metabólica, tornan- factors that characterize metabolic syndrome. Thus making do assim o diagnóstico da resistência à insulina muito relevante. the diagnosis of insulin resistance very relevant. The methods Os métodos para diagnosticar a resistência insulínica podem ser for diagnosing insulin resistance can be divided into direct divididos em diretos e indiretos. Todos os métodos discutidos neste and indirect. All methods discussed in this study have their ad- estudo têm suas vantagens e desvantagens quanto a sua utilização vantages and disadvantages for their use to determine insulin para determinar a resistência à insulina. Os métodos diretos, onde resistance. Direct methods, where highlights the euglycemic- se destaca o clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico, são invasivos e -hyperinsulinemic clamp, are invasive and costly. With this, dispendiosos. Com isso, fornecem com mais confiabilidade a ação they provide more reliability to tissue action of insulin. On the tecidual da insulina. Por outro lado, os métodos indiretos, onde se other hand, indirect methods, which highlights the HOMA, are destaca o HOMA, são mais baratos e de fácil execução, porém cheaper and reliable, but their use is more recommended in a sua utilização é mais recomendada em estudos populacionais. populational studies. Palavras-chave: Síndrome Metabólica, resistência à insulina, diagnóstico Introdução A Keywords: Metabolic Syndrome, insulin resistance, diagnosis doença cardiovascular em um mesmo como um fator de risco cardiovascular indivíduo, entre eles a obesidade, múltiplo (2). Síndrome Metabólica repre- dislipidemia, hipertensão arterial e Ao longo de vários anos, a Síndro- senta uma situação clínica hiperglicemia (1). Como sendo uma me Metabólica teve várias denomina- caracterizada por um agru- condição de múltiplos componentes, ções, entre elas síndrome plurimeta- pamento de fatores de risco para a Síndrome Metabólica pode ser vista bólica, quarteto mortal, síndrome do 118 NewsLab - edição 119 - 2013 Novo Mundo, síndrome X e síndrome anos. No Brasil, a determinação da o índice HOMA (Homeostasis Model da resistência à insulina (3). resistência à insulina ainda não faz Assessment), o teste de tolerância oral Reaven (4) introduziu o conceito de parte dos exames médicos de rotina à glicose (TTGO), o teste de tolerância que resistência à insulina associada à e não está disponível na maioria dos endovenoso à glicose com amostras intolerância à glicose, à dislipidemia e serviços de saúde. Os exames labo- frequentes (técnica do modelo míni- à hipertensão arterial poderia promo- ratoriais para a determinação da re- mo, ou Frequent Sample IV Glucose ver um agrupamento de fatores de ris- sistência à insulina são dispendiosos Tolerance Test – FSIVGTT), o QUICKI co para o desenvolvimento de diabetes e com deficiências de padronização (Quantitative insulin sensitivity check e doenças cardiovasculares (5). Desde para a sua execução, limitando a index) e, por fim, o teste de tolerância então, a resistência à insulina tem sido comparação entre os resultados de à insulina (13). amplamente reconhecida como a base diferentes laboratórios e a sua apli- fisiopatológica para o desenvolvimen- cação na prática clínica (12). O estudo fará uma abordagem sistemática procurando identificar as to de diversas alterações metabólicas Os métodos para avaliar a resis- diferentes formas de diagnosticar a que constituem fatores de risco para tência à insulina podem ser divididos resistência à insulina, com o intuito a doença cardiovascular (6). em diretos e indiretos. Os métodos de buscar técnicas mais acessíveis e A resistência à insulina representa diretos analisam os efeitos de uma menos complexas para serem aplica- uma alteração metabólica de etiologia quantidade estabelecida de insulina das na prática clínica. genética e ambiental caracterizada por injetada em certo indivíduo. Já no mé- resposta anormal dos tecidos periféri- todo indireto, a ação insulínica pode cos à ação da insulina circulante (7). ser avaliada pelo efeito da insulina Essa diminuição da sensibilidade à endógena, principalmente nas condi- insulina faz com que ocorra uma hipe- ções de homeostasia (13). Material e Método A pesquisa da literatura foi rea- rinsulininemia compensatória (8). Po- O padrão-ouro para a avaliação de lizada nas bases de dados eletrôni- rém, esse aumento da insulina acaba resistência à insulina é o estudo de cas: Google Acadêmico, Cochrane; determinando importantes alterações clamp hiperinsulinêmico euglicêmico. MedLine, Scielo e LILACS no período em todo organismo. A mais conhecida De forma simplificada, este é reali- de janeiro de 1979 a dezembro de é a extensiva deposição centrípeta zado através de um acesso venoso 2010. As palavras-chave usadas em da gordura corporal, conhecida como e administração de insulina com o várias combinações foram “Metabolic obesidade central ou visceral, onde objetivo de suprimir a produção en- Syndrome”, “Insulin Resistance” e ocorre grande aumento da gordura dógena de glicose e aumentar a sua “Diagnosis”. A pesquisa limitou-se às abdominal, em comparação a dos captação fisiológica. Para manter os línguas inglesa e portuguesa. membros. Outros efeitos incluem o níveis glicêmicos entre 90 e 140 mg/ aumento da pressão arterial e dos ní- dl, há a infusão de glicose intraveno- veis séricos de triglicérides e redução sa. A sensibilidade à ação da insulina dos valores de HDL colesterol, com ou é quantificada pela taxa de infusão sem hiperglicemia (9). A presença de de glicose necessária para manter os A Organização Mundial da Saúde três ou mais dessas manifestações ca- níveis glicêmicos dentro das metas (OMS), em 1999, elaborou e sugeriu racteriza a Síndrome Metabólica (10). estabelecidas (14). uma definição para o diagnóstico da Discussão Portanto, o diagnóstico da re- Como o clampeamento é tecnica- Síndrome Metabólica, onde considera sistência à insulina é de grande im- mente mais complicado e causa um a resistência à insulina como fator portância na avaliação da presença grande transtorno para o paciente, indispensável para o diagnóstico. de Síndrome Metabólica (11), pois incluindo a necessidade de ficar de Posteriormente o National Choleste- viabilizaria intervenções precoces, 2 a 3 horas num centro de pesquisa rol Education Program – Adult Tre- melhorando a avaliação e o acompa- clínico, foram desenvolvidas várias atment Panel III (NCEP ATP III), em nhamento dos pacientes portadores medidas alternativas para a mensu- 2001, elaborou outra definição para o desta síndrome (7). A avaliação da ração da resistência à insulina (15). diagnóstico da Síndrome Metabólica, resistência à insulina tem recebido Dentre os métodos alternativos onde a presença de pelo menos três considerável atenção nos últimos estão a dosagem da insulina de jejum, fatores de risco deve estar presente NewsLab - edição 119 - 2013 119 em um mesmo indivíduo, os quais em um indivíduo. Por outro lado, quer mudança em uma destas variá- incluem: gordura abdominal, hiper- a ação insulínica pode ser avaliada veis provocará uma mudança oposta tensão e dislipidemia, descartando a pelo efeito da insulina endógena, na outra. Diante de um complexo resistência à insulina (10). principalmente nas condições de mecanismo de interação de ação e homeostasia (17). secreção de insulina em função da Investigando a etiologia da resistência à insulina sabe-se que DeFronzo et al. (18) desenvolve- variação da glicemia, tornava-se no tecido periférico dependente de ram a técnica do clamp euglicêmico importante a presença de um modelo insulina ocorre um defeito intrace- hiperinsulinêmico com suas duas no qual as duas variáveis (glicose e lular pós-receptor na sinalização da principais variações. A primeira diz insulina) pudessem ser manipuladas insulina. Há bloqueio na fosforilação respeito ao clamp hiperglicêmico, independentemente (18). em tirosina dos substratos proteicos que permitia examinar a resposta A técnica de clamp euglicêmico dos receptores de insulina, o que secretória de insulina à glicose e hiperinsulinêmico representa o me- impede a transativação do GLUT 4 quantificar o consumo do organismo lhor método para a determinação da e, consequentemente, a entrada como um todo sob condições cons- resistência à insulina. Contudo, por da glicose para o interior da célula. tantes de hiperglicemia. A segunda ser dispendioso, demorado, altamen- Isso faz com que maiores quanti- variação é o clamp euglicêmico, que te invasivo e de alta complexidade, dades de insulina sejam secretadas permite a mensuração da captação sendo inviável sua aplicação em pelas células β pancreáticas, crian- total de glicose em resposta a uma estudos populacionais e na prática do um estado de hiperinsulinemia hiperinsulinemia fixa. A determina- clínica, ela é utilizada apenas na compensatória (16). Esse excesso ção da sensibilidade à insulina pelo pesquisa clínica. Esta técnica é a de insulina resultante consegue, clamp é baseada no conceito de que, mais complicada e causa um grande durante certo tempo, manter a em condições constantes nos níveis transtorno para o paciente, incluindo glicemia dentro dos níveis da nor- de glicemia e hiperinsulinemia, a a necessidade de ficar de 2 a 3 horas malidade, mas acaba determinando quantidade de glicose consumida num centro de pesquisa clínico (15). importantes alterações em todo pelos tecidos seria igual à quantida- O Modelo de Avaliação da Home- organismo. A mais conhecida é a de de glicose infundida durante um ostase, mais conhecido como índice extensiva deposição centrípeta da teste, no qual a glicemia é mantida HOMA, representa uma das alternati- gordura corporal, conhecida como dentro de limites constantes e nor- vas à técnica de clamp para avaliação obesidade central, onde ocorre gran- mais. O teste pressupõe a completa da resistência à insulina, fornecendo de aumento da gordura abdominal. supressão da produção hepática uma medida indireta da resistência Outros efeitos incluem o aumento de glicose, que também pode ser à insulina ao avaliar, em condições da pressão arterial e dos níveis sé- quantificada independentemente de homeostase e jejum, a insulina ricos de triglicerídeos e redução dos pela infusão concomitante de glicose endógena e a glicemia. Eles se ba- valores de HDL colesterol, com ou marcada radiativamente. searam em dados da literatura para sem hiperglicemia. Sendo assim, a O desenvolvimento e a aplicação construir curvas relacionando glice- resistência à ação da insulina tem da técnica do clamp de glicose repre- mia do estado de homeostasia com papel fundamental no aparecimento sentam seguramente o maior avanço a resposta insulínica em indivíduos da Síndrome Metabólica (9), fazendo no estudo in vivo da resistência à saudáveis e com variados graus de com que o diagnóstico desta resis- insulina. Esta técnica permite ao in- comprometimento da função de célu- tência seja de alta relevância para a vestigador examinar a sensibilidade la beta. Em resumo, o modelo prediz avaliação da presença da Síndrome tecidual à insulina, tanto em músculo uma insulinemia e glicemia para uma Metabólica (11). como em fígado, bem como examinar dada sensibilidade e capacidade de Os métodos para diagnosticar a resposta de célula beta à glicose secreção de insulina. Inversamente, a resistência insulínica podem ser em situações de constância de gli- se conhecidas simultaneamente à divididos em duas metodologias cemia e insulinemia. Nos humanos, glicemia e a insulinemia, o modelo distintas. Os métodos diretos ana- existe um mecanismo de feedback pode fornecer o índice Homa-IR lisam os efeitos de uma quantidade entre a glicemia plasmática e secre- pela seguinte equação: HOMA-IR = estabelecida de insulina injetada ção pancreática de insulina. Qual- Glicemia (mMol) x Insulina (uU/mL) 120 NewsLab - edição 119 - 2013 ÷ 22,5. Esse método vem sendo am- O teste de tolerância endovenosa principalmente, por poder estudar a plamente utilizado, principalmente à glicose com amostras frequentes primeira e segunda fase de secreção em estudos envolvendo um grande pode também ser denominado de de insulina (13, 22). número de participantes, por ser um Técnica do modelo mínimo ou Fre- Algumas desvantagens são evi- método de fácil aplicação, rápido e quent Sample IV Glucose Tolerance dentes, tais como: a impossibilidade de menor custo (11, 13). Test (FSIVGTT), foi desenvolvido por de utilização do teste em diabéticos Contudo, para diagnóstico ou Bergman et al. (1979) e consiste em tipo 1 ou mesmo em tipo 2 com acompanhamento individual, sua um modelo matemático para estimar deficiência intensa na produção de utilização ainda requer cautela nas a sensibilidade à insulina a partir insulina. Além disso, questões técni- questões relacionadas à amostragem da injeção endovenosa de glicose. cas mais elaboradas também estão sanguínea e à deficiente padroniza- O índice de sensibilidade à insulina presentes: a sensibilidade à insulina ção de ensaios a serem utilizados representa o clearence de glicose por inclui possíveis erros de avaliação de pelos laboratórios na dosagem de unidade de insulinemia plasmática. glicose injetada em conjunto com insulina, apontando a necessidade Numa simulação de computador glicose endogenamente produzida. de métodos mais acessíveis e viáveis são colocadas as concentrações de Assim, o FSIVGTT pode superestimar para a prática clínica (6). insulina durante o teste num pro- a sensibilidade à insulina em 30%. Outro método baseado na home- grama específico que permite recriar Estes problemas podem ser evitados ostasia, considerando uma relação a variação de glicemias observadas com o uso de glicose radiativamente entre insulina e glicemia no estado determinando a sensibilidade à insu- marcada, mas onerando e retirando de jejum é o QUICKI - Quantitative lina. O teste é realizado às 8 horas da a característica de simplicidade do insulin sensitivity check index. Este manhã, após um período de jejum de método. Vários estudos têm com- método foi deduzido a partir de da- 10 a 12 horas. É colocado um cateter parado o FSIVGTT com o clamp, en- dos obtidos em estudos com clamp na veia antecubital para coleta das contrando correlações desde pobres e teste de tolerância endovenosa à amostras. Após as coletas basais de a excelentes (13). insulina, a partir dos quais os au- sangue, que são realizadas 20 minu- A dosagem da insulina de jejum tores obtiveram ótimas correlações tos antes da injeção de glicose, 10 tem sido apontada como um método de seus índices com os valores de minutos antes e no mesmo minuto simples para a avaliação da sensibi- glicemia e insulina no jejum. Os va- que será injetada a glicose (0 minu- lidade à insulina no organismo como lores das duas variáveis sofrem uma to), é injetada glicose endovenosa na um todo. Em indivíduos resistentes transformação logarítmica para nor- dose de 300 mg/Kg de peso corporal à insulina, as concentrações plasmá- malizar a grande variabilidade dos em bolo, durante um minuto. São ticas de jejum estão elevadas e se valores, principalmente da insulina, coletadas várias amostras nos 240 correlacionam com a intensidade da permitindo a obtenção de um índice minutos subsequentes. Várias mo- resistência à insulina determinada de acordo com a seguinte fórmula: dificações vêm sendo propostas ao pelo clamp euglicêmico hiperinsuli- QUICKI = 1 ÷ (Log insulina + Log modelo inicial visando a simplificá-lo nênico. A dosagem da insulina tem glicemia) (20). e torná-lo menos dispendioso com sido utilizada por epidemiologistas por A obtenção deste índice confirma menos amostras, ou aumentando a ser uma medida de fácil utilização em a tendência universal na busca de resposta insulínica “tardia” através grandes populações (17). um método simples e passível de ser da injeção de secretagogo de insuli- No entanto, a insulinemia é alvo utilizado em estudos populacionais na aos 20 minutos a partir do basal. de várias críticas quanto a sua in- e possivelmente na prática clínica. Embora este modelo seja eficiente terpretação. Primeiramente, ela é Em nosso meio, o QUICKI apresenta em extrair uma sensibilidade insulí- um método indireto de avaliação da boas correlações com marcadores da nica precisa em indivíduos normais, sensibilidade tecidual e apresenta síndrome metabólica, conseguindo há uma maior variabilidade de res- correlações fracas com a ação in- discriminar satisfatoriamente diferen- posta em indivíduos diabéticos. As sulínica in vivo. Em segundo lugar, tes estados de resistência à insulina, virtudes deste método referem-se a dependendo do ensaio utilizado, como graus de obesidade e tolerância sua simplicidade, baixo risco de efei- pode haver reação cruzada com pró- à glicose (21). tos colaterais como hipoglicemia e, -insulina com distorções nos valores 122 NewsLab - edição 119 - 2013 obtidos. Além disso, a pró-insulina pelo trato digestório varia considera- mostrado útil na avaliação da resis- está tanto mais elevada quanto velmente entre indivíduos normais. tência à insulina num amplo espectro mais resistente à insulina é o indi- Além disso, a própria sobrecarga de de pacientes de acordo com variados víduo. Outro aspecto se refere ao glicose pode induzir variados graus graus de peso e tolerância à glicose momento da dosagem como sendo de supressão na produção hepática e no seguimento de pacientes após o jejum, ou estado pós-absortivo. de glicose, bem como pode induzir emagrecimento maciço induzido por Nestas condições, a glicose é con- a sua própria metabolização. Assim, procedimentos cirúrgicos bariátricos sumida principalmente por tecidos torna-se impossível estimar com pre- (cirurgia antiobesidade). As maiores não dependentes da ação da insulina cisão o consumo de glicose induzido críticas ao KITT referem-se à possi- para a sua metabolização, tais como pela insulina. Terceiro, as variáveis bilidade de ativação de uma resposta cérebro, tecidos neurais e esplânc- estudadas (insulina e glicose) nos contrarregulatória pela hipoglicemia nicos. Ao contrário, a insulinemia de índices estão em constante mudan- sobre hormônios que poderiam in- jejum não reflete a medida da ação ça durante o teste por efeitos dos fluenciar o desaparecimento da glico- da insulina em tecidos independen- hormônios do eixo enteroinsular, se, como glucagon, catecolaminas e tes da insulina, como o músculo. Na pelo consumo de glicose insulino- hormônio de crescimento. No entanto, prática clínica a dosagem da insulina, -dependente e pela variação de esta resposta contrarregulatória em quando realizada em diabéticos, se produção de insulina por uma glicose geral aparece apenas 15 a 20 minu- reduzida, poderá não estar indicando variável. Estes fatores tornam a ava- tos após a injeção da insulina. Assim, uma baixa resistência à insulina, mas liação dos índices G/I e I/G de difícil a queda da glicose observada nos sim uma falência na função da célula interpretação após a sobrecarga de primeiros 15 minutos após o início beta pancreática (23). glicose (25). do teste reflete a captação de glicose O teste de tolerância oral à glico- O teste de tolerância à insulina pelos tecidos induzida pela insulina, se, atualmente, consiste na ingestão (KITT) foi a primeira técnica desen- bem como a inibição da liberação de oral de 75 gramas de glicose em volvida para avaliar a sensibilidade glicose pelo fígado (13). cinco minutos, com determinações à insulina de forma direta in vivo. O da glicose e insulina a cada 15 ou teste baseia-se na injeção em bolo de 30 minutos durante 2 ou 3 horas. A 0,1 U/Kg de insulina regular, sendo razão entre glicemia e insulinemia avaliada a taxa de decaimento da em termos absolutos ou conside- glicose ao longo de 15 minutos após A síndrome metabólica vem ga- rando o incremento sobre o basal é a injeção de insulina. Esta queda da nhando notoriedade cada vez maior calculada para cada ponto da curva glicose é determinada por dois fato- no contexto da saúde mundial devido e também para toda a curva. Quanto res: supressão da produção hepática a sua grande incidência na socie- menor o incremento na glicose por de glicose e pelo estímulo à captação dade atual. Ela é caracterizada por unidade de insulina, mais sensível de glicose pelos tecidos insulino- alterações clínicas e laboratoriais. A será o indivíduo testado. Durante -sensíveis. A interpretação do KITT resistência à insulina promove uma muitos anos, vários investigadores se baseia em quanto mais rápida e hiperinsulinemia compensatória, que consideraram a razão insulina/gli- intensa for a queda da glicose, mais pode com o transcorrer do tempo cose ou o Δ insulina/Δ glicose como sensível o indivíduo é à insulina. O ocasionar alterações no organismo. um valioso índice da sensibilidade índice corresponde à queda da glico- Por este motivo o diagnóstico desta corporal à insulina (24). se expressa em %/minuto. Quanto resistência é de alta relevância para maior o KITT, maior a sensibilidade à as pessoas portadoras ou predispostas insulina (23). à Síndrome Metabólica. Vários problemas estão relacionados à interpretação dos índices Considerações Finais glicose/insulina (G/I) ou insulina/ As altas correlações encontradas Todos os métodos discutidos neste glicose (I/G). Em primeiro lugar, o entre o KITT e clamps euglicêmicos e estudo têm suas vantagens e desvan- teste de tolerância à glicose é in- hiperglicêmicos indicam uma possível tagens quanto a sua utilização para trinsecamente pouco reprodutível, utilização deste método em pesquisa determinar a resistência à insulina. com variações chegando entre 25 e clínica com relativa segurança e acu- Os métodos diretos, onde se destaca o 30%. Segundo, a absorção de glicose rácia. Em nosso meio, o KITT tem se clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico, 124 NewsLab - edição 119 - 2013 são invasivos e dispendiosos, porém, avaliar a resistência à insulina depen- cia à insulina que possa ser incluído fornecem com mais confiabilidade a derá de cada laboratório ou centro de nos exames de rotina disponíveis nos ação tecidual da insulina. Por outro estudo, levando em conta as condi- serviços de saúde. lado, os métodos indiretos onde se ções financeiras e a disponibilidade destaca o HOMA são mais baratos de pessoal capacitado para realizar o e de fácil execução, portanto, a sua método escolhido. utilização é mais recomendada em estudos populacionais. A escolha de uma das técnicas para Correspondências: Eduardo Glassen [email protected] Tamira Braida [email protected] Novos estudos devem ser realizados no intuito de padronizar um método para diagnosticar a resistên- Referências Bibliográficas 1. Xavier P et al. Análise dos critérios de definição da síndrome metabólica em pacientes com diabetes melito tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab, 50(2): 264-270, 2006. 2. Grundy S. Metabolic syndrome: a multiplex cardiovascular risk factor. J Clin Endocrinol Metab, 92(2): 399-404, 2007. 3. Tubaldini M et al. Benefícios do exercício físico para indivíduos com síndrome metabólica. Integração, 55: 365-373, 2008. 4. Reaven G. 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Analista de Hemoterapia, Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein. 2 – Biomédico, Mestre em Ciências: Hematologia, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Departamento de Bioquímica - Universidade Federal de Pernambuco 3 – Pós-graduação em Hematologia e Hemoterapia - Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - FCBS/Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL 4 – Microbiologia - Centro de Patologia e Medicina Laboratorial - Santa Casa, Maceió, AL 5 – Diagnose/Centro de Diagnóstico - Centro Universitário Cesmac, Maceió, AL 6 – Hematologia - Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL 7 – Microbiologia - Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde/Centro Universitário CESMAC Resumo Alterações hematológicas em pacientes com hemoculturas positivas no hospital geral do estado de Alagoas Summary Hematological findings in patients with positive blood culture at the General Hospital of Alagoas O presente estudo teve por objetivo correlacionar hemoculturas This study aimed to correlate with positive blood cultures positivas com as principais alterações hematológicas, assim como with the hematological features and determine the prevalence determinar a prevalência dos principais agentes bacterianos isola- of the some bacterial agents isolated from patients admitted dos em pacientes internados no hospital Geral de Alagoas (HGE). to the Hospital of Alagoas. This retrospective study is being Através deste estudo de caráter retrospectivo, foram realizadas conducted in HGE from January 2008 to April 2009 with 1578 1.578 hemoculturas e isolados 118 pacientes com micro-organismos patients. Most patients with positive blood cultures showed patogênicos. Foi realizado no HGE no período de janeiro de 2008 leukocytosis (71.2%), neutrophilia (53.4%), left shift (61.8%), a abril de 2009. A maioria dos pacientes com hemoculturas posi- eosinopenia (59.3%), lymphopenia (87.3%) and normocytic tivas apresentou leucocitose (71,2%), neutrofilia (53,4%), desvio à and normochromic anemia (52,5%). Among the main agents, esquerda (61,8%), eosinopenia (59,3%), linfopenia (87,3%) e anemia there is coagulase negative Staphylococcus (32.2%), Sta- normocítica e normocrômica (52,5%). Dentre os principais agentes phylococcus aureus (15.2%) and enterobacteria were isolated isolados, destaca-se o Staphylococcus coagulase negativo (32,2%), in 73.7%, especially Klebsiella rinoscleromatis (15.2%), and Staphylococcus aureus (15,2) e as enterobactérias que foram isoladas Pseudomonas aeruginosa (5.1%). The present study shows the em 73,7%, com destaque para Klebsiella rinoscleromatis (15,2%), e importance of conducting further prospective studies analyzing Pseudomonas aeruginosa (5,1%). Os dados obtidos demonstram a the antimicrobial resistance profiles and associating them with importância em se realizar novos estudos prospectivos, analisando os the hematologic findings in order to correlate the possible perfis de resistência microbiana e associando-os aos achados hemato- cytopenias found in positive blood cultures with antimicrobial lógicos, a fim de correlacionar as possíveis citopenias encontradas em resistance profiles. hemoculturas positivas com o perfil de resistência a antimicrobianos. Palavras-chave: Sepse, bactérias Gram negativas, bactérias Keywords: Sepsis, Gram-negative bacteria, Gram-positive bacteria, blood cell count Gram positivas, contagem de células sanguíneas 128 NewsLab - edição 119 - 2013 Introdução D porinas e os monobactâmicos (3, 5). cular, redistribuindo o fluxo sanguíneo Em resposta à invasão desses e as hemácias interferindo na oferta urante o andamento de uma micro-organismos na corrente san- infecção, micro-organismos guínea, o organismo desenvolve a Laboratorialmente, os achados patogênicos podem ser iso- Sepse associada a SIRS (Síndrome habituais são a leucocitose, neutrofilia lados na corrente sanguínea, como da Resposta Inflamatória Sistêmica) com aumento dos bastões e linfope- bactérias, fungos, vírus e parasitas. que manifesta-se por duas ou mais nia. Ocasionalmente a neutropenia A presença desses agentes leva o das seguintes condições: 1) tempera- também pode ocorrer principalmente paciente a condições patológicas, tura > 38ºC ou < 36ºC; 2) frequência em população pediátrica (11). A ativa- desenvolvida por bacteremia e cardíaca > 90 bpm; 3) frequência res- ção dos neutrófilos pode ser observa- septicemia (1). O diagnóstico de piratória > 20 ipm ou pCO< 32mmHg; da através de alterações morfológicas bacteremia consiste na detecção de 4) contagem de glóbulos brancos > destas células, no sangue periférico, bactérias viáveis na corrente sanguí- 12.000/mm³ ou < 4.000/mm³ ou pela presença de granulações tóxicas, nea, onde o modo mais sensível de bastonetes > 10%. A principal con- vacuolizações e/ou presença de corpos detecção é através da realização de sequência desse processo inflamatório de Döhle (11-17). hemoculturas (2). e infeccioso é o comprometimento de Eventualmente pode ocorrer leu- de oxigênio aos tecidos (7). Com relação aos aspectos epide- muitos órgãos e o quadro de choque, copenia, o que parece ter um mau miológicos, os cocos gram-positivos evoluindo para a síndrome da insufi- prognóstico. A anemia é progressiva, têm emergido como os principais ciência de múltiplos órgãos acompa- decorrente da diminuição da produção agentes, destacando-se os Sta- nhada de alta mortalidade (6). de eritropoetina, bloqueio medular ou phylococcus aureus, os estafilococos As células fagocitárias (macró- perda de sangue. A trombocitopenia coagulase-negativos (ECN) e os ente- fagos, monócitos, e granulócitos ocorre devido a um consumo periférico rococos (3). Embora o isolamento do polimorfonucleares) e a ativação da aumentado (infecção, drogas, CIVD), ECN seja frequente, a diferenciação via alternativa do complemento são onde o quadro de coagulação intra- entre bacteremia verdadeira e conta- a primeira linha de defesa em casos vascular disseminada (CIVD) pode se minação permanece como um cons- de infecção e bacteremia, atuando de desenvolver pelo estímulo inflamatório tante desafio para o clínico, uma vez maneira não específica (7-9). da coagulação. Mesmo com o quadro que esses agentes constituem como Os componentes da parede celular clínico resolvido, a plaquetopenia pode de bactérias gram negativas e o ácido persistir, retornando aos seus valores As bacteremias causadas por bac- teicoico das bactérias gram positivas, normais apenas três ou quatro sema- térias gram-negativas têm se tornado desencadeiam uma cascata inflama- nas após o quadro (18). menos frequentes no ambiente hospi- tória liberando o Fator de Necrose Neste contexto, este estudo teve talar quando comparadas às bactérias Tumoral alfa (TNF-α) e a Interleuci- como objetivo descrever os principais gram-positivas, sendo que entero- na-1(IL-1), que estimulam intensa micro-organismos isolados em he- bactérias (bacilos gram-negativos) resposta celular, com a liberação de moculturas, avaliando as alterações como a Eschericia coli, Klebsiella, mediadores secundários, quimiotaxia hematológicas encontradas em exa- Pseudomonas, Enterobacter, Pro- e ativação de granulócitos (9-10). mes de pacientes hospitalizados no colonizadores naturais da pele (4). teus, Salmonella e Haemophilus Os macrófagos ativados por libe- merecem destaque, pois a mortalida- ração de citocinas também secretam de associada a estes agentes é maior. muitos mediadores inflamatórios, tais Isso ocorre porque as bacteremias como leucotrienos e fator ativador por gram-negativas são de difícil plaquetário (PAF), além de ativar leu- tratamento, com terapias limitadas cócitos polimorfonucleares, onde tem e muitas apresentam produção de profundos efeitos no fluxo sanguíneo Estudo retrospectivo, com pa- beta-lactamases, enzimas com ativi- da microcirulação (6). A aderência de recer substanciado pelo Comitê de dade de hidrólise que tornam inativas polimorfonucleares ao endotélio cau- Ética em Pesquisa da Faculdade de uma grande variedade de antibióticos sa estreitamento da microcirculação Ciências Biológicas e da Saúde/ beta-lactâmicos, incluindo as cefalos- causando aumento da resistência vas- Centro Universitário CESMAC (nº 130 Hospital Geral de Alagoas (HGE-AL). Casuística e Métodos Casuística NewsLab - edição 119 - 2013 1116/10), realizado no Centro de Patologia e Medicina Laboratorial de tubos contendo EDTA-K3, através de metodologia automatizada, por meio to, procedeu-se com a identificação através de técnicas clássicas. Alagoas (CPML), por análise dos dados do contador LH 750 (Coulter). Para de 1.578 prontuários fornecidos pela observação da morfologia celular, foi re- Comissão de Infecção do Hospital Ge- alizada extensão sanguínea em lâmina, Os dados de hemograma e hemo- ral do Estado de Alagoas Dr. Osvaldo de todos os pacientes que tinham solici- culturas foram submetidos à avaliação Brandão Vilela, hospital-Universidade tação de hemocultura a fim de verificar estatística para determinar a associação Estadual de Ciências da Saúde de a presença de granulações tóxicas em das alterações hematológicas com a Alagoas (UNCISAL). neutrófilos e outras alterações. presença dos diferentes micro-organis- O período de estudo foi de Janeiro Análise estatística mos isolados em hemoculturas positivas Processamento das hemoculturas e assim correlacionar com os dados dos identificar os casos de hemoculturas As amostras de sangue foram pacientes com micro-organismos gram- positivas e negativas com posterior solicitadas a critério médico, e para -positivos com os gram-negativos. Para confronto entre as alterações pre- a colheita foram seguidas as normas isso foi utilizado o teste não paramétrico sentes nos exames hematológicos. do hospital, fazendo-se assepsia do de Mann-Whitney através do programa Os 1.578 prontuários foram perten- local com álcool iodado e evitando-se SPPS, utilizando o nível de significância centes a pacientes de ambos os sexos a colheita no pico febril, já que nesse de 5% (p <0,05). e faixa etária variada, com seleção momento o número de bactérias cir- de 118 pacientes com hemoculturas culantes diminui devido à fagocitose. positivas e 118 pacientes com hemo- Frascos contendo meio de Triptic Soy culturas negativas. Além disso, foram Broth-DIFCO (TSB) foram utilizados comparados os dados hematológicos para a coleta de hemocultura. Os fras- Dos 1.578 prontuários analisados, dos micro-organismos gram-positivos cos identificados foram submetidos 118 (7,58%), apresentaram cresci- com os gram-negativos. à incubação de 37ºC, até o segundo mento bacteriano. Os cocos gram- dia, quando era realizada subcultura -positivos corresponderam a 52,5%, Análise do hemograma e em placa contendo ágar-sangue e sendo que os Staphylococcus coagu- morfologia celular de 2008 a Abril de 2009, a fim de Resultados lase negativo totalizaram 32,2%, e havendo turvação, os frascos eram o Staphylococcus aureus 15,2%. Ba- alizados no Laboratório do CPML em desprezados. Em caso de crescimen- cilos gram-negativos representaram Bactérias isoladas nas hemoculturas ágar-chocolate; e no sétimo dia, não Todos os hemogramas foram re- Klebsiella pneumoneae Klebsiella oxitoca Citrobacter sp Enterobacter sp Serratia sp Streptococcus pneumoneae Proteus vulgaris Proteus mirabilis Klebsiella spp Pseudomonas aeruginosa Eschericia coli Acinetobacter sp Staphylococcus coagulase negativo Klebsiella rinoscleromatis Staphylococcus aureus Klebsiella ozaenae 0 2 4 6 8 1012141618202224 26283032343638 40 Figura 1. Identificação das bactérias isoladas nas hemoculturas dos pacientes 132 NewsLab - edição 119 - 2013 47,6%, com destaque para Klebsiella Foi observada anemia em 83,9% do com a dispersão de hemoglobina, rinoscleromatis (15,2%), e Pseudomonas aeruginosa (5,1%). Na Figura dos pacientes com hemoculturas posi- contagem de leucócitos e a distri- tivas, sendo que as anemias microcíti- buição da contagem de plaquetas. 1 está apresentada a identificação ca e hipocrômicas somaram 16,9% e Além disso, foi observada linfopenia das bactérias isoladas nas hemo- a anemia normocítica e normocrômica (87,3%), eosinopenia (59,3%) e neu- culturas dos pacientes. As espécies 52,5%. Foi encontrada microcitose tropenia (5,08%). Ainda na análise predominantes foram: Staphylococcus isolada em 2,5%, macrocitose em do leucograma, foi encontrado leuco- coagulase negativo, Staphylococcus 0,8% e hipocromia em 13,5%. Nas citose (71,2%), granulações tóxicas aureus , Klebsiella rinoscleromatis e Pseudomonas aeruginosa. Figuras 2, 3 e 4 foi possível observar (32,2%), neutrofilia (53,4%), desvio a distribuição dos pacientes de acor- à esquerda (61,8%). 16 13 10 7 4 1 -2 020406080100 120 Número de casos Figura 2. Dispersão dos valores de hemoglobina em hemoculturas positivas 56.000 52.000 48.000 44.000 40.000 36.000 32.000 28.000 24.000 20.000 16.000 12.000 8.000 4.000 - 0 20406080100 120 Número de casos Contagem de Plaquetas Figura 3. Contagem de leucócitos de pacientes com hemoculturas positivas 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0 20 40 60 80 100120 Número de casos Figura 4. Distribuição da contagem de plaquetas em hemoculturas positivas NewsLab - edição 119 - 2013 133 Tabela 1. Distribuição dos valores hematimétricos dos 118 pacientes com hemoculturas positivas Parâmetro Média Desvio Padrão Valor Mínimo Valor Máximo p Eritrócitos 3,76 0,88 1,68 8,85 0,07 Hematócrito 31,19 6,68 13,6 45,9 0,08 Hemoglobina 10,35 2,24 4,62 15 0,06 VCM 82,48 11,83 20,58 105,24 0,21 HCM 27,80 2,83 17,45 37,52 0,09 CHCM 60,45 295,95 27,89 32,48 0,51 Leucócitos 14,23 8,21 1,95 50,66 0,11 Bastonetes 10,16 11,15 0 85 0,18 Segmentados 68,32 15,16 7 94 0,15 Linfócitos 14,01 12,42 0 64 0,21 Monócitos 5,42 3,95 0 23 0,17 Eosinófilos 2,38 3,74 0 23 0,27 Plaquetas 237,87 150,0 10 840 0,08 Tabela 2. Relação entre as características hematológicas dos 118 pacientes com hemocultura positiva (Grupo 1) com os 118 pacientes do grupo negativo (Grupo 2) Parâmetros Grupo 1 Grupo 2 P Eritrócitos 3,80 ± 0,90 4,50 ± 0,40 <0,001 Hematócrito 31,2 ± 6,7 38,6 ± 3,5 <0,001 Hemoglobina 10,4 ± 2,2 13,0 ± 1,2 <0,001 VCM 82,5 ± 11,8 85,5 ± 4,8 0,103 HCM 27,8 ± 2,8 28,9 ± 1,7 0,201 CHCM 32,7 ± 2,7 33,7 ± 1,0 0,255 Leucócitos 14,23 ± 8,20 6,72 ± 1,63 <0,001 Neutrófilos 78,6 ± 14,4 54,8 ± 7,6 <0,001 Linfócitos 14,0 ± 12,4 33,8 ± 7,6 <0,001 Monócitos 5,5 ± 3,9 3,1 ± 2,8 <0,001 Eosinófilos 2,4 ± 3,7 7,8 ± 1,8 <0,001 Plaquetas 239,9 ± 150,5 247,5 ± 60,0 0,052 *Valores de ambos os grupos foram expressos através da média e desvio padrão Toda distribuição dos valores hematimétricos dos 118 pacientes com hemoculturas positivas é mostrada na Tabela 1. 14,23/µL) que os pacientes sem ICS (Grupo 1) com os 118 pacientes do (leucócitos 6,72/µL). grupo negativo (grupo 2) está suma- Além disso, o grupo com ICS apre- riamente descrita na Tabela 2. senta mais anemia (Hgb 10,4 g/dL) Quando comparados os micro- Quando comparados os dados do que o grupo negativo que possua -organismos isolados nas 118 hemo- das 118 hemoculturas positivas com média de Hgb dentro dos valores nor- culturas positivas foi evidenciado que as 118 negativas, verificou-se várias mais ((Hgb 13,0 g/dL). Não houve di- as bactérias gram positivas apresen- diferenças entre as populações, mos- ferença significante entre a contagem tavam maior leucometria, com valor trando que pacientes internados e que de plaquetas quando comparados os médio de neutrófilos bastonados infe- exibem infecções de corrente sanguí- grupos (p > 0,05). A relação entre as riores aos exibidos nos hemogramas nea (ICS) exibem frequentemente características hematológicas dos 118 de bactérias gram-negativas, e os maior leucometria média (leucócitos pacientes com hemocultura positiva demais parâmetros hematimêtricos 134 NewsLab - edição 119 - 2013 Tabela 3. Comparação entre os parâmetros hematimêtricos dos 118 pacientes com hemoculturas positivas, levando em conta os micro-oganismos gram-postivos e os gram-negativos. Parâmetros Grupo N Média Desvio padrão P Eritrócitos GRAM+ 58 3,80 1,0 0,732 GRAM- 60 3,70 0,8 Hematócrito GRAM+ 58 31,2 6,4 GRAM- 60 31,2 7,0 Hemoglobina GRAM+ 58 10,3 2,2 GRAM- 60 10,4 2,3 GRAM+ 58 84,5 6,4 GRAM- 60 81,7 13,1 HCM GRAM+ 58 28,0 3,0 0,594 GRAM- 60 27,8 CHCM GRAM+ 58 33,1 2,1 0,315 GRAM- 60 33,3 1,3 GRAM+ 58 15,5 2,6 GRAM- 59 17,4 6,0 Leucócitos GRAM+ 58 15,21 8,70 GRAM- 60 13,28 7,64 Neutrófilos GRAM+ 58 77,7 15,4 GRAM- 60 78,7 14,7 GRAM+ 52 9,3 7,7 GRAM- 56 12,7 13,6 Segmentados GRAM+ 58 69,4 15,3 GRAM- 60 66,9 16,5 Eosinófilos GRAM+ 58 2,8 4,2 GRAM- 60 2,0 3,2 Monócitos GRAM+ 57 5,3 3,3 GRAM- 58 5,7 4,5 GRAM+ 58 14,9 13,2 13,2 11,7 VCM RDW Bastões Linfócitos Plaquetas 57 256,2 136,0 GRAM- 58 223,7 163,1 significante. Os dados da comparação entre os parâmetros hematimêtricos dos 118 pacientes com hemoculturas positivas, levando em conta os micro-oganismos gram-postivos e os gram-negativos estão contidos na Tabela 3. Discussão Dentre os micro-organismos isola- 136 0,712 0,382 2,7 GRAM+ não mostraram qualquer diferença 0,878 0,024 0,161 0,716 0,233 0,374 0,430 0,946 0,394 0,062 dos em hemoculturas, os ECN são os entanto, apresentam maior morbidade mais comuns e constituem agentes devido à dificuldade no tratamento, desafiadores ao clínico, uma vez que terapias limitadas e maior tempo de sua presença pode indicar contamina- hospitalização (3-5). Nesse estudo, ção já que são agentes integrantes da as enterobactérias foram isoladas em microbiota normal da pele (4). Nossos 47,6% dos casos com destaque para resultados demonstraram a frequência de ECN nas hemoculturas positivas Klebsiella rinoscleromatis (15,2%) e Pseudomonas aeruginosa (5,1%), em 32,2% casos, exibindo frequência sendo este dado relevante, pois não inferior ao encontrado na literatura. condiz com a literatura. Além disso, Hemoculturas positivas para ente- esses patógenos comumente apre- robactérias são pouco frequentes, no sentam resistência a antimicrobianos NewsLab - edição 119 - 2013 e alta taxa de morbi-mortalidade, Já a trombocitopenia observada em Vale ressaltar que este grupo exi- leucocitose, neutrofilia, desvio à es- hemoculturas positivas é evidenciada bia maior médio de bastonetes (12%) querda, anemia e outros achados ca- provavelmente devido ao consumo que os pacientes do grupo gram-ne- racterísticos de infecções de corrente periférico aumentado e totalizaram gativo. Os dados obtidos demonstram sanguínea (ICS). 33,9% dos casos, não apresentando a importância em se realizar novos valor médio inferior a 150.000 células. estudos prospectivos, analisando os quentemente encontradas em pacien- Os resultados expuseram correla- perfis de resistência microbiana e tes com hemoculturas positivas são a ção entre a presença de hemoculturas associando-os aos achados hema- leucocitose, neutrofilia, aumento dos positivas (decorrentes principalmente tológicos, a fim de correlacionar as bastões e linfopenia (11). O presente de Staphylococcus coagulase negati- possíveis citopenias encontradas em estudo evidenciou também essas vo, Staphylococcus aureus e Klebsiella hemoculturas positivas com o perfil de alterações, além da presença de gra- rhinoscleromatis), com quadros de resistência a antimicrobianos. nulações tóxicas (32,2%) e anemia leucocitose, leucopenia, granulações em 83,9% dos casos. A anemia mi- tóxicas, neutrofilia, desvio à esquerda, crocítica e hipocrômica foi observada linfopenia, eosinopenia e anemia nos Correspondências para: em 16,9%, enquanto que a anemia pacientes analisados, sendo a anemia João Paulo dos Santos normocítica e normocrômica foi a mais normocítica e normocrômica o tipo [email protected] prevalente, com 52,5% dos casos. predominante. As alterações hematológicas fre- Referências Bibliográficas 1. Silbert S et al. Staphylococcus sp. Coagulase-negativa em hemoculturas de pacientes com menos de sessenta dias de idade: infecção versus contaminação. J Pediatria, 73(3): 161-165, 1997. 2. Baitello LA et al. Prevalência e fatores associados à bacteremia nos portadores de colecistite aguda litiásica. Rev Assoc Med Brasil, 50(4): 373-379, 2004. 3. Leão LSNO et al. Fenotipagem de bactérias isoladas em hemoculturas de pacientes críticos. Rev Soc Bras Med Tropical, 40(5): 537540, 2007. 4. Gongora-Rubio F et al. 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Clin Bras Med Intensiva, 1:101-107, 1996. 138 NewsLab - edição 119 - 2013 Artigo Hepatites Virais: Soroprevalência em um Pronto-Atendimento Médico de Santa Maria, RS Mariana Preussler Mott1, Thaíse Martins Stangerlin1, Alencar Kolinski Machado1, Rafael Arrua da Silveira2, Graziela Maria Schuh3 1 – Acadêmica do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS 2 – Sócio-proprietário do Laboratório de Análises Clínicas Oswaldo Cruz, Santa Maria, RS 3 – Professora do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS Estudo realizado no Laboratório de Análises Clínicas que presta serviço ao Pronto Atendimento Médico de Santa Maria, RS Summary Resumo Hepatites virais: soroprevalência em um pronto- Viral hepatitis: seroprevalence in an emergency medical department of Santa Maria, RS -atendimento médico de Santa Maria, RS As hepatites virais constituem um importante problema de saú- Viral hepatitis is a major public health problem in Brazil de pública no Brasil e no mundo. Segundo estimativas, bilhões de and worldwide. It is estimated that billions of people have pessoas já entraram em contato com algum dos vírus causadores contacted any of the viruses causing hepatitis and million da hepatite e milhões são portadores crônicos deste vírus. Devido à are chronic carriers of this virus. Due to the high incidence grande incidência de hepatites virais, principalmente as causadas of viral hepatitis, especially those caused by Hepatitis A pelos Vírus da Hepatite A (HAV), Vírus da Hepatite B (HBV) e Vírus Virus (HAV), Hepatitis B Virus (HBV) and Hepatitis C Virus da Hepatite C (HCV), foi realizado um levantamento de dados para (HCV) was a survey data to assess the number of cases of avaliar o número de casos de pacientes infectados pelos três prin- patients infected by the three main types that cause viral cipais tipos virais causadores da hepatite, atendidos em um Pronto- hepatitis treated at an Emergency Department Medical of -Atendimento Médico de Santa Maria, RS, entre 2010 e 2011. Foram Santa Maria - RS, between 2010 and 2011. 1014 requests analisadas 1.014 solicitações dos exames imunológicos para HAV, were analyzed for immunologic studies of HAV, HBV and HBV e HCV. Destas, 3,5% (36/1014) apresentaram-se positivas para HCV, these 3.5% (36/1014) were positive for one of the um dos vírus. Também foram avaliados os marcadores sorológicos viruses. We also evaluated the serological markers for HBV, para o HBV, mostrando que 1,18% (12/1.014) apresentaram-se showing that 1.18% (12/1014) were reactive for anti-HBc reagentes para anti-HBc e 0,39% (4/1.014) para HBsAg, não and 0.39% (4/1014) for HBsAg, with no positive tests for havendo positividade para os testes anti-HBc IgM, anti-HBc IgG e anti- HBc IgM, IgG anti-HBc and anti-HBe. The results indi- anti-HBe. Os resultados indicam maior prevalência das hepatites B cate a higher prevalence of hepatitis B and C, which are e C, as quais são consideradas os tipos mais graves, podendo levar considered the most serious types, which may lead to the ao desenvolvimento de cirrose ou hepatocarcinoma. development of cirrhosis or liver cancer. Palavras-chave: Prevalência, HAV, HBV, HCV inflamação tem caráter infeccioso o tites Virais, ficando os mais comuns agente etiológico é a infecção pelos agrupados de acordo com o modo de s doenças endêmico-epidê- vírus da hepatite (1). Segundo da- transmissão: fecal-oral [vírus da he- micas continuam sendo um dos do Ministério da Saúde, desde patite A (HAV) e Hepatite E (HEV)] e Introdução A Keywords: Prevalence, HAV, HBV, HCV grande desafio para o Bra- 1999 até 2010 já foram notificados parenteral [vírus da hepatite B (HBV), sil. Dentre estas infecções estão as 307.446 casos de hepatites virais no C (HCV) e D (HDV)]. As principais hepatites, as quais causam inflama- Brasil (2). características que diferenciam esses ção no fígado, podendo originar-se São descritos atualmente sete vírus é a capacidade de proporcionar o por diferentes fatores. Quando esta tipos de vírus causadores das Hepa- desenvolvimento de infecções crônicas 140 NewsLab - edição 119 - 2013 e da possibilidade de induzir relevante tornam alarmantes, pois é fornecida exames imunológicos das três prin- comprometimento sistêmico (3). à população a vacina contra o HBV cipais hepatites virais (Hepatite A, gratuitamente, mostrando-se extre- B e C). Os marcadores sorológicos mamente eficaz (7). avaliados para a hepatite A e C foram, Estes vírus possuem como característica o tropismo pelos hepatócitos, local onde há a replicação viral. Apresen- Já o HCV é constituído por uma respectivamente, anti-HAV e anti-HCV. tam várias formas de infecção clínica, fita simples de RNA pertencente à Já para a hepatite B foram avaliados o como assintomático, aguda e crônica, família Flaviridae. Sua transmissão anti-HBc, HBsAg, Anti-HBe, Anti-HBc podendo causar até mesmo cirrose ou é por contato direto, percutâneo ou IgM e Anti-HBc IgG. carcinoma hepatocelular, dependendo através de sangue contaminado. Um O anticorpo Anti-HBs não foi do tipo de vírus envolvido (1). fato preocupante é que a maioria das incluído no estudo, uma vez que este O HAV é um vírus de RNA per- infecções pelo HCV é assintomática, pode estar associado tanto à imuniza- tencente à família Picornavírus. Sua aumentando a chance de transmissão ção pela vacina quanto pela infecção forma de transmissão é por via fecal- e gravidade da doença (8). viral pelo HBV, assim não há definição -oral, estando relacionado o nível so- Devido à grande prevalência de cioeconômico da população como um casos de hepatites virais, foi realizado dos principais fatores de risco (4). No um levantamento de dados para ava- Brasil ainda é considerado como o tipo liar o número de casos de pacientes viral mais comum, pois segundo o Mi- infectados pelos três principais tipos nistério da Saúde, entre 1999 e 2010 de vírus causadores de hepatites em 130.354 indivíduos foram infectados pacientes atendidos em um Pronto- Avaliando 1.014 pacientes, obser- por este vírus, representando 68,7% -Atendimento Médico de Santa Maria, vou-se que 96,4% (978/1.014) foram dos casos notificados no país (2). RS, entre 2010 e 2011. negativos para o diagnóstico soroló- O HBV está classificado na família Hepadnaviridae, possuindo uma dupla hélice incompleta de DNA. Sua forma de infecção quando este marcador apresenta-se reagente. Resultados gico dos vírus causadores das três Material e Método de transmissão é fundamentalmente hepatites virais, mais importantes e frequentes e que 3,55% (36/1014) apresentaram-se reagentes. Desses através da via sexual como também O estudo foi desenvolvido em um pacientes que foram positivos para por via parental. É considerado como Pronto-Atendimento Médico de Santa o diagnóstico imunológico para um o mais importante causador de doença Maria, RS, no período de agosto de dos vírus, 0,39% (4/1.014) apresen- sexualmente transmissível (DST). A 2010 a agosto de 2011, totalizando taram-se reagentes para a hepatite maioria dos pacientes que apresen- um ano. Foi realizada uma análise A, 1,57% (16/1.014) para hepatite B tam este patógeno não desenvolve retrospectiva de 1.014 pacientes, e 1,57% (16/1014) para hepatite C doença hepática ativa, mas a infecção sendo analisados os resultados dos (Figura 1). Para os pacientes positi- persistente pode evoluir para a cirrose hepática, insuficiência hepática e car- 0,39% cinoma hepatocelular (5). A Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 2 bilhões de pessoas já entraram em contado com o HBV. Sendo que 325 HAV 1,57% HBV milhões possuem a infecção na fase crônica, estima-se que muitos indiví- HCV duos infectados são assintomáticos e que muitas infecções sintomáticas não são notificadas. Segundo o Mi- 1,57% nistério da Saúde (6), cerca de 15% da população brasileira já entrou em contato com esse vírus. Estes dados se 142 Figura 1. Prevalência dos três tipos virais de hepatites de pacientes atendidos em um ProntoAtendimento Médico de Santa Maria, RS, no período de 2010/2011 NewsLab - edição 119 - 2013 do HBV é de 3,25%, estando acima da identificada em nossa população 1,40% que foi de 1,57%. Entretanto, a soropositividade do HCV em nosso 1,20% estudo que foi de 1,57%, é superior 1,00% HBsAg 0,80% à encontrada entre os doadores de sangue em Santa Maria, RS, a qual foi de 0,69% (10). Estes resultados 0,60% mostram que apesar destes levantamentos epidemiológicos serem na 0,40% mesma cidade, há diferença entre 0,20% as populações estudadas, havendo 0,00% assim diferença na prevalência das hepatites virais entre os doadores Figura 2. Soroprevalência dos marcadores sorológicos para o HBV (Anti-HBc, HBsAg, AntiHBe, Anti-HBc IgM e Anti-HBc IgG) de pacientes atendidos em um Pronto-Atendimento Médico de Santa Maria, RS, no período de 2010/2011 de sangue e os pacientes atendidos em um Pronto-Atendimento Médico. Os resultados encontrados corroboram com o estudo desenvolvido no hemocentro de Ribeirão Preto, SP, vos para o HBV foram analisados os sultado semelhante foi encontrado onde a frequência da hepatite C foi seguintes marcadores sorológicos: no estudo realizado em 2005 pelo de 1,2%. Já a hepatite B apresentou- HbsAg, que apresentou-se reagente Hemocentro de Santa Maria, RS, que -se mais elevada que em nosso estu- em 0,39% (4/1.014) dos casos, e o evidenciou prevalência de 6,52% en- do, pois em 9,32% das bolsas houve Anti-HBc, que positivou em 1,18% tre os doadores de sangue (10). reatividade para este tipo viral (12). (12/1.014). Porém, os exames Anti- Segundo dados publicados em A prevalência encontrada de indi- -HBc IgM, Anti-HBc IgG e Anti-HBe, 2010 pelo Ministério da Saúde (2), a víduos infectados pelo HCV (1,57%) é não apresentaram-se reagentes prevalência global de infectados pelo preocupante, pois tanto a forma aguda nos casos em que o clínico solicitou HAV no Brasil é mais elevada que os quanto a crônica são assintomáticas, (Figura 2). outros tipos virais, porém, na região aumentando assim o risco de trans- sul os tipos virais mais frequentes são missão (13). Segundo estimativas o HBV e HCV. da Organização Mundial da Saúde, Discussões Estes dados foram evidenciados cerca de 170 milhões de pessoas são nesta pesquisa, pois a prevalência de portadores crônicos, fato este que Mesmo apresentando variações infectados pelo HAV foi menor que tem levado as autoridades de saúde importantes de incidência e pre- a encontrada pelos outros tipos. To- pública a considerar a hepatite C como valência, de acordo com a região davia, isso pode ser justificado pelo a grande pandemia do século 21, além geográfica, nível socioeconômico fato da maioria dos exames imunoló- de ser considerada a primeira causa de e cultural da população estudada, gicos solicitados serem para adultos transplante hepático em vários países as hepatites virais representam um e este tipo viral é predominante em do mundo (14). problema de saúde em praticamente crianças e adolescentes. Uma vez Obtivemos maiores casos de po- todos os países do mundo, principal- que vários estudos epidemiológicos sitividade de anti-HBc do que HBsAg, mente em países subdesenvolvidos identificam que a população infanto- corroborando com vários estudos ou em desenvolvimento como o -juvenil é considerada como o prin- realizados nesta mesma região (10, Brasil (3). cipal grupo de risco para a aquisição 15). O HBsAg é o antígeno de super- deste patógeno, devido ao modo de fície do HBV, aparece no sangue em transmissão do vírus (11). aproximadamente seis semanas após O número total de infectados em nosso estudo (3,55%) está acima do verificado para a região sul do Brasil, Machado e Zuravski (10) des- a exposição ao vírus, antes do apareci- o qual fica entre 0,5% a 1,1%. Re- crevem ainda que a soroprevalência mento dos sintomas da infecção (16). 144 NewsLab - edição 119 - 2013 Já o anti-HBc é o anticorpo produzido a população. Além da necessidade de nestas fragilidades podem ser elabora- contra antígenos do nucleocapsídeo equipes aptas a identificar casos sus- dos para melhor atender à população. (core) do vírus, é útil para detectar peitos, solicitar exames laboratoriais pacientes que tiveram contato com adequados e realizar encaminhamen- este patógeno, pois muitas vezes a tos a serviços de referência dos casos Agradecemos a colaboração e infecção é assintomática (17). identificados, auxiliando no tratamen- disponibilidade do Laboratório de Aná- to dos pacientes. lises Clínicas Oswaldo Cruz de Santa Identificar e diagnosticar as hepatites virais é uma importante questão As pesquisas de soroprevalência de saúde pública, que exige mobili- contribuem para a identificação do zação, capacitação e constante troca perfil populacional, pois não são to- de informações sobre transmissão, dos os municípios que recebem as tratamento e consequências da in- mesmas ações comunitárias de saúde fecção entre profissionais da saúde e pública. Dessa forma, projetos focados Agradecimentos Maria, RS. Correspondências para: Graziela Maria Schuh [email protected] Referências Bibliográficas 1. 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Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. 146 NewsLab - edição 119 - 2013 Artigo Prevalência de Enteroparasitoses em Escolares no Município de Osório, RS Sara Tedesco Abrahão, Andréia Maria Ida Sopelsa Universidade Feevale, Instituto de Ciências da Saúde, Laboratório de Biomedicina - Setor de Parasitologia, Novo Hamburgo, RS Resumo Prevalência de enteroparasitoses em escolares no Município de Osório, RS Summary Prevalence of intestinal parasites in school children in the City of Osório, RS As doenças parasitárias são frequentes na população mundial Parasitic infections are frequent in the world population e responsáveis por um alto índice de morbidade e mortalidade, and responsible for a high rate of morbidity and mortality, particularmente nos países em desenvolvimento. As enteroparasi- particularly in developing countries. The parasitic infections toses acometem principalmente as crianças em idade escolar, por affect mainly school children, they present a less competent apresentarem um sistema imunológico menos competente. São immune system. They are infestations that can trigger infestações que podem desencadear alterações no desenvolvimento development, physical condition, psychosomatic and social e no estado físico, psicossomático e social, interferindo diretamente changes, directly interfering in quality of life of their carriers, na qualidade de vida de seus portadores, gerando deficiência no creating learning and functional disability. Parasitic infections aprendizado e incapacidade funcional. As parasitoses são consequ- are consequences of various environmental changes, but ências das várias mudanças ambientais, mas possuem associação they have a close association with human behavior, which íntima com o comportamento humano, podendo este atuar como may act as a preventive or transmitter. This study objective preventivo ou transmissor. O objetivo do presente estudo foi realizar was to conduct a survey about the prevalence of intestinal um levantamento sobre a prevalência de enteroparasitoses em crian- parasites in school children in the city of Osorio-RS, to adopt ças em idade escolar na cidade de Osório-RS, para a adoção de preventive measures, in view of the lack of prevalence rates medidas preventivas, tendo em vista o desconhecimento das taxas in the city. We analyzed 59 samples of school children faeces de prevalência neste município. Foram analisadas 59 amostras de of both sexes, aged between 6 and 11 years, students from fezes de escolares, de ambos os sexos, com idades entre seis e 11 first to fifth year of elementary education at public schools, anos, estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental being one sample of each student. These were processed de escolas públicas, sendo uma amostra de cada aluno. Estas through the spontaneous sedimentation method or HPJ and foram processadas através dos métodos de HPJ ou sedimentação of modified Faust. Of the 59 samples, only six (10.3%) were espontânea e de Faust modificado. Das 59 amostras, apenas seis positive for Entamoeba coli and Endolimax nana cystis. The (10,3%) estavam positivas para cistos de Entamoeba coli e cistos low prevalence rate may have been due to the low number de Endolimax nana. A baixa taxa de prevalência pode ter sido of participants, the analysis of only one sample per student devido ao baixo número de participantes, à análise de apenas uma or because of the low prevalence possibly be linked to amostra por aluno ou pelo fato da baixa prevalência, possivelmente, improvements in health and in preventive measures, adopted estar associada à melhoria nas condições sanitárias e nas medidas in the area surveyed. preventivas, adotadas na região pesquisada. Palavras-Chave: Prevalência, enteroparasitoses, escolares 148 Keywords: Prevalence, intestinal parasites, school children NewsLab - edição 119 - 2013 Introdução ou ainda pela penetração de larvas cofatores da mortalidade infantil, con- pela pele e mucosas. A oportunidade siderando que infecções por parasitas s doenças parasitárias são de infecção por um ou vários para- intestinais podem afetar o equilíbrio frequentes na população sitas intestinais é universal, devido nutricional, induzir ao sangramento mundial e são responsáveis à disseminação desses agentes e à intestinal causando anemia (ancilos- por um alto índice de morbidade e facilidade com que são transmitidos tomídeos), má absorção de nutrientes, mortalidade, particularmente nos (7, 8, 17, 18). diarreia crônica (Entamoeba histolyti- A países em desenvolvimento (1, 2, 3). A transmissão também é facilitada ca e Giardia lamblia), além de compe- As enteroparasitoses ou parasi- pelo aumento do contato pessoa a tir pela absorção de micronutrientes, toses intestinais acometem princi- pessoa, propiciado pelos ambientes reduzir a ingesta alimentar causando palmente as crianças em idade es- fechados como asilos e creches (19), desnutrição (Ascaris lumbricoides e colar, por apresentarem um sistema ou através do contato interpessoal Trichuris trichiura), causar complica- imunológico menos competente. São com pessoas infectadas que habitam ções cirúrgicas como prolapso retal, infestações que podem desencadear a mesma residência (9). Ou ainda, obstrução intestinal (Trichuris tri- alterações no desenvolvimento e no pelos manipuladores de alimento que chiura e Ascaris lumbricoides), dores estado físico, psicossomático e social, podem ser importantes veiculado- abdominais e abscesso intestinal, em interferindo diretamente na qualidade res na disseminação dos parasitas, caso de uma superpopulação, poden- de vida de seus portadores, gerando pois qualquer falha na higiene, na do levar o indivíduo à óbito (4, 5, 11, deficiência no aprendizado e incapa- preparação e na forma de consumo 12, 18, 23). cidade funcional (4-7). dos alimentos, pode acarretar a con- Para um diagnóstico parasitológico taminação dos mesmos e viabilizar a preciso, é importante levar em con- transmissão (9, 20). sideração fatores que condicionam A intensidade e a disseminação das doenças parasitárias estão intimamente relacionadas com as condi- O convívio com os animais pode as parasitoses, como o mecanismo ções de saneamento básico precárias, constituir um fator de risco para a de transmissão, a biologia, o clima o baixo nível socioeconômico e cul- contaminação por parasitas (9). e as condições sanitárias, além da tural, a falta de orientação sanitária, As infecções parasitárias intesti- as baixas condições de higiene, a nais são em sua maioria assintomá- O diagnóstico laboratorial é feito idade e com locais de aglomerações ticas e, quando determinam alguma através do exame parasitológico de tais como creches, escolas, asilos e sintomatologia, esta é geralmente fezes, que identifica os agentes pa- orfanatos, pela facilidade de conta- discreta e inespecífica, tais como rasitários, pois frequentemente estes minação e disseminação, e podem anorexia, irritabilidade, distúrbios do agentes liberam os seus ovos junto contribuir de forma significativa para sono, náuseas, vômitos ocasionais, com as fezes do hospedeiro, que é um uma maior prevalência de parasitoses dor abdominal e diarreia, não sendo veículo normal de disseminação para intestinais na faixa etária considerada muitas vezes diagnosticadas clinica- o meio externo (3, 24). (1, 8, 9, 10). mente (21, 22). patogenia (2). A prevenção é a melhor forma Dentre os helmintos, os mais fre- Os parasitas são divididos em dois de evitar a infecção por parasitas. quentes são os nematelmintos Ascaris grupos: protozoários e helmintos. Portanto, medidas como a melhoria lumbricoides, Trichuris trichiura, os Os protozoários são organismos uni- das condições sanitárias e melhor de- ancilostomídeos e o Enterobius ver- celulares que se multiplicam muito senvolvimento econômico, são funda- miculares. Dentre os protozoários rapidamente e podem resultar em mentais para que haja a diminuição da destacam-se a Entamoeba histolytica/ doenças graves se não combatidos. prevalência de enteroparasitoses (7). dispar, a Giardia lamblia, o Endolimax Em contrapartida, os helmintos são Sendo assim, é necessário iden- nana e a Entamoeba coli (4, 11-16). pluricelulares e apresentam um ciclo tificar, tratar e prevenir as infecções A transmissão dos parasitas geral- de vida mais complexo que os proto- parasitárias, a fim de evitar prová- zoários (8). veis epidemias e formação de novas mente é fecal-oral, isto é, a infecção acontece pela ingestão de ovos ou Apesar de isoladamente não apre- áreas endêmicas. Os estudos deste cistos, através de alimentos, água sentarem alta letalidade, as enteropa- problema de saúde pública esbarram ou objetos contaminados com fezes, rasitoses podem ser analisadas como na necessidade de conhecimento da NewsLab - edição 119 - 2013 149 realidade e dos fatores de risco que fa- positivos, foram encaminhados para vorecem o surgimento, a manutenção tratamento médico adequado. A Endolimax nana é a ameba de menor tamanho encontrada no e a propagação desses agentes. Além Os dados e laudos dos escolares intestino humano e, em indivíduos disso, o diagnóstico através do exame participantes serão armazenados du- imunodeprimidos, pode tornar-se parasitológico de fezes é indispensável rante cinco anos e após, incinerados. patogênica. A Entamoeba coli é uma para a exata avaliação da atividade Os dados foram plotados em plani- ameba não patogênica que habita dos diferentes agentes terapêuticos lhas no programa Microsoft Office Ex- o intestino grosso, locomovendo-se utilizados (1, 9, 12). cel 2007 e foram avaliados através do por pseudópodos (30). A transmissão teste paramétrico Qui-quadrado (c ). destas espécies de amebas ocorre O objetivo do presente estudo foi 2 realizar um levantamento sobre a pela ingestão de água e alimentos prevalência de enteroparasitoses em contaminados. As amebas parasitam crianças em idade escolar na cidade de Osório-RS, para a adoção de medidas preventivas. Metodologia Resultados e Discussão Foram analisadas amostras de o intestino do homem, sendo que a Endolimax nana e a Entamoeba coli são espécies comensais (21, 30, 31). fezes de 59 escolares, de ambos os A prevalência de enteroparasitoses sexos, com uma média de 8,5 anos está correlacionada às faixas etárias de idade, estudantes do primeiro ao mais baixas ou à subnutrição, prove- quinto ano, de três escolas públicas nientes de comunidades cujas condi- Trata-se de um estudo transversal da cidade de Osório, RS. Estas escolas ções socioeconômicas são precárias comparativo. Este trabalho foi aprova- se encontravam em pontos distintos (29). No estado do Rio Grande do do pelo Comitê de Ética e Pesquisa da da cidade. Sul, os resultados variam para altas Universidade Feevale sob o número Destes 59 escolares avaliados, 2.13.03.11.2044. Os pais dos alunos em seis amostras (10,3%) obteve- e baixas prevalências. Em um estudo realizado em es- ou responsáveis foram informados -se positividade. Foram encontrados colas da periferia de Porto Alegre, sobre o objetivo da pesquisa e foram cistos de Entamoeba coli e cistos de foram avaliadas 191 amostras de fezes convidados a participarem e a assina- Endolimax nana, ambos comensais, através do método de sedimentação rem um Termo de Consentimento Livre sem relevância para fatores como espontânea. Desse total, 69 amostras e Esclarecido. As crianças receberam idade, sexo, série ou a escola dos in- (36%) apresentaram resultado posi- informações sobre a importância do divíduos participantes da pesquisa. Os tivo ao exame parasitológico de fezes exame. cistos foram encontrados quando se para um ou mais parasitas intestinais, O projeto teve um total de 59 utilizou ambos os métodos, Hoffman, sendo que foram encontrados cistos participantes, de ambos os sexos e Pons & Janer e Faust modificado. As de Entamoeba sp. em 15 destas com idade entre seis e 11 anos, cur- lâminas foram analisadas em duplicata amostras, além de outros parasitas sando do primeiro ao quinto ano do (Tabela 1). como Ascaris lumbricoides, Trichuris Ensino Fundamental Inicial de escolas públicas da cidade de Osório-RS. Foi analisada uma amostra de fezes de cada aluno. As amostras de fezes coletadas foram processadas e analisadas no Setor de Parasitologia do Laboratório de Biomedicina da Universidade Feevale através das técnicas de Hoffman, Pons Tabela 1. Resultados do estudo Escolas N° de amostras Amostras positivas Escola 1 23 2 Escola 2 12 2 Escola 3 24 2 Total 59 6 & Janer ou sedimenteção espontânea (25) e de Faust modificado (26). Os alunos receberam posteriormente laudos com os resultados e aqueles que obtiveram resultados 150 Observado Cistos de Entamoeba coli e Endolimax nana Cistos de Entamoeba coli e Endolimax nana Cistos de Entamoeba coli e Endolimax nana - Métodos utilizados HPJ e Faust HPJ e Faust HPJ e Faust - NewsLab - edição 119 - 2013 trichiura, Hymenolepis nana e Giardia Entamoeba coli (24,4%). Além deles, dois métodos utilizados encontraram- lamblia (32). Em outro estudo realiza- Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides -se os mesmos cistos parasitários, do em Erechim-RS durante o período e Enterobius vermiculares também confirmando o fato de que o uso de de 2004 a 2008, foram avaliadas 235 foram observados. mais de um método auxilia na confir- amostras fecais de crianças de uma A baixa prevalência de parasitas entidade assistencial, pelos métodos encontrada em nosso estudo pode ter mação de diagnósticos. A higiene pessoal, como tomar direto e a fresco e pela técnica de con- sido devido ao número de amostras banho todos os dias, lavar as mãos centração em MIF e, destas, 128 apre- analisadas (59), pois inicialmente foi antes das refeições e após a defeca- sentaram positividade para os parasi- estimado em torno de 230 amostras, ção, cortar as unhas, andar calçado, tas pesquisados, dentre eles, cistos de porém, apesar das recomendações dentre outras medidas básicas, são Entamoeba coli foram encontrados em sobre a importância desse tipo de necessárias para uma boa saúde. 28,9% das amostras, além de Giardia exame feita às crianças, houve pouco Esses fatores são importantes na lamblia e Ascaris lumbricoides (8). retorno tanto dos escolares quanto redução dos riscos de infecções por Contudo, em um estudo realizado de seus responsáveis, com relação parasitas em qualquer faixa etária e, na cidade de Sananduva, RS (33) à participação no projeto. Também especialmente, entre as crianças (9). foram analisados os resultados de poderia estar relacionada ao número 546 exames parasitológicos de fezes de amostras coletadas, pois foi so- realizados em um Laboratório de Aná- mente uma por aluno e muitos autores Deixo expressos meus sinceros lises Clínicas, que atende à população recomendam o exame de amostras agradecimentos ao Laboratório de da região. Foram usados os métodos coletadas em dias diferentes, para Biomedicina da Universidade Feevale de exame direto a fresco e o método aumentar a sensibilidade na detecção pela receptividade e acolhida ao desen- de Blagg ou MIFC. Destes, 44 (8,1%) de estruturas parasitárias (3). Outro volvimento deste trabalho e as escolas foram positivos para parasitas intesti- fator importante pode estar associado que colaboraram para o mesmo. nais e 502 (91,9%) apresentaram re- à melhoria nas condições sanitárias e sultados negativos, índice considerado nas medidas preventivas, adotadas na baixo quando comparado com dados região pesquisada. de estudos encontrados na literatura. Apesar de encontrarmos um baixo Nesse estudo, os parasitas prevalen- número de amostras positivas, obser- tes foram Endolimax nana (44,4%) e vou-se que, nas seis amostras, com os Agradecimentos Correspondências para: Sara Tedesco Abrahão [email protected] Referências Bibliográficas 1. Chaves EMS et al. Levantamento de Protozoonoses e Verminoses nas Sete Creches Municipais de Uruguaiana, Rio Grande do Sul – Brasil. Revista Brasileira de Analises Clínicas, Rio de Janeiro, 38(1): 39-40. 2006. 2. Carneiro LC, Souza FA. Estudo Parasitológico de Exames Coprológicos no Hospital Municipal de Piracanjuba-GO. 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Informações: www.sbmicrobiologia.org.br/27cbm/ sbicongressos.com/ 47º CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL XVII CONGRESSO PAULISTA DE FARMACÊUTICOS IX Seminário Internacional de Farmacêuticos Data: 5 a 8 de outubro de 2013 Data: 22 a 25 de setembro Local: Transamérica Expo Center. São Paulo.SP Local: Parque Anhembi. São Paulo. SP Realização: Conselho Regional de Farmácia de São Realização: Sociedade Brasileira de Patologia Paulo (CRF-SP) Clínica/Medicina Laboratorial Informações: http://portal.crfsp.org.br/congresso Informações: www.cbpcml.org.br VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOSSEGURANÇA Data: 23 a 27 de setembro Local: Bahia Othon Hotel. Salvador. BA Realização: Associação Nacional de Biossegurança (ANBio) Informações: www.anbio.org.br / (21) 22208678 156 Informações: www.analiticanet.com.br HEMO 2013 CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMOTERAPIA E HEMATOLOGIA E TERAPIA CELULAR Data: 07 a 10 de novembro Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Brasília. DF Realização: Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) Informações: www.hemo.org.br NewsLab - edição 119 - 2013 Anunciantes Abbott Laboratórios do Brasil Divisão Diagnóstica R. Michigan, 735 04566-905. São Paulo. SP Fone: (11) 5536-7000 Fax: (11) 5536-7062 [email protected] www.abbottbrasil.com.br Página: 91 AFIP Medicina Diagnóstica R. Marselhesa, 500. São Paulo. SP 04020-060. São Paulo. SP Fone: (11) 5908-7070 Fax: (11) 5908-7014 [email protected] www.afip.com.br/medicinadiagnostica Página: 69 Alere R. dos Pinheiros, 498 - 7ºandar 05422-000. São Paulo. SP Fones: (11) 2131-5100/0800 113262 [email protected] www.alerebrasil.com.br Página: 15 Alka Tecnologia em Diagnósticos R.Paula Ney, 38 04107-020-São Paulo-SP Fone: (011)5573.8814 Fax: (011)5575.3749 [email protected] www.alka.com.br Página: 24, 25 Álvaro Centro de Análises e Pesquisas Clínicas R. General Osório, 3212 85801-110. Cascavel. PR Fone: (45) 3220-8000 Apoio a laboratórios Fone: (45) 3220-8008 Fax: (45) 3220-8028 [email protected] www.alvaro.com.br Página: 121 AMP Produtos Terapêuticos Ltda R. Cesário Ramalho, 615 01521-000. São Paulo. SP Fone/Fax: (11) 3277-8566 0800 136006 [email protected] www.ampltda.com.br www.bloodstop.com.br Página: 23 Análise Produtos e Serviços para Laboratórios Ltda Av. Santo Amaro, 3200 04556-200. São Paulo. SP Fone: (11) 5542-4699 Fax: (11) 5542-7054 [email protected] www.analiselaboratorios.com.br Página: 10 160 AR Sistemas Av. Oswaldo Aranha, 70 04291-070. São Paulo. SP Fone: (11) 5060-5885 [email protected] www.ar.inf.br Página: 8, 9 Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda. R. Alexandre Dumas, 1976 04717-004. São Paulo. SP Fone: 0800 555-5654 Fax: (11) 5185-9966 [email protected] www.bd.com/brasil Página: 17, 95 Biodina Rio Representações Ltda. Estrada do Mapuá, 742 22713-321. Jacarepaguá. RJ Fone/Fax: (21) 2435-9800 [email protected] Páginas: 162, 3a Capa BioMérieux Brasil S/A Estrada do Mapuá, 491 22713-320. Rio de Janeiro. RJ 0800 026 4848 Fone: (21) 2444-1400 Fax: (21) 2444-1413 [email protected] www.biomerieux.com.br Página: 64, 65 Biomixer www.biomixer.net.br Página: 153 Bio-Rad Laboratories Matriz Rua Alfredo Albano da Costa, 100 - salas 1, 2 e 3 - Distrito Industrial 33400-000. Lagoa Santa. MG Fone: (31) 3689-6600 Fax: (31) 3689-6611 Filial RJ Rua General Canabarro, 224 20271-203. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 3237-9400 Filial SP Av. Rebouças, 2267 05401-300. São Paulo. SP Fone: (11) 5044-5699 / 3065-7550 [email protected], brz_sac@ bio-rad.com www.bio-rad.com, www.diamed.com.br Página: 21, 35, 57 BioSystems S.A www.biosystems.es Página: 49 Biosystems R.Maurílio da Cruz, 49 83065-200. São José dos Pinhais. PR Fone: (041)3353.1010 DDG: 0800-7031012 Fax: (041)3069.3642 [email protected] www.biosystems.com.br Página: 73 Gráfica Bartolo R. Caetano Albert, 22 19053-230. Presidente Prudente. SP Fone: (18) 3908-5101 [email protected] www.graficabartolo.com.br Página: 99 Biotécnica Ind Com Ltda. R. Ignácio Alvarenga, 96 37026-470. Varginha. MG Fone:/Fax: (35) 3214-4646 [email protected] www.biotecnica.ind.br Página: 137 Greiner Bio-One Brasil Produtos Médicos Hospitalares Ltda. Av. Affonso Pansan, 1967 13473-620. Americana. SP Fone: (19) 3468-9600 Fax: (19) 3468-9601 [email protected] www.gbo.com Página: 59, 87 Centro de Genomas® R. Leandro Dupré, 967 04025-014. São Paulo. SP Fone: (11) 5079-9593 0800 771 1137 www.centrodegenomas.com.br Página: 46, 47 Cral – Artigos para Laboratórios Ltda. R. San José, 305 – Parque Industrial São José 06715-862. Cotia. SP Fone/Fax: (11) 2712-7000 ou 3454-7000 [email protected] www.cralplast.com.br Página: 27 Diagnostek R. Padre Antonio Pacheco da Silva,431 13313-003-Itú-SP Fone: (011)4023.3888 Página: 125 Diagnósticos do Brasil BR 376, 10.500 83010-500. São José dos Pinhais. PR Fone/Fax: (41) 3299-3400 www.diagnosticosdobrasil.com.br Página: 4ª Capa DiaSorin Ltda. Av. Ermano Marchetti, 1435-B 05038-001. São Paulo. SP Fone: (11) 3618-6000 Fax: (11) 3611-0502 [email protected] www.diasorin.com Página: 63, 67 Erviegas Ltda. R. Lacedemônia, 268 04634-020. São Paulo. SP Fone: (11) 5034-2227 Fax: (11) 5034-2228 [email protected] www.erviegas.com.br Página: 115 Genomap Diagnósticos Rua Mucuri, 255 – Floresta Belo Horizonte / MG / Brasil CEP: 30.150-190 Fone/Fax: (31) 3589-5000 Email: [email protected] www.genomap.com.br Página: 113 Grupo Byogene Av. Humberto de Campos, 718 09424-600. Ribeirão Pires. SP Fone: (11) 2595-3800 [email protected] www.byogene.com.br Página: 109 Health Solution Comércio, Importação e Exportação de Produtos Médicos Hospitalares R. Maestro Cardim, 407 - Business Tower - sala 702 01323-000. São Paulo. SP Fone: (11) 2628-1285 / 2628-1292 [email protected] www.healthsolutionbrasil.com Página: 53 Horiba Medical Av. das Nações Unidas, 21.735 04795-100. São Paulo. SP Fone: (11) 5545-1500 Fax: (11) 5545-1570 HelpLine 0800-113999 [email protected] www.horiba-abx.com Páginas: 2a Capa, 3, 117 Hotsoft Informática Ltda. Av. Tiradentes, 57 - sobreloja 87013-260. Maringá. PR Fone: (44) 3226-4453 Fax: (44) 3222-5091 [email protected] www.hotsoft.com.br Página: 55 NewsLab - edição 119 - 2013 Imunotech ADE conjunto 13 lote 08 Águas Claras 71.987.720. Brasilia. DF Fone: (61) 3878.5000 Fax: (61) 3878.5001 www.imunotech.com.br [email protected] Página: 157 Medivax Ind. e Com. Ltda. Av. Venezuela, 3 – sala 303 20081-310. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2283-2833 Fax: (21) 2263-9117 [email protected] www.medivax.com.br Página: 61 Johnson & Johnson Ind.Com.Prod. p/ Saúde Ltda R. Gerivatiba, 207 - 13ª 05501-900. São Paulo. SP Fone: (11) 3030-1144 www.jnjgateway.com Página: 31 Mindray R. Tavares Bastos, 329 05012-020. São Paulo. SP Fone: (11) 3124-8026 www.mindray.com [email protected] Página: 75 Laboratório H. Pardini Ltda. Av. das Nações, 2448 33200-000. Vespasiano. MG Fone: (31) 3228-6200 Fax: (31) 2121-6200 [email protected] www.hermespardini.com.br Página: 51 MUT-Ag [email protected] www.mut-group.com Página: 143 Laboratório Médico Dr. Maricondi R. Major José Inácio, 2392 13560-161. São Carlos. SP Fone: (16) 2107-0123 Fax: (16) 3307-4240 [email protected] www.labmaricondi.com.br Página: 103 Laborclin Produtos para Laboratórios Ltda. Rua Cassemiro de Abreu, 521 83321-210. Pinhais. PR SAC: 0800 410 027 Fone:/Fax: (41) 3661-9000 SAC:@laborclin.com.br [email protected] www.laborclin.com.br Página: 123 Labtest Diagnóstica S.A. Av. Paulo Ferreira da Costa, 600 33400-000. Lagoa Santa. MG Fone: (31) 3689-6900 Fax: (31) 3689-6901 [email protected] www.labtest.com.br Página: 107 Medica Comércio Representação e Importação Ltda. Av. Manoel Borba, 837 50070-000. Recife. PE Fone: (81) 3221-8277 Fax: (81) 3221-8977 [email protected] www.medica-ne.com.br Página: 93 Nasa Laboratório Pça Pádua Dias, 30 03067-050. São Paulo. SP Fone: (11) 2090-0532 Fax: (11) 2090-0500 – ramal 554 [email protected] www.nasalab.com.br Página: 141 PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade R. Vicente Licínio, 191 A 20270-902. Rio de Janeiro. RJ Fone/Fax: (21) 2569-6867 [email protected] www.pncq.org.br Página: 7 Qiagen Biotecnologia Brasil Ltda. Av. Jabaquara, 1909 – cj 141-151 04045-003. São Paulo. SP [email protected] www.testedehpv.com.br Página: 77 Quibasa / Bioclin R. Teles de Menezes, 92 31565-130. Belo Horizonte. MG Fone: (31)3439 5454 Fax: (31) 3439 5465 [email protected] www.bioclin.com.br Página: 71 Randox Brasil Ltda. R. Fernandes Moreira, 415 04716-000. São Paulo. SP Fone: (11) 5181-2024 Fax: (11) 5181-0817 [email protected] www.randox.com Página: 145, 147 NewsLab - edição 119 - 2013 Roche Diagnóstica Brasil Ltda. Av. Engenheiro Billings, 1729 prédio 38 05321-010. São Paulo. SP Fone: (11) 3719-8341 Fax: (55) 11 3719-7796 www.roche.com Pag: 1ª Capa, 13, 45, 81, 101, Revista Roche News Sebia Brasil R. Barão do Triunfo, 73 – cj 51 04602-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3849-0148 Fax: (11) 3841-9816 [email protected] Página: 127 Shift Consultoria e Sistemas R. Independência, 3281 15010-110. São José do Rio Preto. SP Fone: (17) 2136-1555 Fax: (17) 2136-1590 [email protected] www.shift.com.br Página: 38, 39 Sirius Tecnologia em Diagnósticos ltda R. Prof. Brandão, 420 - Alto da XV 80045-280. Curitiba. PR Fone / Fax : (41) 3022-8051 [email protected] www.siriusdiagnosticos.com.br Página: 37 S Line R. José Farias, 134 – sala 403 – Ed. MedCenter 29045-300. Vitória. ES Fone: (27) 3207-6733 / 3315-1689 [email protected] www.sline.com.br Página: 89 Sociedade Brasileira de Análises Clínicas R. Vicente Licínio, 95 20270-340. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2187-0800 Fax: (21) 2234-4881 E-mail: [email protected] www.cbac.org.br Página: 155 Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial R. Dois de Dezembro, 78 – salas 909/910 22220-040. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2558-1024 Fax: (21) 2205-3386 [email protected] Página: 139, 158, 159 Solução Central Diagnóstica Av. Vereador Abraão João Francisco, 2300 – sala 01 88307-300. Itajaí. SC Fone: (47) 3248-2880 [email protected] www.solucaolab.com.br Página: 79 Sysmex do Brasil Indústria e Comércio Ltda. R. do Paraíso, 148 – cj 31 04103-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3145-4300 Fax: (11) 3145-4309 [email protected] www.sysmex.com.br Página: 29 Thread Sistemas Av.Tiradentes-1194-salas 03 e 04 Zona 01 87013-260-Maringá-PR Fone: (044)3031.2552 [email protected] www.jalis.com.br Página: 151 USA Diagnóstica R. Antero de Quental, 166 30565-120. Belo Horizonte. MG Fone: (31) 3226-3330 / 3226-6575 Fax: (31) 3226-3330 [email protected] www.usadiagnostica.com.br Página: 33 Veolia R. Jundiaí, 50 - 2° A 04001-140. São Paulo. SP Fone: (11) 3888-8800 [email protected] www.veoliawaterst.com.br Página: 85 Viewpoint Medical Equipment Al. dos Jurupis, 1796 – Moema 04088-006 – São Paulo. SP Fone: (11) 5533-8055 www.viewpoint-brasil.com.br [email protected] Página: 19 Wama Produtos para Laboratórios Ltda. R. Aldo Germano Klein, 100 13560-971. São Carlos. SP Fone: (16) 3377-9977 Fax: (16) 3377-9970 [email protected] www.wamadiagnostica.com.br Página: 5 Werfen Medical Ltda Estrada dos Romeiros-km 38,5 Condomínio Morro Grande-Módulo G9 06504-160-Santana de Parnaíba-SP Fone: (011)4154.3337 [email protected] www.werfengroup.com Página: 129, 131, 135 161