Editorial
C
“Conectividade como ferramenta para a eficiência labo-
forma de fenômenos biologicamente significativos,
ratorial”. Com este título, nossa matéria de capa mostra
como a resistência das bactérias a diferentes tipos de
que a Roche Diagnóstica acompanha a evolução mer-
antibióticos.
cadológica e tecnológica, desenvolvendo soluções de
informação para aperfeiçoar processos laboratoriais. A
empresa ressalta que a simples aquisição de softwares
e dispositivos não garante melhorias, mas sim o método
como os processos são desenvolvidos e integrados,
Na nossa coluna Analogias em Medicina, nosso colaborador, o médico José de Souza Andrade-Filho faz uma
alusão ao Golpe a Cavalo, que seria a adição de uma
terceira bulha às duas bulhas normais que transforma o
atrelados à capacitação eficaz dos colaboradores do
ritmo binário em ritmo tríplice ou de 3 tempos. O médico
laboratório.
francês Bouillaud criou então a denominação de ritmo
Em nossa coluna de Notícias, trazemos importantes
de galope, baseando-se em suas características sonoras.
informações sobre o mercado diagnóstico, como a in-
Já os artigos científicos deste número trazem assuntos de
auguração da segunda esteira de distribuição de alta
variados interesses, como “Comparação de duas Metodolo-
produtividade do DASA. Fruto de um investimento de
gias para Determinação de Colesterol HDL: Método Direto
R$ 19 milhões, o equipamento elimina a margem de erro
Versus Método por Precipitação” e “Avaliação dos Resulta-
e diminui o tempo de entrega de exames em 40%, até
dos dos Testes da Tira Reativa na Detecção de Glicosúria
mesmo em casos de análises especiais. Outra informação
em Pacientes com Glicemia Alterada”, entre outros.
interessante vem do Technion (Israel Institute of Technology), onde cientistas desenvolveram um transdutor
molecular como DNA e enzimas que podem manipular
códigos genéticos. O dispositivo produz resultados em
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Conselho Editorial:
Luiz Euribel Prestes Carneiro, farmacêutico-bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP • Prof. Dr. Carlos A. C. Sannazzaro - Professor Doutor da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da USP • Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico • Dr. Marco Antonio Abrahão – Biomédico • Prof.
Dr. Antenor Henrique Pedrazzi - Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP •
Prof. Dr. José Carlos Barbério - Professor Titular da USP (aposentado) • Dr. Silvano Wendel - Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês • Dr. Paulo C. Cardoso de Almeida - Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina da USP • Dr. Jacques Elkis - Médico
Patologista, Mestre em Análises Clínicas - USP • Dr. Zan Mustacchi - Prof. Adjunto de Genética da Faculdade Objetivo - UNIP •
Dr. José Pascoal Simonetti - Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ - RJ • Dr.
Sérgio Cimerman - Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman
de Análises Clínicas • Dra. Suely Aparecida Corrêa Antonialli - Farmacêutica-bioquímica-sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva
• Dra. Gilza Bastos dos Santos - Farmacêutica-bioquímica • Dra. Leda Bassit - Biomédica do Departamento de Diagnóstico e
Pesquisa da Fundação Pró-Sangue
Colaboraram nesta edição:
José de Souza Andrade-Filho, Iana Mundim de Oliveira, Ivo da Costa Martins, Xisto Sena Passos, Víctor Castelo Branco Pereira, José
Nilson Ferreira Gomes Neto, Lisiana Stuani Caon, Rejane Giacomelli Tavares, Carla Elenuska Fernandes Barbosa Rodrigues, Ana
Paula Ferreira Costa, Ayane Cristine Alves Sarmento, Maria de Lourdes de Queiroz, Marcos Adriano Gomes Rodrigues, Ruth Leya
Fonseca de Oliveira, Eduardo Glassen, Tamira Braida, Gilberto Inácio Lunkes, João Paulo dos Santos, Luiz Arthur Calheiros Leite,
Adriana Alexandre Brito, Claudine Fernandes Omena Balin, Lucinéia de Oliveira Escobro, Joelma Carvalho Santos, Zenaldo Porfirio
da Silva, Mariana Preussler Mott, Thaíse Martins Stangerlin, Alencar Kolinski Machado, Rafael Arrua da Silveira, Graziela Maria
Schuh, Sara Tedesco Abrahão, Andréia Maria Ida Sopelsa
Impressão: IBEP Gráfica
Editoração: Fmais - Comunicação e Design
NewsLab
A revista do laboratório moderno
ANO XX - Nº 119
(AGOSTO/SETEMBRO 2013)
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dirigida a laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos assinados
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Filiado à Anatec
Leia ainda na Roche News:
Roche Diagnóstica desenvolve
soluções de interatividade para
aperfeiçoar processos laboratoriais
04Editorial
06Índice
11Notícias
40
Nossa Capa – Conectividade como ferramenta para a eficiência laboratorial
48
Informe de Mercado
80 Analogias em Medicina – Coração a galope, por José de Souza Andrade-Filho
82
Candidúria em Transplantados Renais: Revisão da Literatura - Iana Mundim de Oliveira,
Ivo da Costa Martins, Xisto Sena Passos
90
Avaliação dos Resultados dos Testes da Tira Reativa na Detecção de Glicosúria em Pacientes com Glicemia
Alterada - Víctor Castelo Branco Pereira, José Nilson Ferreira Gomes Neto
100
Comparação de duas Metodologias para Determinação de Colesterol HDL: Método Direto Versus Método por
Precipitação - Lisiana Stuani Caon, Rejane Giacomelli Tavares
108
Perfil Epidemiológico das Infecções Urinárias Diagnosticadas em Pacientes Atendidos no Laboratório Escola da
Universidade Potiguar, Natal, RN - Carla Elenuska Fernandes Barbosa Rodrigues, Ana Paula Ferreira Costa, Ayane Cristine
Alves Sarmento, Maria de Lourdes de Queiroz, Marcos Adriano Gomes Rodrigues, Ruth Leya Fonseca de Oliveira
118
Diagnóstico de Resistência à Insulina na Avaliação da Síndrome Metabólica - Eduardo Glassen, Tamira Braida,
Gilberto Inácio Lunkes
128
Alterações Hematológicas em Pacientes com Hemoculturas Positivas no Hospital Geral do Estado de Alagoas - João Paulo
dos Santos, Luiz Arthur Calheiros Leite, Adriana Alexandre Brito, Claudine Fernandes Omena Balin, Lucinéia de Oliveira
Escobro, Joelma Carvalho Santos, Zenaldo Porfirio da Silva
140
Hepatites Virais: Soroprevalência em um Pronto-Atendimento Médico de Santa Maria, RS - Mariana Preussler Mott,
Thaíse Martins Stangerlin, Alencar Kolinski Machado, Rafael Arrua da Silveira, Graziela Maria Schuh
148
Prevalência de Enteroparasitoses em Escolares no Município de Osório, RS - Sara Tedesco Abrahão, Andréia Maria
Ida Sopelsa
156Agenda
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ISSN 0104-8384
www.newslab.com.br
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Endereços dos Anunciantes
Ano XIX – Nº 119 – Ago/Set 2013
A revista do laboratório moderno
14/08/13 12:18
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DASA INAUGURA SEGUNDA ESTEIRA DE ALTA PRODUÇÃO
E AUMENTA EM 40% A VELOCIDADE DE RESULTADOS
Com o equipamento, a companhia passa a contar com o
parque tecnológico mais moderno da América Latina
A DASA, grupo especializado em serviços auxiliares
de apoio diagnóstico e referência no mercado de saúde
brasileiro e internacional, acaba de inaugurar sua segunda
esteira de distribuição de alta produtividade. Fruto de um
investimento de R$ 19 milhões, o equipamento é capaz de
realizar testes de naturezas diversas eliminando a margem
de erro e diminuindo o tempo de entrega de exames em
40%, até mesmo em casos de análises especiais.
“A segurança e o conforto do paciente são os principais
benefícios de associarmos tecnologia de ponta aos serviços
de medicina diagnóstica. A inauguração da nova esteira
permite oferecermos resultados ainda mais rápidos e precisos aos nossos clientes”, afirma Dr. Octavio Fernandes,
Vice-Presidente de Operações da DASA.
A adição de mais um equipamento, com capacidade de
gerenciar cerca de 28 mil tubos por dia, dobrou a produção
de exames, chegando a realização de 8 milhões de testes
por mês, processados pelo NTO (Núcleo Técnico Operacional) do Rio de Janeiro.
O projeto de expansão poderá atingir 4 mil tubos de exames por hora, com potencial de crescimento
bem além do planejado originalmente. “Somadas, as
duas esteiras atingem 82 metros de comprimento e 20
equipamentos conectados, muitos deles compostos por
vários módulos. Com isso, a DASA mantém-se como a
companhia de Medicina Diagnóstica com o mais moderno
parque tecnológico da América Latina.”, acrescenta Octavio.
Além das vantagens de performance alcançada com
as esteiras, também estão relacionados os ganhos de
segurança para clientes e colaboradores, já que não há
manipulação humana das amostras, além de menor tempo de resposta dos resultados para os clientes e médicos
assistentes, redução do número de tubos coletados dos
pacientes e o melhor fluxo das amostras dentro do núcleo
técnico, reduzindo o retrabalho e aumentando a eficiência.
“Apesar de todo o investimento em tecnologia, a
participação dos colaboradores é fundamental no processo, prezando pelo bem-estar e saúde dos pacientes.
Os profissionais estão capacitados e certificados para
manter a vigilância e o gerenciamento dos equipamentos
a fim de garantir a qualidade do diagnóstico”, conclui o
Vice-Presidente de Operações. dez meses, a companhia investe mais uma vez na evolução
da medicina laboratorial e importa da Itália e Suíça, um
novo parque de equipamentos, com capacidade produtiva
extra para exames nas áreas de imunologia, bioquímica,
sorologia, hematologia e testes hormonais.
A tecnologia funciona de forma automatizada e inteligente, equipada com um sistema de radiofrequência que
identifica o material biológico, por meio de uma etiqueta
com código de barras - individualizando as amostras por
paciente - e que tipo de teste deve ser feito em cada tubo.
O início do processo acontece quando a esteira recebe
os tubos que serão analisados. Após este momento, não
há mais nenhum tipo de manipulação humana. Por meio
de outros equipamentos acoplados, o sistema programa
todo o caminho percorrido pelo material na esteira, evitando a falha humana.
É neste período que são identificadas à quais análises o
material biológico será submetido. Portanto, a esteira utiliza
o mesmo material biológico para diversos testes, evitando
que o paciente tire mais sangue do que o necessário.
Na etapa de análise, os tubos são direcionados para os
aparelhos de acordo com o exame solicitado e registrado
no código de barras. O teste é realizado em um ou mais
equipamentos da esteira com alta precisão.
Depois da conclusão, o resultado do teste é avaliado por
um médico do laboratório e é automaticamente transferido
para o prontuário do paciente. Se necessário, um supervisor
poderá pedir uma nova análise para aquele material biológico – o tubo percorre a esteira novamente. Caso contrário,
o processo é finalizado e todos os tubos são armazenados
em uma câmara fria de acordo com tempo indicado.
Passo a passo do diagnóstico: a modernização
a favor do paciente
O projeto de ampliação e modernização da produção de
exames da DASA começou em julho do ano passado, com
a aquisição da primeira esteira de alto desempenho. Após
NewsLab - edição 119 - 2013
11
CLÍNICA MAYO ESTUDA MARCADOR MOLECULAR DOS
SUCOS PANCREÁTICOS QUE AJUDA A IDENTIFICAR O CÂNCER DE PÂNCREAS
O gene CD1D foi um marcador de secreção pancreática muito melhor do que qualquer outro já
testado para identificar o câncer de pâncreas
Pesquisadores da Clínica Mayo, em Jacksonville, Flórida,
desenvolveram um método promissor de distinguir entre o
câncer de pâncreas e a pancreatite crônica – dois distúrbios
que são difíceis de diferenciar. Um marcador molecular,
obtido dos sucos pancreáticos, pode identificar quase todos
os casos de câncer, de acordo com o estudo dos pesquisadores. A descoberta foi apresentada na Semana das Doenças
Digestivas de 2013, em Orlando, Flórida.
“Muitos pesquisadores vêm trabalhando nesse tipo de
exame para diagnóstico há muito tempo – há cerca de 20
anos, eu creio”, diz o principal pesquisador do estudo, o
gastrenterologista da Clínica Mayo Massimo Raimondo.
“Mas, pela primeira vez, encontramos um candidato muito
forte a marcador molecular”, ele explica.
“Todos nós queremos um método infalível de detectar o câncer do pâncreas em nossos pacientes, para que
possamos administrar a terapia apropriada o mais rápido
possível”, ele diz. “Embora saibamos que será necessário
fazer mais pesquisas, incluindo para confirmar nossa descoberta, não podemos deixar de nos entusiasmar com esse
avanço”, declara.
O câncer de pâncreas e a pancreatite crônica produzem
os mesmos sinais de que há um problema no órgão, tais
como inflamação. Mas o câncer de pâncreas é uma doença
que ameaça a vida e que, por isso, precisa ser tratada de
forma imediata e agressiva, diz Raimondo.
A equipe de pesquisa, que incluiu pesquisadores da Clínica Mayo de Rochester, Minnesota, testou um método que
examinou secreções do pâncreas durante uma endoscopia
digestiva alta (esofagogastroduodenoscopia) de rotina.
Quando há suspeita de que o paciente pode ter pancreatite crônica ou câncer de pâncreas, os médicos usam
um endoscópio flexível fino para examinar o trato digestivo
superior. Nesse estudo, durante endoscopias de rotina, os
médicos injetaram a substância secretina por via intrave-
12
nosa, para enganar o pâncreas, indicando-lhe que o estômago continha alimentos e que, portanto, precisava de sua
ajuda para digeri-los. O órgão então secretou o suco, rico
em enzimas, para ajudar a decompor a comida, junto com
células esfoliadas, permitindo aos pesquisadores coletar
um pouco desse fluido.
Eles examinaram o suco em busca de marcadores que
pudessem ajudar a distinguir entre as duas doenças. Descobriram que o gene alterado CD1D, como um marcador
isolado, foi detectado em 75% dos pacientes que, mais
tarde, foram diagnosticados com câncer de pâncreas. Esse
gene estava presente em apenas 9% dos pacientes com
pancreatite crônica.
“O gene CD1D foi um marcador de secreção pancreática muito melhor do que qualquer outro já testado para
identificar o câncer de pâncreas”, disse o gastrenterologista
da Clínica Mayo.
A equipe de pesquisa está trabalhando para melhorar
ainda mais a precisão desse método promissor de diagnóstico molecular.
“Esses resultados das amostras coletadas cuidadosamente por Massimo Raimondo são realmente estimulantes
e têm implicações claras na prática”, diz o coautor do
estudo David Ahlquist, que liderou a equipe de laboratório
colaboradora da Clínica Mayo de Rochester. “Chegar a uma
precisão do diagnóstico bem acima de 90% é uma meta
possível”, afirma.
“Quando tal teste biomarcador for aperfeiçoado, ele poderá ser usado não apenas para distinguir o câncer de pâncreas da pancreatite crônica, mas também, potencialmente,
como um exame para diagnosticar câncer de pâncreas em
pacientes de alto risco”, explicou Massimo Raimondo.
Para saber mais:
www.mayoclinic.com
NewsLab - edição 119 - 2013
ALZHEIMER DEIXA RASTROS NO SANGUE
A Araclon Biotech vem aperfeiçoando exames de sangue
para medir quantidades muito pequenas de peptídeos no sangue
Pesquisadores do Alzheimer na Espanha deram um passo
mais próximo para encontrar um exame de sangue para
auxiliar no diagnóstico do mal de Alzheimer.
Com aproximadamente 75% dos estimados 36 milhões
de afetados pelo mal de Alzheimer de todo o mundo ainda
por receberem um diagnóstico confiável, o impacto potencial nas vidas dos possíveis afetados, atuais e futuros,
poderá ser enorme.
O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa mais
frequentemente afetando os idosos. O sintoma mais comumente associado é a perda progressiva de memória
até o estágio em que o paciente torna-se completamente
dependente de cuidadores para suas necessidades diárias.
Há um grande número de pesquisas sustentando a teoria
que um grupo de peptídeos chamado beta amiloide (Aβ),
naturalmente encontrados no corpo, contribui muito para o
mal de Alzheimer. Por meio de um processo até agora não
claro para a ciência há uma produção desses peptídeos no
cérebro, que no período de alguns anos causam problemas
de memória e outros sintomas associados com a doença.
O professor Manuel Sarasa, diretor científico e fundador
da empresa de pesquisa espanhola Araclon Biotech, e sua
equipe vêm aperfeiçoando os exames de sangue “ABtest40”
e “ABtest42” para medir quantidades muito pequenas desses peptídeos no sangue. “O estudo mostrou que nossos testes para Aβ no sangue
encontram um alto nível de associação entre os níveis do
peptídeo e a doença quando se comparando com pessoas
saudáveis e pessoas com transtornos cognitivos leves. Ao
medir três níveis diferentes no sangue, livres no plasma,
componentes ligados ao plasma e às células sanguíneas,
para dois dos peptídeos mais significativos, Aβ40 e Aβ42,
e então comparando as razões desses níveis a métodos
de diagnóstico estabelecidos, pudemos consistentemente
demonstrar uma relação entre os níveis de Aβ e a doença”,
diz o professor Sarasa. “Isto significa que nós, e por `nós’ eu me refiro aos pesquisadores do Alzheimer em geral, estamos um tanto mais
próximos de termos um marcador confiável, minimamente
invasivo para o mal de Alzheimer. A importância disso é
que os estudos poderão fazer o recrutamento mais cedo
e a um custo mais baixo. Terapias intervencionais podem
ser testadas em estágios mais iniciais da doença e uma vez
que uma terapia eficaz seja encontrada, este tipo de teste
será bem adequado para o rastreamento da população no
setor da saúde pública”, completa.
Os resultados desse trabalho foram publicados em
Journal of Alzheimer’s Disease 36(3) em julho. O professor Sarasa afirma que já há um mais amplo e multinacional estudo em curso com 255 pacientes e que sua
firma com sede em Zaragoza, uma parte do grupo de
empresas Grifols, também está buscando confirmar esses
resultados com outros grupos similares de pacientes de
todo o mundo.
DELBONI AURIEMO INAUGURA UNIDADE NO CENTRO DE MEDICINA ESPECIALIZADA DO HOSPITAL 9 DE JULHO Com capacidade para atender 120 clientes por dia, a unidade conta com
tecnologia de ponta para garantir o melhor diagnóstico aos seus pacientes O Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica inaugurou sua
28ª unidade, localizada no edifício do Centro de Medicina
Especializada do Hospital 9 de Julho, São Paulo. Com capacidade para atender 120 clientes por dia, a unidade ocupa
três andares do prédio. O espaço oferece todos os exames de análises clínicas,
cardiologia (incluindo ecocardiograma fetal) e ainda uma
área dedicada à Mulher, com equipamentos de densitometria
óssea, mamografia, ultrassonografia e raios X. “Trouxemos
tecnologia de ponta e inovações aplicadas na realização dos
exames para garantir o melhor diagnóstico aos pacientes”,
afirma Dr. Rafael Munerato, diretor de Análises Clínicas do
Delboni Auriemo.
Além dos equipamentos de última geração, como mamógrafos digitais, densitometria óssea e ecocardiograma,
14
o executivo reforça a preocupação do laboratório em contar
com os mais renomados médicos em cada especialidade.
Entre os especialistas responsáveis, estão o cardiologista
Dr. Alexandre Murad, e os radiologistas Dra. Flora Finguerman, responsável pela área dedicada à saúde da mulher,
Dr. Paulo Roberto Bettini e Dr. Paulo Luis Dias dos Santos,
responsáveis pelo serviço de ultrassonografia.
A nova unidade faz parte do recém-inaugurado Centro
de Medicina Especializada (CME) do Hospital 9 de Julho
(H9J), uma das mais importantes e tradicionais instituições
privadas de saúde do país, o H9J é focado em alta complexidade e tecnologias minimamente invasivas. O prédio
de 13 andares recebeu investimentos de mais de US$ 32
milhões que viabilizou uma proposta inovadora, que alia
medicina de alto nível, interdisciplinaridade e qualidade.
NewsLab - edição 119 - 2013
ESTUDO CRIA PROTOCOLO QUE ESTABELECE DIAGNÓSTICO MAIS RÁPIDO DE LEPTOSPIROSE
A partir do sorogrupo da bactéria, é possível apontar a espécie de roedor envolvida naquela cadeia de
transmissão e traçar estratégias de controle e vigilância
DIVULGAÇÃO: FIOCRUZ
Deslizamentos, enchentes, pane no sisde reduzir as chances de evolução para a
tema de transporte e, finalmente, doenças:
forma grave da doença, que acomete 10%
o brasileiro conhece bem os inconveniendos infectados. Mas não é só o paciente
tes trazidos pela época das chuvas. Nos
que sai ganhando. A partir do sorogrupo
grandes centros urbanos, os problemas na
da bactéria, é possível apontar qual esinfraestrutura básica, aliados à aglomeração
pécie de roedor esteve envolvida naquela
populacional e à infestação por roedores
cadeia de transmissão e traçar estratégias
configuram terreno fértil para os surtos de
específicas de controle e vigilância. “Vialeptospirose. Determinados a desenvolver Imagem microscópica de Leptospira
biliza até uma intervenção imediata para
uma estratégia capaz de detectá-la com
impedir a ocorrência de um surto no local
rapidez e fornecer, ainda, dados epidemiológicos para nor- onde houve aquela infecção”, ressalta Ilana.
tear estudos de monitoramento dos roedores envolvidos
O protocolo contorna os obstáculos impostos à Ciência
na cadeia de transmissão, pesquisadores do Laboratório pela própria bactéria. “Os organismos do gênero Leptospira
de Zoonoses Bacterianas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ têm crescimento extremamente lento em laboratório. Na
Fiocruz), que abriga o Serviço de Referência Nacional para hemocultura, técnica clássica que consiste na visualização
Leptospirose, criaram um protocolo inovador que associa dois microscópica de isolados do patógeno, um laudo pode levar
procedimentos: a captura imunológica e a reação em cadeia até dois meses para sair”, explica Ilana. Mas nem médico e
de polimerase (IC-PCR). O estudo foi publicado na revista nem paciente dispõem deste tempo. A leptospirose é uma
científica Diagnostic Microbiology & Infectious Disease.
doença aguda que pode provocar, três dias após as primeiSegundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a zoonose tem ras manifestações, icterícia, hemorragias e insuficiência
uma média de 4 mil casos registrados todos os anos – mas renal. A saída é o diagnóstico sorológico, que identifica os
como provoca, em cerca de 90% das vezes, sintomas simi- anticorpos produzidos pelo corpo. No entanto, é preciso
lares aos da dengue e de outras viroses, acredita-se que o esperar entre 5 e 7 dias após o início dos sintomas, período
número de notificações seja inferior. Dentre os motivos, está no qual a bactéria já deixou de circular no sangue para dar
a dificuldade de realização do diagnóstico, principalmente lugar aos anticorpos.
no início da infecção, quando o uso de antibióticos ainda
De acordo com a pesquisadora, existem mais de 20
pode evitar a evolução para a forma mais grave da doença. sorogrupos de Leptospira que, por sua vez, abrangem mais
Diagnóstico rápido - Na primeira etapa, chamada de de 200 sorovares patogênicos. Os números flutuam, afinal,
captura imunológica, placas de 96 poços recebem diferentes a cada dia novas linhagens são descobertas. Nos centros
soros hiperimunes de referência. Estes soros apresentam urbanos da Região Sudeste, predomina a circulação dos
anticorpos policlonais, ou seja, imunoglobulinas específicas sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhagen. “Na captura
contra os sorogrupos de Leptospira com maior relevância imunológica, utilizamos anticorpos contra sorogrupos porque
epidemiológica para o Brasil. Sorogrupos são variações estes possuem custo menor. No entanto, o mesmo procedidistintas dentro da espécie da bactéria, que abrangem, por mento pode ser feito com anticorpos monoclonais, ou seja,
sua vez, diferentes linhagens. Em seguida, cada anticorpo específicos contra sorovares. O diagnóstico vai proporcionar
é fixado em um poço diferente e todos recebem, em se- informações epidemiológicas mais apuradas ainda”, diz.
guida, o soro de um paciente infectado. Por afinidade, os
Para o desenvolvimento da técnica, foram utilizados
anticorpos específicos contra o sorogrupo daquela bactéria soros infectados por Leptospira em laboratório. Atualmente,
a “capturam”, permitindo que o laboratorista obtenha um o protocolo está em fase de validação e a equipe seleciona
concentrado de Leptospiras fixado no poço correspondente soros de pacientes diagnosticados em diversas regiões do
da placa. “No entanto, esta reação não é visível aos olhos. país para testar a eficácia do método. Credenciado pela
Por isso, submetemos a placa à análise por PCR, a segunda Organização Mundial da Saúde (OMS) como Centro Colaetapa do protocolo. As bactérias capturadas terão um frag- borador em Leptospirose para a América Latina e o Caribe,
mento do seu DNA amplificado, fornecendo ao cientista a o Laboratório seria a primeira unidade a incorporar a nova
comprovação da infecção e a indicação do provável sorogru- técnica. “Como ela exige um equipamento de PCR, ficaria
po infectante”, esclarece a pesquisadora Ilana Balassiano, restrita aos laboratórios centrais (Lacen) e de referência
autora do estudo. O resultado sai em até 24 horas.
nacional. Mas as respostas que essas unidades dariam
Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de sintomas, para a vigilância e seus desdobramentos na Saúde Pública
o médico pode iniciar medidas terapêuticas com o objetivo beneficiariam toda a população brasileira”, afirma.
16
NewsLab - edição 119 - 2013
CONSÓRCIO INTERNACIONAL DE TERAPIA GENÉTICA LEVA ESPERANÇA
A 560 MILHÕES DE PESSOAS EM TODO O MUNDO
“Projeto Apollo da Medicina” pode acelerar resultados que
mudem a vida de quase 10% da humanidade, incluindo brasileiros
Em junho foi realizado um encontro para a criação oficial
do Consórcio Internacional de Terapia Genética, durante o
Congresso da American Society of Gene and Cell Therapy
(ASGCT), em Salt Lake City, EUA. Durante a reunião, muitas
apresentações foram realizadas pelo criador do projeto, o
Dr. Jacques P. Tremblay (Professor do Departamento de
Medicina Molecular, Universidade Laval, Quebec, Canadá),
sobre os objetivos do Consórcio no desenvolvimento de terapias moleculares para mais de 7 mil doenças hereditárias
monogênicas, responsáveis por afetar cerca de 560 milhões
de pessoas em todo o mundo. Estas doenças são frequentemente chamadas de doenças “órfãs”, porque cada uma delas acomete apenas uma
pessoa em 3.000. No entanto, juntas, as 7 mil doenças
hereditárias atingem, globalmente, 8% da população humana. O objetivo do Consórcio é desenvolver terapias para
a maioria destas doenças ao longo dos próximos anos. “Caso tenhamos um apoio financeiro adequado para
pesquisas genéticas com doenças raras, será possível
encontrar um tratamento eficaz para a maioria delas.
A cura de diversas doenças genéticas poderia, assim,
chegar dentro dos próximos 10 anos”, afirma o cientista
Dr. Jacques Tremblay.
Na verdade, as tecnologias que venham a ser descobertas para tratar uma doença hereditária específica
poderão, rapidamente, ser estendidas a milhares de outras doenças. Mas, segundo Tremblay, a terapia genética
já começou a mostrar importantes resultados. “Graças
a essas terapias, pacientes portadores de hemofilia e
cegueira hereditária conseguiram alcançar uma cura completa logo após a aplicação de determinadas técnicas. O
mesmo sucesso foi atingido com crianças que sofriam de
deficiência imunitária hereditária e que precisavam viver
dentro de bolhas para não morrer.”
Para acelerar os estudos científicos neste sentido, o
cientista canadense mobilizou 50 outros renomados pesquisadores do mundo todo que publicaram junto com ele,
na última edição da Revista Terapia Molecular, uma carta de
intenção para a criação do Consórcio Internacional de Terapia Genética, que proporcionará meios para se aproximar
da cura de diferentes patologias. «A criação do Consórcio
equivale, na área da medicina, ao Projeto Apollo para a
corrida espacial”, comenta. Um comitê executivo com pesquisadores de diversas
partes do mundo e de renomadas instituições foi criado para
estruturar este consórcio. Diferentes técnicas serão utiliza-
18
das por este grupo não só para tratar doenças hereditárias,
mas também algumas doenças adquiridas.
Entre as possíveis técnicas estão a introdução de um
gene normal para compensar o gene mutante responsável
pela doença. Estes genes de correção podem ser introduzidos por vários vetores virais e não virais. Também é possível
corrigir o gene mutado com proteínas especificamente desenhadas (meganucleases, nucleases de zinco, TALE nucleases) e RNA guiadas em combinação com o Cas9 nuclease.
O Consórcio pretende, naturalmente, garantir uma
melhor colaboração entre os pesquisadores para acelerar
o desenvolvimento de terapias, pois juntos, terão mais
condições para atender as mais variadas patologias. No
entanto, um segundo objetivo é pressionar os governos
dos países desenvolvidos e emergentes a aumentar o seu
apoio financeiro para o desenvolvimento de terapias para
doenças hereditárias. Tal aumento no suporte do governo só
pode ser obtido com o apoio público. Assim, os pacientes,
familiares e amigos estão convidados a assinar a petição
em www.petitiongenetherapy.com.
Para que o nosso país aproveite os avanços dessa
importante iniciativa, o médico brasileiro Dr. Marcello Bossois, colaborador das pesquisas do Professor Tremblay e
representante da empresa canadense de biotecnologia Cell
Gene Therapeutics para a América Latina, firmou acordo
com a Cruz Vermelha Brasileira de Nova Iguaçu, através do
presidente da instituição, Daniel Nascimento.
Essa importante iniciativa servirá de suporte para
um antigo sonho do Sr. Nascimento em transformar a
unidade da Cruz Vermelha em Nova Iguaçu em um polo
voltado a pacientes com doenças raras. «A parceria com
o Consórcio Internacional é considerado um grande passo
para a população do Rio de Janeiro. Além de ser um centro
de tratamento e acompanhamento pacientes portadores
de doenças monogêmicas, servirá também como centro
diagnóstico de muitos doentes não sabedores da sua condição de saúde e que são tratados de forma imprópria»,
complementa Dr. Marcello Bossois. Os interessados em participar (profissionais da saúde,
pacientes e instituições) devem acessar o site www.internationalconsortiumofgenetherapy.com/joinus e preencher
o formulário manifestando sua intenção. Além disso, a
Universidade Mackenzie, por intermédio do Professor
René Milaso, irá inaugurar um escritório administrativo
para promover reuniões e encontros dos membros do
Consórcio aqui no Brasil.
NewsLab - edição 119 - 2013
PESQUISADORES DESCOBREM NOVA MUTAÇÃO ASSOCIADA À FIBROSE CÍSTICA
Desde 1994 dedicados à análise das mutações que causam a fibrose cística, doença congênita que atinge um a
cada 7 mil brasileiros, pesquisadores do Instituto Oswaldo
Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram uma nova alteração no gene
conhecido como cystic fibrosis transmembrane conductance
regulator (CFTR), que regula o transporte de água e de sais
minerais para tecidos das vias respiratórias e digestivas. Até
o momento, eram conhecidas 1.938 mutações relacionadas
ao gene. A mutação, que ainda não foi nomeada, foi identificada em uma paciente do Rio de Janeiro. O gene CFTR está
presente no cromossomo 7 e sua alteração é responsável
por bloquear o transporte de água e sais minerais, levando
a deficiências na absorção de nutrientes, inflamações nos
dutos biliares e acúmulo de muco nos pulmões. Estes problemas podem ocasionar bronquite crônica e pneumonias
de repetição potencialmente fatais.
Líder do estudo, a pesquisadora Giselda Cabello, do Laboratório de Genética Humana do IOC, explica que as mutações
variam de população para população e que a identificação das
alterações genéticas ocorridas em pacientes brasileiros é fundamental para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas
específicas e de métodos de diagnóstico mais eficazes. “Cerca
de 70% dos pacientes fibrocísticos caucasianos na Europa e
nos Estados Unidos apresentam a mutação DeltaF508. No
Brasil, mais especificamente na Região Sul, a frequência cai
para 48%. No Rio de Janeiro, ela é menor ainda: 30%. Nosso
povo é muito miscigenado, temos uma mistura das etnias
branca, indígena, negra e oriental”, afirma.
Kits diagnósticos - Por esse motivo, os kits de diagnóstico molecular para a fibrose cística utilizados na Europa e nos
Estados Unidos não são plenamente adequados à realidade
brasileira, uma vez que possuem taxa de detecção baixa.
Estudos realizados pelo Laboratório de Genética Humana do
IOC entre pacientes que moram no Estado do Rio mostram
que existem 23 mutações circulantes em território fluminense,
referentes aos 50% dos cromossomos estudados até então.
“Daí a necessidade de se utilizar técnicas moleculares de última geração para o rastreamento de mutações próprias da
nossa população. Com elas, seremos capazes de atingir uma
taxa de detecção superior aos 50% obtidos até agora”, explica.
A fibrose cística também pode ser diagnosticada de forma
clínica, a partir da análise de sintomas e do suor. No entanto,
a pesquisadora pontua que, em países com etnias diversas da
caucasiana, esta alternativa não é 100% confiável e contribui
para o subdiagnóstico.
Novas mutações, novas possibilidades - O mapeamento das mutações próprias da nossa população também
permite aos pesquisadores investigarem terapias personalizadas, uma vez que já existe a possibilidade da correção da
proteína afetada pela mutação com novas drogas em fase
de desenvolvimento na Europa e nos Estados Unidos. “Não
é uma cura, mas pode proporcionar qualidade de vida ao paciente”, reforça. A mutação descoberta pela equipe do IOC foi
identificada em uma paciente de 20 anos, com ancestrais de
origem africana e nascida no Rio de Janeiro. De acordo com a
pesquisadora, ainda não é possível precisar a gravidade desta
alteração, mas ela tem origem provável na África.
O próximo passo de Giselda e da equipe envolvida no
estudo, composta pelo chefe do laboratório, Pedro Cabello,
e as estudantes Raisa Martins e Ana Carolina da Fonseca,
é desenvolver um artigo científico sobre os achados, a ser
publicado em revista especializada.
Para que um indivíduo desenvolva a fibrose cística, é preciso ter ambos os cromossomos 7 com o gene CFTR mutado.
“Isso significa que ele precisa herdar o cromossomo 7 mutado
da mãe e do pai. No Estado do Rio de Janeiro, calculamos que
uma pessoa a cada 93 carreguem um gene alterado”, explica.
No Brasil, a inclusão da fibrose cística no teste do pezinho,
que deve ser realizado logo após o nascimento da criança, é
um importante instrumento de diagnóstico precoce. No Rio
de Janeiro, a doença acaba de ser incluída na fase 3 do teste.
“No entanto, ele ainda não é realizado em todos os estados
conforme determina a lei”, aponta a pesquisadora.
Para saber mais:
www.fiocruz.br
NOVA TERAPIA CONTRA O CÂNCER DE MAMA “TRIPLO-NEGATIVO”
Pesquisadores israelenses do Instituto Weizmann de
Ciência desenvolveram uma terapia para o chamado câncer
de mama “triplo-negativo”. Trata-se de uma doença muito
agressiva e de difícil tratamento. Ela tem um forte componente
genético, atingindo principalmente mulheres jovens, negras
ou hispânicas e judeus ashkenazi (de origem europeia).
Este tumor é chamado câncer de mama triplo-negativo
porque carece de três receptores importantes que afetam
as células do câncer de mama: o receptor de estrógeno
(RE); o receptor de progesterona (RP) e o receptor HER2.
Por isso, o triplo-negativo não responde aos tratamentos
que são eficazes contra outros tipos de câncer de mama,
como o Herceptin.
O tumor poderia ser atacado com medicamentos capazes
20
de bloquear outro receptor que está presente nas células
triplo-negativas, chamado EGFR (Epidermal Growth Factor
Receptor). Os anticorpos que bloqueiam o EGFR conseguem
evitar o crescimento de outros tipos de tumores. Mas, até
agora, essa terapia não tinha sido eficaz; os pesquisadores
então propuseram utilizar simultaneamente dois anticorpos
que bloqueiam o EGFR.
O grupo liderado pelos professores Yosef Yarden e Michael Sela demonstrou, em testes com camundongos, que
o uso combinado de dois anticorpos contra o EGFR evita o
crescimento e a disseminação de tumores triplo-negativo.
Esse método se assemelha ao funcionamento natural do sistema imunológico, que também bloqueia células essenciais
mediante anticorpos múltiplos.
NewsLab - edição 119 - 2013
CAMUNDONGOS CRIAM ALERGIA À PICADA DO AEDES AEGYPTI
Saliva do mosquito causou forte reação alérgica pulmonar em camundongos
Estudos realizados no Instituto de Ciências Biomédicas
(ICB) da USP abrem novas possibilidades para pesquisas em
doenças alérgicas. Após analisar a resposta de camundongos
expostos a grande quantidade de picadas de mosquitos Aedes
aegypti e que receberam desafio intranasal com o extrato da
glândula salivar do inseto, a bióloga Michele Silva de Barros detectou que os animais desenvolveram uma forte reação alérgica pulmonar, ao mesmo tempo em que parecem apresentar
um processo de dessensibilização, que é quando a resposta
do organismo à exposição a alérgenos torna-se menor.
Na pesquisa, Michele buscou caracterizar o perfil da inflamação alérgica nos animais quando sensibilizados pelas
picadas e desafiados com os componentes da glândula pela
via intranasal para indução da reação no pulmão. “A sensibilização seguida do desafio intranasal é capaz de induzir
a migração de células, especialmente eosinófilos, para o
espaço broncoalveolar”, explica Michele. “Já se sabia que os
componentes presentes na saliva do mosquito é que causam
a sensibilização do hospedeiro e podem eventualmente
desencadear uma alergia”, comenta a pesquisadora. “Neste trabalho, queríamos saber como era a resposta imune
desencadeada por camundongos expostos a essa saliva”.
“Foi possível observar a produção de anticorpos específicos contra componentes da saliva do mosquito e dessensibilização, assim como também pode ser observado em seres
humanos”, relata Michele. Assim, o modelo de sensibilização
natural pela exposição a picadas seria uma importante ferramenta de estudo sobre a ação dos componentes da saliva
do mosquito, podendo também ser utilizado para pesquisas
mais aprofundadas sobre doenças alérgicas.
Dessensibilização - A possível dessensibilização pôde
ser notada a partir de dados incomuns, que indicam que os
roedores apresentam um tipo de resposta diferente, considerada mista por conta do perfil de anticorpos observado.
Na dosagem dos anticorpos, a pesquisadora notou, além de
anticorpos característicos de alergia (IgE e IgG1), outro tipo
pouco encontrado nessas respostas, denominado IgG2a.
Além disso, os testes realizados com os animais também
apontaram a ausência de hiperreatividade das vias aéreas,
caracterizada pela dificuldade respiratória, que costuma ser
comum em respostas alérgicas pulmonares.
“A presença tanto de anticorpos IgE e IgG1 quanto IgG2a
talvez indique um processo natural de dessensibilização”,
conta. Para ela, é possível que a pesquisa tenha levado os
animais a uma fase de dessensibilização graças ao número de
vezes e ao tempo em que foram expostos à saliva do Aedes
aegypti durante as picadas. “Conforme os camundongos foram
expostos mais vezes aos mosquitos, observamos um aumento
na produção de anticorpos IgG2a”, descreve a pesquisadora.
A dissertação de mestrado de Michele, foi apresentada
em 2012. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de
Imunologia Experimental do ICB sob a orientação do professor Anderson de Sá Nunes. Segundo a bióloga, ainda
é necessário estudar as reações alérgicas que ocorrem
diretamente na pele dos animais, além de investigar outros
parâmetros que de fato confirmem a dessensibilização às
picadas em função da grande exposição a elas.
Saiba mais:
www.usp.br
CIENTISTAS CRIAM TRANSDUTOR MOLECULAR
Dispositivo produz resultados em forma de fenômenos biologicamente significativos
Cientistas do Technion (Israel Institute of Technology)
desenvolveram um transdutor molecular, computador que
trabalha com biomoléculas, como DNA e enzimas que
podem manipular códigos genéticos. O dispositivo produz
resultados em forma de fenômenos biologicamente significativos, tais como a resistência das bactérias a diferentes tipos de antibióticos. “O interesse cada vez maior
por dispositivos de computação biomolecular não surgiu
a partir da esperança que esses dispositivos pudessem
competir com suas contrapartes eletrônicas, oferecendo
maior velocidade de computação, fidelidade e potência
ou desempenho em tarefas de computação tradicionais”,
diz o prof. Ehud Keinan. “As principais vantagens dos dispositivos de computação biomolecular nos computadores
eletrônicos surgem de outras propriedades: esses sistemas
podem interagir diretamente com os sistemas biológicos
e até com organismos vivos”.
22
Nenhuma interface é necessária, uma vez que todos
os componentes de computadores moleculares, incluindo
o hardware, entrada e saída, são moléculas que interagem
em solução ao longo de uma cascata de acontecimentos
químicos programáveis.
“Todos os sistemas biológicos, e até mesmo todos os
organismos vivos, são computadores moleculares naturais.
Cada um dos nós é um computador biomolecular, isto é,
uma máquina na qual todos os componentes são moléculas falantes entre si de maneira lógica. O hardware e o
software são moléculas biológicas complexas que ativam
umas às outras para realizar algumas tarefas químicas
predeterminadas. A entrada é uma molécula que sofre
alterações programadas, específicas, seguindo um conjunto de regras específicas (software) e o resultado deste
processo químico computacional é outra molécula bem
definida”, explica o pesquisador.
NewsLab - edição 119 - 2013
ESPECIALISTAS DA DASA LANÇAM MANUAL DE EXAMES LABORATORIAIS NA ÁREA DE ENDOCRINOLOGIA
Livro aborda de forma prática e objetiva os aspectos clínicos
relevantes das principais doenças da especialidade
anual de Exames Laboratoriais na Prática do Endocrinologista
aborda de forma prática e objetiva os aspectos clínicos
relevantes das principais doenças da Endocrinologia. Revela-se
um guia de fácil acesso que auxilia na escolha dos exames mais
importantes para cada suspeita diagnóstica, assim como na
interpretação dos resultados, na orientação sobre coleta,
interferentes, valores de referência, entre outras características
importantes.
O livro foi escrito por renomados especialistas da área com o
objetivo de trazer uma ampla atualização em diferentes tópicos
da Endocrinologia.
Seu público-alvo são estudantes de graduação, residentes,
médicos generalistas e especialistas.
LABORATORIAIS NA PRÁTICA DO
Manual de exames laboratoriais de endocrinologista_orelha_2_capa_final_.indd All Pages
ENDOCRINOLOGISTA
www.acfarmaceutica.com.br
www.grupogen.com.br
MANUAL DE EXAMES
Três renomados especialistas da DASA acabam de
publicar o Manual de Exames Laboratoriais na Prática do
Endocrinologista. Os endocrinologistas Dra.MRosita Fontes,
Dr. Mauro Scharf e Dr. Sergio Vencio foram os editores do
livro, cujo objetivo é preencher uma lacuna existente entre
a comunidade de endocrinologistas e os laboratórios de
Medicina Diagnóstica. Os médicos representam as marcas
Sergio Franco (RJ), Frischmann Aisengart (PR) e Atalaia
(GO), respectivamente.
“O setor de Análises Clínicas está em constante desenvolvimento graças às tecnologias e métodos que são colocados em prática todos os dias. Percebemos a necessidade
de oferecer o máximo de informações a respeito destas
novas técnicas aos colegas de especialidade”, revela Dr.
Mauro Scharf.
O livro aborda de forma prática e objetiva os aspectos
clínicos relevantes das principais doenças da Endocrinologia.
“Trata-se de um guia de fácil acesso que auxilia na escolha
dos exames mais importantes para cada suspeita diagnóstica, assim como na interpretação dos resultados, orientação
sobre a coleta, interferentes, valores de referência, entre
outras características importantes”, dizem os especialistas.
A publicação conta com a colaboração de renomados
endocrinologistas de entidades brasileiras importantes.
Sérgio Vencio
Rosita Fontes
Mauro Scharf
MANUAL DE EXAMES
LABORATORIAIS NA PRÁTICA DO
ENDOCRINOLOGISTA
AUTORES
Sérgio Vencio
Graduado em Medicina e Especialista em
Endocrinologia pela UFG. Research Fellowship em Diabetes na Vrije Universiteit
– Amsterdam. Investigador principal em
pesquisa clínica do ICF. Professor da pós-graduação da PUC – Goiás (CEEN). Managing Editor do Diabetology and Metabolic Syndrome Journal (Jornal científico
oficial da SBD). Ex- presidente da SBEM –
Regional Goiás. Responsável pelo ambulatório de Neuroendocrinologia do Hospital Araujo Jorge. Médico do canal do
médico no Laboratório Atalaia - DASA.
Rosita Fontes
Endocrinologista do Instituto Estadual
de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE/RJ). Professora-associada
do Curso de Especialização em Endocrinologia e Metabologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Médica da Diagnósticos da
América SA (DASA).
Mauro Scharf
Médico Pediatra e Endocrinologista pela
Faculdade Evangélica de Medicina do
Paraná. Especialista em Pediatria e Endocrinologia pela Unidade de Endocrinologia
Pediátrica da Universidade Federal do
Paraná. Treinamento em Diabetes pelo International Diabetes Center, Minneapolis,
Minnesota, USA. Atual Coordenador de
Diabetes no Jovem da Sociedade Brasileira
de Diabetes (SBD). Médico Fundador do
Centro de Diabetes Curitiba. Chefe do
Serviço de Endocrinologia Pediátrica do
Hospital Nossa Senhora das Graças. Diretor Médico do Laboratório – DASA.
22/04/2013 10:27:15
“Este manual traz informações de forma objetiva, servindo
como fonte de consulta”, afirma Dr. Vencio, lembrando que
seu público-alvo são estudantes de graduação, residentes,
médicos generalistas e especialistas.
Para Dra. Rosita Fontes, foi um trabalho muito gratificante. “Graças a ele, tivemos a oportunidade de apresentar
um manual com desenho inovador e que traz respostas às
principais dúvidas do dia-a-dia. Espero seja bastante útil
aos colegas”, afirma ela.
ESTUDO APONTA QUE BRASIL NÃO É COMPETITIVO NAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS PARA SAÚDE
Uma análise feita pela Web Setorial, consultoria econômica da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde
(ABIIS), entidade que agrupa três associações – Abimed,
Abraidi e CBDL – sobre o comércio mundial de produtos
para a saúde apontou que a balança comercial deste segmento é, por tradição, deficitária para a grande maioria dos
países do mundo. De um total de 230 países pesquisados
no TRADEMAP, apenas 5% e, no máximo 10% dos países
pesquisados, apresentaram a sua balança comercial positiva
nas famílias de produtos para saúde analisadas.
Outro dado relevante mostra que os principais países
exportadores desses produtos são também os principais
importadores. “Alemanha, Estados Unidos, Holanda, França,
Suíça, Reino Unido e o Japão – por serem detentores da
tecnologia da área – lideram as exportações do setor e são
também os maiores importadores, incluindo-se a China”,
afirma o presidente da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa,
depois de analisar o estudo.
Ele observa que, nesse cenário, o Brasil está dentro
26
da normalidade, pois apresenta saldo negativo na balança
comercial em todos os grupos pesquisados.
Sobre as chances de o Brasil tornar-se competitivo nas
exportações de produtos para saúde, Carlos Gouvêa afirma que o País não apresenta vantagens comparativas em
nenhum dos grupos de produtos para saúde pesquisados.
O dirigente explica que a resposta tem como base o
cálculo de um indicador chamado Vantagem Comparativa
Revelada (VCR), que ajuda a estimar a capacidade de penetração de determinado produto no mercado internacional. “Para isso, relaciona-se a participação total do Brasil,
1,4%, no mercado internacional de mercadorias, com a
participação do país no mercado de exportação do grupo
de produtos em análise. Quando o VCRij (exportações do
setor i pelo país j) é maior que 1, o país já tem vantagem
comparativa revelada no setor ou produto i.
“No caso do Brasil, entre os produtos para saúde pesquisados, todos os VCRs são menores que 1, ou seja, não
há vantagem comparativa”, finaliza Carlos Eduardo Gouvêa.
NewsLab - edição 119 - 2013
DNA SINTÉTICO É CONSIDERADO PATENTEÁVEL PELA SUPREMA CORTE DOS EUA
Síntese de genes e otimização de códon fornecem caminho do potencial para patenteabilidade
Em junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu
por unanimidade que, embora isoladas, sequências de genes naturais não são patenteáveis. O cDNA (referido como
DNA sintético) é oficialmente considerado material sujeito a
patentes. A decisão foi tomada depois que a Corte examinou
patentes de propriedade da Myriad Genetics Inc. no caso
de alta repercussão (Association for Molecular Pathology v.
Myriad Genetics). As patentes reclamavam os genes BRCA1
e BRCA2, como também os métodos para detectar mutações
nos genes que foram relacionados aos cânceres de ovário e
mama. O tribunal sustentou essa reivindicação legal, afirmando que «cDNA não é um ‘produto da natureza’, portanto
é elegível para patente…”.
O serviço de síntese de genes da GenScript é um valioso método para contornar o isolamento de sequências do
DNA natural para uso em estudos de pesquisa biológica. O
serviço fornece sequências de DNA de novo, não natural,
sintetizadas de acordo com o projeto específico de cliente,
permitindo que sequência de genes naturais ou cassetes
sejam projetados para uso in vivo ou in vitro, incluindo
testes de diagnóstico.
Adicionalmente, a tecnologia otimização de códon
OptimumGene™ da GenScript pode alterar a sequência de
genes naturais para aumentar a expressão de proteínas
subsequentes em uma quantidade de sistemas. O algoritmo OptimumGene™ considera quase todos os parâmetros
afetando o processo dogma central, da transcrição ao
desdobramento da proteína, e comprovou otimizar a produção de proteína em sistemas de expressão em bactérias,
mamíferos, levedura e insetos.
A otimização de códon OptimumGene™, em combinação
com a síntese de genes, pode gerar sequências novas, de
ocorrência não natural, com alta utilidade e atrativos recursos patenteáveis. Para preservar os direitos de propriedade
intelectual para os clientes, a GenScript não reivindica
qualquer direito a genes sintéticos ou otimizados por códon
OptimumGen™ específicos. Detalhes de projeto personalizado são mantidos estritamente confidenciais; todos os
direitos de propriedade intelectual pertencem ao cliente.
Pode ser muito cedo para especular sobre o efeito
da decisão da Corte sobre a patenteabilidade de futuras
sequências de DNA. Entretanto, à medida que o passo da
pesquisa em biologia molecular se torna mais rápido, o
uso de DNA sintético inevitavelmente se tornará um pilar
em todo laboratório.
Fonte: GenScript USA Inc.
BRASIL AMPLIA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS
Ministério da Saúde inaugura modelo competitivo de parceria entre laboratórios
públicos e privados para acelerar a produção nacional de 14 novos biológicos
Novas 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados, articuladas pelo Ministério da Saúde, vão resultar na
produção nacional de 14 biológicos. Eles serão fabricados
a partir de um novo modelo competitivo de Parceria para
o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que envolve vários
laboratórios para a manufatura de cada produto. O objetivo
é gerar competição entre eles e estimulá-los a acelerar a
transferência de tecnologia para alcançar a produção 100%
nacional. Com as medidas, o país vai aumentar de 14 para
25 o número de biológicos produzidos nacionalmente. São
produtos de última geração e de alto custo para o tratamento
de câncer de mama, leucemia, artrite reumatoide, diabetes,
oftalmológicos, além de um cicatrizante, um hormônio de
crescimento e uma vacina alergênica. Os novos produtos
representam atualmente um gasto de R$ 1,8 bilhão por ano
nas compras públicas do Ministério da Saúde. A produção
nacional deve gerar economia de R$ 225 milhões por ano.
O ministério vai investir também R$ 170 milhões na construção da primeira fábrica nacional de produtos biológicos
feitos a partir de célula vegetal, tecnologia inédita no país, no
Ceará. “A biotecnologia é parte do futuro na área da saúde e
o Brasil tem perspectiva de ter plataformas mundiais. Diversos estados estão montando plataformas tecnológicas – Rio
28
de Janeiro, Ceará, Paraná. Não são projetos isolados, estão
dentro de uma estratégia nacional”, disse o secretário de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha.
As 27 parcerias para a produção dos medicamentos incorporam 11 medicamentos no desenvolvimento nacional e englobam outros três cujas parcerias já haviam sido firmadas no
novo modelo de parceria (insulina, etanercepte e rituximabe).
Fábrica – A primeira plataforma tecnológica para produção de medicamentos biológicos a partir de células vegetais,
como as da cenoura e do tabaco, envolve parceria entre a
Fiocruz e a empresa israelense Protalix, o norte-americano
Centro Fraunhofer para Biotecnologia Molecular e a iBio Inc.
Esta foi também a primeira biotecnologia de base vegetal
que obteve registro no Food and Drug Administration (FDA)
e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em
todo o mundo. Deve começar a funcionar a pleno vapor em
2016. O novo polo da Fiocruz será instalado no município
de Eusébio, próximo à Fortaleza (Ceará) e a construção
começa a partir de 2014. A fábrica produzirá inicialmente
medicamentos para doenças raras como o Taliglucerase
Alfa Humana Recombinante, para a doença de Gaucher, e
a primeira vacina do mundo a partir de uma planta, contra
febre amarela.
NewsLab - edição 119 - 2013
ANVISA E ENTIDADES DO SETOR DE DIAGNÓSTICO SE REÚNEM EM
SÃO PAULO PARA DISCUTIR SUSTENTABILIDADE
Evento também contou com um talk show do qual participaram convidados e a plateia
“Anvisa e a sustentabilidade do setor saúde” foi o tema
debatido em seminário realizado na sede do Grupo Fleury,
em São Paulo, dia 24 de junho. O evento contou com o
apoio e presença de entidades do segmento como ABRAMED, ABIIS, CBDL, SBAC e SBPC, além de representantes
da própria Anvisa.
Uma apresentação sobre o Programa de Melhoria de
Regulação foi feita pelo diretor de coordenação e articulação da Anvisa, Jaime Cesar Moura de Oliveira. Como
novidade, o dirigente mencionou uma possível alteração
do decreto 79.094/77, relativo às boas práticas de fabricação (eliminando-se, possivelmente, a necessidade de
inspeção para vários produtos) e defendeu que a agenda
regulatória está em processo de construção para o ano que
vem. Ressaltou ainda, que existe uma grande demanda
para a revisão e a atualização da RDC 302 e que aguarda
a decisão da diretoria colegiada. Sobre a capacitação dos
inspetores em visitas regulatórias, o diretor defendeu que
a Agência já trabalha com uma padronização, mas que
esta ainda não contemplou o segmento de análises clínicas.
“No entanto, com as diversas conversas que tivemos com
o setor de diagnóstico, a discussão sobre a padronização
já entrou na agenda”, reiterou.
Com relação ao processo de desenvolvimento tecnológico, Jaime de Oliveira disse que há uma política de
alinhamento com outras esferas de governo, mas que
existem normas de priorização que, atualmente, estão em
processo de revisão. Ele frisou também, o grande esforço
do governo para normalizar e aumentar o grau de eficiência
nos portos e aeroportos do País.
Acerca do impacto regulatório, o representante da Anvisa
disse que a agência deve fazer um movimento para aferir
o que representa ou não este impacto em diversos níveis,
e terá que saber dosar onde e como será utilizado em cada
nível. “A Agência deve concentrar as análises de impacto regulatório às questões mais relevantes e, para tanto, contará
com as contribuições a serem dadas pelo setor regulado,
principalmente através das entidades”, adverte.
Em sua intervenção, o chefe do Núcleo de Assessoramento Econômico em Regulação da Anvisa, Bruno César
Moura de Abreu, falou sobre a Incorporação de Novas Tecnologias. Fez uma exposição das ferramentas que a Agência
disponibiliza como, por exemplo, os bancos de dados de
produtos para diagnóstico in vitro, que serão lançados até o
fim do segundo semestre deste ano e que serão importantes
ferramentas para as tomadas de decisão pelo próprio governo e para a transparência das informações de mercado.
Após as apresentações dos profissionais da Anvisa,
Carlos Gouvêa, presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, ABIIS e secretário-executivo
da Câmara Brasileira do Diagnóstico Laboratorial, CBDL,
apresentou os mais recentes dados sobre o mercado de
produtos para a saúde. Gouvêa demonstrou o aumento da
preocupação com a rápida introdução de novas tecnologias, principalmente diagnósticos inovadores muitas vezes
essenciais para uma terapia cada vez mais eficaz e que
nem sempre tem uma relação direta com o aumento dos
gastos públicos com a saúde: em 2010, somente 9% do PIB
nacional foram voltados para a saúde pública e no mesmo
período, os gastos mundiais alcançaram 10,4% do PIB
mundial. O presidente da ABIIS também avaliou em US$ 1
trilhão o mercado mundial do complexo industrial da saúde.
Como fatores preponderantes para o aumento dos gastos
com a saúde, o líder da ABIIS apontou: o envelhecimento
da população, as doenças crônicas, a empregabilidade, os
custos dos serviços médicos e hospitalares, as ineficiências
organizacionais e o sistema de pagamento e reembolso.
O evento seguiu com um talk show com a mediação
de Wilson Schcolnik, gerente de relações do Grupo Fleury,
do qual participaram convidados como, Cláudia Cohn,
presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, ABRAMED; Carlos Eduardo Gouvêa, presidente
da ABIIS e secretário-executivo da Câmara Brasileira
do Diagnóstico Laboratorial, CBDL; Irineu Grimberg,
presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas,
SBAC; Paulo Azevedo, presidente da Sociedade Brasileira
de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, SBPC/ML; e
os diretores da ANVISA.
Irineu Grimberg, presidente da SBAC; Carlos Eduardo
Gouvêa, presidente da ABIIS e secretário-executivo da
CBDL; Cláudia Cohn, presidente da ABRAMED; Wilson
Schcolnik, gerente de relações institucionais do Grupo
Fleury; Bruno César Moura de Abreu, chefe do Núcleo de
Assessoramento Econômico em Regulação da Anvisa; e
Jaime Cesar Moura de Oliveira, diretor de coordenação e
articulação da Anvisa
30
NewsLab - edição 119 - 2013
KIT DETECTA MUTAÇÃO GENÉTICA EM TIPOS DE CÂNCER PEDIÁTRICO
Pesquisadores da Unicamp e do Centro Boldrini desenvolvem tecnologia para detecção automatizada
ANTONINHO PERRI – ASCOM – UNICAMP
Um grupo que reúne pesquisadores da Unicamp e do
Centro Infantil Boldrini desenvolveu um kit para detecção
de mutação genética ligada ao aparecimento de diferentes
tipos de câncer pediátricos, em especial ao tumor de córtex adrenal e ao carcinoma de plexo coroide, que ataca o
sistema nervoso central. A tecnologia foi desenvolvida no
âmbito do doutoramento de Isabel Pereira Caminha, que
é aluna da Genética e Biologia Molecular do Instituto de
Biologia (IB) da Unicamp, sob orientação de José Andrés
Yunes, cientista do Boldrini e pesquisador colaborador
voluntário da Unicamp, com a colaboração de Ana Luiza
Seidinger, funcionária do Boldrini, e Carmen Sílvia Gabetta, responsável técnica do Programa de Triagem Neonatal
do Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas na
Infância, da Faculdade de Ciências Médicas (Cipoi-FCM).
Isabel conta que seu doutorado ainda está em desenvolvimento e que o objetivo central de seu projeto não era o
desenvolvimento do kit, mas sim dimensionar a frequência
da mutação R337H na região de Campinas. Segundo ela,
esta mutação está relacionada a um aumento na incidência
de câncer em crianças, principalmente o tumor de córtex
adrenal, que, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, registra
número de casos 15 vezes maior do que no resto do mundo.
Um dos complicadores iniciais de sua pesquisa, entretanto,
era a necessidade de realizar o teste para a detecção da
mutação em aproximadamente 30 mil pessoas para que
houvesse um resultado estatisticamente válido. “A técnica
então disponível – conhecida como PCR-RFLP (Polymerase
Chain Reaction – Restriction Fragment Lenght Polymorfism) convencional – exigia a realização de várias etapas
de análise em cada amostra a ser testada, o que a tornava
inviável para um projeto a ser desenvolvido em um curto
espaço de tempo”, relata a aluna.
Foi necessária, então, a criação de uma nova técnica de
PCR, que permitisse identificar a mutação R337H do gene
TP53 em grande escala e de maneira mais ágil. Yunes explica
que este é o principal diferencial da tecnologia desenvolvida. “O kit permite a detecção da mutação do gene TP53 de
Isabel Pereira Caminha e Carmen Sílvia Gabetta, cientistas
envolvidas na pesquisa
32
maneira mais rápida, uma vez que a técnica anterior requer
várias etapas, sendo necessários dois dias para ser completa,
enquanto a nova é feita automaticamente em uma etapa e
leva apenas quatro horas para a obtenção do resultado”.
Yunes ressalta que, além de mais rápida, a técnica
desenvolvida é altamente sensível e confiável. “A utilizada
anteriormente é mais artesanal, dependente da análise
visual de operadores, enquanto a nova é automatizada, o
que garante maior confiabilidade ao resultado”, explica o
pesquisador. Isabel acrescenta que o fato de a nova técnica ser realizada em apenas uma etapa propicia também a
economia de reagentes utilizados, o que implica na redução
de custos envolvidos na análise.
Os pesquisadores explicam que, além dos benefícios
técnicos imediatos inerentes ao desenvolvimento do kit, há
também uma questão pública importante a ser destacada:
a possibilidade de inclusão da detecção da mutação R337H
entre os exames feitos por meio do teste do pezinho em
recém-nascidos. “O kit permite detectar a mutação do
gene TP53 usando pequenas amostras de sangue colhidas
em papel filtro para o teste do pezinho. Esta possibilidade
torna viável a realização do exame sem a necessidade de
coletar novas amostras de sangue e propicia a inclusão da
análise da mutação TP53 R337H no programa nacional de
triagem neonatal”, coloca Isabel.
Para Yunes, a realização do teste entre os recém-nascidos
pode ser interessante e muito útil, principalmente em regiões
de maior incidência da mutação 337H, como a Sul e Sudeste. “A detecção desta mutação pode auxiliar no diagnóstico
precoce dos tumores citados, aumentando as chances de
sucesso no tratamento do câncer. Hoje está provado que o
acompanhamento das crianças positivas para esta mutação
desde o nascimento permite o diagnóstico precoce do câncer, aumentando consideravelmente as chances de cura da
doença. Portanto, a aplicação da técnica pelos laboratórios
que realizam o teste do pezinho poderia beneficiar uma parte
dos portadores da 337H que irá desenvolver o câncer”, prevê
Yunes. Atualmente, o teste do pezinho é feito por laboratórios
dos serviços público e privado.
O kit para detecção de mutações do câncer teve seu
pedido de patente depositado em dezembro de 2012 junto
ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) com o
auxílio direto da Agência de Inovação Inova Unicamp. “A Inova Unicamp foi fundamental para nos orientar a respeito do
caminho a ser seguido na descrição da tecnologia. Algumas
simples sugestões ajudaram a tornar a patente mais sólida
e consistente. Ao mesmo tempo, nos ajudaram a torná-la
mais abrangente a outros reagentes e materiais utilizados”,
ressalta Yunes. A Agência também está tratando de buscar
empresas parceiras para levar a tecnologia ao mercado.
NewsLab - edição 119 - 2013
ANVISA TERÁ COMISSÃO CIENTÍFICA EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA
A CCVISA será composta por sete membros titulares e seus respectivos suplentes
Um decreto da presidente Dilma Rousseff, publicado
na dia 1º de julho criou a Comissão Científica em Vigilância Sanitária (CCVISA). A Comissão terá como tarefa
auxiliar o Conselho Consultivo da Anvisa, assessorando
a Agência na avaliação e regulação de novas tecnologias
de interesse da saúde e também nos temas e discussões
técnico-científicas de vigilância sanitária.
A CCVISA será composta por sete membros titulares e seus respectivos suplentes, que serão nomeados
pelo Ministro da Saúde, explicou o diretor-presidente
da Anvisa, Dirceu Barbano, salientando que a CCVISA
vai dinamizar o debate científico dentro da Agência e
qualificar mais ainda a tomada de decisão. Caberá ao
diretor-presidente da Anvisa indicar o presidente do
CCVISA, dentre os seus membros.
A norma determina que os componentes do grupo tenham notório saber técnico-científico e declarem inexistência de conflitos de interesse, impedimentos ou suspeição em
relação à regulação sanitária. A atividade será considerada
prestação de serviço público relevante, não remunerada.
Os membros da comissão terão mandado de três anos,
permitida uma única recondução pelo mesmo período. A comissão vai atuar mediante demandas da diretoria colegiada
da Anvisa e poderá indicar consultores ad hocou instituição
de ensino e pesquisa para a elaboração dos estudos e pareceres necessários para o seu trabalho.
PROJETO REVELA OS MICRÓBIOS QUE COMBATEM INFECÇÕES
Pesquisa pode representar o início de uma nova fase da bioprospecção por novos fármacos
DIVULGAÇÃO/FIOCRUZ
Um estudo inovador sobre as molécuuma vasta comunidade de micróbios
las pequenas de microbiomas humanos
inofensivos chamados coletivamente
foi apresentado durante sessão científica
microbiota. Apesar de a diversidade
no Centro de Referência Professor Hélio
desses micróbios ter sido foco de
Fraga (CRPHF) da Escola Nacional de
muitos estudos nos últimos anos, as
Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), pelo pesfunções desse consórcio microbiano
quisador Luiz Caetano Martha Antunes.
são, em grande parte, desconhecidas.
Ele detalhou experiências realizadas com
Alguns estudos recentes, conforme
camundongos, em que estudou o papel da
disse Antunes, demonstraram que
microbiota intestinal na saúde humana,
a microbiota é fundamental para o
Micrografia mostra Salmonella
tendo como alvo o seu envolvimento na
desenvolvimento do sistema imunotyphimurium (em vermelho)
proteção contra infecções pela bactéria invadindo células humanas
lógico, assim como para a absorção
salmonella. Foi demonstrado que a mide nutrientes e proteção contra a
crobiota humana produz milhares de compostos químicos e
invasão por micro-organismos patogênicos. As complemuitos deles têm atividade biológica, protegendo o hospexas interações existentes entre os micróbios e os seres
deiro de infecções por salmonella. “Essas descobertas não
humanos foram detalhadas pelo pesquisador, como
só confirmaram o papel importante desempenhado pela
também os estudos realizados durante seu estágio pósmicrobiota, como também revelaram o grande potencial
-doutoral, apresentando as técnicas de pesquisa utilizadas
biotecnológico da comunidade microbiana, fato que vinha
e apontando a grande riqueza de espécies de micróbios
sendo até então negligenciado”, anunciou.
no intestino humano - mais de 35 mil.
Segundo Antunes, projetos como esse podem represenTendo em mãos esses estudos preliminares, o pesquisatar o início de uma nova fase da bioprospecção por novos
dor presumiu que processos semelhantes pudessem ocorrer
fármacos, focada na exploração da diversidade química
em outros sítios do corpo humano. A partir daí, desenvolveu
da microbiota humana, que pode vir a representar uma
um projeto de pesquisa visando determinar se o patógeno
importante fonte de novas drogas para o combate não só
Mycobacterium tuberculosis, o agente etiológico da tuberà tuberculose, mas também a outras diversas doenças inculose, também é afetado por moléculas produzidas por
fecciosas. O projeto foi submetido ao programa Inova-Ensp
bactérias da microbiota humana. Para isso, tanto a microbiota
e recentemente agraciado para a realização da pesquisa.
do trato respiratório, alvo principal do M. tuberculosis, como
Antunes explicou que o corpo humano é colonizado por
de outras partes do corpo serão estudadas.
34
NewsLab - edição 119 - 2013
A.C.CAMARGO REALIZA O “NEXT FRONTIERS TO CURE CANCER”
Além de especialistas de todas as regiões do Brasil, participaram palestrantes de outros cinco países
Com a proposta de levar o conhecimento adquirido na
bancada de pesquisa para a prática médica – configurando
a Medicina Translacional – o A.C.Camargo Cancer Center, de São Paulo, promoveu de 13 a 14 de junho o Next
Frontiers to Cure Cancer, o principal evento de 2013 no
país sobre avanços em ciência, prevenção, diagnóstico por
imagem e molecular, cirurgia, quimioterapia, radioterapia
e reabilitação do câncer. Dividido em módulos voltados para discutir, individualmente, os tumores de mama, próstata, intestino,
reto, rim, pulmão, melanoma, glioblastoma, dentre outros, o evento teve ao todo 90 horas/aula programadas
em quatro salas. Além de especialistas de todas as regiões do Brasil, participaram palestrantes de outros cinco
países. Os Estados Unidos foram representados pelo
MD Anderson Cancer Center, Memorial Sloan-Kettering,
e UT Southwestern Medical Center. Do Canadá, pesquisadores da University Health Network, The Hospital
for Sick Children, Princess Margaret Hospital e McGill
University. Os demais participantes foram a University
of Paris Descartes (França), National Cancer Center
Research Institute (Japão), University of Modena and
Reggio Emilia e European Institute of Oncology (Itália).
Os quatro dias de evento receberam um público superior
a 600 pessoas.
Com grandes nomes da oncologia mundial – com
um time seleto composto por especialistas em ciência
básica, cirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas
e profissionais de outras áreas envolvidas no suporte
interdisciplinar ao paciente –, o Next Frontiers to Cure
Cancer reuniu mais de uma dezena de palestrantes internacionais.
Clifford Hudis, diretor do Serviço de Câncer de Mama
do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova
Iorque, abordou os processos inflamatórios relacionados
com a obesidade que podem levar ao desenvolvimento
de tumores mamários. Em artigo publicado em abril/2013
na revista científica Cancer Prevention Research, Clifford
Hudis e demais autores avaliam os níveis de PGE-M, um
biomarcador da inflamação que é resultado da associação
entre obesidade e envelhecimento tendo relação com
desenvolvimento de metástases no pulmão de pacientes
com câncer de mama.
Eduardo Franco, cientista brasileiro que é um dos
principais nomes do mundo em epidemiologia do câncer,
falou sobre a tirania da medicina baseada em evidência.
Professor do Departamento de Oncologia, Epidemiologia
e Bioestatística da McGill University, no Canadá, Eduardo
Franco lidera pesquisas na área há 28 anos, focando
36
em temas como epidemiologia molecular, prevenção de
câncer de colo do útero, associação de vírus HPV com
doenças, câncer de estômago e esôfago, próstata, endométrio, tumores na infância. É referência também em
estudos sobre estratégias de rastreamento de câncer.
Natasha Leighl, pesquisadora do setor de Ensaios
Clínicos da University Health Network, do Canadá, foi o
destaque internacional do Módulo sobre Câncer de Pulmão. Em um de seus trabalhos mais recentes, da edição
de maio/2013 do Journal of Thoracic Oncology, Natasha
e outros três pesquisadores analisaram o possível papel
como marcador prognóstico e preditivo das mutações
KRAS em câncer de pulmão de células não-pequenas. O
trabalho aponta que há indicativos de que o KRAS mutado,
por ser preditivo de falta de resposta à quimioterapia,
poderia identificar quais pacientes não seriam beneficiados pelo tratamento com as drogas atuais, no entanto,
seriam necessárias mais evidências.
Raphael Pollock, cirurgião oncologista do M.D.Anderson
Cancer Center, é nome referendado mundialmente quando
se fala em tumores desmoides. Com importantes trabalhos produzidos sobre a doença, Pollock abriu o Módulo de
Sarcomas e Tumores Ósseos, no qual abordou o presente
e a novas perspectivas terapêuticas para a doença. Patrizia Paterlini-Bréchot, cientista italiana e Professora de Biologia Celular e Oncologia na Université
Paris Descartes na França foi outro destaque no evento,
quando falou sobre células tumorais circulantes como
indicadores de metástase. Ela reúne trabalhos clássicos
em oncologia, um deles de 1994, quando demonstrou
o impacto clínico de um novo marcador de proliferação
celular, a ciclina A. Jaffer Ajani, oncologista clínico com
mais de 400 artigos de alto impacto sobre tumores do
aparelho digestivo foi um dos destaques do Módulo
voltado à discussão de câncer de estômago, esôfago,
pâncreas, fígado e GIST. Ajani publicou mais de 15 trabalhos no último ano, entre eles um artigo no periódico
PloS One, no qual identifica marcadores biomoleculares
de prognóstico para câncer de esôfago por meio de análise de transcriptoma (expressão dos genes) tumoral.
NewsLab - edição 119 - 2013
Conectividade como ferramenta
para a eficiência laboratorial
Roche Diagnóstica acompanha evolução
mercadológica e tecnológica e desenvolve
soluções de informação para aperfeiçoar
processos laboratoriais
Por Marina Panham
Fotos: Thiago Teixeira
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NewsLab - edição 119 - 2013
“É gratificante poder prover ao mercado uma solução
de TI personalizada de acordo com a necessidade do
laboratório e saber que tal solução é capaz de abranger
todo o ambiente de produção laboratorial, independente
da quantidade ou tipos de instrumentos diagnósticos
instalados. Isto é um diferencial”
Sandra Sampaio, Gerente de Produto Automação & TI
A
ascensão do segmento de medicina laboratorial pressiona o mercado a buscar novas soluções para otimizar os processos laboratoriais.
A tecnologia da informação, por exemplo,
contempla uma sucessão de produtos e serviços
desenvolvidos para a automação de processos.
Inicialmente, a aplicação dos sistemas de informação na medicina laboratorial restringia-se à emissão
de laudos e faturamento. Hoje, as soluções de TI são
inerentes a toda rotina laboratorial, da fase pré-analítica
até a pós-analítica. Portanto, o investimento em recursos de tecnologia da informação em medicina laboratorial é fundamental para aperfeiçoar a assistência à
saúde, pois o desempenho da rotina de liberação de
resultados de um laboratório de análises clínicas reflete
diretamente no tempo de liberação da informação para
o médico e o paciente.
Segundo o manual de Boas Práticas de Segurança
Contudo, é importante ressaltar que a simples
e Sigilo em TI para Laboratórios Clínicos, elaborado
aquisição de softwares e dispositivos não garante
pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
melhorias, mas sim o método como os processos são
Laboratorial (SBPC/ML), o entendimento dos riscos
desenvolvidos e integrados, atrelados à capacitação
relacionados aos sistemas de informação hoje exis-
eficaz dos colaboradores do laboratório. Conside-
tentes representa um desafio aos laboratórios clínicos.
rando os milhares de laboratórios espalhados pelo
Acompanhar o surgimento de novas tecnologias, novos
país, a Gerente de Produto Automação & TI da Roche
processos de trabalho e entender a aplicabilidade neste
Diagnóstica, Sandra Sampaio, observa que há dis-
setor podem ser considerados fatores críticos de sucesso
crepância em relação à utilização da tecnologia da
para a utilização de sistemas informatizados.
informação. “Enquanto alguns laboratórios estão bem
Na contramão desse cenário, a área de Consulto-
automatizados tanto em termos de instrumentos e TI,
ria Laboratorial e Soluções de Informação da Roche
outros apesar de possuírem instrumentos de última
Diagnóstica desenvolve soluções personalizadas e com-
geração ainda estão carentes de soluções eficientes
pletas para o mercado de medicina diagnóstica. Líder
de TI”, revela. Sandra explica que isso acontece por-
mundial em diagnósticos in vitro, a empresa investe
que muitas empresas fornecedoras de equipamentos
20% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvi-
e serviços diagnósticos se atentam apenas a critérios
mento. Contudo, essa preocupação com P&D vai além
técnicos e se esquecem da importância de garantir
do fornecimento de produtos com tecnologia de ponta e
produtividade e segurança aos processos laboratoriais.
serviços inovadores a laboratórios de pequeno, médio e
NewsLab - - edição 119 - 2013
41
grande portes. A Roche se atenta em desco-
uma solução. “É gratificante poder prover ao
brir de que forma pode otimizar a rotina do
mercado uma solução de TI personalizada de
laboratório e se empenha para desenvolver
acordo com a necessidade do laboratório e
produtos e soluções integradas que estejam
saber que tal solução é capaz de abranger
de acordo com as necessidades do cliente.
todo o ambiente de produção laboratorial,
“Somadas a uma estratégia assertiva de
independente da quantidade ou tipos de
consultoria, as soluções de conectividade da
instrumentos diagnósticos instalados. Isto é
Roche proporcionam melhor gestão, produ-
um diferencial”, enfatiza.
tividade e, por consequência, qualidade aos
Baseada em inovação, a Gerente de Ma-
serviços prestados ao paciente”, destaca o
rketing Patricia Ogochi destaca que a estra-
Especialista de Soluções de Informações da
tégia comercial da Roche Diagnóstica está
Roche Diagnóstica, Leandro Moreira. Segun-
alinhada à conectividade. Nesse contexto,
do ele, a empresa não trabalha com solu-
as soluções se dividem em duas áreas –
ções de prateleira. Cada cliente possui uma
produtos e serviços – que facilitam o inter-
realidade e um foco distinto. “O desafio nos
câmbio de informações e minimizam gaps de
motiva a oferecer um serviço diferenciado e
comunicação. “Os sistemas de informação
personalizado a cada laboratório, com um
possibilitam acessibilidade simultânea de
time de profissionais experientes.”
informações no mundo inteiro e facilitam
O Especialista de Soluções de Informa-
a comunicação entre a matriz, as filiais e
ções observa que não importa o tamanho
os clientes”, observa Patricia. Segundo ela,
do laboratório, todos precisam de agilidade,
esta integração global permite que qualquer
precisão e integração entre processos, áreas
problema técnico dos produtos e serviços
e fases clínicas. Apesar de várias empresas
da Roche Diagnóstica seja solucionado por
oferecerem produtos de TI, Sandra ressalta
especialistas de qualquer parte do mundo.
que, mais que um produto, é preciso oferecer
“A velocidade que adquirimos por meio da
conectividade é muito maior”, afirma a Ge-
“Não importa o tamanho do laboratório, todos precisam de agilidade,
rente de Marketing.
precisão e integração de processos, áreas e fases clínicas”
Leandro Moreira, Especialista de Soluções de Informações
Novos conceitos em gestão laboratorial
A Roche trabalha com várias linhas de
produtos desenvolvidos em plataformas de
conectividade que oferecem automação,
rastreabilidade e flexibilidade às áreas pré-analítica, analítica e pós-analítica.
Para gerenciamento e integração da produção laboratorial, a Roche Diagnóstica desenvolveu o cobas® omega4. Um sistema de
informação laboratorial que controla, facilita
e otimiza a gestão completa de equipamentos, amostras, processos e fluxos de informação. Com tecnologia 100% web, o produto
possibilita acesso universal, facilidade de
instalação e manutenção, e conectividade
com mais de 600 tipos de analisadores. O
42
NewsLab - edição 119 - 2013
cobas® omega4 permite independência de plataformas e bancos de dados, validação automática
dos resultados, por meio de regras de liberação
(Delta chek), e criação de destinos virtuais para
exames não interfaceados.
O software é flexível e configurável pelo
próprio usuário e possui design modular que
permite visualização de diversos módulos do
produto, de acordo com a necessidade do laboratório. O ICA (Instrument Connectivity Agent),
por exemplo, é responsável pela conectividade
com os equipamentos. O HCA (Host Communication Agent) integra sistemas (softwares)
externos, locais e remotos.
Além de soluções centralizadas como o
cobas® omega4, a Roche Diagnóstica também
oferece soluções descentralizadas para garantir controle, transparência, conformidade e
eficiência. O cobas® IT 1000 é uma aplicação
desenhada para centralizar informações e ge-
“Os sistemas de informação possibilitam
acessibilidade simultânea de informações no
mundo inteiro e facilitam a comunicação entre a
matriz, as filiais e os clientes”
Patrícia Ogochi, Gerente de Marketing
renciar, em um único ponto, todos os sistemas
Point of Care (POC) de uma unidade de saúde.
Além de atenderem todo o portfólio de equi-
Além dos sistemas cobas® h 232, Accu-Chek®
pamentos da Roche, os sistemas de informação
Inform II, cobas ® b 121, Reflotron ® Plus,
cobrem máquinas de outros fornecedores de
CoaguChek® XS Plus e Urisys® 1100, o softwa-
tecnologia laboratorial. Há longo prazo, Patricia
re cobas® IT 1000 também conecta sistemas
Ogochi revela que a expectativa é otimizar ainda
de outros fabricantes.
mais os processos laboratoriais, por meio do de-
Por meio de centralização e gerenciamento
remoto, o produto possibilita ainda integração
dos resultados de POC ao laboratório central,
senvolvimento de softwares para smartphones.
E-services
documentação médica e transparência de custos
O trânsito caótico de grandes metrópoles
e inclusão de resultados de POC no prontuário
como a cidade de São Paulo dificulta o desloca-
do paciente eletronicamente.
mento de pessoas. Portanto, a Especialista em
Para todo serviço instalado – máquina,
Aplicação de Conectividade da Roche Diagnóstica,
software, solução de automação ou de infor-
Patricia Cabrera, enfatiza que os e-services são
mação – o cliente recebe treinamento sobre
serviços valiosos para garantir a produtividade
como utilizar a ferramenta da melhor forma.
dos processos laboratoriais, pois possibilitam au-
O cobas® academy, por exemplo, é um módulo
tonomia aos clientes por meio do acesso remoto.
de e-learning, parte do cobas
IT 1000, des-
A partir desse serviço, a Roche oferece suporte
tinada aos usuários dos instrumentos de POC.
ágil e seguro aos seus clientes e evita rupturas na
Segundo Leandro Moreira, o produto simplifica
rotina dos equipamentos, permitindo a resolução
o processo e certifica os operadores a manuse-
imediata de problemas. “Pode-se evitar o envio
arem os aparelhos. “Este deverá ser o mesmo
do engenheiro técnico ou assessor de campo ao
direcionamento dado para outros produtos de
laboratório para solucionar um problema técnico/
conectividade”, afirma.
científico, se o mesmo pode ser corrigido remota-
®
NewsLab - - edição 119 - 2013
43
libração, o acesso remoto permite auditoria das
ocorrências. “Os e-services oferecem essa segurança: se alguém acessar a máquina do cliente,
temos controle da data de acesso e sabemos quem
acessou”, explica.
Se a questão não for resolvida no primeiro nível,
um engenheiro técnico ou assessor de campo da
Roche é enviado ao laboratório. Se ainda assim o
problema não for solucionado, o caso é enviado a
Roche global. Patricia explica que com a ajuda dos
e-services, é possível consolidar as informações de
um determinado produto e criar um benchmark,
pois a conectividade permite o compartilhamento e
a consolidação das informações em âmbito nacional
“Os e-services são serviços valiosos para garantir a
produtividade dos processos laboratoriais, pois possibilitam
autonomia aos clientes, por meio do acesso remoto”
Patricia Cabrera, Especialista em Aplicação de Conectividade
e até mundial. De acordo com ela, quando um engenheiro faz a instalação de um equipamento, ele
já estabelece a conexão com a TI do laboratório e,
via internet, faz o link com a filial da Roche no Brasil
e, consequentemente, com a global.
Os e-services proporcionam ainda transferência
automática de atualizações sobre controle de quali-
mente com agilidade para o cliente”, afirma Patricia
dade, calibradores e informativos eletrônicos. “Todo
Cabrera. Segundo ela, os próprios colaboradores
o processo é online e proporciona ainda economia
podem resolver o problema com a orientação remota
de papel.” Portanto, Patricia Cabrera ressalta que
de especialistas da Roche.
além de garantir a produtividade dos processos
Para estabelecer o acesso com as máquinas ins-
laboratoriais, e-services garantem confiabilidade
taladas nos clientes, a empresa utiliza plataformas
aos resultados, mantendo o controle de qualidade.
de acesso remoto. E, para gerenciar as performances dos equipamentos, utiliza as ferramentas de
gerenciamento e-lab performance. “Mantemos a
produtividade do laboratório por meio do monitoramento de alarmes e alertas, identificando os
problemas de forma preventiva”, ressalta.
Patricia explica que se um cliente está com
problemas em um equipamento, ele abre um chamado na Central de Atendimento Roche Diagnóstica (CARD) e descreve o seu caso. O especialista
técnico ou científico da Roche pede permissão para
se conectar ao computador e, após autorização,
acessa o equipamento, visualiza o problema e ajuda
o cliente a resolvê-lo rapidamente.
COBAS, COAGUCHECK, ACCU-CHECK,
REFLOTRON e URISYS são marcas
registradas da Roche.
Números de registro
cobas® h 232: 10287410670, 10287410545,
10287410428, 10287410066
10287410440
Accu-Chek® Inform II: 10287410863
cobas® b 121 10287410226
Reflotron® Plus 10287410250
CoaguChek® XS Plus 10287410562
Urisys® 1100: 10287410738
Ainda de acordo com a Especialista em Aplicação de Conectividade, este processo é seguro
Para saber mais:
e respeita a privacidade dos dados do paciente,
0800 7720295
www.roche.com.br
restringindo-se apenas a dados de controle e ca-
44
NewsLab - edição 119 - 2013
BioSystems S.A. incorpora a mais recente tecnologia em seu novo analisador BA400®
O BA400® é um analisador automático
Random Access fabricado pela BioSystems
S.A. que realiza medições de espectrometria
de bioquímica e turbidimetria junto com as
medições de potenciometria indireta (eletrólitos) capaz de realizar até 400 t/hora. O
módulo ISE pode executar até 360 t/h de íons
(incluindo Li+ como opcional). O BA400® foi
totalmente projetado, desenvolvido e fabricado pela BioSystems S.A. em suas instalações
de Barcelona.
Entre as suas principais inovações incorpora um sistema ótico com base na tecnologia de LED como fonte de luz, equivalente
ao sistema ótico do nosso analisador semi-automático BTS350 amplamente validado
em todo o mundo, com excelentes resultados (mais de 5.000
unidades instaladas). Este revolucionário sistema ótico, com
a incorporação de LEDs e dupla leitura fotométrica por dois
fotodiodos, oferece uma máxima precisão e alta resolução das
leituras (0,0001 Abs)
As principais vantagens, além do desempenho do sistema
óptico são as seguintes:
- Alta capacidade de carga de reagentes e amostras (135
posições para amostras e 88 para reagentes)
- Alta autonomia de trabalho (até 9
horas de fluxo contínuo de trabalho)
- Baixa necessidade de manutenção,
graças aos seus componentes de alta
durabilidade (não há necessidade de
substituição de lâmpadas ou manutenção
de êmbolos das seringas)
- Sistema compacto sem periférico
(frascos externos, compressores ou excessiva tubulação externa)
- Baixo consumo (menos de 14 L/hora
e gestão de alta eficiência energética)
- Funcionalidade silenciosa (evitando
o ruído incomodo de alguns analisadores)
O sistema BA400® compreende um
amplo painel de reagentes projetados
especificamente para o seu uso no BA400 (com código de
barras próprio) e complementada com materiais de controle e
calibração, com a descrição correspondente de rastreabilidade
metrológica de valores atribuídos.
Em combinação com a linha de reagentes originais BioSystems, o sistema BA400 define a nova geração de analisadores
clínicos.
:: www.biosystems.es
Androstenediona - a importância da dosagem
A androstenediona é o principal precursor na biossíntese de
andrógenos e estrógenos, servindo como pró-hormônio para
testosterona e estrona.
São produzidos pelas gônadas e, em menor grau, nas glândulas suprarrenais de ambos os sexos, podendo ser originados
também a partir de 17 hidroxiprogesterona e dehidroepiandrosterona (DHEA).
Aproximadamente 50% do ritmo de produção de testosterona
na mulher é derivado da conversão periférica de androstenediona. No homem esta interconversão é menor, da ordem de 5%.
A androstenediona pode ser convertida, também, em estrona
pelo tecido adiposo e no fígado através da enzima aromatase.
No homem, 80% do estradiol é produzido por aromatização
da testosterona e na mulher 50% do estradiol produzido durante
a gravidez origina-se por aromatização de androgénios adrenais;
a conversão da androstenediona em estrona é a maior fonte de
estrogênios pós-menopausa.
O corpo humano utiliza a androstenediona para aumentar
o hormônio masculino, testosterona, por isso muitos atletas
utilizam suplemento fabricado a partir deste hormônio para
aumentar a força muscular, porém, este suplemento acarreta
inúmeros efeitos colaterais prejudiciais.
Se, por alguma razão a produção de androstenediona é
aumentada, uma criança pode ter desenvolvimento sexual
prematuro. Na mulher na pós-menopausa, o aumento da androstenediona pode resultar em sangramento, endometriose,
estimulação ovariana e ovários policísticos. Aumento da produção
48
na obesidade pode causar irregularidades menstruais e, nos
homens, sinais de feminilização como ginecomastia.
Sua dosagem também é importante no diagnóstico laboratorial e no seguimento de pacientes com hirsutismo (síndromes
hiperandrogênicas) e seguimento do tratamento de pacientes
portadores de defeito da 21 – hidroxilase. Existe uma variação
cíclica de androstenediona em mulheres normais que acompanha a variação do cortisol plasmático, podendo chegar a
50% no período de 24 horas. Daí a importância da dosagem
do hormônio pela manhã, à tarde e/ou à noite nos pacientes
em que se suspeita de hiperandrogenismo.
Valores elevados são compatíveis com aumento de produção
androgênica pelos ovários ou adrenais, doença de Cushing, ovários policísticos, entre outros. Valores diminuídos são encontrados
na doença de Addison. Encontra-se aumentada na puberdade
precoce masculina, hiperplasia congênita das adrenais ou tumores adrenais virilizantes.
Por isso, a Alka Tecnologia em Diagnósticos tem disponível
em seu menu de testes o kit para dosagem de androstenediona
da empresa canadense Diagnostics Biochem Canadá (DBC)
fundada em 1973. Este produto utiliza a metodologia Elisa, e
não é necessário um pré-tratamento para as amostras de soro
humano, o kit também apresenta ótima performance, 100% de
especificidade, 0,04ng/mL de sensibilidade e hoje é utilizado em
diversos laboratórios de analises clinicas no Brasil e no Mundo.
( : (11) 5573-8814
/ : : www.alka.com.br
NewsLab - edição 119 - 2013
Wama Diagnóstica amplia atuação em países árabes
A Wama Diagnóstica, empresa 100% brasileira fundada em
1991, na busca de novos mercados, já realizou exportações
para os Emirados Árabes, Egito e Iraque e no momento mantém
negociações com o Iêmen.
A participação em eventos internacionais é a base para a
internacionalização da empresa, como a Medica na Alemanha,
Arab Health nos Emirados Árabes, Annual Meeting & Clinical Lab
Expo (AACC) nos EUA e Africa Health na África do Sul, além da
Hospitalar, em São Paulo, que é vitrine para diversos países.
Outro fator importante é a altíssima qualidade dos produtos
e também o fato da Wama Diagnóstica ser a única empresa da
América Latina que detém a tecnologia de produção de testes
rápidos e de tiras para análise de urina em todas as suas etapas.
Atualmente a empresa tem 0,7% de seu faturamento baseado em exportações e a meta é chegar em 1,5% neste ano. No
momento as exportações ocorrem para seis países, que estão
localizados em sua maioria na América Latina, mas trabalha
para buscar novos mercados como os EUA e Europa.
:: www.wamadiagnostica.com.br
Brasil é exemplo em amostra-controle para Chagas
A expansão da infraestrutura do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) ampliou seus horizontes comerciais.
Com o Pro-EX, o Programa já atende mensalmente laboratórios
de alguns países da América do Sul (Argentina, Chile, Bolívia,
Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai). “Por determinação da SBAC, o PNCQ está sempre na vanguarda para participar
dos melhores eventos científicos na área de qualidade, como
foi o exemplo da validação dos kits de Controle de Qualidade
para Chagas na Europa no ano passado. Devido ao aumento de
imigrantes latinos para a Europa, o continente está passando
por um problema de doadores de sangue contaminados por
esta doença e a OMS está em alerta para isso.”, exemplifica o
Coordenador do PNCQ Abol Corrêa.
Com o Pro-IN, mais um importante passo foi dado em direção à expansão internacional. Em 2012, por solicitação da
OMS (Organização Mundial de Saúde), o PNCQ representou
mundialmente o Brasil na validação de kits de teste rápido para
Doenças de Chagas na Europa. Na época, a OMS também enviou
kits para órgãos da França e da Espanha. Após a aprovação da
amostra-controle do PNCQ pela OMS, novas intenções de compra para a Europa e países da África estão sendo negociadas.
Outro projeto iniciado em 2011 coloca o PNCQ como responsável pela preparação de soros-controle para HIV, HPV e
HCV liofilizados para Controle Interno em Biologia Molecular.
Com o aumento da oferta de amostras-controles, a tendência
é de que o PNCQ passe a atender mais laboratórios especializados em Biologia Molecular. O saldo dessas mudanças reúne
amostras liofilizadas produzidas nacionalmente permitindo um
preço competitivo para ampliação do número de laboratórios
comprometidos com a qualidade. As amostras-controle de qualidade para HIV, HPV e HCV integram a lista de mais 200 tipos
de amostras comercializadas pelo Programa.
(: (21) 2569-6867
8: [email protected]
:: www.pncq.org.br
50
NewsLab - edição 119 - 2013
Transformar dados em informações estratégicas é segredo para boa gestão
Ter um grande volume de dados referentes ao laboratório
é apenas o primeiro passo para ter uma gestão assertiva.
Sem ferramentas que transformem todos esses dados em
informações relevantes, a tarefa do gestor pode ser bastante
complexa. É por isso que os laboratórios buscam ferramentas
de inteligência que façam a exibição desses dados de forma
clara, dando suporte para a tomada de decisões estratégicas
para o laboratório. É o caso, por exemplo, do Shift View,
software incorporado ao Lis (Sistema de Informação Laboratorial) da Shift, uma das maiores empresas brasileiras de
tecnologia para laboratórios clínicos.
Com uma interface bastante limpa, o Shift View permite
que os gestores coletem as informações por meio de dados
pré-determinados ou de acordo com as variáveis que deseja.
“Os dados são coletados e exibidos em formas de gráficos,
monitores, radares de bordo, relatórios, entre outras maneiras”, afirma André Tuzi, analista de desenvolvimento da Shift.
O objetivo do produto é concentrar todo tipo de informação estratégia de aspecto gerencial dentro do laboratório
– inclusive em tempo real. Pode ser analisada a curva de crescimento do laboratório em determinado período de tempo, o
número de exames realizados no dia, quantas recoletas e por
quais motivos aconteceram no último mês, enfim, diversas
variáveis que permitem munir o gestor de informação para
tomar a decisão correta para o futuro do laboratório.
O Shift View trabalha em uma plataforma robusta e apta
para processar grandes massas de dados. Dessa forma,
qualquer tipo de informação solicitada ao sistema é exibida
rapidamente. “Em no máximo 30s, informações bastante
complexas, com cruzamento de dados, inclusive, são disponibilizadas”, revela Reinaldo Junior, analista de suporte da
Shift. “Em alguns sistemas, essa demora pode ser de mais
de uma hora”.
Diferenciais do Shift View:
- Indicadores em tempo real
- Plataforma web que permite acesso de qualquer lugar
- Estatísticas e relatórios personalizados
- Rápida resposta mesmo com grandes volumes de dados
(: (17) 2136 1555
:: www.shift.com.br
Labtest marca presença com estande no CBPC 2013
A Labtest Diagnóstica S/A participa com estande do 47º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
(CBPC), realizado entre os dias 22 e 25 de setembro, no Palácio das Convenções do Anhemb, em São Paulo/SP. Este é mais
um ano em que a empresa participa como expositora do evento, possibilitando sempre contatos importantes com fornecedores e clientes.
Neste ano, a maior indústria do segmento de diagnóstico in vitro destacará seus marcadores diferenciados e inovadores:
- Homocisteína – importante marcador cardíaco
- NGAL – novo marcador para auxílio de diagnósticos renais
- Cistatina C – marcador preciso para auxílio de diagnósticos renais
A Labtest convida todos a visitarem seu estande (n.º 18 a 23, Anhembi Parque, São Paulo/SP).
:: www.labtest.com.br
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NewsLab - edição 119 - 2013
“Case” de sucesso: Mindray tem seu primeiro BC6800 instalado no Brasil
A Mindray vem trabalhando sua marca no Brasil há oito
anos e já é dona de um crescimento considerável: 37,8% de
crescimento anual, em 2012 e a Mindray International atingiu a
casa de 1 bilhão de dólares de faturamento no mesmo período,
o que demonstra o intenso trabalho no fortalecimento da marca
junto aos parceiros-distribuidores que acreditam e fazem da
Mindray uma opção de qualidade altamente confiável e com
um preço atrativo para o consumidor final.
Dr. Ygor Nery, Dra. Nádia Cunha, Dra. Milria Brabo (diretora do laboratório),
Dra. Ferlana Oliveira (assessora científica Promed) e Dr. Ubiraci Chagas
A Mindray possui uma linha completa e inovadora em hematologia, contando com seis modelos de 3 partes e cinco modelos
de 5 partes e já é primeiro lugar em novas instalações no Brasil.
O mais novo membro da família BC, o BC6800, lançado
no Brasil em 2012, é um autoanalisador hematológico com 33
parâmetros reportáveis, 14 parâmetros de pesquisa e conta
com a análise de fluídos biológicos, exibindo sete parâmetros
reportáveis e mais cinco de pesquisa. É um analisador completo
que inclui a análise de reticulócitos e frações imaturas, células
imaturas, contagem de plaquetas por canal óptico, detecção de
malária, entre outras facilidades. A principal característica do
BC6800 é a exclusiva tecnologia SF Cube®, que alia fluorescência
e avançada citometria de fluxo na obtenção do gráfico em 3D.
Recentemente foi instalado o primeiro BC6800 no Brasil em
Macapá, AP. O laboratório atende a uma demanda de 450 t/dia
e recebe amostras de pacientes provenientes do ambulatório,
oncologia, nefrologia, maternidade, CTI, o que caracteriza alta
complexidade das amostras e o BC6800 está atendendo perfeitamente às expectativas do cliente.
O atestado de capacidade técnica está disponível para consulta mediante solicitação por email.
:: www.mindray.com
Biometria, a identificação perfeita
A identificação biométrica é uma tecnologia
eliminação do risco de duplicidade de cadasque se popularizou nos últimos anos. A maior
tros do paciente. Ainda, permite a detecção
oferta de componentes de software e de aparede fraude no início do processo, no caso de
lhos para leitura das digitais redunda em preços
tentativa de um paciente passar-se por outro.
menores e disponibilização de novas soluções
Ao conduzir o paciente à sala de coleta,
no mercado.
a biometria implementada nos sistemas LaNo âmbito laboratorial, trata-se de um granbplus e Labmaster garante que aquele é o
de desafio vencido: precisão na identificação do
paciente certo para coletar a amostra exata e
paciente. A maneira de integrar essa tecnologia
consequentemente contribuir para resultados
ao software laboratorial, no caso da Hotsoft, meconfiáveis. Após acessar a lista de pacientes
receu cuidados especiais. Em quais pontos e de
aguardando a coleta, os coletadores chamam
que forma incluir esse método de identificação
o paciente levando em consideração urgência,
dentro dos processos operacionais do laboratório
preferência legal, tipo de coleta (infantil, gineforam temas estudados com extremo cuidado.
cológica etc.) e preferência por determinado
Na recepção, além das formas usuais, como Leitor de impressões digitais
coletador. Já na sala de coleta o paciente faz
parte do nome, R.G., cartão fidelidade e outros, é possível utilisua identificação positiva com a biometria, eliminando totalmente
zar a captura da impressão digital como forma de pesquisa do
a possibilidade de troca de amostras.
paciente. A recuperação via biometria traz diversos benefícios.
Além de precisa a identificação biométrica é realizada de forma
Primeiro, a rapidez no acesso aos dados do paciente. Segundo,
ágil, reduzindo o tempo de atendimento, tanto na recepção quanto
na coleta. E transmite confiança ao paciente, contribuindo para
que ele perceba o valor dos serviços prestados pelo laboratório.
Com o intuito de facilitar a implantação desta tecnologia,
a Hotsoft fechou parceria com um dos principais fornecedores
Tela de
de leitores biométricos do mercado nacional, garantindo as
atualização
melhores ferramentas e os menores preços aos usuários.
de dados do
paciente, com
as opções de
registrar e
validar a digital
54
(: (44) 3302-4455 / 8: [email protected]
:: www.hotsoft.com.br
NewsLab - edição 119 - 2013
Randox G6PD, elevado desempenho nos ensaios de detecção da deficiência de G6PD
A deficiência de G6PD (Glicose-6- fosfato desidrogenase)
é uma doença hereditária, caracterizada pela lise das células
vermelhas do sangue - conhecida como hemólise. Indivíduos que
possuem deficiência de G6PD sofrem frequentemente de anemia
hemolítica, que ocorre quando as hemácias são destruídas mais
rapidamente que a capacidade de produção pelo organismo para
repô-las. Consequentemente, o suprimento de oxigênio para as
células do corpo diminui.
A anemia hemolítica pode ser desencadeada por infecções
bacterianas e virais, estresse grave, consumo de alguns medi-
camentos como, por exemplo, antibióticos e por determinados
alimentos, em particular, o feijão. Os síntomas da anemia hemolítica incluem urina escurecida, cansaço extremo, aumento
da frequência cardíaca, falta de ar e icterícia. Nos casos graves,
a anemia hemolítica pode causar insuficiência renal.
A Randox oferece um teste de alta performance para a
detecção da deficiência de G6PD. Os benefícios do kit de G6PD
da Randox incluem:
Ÿ Reagentes liofilizados - proporcionam maior estabilidade
Ÿ Sensibilidade excelente - capaz de detectar baixas concentrações de G6PD
Ÿ Boa estabilidade quando reconstituído - minimiza perdas
de reagentes
Ÿ Aplicações disponíveis - protocolos específicos para uma
ampla gama de equipamentos de bioquímica
Ÿ Oferece controles de qualidade de G6PD complementares
- pacote completo de testagem diagnóstica
(: (11) 5181-2024
8: [email protected]
:: www.randox.com
Soluções para gerenciamento de dados de controle de qualidade – Bio-Rad Laboratories
Usar uma linha de produto abrangente de controles de
terceira opinião é um passo importante rumo à melhora da
confiabilidade de resultados de testes laboratoriais. A capacidade
de gerenciar com sucesso e interpretar os resultados de controle de qualidade também é essencial para produzir resultados
laboratoriais sólidos e de confiança.
A Bio-Rad Laboratories oferece uma visão e um compromisso
e ajudar a melhorar o desempenho analítico laboratorial do que
o Programa Interlaboratorial Unity™.
Sem um programa interlaboratório de alta qualidade, o
laboratório pode não estar ciente das alterações graduais ou
repentinas no sistema de teste que podem ser causadas por
eventos tais como reformulações de reagentes ou calibradores,
alterações de padronização ou alterações do software de ins-
com o controle de qualidade que é insuperável na indústria de
laboratório clínico. Hoje, o laboratório pode estar conectado ao
Programa Interlaboratorial Unity™, a maior comunidade mundial
de usuários de controle de qualidade. Melhorar o cuidado com
o paciente e o custo-benefício com produtos de controle de
qualidade, soluções de gerenciamento de dados de controle de
qualidade, comparações intralaboratoriais liderando a indústria
e Programa Interlaboratório Unity™ .
A participação em um programa interlaboratório é extremamente importante para os laboratórios para ajudar a garantir a
confiabilidade e precisão dos sistemas de teste. Nenhum programa no mundo é mais poderoso e eficaz em fornecer informações
trumento. Um programa interlaboratorial pode oferecer ciência
prematura de mudanças e tendências para ajudar a evitar repetições de teste de alto custo e troubleshooting desnecessário.
Um programa interlaboratório também pode aumentar a
confiança nas pesquisas de proficiência. Se um laboratório se
compara bem com outros laboratórios em um programa interlaboratórios, ele provavelmente se compara bem com outros
laboratórios participando do programa de teste de proficiência.
56
(: (11) 3065 7550
8: [email protected]
:: www.bio-rad.com
NewsLab - edição 119 - 2013
Sistema VSG da Greiner Bio-One é mais rápido e seguro
A Velocidade de Sedimentação
Globular (VSG) é um dos testes
laboratoriais mais frequentemente
prescritos. Pode ser usado como uma
prova inespecífica para as reações inflamatórias, acompanhamento do seu
desenvolvimento, bem como para monitorar o tratamento. A Greiner Bio-One
produz e comercializa, desde 1996, o
Sistema VSG (manual e automatizado)
que, seguindo as recomendações do International Council for Standardization
in Haematology (ICSH), adota como
referência o Método de Westergren, disponibilizando tubos para
coleta de sangue a vácuo contendo o aditivo Citrato de Sódio
3,2%, na proporção de uma parte de solução de citrato para
quatro partes de sangue (4NC).
Também, conhecida como reação de Biernacki devido ao seu
inventor Edmund Biernacki, a VSG é a taxa a qual os glóbulos
vermelhos do sangue precipitam em um período de uma hora.
O sangue anticoagulado é colocado em um tubo na posição
vertical e a taxa de precipitação dos glóbulos vermelhos é medida em mm/h (realizada através do método de Westergren).
Qualquer inflamação presente irá aumentar a VSG, mas
como este é um teste de triagem, não pode ser utilizado para
diagnosticar uma doença específica. Exemplos do aumento da
velocidade de sedimentação são: artrite reumatoide, doenças da
tiroide, tuberculose e gravidez. Níveis inferiores aos normais podem ocorrer, por exemplo, em: anemia falciforme, insuficiência
cardíaca congestiva ou baixa quantidade de proteína plasmática
devido à doença hepática ou renal.
A VSG é orientada pelo equilíbrio entre os fatores pró-sedimentação, principalmente de
fibrinogênio, e fatores resistentes
à sedimentação tal como a carga
negativa dos eritrócitos. Se um
processo inflamatório está presente, a proporção elevada de fibrinogênio no sangue faz com que os
glóbulos vermelhos se unam uns
aos outros. Esses aglomerados
precipitam mais rapidamente.
Sistema VSG Greiner Bio-One: os primeiros tubos para VSG
produzidos pela Greiner Bio-One eram de vidro. Em 2010, a empresa lançou os tubos de plástico (polipropileno) inquebráveis,
sendo a única do mundo a disponibilizar mais esta facilidade
para o mercado. Além de serem mais seguros, os tubos possuem
uma vida útil de doze meses.
As principais vantagens do Sistema VSG da Greiner Bio-One
são: análise em sistema automatizado (fechado) e manual; coleta
realizada em tubo plástico inquebrável, com marca de preenchimento que indica o nível correto da amostra; resultados em 30
e 60 minutos; identificação de amostras com código de barras,
eliminando erros; controle de qualidade de dois níveis validado
e o volume de amostra coletada é reduzido (1,5 ou 2,0 ml). A
Greiner Bio-One também oferece uma gama de analisadores
automatizados, para avaliações rápidas e confiáveis.
(: (19) 3468-9613 / :: www.gbo.com
pH da água ultrapura não é aplicável em ambiente laboratorial
O pH é a medida da acidez ou alcalinidade
que as águas com elevada pureza conduzem de
de uma solução e é um parâmetro de qualidade
forma muito fraca a eletricidade; e os tampões
de água amplamente medido e utilizado pelos
de calibração para eletrodos, pois a submersão
pesquisadores, pois afeta o estado de dissoalternada do par de eletrodos no tampão pH pode
ciação de muitas moléculas e é de importância
induzir a erros do próprio pH.
crítica em grande parte dos estudos. A maioria
“Para determinar o pH da água pura de
das soluções contém sólidos dissolvidos que
forma precisa é recomendada a medição em
servem como tampão às alterações do pH senlinha, com sensores de pH de baixa impedância,
do pouco afetado por contaminantes. Todavia,
sob condições cuidadosamente controladas”,
numa utilização normal laboratorial, o pH da
garante Humberto Bufalo, gerente comercial
água ultrapura não é aplicável ou significante
da Veolia Water. “Entretanto, cabe observar
devido aos níveis de acidez ou alcalinidade serem
que todas as normas para água ultrapura exextremamente baixos.
cluem especificamente o pH como critério de
Dentre os fatores que afetam a medição do
pureza. As normas se baseiam primeiramente
Variação do pH da água em
pH da água pura se destaca o dióxido de carbono,
na condutividade ou resistividade”, ressalta. O
função da resistividade
que é rapidamente absorvido e pode reduzir o pH
excesso de íons de hidrogênio ou hidroxilo a
da amostra; o recipiente de amostra que pode conter vestígios
valores de pH diferentes de 7.0 irão diminuir a resistividade
de ácido ou base; a temperatura, já que afeta tanto a dissociação
da água. Como resultado, existirão limites para o afastamento
do grau da água como a medição de pH; os tipos de eletrodo
de 7.0 que o pH pode ter.
e medidores de pH que, dependendo do meio, podem causar
leituras de pH imprecisas; o potencial de transmissão, uma vez
8: [email protected]
58
NewsLab - edição 119 - 2013
Vírus ou bactéria? A bioMérieux tem a oferta global!
A bioMérieux, em sua constante luta contra a resistência bacteriana, está comprometida em oferecer um
diagnóstico assertivo para diferenciar infecção viral de uma
infecção bacteriana, ajudando a evitar o uso indiscriminado de
antibióticos.
As doenças respiratórias são responsáveis pelo grande número de hospitalizações e mortes em todo o mundo e são causadas,
na maioria das vezes, pelos vírus respiratórios. Porém, sabe-se
que a cada 100 casos de infecções das vias aéreas superiores
que são tratados com antibióticos, a infecção bacteriana está
presente em apenas 15%.
No desafio das infecções respiratórias, os laboratorios podem
escolher o melhor parceiro: a bioMérieux tem a oferta global
desde a admissão do paciente e triagem, até o diagnóstico e
monitoramento do tratamento.
CLART® PneumoBac: Produto em fase de registro
(: 0800 0264848 / 8: [email protected]
Sysmex inaugura nos EUA centro
de P&D para as Américas
Medivax oferece diagnóstico
completo para doenças respiratórias
A Sysmex Corporation (Matriz: Kobe, Japão; Presidente do
Conselho e Presidente Executivo: Hisashi letsugu) iniciou as operações de seu novo centro de P&D nas Américas, sua segunda
base de P&D internacional, após a instalação de uma estrutura
similar na Europa em 2006. O novo centro está localizado na
Sysmex América, Inc., sede regional da Sysmex nas Américas.
O novo centro de P&D da Sysmex nas Américas emprega o
conceito de inovação aberta, ou seja, a associação entre tecnologia e ideias próprias com a tecnologia e ideias desenvolvidas
por outras empresas, com a finalidade de criar produtos inovadores. Esse novo centro integrará uma infinidade de tecnologias
e pesquisas já realizadas pela Sysmex com novas tecnologias
que estão atualmente em fase de pesquisa no mercado norte-americano.
Com base na estratégia de desenvolvimento e aprimoramento
de tecnologias da Sysmex, a empresa irá utilizar todo conhecimento adquirido através da inovação aberta para aprimorar seus
produtos e serviços nas áreas de medicina personalizada e medicina preventiva. Com a implementação do conceito de inovação
aberta, o novo centro de P&D disponibilizará acesso mais rápido
às novas tecnologias e possibilitará o desenvolvimento de novos
testes e aplicações para seus equipamentos, que permitirão
detectar doenças em seus estágios iniciais.
Integrando as atividades de P&D realizadas nas Américas e
na Europa com o Japão, a Sysmex irá expandir e aprofundar seu
compromisso de criar novas metodologias de diagnóstico que
contribuirão para o progresso na área da saúde, melhorando a
qualidade de vidas das pessoas em todo o mundo.
Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e
Imunopatologia (ASBAI), 30% dos brasileiros adquirem
algum tipo de doença respiratória no inverno. A pneumonia
é a doença que mais preocupa, e pode ser adquirida por
bactéria, vírus ou fungo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
a pneumonia é a principal causa de morte em crianças no
mundo inteiro. A cada ano morrem cerca de 1,6 milhões
de crianças, sendo 18% vitimas menores de cinco anos.
Nas fases avançadas das doenças respiratórias, os
métodos sorológicos são os mais indicados para auxiliar
no diagnóstico dessas patologias.
A Medivax oferece um portfólio capaz de auxiliar na identificação de vírus e bactérias por diferentes metodologias:
Ÿ Pneumobact IgG e Pneumobact IgM: kit multiteste
para detecção simultânea de bactérias causadoras de pneu-
:: www.sysmex.com.br
8: [email protected]
(: (21) 2622-4646
60
monia, usando apenas uma única lâmina – metodologia
de imunofluorescência
Ÿ Pneumoslide IgG e Pneumoslide IgM: kit multiteste
para detecção simultânea dos vírus e bactérias mais
frequentemente associadas às infecções respiratórias humanas usando apenas uma única lâmina – metodologias
de imunofluorescência e Elisa
Ÿ Painel de Vírus Respiratórios: o kit realiza triagem e
identificação dos vírus Adenovirus, Influenza A & B, Parainfluenza 1, 2 e3, e Vírus Sincicial Respiratório
Ÿ Flu A/B, RSV e Legionella: kits para detecção por teste
rápido com resultado em 15 minutos
NewsLab - edição 119 - 2013
S_Line oferece serviço de construção e hospedagem de site
Se o laboratório não tem site e os pacientes não conseguem saber quais exames são realizados ou que procedimentos devem ser feitos antes de um exame por meio da
internet, é preciso ficar atento e tomar cuidado para que o
laboratório não desapareça.
Como tornar a comunicação entre laboratório e pacientes
mais simples e rápida, utilizando a web para isso?
Possuir uma página na web é uma importantíssima ferramenta de marketing, onde empresas de pequeno, médio
e grande portes podem disponibilizar todo conteúdo que é
relevante para seus clientes, estreitando cada vez mais as
relações. Hoje em dia já é possível construir e hospedar site
na internet de forma simples e rápida com baixo investimento,
garantindo assim comodidade aos pacientes e laboratórios.
Uma boa assessoria garante que os benefícios da exposição na internet não exponham o laboratório aos riscos à
imagem e à reputação no mundo virtual.
Por isso é importante oferecer aos clientes, informações
fáceis e completas, como:
Ÿ Lista de exames: informações dos exames e procedimentos de coleta estejam em fácil acesso
Ÿ Pesquisa de satisfação: o laboratório pode saber o grau
de satisfação do cliente
Ÿ Perguntas frequentes: as respostas das perguntas mais
frequentes facilmente acessíveis no site
Ÿ Agenda de exames: o paciente pode agendar consultas
sem precisar sair de casa
Ÿ Lista de convênios e unidades: acesso aos convênios
disponíveis e unidades onde o laboratório atende
Ÿ Informativos: para que o laboratório disponibilize no
site informações de evento/cursos, notícias ou artigos que
achar mais interessante.
Pensando nessas necessidades, a S_Line oferece para o
serviço de construção e hospedagem de site, pacotes onde o
laboratório pode ter um site completo na internet de forma
fácil, simples com baixo investimento.
A partir de modelos padrões, poderá disponibilizar no site
informações como: Lista de Exame, Chat on-line, Agenda de
Exames, Pesquisa de Satisfação, Perguntas Frequentes, Lista
de Unidades e Convênio, Eventos/Cursos, Notícias e Artigos.
São pacotes para que o site fique ainda mais completo, atualizado e formatado ao gosto de cada um.
(: (27) 3205-6868
8: [email protected]
:: www.sline.com.br
Lançamento Cral: adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast
Fabricado pela Cral, empresa certificada ISO 9001 e BPF (Boas Práticas de Fabricação), o adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast segue rigorosos padrões de qualidade.
Características:
• Apoio para a agulha de coleta múltipla de sangue
• Utilizado como guia para introdução do tubo na agulha
• Formado por um cilindro feito em polipropileno
• Possui adaptação de rosca para encaixe de agulhas
(/: (11) 3454-7000 / 2712-7000
8: [email protected]
:: www.cralplast.com.br
62
NewsLab - edição 119 - 2013
EasyPrep Gel/PCR Purificação Mini
Desde a descoberta do DNA, diversas técnicas vêm sendo
desenvolvidas para otimizar sua extração e purificação. Com os
avanços das técnicas de Biologia Molecular, hoje é possível o estudo, sequenciamento e até a amplificação do DNA de qualquer
organismo, possibilitando o descobrimento de novas espécies,
diagnósticos de síndromes, doenças genéticas e até infecções.
Além disso, as técnicas empregadas com o uso do DNA podem
ser utilizadas para desenvolvimento de vacinas, tratamento
de diversas doenças e até melhoramento genético de diversos
organismos, como por exemplo os organismos geneticamente
modificados (transgênicos).
Porém, para se obter um resultado favorável e fidedigno,
é necessário um DNA íntegro e livre de impurezas. Por isso, a
EasyPath, pensando na obtenção de uma amostra de qualidade
e na segurança do usuário e meio ambiente, desenvolveu o
EasyPrep Gel/PCR Purificação Mini. É um método com múltiplas
aplicações para purificação do DNA através de colunas de sílica.
O kit conta com tampões específicos, livres de fenol/clorofórmio,
que garantem um DNA íntegro e livre de impurezas.
É um método rápido, seguro e eficiente para purificação de
DNA de gel de agarose, produtos de PCR ou reação enzimática:
• DNA purificado tem na faixa de 50bp a 10kb
• Taxa de recuperação: 70-85% para gel de agarose e 90-95%
para produto de PCR e reações enzimáticas
• DNA purificado é de alta pureza e pode ser utilizado diretamente em aplicações downstream
• Etapas simples e rápidas fazendo com que o procedimento
completo possa ser realizado em apenas 20 minutos
• Comercializado em quantidades para 100 ou 300 aplicações
• Armazenamento em temperatura ambiente
Produto com registro no Ministério da Saúde / ANVISA.
:: www.erviegas.com.br
Progenética Hermes Pardini oferece teste para mapeamento
das mutações associadas ao câncer de pulmão
O Laboratório Progenética Hermes Pardini desenvolveu, de
forma pioneira no Brasil, o Painel Lung Scan NGS, utilizando
a técnica de sequenciamento de DNA de nova geração (Next
Generation Sequencing - NGS), para o completo rastreamento
das principais mutações associadas ao câncer de pulmão.
Na última década, devido à introdução de novas tecnologias para o sequenciamento e análise do DNA em larga escala,
iniciou-se uma nova etapa no mapeamento das alterações
genéticas responsáveis pelo processo da carcinogênese.
Tornou-se evidente que tumores individuais podem na verdade conter de dezenas a milhares de mutações.
No entanto, a pesquisa básica aliada à pesquisa clínica
foi capaz de identificar um pequeno grupo de mutações necessárias para o desenvolvimento e progressão, assim como
para a manutenção de tumores específicos. Essas mutações
foram denominadas mutações driver devido a sua importância
no desenvolvimento desses tumores.
Inicialmente, os testes para avaliação das mutações
driver em câncer de pulmão eram solicitados de forma
66
sequencial. Contudo, o surgimento de novas plataformas
de sequenciamento a um custo menor, e a necessidade de
resultados rápidos, aponta para o uso crescente de testes
moleculares que permitam a análise simultânea de várias
mutações driver.
Esse conceito foi ratificado durante o último congresso da
ASCO (American Society of Clinical Oncology), realizado em
Chicago entre 31 de maio e 04 de junho de 2013.
Painel Lung Scan - Visão Genômica: Genes: AKT1
(14q32.32), ALK (2p23) , BRAF (7q34), CTNNB1 (3p21),
DDR2 (1q23.3), EGFR (7p12), ERBB2/HER2 (17q12),
ERBB4 (2q33.3-q34), FBXW7 (4q31.3), FGFR1 (8p12),
FGFR2 (10q26), FGFR3 (4p16.3), KRAS (12p12.1), MAP2K1 (15q22.1-q22.33), MET (7q31), NOTCH1 (9q34.3),
NRAS (1p13.2), PIK3CA (3q26.3), PTEN (10q23.3), SMAD4
(18q21.1), STK11 (19p13.3), e TP53 (17p13.1).
(: (21) 2540-5529
:: www.progenetica.com.br
NewsLab - edição 119 - 2013
Resultados rápidos para as pessoas certas
Em meio a tantos avanços teóricos e tecnológicos, alguns
desafios persistem no diagnóstico laboratorial: o valor clínico
do teste e o tempo em que os resultados são gerados e chegam
até os médicos.
Tradicionalmente os analistas e técnicos de laboratório
discutem, por diversas vezes, como aprimorar suas técnicas
focando na diminuição da imprecisão e na alta qualidade de
seus testes. No entanto, para os médicos, o conceito de rapidez e agilidade laboratorial vêm se tornando um fator crítico
para que sua conduta clínica seja a mais efetiva possível no
tratamento de infecções.
Nesse contexto, o conceito de TAT ou “Turnaround Time”
toma espaço e importância no cenário da microbiologia atual.
Atualmente a redução do TAT é um dos pontos mais notáveis
pelos médicos e um sinal altamente associado à qualidade dos
serviços de microbiologia prestados pelo laboratório (1).
Um resultado rápido proporciona uma terapia precisa
reduzindo o número de dias de hospitalização dos pacientes,
diminuindo a utilização inadequada de antibióticos, amenizando os efeitos colaterais de um tratamento prolongado sem
necessidade e reduzindo custos com medicamentos e insumos
hospitalares (2-4).
Desta forma, a diminuição do TAT beneficiará também a
instituição hospitalar como um todo, reduzindo assim custos
desnecessários com diversos testes microbiológicos, bioquímicos
e de imagens, já que uma vez os clínicos não tendo respostas
claras, acabam solicitando mais exames para se prevenir ao
máximo das complicações que podem ser geradas nas horas
inicias de uma infecção (2, 5, 6).
A bioMérieux atua na área da saúde em mais de 40 países e
tem a satisfação de criar produtos que proporcionam resultados
rápidos e acurados chegando até as pessoas certas. Com a oferta FMLA (Flexible Microbiology Laboratory Automation), tem o
objetivo de rentabilizar o negócio, desenvolvendo e aprimorando
o laboratório de microbiologia todos os dias através do serviço
ao cliente, assessoria técnica e científica.
Soluções de microbiologistas para microbiologistas que
atendem a necessidade do laboratório e do hospital.
Por Wesley Schiavo – Gerente de Produto Microbiologia
Referências
1. Hawkins RC. Laboratory turnaround time. Clin Biochem
Rev, 2007. 28(4): p. 179-94.
2. Bantar C et al. A hospitalwide intervention program to
optimize the quality of antibiotic use: impact on prescribing practice, antibiotic consumption, cost savings, and
bacterial resistance. Clin Infect Dis, 2003. 37(2): p. 180-6.
3. Lopez-Medrano F et al., [Impact of a non-compulsory
antibiotic control program (PACTA): cost reductions and
decreases in some nosocomial infections]. Enferm Infecc
Microbiol Clin, 2005. 23(4): p. 186-90.
4. Ramos Martinez A. et al., [Antibiotic treatment
optimization by means of antibiotic treatment experts
participation]. An Med Interna, 2007. 24(8): p. 375-8.
5. Galar A et al. Clinical and economic evaluation of the
impact of rapid microbiological diagnostic testing. J Infect,
2012. 65(4): p. 302-9.
6. Galar A et al. Clinical and economic impact of rapid
reporting of bacterial identification and antimicrobial
susceptibility results of the most frequently processed
specimen types. Eur J Clin Microbiol Infect Dis, 2012.
31(9): p. 2445-52.
(: 0800 0264848
8: [email protected]
AR Sistemas destaca software AR.LAB para melhoria no gerenciamento laboratorial
Criado com base em experiências obtidas na área da saúde o AR.Lab é um “LIS” com
características inovadoras que permite grandes melhorias nos procedimentos e rotinas laboratoriais, além de disponibilizar ferramentas de fidelização que hoje são um diferencial neste
concorrido mercado. Todos esses benefícios são possíveis sem a necessidade de altos investimentos durante a implantação ou a exigência de grandes mudanças estruturais no laboratório.
O software AR.Lab dispõe de uma interface amigável e atende plenamente todos os processos da análise laboratorial, participando do atendimento ao cliente desde a primeira etapa,
apoiando o laboratório no atendimento, cadastramento, triagem, monitoramento, faturamento
e segurança da informação, além de permitir o uso de ferramentas para comunicação com o
paciente como a consulta de resultados via internet e o envio de informações via SMS.
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NewsLab - edição 119 - 2013
Íons para Automação Bioclin
Os íons, também chamados de eletrólitos, possuem múltiplas funções no organismo. Praticamente não existem processos
metabólicos que não dependam ou sejam afetados por eles.
Entre outras funções, os íons atuam na manutenção da pressão osmótica, distribuição de água no organismo, manutenção
do pH , regulação da função do coração e outros músculos,
nas reações de oxi-redução, e como cofatores das atividades
enzimáticas. A dosagem de íons é, portanto, uma das mais
importantes análises da clínica laboratorial.
A Bioclin possui em sua linha kits para as dosagens de íons
sódio, potássio, cloro e lítio para automação.
Os kits de íons para automação Bioclin foram desenvolvidos
para facilitar a rotina do laboratório, simplificando as análises
ao possibilitar a sua aplicação em equipamentos bioquímicos
automáticos sem a necessidade de uso do módulo ISE.
São reagentes enzimáticos colorimétricos baseados na atividade de enzimas depende de íons. Cada kit é composto por dois
reagentes prontos para uso e dois níveis de padrões já inclusos.
Possuem excelente correlação com o método ISE, com a
vantagem de ser aplicável em qualquer equipamento bioquímico
automático.
O kit Íons Sódio Automação baseia-se na atividade da enzima b-galactosidase dependente de sódio. A b-galactosidase, na
presença de íons sódio, catalisa a conversão do substrato ONPG
em o-nitrofenol e galactose. O produto formado, o-nitrofenol,
possui elevada absorbância em filtro de 405 nm. O aumento
desta é, portanto, proporcional à form ação do composto e
consequentemente proporcional a concentração de sódio.
Já o kit Íons Potássio Automação está relacionado à atividade
da enzima piruvatoquinase dependente de potássio. A enzima,
na presença de íons potássio, catalisa a conversão do substrato
fosfoenolpiruvato em piruvato, que reage com NADH, na presença da enzima LDH, para formar Lactato e NAD. O decréscimo
de absorbância, decorrente da conversão de NADH em NAD, é
proporcional à concentração de potássio.
No ensaio de íons Cloretos, a α-amilase presente no reagente
é desativada pela presença de EDTA que atua na remoção de
íons de cálcio. A α-amilase é reativada através da adição de íons
cloretos da amostra, que permite que o íon cálcio se reassocie
à enzima. A reativação da atividade α-amilase é proporcional à
concentração de íons cloretos.
O lítio é determinado através da análise enzimática envolvendo a fosfatase, cuja atividade é sensível ao lítio. O substrato
da fosfatase é convertido por uma série de reações enzimáticas
para gerar um corante que tem absorbância máxima em 550
nm. A taxa de formação do corante é inversamente proporcional
à concentração de lítio.
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USA Diagnóstica: linha completa de quimioluminescência
A USA Diagnóstica tem uma linha completa de kits com a
metodologia Quimioluninescência (CLIA) e é a única empresa
no mercado nacional com a exclusividade da marca Monobind.
ca oferece o Multi-Ligand, um soro controle específico para as
metodologias de quimioluminescência e Elisa.
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sibilidade e especificidade. Ideal para rotinas de pequeno e
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NewsLab - edição 119 - 2013
Werfen Medical participa do
47° Congresso Brasileiro de
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
A multinacional espanhola Werfen Medical estará presente no 47° Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial, que se realiza na cidade de São Paulo, entre
os dias 22 a 25 de Setembro no Centro de Convenções do
Anhembi. A empresa terá um estande de 42m² e contará
com a presença de toda a equipe comercial e de marketing
para dar apoio aos atuais e futuros clientes. A nossa equipe
de assessoria científica também participará da feira, promovendo a demonstração dos equipamentos expostos.
A Werfen Medical irá expor o equipamento ACL TOP 500,
um dos integrantes da família TOP da linha de coagulação.
Este equipamento é ideal para uma rotina de laboratórios
de médio e alto volume, utilizando uma linha padronizada
de reagentes, consumíveis, resultados e características de
usabilidade para todos os analisadores da família TOP. Será
exposto também o equipamento Bio-Flash da linha de autoimunidade e o GenExpert da linha de biologia molecular.
Na área de critical care estará com o GEM Premier® 3500,
produto de gasometria de point of care.
A Werfen preparou exclusivamente para este congresso
algumas condições diferenciadas nos valores de venda deste
equipamento juntamente com alguns benefícios. Também
realizará a divulgação do novo website para o Brasil, que
conta com informações do grupo Werfen, descrição de todos
os produtos, notícias, eventos e também com uma área
exclusiva de atendimento ao cliente. Para essa divulgação
Esparadrapos Copertina, novidade Cral
Com mais de 35
anos de experiência e
tradição no segmento, a Cral lança sua
nova linha de esparadrapos Copertina.
Os esparadrapos
Copertina são perfeitos para fixação de
curativos e produtos
médico-hospitalares.
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haverá atrações no estande.
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Esparadrapo transparente: Hipoalergênico e deixa a pele
respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 2,5cm x
4,5m; 10cm x 4,5m.
Esparadrapo microporoso: Hipoalergênico e deixa a pele
respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 1,2cm x 10m;
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Leitora multidetecção e sistema de captura de imagem celular
Em 2013 a empresa Biotek lançou o Cytation3™, uma leitora
de microplacas multidetecção e sistema para captura de imagens de células, que combina microscopia digital automatizada
e detecção em microplacas.
Ela é projetada para fornecer informações das formas celulares nos ensaios quantitativos em microplacas de 6 a 384
poços, lâminas e/ou frascos de cultura. Equipado com tecnologia
Hybrid™, o Cytation3 inclui tanto a detecção por filtro (alta
sensibilidade), como por monocromador (maior flexibilidade
e versatilidade) proporcionando um desempenho inigualável.
O Cytation3 realiza ensaios de absorbância (UV-Vis), fluorescência (intensidade, polarização e resolvida no tempo),
luminescência e possui recursos de controle de temperatura
até 45°C, agitação orbital e suporte completo para estudos no
decurso do tempo (lapse time) com o software Gen5™, projetado especificamente para tornar a leitura da placa e a captura
de imagem fácil.
Opcionalmente poderá vir equipada com injetor duplo de
reagentes, controle de gás CO2/O2. Os avanços tecnológicos
disponíveis no Cytation3 incluem fontes de luz LED de alta
intensidade, câmera CCD 16 bit (tons de cinza), cubos de filtro
combinados, filtros ópticos rígidos e revestidos (Semrock),
objetivas Olympus para microscopia por fluorescência invertida
ou de campo claro e totalmente controlado pelo software Gen5
que poderá realizar contagem automática de células, análises
de subpopulações e imagens estatísticas.
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NewsLab - edição 119 - 2013
Diagnóstico pré-natal molecular
A transferência de células fetais para a mãe durante a gestação é um fato conhecido pela comunidade científica. Estas
células podem ser utilizadas para um diagnóstico não invasivo,
proporcionando maior segurança para o bebê e para a gestante.
Com o avanço científico e tecnológico hoje é possível a
realização de um diagnóstico molecular pré-natal que permita
a detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais,
devido a sua precisão diagnóstica, sendo fundamental para a
prevenção destas patologias e permitindo um desenvolvimento
saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante.
Até recentemente as gestantes buscavam informações a
respeito da saúde cromossômica dos seus fetos por meio de
duas opções: (1) testes invasivos por biópsia de vilo corial a
partir da 11° semana ou amniocentese a partir de 16° semana
e/ou (2) triagem não invasiva por análise bioquímica do soro
materno ou ultrassonografia.
A detecção de anormalidades cromossômicas usando
ultrassonografia depende da idade gestacional e apresenta
menor acurácia, sendo que esses testes de triagem invasivos
apresentam considerável risco de aborto e/ou danos ao feto.
Após décadas de estudos científicos envolvendo testes pré-natais não invasivos baseados na detecção de ácidos nucleicos
(DNA), surge agora um novo exame com capacidade de avaliar a
saúde do bebê no início da gestação. Este teste molecular utiliza
células livres com DNA fetal que circulam no sangue materno.
Para a realização do exame coleta-se o sangue periférico da
mãe, sendo, portanto, menos invasivo e mais acurado que a
amniocentese e o vilo corial. A coleta pode ser realizada a partir
da 9ª semana de gestação. A metodologia utilizada, o sequenciamento de nova geração (Next Generation Sequencing), é mais
sensível, específico e informativo do que os demais métodos.
Os resultados obtidos são expressos como uma estimativa de risco fetal para as aneuploidias: Síndrome de Down
(Trissomia do cromossomo 21), Síndrome de Patau (Trissomia
do cromossomo 13), Síndrome de Edwards (Trissomia do
cromossomo 18), Síndrome de Klinefelter (presença de um
cromossomo X a mais no homem) e Monossomia do X.
Uma vez que utiliza o DNA fetal presente no plasma materno,
o exame pode ainda fornecer informações sobre a sexagem fetal.
Um resultado negativo trará tranquilidade ao casal por saber,
com muita antecedência, que o bebê não terá estas síndromes
cromossômicas. Por outro lado, se o resultado for positivo, os
pais não serão surpreendidos no dia do parto, com o nascimento
de um filho com doenças cromossômicas. Assim, poderão se
preparar e se informar mais sobre a doença podendo criar um
ambiente ideal para receber a criança.
O exame foi validado para gestações únicas de alto risco para
trissomias dos cromossomos 13, 18, 21, X e Y. Qualquer gestante pode solicitar este exame, sendo indicado principalmente
nas seguintes situações: idade materna avançada, alterações
de outros marcadores no sangue materno, história pessoal ou
familiar de aneuploidia, ultrassom anormal, desejo do casal que
se preocupa com estas doenças.
O DB Molecular, divisão de biologia molecular do Laboratório
Diagnósticos do Brasil, oferece a seus clientes uma estrutura
de última geração em testes de biologia molecular. Com equipamentos modernos e equipe altamente especializada.
Referências
1. Zimmermann B et al (2012), Noninvasive prenatal aneuploidy
testing of chromosomes 13, 18, 21, X and Y, using targeted
sequencing of polymorphic loci. Prenat. Diagn. Doi: 10.1002/
pd.3993.
2. Canick JA, Palomaki GE, Kloza EM, Lambert-Messerlian GM
and Haddow JE. (2013), The impact of maternal plasma DNA
fetal fraction on next generation sequencing tests for common
fetal aneuploidies. Prenat. Diagn. doi: 10.1002/pd.4126.
3. Song Y, Liu C, Qi H, Zhang Y, Bian X, Liu J. (2013), Non invasive prenatal testing of fetal aneuploidies by massively parallel
sequencing in a prospective Chinese population. Prenat Diagn.
doi: 10.1002/pd.4160
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Lâmina para automação tipo Sysmex e cubeta para aparelho tipo konelab
A lâmina para automação tipo Sysmex, entre outros, é fosca lapidada, no tamanho
26x76mm, com espessura de 1,0 a 1,2 mm. É produzida em vidro óptico especial,
transparente, de alta qualidade e sem imperfeições.
A caixa vem com 50 unidades revestidas com embalagem plástica, sem seda entre
as lâminas.
O encaixe é perfeito nos equipamentos de hematologia da marca Sysmex.
A cubeta para aparelho tipo Konelab possui encaixe perfeito nos analisadores de
química clínica Konelab 20 / Konela Prime 60. É comercializada em caixas com 30 racks,
contendo em cada rack 30 cubetas com 12 orifícios.
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NewsLab - edição 119 - 2013
Ensaios Abbott Architect para o monitoramento de
drogas imunosupressoras: Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina
Abbott Diagnósticos é líder mundial em testes sorológicos
destinados ao monitoramento de drogas imunosupressoras
utilizadas na terapia pós-transplante. Dentro desta linha de
diagnóstico encontram-se os testes Abbott Architect Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina desenvolvidos para garantir um
acompanhamento preciso da terapia e proporcionar uma maior
confiança no resultado do paciente.
Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina são drogas imunossupressoras utilizadas para inibir o processo imunológico de
rejeição de órgãos. O Tacrolimus e a Ciclosporina atuam na via
intracelular da calcineurina, levando à inibição da ativação dos
linfócitos T e do seu consequente ataque contra o órgão transplantado. O Sirolimus é uma droga inibidora da divisão celular
por bloqueio da via mTOR, impedindo a expansão clonal dos
linfócitos T e a subsequente rejeição.
Uma vez administrado, a metabolização destas drogas imunosupressoras é variável e irregular. Estudos farmacêuticos têm
mostrado que há uma grande diferença inter e intraindividual
em pacientes transplantados (1, 2).
Por estas razões, a monitorização da terapia é necessária
para controlar uma concentração no sangue com níveis significativos ao ponto de prevenir a rejeição, mas o suficientemente
baixos para minimizar os efeitos secundários tóxicos, tais como
diabetes, neuropatia e nefrotoxicidade.3
Os ensaios Abbott Architect Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina são imunoensaios de micropartículas por quimioluminescência (CMIA) para a determinação quantitativa destas drogas
imunosupressoras em sangue total humano no Sistema Architect
iSystem (Architect i1000, i2000 e i4000). Devido à alta sensibilidade e especificidade, estes ensaios permitem o acompanhamento de tratamentos com baixas doses de imunossupresores
e reduzem a reação cruzada com outras drogas potencialmente
utilizadas em combinação com estes imunosupressores.
A linha Abbott Architect Transplante, para o monitoramento
de drogas imunosupressoras detecta com precisão as menores
mudanças nas concentrações de Tacrolimus, Sirolimus e Ciclosporina, ajudando aos médicos a prestar uma ótima assistência
ao paciente, permitindo ajustar a dosagem para prevenir a
rejeição dos órgãos transplantados e ao mesmo tempo evitar
os efeitos colaterais que estas drogas podem causar quando se
encontram em concentrações elevadas.
Referências
1 - Venkataramanan R, Jain A, Warty VW, et al. Pharmacokinetics of FK506 following oral administration. A comparison of
FK506 and cyclosporine. Transplant Proc 1991;23 (1):931-3.
2 - Warty V, Zuckerman S, Venkataramanan R, et al. FK506
measurement: comparison of different analytical methods. Ther
Drug Monit 1993;15 (3):204-8.
3 - Wallemacq P, Reding R. FK506 (Tacrolimus), a novel immunosuppressant in organ transplantation: clinical, biomedical
and analytical aspects. Clin Chem. 1993;39:2219 –2228.
4 - Opportunities to Optimize Tacrolimus Therapy in Solid Organ
Transplantation: Report of the European Consensus Conference.
Pierre Wallemacq et al. Ther Drug Monit 2009;31 (2),139-52.
MP09AGO2013
RMS: 10055311134, 80146501518, 80146501532 e
80146501659
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Sucesso no Programa KRAS da Qiagen e LSS na Sociedade Europeia de Patologia
O Laboratório Studart & Studart foi um dos dois laboratórios do Brasil a conseguir um sucesso na genotipagem do
KRAS acima de 90% no Programa KRAS da EQA (Sociedade
Europeia DE Patologia).
Desde 1999, sob a coordenação do Dr. Eduardo Studart,
o Laboratório, na busca da qualidade, participa do Programa
de Incentivo ao Controle de Qualidade (PICQ) da Sociedade
Brasileira de Patologia, sempre com excelentes notas, obtendo
em todos esses anos certificados de proficiência. O objetivo
principal de um laboratório de Anatomia Patológica é fornecer
o diagnóstico de doenças dando orientação cirúrgica e terapêutica para os casos examinados.
Em 2003 o Laboratório Studart & Studart recebeu a Certificação da ISO 9001:2000, único no Norte e Nordeste, sendo
um dos cincos laboratórios de Anatomia Patológica certificados
no Brasil. Desde 2007 o LSS está participando do Programa de
Controle de Qualidade do HER2 pelo CAP (College of American
Pathologists), U.S.A. e pelo UK NEKAS, England.
76
Em outubro de 2012, O LSS participou do programa denominado EQA para testar mutações KRAS no câncer colorretal
da Sociedade Europeia de Patologia (ESP), no qual foram
aprovados com alto desempenho. Este programa visa garantir
a melhor precisão e proficiência em testes de mutação KRAS
em todos os países ou instituições no mundo.
A metodologia utilizou o teste de mutação KRAS RGQ PCR Kit
da Qiagen, sendo o primeiro laboratório no Brasil a implantar PCR
em tempo real para KRAS. O Score da genotipagem para KRAS do
LSS foi de 20/20 (100%) acertando todos os genótipos, enquanto a média mundial foi de 94% (18.94/20). A extração de DNA
para KRAS mais utilizado foi o QIAamp DNA FFPE Tissue Kit da
Qiagen, o que garantiu uma amostra de qualidade e alta pureza.
Esta importante certificação foi resultado de uma confiança mútua e parceria entre o Laboratório Studart & Studart
e a Qiagen.
:: www.qiagen.com
NewsLab - edição 119 - 2013
17 parâmetros em 35 segundos
Maior simplicidade, qualidade e rapidez. Este é o
perfil do mais novo analisador de gasometria da Radiometer ABL90 FLEX, representada no Brasil pela Biodina.
Em apenas 35 segundos, cerca de um terço do
tempo requerido por outros analisadores compactos,
o ABL90 FLEX realiza a análise de 17 parâmetros (pH,
pCO2, pO2, cK+, cNa+, cCa2+, cCl-, cGli, cLac, ctBil,
sO2, ctHb, FO2Hb, FCOHb, FMetHb, FHHb e FHbF) em
amostras de 65 μL de sangue em seringas ou capilares, ampliando sua abrangência para Unidades de
Tratamento Intensivo Adultas e Neonatais.
Com produtividade de até 44 amostras por hora, o
equipamento de TLR (Teste Laboratorial Remoto) está sempre
pronto para a próxima análise e garante ao operador mais tem-
po para dedicar-se ao paciente obtendo resultados
rápidos para diagnóstico e tratamento imediatos.
O analisador ABL90 FLEX combina a reconhecida qualidade de medição com o desempenho dos
analisadores de bancada da Radiometer em um
analisador de cassete portátil e flexível, dispondo
de bateria recarregável opcional.
Seu design compacto, sistema fechado e plataforma intuitiva permitem que o analisador seja
transportado e alocado em pequenos espaços e exija
mínimo manuseio e treinamento.
Atualmente o ABL90 FLEX vem sendo instalado
em diversas instituições de saúde, otimizando a assistência
prestada principalmente ao paciente crítico. A facilidade de ter
um equipamento com qualidade reconhecida disponível para
teste laboratorial remoto auxilia no diagnóstico e tratamento de
distúrbios diversos, permitindo a correta intervenção melhorando
o prognóstico do paciente.
Este perfil torna o ABL90 FLEX uma solução para a necessidade de resultados rápidos e confiáveis aos setores críticos e
mostra-se um sucesso em todas as Unidades de Saúde em que
é utilizado, sendo aprovado: pelos usuários por sua facilidade
de manuseio; pela equipe médica devido à confiabilidade de
seus resultados e pelos centros de custos por sua facilidade de
operação e gerenciamento do equipamento e insumos à distância
através do Software Radiance da Radiometer ou sistema HIS/LIS.
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Reagente Lactato da Biotécnica com metodologia Trinder
A acidose láctica pode ocorrer em dois perfis clínicos característicos. No primeiro, ocorre a diminuição de oxigenação tecidual
(hipoxia), resultante de choques, hipovolemia e insuficiência
ventricular esquerda. No segundo perfil (metabólico), ocorre
associação a doenças como diabetes mellitus, neoplasias, doenças hepáticas ou então está relacionado a drogas e/ou toxinas
como etanol, metanol e o salicilato. A acidose láctica também
pode ocorrer na falência renal, na leucemia e na deficiência de
tiamina. Portanto, as determinações de lactato são importantes
para avaliação do status ácido-base sanguíneo e tratamento da
acidose láctica (acidez anormal do sangue).
No Líquido Cefalorraquidiano (LCR) os níveis de lactato
estão aumentados na meningite bacteriana, na hipocapnia,
hidrocefalia, abscessos cerebrais, isquemia cerebral e outras
condições clínicas associadas à oxigenação reduzida do cérebro
e/ou aumento da pressão intracraniana.
Na coleta sanguínea, como lactato é produzido pela glicólise nas hemácias, o sangue deve ser colhido na presença de
fluoreto, obtendo-se assim o plasma fluoretado, e centrifugado
rapidamente. Apenas após estes cuidados, o lactato ficará estável 14 dias se armazenado de 2 a 8ºC. Ainda, como há presença
78
de lactato na saliva humana, deve-se utilizar máscara e evitar
conversar próximo ao local de ensaio e proceder com rigorosa
higienização dos materiais de laboratório.
O reagente Lactato da Biotécnica segue a metodologia
Trinder (Lactato Oxidase/Peroxidase) e apresenta-se na forma
monorreagente pronto para uso e contém calibrador e controle
inclusos no kit.
Bibliografia
Burtis CA, Ashwood ER, editors. Tietz Textbook of Clinical
Chemistry, 2ª ed. Philadelphia. PA: WB Saunders; 1994: 975.
Noll F. Metods of Enzymaic Analysis. 2ª ed. Bergmeyer HU, ed.
New York, NY: Academic Press Inc 1974: 1475.
Shimojo N et al, Clin. Chem. 1989; 35(9): 1992 – 1994.
Mascini M et al, Clin. Chem. 1991; 37(11): 1978 – 1980.
Por Anderson Alex Barbosa da Silva
Biotécnica Ind. e Com. Ltda.
8: [email protected]
:: www.biotecnica.com.br
NewsLab - edição 119 - 2013
Especial Especial
ESPECIAL
Especial
ESPECIAL ESPECIAL
Especial
Especial ESPECIAL
ESPECIAL
CORAÇÃO
A GALOPE
O galope do cavalo é
um tipo de marcha rápida
e aos saltos. O peso do
cavalo é sustentado alternadamente por ambas as patas
dianteiras e traseiras.
A a us culta do coração em condições normais nos mostra
as chamadas bulhas cardíacas. A primeira bulha cardíaca
resulta do fechamento das valvas mitral e tricúspide, coincidindo com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. Em
condições normais, a primeira bulha tem maior intensidade
no foco mitral.
A segunda bulha cardíaca é constituída por quatro grupos
de vibrações, porém somente são audíveis as originadas
pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o
componente aórtico em toda a região precordial, enquanto
o ruído originado na pulmonar é auscultado em uma área
limitada, correspondente ao foco pulmonar e à borda esternal
esquerda (1).
A adição de uma terceira bulha às duas bulhas normais
transforma o ritmo binário em ritmo tríplice ou de 3 tempos.
O médico francês Bouillaud, em 1847, criou a denominação
ritmo de galope (Jean Baptiste Bouillaud, médico francês,
1796-1881). (Fr. bruit de gallop, Ing. gallop murmur or gallop
rhythm), baseando-se em suas características sonoras. Isso
porque os sons que se ouvem lembram o ruído das patas de
um cavalo galopando, o que pode ser imitado repetindo-se
ritmadamente a expressão PA-TA-TA, ou seja, PA-TA-TA – PA-TA-TA – PA-TA-TA (1).
O ritmo de galope é mais bem audível quando se apoia
o receptor, de preferência de campânula, com suavidade
sobre a parede torácica, podendo desaparecer quando se
comprime demasiado o receptor. O ritmo de galope é mais
audível na ponta do coração ou junto à borda esternal (área
tricúspide) com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Às
vezes, o ritmo de galope é mais palpável que audível. Embora ainda persistam dúvidas sobre alguns de seus aspectos
fisiopatológicos, o ritmo ou ruído de galope possui grande
valor na prática, porque significa sempre importante compro-
80
metimento do miocárdio; por isso se diz que é o “grito de
socorro” do miocárdio em sofrimento (1). O coração a galope
apresenta uma frequência de 100 batimentos por minutos, ou
mais. Portanto, em geral, é indicativo de cardiopatia grave,
principalmente o tipo diastólico.
A medicina, bem como outras ciências, frequentemente usufrui
de correlações conceituais e nosológicas com a mitologia,
especialmente a grega. Os exemplos são numerosos, tanto
nas disciplinas clínicas, quanto nos distúrbios do aparelho
psíquico. O Dr. Carlos Henrique Vianna de Andrade, em seu
livro Exame clínico do coração (2), concebe aspectos cardiológicos interessantes e curiosos entre a terrível Esfinge e Édipo,
personagens da Mitologia Grega. A Esfinge, às portas de
Tebas, matava todos aqueles que não conseguiam responder
ao enigma: “Qual é o ser que caminha sobre quatro pernas
pela manhã, com duas ao meio-dia e com três à noite?”
Édipo foi o primeiro a acertar e respondeu: - “É o homem, que
engatinha quando bebê, caminha em pé quando adulto e usa
uma bengala na velhice”. Assim, recebeu “passe livre” para
chegar a Tebas. O povo de Tebas ficou tão impressionado que
aclamou Édipo rei, e a rainha Jocasta tornou-se sua esposa,
ambos ignorando a condição de mãe e filho.
Se a esfinge tivesse perguntado:
“Qual o animal que pela manhã tem 4 bulhas cardíacas, ao
meio dia duas e à tarde três?”, provavelmente Édipo, que
não era versado em ausculta cardíaca, não responderia, e
seria devorado pela Esfinge.
A Esfinge, por sua vez, teria feito a pergunta correta, pois a
terceira e a quarta bulhas podem ser normais na infância,
geralmente são patológicas na vida adulta e, na velhice, uma
quarta bulha pode estar presente em condições normais (2).
Texto baseado em:
Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica - 6ª ed.- Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
Andrade, Carlos Henrique Vianna. Exame clínico do coração:
aspectos práticos e fisiopatológicos. 2a ed. Belo Horizonte:
COOPMED, 2004.
José de Souza Andrade-Filho – Patologista, membro da
Academia Mineira de Medicina e professor de anatomia patológica
da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Candidúria em Transplantados Renais: Revisão da Literatura
Iana Mundim de Oliveira1, Ivo da Costa Martins1, Xisto Sena Passos2
1 – Alunos do Curso de Enfermagem do Campus Flamboyant da Universidade Paulista. Goiânia, GO
2 – Professor do Curso de Enfermagem do Campus Flamboyant da Universidade Paulista. Goiânia, GO
Summary
Resumo
Candidúria em transplantados renais: revisão da
literatura
Candiduria in kidney transplant patients: a literature review
O objetivo deste estudo é fornecer uma revisão sobre can-
The objective of this study is to supply a revision about
didúria em pacientes que se submeteram a transplante renal,
candiduria in patients submitted to kidney transplant, showing
mostrando aspectos importantes sobre epidemiologia, fatores de
important aspects about epidemiology, risk and virulence
risco e virulência, fisiopatologia e tratamento. De modo geral,
factors, pathophysiology and treatment. Generally, patients
pacientes submetidos a transplantes são altamente propícios a
submitted to transplant are highly favorable to opportunistic
infecções oportunistas pelo uso de terapia imunossupressora
infections for the use of post-transplant immunosuppressive
pós-transplante a fim de evitar rejeição. De grande importância
therapy in order to avoid rejection. Of a great epidemiology
epidemiológica, o gênero Candida é responsável por grande
importance, the genre Candida is responsible by great part
parte destas infecções com altas taxas de morbimortalidade.
of this infections with high rates of morbimortality. Candida
Candida glabrata tem sido a espécie mais descrita, seguida de
glabrata has been the specie more described, followed
C. albicans, sendo esta constituinte da microbiota normal humana
by C. albicans, being this constituent of normal human
e tornando-se patogênica a partir de um desequilíbrio do sistema
microbiota and become pathogenic from an imbalance of
imunológico do hospedeiro, como ocorre nos pacientes transplan-
host immunologic system, as occur in transplanted patients.
tados. O tratamento é feito com fluconazol e anfotericina B, tendo
The treatment is done with fluconazole and amphotericin B,
sucesso quando diagnosticado precocemente.
having success when is early diagnostic.
Palavras-chave: Candida, transplante, imunossupressão,
fatores de virulência
Keywords: Candida,transplantation, immunosuppression,
virulence factors
A cada ano, aproximadamente
do trato urinário (ITU) sendo respon-
15.000 transplantes renais são rea-
sável por 40 a 50% das infecções, e
transplante é um procedi-
lizados, com cerca de 80% dos pa-
sua incidência é maior em mulheres
mento usado como trata-
cientes a sobreviverem mais de cinco
(4). Este fato está relacionado à pró-
mento cirúrgico em pacien-
anos (2). A doação do órgão pode
pria anatomia feminina onde a uretra
tes portadores de doença renal em
ser feita de doador vivo ou falecido,
e o ânus são localizados próximos
estágio terminal (DRET), que garante
sendo o transplante considerado um
um do outro, além de a uretra fe-
a este grupo uma taxa de sobrevi-
verdadeiro dilema ético do século 21.
minina ser bem mais curta do que a
da relativamente maior em relação
Complicações, essencialmente infec-
masculina, facilitando a migração de
aos pacientes que permanecem em
ciosas, ocorrem em transplantados
microrganismos provenientes do ânus
terapia dialítica (1). Consiste, basica-
renais, aumentando a morbimorta-
para a vulva e consequente ascensão
mente, em substituir o rim adoecido
lidade desta população em números
para a bexiga. Os fungos têm uma
de um paciente por outro saudável,
significativos (3).
grande importância nestas infecções,
Introdução
O
visando restabelecer sua função renal,
na medida do possível.
82
A principal infecção que acomete
com uma taxa variando cerca de 5 a
pacientes transplantados é a infecção
10% entre os transplantados (5). O
NewsLab - edição 119 - 2013
gênero Candida ganha essencial des-
sendo que o primeiro episódio ocorreu
pia prévia, presença de cateter venoso
taque, tendo uma incidência de 35 a
em média após 54 dias do transplan-
central e o longo período de internação
90% frente aos fungos causadores de
te. Candida glabrata foi responsável
em Unidades de Terapia Intensiva (11,
infecções pós transplante renal (6).
por 53% dos casos de candiduria,
12). Matignon et al. (5) trazem a con-
Os pacientes transplantados re-
seguida por C. albicans com 35%.
taminação por Candida spp. do líquido
nais estão em alto risco de adquirir
Ainda neste estudo revelou-se que
de preservação do rim doado como um
candidúria, cuja definição é bastante
5% dos pacientes com candidúria
fator intimamente ligado à infecção do
controversa, pois não se trata de um
desenvolveram candidemia. Outro es-
indivíduo receptor do órgão.
sintoma, nem de um sinal e nem
tudo, realizado por Delgado et al. (10)
Outro estudo realizado nos EUA
é, definitivamente, uma doença e
durante dois anos, em país europeu,
por Safdar et al. (2) sobre fatores
sim a presença de Candida spp na
mostrou que houve uma incidência de
predisponentes para candidúria em
urina (7, 8).
3,4% ocorrendo em média após 18
transplantados renais traz ainda:
Este estudo tem como objetivo
meses. A espécie mais prevalente foi
anormalidades urológicas (36%),
abordar candidúria em pacientes que
C. glabrata, com 49,4%, seguida por
principalmente a bexiga neurogêni-
se submeteram a transplante renal,
C. Albicans (19,2%), C. krusei (8,4%)
ca. Também os cateteres urinários
mostrando aspectos importantes so-
e C. Tropicalis (8,4%).
(35%) como sondas e nefrostomia
bre epidemiologia, fatores de risco e
A ocorrência de infecções por
virulência, fisiopatologia e tratamento.
Candida não-albicans (C. glabrata,
e as doenças de base, sobretudo as
cardiovasculares.
C. tropicalis, C. Krusei etc.) tem se
Revisão da literatura
Epidemiologia da Candidúria
tornado cada vez mais frequente. Esse
Fatores de virulência
e outros eventos estão intimamente
Em relação aos fatores inerentes
relacionados ao uso indiscriminado
ao microrganismo, quando se trata
de antimicrobianos como tem ocor-
do gênero Candida, é uma levedura
O primeiro ano pós transplante re-
rido, o que promove a resistência de
oportunista podendo ser extremamen-
nal é crucial, pois é nesse período que
microrganismos, fato que vem sendo
te patogênica em determinadas situa-
mais se desenvolvem complicações
bastante abordado no cenário atual e
ções. São descritos vários fatores de
infecciosas, com uma taxa em torno
que tem preocupado os profissionais
virulência como características celu-
de 80%. Este fato está relacionado
de saúde pelo risco que oferece à
lares e moleculares determinados ge-
com a alta dose de imunossupressores
população humana.
neticamente, que potencializam o seu
utilizada a fim de prevenir a rejeição
do novo órgão pelo organismo. No pri-
efeito patogênico (13). Esses fatores
Fatores de risco
estão relacionados à alta capacidade
meiro mês, predominam as infecções
Os pacientes submetidos a trans-
de adesão, ao dimorfismo e produção
do trato urinário e da ferida opera-
plantes em geral seguem em uso de
de toxinas (14, 15, 16). Outras fontes
tória. Do segundo ao sexto mês pós
terapia imunossupressora com cor-
trazem também a termotolerância e a
transplante, as infecções oportunistas
ticosteroides a fim evitar inúmeras
capacidade de formação de biofilmes
por fungos e vírus ocorrem com mais
complicações que podem vir a acon-
como fatores de virulência encontra-
frequência (3).
tecer, como a rejeição do novo órgão
dos nas diferentes espécies (17, 18).
As infecções fúngicas em trans-
pelo organismo receptor. Em razão
A capacidade de adesão é uma
plantados renais variam entre 0 a
desta terapia imunossupressora, estes
peça fundamental no desenvolvimento
20%. Dentre estas, Candida spp.
pacientes ficam suscetíveis a diver-
do processo infeccioso e é mediada
é responsável por 76-95% em pós
sas infecções oportunistas, sendo as
pela proteína adesina, produzida pela
transplante renal, com uma taxa
fúngicas de especial importância (1).
maioria das espécies de Candida. Em
de mortalidade que varia entre 23-
Segundo a literatura, além da imu-
relação à produção de proteínas, tanto
nossupressão induzida, vários outros
C. albicans como C. não-albicans são
Em um estudo realizado durante
fatores de risco predispõem a estas
capazes de produzi-las, tendo como
oito anos por Safdar et al. (2), nos
infecções. As condições associadas à
principais as proteinases e as fosfo-
EUA, cerca de 11% dos transplanta-
infecção fúngica mais frequentemente
lipases, que auxiliam no processo de
dos renais desenvolveram candidúria,
descritas são o uso de antibioticotera-
adesão e invasão de tecidos (16).
71% (9).
NewsLab - edição 119 - 2013
83
Fisiopatologia
visto que este não é o mesmo nas
Discussão
Espécies de Candida fazem par-
diferentes populações, tornando a
te da microbiota humana, sendo
identificação da espécie de Candida
As infecções fúngicas em trans-
encontradas em situações normais
causadora de fundamental impor-
plantados renais correspondem a
em cerca 15 a 60% da população
tância antes de iniciar a terapêutica,
21,6% sendo que, dentre estas, Can-
estando localizadas, sobretudo, na
bem como a realização do antifun-
dida spp é responsável por 60,6%.
vagina e no trato gastrintestinal.
gigrama em alguns indivíduos para
Candida albicans, com 50%, é o
Tornam-se patogênicas a partir do
conhecer a resistência a esses fár-
principal patógeno responsável, se-
momento em que o mecanismo de
macos na população atendida (19).
guido por C. glabrata (30,3%) (23).
defesa do organismo está alterado
Em testes de suscetibilidade a
Estes resultados estão de acordo com
(12, 17). Basicamente, esses mi-
antifúngicos realizados por Ruhnke
aqueles apresentados por Munksgaard
crorganismos atingem o sistema
et al. (20) e Pappas et al. (21), C.
(9), onde as infecções fúngicas em
renal por dois mecanismos: meca-
albicans mostrou ser suscetível a
transplantados renais variam entre 0 a
nismo ascendente ou retrógrado,
todos os antifúngicos usados, o que
20%, tendo uma pequena diminuição
isto é, trajeto contrário do períneo
não aconteceu com C. glabrata e C.
na porcentagem causada por Candida
para as vias urinárias; ou por via
krusei, que foram os menos suscetí-
spp (76-95%).
hematogênica, quando o fungo está
veis no tratamento de candidúria. O
Estudos existentes sobre trans-
presente no sangue (12). Grande
antifúngico mais ativo contra todas
plantados trazem a respeito do pe-
parte dos pacientes com candidúria
as espécies de Candida foi o flucona-
ríodo mais crítico pós-transplante,
apresentam-se assintomáticos (8).
zol. A anfotericina B mostrou menor
onde as infecções pelo gênero Candida
eficácia no combate a candidúria.
são mais comuns. Moysés Neto et al.
A infecção do trato urinário por
Candida spp depende de um ou mais
O tratamento de candidúria
(24) trazem que este período crítico
fatores de virulência e a sua disse-
depende da sintomatologia do pa-
corresponde aos primeiros seis meses
minação é consequência dos fatores
ciente, pois nem todos apresentam
após o procedimento. Outro estudo
de risco do paciente. A capacidade
sintomas. Para os assintomáticos
recente de Einollahi (25) traz o mesmo
de adesão ao tecido do paciente é
aconselha-se colher uma segunda
período. Quando se tratando especifi-
um fator crítico para a ocorrência
amostra de urina e se a candidúria
camente de infecções do trato urinário
da infecção. Esta aderência pode ser
persistir, o tratamento é direcionado
por Candida, os estudos trazem a
facilitada com a ação das fosfolipases
para a remoção dos fatores de risco,
maior incidência no primeiro mês pós
produzidas pelas espécies de Candida
como a retirada da sonda vesical
transplante (9).
que causam dano na membrana celu-
de demora, não havendo a neces-
Estudo epidemiológico por Moysés
lar. Após a adesão, e caso as espécies
sidade do uso de antibióticos (22).
Neto et al. (24), realizado em país
consigam produzir hifas, elas irão se
O grande objetivo do tratamento
sul-americano, verificou que a inci-
multiplicar e tem-se o início do pro-
da candidúria sintomática é erra-
dência de infecção do trato urinário
cesso de colonização e/ou formação
dicar os sintomas associados com
por Candida spp foi de 51,4%, com
de biofilme. Posteriormente haverá o
a infecção do parênquima do trato
C. albicans sendo a espécie mais
processo de invasão tecidual, podendo
urinário. As opções de tratamento
isolada (60,7%), seguida por C. tro-
chegar à corrente sanguínea, o que
são fluconazol oral ou intravenoso
picalis (11,2%) e C. glabrata (10,2%).
pode levar à candidemia (12).
ou anfotericina B intravenoso. Ir-
Este estudo apresenta resultados
rigação vesical com anfotericina B
divergentes em relação a outros já
é raramente indicada pois apenas
citados, tendo variação na incidên-
Tratamento
Tem-se observado um aumento
elimina o fungo temporariamente
cia entre 3,4-11% e a espécie mais
no número de cepas pouco suscetí-
(21). Um outro antifúngico usado é a
isolada foi C. Glabrata (49,4-53%).
veis a certos antifúngicos. Para uma
caspofungina, que em um estudo de
Estas divergências encontradas nos
maior efetividade no tratamento
candidúria em pacientes transplan-
estudos apresentados podem estar
de infecções fúngicas, o perfil de
tados renais, realizado por Delgado
relacionadas ao período em que foram
sensibilidade de Candida spp. aos
et al. (10), foi eficaz em 72,2% da
realizados. Com o passar do tempo
antifúngicos deve ser investigado,
população em estudo.
as técnicas cirúrgicas e a qualidade
84
NewsLab - edição 119 - 2013
da assistência têm melhorado e com
facilidade de adesão de Candida spp
do hospedeiro facilitam essa ascenção
isso as taxas de infecções diminuíram.
às células do trato genitourinário como
períneo-vesical.
Além disso, fatores socioeconômi-
primeiro mecanismo de patogenici-
Há um consenso quando se trata
cos desfavoráveis aumentam o risco
dade. Douglas (32) e Ramage (33)
do tratamento de candidúria. Gui-
para infecções em relação aos países
apresentam a capacidade de formação
deline europeu para o tratamento
desenvolvidos. O uso indiscriminado
de biofilmes como fator envolvido em
de infecções por candida refere que
de antimicrobianos vem aumentando
infecções por Candida. Esse biofilme
candidúria normalmente não neces-
e isso favorece a resistência de Can-
consiste na formação de uma massa
sita de tratamento antifúngico. Para
dida spp., resultando na variação dos
de microrganismos como forma de
pacientes assintomáticos a retirada da
isolados, de C. albicans para Candida
proteção, cujas agregações são resis-
sonda vesical de demora (SVD) deve
não-albicans.
tentes à diversos agentes microbia-
ser a medida preconizada. Já para
Sabe-se que Candida spp. é um
nos. Rörig, Colacite e Abegg (34) citam
candidúria sintomática, os pacientes
fungo constituinte da microbiota hu-
a atividade hemolítica e a produção
devem receber antifúngicos para além
mana, sendo patogênico em algumas
de exoenzimas, como proteinases e
de remoção da SVD. Os antifúngicos
situações específicas. Parece haver
fosfolipases, além da termotolerân-
mais aceitos são fluconazol ou anfote-
um consenso na literatura quando se
cia (39-42ºC) como características
ricina B sistêmico. A irrigação vesical
trata de fatores de risco para o desen-
patogênicas associadas a diferentes
com antifúngicos é uma opção menos
volvimento de infecção por Candida.
espécies de Candida observadas in
usada devido à sua ação limitada. Para
Grande parte dos estudos realizados
vitro. Alguns autores trazem ainda o
candidúria causada por espécies de
traz a antibioticoterapia prévia e a
dimorfismo e a variação de antígenos
Candida não-albicans, Caspofungina
imunossupressão multifatorial, isto
de superfície. Ao se apresentarem na
pode ser usada (20). Um outro gui-
é, por vários fatores, que vão desde
forma de hifas, dificultam a fagocitose
deline, realizado em hospital nacional,
à terapia imunossupressora em pa-
pelas células de defesa do organismo
protocolou o mesmo tratamento, com
cientes transplantados, até fatores
humano (14).
a retirada da SVD em assintomáticos
secundários como desnutrição e in-
A fisiopatologia da candidúria é
e o uso de fluconazol oral, em até
ternação prolongada em unidade de
um tema fracamente discutido nos
14 dias, ou o uso de anfotericina B,
terapia intensiva (14, 15, 17, 27, 28).
estudos encontrados, onde há maior
em até sete dias (35). O tratamento
O longo tempo de permanência em
abrangência em estudos sobre infec-
descrito é bastante similar ao que foi
UTI constitui um fator de risco tanto
ções urinárias bacterianas. Há um
apresentado acima por Pappas et al.
pela quantidade de procedimentos
consenso de que Candida spp. tem
invasivos realizados nesta unida-
igual propensão de causar candidúria
(21) e por Fisher (22).
de, quanto pelo próprio perfil deste
tanto por via hematogênica como
pacientes hospitalizados realizado
paciente internado. Alguns estudos
por via ascendente, o que torna tão
por Kaufman et al. (30) os dois trata-
relatam fatores específicos, como
difícil a determinação do significado
mentos mais usados foram irrigação
anormalidades urológicas e doenças
dela. A candidúria via hematogênica
vesical de fluconazol e anfotericina B
de base como diabetes mellitus e
é bem definida, onde microabcessos
intravenoso, com taxas de sucesso
câncer (29, 30). Indivíduos diabéticos
no córtex renal se formam, levando o
de 45,5% e 54,4%, respectivamente.
podem apresentar estado nutricional
fungo a penetrar entre os glomérulos
Nesse mesmo estudo 21,4% recebe-
debilitado, além de alterações no fluxo
para dentro dos túbulos proximais e
ram tratamentos combinados como
urinário com eventual necessidade de
daí para a urina. A fisiopatogenia da
irrigação vesical de fluconazol e anfo-
sondagem vesical, o que naturalmente
candidúria por via ascendente não é
tericina B ou fluconazol e anfotericina
constitui fator de risco para infecção.
ainda bem conhecida devido à inexis-
B intravenoso. O uso de irrigação
Variáveis contribuintes para a ins-
tência de cobaias animais preparadas
vesical de fluconazol não é preconi-
talação da doença são os mecanismos
para o seu estudo (8). Sabe-se que
zado nos guidelines encontrados, no
de patogenicidade conhecidos como
Candida spp. tem uma grande capa-
entanto, o seu uso neste estudo foi em
fatores de virulência. Estes estão re-
cidade de aderência e de produção de
larga escala e com taxas de sucesso
lacionados ao tipo e local da infecção.
enzimas tóxicas e essas características
relativamente elevadas. Isso se deve
Al-Barrak & Al-Kawaz (31) trazem a
em associação com os fatores de risco
à ação mais direta no local da infecção
86
Em estudo sobre candidúria em
NewsLab - edição 119 - 2013
por Candida, obtendo um resultado
em duas semanas e que a associação
Candida mais prevalentes foram C.
mais rápido.
da retirada da SVD é extremamente
glabrata seguida de C. albicans, o que
benéfica no auxílio da erradicação da
mostra o aumento da ocorrência de
infecção.
infecções por Candida não-albicans.
Sobel et al. (36) realizaram um estudo em 316 pacientes hospitalizados
com candidúria, onde alguns foram
Ao se estabelecer a colonização de
tratados com fluconazol e o restante
Candida spp. na urina o tratamento de
com placebo, ambos por 14 dias. A
negativação de Candida spp. após 14
Conclusão
escolha deverá ser de acordo com a
sintomatologia do paciente. Caso este
dias aconteceu em 50% no grupo que
Os pacientes transplantados renais
se encontre assintomático, deverão
recebeu fluconazol e de 29% no grupo
são induzidos à imunossupressão com
ser removidos os fatores de risco para
placebo. A eliminação do fungo no
a administração de corticosteroides e
infecção precocemente. Caso este
grupo que recebeu fluconazol e retirou
a procedimentos invasivos. Candida
seja sintomático, o preconizado será
a SVD aconteceu em 78% contra 47%
spp se aproveita das condições do
fluconazol via oral ou anfotericina B
daqueles que receberam placebo em
hospedeiro e dos seus próprios fa-
via endovenosa.
associação com a retirada da SVD.
tores de virulência para estabelecer
Neste estudo se demonstrou que o
a infecção urinária, tanto por via
Correspondências para:
fluconazol é seguro e eficaz, produzin-
ascendente como por via hemato-
Xisto Sena Passos
do taxas altas de eliminação do fungo
gênica. Na literatura, as espécies de
[email protected]
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Artigo
Avaliação dos Resultados dos Testes da Tira Reativa na Detecção
de Glicosúria em Pacientes com Glicemia Alterada
Víctor Castelo Branco Pereira1, José Nilson Ferreira Gomes Neto2
1 – Acadêmico do curso de Farmácia. Universidade de Fortaleza, Centro de Ciências da Saúde, Fortaleza, CE
2 – Professor Mestre em Ciências Farmacêuticas. Universidade de Fortaleza, Centro de Ciências da Saúde, Fortaleza, CE
Summary
Resumo
Avaliação dos resultados dos testes da tira reativa na
Evaluation of test results of urine test strip for detec-
detecção de glicosúria em pacientes com glicemia alterada
tion of glycosuria in patients with altered blood levels
Quando os níveis sanguíneos de glicose ficam elevados, ela
When blood glucose levels are high it appears in the
aparece na urina, sendo denominada de glicosúria. O objetivo do
urine. The aim of this study is to evaluate the test results of
estudo é avaliar os resultados dos testes da tira reativa de urina na
urine test strip for detection of glycosuria in patients with
detecção de glicosúria em pacientes com glicemia alterada, com-
altered glucose levels, comparing the results of three different
parando os resultados de três marcas de tiras diferentes entre si e
brands of strips among themselves and with Benedict’s test.
com o teste de Benedict. O método utilizado foi a imersão rápida
The method used was the rapid immersion of the strips in
das tiras na amostra de urina, avaliando-as conforme a escala de
the urine sample, evaluating them according to color scale
cores fornecida pelo fabricante, sendo todos os testes confirmados
provided by the manufacturer, all tests being confirmed
pelo teste de Benedict e analisados. Verificou-se que 58% dos
by Benedict test and analyzed. It was found that 58% of
pacientes são do sexo feminino, 60% estão entre 41 a 60 anos,
patients are female, 60% are between 41 to 60 years, 58%
58% não apresentaram glicosúria e, dos 42% que apresentaram,
had glucose in the urine, and 42% of that presented in six
em seis destes a glicemia era abaixo de 150 mg/dL. Em todos
of glucose was below 150mg/dL. In all negative, glucose
os resultados negativos, a glicemia era abaixo do limiar renal e
was below the renal threshold and 15% of negative results
15% dos resultados negativos para as tiras foram positivos para o
for the strips were positive Benedict’s test, demonstrating the
teste de Benedict, demonstrando uma maior sensibilidade do teste
importance of implementing the confirmatory test and the
confirmatório e a necessidade de uma padronização do exame de
need for standardization of urinalysis in determining the
urina na determinação da glicosúria através das tiras reagentes,
glycosuria through the test strips in order to increase the
de modo que aumente o grau de precisão dos resultados obtidos,
accuracy of the results, making them more reliable when it
tornando-os mais confiáveis quando não for possível a realização
is not possible to perform the confirmatory test.
do teste confirmatório.
Palavras-Chaves: Urina, urinálise, glicose, Diabetes mellitus
Introdução
Keywords: Urine, urinalysis, glucose, Diabetes mellitus
forma-se o ultrafiltrado glomerular,
No que se refere à glicose, os rins,
que passa pelos túbulos cujas células
através do córtex renal, têm uma
s rins exercem uma impor-
reabsorvem as substâncias neces-
capacidade de produção maior que o
tante função na eliminação
sárias e eliminam as supérfluas. Ao
fígado por grama de tecido, além de
de substâncias indesejáveis,
chegar ao ureter, já é a urina pro-
a medula renal mostrar uma elevada
presentes no sangue. Para desem-
priamente dita. A quantidade total de
capacidade glicolítica relacionada com
penhar essa função, todo o volume
uma determinada substância presente
o seu mecanismo de concentração.
sanguíneo passa pelos rins para ser
na urina é o resultado conjunto da
Evidenciamos, portanto, que os rins
filtrado. À medida que o sangue é fil-
filtração glomerular e da secreção e
participam também na produção, uti-
trado, ao nível dos glomérulos renais,
reabsorção tubulares.
lização e conservação da glicose (1).
O
90
NewsLab - edição 119 - 2013
Quase toda quantidade de glico-
Uma das patologias que mais evi-
A glicosúria para o teste da tira
se filtrada pelos glomérulos é reab-
denciam o quadro de glicosúria é a
reativa pode ser classificada como:
sorvida nos túbulos renais, havendo
diabetes mellitus, sendo relatado por
traços, 1+, 2+, 3+, 4+ e 5+, de acordo
na urina quantidades mínimas,
Gross et al. (2002) como uma frequen-
com a tabela de cores fornecida pelo
considerando-se normal o achado
te situação clínica que acomete cerca
fabricante.
de até um grama por litro 1g/l em
de 7,6% da população adulta entre
O teste de Benedict baseia-se em
24horas. A reabsorção tubular é fei-
30 e 69 anos e 0,3% das gestantes.
um reagente químico de cor azulada
ta por transporte ativo em resposta
É caracterizada por hiperglicemia,
que contém sulfato de cobre, citrato
às necessidades do organismo para
resultante de defeitos na secreção de
de sódio e carbonato de sódio. Foi
manter uma concentração adequada
insulina ou em sua ação. Trata-se de
desenvolvido pelo químico Norte-
de glicose.
um distúrbio metabólico causado pela
-Americano Stanley Rossiter Benedict
Se os níveis sanguíneos de glicose
completa ou parcial deficiência de in-
e é usado para detectar a presença
ficarem elevados, o transporte tubular
sulina pelo pâncreas e/ou diminuição
dos açúcares e açúcares redutores,
desta substância cessa e ela aparece
de sua ação nos tecidos, prejudicando
que são glicose, lactose, galactose,
na urina (glicosúria). O nível san-
o metabolismo dos lipídios, glicídios,
manose e maltose.
guíneo no qual a reabsorção tubular
proteínas, água, vitaminas e minerais
Quando aquecida a solução de
cessa é chamado “limiar renal” e é
(5). Essa hiperglicemia se manifesta
Benedict em uma proporção de dez
de 160 a 180 mg/dL. A detecção de
por sintomas clássicos como poliúria,
partes da solução para uma parte de
glicosúria faz parte da rotina do exame
polidipsia, perda de peso, polifagia e vi-
urina contendo glicose, o carbonato
de urina por esta surgir em casos de
são turva ou por complicações agudas
de sódio converte a glicose em uma
diabetes mellitus, em lesões cerebrais
que podem levar a risco de vida (6).
redução da substância ativa que reduz
e em algumas disfunções dos rins que
Existem dois testes que são co-
diminuem a capacidade dos túbulos
mumente utilizados na detecção da
renais na reabsorção da glicose (2).
glicosúria: o teste da tira reativa e o
o sulfato de cobre para cobre suboxidado hidratado amarelo (7).
O estudo e análise da urina foi o
teste confirmatório de Benedict. O tes-
Reação:
precursor da medicina laboratorial e,
te da tira reativa é feito pelo método
Sulfato de cobre + Subst. Redutoras
apesar de, na antiguidade, os pesqui-
específico para glicose, o glicose-oxi-
Δ meio alcalino Dióxido de cobre
sadores não contarem com nenhum
dase, impregnando-se a área do teste
+ Subst. Oxidada tipo de método sofisticado de exame,
“tira de papel” com uma mistura de
eles obtinham informações diagnósti-
glicose-oxidase, peroxidase, cromóge-
De acordo com a coloração obtida,
cas básicas como cor, turvação, odor,
no e tampão para produzir uma reação
pode-se ter uma ideia aproximada
volume, viscosidade e até presença de
enzimática sequencial dupla. Em um
da quantidade de glicose presente
açúcares em algumas amostras, por
primeiro momento, a glicose-oxidase
na urina: azul límpida – 0 de glico-
relatarem a aproximação de formigas
catalisa a reação entre a glicose e o ar
se; precipitado esverdeado – 100 a
e outros insetos (3).
do meio ambiente para produzir ácido
500mg/100ml; precipitado verde tur-
A busca pelo aprofundamento do
glicônico e peróxido. Em seguida, a
vo – 500 a 1.400mg/100ml; precipita-
conhecimento a respeito da compo-
peroxidase catalisa a reação entre o
do marrom – 1.400 a 2.000mg/100ml
sição da urina é uma das origens do
peróxido e o cromógeno para formar
e precipitado vermelho tijolo – mais
laboratório clínico, da química clínica
um complexo oxidado colorido, reve-
de 2.000mg/100ml (7).
e da microbiologia. Depois de mais
lando a presença de glicose (3).
de um século da introdução de testes
Atualmente existem diversas marcas de tiras reativas de urina no mer-
químicos qualitativos e da análise mi-
Reação:
cado, com as mais distintas variações
croscópica de sais urinários, cristais e
Glicose + Oxigênio glicose-oxidase
de preços, o que ocasiona dúvidas so-
outros constituintes, a análise da urina
Ácido glicônico + Peróxido de hidrogênio bre quais tiras podem ser usadas com
é desafiada por novas necessidades
confiabilidade e qualidade satisfatória
médicas, bem como na produção e de-
Peróxido de hidrogênio + cromógeno senvolvimento de técnicas e avanços
peroxidase cromógeno (colorido
no conhecimento científico (4).
oxidado) + Água
92
para a rotina de um laboratório.
Tendo em vista a importância desses testes no auxílio do diagnóstico
NewsLab - edição 119 - 2013
de algumas patologias importantes,
xos, que realizaram o exame sumário
adicionar quatro gotas da urina em
como a diabetes mellitus, viu-se a
de urina, e foram excluídos pacientes
teste e ferver com o auxílio de um
necessidade da execução deste estu-
com glicemia sanguínea normal que
bico de gás ou lamparina, ou colocar
do para a produção do conhecimento
realizaram o referido exame.
em banho-maria fervente por apro-
sobre o nível de confiabilidade dos
Os ensaios foram executados por
resultados obtidos através dos testes
um universitário do curso de Farmácia
ximadamente 5 minutos
Ÿ Fazer uma prova em branco con-
da tira reativa.
da Universidade de Fortaleza, devida-
tendo apenas 2,5 ml do reativo em
Dessa forma, o presente estudo
mente instruído e capacitado, através
tubo de ensaio
tem como objetivos avaliar os resulta-
dos testes da tira reativa e o teste
Ÿ Observar se houve alguma mu-
dos dos testes da tira reativa de urina
confirmatório de Benedict, nos quais
dança de coloração no branco, o que
na detecção da glicosúria em pacien-
foram utilizadas três marcas de tiras
indicaria deterioração ou contamina-
tes com glicemia sanguínea alterada,
reativas diferentes, sendo as mesmas
ção do reativo por substâncias redu-
comparando entre si os resultados en-
testadas simultaneamente para a
toras. Caso isto ocorra, despreza-se
contrados em três marcas de tiras dife-
verificação de glicosúria, seguidas do
o produto
rentes e com o teste confirmatório de
teste confirmatório.
Ÿ Observar se houve alguma mu-
Benedict e correlacionar os resultados
As tiras reativas se constituem
dança de coloração na solução teste,
positivos e negativos para glicosúria
em pequenos quadriculados de pa-
que pode variar de verde límpido a
com a faixa glicêmica dos pacientes.
pel absorventes, impregnados com
vermelho tijolo, conforme a concen-
substâncias químicas, presos a uma
tração de glicose presente na amostra
Material e Métodos
tira de plástico. A reação química
Foi utilizado o método de imersão
que produz determinada coloração
rápida das tiras reativas na amostra
se dá quando o papel absorvente
de urina, avaliando-as visualmente
Este estudo representa uma pes-
entra em contato com a urina. As
após alguns segundos e comparando-
quisa comparativa descritiva, que
cores resultantes são interpretadas,
-as com a escala de cores conforme
visa avaliar de forma quantitativa os
comparando-as com uma tabela de
instruções do fabricante, realizado
resultados de glicosúria obtidos por
cores fornecidas pelo fabricante.
sempre pela mesma pessoa, de modo
testes de tira reativa de três marcas
diferentes e fazendo uma compara-
A sua realização é feita através da
seguinte técnica:
que se otimize a leitura das mudanças
de cor, contribuindo para uma maior
ção com o teste confirmatório (teste
Ÿ Homogeneizar bem a amostra
de Benedict).
Ÿ Mergulhar a tira por completo por
Todos os testes foram confirmados
um breve período de tempo em um
e os resultados de cada amostra fo-
tubo de ensaio contendo a amostra
ram anotados em tabela comparativa
Realizou-se em um laboratório de
análises clínicas privado, localizado no
precisão na interpretação dos dados.
município de Eusébio-CE, pertencente
Ÿ Remover o excesso de urina,
entre as marcas em estudo e entre o
à região metropolitana de Fortaleza-
encostando a borda da tira em um
teste de Benedict. Os pacientes foram
-CE, no período de agosto a novembro
papel absorvente
identificados por ordem numérica e
de 2011. Foram utilizadas amostras de
Ÿ Comparar as cores da reação com
pela inicial de seus nomes. A coleta
urina de pacientes com glicemia san-
a tabela do fabricante em local de boa
de dados feita a partir dos resultados
guínea alterada, colhidas no mesmo
iluminação e no tempo determinado
obtidos com os testes já mencionados
dia, que realizaram o exame sumário
A realização do teste de Benedict é
e coletados através de um formulário
de urina no referido laboratório, sendo
baseada na redução dos sais cúpricos
específico, no qual todas as infor-
feito a análise de 50 amostras selecio-
pelos açúcares encontrados na urina
mações de relevância e as principais
nadas aleatoriamente. Todas as urinas
que, quando aquecidos, reagem e
variáveis do presente estudo foram
foram coletadas (jato médio), acon-
mudam sua coloração de acordo com
registradas e analisadas.
dicionadas em frascos de poliestireno
a concentração de açúcar na amostra.
Os resultados foram analisados
estéril e processadas em menos de
Esse teste segue o seguinte pro-
através de tabelas e gráficos produ-
duas horas após a coleta. A pesquisa
cedimento técnico:
inclui pacientes portadores de glicemia
Ÿ Colocar 2,5 ml do reativo de
sanguínea alterada, de ambos os se-
Benedict em um tubo de ensaio,
94
zidos pelo programa Microsoft Excel
2010 (Microsoft Windows®).
O projeto de pesquisa recebeu a
NewsLab - edição 119 - 2013
aprovação do Comitê de Ética em Pes-
dL por “++++” e > 2.000mg/dL foi
a 80 anos, revelando uma minoria
quisa em Seres Humanos da UNIFOR,
representado por “+++++”.
de 12% na faixa etária abaixo dos
Ceará em 05/10/2011, sob o parecer
304/2011.
Resultados e Discussão
Através da análise dos dados,
41 anos. Essa maior frequência na
verificou-se que 58% dos pacientes
faixa etária de 41 a 60 anos revela
que apresentaram glicose plasmá-
um achado que aponta para pacientes
tica de jejum elevada, são do sexo
que sofrem de diabetes tipo 2, a qual
feminino, mostrando uma frequência
acomete, em sua maioria, pessoas na
maior de usuários femininos para os
fase adulta, já que sua incidência e
O exame de urina tem uma signifi-
serviços de saúde. De acordo com
prevalência aumenta acentuadamente
cativa importância clínica, pois fornece
Ortiz & Zanetti (2001), essa tendência
com o progredir da idade, principal-
preciosas informações sobre patologias
também pode ser observada para a
mente após os quarenta anos (10).
renais e do trato urinário, bem como
diabetes mellitus, no qual a incidência
Apesar de todos os pacientes apre-
extrarrenais, tais como alterações
e a prevalência do diabetes tipo 2 é em
sentarem glicemia sanguínea alterada,
hepáticas, favorecendo também no
média 1,8 vezes mais frequente nas
58% não apresentaram glicosúria, o
auxilio do diagnóstico precoce/controle
mulheres do que nos homens (10).
que demonstra uma boa reabsorção
da diabetes mellitus. É considerado
Pode-se observar que 60% dos
de glicose pelos túbulos renais através
um exame de rotina, fazendo parte da
pacientes com glicemia alterada estão
de transporte ativo nestes pacientes.
realidade laboratorial, por sua simples
entre 41 a 60 anos e 28% entre 61
Dentre os pacientes que apresen-
realização, baixo custo e facilidade na
obtenção da amostra para análise de
seus componentes bioquímicos (8).
A urinálise é usualmente feita
com tiras reagentes, o que torna
mais simples e econômica a determinação do exame e mais rápida a
interpretação do laudo laboratorial
pelo médico. Tais tiras constituem o
modo mais simples e rápido de realizar 10 ou mais análises bioquímicas
clinicamente importantes (9), sendo
capazes de avaliar alguns aspectos
físicos, todos os químicos e, ainda,
de verificar presença de sangue (8).
Visto a enorme diversidade de tiras
Figura 1. Distribuição dos pacientes com glicemia de jejum alterada, quanto à faixa etária
reativas de urina disponíveis atualmente no mercado, observa-se uma
disparidade nos intervalos de leitura
na determinação da glicosúria em cruzes entre as diferentes marcas de tiras. De modo a facilitar a comparação
dos resultados obtidos com as marcas
das tiras utilizadas no estudo, foram
adotados os seguintes parâmetros:
100mg de glicose por decilitro de urina
até 249mg/dL foi representado por
“+”, 250mg/dL a 499mg/dL por “++”,
500mg/dL a 999mg/dL representado
por “+++”, 1.000mg/dL a 1.999mg/
96
Figura 2. Perfil dos resultados de glicosúria em pacientes com glicemia de jejum alterada
NewsLab - edição 119 - 2013
taram glicosúria (42%), observa-se
que em seis destes (12%) a glicemia
sanguínea era abaixo de 150 mg/dL,
contrapondo-se à faixa do limiar renal
(160mg/dL a 180mg/dL), o que pode
ser ocasionado por diversos fatores
que implicam na diminuição da taxa
de reabsorção tubular da glicose, tais
como síndrome de Cushing, desordens
tubulares renais, uso de corticoesteroides, infecção grave, hipertireoidismo, feocromocitoma, doenças hepáticas e do sistema nervoso central (11).
Os resultados de glicosúria com
glicemia abaixo do limiar renal podem
acontecer também por conta da urina
Figura 3. Faixa glicêmica dos pacientes com teste de glicosúria positivo
ser um fluido corporal que se forma
gradativamente, levando algum tempo
para sua formação, o que irá refletir
o estado fisiológico do paciente de
algumas horas antes da coleta da urina, diferente da glicemia, que mostra
a taxa de glicose sanguínea na hora
da coleta; logo estes resultados de
glicosúria podem estar relacionados
com uma glicemia sanguínea mais
elevada de horas atrás.
Verifica-se que, em todos os resultados negativos, a glicemia sanguínea
dos pacientes está abaixo do limiar
renal (160mg/dL a 180mg/dL). Dessa
forma, evidencia-se de fato a correlação
e concordância com o limiar renal para a
Figura 4. Faixa glicêmica dos pacientes com teste de glicosúria negativo
glicose, já que nenhum resultado negativo representa pacientes com glicemia
sanguínea acima de 160mg/dL.
Todos os resultados que evidenciaram positividade nas tiras reagentes foram confirmados pelo teste de Benedict,
revelando uma ótima especificidade,
padrão também verificado no estudo de
Colombeli & Falkenberg, 2006.
Observa-se que, dos 34 (100%)
resultados negativos para os testes
da tira reativa, cinco testes (15%)
mostraram positividade para o teste
confirmatório de Benedict, demonstrando uma maior sensibilidade deste
NewsLab - edição 119 - 2013
Figura 5. Correlação entre os resultados de glicosúria negativos evidenciados pelas tiras
reativas, com o teste de Benedict
97
tiras reativas de urina utilizadas,
além da ausência de padronização da
expressão em cruzes no parâmetro
glicose, o que pode levar a erros de
interpretação do laudo laboratorial
por parte dos médicos como também
a diferenças de laudos entre laboratórios, visto a enorme diversidade de
tiras existentes no mercado.
Este estudo demonstra, então,
Figura 6. Comparação da equivalência dos resultados positivos entre as três marcas de
tiras reativas
que o teste de Benedict, quando
comparado com os resultados positivos da tira reativa, apresenta uma
boa especificidade e se mostra mais
teste na detecção de glicosúria em
em relação à avaliação semiquantita-
sensível quando comparado com os
relação aos testes realizados com as
tiva da intensidade da reação e sua
resultados negativos da tira reativa.
tiras reativas. Deve-se levar em con-
expressão em cruzes pode dificultar
Conclui-se também a necessidade
sideração que o teste de Benedict não
e levar a equívocos na interpretação
de uma padronização do exame de
é especifico somente para glicose, po-
do laudo por parte dos médicos, uma
urina na determinação da glicosúria
dendo detectar a presença de outros
vez que o resultado em cruzes pode
através das tiras reagentes, de modo
açúcares como a lactose, galactose,
corresponder, para diferentes marcas
que aumente o grau de precisão dos
manose e maltose (7).
de tiras, concentrações diferentes (3).
resultados obtidos, tornando-os mais
Pode ser observado que, dos 16
(100%) resultados positivos para os
testes das tiras reagentes, apenas
confiáveis quando não for possível a
Conclusão
realização do teste confirmatório.
cinco foram equivalentes para as três
marcas de tiras, identificando uma
Através deste estudo, nota-se
frequência de 69% que não apresen-
uma diferença quanto à avaliação
José Nilson Ferreira Gomes Neto
tam concordância sobre o grau de
semiquantitativa da intensidade da
[email protected]
positividade. Essa diferença observada
reação entre as diversas marcas de
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Discussão
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Integradas Fafibe, 2006.
98
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Comparação de duas Metodologias para Determinação de
Colesterol HDL: Método Direto Versus Método por Precipitação
Lisiana Stuani Caon1, Rejane Giacomelli Tavares2,3
1 – Acadêmica de Pós-Graduação em Análises Clínicas. Universidade Feevale
2 – Professora Titular do Curso de Biomedicina. Universidade Feevale
3 – Professor Adjunto II- CCQFA- Bioquímica. Universidade Federal de Pelotas, RS
Summary
Resumo
Comparação de duas metodologias para determi-
Comparison of two methods for determination
nação de colesterol HDL: método direto versus método
of HDL cholesterol: direct method versus precipi-
por precipitação
tation method
A dislipidemia é um dos principais problemas de saúde atuais,
Dyslipidemia is a major current health problems, which
sendo ela uma das grandes responsáveis pelas doenças coronaria-
were responsible for the major coronary heart disease. One
nas. Uma forma de avaliação da doença é através do perfil lipídico,
way of assessing the disease is through the lipid profile, mainly
principalmente pelas dosagens de colesterol HDL e LDL. Em função
by measurements of HDL and LDL cholesterol. Due to the wide
da grande disponibilidade de metodologias para as dosagens
availability of methodologies for the concentrations of these
destes analitos, este trabalho buscou comparar os valores de HDL-C
analytes, this study aimed to compare the values ​​of HDL-C ob-
obtidos por duas diferentes metodologias (método direto e método
tained by two different methods (direct method and precipitation
por precipitação) e também a influência do método utilizado nos
method) and also the influence of the method used in LDL-C, the
valores de LDL-C, sendo este último obtido por cálculos (fórmula de
latter being obtained by calculations (Friedewald formula). The
Friedewald). Os resultados encontrados para HDL-C foram 56.70
results for HDL-C were 56.70 ± 1.428, using the direct method
± 1.428, pelo método direto e 47.30 ± 1.095 pelo precipitado,
and 47.30 ± 1.095, using the precipitated method, with p
apresentando p<0,0001, enquanto para LDL-C obteve-se 119.8 ±
<0.0001, while for LDL-C it was obtained 119.8 ± 39.29 by
3.929 pelo método direto e 129.4 ± 3.943 pelo precipitado, não
the direct method and 129.4 ± 39.43 by precipitate, which
sendo estatisticamente significativo. Assim, observou-se que há dife-
is not statistically significant. Thus, it was observed difference
rença entre as metodologias, sendo importante que os laboratórios
between the methods, being important for clinical laboratories
clínicos façam a melhor escolha dos métodos utilizados na rotina e
to make the best choice of methods used in the routine, and
que esta seja informada aos clínicos, no sentido de melhor auxiliar
keep the clinicians informed, in order to better assist in the
no diagnóstico e acompanhamento dessas doenças.
diagnosis and monitoring of these diseases.
Palavras-Chave: Perfil lipídico, HDL direto, HDL precipitado,
comparativo de metodologias
Introdução
S
egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as
doenças cardiovasculares
são responsáveis por 30% do total
de mortes no mundo. A projeção da
OMS é que esse grupo de doenças foi
a primeira causa de morte em todos os
países em desenvolvimento até 2010
100
Keywords: Lipid profile, Direct HDL, HDL precipitated comparative methodologies
(1). São considerados como os mais
importantes fatores de risco aqueles
que apresentam alta prevalência em
muitas populações, os que têm impacto independente e significante no risco
para doenças isquêmicas e acidente
vascular cerebral e os modificáveis ou
passíveis de controle. Por apresentarem esses três critérios de relevância,
vem sendo enfatizado o controle do
diabetes mellitus, da obesidade, da
inatividade física, do uso do tabaco,
da hiperlipidemia e da hipertensão
arterial
(2).
Como uma das consequências
da hiperlipidemia, especialmente do
aumento do LDL colesterol, temos
a ocorrência da arterosclerose (3,
4, 5). Esta é uma enfermidade de
desenvolvimento lento que acomete
NewsLab - edição 119 - 2013
a túnica íntima das artérias muscu-
antiagregantes, anticoagulantes e
pelos analisadores convencionais. A
lares e elásticas médias e grandes
pró-fibrinolíticas (6, 7).
bilirrubina até 60 mg/dL, lipemia (tri-
(5). É considerada uma patologia
Muitos estudos clínicos e epide-
glicérides até 1.800 mg/dL), hemólise
imune-inflamatória, uma vez que há
miológicos relataram um importante
(hemoglobina até 1.000 mg/dL) não
o envolvimento de células imunocom-
papel do aumento das concentrações
interferem no ensaio (Kit HDL Direto -
petentes (3).
nos níveis de LDL-C com doença coro-
Analisa). Já o método por precipitação
As dislipidemias e, principalmente,
nariana (8). O IV Consenso Brasileiro
as alterações do metabolismo das
sobre Dislipidemias estratifica faixas
das lipoproteínas de baixa (LDL-C)
lipoproteínas, são causas fundamen-
de valores para pacientes com doença
e muito baixa (VLDL-C) densidades
tais das doenças ateroscleróticas. As
aterosclerótica significativa, de acordo
baseada na seletividade dos íons fos-
lipoproteínas são partículas globulares
com evidências atuais, a obtenção de
fotungstato e magnésio, que atuam
de alto peso molecular que transpor-
níveis de LDL-C igual ou < a 70 mg/
precipitando todas as lipoproteínas,
tam os triglicerídeos e o colesterol
dL, trazendo assim uma diminuição da
exceto a fração HDL. Após centrifuga-
ingeridos diariamente. Existem cinco
incidência de eventos cardiovascula-
ção, o HDL-C contido no sobrenadante
classes principais de lipoproteínas:
res. Enquanto são considerados baixos
é determinado pelo mesmo método
quilomicrons, a lipoproteína de muito
os valores de HDL-C para homens <
usado para o colesterol total (Kit HDL
baixa densidade (VLDL-C), a lipoprote-
40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL,
colesterol com precipitante - Labor-
ína de densidade intermédia (IDL-C), a
sendo que os níveis desejáveis devem
clin) e possui as mesmas limitações
lipoproteína de baixa densidade (LDL-
ser maiores que 60 mg/dL, mesmo
do teste de colesterol.
-C) e a lipoproteína de alta densidade
quando não há nenhum fator de risco
Dessa forma, verifica-se a impor-
(HDL-C), diferindo uma da outra, se-
associado, obtendo-se assim, um efei-
tância da escolha correta de metodolo-
gundo a composição da apoproteína,
to protetor (9). Importante ressaltar
gias para dosagens de HDL-C e LDL-C.
densidade, tamanho e mobilidade
que os valores de LDL-C obtidos pela
Assim, nosso trabalho avaliou duas
eletroforética. Duas alterações impor-
Fórmula de Friedewald só podem ser
metodologias disponíveis comercial-
tantes dessas lipoproteínas têm sido
aplicados quando triglicerídeos for
mente para dosagem de HDL-C, por
descritas como causas para o risco de
inferior a 400 mg/dL (10).
método direto e através de precipi-
é baseado no princípio da separação
doença aterosclerótica: o aumento dos
Adicionalmente, estudos relatam
tação, bem como a influência desses
níveis séricos LDL-C e a diminuição dos
que o aumento de 1 mg/dL dos níveis
valores nos cálculos do LDL-C através
níveis séricos da HDL-C (5).
séricos da HDL-C resulta na redução
da Fórmula de Friedewald.
Baixa concentração de HDL-C
circulante é um fator de risco inde-
do risco de doença coronariana em 2
a 3% (11).
Material e Métodos
pendente para doenças coronarianas.
Para a dosagem de HDL-C, temos
Além disso, o aumento das concen-
atualmente disponível no mercado
trações plasmáticas das lipoproteínas
as metodologias direta e através de
O estudo avaliou 115 amostras
aterogênicas, incluindo a
e
precipitação. O método direto consiste
selecionadas aleatoriamente e anoni-
a LDL-C, está frequentemente asso-
de uma reação que ocorre em duas
mamente no Vitaclin Laboratório de
ciado à diminuição da concentração
etapas: na primeira etapa anticorpos
Análises Clínicas de Flores da Cunha,
da HDL-C. O efeito antiaterogênico
anti β-lipoproteína humana se liga
RS, após a autorização do responsável
da HDL-C se dá, sobretudo, devido à
às proteínas de baixo peso molecu-
técnico. Como critério de exclusão,
sua propriedade de transportar lípides,
lar (LDL-C, VLDL-C e quilomícrons)
não foram utilizadas amostras que
principalmente ésteres de colesterol,
deixando livre o HDL-C. Na segunda
possuíam triglicerídios acima de 400
dos tecidos periféricos para o fígado,
etapa as enzimas colesterol esterase
mg/dL, visto este ser um limitante
o que é conhecido como transporte re-
e colesterol oxidase, numa sequência
para o cálculo do LDL-C pela fórmula
verso do colesterol (TRC) (6). Também
de reações formam peróxido de hi-
de Friedewald.
tem sido sugerido que a HDL-C poderia
drogênio (H2O2). Este, em presença
As amostras foram dosadas em
exercer efeitos pleiotrópicos que vão
da peroxidase e de uma substância
equipamento automatizado (RAXT),
além do TRC incluindo propriedades
cromógena, forma um composto
utilizando-se métodos colorimétricos,
anti-inflamatórias, antioxidantes,
corado, que pode ser quantificado
através de kits comerciais padroniza-
102
VLDL-C
NewsLab - edição 119 - 2013
dos. Para realização do trabalho foram
Total: normais (< 200 mg/dL) ou al-
encontrada é decorrente da técnica
dosados colesterol total, com valor de
terados (> 200 mg/dL). Em ambas as
utilizada, e não sofre a influência dos
referência desejável < 200 mg/dL, tri-
faixas observou-se que existe diferen-
valores de colesterol total (Figura 2A e
glicerídeos, com valores de referência
ça significativa entre os grupos, o que
2B). A comparação dos métodos (HDL-
< 150 mg/d e HDL-C por duas meto-
nos permite afirmar que a diferença
-C direto (x) versus HDL-C obtido por
dologias, direto e por precipitação, com
valor de referência entre 40 e 60 mg/
80
dL e após calculado os valores de LDL-
-C separadamente para cada uma das
Col - HDL (mg/dL)
metodologias testadas, com valores
de referência desejáveis < 130 mg/dL.
Para a análise estatística dos
resultados foi utilizado o teste t de
Student, considerando p<0,05. Os
resultados foram expressos em média
60
40
20
0
Para comparação dos valores
de HDL-C obtidos pelas duas me-
HD
Resultados
HD
LD
Lp
ire
pt
to
e desvio padrão.
Figura 1. Comparação entre os valores de HDL-C obtidos pelos métodos direto e de
precipitação
**p<0,0001. Resultado expresso em média ± DP; n = 115
todologias avaliadas, inicialmente
HDL – Colesterol (mg/dL)
HD
LD
Lp
ire
pt
to
0
na Figura 1.
A partir destes dados, os valores
20
HD
(47.30 ± 1.095), como demonstrado
40
pt
direto (56.70 ± 1.428) e o precipitado
0
60
Lp
nos valores de HDL-C entre o método
80
HD
diferença significativa (p<0,0001)
to
métodos, verificou-se que existe
20
ire
Quando avaliados os valores de
HDL-C obtidos pelos dois diferentes
40
LD
e desvio-padrão (Tabela 1).
60
HD
dados, com determinação de média
HDL – Colesterol (mg/dL)
procedeu-se à avaliação global dos
2a
2b
Figura 2. Comparação dos valores de HDL-C em função do valor de Colesterol Total. 2A -
de HDL-C foram separados e avaliados
Colesterol total até 200 mg/dL. 2B - Colesterol total > 200 mg/dL
em função das faixas de Colesterol
* p<0,001. Resultado expresso em média ± DP; n = 115
Tabela 1. Dados do perfil lipídico da amostra estudada (n = 115). Valores expressos em média ± desvio-padrão.
Analito
Média (mg/dL)
Desvio-Padrão
Colesterol Total
202
44,5
Triglicerídeos
129
66,5
HDL-C (método direto)
56
15,3
HDL-C (método com precipitação)
47
11,7
LDL-C (calculado pela fórmula de Friedewald, usando valor de HDL-C direto)
119
42,1
LDL-C (calculado pela fórmula de Friedewald, usando valor de HDL-C por precipitação)
129
42,3
104
NewsLab - edição 119 - 2013
precipitação (y), resultou na equação
respectivamente, não foi observada
precipitação, sendo estatisticamente
de regressão y = 0,6735x + 7,61. O
diferença significativa entre os gru-
significativo esse aumento. Quando
Coeficiente de correlação de Pearson
pos (Figura 4).
separados os grupos, pacientes com
(r) entre os métodos foi de 0,8933,
indicando uma alta correlação entre
os métodos (Figura 3).
valores normais de colesterol total (<
Discussão
Em relação aos valores de LDL-
200 mg/d L) e alterados (colesterol
total > 200 mg/dL), o mesmo resultado foi observado. Nosso resultado
-C obtidos através da Fórmula de
Quando analisados os resultados
corrobora o achado de outros estudos,
Friedewald, utilizando os valores de
encontrados em cada uma das meto-
que também verificaram um aumento
HDL-C obtidos por dosagem direta ou
dologias testadas, pode-se observar
significativo nos valores de HDL-C pelo
por precipitação, vemos que embora
um aumento nos valores de HDL-C
método direto em relação ao método
tenhamos obtido valores diferentes
pelo método direto quando compara-
por precipitação (12, 13).
(119.8 ± 3.929 e 129.4 ± 3.943),
do aos encontrados pelo método por
Este dado é importante especialmente em se tratando daqueles pacientes com valores limítrofes, onde
a variação decorrente da metodologia
100
utilizada pode interferir na interpretação do quadro clínico. No trabalho
HDL por precipitação
80
realizado por Rocha (13), dos indivíduos que possuíam HDL-C > 40 mg/dL
60
pelo método direto, 31% passaram a
ter valores de HDL-C < 40 mg/dL pelo
40
método por precipitação. Em nosso
estudo, tal alteração foi verificada em
20
21% dos pacientes acompanhados.
Apesar da alta correlação encontrada
0
entre as metodologias (r de Pearson=
0 50100150
HDL Direto
0,8933), cabe enfatizar a importância
do conhecimento e informação do
Figura 3. Representação gráfica da comparação da dosagem de HDL-C pelo método direto
e pelo método com precipitação
método utilizado para o corpo clínico,
para que não ocorram mudanças de
conduta em função dos diferentes
resultados obtidos com as diferentes
metodologias disponíveis no mercado.
LDL – Colesterol (mg/dL)
150
Quando analisados os resultados
obtidos na estimativa dos valores
de LDL-C, utilizando a Fórmula de
100
Friedewald, a partir dos valores encontrados nas duas metodologias de
determinação de HDL-C, nossos dados
50
corroboram os achados de Leuckert
(12), onde não foi observada nenhu0
pt
Lp
LD
LD
LD
ire
to
ma diferença significativa entre eles,
apesar das amostras dosadas pelo
método direto apresentarem valores
mais baixos que aqueles obtidos quan-
Figura 4. Estimativa do valor de colesterol LDL-C pela fórmula de Friedewald, utilizando valores
do utilizado o método precipitado. Di-
de HDL-C obtido por método direto e por precipitação. Resultado expresso em média ± DP; n = 115
ferentemente dos nossos achados, Ro-
NewsLab - edição 119 - 2013
105
cha (13) também encontrou diferença
Cordova (10) a fórmula de Friedewald
cância estatística. Assim, fica clara a
significativa para os valores calculados
pode
classificar erroneamente até
necessidade de se conhecer as me-
de LDL-C. No mesmo estudo, dos indi-
25% dos pacientes com valores de
todologias disponíveis e de repassar
víduos que apresentavam LDL-C < 130
triglicerídeos entre 300 e 400 mg/dL,
essas informações aos clínicos, uma
mg/dL utilizando as concentrações de
sendo que esta porcentagem pode ser
vez que as dosagens de HDL-C e LDL-C
HDL-C direto, 9,1% passaram a ter
ainda maior, em decorrência do méto-
são rotineiras nos laboratórios de aná-
valores de LDL-C >130 mg/dL quando
do utilizado para a dosagem de HDL-C.
lises clínicas e ambos os analitos são
calculados pelos valores adquiridos
no método precipitado. Tal alteração
pode ser encontrada em 8,7% dos
de extrema importância no diagnóstico
Conclusão
e monitoramento das dislipidemias.
Agradecimentos
pacientes avaliados em nosso estudo.
Para estimativa do LDL-C, a fórmula de
Em nosso trabalho foi possível veri-
À minha Orientadora Prof. Dra.
Friedewald padroniza o valor da fração
ficar que há uma diferença significativa
Rejane Giacomelli Tavares, ao Labo-
VLDL como sendo a quinta parte do
entre os valores de HDL-C obtidos pelo
ratório Vitaclin e às colegas que me
valor dos triglicerídeos. Esta fórmula,
método direto e pelo método com
auxiliaram na coleta de amostras para
embora possa ser utilizada na grande
precipitação, uma vez que os valores
realização deste trabalho.
maioria dos casos, possui limitações
encontram-se mais altos quando utili-
bastante conhecidas, como a sua im-
zados kits de dosagem direta. Apesar
possibilidade de utilização quando os
da LDL-C também encontrar-se mais
Correspondências para:
valores de triglicerídeos são superio-
elevada quando calculada através de
Rejane Giacomelli Tavares
res a 400 mg/dL (14). Ainda, segundo
HDL-C, esta não apresentou signifi-
[email protected]
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106
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Perfil Epidemiológico das Infecções Urinárias
Diagnosticadas em Pacientes Atendidos no Laboratório
Escola da Universidade Potiguar, Natal, RN
Carla Elenuska Fernandes Barbosa Rodrigues1, Ana Paula Ferreira Costa2, Ayane Cristine Alves Sarmento3,
Maria de Lourdes de Queiroz4, Marcos Adriano Gomes Rodrigues5, Ruth Leya Fonseca de Oliveira6
1 – Mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFRN e professora do curso de Farmácia da Universidade Potiguar – UnP, Natal, RN
2 – Graduada em Farmácia pela Universidade Potiguar – Unp, Campus Natal, RN
3 – Graduada em Farmácia pela Universidade Potiguar – UnP, Campus Natal, RN
4 – Graduada em Farmácia pela Universidade Potiguar – UnP, Campus Natal, RN
5 – Especialista em Docência do Ensino Superior e Professor do Curso de Farmácia da Universidade Potiguar – UnP, Natal, RN
6 – Graduada em Farmácia pela Universidade Potiguar – UnP, Campus Natal, RN
Resumo
Perfil epidemiológico das infecções urinárias diagnosticadas em pacientes atendidos no Laboratório
Escola da Universidade Potiguar, Natal, RN
Summary
Epidemiologic profile of urinary tract infections
diagnosed in patients treated at the University Laboratory School Rio Grande do Norte, Natal, RN
A infecção do trato urinário é uma das patologias mais co-
The infection of the urinary tract is one of the simplest
muns da clínica médica, acometendo principalmente as mulheres em
pathologies of the medical practice, affecting mainly the women
idade fértil, devido a condições anatômicas, fatores relacionados à
in childbearing age, due the anatomical conditions, factors
vida sexual e gravidez. Esta infecção caracteriza-se pela invasão e
related to sexual life and pregnancy. This infection features by
multiplicação de microrganismos em qualquer tecido da via uriná-
invasion and multiplication of microorganism in any tissue of the
ria. O segmento afetado determina a classificação em cistite (trato
urinary tract. The affected segment determines the classification
urinário baixo) e pielonefrite (trato urinário alto), caracterizados por
in cystitis (low urinary tract) and pyelonephritis (high urinary
sintomas como disúria, polaciúria, além de outros sinais comuns nos
tract), featured by symptoms such as dysuria, pollakiuria,
quadros infecciosos como febre e calafrios. A invasão das bactérias
beyond other simple signs in the infectious table as fever and
ocorre através de três vias de contaminação: hematogênica, linfo-
chills. The invasion of the bacteria occurs by three ways of
gênica e ascendente. Sendo esta última a mais comum, na qual os
contamination: Hematogenous, linfogenic and ascendant. Being
componentes da flora intestinal migram do intestino grosso para a
this last the simplest, in which the components of the glut migrate
uretra distal. Dentre essas bactérias, destaca-se a família Enterobac-
from large intestine for the distal urethra. Among these bacteria,
teriaceae, em especial a Escherichia coli. Para que a bacteriúria seja
detach the family Enterobacteriaceae in special for Escherichia
considerada significativa, o exame de urocultura deve apresentar
coli. For which the bacteriuria is considered significant the
um mínimo de 100.000 unidades formadoras de colônias por ml de
examination of urine shall show less than 100.000 units of
urina. Outros exames podem auxiliar no diagnóstico desta patologia,
colony-forming for liters of urine. Others examinations may
principalmente o sumário de urina, no qual a presença de leucócitos,
help in the diagnosis of this pathology, mainly the urinalysis, in
hemácias e bactérias são achados indicativos de infecção urinária.
which the presence of leukocytes, erythrocytes and bacteria are
O tratamento indicado para esta patologia é antibioticoterapia, a
finding indicative of urinary infection. The indicated treatment
qual deve ser orientada pelo resultado obtido no antibiograma. O
for this pathology is antibioticoteraphy which shall be oriented
objetivo deste estudo foi avaliar o perfil epidemiológico das infecções
by obtained result antibiogram. The goal of this study was to
urinárias diagnosticadas no serviço de Microbiologia Clínica do La-
evaluate the epidemiological profile of the urinary infections
boratório Escola da Universidade Potiguar. A pesquisa foi realizada
diagnosed in the service of Clinical Microbiology of the School
108
NewsLab - edição 119 - 2013
através da coleta de dados dos pacientes que realizaram uroculturas
Laboratory in Potiguar University. The research was made through
protocoladas no livro de registro do setor de Microbiologia Clínica,
the patient´s data collection that did urine filed in the book of
de janeiro de 2008 a junho de 2011. Do plano amostral de 319
register in clinical microbiology sector from January 2008 till June
amostras analisadas, 50% dos pacientes apresentaram ITU, sendo
2011. From the sampling plan of 319 analyzed samples, 50%
a predominância do sexo feminino na faixa etária compreendida
of the patients had ITU, being the predominance of the female
entre 16 a 40 anos.
gender on age group ranging among 16 to 40 years old.
Palavras-chave: Infecções do trato urinário, Escherichia
coli, antimicobianos
Introdução
O
sistema urinário é composto
Keywords: Infection of the urinary tract, Escherichia coli,
antimicrobials
caracterizadas pela invasão e mul-
térias que podem estar envolvidas
tiplicação de microrganismos em
nas ITU’s são Staphylococcus aureus,
qualquer tecido da via urinária (4).
Streptococcus do grupo B e D, Ente-
por trato urinário superior
De acordo com dados epidemio-
rococcus faecalis, Klebsiella pneumo-
(rins, pelve renal e ureteres)
lógicos, em todo o mundo, cerca de
niae, Enterobacter spp., Proteus spp.,
e trato urinário inferior (uretra e
150 milhões de pessoas são diagnos-
Pseudomonas spp., entre outros (7).
bexiga urinária), os quais em con-
ticadas com ITU por ano, causando
As infecções urinárias podem ser
junto formam e expelem a urina. Os
custos para a economia global de
classificadas como baixa (cistite),
rins são órgãos situados na região
mais de 6 bilhões de dólares (4). No
onde não há problemas renais e,
lombar, de ambos os lados da coluna
Brasil as ITU’s são consideradas as
como alta (pielonefrite), que apresen-
vertebral. Neles ocorre a produção
mais comuns das infecções bacte-
ta o envolvimento renal, sendo estas,
de urina, a partir de resíduos remo-
rianas, responsáveis por 80 em cada
de acordo com a evolução do quadro,
vidos do sangue, à medida que este
1.000 consultas clínicas (5). Dentre
denominadas agudas e crônicas,
circula pelos rins (1). Portanto, as
as infecções hospitalares, a infecção
complicadas ou não complicadas (8).
duas importantes funções dos rins
do trato urinário (ITU) é a mais co-
A urina é uma das amostras mais
são a eliminação de produtos muito
mum, sendo a presença de cateter
submetidas a exames microbiológicos
tóxicos, oriundos da degradação de
urinário o principal fator de risco (6).
devido à grande incidência de pató-
moléculas do metabolismo celular
Esta patologia acomete homens e
genos colonizando a uretra. Antes de
e a regulação da constituição do
mulheres das mais variadas idades,
interpretar o resultado de qualquer
meio interno, através da regulação
porém os grupos mais frequentemente
exame de urina é indicado fazer uma
da secreção de vários componentes
acometidos são recém-nascidos do
triagem sobre como a amostra foi co-
desse meio (2).
sexo masculino, homens com obstru-
letada e se foi feita de forma correta,
A urina é um meio apropriado
ção prostática, idosos de ambos os
ou seja, se foi obtida a partir de jato
para o desenvolvimento de micror-
sexos e, em especial, mulheres jovens
médio da primeira urina da manhã,
ganismos, que sofre variação quanto
sexualmente ativas (7).
de punção suprapúbica ou de cateter
a proliferação de acordo com as
Os agentes etiológicos mais fre-
concentrações de ureia e ácidos, pH
quentemente envolvidos nas ITU
e hipertonicidade. O trato urinário
são as bactérias Gram negativas, em
A infecção urinária é caracterizada
é um sítio anatômico estéril, com
especial a Escherichia coli uropatogê-
pelo crescimento bacteriano de pelo
exceção do meato uretral e uretra
nica (UPEC), isolada em cerca de 70%
menos 100.000 UFC/mL10. A bacteri-
distal, regiões colonizadas principal-
a 90% dos casos. O Staphylococcus
úria pode variar conforme a coleta da
mente por estafilococos, difteroides
saprophyticus é a segunda espécie
amostra, o fluxo urinário, e até com
e outros comensais (3). Deste modo,
mais isolada, responsável por 10% a
o microrganismo isolado.
as infecções do trato urinário são
20% dessas infecções. Outras bac-
110
vesical, tendo antes feito higiene adequada do local (9).
Os exames mais indicados para
NewsLab - edição 119 - 2013
a confirmação desta infecção são:
recente de antimicrobianos (8). Nos
sedimento urinário, fita reagente, uro-
testes que apresentam contagens de
cultura, provas bioquímicas ou testes
colônias acima de 100.000 UFC/mL a
Foi realizada uma pesquisa retros-
complementares, teste de sensibilida-
amostra é considerada positiva para a
pectiva com corte transversal para fins
de a antimicrobianos – TSA e exames
infecção do trato urinário (15).
epidemiológicos, com base nas urocul-
de imagem (11).
Metodologia
Inicialmente as amostras são culti-
turas protocoladas no livro de registro
A urocultura é o exame considerado
vadas em meios de uso geral, como o
do setor de Microbiologia Clínica do
“padrão-ouro” no diagnóstico labora-
Ágar CLED (Cystine Lactose Eletrolyte
Laboratório de Análises Clínicas e To-
torial da ITU, sendo considerada uma
Deficient), Macconkey e o Ágar san-
xicológicas da Universidade Potiguar,
análise complementar muito utilizada,
gue, que permitem o crescimento da
datadas de janeiro de 2008 a junho
pois possibilita o crescimento isolado
maioria das bactérias, tanto as aeró-
de 2011. De um universo de 1.576
do agente etiológico, permitindo se-
bicas como as aeróbicas facultativas.
registros (positivos e negativos), foi
quencialmente a realização do teste
A presença de colônias no Ágar CLED
determinado um plano amostral ao
de suscetibilidade aos antimicrobianos
e no Ágar sangue ressalva a existência
nível de 0,05 (erro amostral), resul-
(12). A efetivação do exame pode ser
de microrganismos Gram positivos ou
tando em uma amostra aleatória de
realizada a partir de amostras de urina
negativos e, no Macconkey, apenas
319 registros, que foram estratificados
de jato médio, punção suprapúbica e
crescimento de bactérias Gram ne-
proporcionalmente de acordo com os
de cateter uretral, sendo mais utiliza-
gativas (11).
meses e seus respectivos anos.
As ITU’s têm, em sua maior par-
A população estudada compreende
te, uma origem bacteriana e seu
pacientes de ambos os sexos, na faixa
A semeadura de urina (método da
tratamento adequado requer o co-
etária de 0 a 80 anos, que realizaram
alça calibrada) é feita em placas de
nhecimento do perfil bacteriológico
exames de urocultura. Foram aplica-
petri, que apresentam em seu inte-
atualizado e as resistências frente aos
das ferramentas específicas (figuras
rior meios de cultura propícios para
antimicrobianos habituais (16). O tra-
e tabelas) para melhor compreensão
o crescimento da bactéria. As alças
tamento deve ser específico para cada
dos resultados encontrados. O critério
bacteriológicas são de platina, níquel-
tipo de microrganismo infectante. A
utilizado para classificar uma urocul-
-cromo ou plástica, de 1μL (0,001 mL)
escolha do antibiótico mais adequa-
tura como positiva foi o crescimento
utilizadas para inoculação da amostra
do é baseada no antibiograma, que
bacteriano ≥ 105 UFC/mL de urina. As
em meio sólido, através de estrias
analisa e quantifica a resposta das
informações coletadas foram: sexo,
múltiplas. Após incubação (18-24 ho-
bactérias aos antibióticos estudados
idade, uropatógeno e teste de sensi-
ras a 37ºC), quantifica-se o número de
na urinocultura (17).
bilidade aos antimicrobianos – TSA. O
da a amostra de urina de jato médio,
colhida assepticamente (13).
critério de exclusão foi a ausência dos
colônias isoladas por mililitro de urina.
A terapêutica clínica das vias uri-
Assim sendo, o resultado da urocultura
nárias visa não somente obter a cura,
quantitativa pode ser revelado a partir
como também eliminar os agentes
da contagem obtida da multiplicação
causadores da infecção, prevenindo
do número de colônias por 1.000
recorrência. Os esquemas terapêuti-
(calibração da alça), que representa
cos levam em consideração a eficácia
a conversão da unidade microlitro em
do medicamento e a excreção urinária
Do plano amostral de 319 urocul-
mililitros (14).
dados necessários.
Resultados
das drogas disponíveis, além de toxici-
turas, 159 (50%) foram positivas. Os
Nas amostras de pacientes sau-
dade, custo e comodidade posológica.
resultados negativos somaram 139
dáveis a urina é estéril, tendo como
Diversos são os antibióticos utiliza-
amostras, 43% do total analisado.
1
resultado um número menor que 10
dos, porém deve-se dar preferência
Apenas 21 amostras (7%) apresenta-
UFC/mL. Já nos casos em que o resul-
àqueles com maior ação contra bac-
ram crescimento de colônias mistas.
tado da urocultura é sugestivo entre
térias Gram negativas, principalmente
Estes valores estão representados em
10.000 e 100.000 UFC/mL, pode estar
agentes causadores de ITU, como
forma percentual na Figura 1.
ocorrendo o início da multiplicação
beta-lactâmicos, fluoroquinolonas,
Das 159 uroculturas positivas, 135
bacteriana decorrente de um proces-
aminoglicosídeos e sulfametoxazol +
amostras (85%) eram de pacientes do
so infeccioso, ou pela administração
trimetoprim (18).
sexo feminino, enquanto que o mascu-
NewsLab - edição 119 - 2013
111
foram diagnosticados com ITU. O artigo de Lucchetti et al. (19) também
apresentou elevado percentual de uroculturas com crescimento bacteriano
significativo (78,57%). Entretanto,
outros estudos revelaram número
inferior de resultados positivos, como
o de Martini et al. (13), onde apenas
Figura 1. Resultado percentual das uroculturas realizadas no laboratório escola da Universidade Potiguar
17,7% das uroculturas foram positivas. Esta infecção é comum devido à
facilidade de invasão do trato urinário
por microrganismos através de três
vias de contaminação: hematogênica,
linfogênica e ascendente. Além disso,
existem fatores predisponentes que
podem favorecer o desenvolvimento
da doença, como anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário, algumas comorbidades, instrumentação, procedimentos cirúrgicos,
Figura 2. Correlação do sexo dos pacientes com as uroculturas positivas diagnosticadas
no laboratório escola da Universidade Potiguar
dentre outros.
O sexo feminino possui condições
anatômicas favoráveis ao desenvolvimento de ITU: uretra mais curta
e mais próxima a áreas densamente
colonizadas, como a região perianal
e vulvar. As mulheres em idade fértil
geralmente são as mais acometidas
provavelmente devido ao trauma
uretral, provocado durante a relação
sexual, o uso de preservativos, diafragma e espermicidas.
Pacientes adultas têm 50 vezes
mais chances de adquirir ITU do que
Figura 3. Correlação entre ITU, sexo e faixa etária dos pacientes atendidos no laboratório
escola da Universidade Potiguar
os homens (20). Na presente pesquisa
as uroculturas positivas apresentaram
uma prevalência de pacientes do sexo
feminino (85%), principalmente na
lino representou 24 amostras (15%),
conforme demonstrado na Figura 2.
Discussão
faixa etária que compreende a idade
fértil, de 16 a 40 anos. Resultados
A faixa etária mais acometida no
A infecção do trato urinário cons-
semelhantes também foram observa-
sexo feminino foi compreendida entre
titui uma das causas mais frequentes
dos no artigo de Lo et al. (21), onde
16 e 40 anos, com 91 pacientes. En-
de patologia infecciosa encontrada na
76% das amostras positivas são de
quanto que o masculino encontrou-se
prática médica, sendo caracterizada
pacientes do sexo
entre 61 e 80 anos, totalizando 12
pela invasão e multiplicação de bacté-
perfil epidemiológico é possivelmente
amostras. Além destas, outras idades
rias no trato urinário (4). Os registros
causado pelas condições anatômicas
também foram acometidas em ambos
estudados nesta pesquisa indicaram
do hospedeiro e pode estar associado
os gêneros, visualizadas na Figura 3.
que 50% dos pacientes atendidos
a fatores relacionados com vida sexual
112
feminino. Esse
NewsLab - edição 119 - 2013
e alterações anátomo-funcionais do
e 80 anos como maioria do gênero
terem sido extensivamente estudadas
trato urinário ocorridas durante a gra-
masculino com ITU. Na pesquisa de Lo
nas últimas décadas, é importante o
videz, conforme já citado e respaldado
et al. (21), a maior frequência dos ho-
conhecimento da prevalência e do
pela literatura consultada.
mens diagnosticados com ITU esteve
perfil de suscetibilidade dos pató-
Os idosos do sexo masculino são
em faixa etária semelhante, de 47 a
genos. O uso incorreto de antibió-
bastante acometidos por esta infec-
78 anos. Além do aumento prostático,
ticos no tratamento das ITUs pode
ção, possivelmente devido ao aumen-
a imunodeficiência e as alterações do
ocasionar um agravo da infecção e
to prostático que acontece nesta fase,
trato geniturinário podem ter favore-
favorecer o aparecimento de cepas
dificultando o esvaziamento vesical e
cido estes resultados.
bacterianas resistentes. É necessário
favorecendo a estase e a aderência
Portanto, o estudo epidemiológico
desestimular o uso indiscriminado por
bacteriana. Além disso, em ambos
dos uropatógenos e o estabeleci-
automedicação de antibióticos nas
os sexos, a terceira idade favorece
mento da sensibilidade e resistência
ITU, procurando orientar a população
o desenvolvimento de ITU, devido à
aos antimicrobianos são aspectos de
para os possíveis riscos do uso inde-
imunodeficiência relacionada à idade,
relevância, pois podem ser diferen-
vido destes medicamentos.
as alterações funcionais e orgânicas
tes de acordo com a suscetibilidade
do trato geniturinário, imobilidade e a
dos pacientes a cepas resistentes
presença de doenças sistêmicas (22).
(pacientes imunodeprimidos, hos-
Em conformidade com estes fatores,
pitalares ou comunitários). Assim,
a pesquisa em questão apresentou a
apesar da patogênese e as formas
faixa etária compreendida entre 61
de tratamento das infecções urinárias
Correspondências para:
Carla Elenuska Fernandes
Barbosa Rodrigues
[email protected]
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116
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Diagnóstico de Resistência à Insulina na
Avaliação da Síndrome Metabólica
Eduardo Glassen1, Tamira Braida2, Gilberto Inácio Lunkes3
1 – Biomédico (IESA). Pós-graduando em Análises Clínicas (IESA)
2 – Biomédica (IESA). Pós-graduanda em Hematologia Laboratorial (UNIJUÍ)
3 – Doutor em Bioquímica Toxicológica (UFSM). Farmacêutico-Bioquímico. Professor CNEC/IESA
Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo
Resumo
Summary
Diagnóstico de resistência à insulina na avaliação
da síndrome metabólica
Diagnosis of insulin resistance in the evaluation of
the metabolic syndrome
O diagnóstico de resistência à insulina na avaliação da Síndro-
The diagnosis of insulin resistance in assessing the Metabo-
me Metabólica tem sido destacado como relevante, uma vez que a
lic Syndrome has been highlighted as important, since insulin
resistência à insulina é considerada a base fisiopatológica dos vários
resistance is considered the pathophysiological basis of various
fatores de risco que compõem a Síndrome Metabólica. Primeiramente
risk factors comprising the Metabolic Syndrome. First it is impor-
é importante caracterizar clínica e laboratorialmente a Síndrome
tant to characterize the Metabolic Syndrome in a clinical and
Metabólica e descrever a resistência à insulina em pacientes com
laboratorial way and describe insulin resistance in patients with
esta síndrome. Outro fator importante é buscar identificar diferentes
this syndrome. Another important factor is to identify different
formas de diagnosticar a resistência à insulina para melhorar tanto
ways of diagnosing insulin resistance, to improve both preven-
a prevenção como o tratamento. Com a resistência à insulina insta-
tion and treatment also. With insulin resistance installed in the
lada no organismo, ocorrerá uma hiperinsulinemia compensatória,
body, there will be a compensatory hyperinsulinemia, which
que a longo prazo levará a alterações, dentre as quais, o aumento
over time will lead to changes, among which the increase in
da gordura abdominal, hipertensão arterial e dislipidemia, que são
abdominal fat, hypertension and dyslipidemia, which are risk
fatores de risco que caracterizam a Síndrome Metabólica, tornan-
factors that characterize metabolic syndrome. Thus making
do assim o diagnóstico da resistência à insulina muito relevante.
the diagnosis of insulin resistance very relevant. The methods
Os métodos para diagnosticar a resistência insulínica podem ser
for diagnosing insulin resistance can be divided into direct
divididos em diretos e indiretos. Todos os métodos discutidos neste
and indirect. All methods discussed in this study have their ad-
estudo têm suas vantagens e desvantagens quanto a sua utilização
vantages and disadvantages for their use to determine insulin
para determinar a resistência à insulina. Os métodos diretos, onde
resistance. Direct methods, where highlights the euglycemic-
se destaca o clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico, são invasivos e
-hyperinsulinemic clamp, are invasive and costly. With this,
dispendiosos. Com isso, fornecem com mais confiabilidade a ação
they provide more reliability to tissue action of insulin. On the
tecidual da insulina. Por outro lado, os métodos indiretos, onde se
other hand, indirect methods, which highlights the HOMA, are
destaca o HOMA, são mais baratos e de fácil execução, porém
cheaper and reliable, but their use is more recommended in
a sua utilização é mais recomendada em estudos populacionais.
populational studies.
Palavras-chave: Síndrome Metabólica, resistência à insulina, diagnóstico
Introdução
A
Keywords: Metabolic Syndrome, insulin resistance, diagnosis
doença cardiovascular em um mesmo
como um fator de risco cardiovascular
indivíduo, entre eles a obesidade,
múltiplo (2).
Síndrome Metabólica repre-
dislipidemia, hipertensão arterial e
Ao longo de vários anos, a Síndro-
senta uma situação clínica
hiperglicemia (1). Como sendo uma
me Metabólica teve várias denomina-
caracterizada por um agru-
condição de múltiplos componentes,
ções, entre elas síndrome plurimeta-
pamento de fatores de risco para
a Síndrome Metabólica pode ser vista
bólica, quarteto mortal, síndrome do
118
NewsLab - edição 119 - 2013
Novo Mundo, síndrome X e síndrome
anos. No Brasil, a determinação da
o índice HOMA (Homeostasis Model
da resistência à insulina (3).
resistência à insulina ainda não faz
Assessment), o teste de tolerância oral
Reaven (4) introduziu o conceito de
parte dos exames médicos de rotina
à glicose (TTGO), o teste de tolerância
que resistência à insulina associada à
e não está disponível na maioria dos
endovenoso à glicose com amostras
intolerância à glicose, à dislipidemia e
serviços de saúde. Os exames labo-
frequentes (técnica do modelo míni-
à hipertensão arterial poderia promo-
ratoriais para a determinação da re-
mo, ou Frequent Sample IV Glucose
ver um agrupamento de fatores de ris-
sistência à insulina são dispendiosos
Tolerance Test – FSIVGTT), o QUICKI
co para o desenvolvimento de diabetes
e com deficiências de padronização
(Quantitative insulin sensitivity check
e doenças cardiovasculares (5). Desde
para a sua execução, limitando a
index) e, por fim, o teste de tolerância
então, a resistência à insulina tem sido
comparação entre os resultados de
à insulina (13).
amplamente reconhecida como a base
diferentes laboratórios e a sua apli-
fisiopatológica para o desenvolvimen-
cação na prática clínica (12).
O estudo fará uma abordagem
sistemática procurando identificar as
to de diversas alterações metabólicas
Os métodos para avaliar a resis-
diferentes formas de diagnosticar a
que constituem fatores de risco para
tência à insulina podem ser divididos
resistência à insulina, com o intuito
a doença cardiovascular (6).
em diretos e indiretos. Os métodos
de buscar técnicas mais acessíveis e
A resistência à insulina representa
diretos analisam os efeitos de uma
menos complexas para serem aplica-
uma alteração metabólica de etiologia
quantidade estabelecida de insulina
das na prática clínica.
genética e ambiental caracterizada por
injetada em certo indivíduo. Já no mé-
resposta anormal dos tecidos periféri-
todo indireto, a ação insulínica pode
cos à ação da insulina circulante (7).
ser avaliada pelo efeito da insulina
Essa diminuição da sensibilidade à
endógena, principalmente nas condi-
insulina faz com que ocorra uma hipe-
ções de homeostasia (13).
Material e Método
A pesquisa da literatura foi rea-
rinsulininemia compensatória (8). Po-
O padrão-ouro para a avaliação de
lizada nas bases de dados eletrôni-
rém, esse aumento da insulina acaba
resistência à insulina é o estudo de
cas: Google Acadêmico, Cochrane;
determinando importantes alterações
clamp hiperinsulinêmico euglicêmico.
MedLine, Scielo e LILACS no período
em todo organismo. A mais conhecida
De forma simplificada, este é reali-
de janeiro de 1979 a dezembro de
é a extensiva deposição centrípeta
zado através de um acesso venoso
2010. As palavras-chave usadas em
da gordura corporal, conhecida como
e administração de insulina com o
várias combinações foram “Metabolic
obesidade central ou visceral, onde
objetivo de suprimir a produção en-
Syndrome”, “Insulin Resistance” e
ocorre grande aumento da gordura
dógena de glicose e aumentar a sua
“Diagnosis”. A pesquisa limitou-se às
abdominal, em comparação a dos
captação fisiológica. Para manter os
línguas inglesa e portuguesa.
membros. Outros efeitos incluem o
níveis glicêmicos entre 90 e 140 mg/
aumento da pressão arterial e dos ní-
dl, há a infusão de glicose intraveno-
veis séricos de triglicérides e redução
sa. A sensibilidade à ação da insulina
dos valores de HDL colesterol, com ou
é quantificada pela taxa de infusão
sem hiperglicemia (9). A presença de
de glicose necessária para manter os
A Organização Mundial da Saúde
três ou mais dessas manifestações ca-
níveis glicêmicos dentro das metas
(OMS), em 1999, elaborou e sugeriu
racteriza a Síndrome Metabólica (10).
estabelecidas (14).
uma definição para o diagnóstico da
Discussão
Portanto, o diagnóstico da re-
Como o clampeamento é tecnica-
Síndrome Metabólica, onde considera
sistência à insulina é de grande im-
mente mais complicado e causa um
a resistência à insulina como fator
portância na avaliação da presença
grande transtorno para o paciente,
indispensável para o diagnóstico.
de Síndrome Metabólica (11), pois
incluindo a necessidade de ficar de
Posteriormente o National Choleste-
viabilizaria intervenções precoces,
2 a 3 horas num centro de pesquisa
rol Education Program – Adult Tre-
melhorando a avaliação e o acompa-
clínico, foram desenvolvidas várias
atment Panel III (NCEP ATP III), em
nhamento dos pacientes portadores
medidas alternativas para a mensu-
2001, elaborou outra definição para o
desta síndrome (7). A avaliação da
ração da resistência à insulina (15).
diagnóstico da Síndrome Metabólica,
resistência à insulina tem recebido
Dentre os métodos alternativos
onde a presença de pelo menos três
considerável atenção nos últimos
estão a dosagem da insulina de jejum,
fatores de risco deve estar presente
NewsLab - edição 119 - 2013
119
em um mesmo indivíduo, os quais
em um indivíduo. Por outro lado,
quer mudança em uma destas variá-
incluem: gordura abdominal, hiper-
a ação insulínica pode ser avaliada
veis provocará uma mudança oposta
tensão e dislipidemia, descartando a
pelo efeito da insulina endógena,
na outra. Diante de um complexo
resistência à insulina (10).
principalmente nas condições de
mecanismo de interação de ação e
homeostasia (17).
secreção de insulina em função da
Investigando a etiologia da resistência à insulina sabe-se que
DeFronzo et al. (18) desenvolve-
variação da glicemia, tornava-se
no tecido periférico dependente de
ram a técnica do clamp euglicêmico
importante a presença de um modelo
insulina ocorre um defeito intrace-
hiperinsulinêmico com suas duas
no qual as duas variáveis (glicose e
lular pós-receptor na sinalização da
principais variações. A primeira diz
insulina) pudessem ser manipuladas
insulina. Há bloqueio na fosforilação
respeito ao clamp hiperglicêmico,
independentemente (18).
em tirosina dos substratos proteicos
que permitia examinar a resposta
A técnica de clamp euglicêmico
dos receptores de insulina, o que
secretória de insulina à glicose e
hiperinsulinêmico representa o me-
impede a transativação do GLUT 4
quantificar o consumo do organismo
lhor método para a determinação da
e, consequentemente, a entrada
como um todo sob condições cons-
resistência à insulina. Contudo, por
da glicose para o interior da célula.
tantes de hiperglicemia. A segunda
ser dispendioso, demorado, altamen-
Isso faz com que maiores quanti-
variação é o clamp euglicêmico, que
te invasivo e de alta complexidade,
dades de insulina sejam secretadas
permite a mensuração da captação
sendo inviável sua aplicação em
pelas células β pancreáticas, crian-
total de glicose em resposta a uma
estudos populacionais e na prática
do um estado de hiperinsulinemia
hiperinsulinemia fixa. A determina-
clínica, ela é utilizada apenas na
compensatória (16). Esse excesso
ção da sensibilidade à insulina pelo
pesquisa clínica. Esta técnica é a
de insulina resultante consegue,
clamp é baseada no conceito de que,
mais complicada e causa um grande
durante certo tempo, manter a
em condições constantes nos níveis
transtorno para o paciente, incluindo
glicemia dentro dos níveis da nor-
de glicemia e hiperinsulinemia, a
a necessidade de ficar de 2 a 3 horas
malidade, mas acaba determinando
quantidade de glicose consumida
num centro de pesquisa clínico (15).
importantes alterações em todo
pelos tecidos seria igual à quantida-
O Modelo de Avaliação da Home-
organismo. A mais conhecida é a
de de glicose infundida durante um
ostase, mais conhecido como índice
extensiva deposição centrípeta da
teste, no qual a glicemia é mantida
HOMA, representa uma das alternati-
gordura corporal, conhecida como
dentro de limites constantes e nor-
vas à técnica de clamp para avaliação
obesidade central, onde ocorre gran-
mais. O teste pressupõe a completa
da resistência à insulina, fornecendo
de aumento da gordura abdominal.
supressão da produção hepática
uma medida indireta da resistência
Outros efeitos incluem o aumento
de glicose, que também pode ser
à insulina ao avaliar, em condições
da pressão arterial e dos níveis sé-
quantificada independentemente
de homeostase e jejum, a insulina
ricos de triglicerídeos e redução dos
pela infusão concomitante de glicose
endógena e a glicemia. Eles se ba-
valores de HDL colesterol, com ou
marcada radiativamente.
searam em dados da literatura para
sem hiperglicemia. Sendo assim, a
O desenvolvimento e a aplicação
construir curvas relacionando glice-
resistência à ação da insulina tem
da técnica do clamp de glicose repre-
mia do estado de homeostasia com
papel fundamental no aparecimento
sentam seguramente o maior avanço
a resposta insulínica em indivíduos
da Síndrome Metabólica (9), fazendo
no estudo in vivo da resistência à
saudáveis e com variados graus de
com que o diagnóstico desta resis-
insulina. Esta técnica permite ao in-
comprometimento da função de célu-
tência seja de alta relevância para a
vestigador examinar a sensibilidade
la beta. Em resumo, o modelo prediz
avaliação da presença da Síndrome
tecidual à insulina, tanto em músculo
uma insulinemia e glicemia para uma
Metabólica (11).
como em fígado, bem como examinar
dada sensibilidade e capacidade de
Os métodos para diagnosticar
a resposta de célula beta à glicose
secreção de insulina. Inversamente,
a resistência insulínica podem ser
em situações de constância de gli-
se conhecidas simultaneamente à
divididos em duas metodologias
cemia e insulinemia. Nos humanos,
glicemia e a insulinemia, o modelo
distintas. Os métodos diretos ana-
existe um mecanismo de feedback
pode fornecer o índice Homa-IR
lisam os efeitos de uma quantidade
entre a glicemia plasmática e secre-
pela seguinte equação: HOMA-IR =
estabelecida de insulina injetada
ção pancreática de insulina. Qual-
Glicemia (mMol) x Insulina (uU/mL)
120
NewsLab - edição 119 - 2013
÷ 22,5. Esse método vem sendo am-
O teste de tolerância endovenosa
principalmente, por poder estudar a
plamente utilizado, principalmente
à glicose com amostras frequentes
primeira e segunda fase de secreção
em estudos envolvendo um grande
pode também ser denominado de
de insulina (13, 22).
número de participantes, por ser um
Técnica do modelo mínimo ou Fre-
Algumas desvantagens são evi-
método de fácil aplicação, rápido e
quent Sample IV Glucose Tolerance
dentes, tais como: a impossibilidade
de menor custo (11, 13).
Test (FSIVGTT), foi desenvolvido por
de utilização do teste em diabéticos
Contudo, para diagnóstico ou
Bergman et al. (1979) e consiste em
tipo 1 ou mesmo em tipo 2 com
acompanhamento individual, sua
um modelo matemático para estimar
deficiência intensa na produção de
utilização ainda requer cautela nas
a sensibilidade à insulina a partir
insulina. Além disso, questões técni-
questões relacionadas à amostragem
da injeção endovenosa de glicose.
cas mais elaboradas também estão
sanguínea e à deficiente padroniza-
O índice de sensibilidade à insulina
presentes: a sensibilidade à insulina
ção de ensaios a serem utilizados
representa o clearence de glicose por
inclui possíveis erros de avaliação de
pelos laboratórios na dosagem de
unidade de insulinemia plasmática.
glicose injetada em conjunto com
insulina, apontando a necessidade
Numa simulação de computador
glicose endogenamente produzida.
de métodos mais acessíveis e viáveis
são colocadas as concentrações de
Assim, o FSIVGTT pode superestimar
para a prática clínica (6).
insulina durante o teste num pro-
a sensibilidade à insulina em 30%.
Outro método baseado na home-
grama específico que permite recriar
Estes problemas podem ser evitados
ostasia, considerando uma relação
a variação de glicemias observadas
com o uso de glicose radiativamente
entre insulina e glicemia no estado
determinando a sensibilidade à insu-
marcada, mas onerando e retirando
de jejum é o QUICKI - Quantitative
lina. O teste é realizado às 8 horas da
a característica de simplicidade do
insulin sensitivity check index. Este
manhã, após um período de jejum de
método. Vários estudos têm com-
método foi deduzido a partir de da-
10 a 12 horas. É colocado um cateter
parado o FSIVGTT com o clamp, en-
dos obtidos em estudos com clamp
na veia antecubital para coleta das
contrando correlações desde pobres
e teste de tolerância endovenosa à
amostras. Após as coletas basais de
a excelentes (13).
insulina, a partir dos quais os au-
sangue, que são realizadas 20 minu-
A dosagem da insulina de jejum
tores obtiveram ótimas correlações
tos antes da injeção de glicose, 10
tem sido apontada como um método
de seus índices com os valores de
minutos antes e no mesmo minuto
simples para a avaliação da sensibi-
glicemia e insulina no jejum. Os va-
que será injetada a glicose (0 minu-
lidade à insulina no organismo como
lores das duas variáveis sofrem uma
to), é injetada glicose endovenosa na
um todo. Em indivíduos resistentes
transformação logarítmica para nor-
dose de 300 mg/Kg de peso corporal
à insulina, as concentrações plasmá-
malizar a grande variabilidade dos
em bolo, durante um minuto. São
ticas de jejum estão elevadas e se
valores, principalmente da insulina,
coletadas várias amostras nos 240
correlacionam com a intensidade da
permitindo a obtenção de um índice
minutos subsequentes. Várias mo-
resistência à insulina determinada
de acordo com a seguinte fórmula:
dificações vêm sendo propostas ao
pelo clamp euglicêmico hiperinsuli-
QUICKI = 1 ÷ (Log insulina + Log
modelo inicial visando a simplificá-lo
nênico. A dosagem da insulina tem
glicemia) (20).
e torná-lo menos dispendioso com
sido utilizada por epidemiologistas por
A obtenção deste índice confirma
menos amostras, ou aumentando a
ser uma medida de fácil utilização em
a tendência universal na busca de
resposta insulínica “tardia” através
grandes populações (17).
um método simples e passível de ser
da injeção de secretagogo de insuli-
No entanto, a insulinemia é alvo
utilizado em estudos populacionais
na aos 20 minutos a partir do basal.
de várias críticas quanto a sua in-
e possivelmente na prática clínica.
Embora este modelo seja eficiente
terpretação. Primeiramente, ela é
Em nosso meio, o QUICKI apresenta
em extrair uma sensibilidade insulí-
um método indireto de avaliação da
boas correlações com marcadores da
nica precisa em indivíduos normais,
sensibilidade tecidual e apresenta
síndrome metabólica, conseguindo
há uma maior variabilidade de res-
correlações fracas com a ação in-
discriminar satisfatoriamente diferen-
posta em indivíduos diabéticos. As
sulínica in vivo. Em segundo lugar,
tes estados de resistência à insulina,
virtudes deste método referem-se a
dependendo do ensaio utilizado,
como graus de obesidade e tolerância
sua simplicidade, baixo risco de efei-
pode haver reação cruzada com pró-
à glicose (21).
tos colaterais como hipoglicemia e,
-insulina com distorções nos valores
122
NewsLab - edição 119 - 2013
obtidos. Além disso, a pró-insulina
pelo trato digestório varia considera-
mostrado útil na avaliação da resis-
está tanto mais elevada quanto
velmente entre indivíduos normais.
tência à insulina num amplo espectro
mais resistente à insulina é o indi-
Além disso, a própria sobrecarga de
de pacientes de acordo com variados
víduo. Outro aspecto se refere ao
glicose pode induzir variados graus
graus de peso e tolerância à glicose
momento da dosagem como sendo
de supressão na produção hepática
e no seguimento de pacientes após
o jejum, ou estado pós-absortivo.
de glicose, bem como pode induzir
emagrecimento maciço induzido por
Nestas condições, a glicose é con-
a sua própria metabolização. Assim,
procedimentos cirúrgicos bariátricos
sumida principalmente por tecidos
torna-se impossível estimar com pre-
(cirurgia antiobesidade). As maiores
não dependentes da ação da insulina
cisão o consumo de glicose induzido
críticas ao KITT referem-se à possi-
para a sua metabolização, tais como
pela insulina. Terceiro, as variáveis
bilidade de ativação de uma resposta
cérebro, tecidos neurais e esplânc-
estudadas (insulina e glicose) nos
contrarregulatória pela hipoglicemia
nicos. Ao contrário, a insulinemia de
índices estão em constante mudan-
sobre hormônios que poderiam in-
jejum não reflete a medida da ação
ça durante o teste por efeitos dos
fluenciar o desaparecimento da glico-
da insulina em tecidos independen-
hormônios do eixo enteroinsular,
se, como glucagon, catecolaminas e
tes da insulina, como o músculo. Na
pelo consumo de glicose insulino-
hormônio de crescimento. No entanto,
prática clínica a dosagem da insulina,
-dependente e pela variação de
esta resposta contrarregulatória em
quando realizada em diabéticos, se
produção de insulina por uma glicose
geral aparece apenas 15 a 20 minu-
reduzida, poderá não estar indicando
variável. Estes fatores tornam a ava-
tos após a injeção da insulina. Assim,
uma baixa resistência à insulina, mas
liação dos índices G/I e I/G de difícil
a queda da glicose observada nos
sim uma falência na função da célula
interpretação após a sobrecarga de
primeiros 15 minutos após o início
beta pancreática (23).
glicose (25).
do teste reflete a captação de glicose
O teste de tolerância oral à glico-
O teste de tolerância à insulina
pelos tecidos induzida pela insulina,
se, atualmente, consiste na ingestão
(KITT) foi a primeira técnica desen-
bem como a inibição da liberação de
oral de 75 gramas de glicose em
volvida para avaliar a sensibilidade
glicose pelo fígado (13).
cinco minutos, com determinações
à insulina de forma direta in vivo. O
da glicose e insulina a cada 15 ou
teste baseia-se na injeção em bolo de
30 minutos durante 2 ou 3 horas. A
0,1 U/Kg de insulina regular, sendo
razão entre glicemia e insulinemia
avaliada a taxa de decaimento da
em termos absolutos ou conside-
glicose ao longo de 15 minutos após
A síndrome metabólica vem ga-
rando o incremento sobre o basal é
a injeção de insulina. Esta queda da
nhando notoriedade cada vez maior
calculada para cada ponto da curva
glicose é determinada por dois fato-
no contexto da saúde mundial devido
e também para toda a curva. Quanto
res: supressão da produção hepática
a sua grande incidência na socie-
menor o incremento na glicose por
de glicose e pelo estímulo à captação
dade atual. Ela é caracterizada por
unidade de insulina, mais sensível
de glicose pelos tecidos insulino-
alterações clínicas e laboratoriais. A
será o indivíduo testado. Durante
-sensíveis. A interpretação do KITT
resistência à insulina promove uma
muitos anos, vários investigadores
se baseia em quanto mais rápida e
hiperinsulinemia compensatória, que
consideraram a razão insulina/gli-
intensa for a queda da glicose, mais
pode com o transcorrer do tempo
cose ou o Δ insulina/Δ glicose como
sensível o indivíduo é à insulina. O
ocasionar alterações no organismo.
um valioso índice da sensibilidade
índice corresponde à queda da glico-
Por este motivo o diagnóstico desta
corporal à insulina (24).
se expressa em %/minuto. Quanto
resistência é de alta relevância para
maior o KITT, maior a sensibilidade à
as pessoas portadoras ou predispostas
insulina (23).
à Síndrome Metabólica.
Vários problemas estão relacionados à interpretação dos índices
Considerações Finais
glicose/insulina (G/I) ou insulina/
As altas correlações encontradas
Todos os métodos discutidos neste
glicose (I/G). Em primeiro lugar, o
entre o KITT e clamps euglicêmicos e
estudo têm suas vantagens e desvan-
teste de tolerância à glicose é in-
hiperglicêmicos indicam uma possível
tagens quanto a sua utilização para
trinsecamente pouco reprodutível,
utilização deste método em pesquisa
determinar a resistência à insulina.
com variações chegando entre 25 e
clínica com relativa segurança e acu-
Os métodos diretos, onde se destaca o
30%. Segundo, a absorção de glicose
rácia. Em nosso meio, o KITT tem se
clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico,
124
NewsLab - edição 119 - 2013
são invasivos e dispendiosos, porém,
avaliar a resistência à insulina depen-
cia à insulina que possa ser incluído
fornecem com mais confiabilidade a
derá de cada laboratório ou centro de
nos exames de rotina disponíveis nos
ação tecidual da insulina. Por outro
estudo, levando em conta as condi-
serviços de saúde.
lado, os métodos indiretos onde se
ções financeiras e a disponibilidade
destaca o HOMA são mais baratos
de pessoal capacitado para realizar o
e de fácil execução, portanto, a sua
método escolhido.
utilização é mais recomendada em
estudos populacionais.
A escolha de uma das técnicas para
Correspondências:
Eduardo Glassen
[email protected]
Tamira Braida
[email protected]
Novos estudos devem ser realizados no intuito de padronizar um
método para diagnosticar a resistên-
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126
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Alterações Hematológicas em Pacientes com Hemoculturas
Positivas no Hospital Geral do Estado de Alagoas
João Paulo dos Santos1, Luiz Arthur Calheiros Leite2, Adriana Alexandre Brito3, Claudine Fernandes Omena Balin4,
Lucinéia de Oliveira Escobro5, Joelma Carvalho Santos6, Zenaldo Porfirio da Silva7
1 – Biomédico, Especialista em Hemoterapia e Imuno-hematologia, Departamento de Oncologia Clínica e Experimental,
Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP. Mestrando em Hematologia, Universidade
Federal de São Paulo, UNIFESP. Analista de Hemoterapia, Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein.
2 – Biomédico, Mestre em Ciências: Hematologia, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP,
Departamento de Bioquímica - Universidade Federal de Pernambuco
3 – Pós-graduação em Hematologia e Hemoterapia - Faculdade de Ciências Biológicas e
da Saúde - FCBS/Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL
4 – Microbiologia - Centro de Patologia e Medicina Laboratorial - Santa Casa, Maceió, AL
5 – Diagnose/Centro de Diagnóstico - Centro Universitário Cesmac, Maceió, AL
6 – Hematologia - Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL
7 – Microbiologia - Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde/Centro Universitário CESMAC
Resumo
Alterações hematológicas em pacientes com hemoculturas positivas no hospital geral do estado de Alagoas
Summary
Hematological findings in patients with positive
blood culture at the General Hospital of Alagoas
O presente estudo teve por objetivo correlacionar hemoculturas
This study aimed to correlate with positive blood cultures
positivas com as principais alterações hematológicas, assim como
with the hematological features and determine the prevalence
determinar a prevalência dos principais agentes bacterianos isola-
of the some bacterial agents isolated from patients admitted
dos em pacientes internados no hospital Geral de Alagoas (HGE).
to the Hospital of Alagoas. This retrospective study is being
Através deste estudo de caráter retrospectivo, foram realizadas
conducted in HGE from January 2008 to April 2009 with 1578
1.578 hemoculturas e isolados 118 pacientes com micro-organismos
patients. Most patients with positive blood cultures showed
patogênicos. Foi realizado no HGE no período de janeiro de 2008
leukocytosis (71.2%), neutrophilia (53.4%), left shift (61.8%),
a abril de 2009. A maioria dos pacientes com hemoculturas posi-
eosinopenia (59.3%), lymphopenia (87.3%) and normocytic
tivas apresentou leucocitose (71,2%), neutrofilia (53,4%), desvio à
and normochromic anemia (52,5%). Among the main agents,
esquerda (61,8%), eosinopenia (59,3%), linfopenia (87,3%) e anemia
there is coagulase negative Staphylococcus (32.2%), Sta-
normocítica e normocrômica (52,5%). Dentre os principais agentes
phylococcus aureus (15.2%) and enterobacteria were isolated
isolados, destaca-se o Staphylococcus coagulase negativo (32,2%),
in 73.7%, especially Klebsiella rinoscleromatis (15.2%), and
Staphylococcus aureus (15,2) e as enterobactérias que foram isoladas
Pseudomonas aeruginosa (5.1%). The present study shows the
em 73,7%, com destaque para Klebsiella rinoscleromatis (15,2%), e
importance of conducting further prospective studies analyzing
Pseudomonas aeruginosa (5,1%). Os dados obtidos demonstram a
the antimicrobial resistance profiles and associating them with
importância em se realizar novos estudos prospectivos, analisando os
the hematologic findings in order to correlate the possible
perfis de resistência microbiana e associando-os aos achados hemato-
cytopenias found in positive blood cultures with antimicrobial
lógicos, a fim de correlacionar as possíveis citopenias encontradas em
resistance profiles.
hemoculturas positivas com o perfil de resistência a antimicrobianos.
Palavras-chave: Sepse, bactérias Gram negativas, bactérias
Keywords: Sepsis, Gram-negative bacteria, Gram-positive
bacteria, blood cell count
Gram positivas, contagem de células sanguíneas
128
NewsLab - edição 119 - 2013
Introdução
D
porinas e os monobactâmicos (3, 5).
cular, redistribuindo o fluxo sanguíneo
Em resposta à invasão desses
e as hemácias interferindo na oferta
urante o andamento de uma
micro-organismos na corrente san-
infecção, micro-organismos
guínea, o organismo desenvolve a
Laboratorialmente, os achados
patogênicos podem ser iso-
Sepse associada a SIRS (Síndrome
habituais são a leucocitose, neutrofilia
lados na corrente sanguínea, como
da Resposta Inflamatória Sistêmica)
com aumento dos bastões e linfope-
bactérias, fungos, vírus e parasitas.
que manifesta-se por duas ou mais
nia. Ocasionalmente a neutropenia
A presença desses agentes leva o
das seguintes condições: 1) tempera-
também pode ocorrer principalmente
paciente a condições patológicas,
tura > 38ºC ou < 36ºC; 2) frequência
em população pediátrica (11). A ativa-
desenvolvida por bacteremia e
cardíaca > 90 bpm; 3) frequência res-
ção dos neutrófilos pode ser observa-
septicemia (1). O diagnóstico de
piratória > 20 ipm ou pCO< 32mmHg;
da através de alterações morfológicas
bacteremia consiste na detecção de
4) contagem de glóbulos brancos >
destas células, no sangue periférico,
bactérias viáveis na corrente sanguí-
12.000/mm³ ou < 4.000/mm³ ou
pela presença de granulações tóxicas,
nea, onde o modo mais sensível de
bastonetes > 10%. A principal con-
vacuolizações e/ou presença de corpos
detecção é através da realização de
sequência desse processo inflamatório
de Döhle (11-17).
hemoculturas (2).
e infeccioso é o comprometimento de
Eventualmente pode ocorrer leu-
de oxigênio aos tecidos (7).
Com relação aos aspectos epide-
muitos órgãos e o quadro de choque,
copenia, o que parece ter um mau
miológicos, os cocos gram-positivos
evoluindo para a síndrome da insufi-
prognóstico. A anemia é progressiva,
têm emergido como os principais
ciência de múltiplos órgãos acompa-
decorrente da diminuição da produção
agentes, destacando-se os Sta-
nhada de alta mortalidade (6).
de eritropoetina, bloqueio medular ou
phylococcus aureus, os estafilococos
As células fagocitárias (macró-
perda de sangue. A trombocitopenia
coagulase-negativos (ECN) e os ente-
fagos, monócitos, e granulócitos
ocorre devido a um consumo periférico
rococos (3). Embora o isolamento do
polimorfonucleares) e a ativação da
aumentado (infecção, drogas, CIVD),
ECN seja frequente, a diferenciação
via alternativa do complemento são
onde o quadro de coagulação intra-
entre bacteremia verdadeira e conta-
a primeira linha de defesa em casos
vascular disseminada (CIVD) pode se
minação permanece como um cons-
de infecção e bacteremia, atuando de
desenvolver pelo estímulo inflamatório
tante desafio para o clínico, uma vez
maneira não específica (7-9).
da coagulação. Mesmo com o quadro
que esses agentes constituem como
Os componentes da parede celular
clínico resolvido, a plaquetopenia pode
de bactérias gram negativas e o ácido
persistir, retornando aos seus valores
As bacteremias causadas por bac-
teicoico das bactérias gram positivas,
normais apenas três ou quatro sema-
térias gram-negativas têm se tornado
desencadeiam uma cascata inflama-
nas após o quadro (18).
menos frequentes no ambiente hospi-
tória liberando o Fator de Necrose
Neste contexto, este estudo teve
talar quando comparadas às bactérias
Tumoral alfa (TNF-α) e a Interleuci-
como objetivo descrever os principais
gram-positivas, sendo que entero-
na-1(IL-1), que estimulam intensa
micro-organismos isolados em he-
bactérias (bacilos gram-negativos)
resposta celular, com a liberação de
moculturas, avaliando as alterações
como a Eschericia coli, Klebsiella,
mediadores secundários, quimiotaxia
hematológicas encontradas em exa-
Pseudomonas, Enterobacter, Pro-
e ativação de granulócitos (9-10).
mes de pacientes hospitalizados no
colonizadores naturais da pele (4).
teus, Salmonella e Haemophilus
Os macrófagos ativados por libe-
merecem destaque, pois a mortalida-
ração de citocinas também secretam
de associada a estes agentes é maior.
muitos mediadores inflamatórios, tais
Isso ocorre porque as bacteremias
como leucotrienos e fator ativador
por gram-negativas são de difícil
plaquetário (PAF), além de ativar leu-
tratamento, com terapias limitadas
cócitos polimorfonucleares, onde tem
e muitas apresentam produção de
profundos efeitos no fluxo sanguíneo
Estudo retrospectivo, com pa-
beta-lactamases, enzimas com ativi-
da microcirulação (6). A aderência de
recer substanciado pelo Comitê de
dade de hidrólise que tornam inativas
polimorfonucleares ao endotélio cau-
Ética em Pesquisa da Faculdade de
uma grande variedade de antibióticos
sa estreitamento da microcirculação
Ciências Biológicas e da Saúde/
beta-lactâmicos, incluindo as cefalos-
causando aumento da resistência vas-
Centro Universitário CESMAC (nº
130
Hospital Geral de Alagoas (HGE-AL).
Casuística e Métodos
Casuística
NewsLab - edição 119 - 2013
1116/10), realizado no Centro de
Patologia e Medicina Laboratorial de
tubos contendo EDTA-K3, através de
metodologia automatizada, por meio
to, procedeu-se com a identificação
através de técnicas clássicas.
Alagoas (CPML), por análise dos dados
do contador LH 750 (Coulter). Para
de 1.578 prontuários fornecidos pela
observação da morfologia celular, foi re-
Comissão de Infecção do Hospital Ge-
alizada extensão sanguínea em lâmina,
Os dados de hemograma e hemo-
ral do Estado de Alagoas Dr. Osvaldo
de todos os pacientes que tinham solici-
culturas foram submetidos à avaliação
Brandão Vilela, hospital-Universidade
tação de hemocultura a fim de verificar
estatística para determinar a associação
Estadual de Ciências da Saúde de
a presença de granulações tóxicas em
das alterações hematológicas com a
Alagoas (UNCISAL).
neutrófilos e outras alterações.
presença dos diferentes micro-organis-
O período de estudo foi de Janeiro
Análise estatística
mos isolados em hemoculturas positivas
Processamento das hemoculturas
e assim correlacionar com os dados dos
identificar os casos de hemoculturas
As amostras de sangue foram
pacientes com micro-organismos gram-
positivas e negativas com posterior
solicitadas a critério médico, e para
-positivos com os gram-negativos. Para
confronto entre as alterações pre-
a colheita foram seguidas as normas
isso foi utilizado o teste não paramétrico
sentes nos exames hematológicos.
do hospital, fazendo-se assepsia do
de Mann-Whitney através do programa
Os 1.578 prontuários foram perten-
local com álcool iodado e evitando-se
SPPS, utilizando o nível de significância
centes a pacientes de ambos os sexos
a colheita no pico febril, já que nesse
de 5% (p <0,05).
e faixa etária variada, com seleção
momento o número de bactérias cir-
de 118 pacientes com hemoculturas
culantes diminui devido à fagocitose.
positivas e 118 pacientes com hemo-
Frascos contendo meio de Triptic Soy
culturas negativas. Além disso, foram
Broth-DIFCO (TSB) foram utilizados
comparados os dados hematológicos
para a coleta de hemocultura. Os fras-
Dos 1.578 prontuários analisados,
dos micro-organismos gram-positivos
cos identificados foram submetidos
118 (7,58%), apresentaram cresci-
com os gram-negativos.
à incubação de 37ºC, até o segundo
mento bacteriano. Os cocos gram-
dia, quando era realizada subcultura
-positivos corresponderam a 52,5%,
Análise do hemograma e
em placa contendo ágar-sangue e
sendo que os Staphylococcus coagu-
morfologia celular
de 2008 a Abril de 2009, a fim de
Resultados
lase negativo totalizaram 32,2%, e
havendo turvação, os frascos eram
o Staphylococcus aureus 15,2%. Ba-
alizados no Laboratório do CPML em
desprezados. Em caso de crescimen-
cilos gram-negativos representaram
Bactérias isoladas nas hemoculturas
ágar-chocolate; e no sétimo dia, não
Todos os hemogramas foram re-
Klebsiella pneumoneae
Klebsiella oxitoca
Citrobacter sp
Enterobacter sp
Serratia sp
Streptococcus pneumoneae
Proteus vulgaris
Proteus mirabilis
Klebsiella spp
Pseudomonas aeruginosa
Eschericia coli
Acinetobacter sp
Staphylococcus coagulase negativo
Klebsiella rinoscleromatis
Staphylococcus aureus
Klebsiella ozaenae
0 2 4 6 8 1012141618202224 26283032343638 40
Figura 1. Identificação das bactérias isoladas nas hemoculturas dos pacientes
132
NewsLab - edição 119 - 2013
47,6%, com destaque para Klebsiella
Foi observada anemia em 83,9%
do com a dispersão de hemoglobina,
rinoscleromatis (15,2%), e Pseudomonas aeruginosa (5,1%). Na Figura
dos pacientes com hemoculturas posi-
contagem de leucócitos e a distri-
tivas, sendo que as anemias microcíti-
buição da contagem de plaquetas.
1 está apresentada a identificação
ca e hipocrômicas somaram 16,9% e
Além disso, foi observada linfopenia
das bactérias isoladas nas hemo-
a anemia normocítica e normocrômica
(87,3%), eosinopenia (59,3%) e neu-
culturas dos pacientes. As espécies
52,5%. Foi encontrada microcitose
tropenia (5,08%). Ainda na análise
predominantes foram: Staphylococcus
isolada em 2,5%, macrocitose em
do leucograma, foi encontrado leuco-
coagulase negativo, Staphylococcus
0,8% e hipocromia em 13,5%. Nas
citose (71,2%), granulações tóxicas
aureus , Klebsiella rinoscleromatis e
Pseudomonas aeruginosa.
Figuras 2, 3 e 4 foi possível observar
(32,2%), neutrofilia (53,4%), desvio
a distribuição dos pacientes de acor-
à esquerda (61,8%).
16
13
10
7
4
1
-2
020406080100
120
Número de casos
Figura 2. Dispersão dos valores de hemoglobina em hemoculturas positivas
56.000
52.000
48.000
44.000
40.000
36.000
32.000
28.000
24.000
20.000
16.000
12.000
8.000
4.000
-
0 20406080100
120
Número de casos
Contagem de Plaquetas
Figura 3. Contagem de leucócitos de pacientes com hemoculturas positivas
900
850
800
750
700
650
600
550
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
0 20 40 60 80 100120
Número de casos
Figura 4. Distribuição da contagem de plaquetas em hemoculturas positivas
NewsLab - edição 119 - 2013
133
Tabela 1. Distribuição dos valores hematimétricos dos 118 pacientes com hemoculturas positivas
Parâmetro
Média
Desvio Padrão
Valor Mínimo
Valor Máximo
p
Eritrócitos
3,76
0,88
1,68
8,85
0,07
Hematócrito
31,19
6,68
13,6
45,9
0,08
Hemoglobina
10,35
2,24
4,62
15
0,06
VCM
82,48
11,83
20,58
105,24
0,21
HCM
27,80
2,83
17,45
37,52
0,09
CHCM
60,45
295,95
27,89
32,48
0,51
Leucócitos
14,23
8,21
1,95
50,66
0,11
Bastonetes
10,16
11,15
0
85
0,18
Segmentados
68,32
15,16
7
94
0,15
Linfócitos
14,01
12,42
0
64
0,21
Monócitos
5,42
3,95
0
23
0,17
Eosinófilos
2,38
3,74
0
23
0,27
Plaquetas
237,87
150,0
10
840
0,08
Tabela 2. Relação entre as características hematológicas dos 118 pacientes com hemocultura positiva (Grupo 1) com os 118 pacientes do
grupo negativo (Grupo 2)
Parâmetros
Grupo 1
Grupo 2
P
Eritrócitos
3,80 ± 0,90
4,50 ± 0,40
<0,001
Hematócrito
31,2 ± 6,7
38,6 ± 3,5
<0,001
Hemoglobina
10,4 ± 2,2
13,0 ± 1,2
<0,001
VCM
82,5 ± 11,8
85,5 ± 4,8
0,103
HCM
27,8 ± 2,8
28,9 ± 1,7
0,201
CHCM
32,7 ± 2,7
33,7 ± 1,0
0,255
Leucócitos
14,23 ± 8,20
6,72 ± 1,63
<0,001
Neutrófilos
78,6 ± 14,4
54,8 ± 7,6
<0,001
Linfócitos
14,0 ± 12,4
33,8 ± 7,6
<0,001
Monócitos
5,5 ± 3,9
3,1 ± 2,8
<0,001
Eosinófilos
2,4 ± 3,7
7,8 ± 1,8
<0,001
Plaquetas
239,9 ± 150,5
247,5 ± 60,0
0,052
*Valores de ambos os grupos foram expressos através da média e desvio padrão
Toda distribuição dos valores hematimétricos dos 118 pacientes com
hemoculturas positivas é mostrada
na Tabela 1.
14,23/µL) que os pacientes sem ICS
(Grupo 1) com os 118 pacientes do
(leucócitos 6,72/µL).
grupo negativo (grupo 2) está suma-
Além disso, o grupo com ICS apre-
riamente descrita na Tabela 2.
senta mais anemia (Hgb 10,4 g/dL)
Quando comparados os micro-
Quando comparados os dados
do que o grupo negativo que possua
-organismos isolados nas 118 hemo-
das 118 hemoculturas positivas com
média de Hgb dentro dos valores nor-
culturas positivas foi evidenciado que
as 118 negativas, verificou-se várias
mais ((Hgb 13,0 g/dL). Não houve di-
as bactérias gram positivas apresen-
diferenças entre as populações, mos-
ferença significante entre a contagem
tavam maior leucometria, com valor
trando que pacientes internados e que
de plaquetas quando comparados os
médio de neutrófilos bastonados infe-
exibem infecções de corrente sanguí-
grupos (p > 0,05). A relação entre as
riores aos exibidos nos hemogramas
nea (ICS) exibem frequentemente
características hematológicas dos 118
de bactérias gram-negativas, e os
maior leucometria média (leucócitos
pacientes com hemocultura positiva
demais parâmetros hematimêtricos
134
NewsLab - edição 119 - 2013
Tabela 3. Comparação entre os parâmetros hematimêtricos dos 118 pacientes com hemoculturas positivas, levando em conta os micro-oganismos
gram-postivos e os gram-negativos.
Parâmetros
Grupo
N
Média
Desvio padrão
P
Eritrócitos
GRAM+
58
3,80
1,0
0,732
GRAM-
60
3,70
0,8
Hematócrito
GRAM+
58
31,2
6,4
GRAM-
60
31,2
7,0
Hemoglobina
GRAM+
58
10,3
2,2
GRAM-
60
10,4
2,3
GRAM+
58
84,5
6,4
GRAM-
60
81,7
13,1
HCM
GRAM+
58
28,0
3,0
0,594
GRAM-
60
27,8
CHCM
GRAM+
58
33,1
2,1
0,315
GRAM-
60
33,3
1,3
GRAM+
58
15,5
2,6
GRAM-
59
17,4
6,0
Leucócitos
GRAM+
58
15,21
8,70
GRAM-
60
13,28
7,64
Neutrófilos
GRAM+
58
77,7
15,4
GRAM-
60
78,7
14,7
GRAM+
52
9,3
7,7
GRAM-
56
12,7
13,6
Segmentados
GRAM+
58
69,4
15,3
GRAM-
60
66,9
16,5
Eosinófilos
GRAM+
58
2,8
4,2
GRAM-
60
2,0
3,2
Monócitos
GRAM+
57
5,3
3,3
GRAM-
58
5,7
4,5
GRAM+
58
14,9
13,2
13,2
11,7
VCM
RDW
Bastões
Linfócitos
Plaquetas
57
256,2
136,0
GRAM-
58
223,7
163,1
significante. Os dados da comparação
entre os parâmetros hematimêtricos
dos 118 pacientes com hemoculturas
positivas, levando em conta os micro-oganismos gram-postivos e os gram-negativos estão contidos na Tabela 3.
Discussão
Dentre os micro-organismos isola-
136
0,712
0,382
2,7
GRAM+
não mostraram qualquer diferença
0,878
0,024
0,161
0,716
0,233
0,374
0,430
0,946
0,394
0,062
dos em hemoculturas, os ECN são os
entanto, apresentam maior morbidade
mais comuns e constituem agentes
devido à dificuldade no tratamento,
desafiadores ao clínico, uma vez que
terapias limitadas e maior tempo de
sua presença pode indicar contamina-
hospitalização (3-5). Nesse estudo,
ção já que são agentes integrantes da
as enterobactérias foram isoladas em
microbiota normal da pele (4). Nossos
47,6% dos casos com destaque para
resultados demonstraram a frequência
de ECN nas hemoculturas positivas
Klebsiella rinoscleromatis (15,2%) e
Pseudomonas aeruginosa (5,1%),
em 32,2% casos, exibindo frequência
sendo este dado relevante, pois não
inferior ao encontrado na literatura.
condiz com a literatura. Além disso,
Hemoculturas positivas para ente-
esses patógenos comumente apre-
robactérias são pouco frequentes, no
sentam resistência a antimicrobianos
NewsLab - edição 119 - 2013
e alta taxa de morbi-mortalidade,
Já a trombocitopenia observada em
Vale ressaltar que este grupo exi-
leucocitose, neutrofilia, desvio à es-
hemoculturas positivas é evidenciada
bia maior médio de bastonetes (12%)
querda, anemia e outros achados ca-
provavelmente devido ao consumo
que os pacientes do grupo gram-ne-
racterísticos de infecções de corrente
periférico aumentado e totalizaram
gativo. Os dados obtidos demonstram
sanguínea (ICS).
33,9% dos casos, não apresentando
a importância em se realizar novos
valor médio inferior a 150.000 células.
estudos prospectivos, analisando os
quentemente encontradas em pacien-
Os resultados expuseram correla-
perfis de resistência microbiana e
tes com hemoculturas positivas são a
ção entre a presença de hemoculturas
associando-os aos achados hema-
leucocitose, neutrofilia, aumento dos
positivas (decorrentes principalmente
tológicos, a fim de correlacionar as
bastões e linfopenia (11). O presente
de Staphylococcus coagulase negati-
possíveis citopenias encontradas em
estudo evidenciou também essas
vo, Staphylococcus aureus e Klebsiella
hemoculturas positivas com o perfil de
alterações, além da presença de gra-
rhinoscleromatis), com quadros de
resistência a antimicrobianos.
nulações tóxicas (32,2%) e anemia
leucocitose, leucopenia, granulações
em 83,9% dos casos. A anemia mi-
tóxicas, neutrofilia, desvio à esquerda,
crocítica e hipocrômica foi observada
linfopenia, eosinopenia e anemia nos
Correspondências para:
em 16,9%, enquanto que a anemia
pacientes analisados, sendo a anemia
João Paulo dos Santos
normocítica e normocrômica foi a mais
normocítica e normocrômica o tipo
[email protected]
prevalente, com 52,5% dos casos.
predominante.
As alterações hematológicas fre-
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138
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Hepatites Virais: Soroprevalência em um Pronto-Atendimento
Médico de Santa Maria, RS
Mariana Preussler Mott1, Thaíse Martins Stangerlin1, Alencar Kolinski Machado1, Rafael Arrua da Silveira2, Graziela Maria Schuh3
1 – Acadêmica do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS
2 – Sócio-proprietário do Laboratório de Análises Clínicas Oswaldo Cruz, Santa Maria, RS
3 – Professora do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS
Estudo realizado no Laboratório de Análises Clínicas que presta serviço ao Pronto Atendimento Médico de Santa Maria, RS
Summary
Resumo
Hepatites virais: soroprevalência em um pronto-
Viral hepatitis: seroprevalence in an emergency
medical department of Santa Maria, RS
-atendimento médico de Santa Maria, RS
As hepatites virais constituem um importante problema de saú-
Viral hepatitis is a major public health problem in Brazil
de pública no Brasil e no mundo. Segundo estimativas, bilhões de
and worldwide. It is estimated that billions of people have
pessoas já entraram em contato com algum dos vírus causadores
contacted any of the viruses causing hepatitis and million
da hepatite e milhões são portadores crônicos deste vírus. Devido à
are chronic carriers of this virus. Due to the high incidence
grande incidência de hepatites virais, principalmente as causadas
of viral hepatitis, especially those caused by Hepatitis A
pelos Vírus da Hepatite A (HAV), Vírus da Hepatite B (HBV) e Vírus
Virus (HAV), Hepatitis B Virus (HBV) and Hepatitis C Virus
da Hepatite C (HCV), foi realizado um levantamento de dados para
(HCV) was a survey data to assess the number of cases of
avaliar o número de casos de pacientes infectados pelos três prin-
patients infected by the three main types that cause viral
cipais tipos virais causadores da hepatite, atendidos em um Pronto-
hepatitis treated at an Emergency Department Medical of
-Atendimento Médico de Santa Maria, RS, entre 2010 e 2011. Foram
Santa Maria - RS, between 2010 and 2011. 1014 requests
analisadas 1.014 solicitações dos exames imunológicos para HAV,
were analyzed for immunologic studies of HAV, HBV and
HBV e HCV. Destas, 3,5% (36/1014) apresentaram-se positivas para
HCV, these 3.5% (36/1014) were positive for one of the
um dos vírus. Também foram avaliados os marcadores sorológicos
viruses. We also evaluated the serological markers for HBV,
para o HBV, mostrando que 1,18% (12/1.014) apresentaram-se
showing that 1.18% (12/1014) were reactive for anti-HBc
reagentes para anti-HBc e 0,39% (4/1.014) para HBsAg, não
and 0.39% (4/1014) for HBsAg, with no positive tests for
havendo positividade para os testes anti-HBc IgM, anti-HBc IgG e
anti- HBc IgM, IgG anti-HBc and anti-HBe. The results indi-
anti-HBe. Os resultados indicam maior prevalência das hepatites B
cate a higher prevalence of hepatitis B and C, which are
e C, as quais são consideradas os tipos mais graves, podendo levar
considered the most serious types, which may lead to the
ao desenvolvimento de cirrose ou hepatocarcinoma.
development of cirrhosis or liver cancer.
Palavras-chave: Prevalência, HAV, HBV, HCV
inflamação tem caráter infeccioso o
tites Virais, ficando os mais comuns
agente etiológico é a infecção pelos
agrupados de acordo com o modo de
s doenças endêmico-epidê-
vírus da hepatite (1). Segundo da-
transmissão: fecal-oral [vírus da he-
micas continuam sendo um
dos do Ministério da Saúde, desde
patite A (HAV) e Hepatite E (HEV)] e
Introdução
A
Keywords: Prevalence, HAV, HBV, HCV
grande desafio para o Bra-
1999 até 2010 já foram notificados
parenteral [vírus da hepatite B (HBV),
sil. Dentre estas infecções estão as
307.446 casos de hepatites virais no
C (HCV) e D (HDV)]. As principais
hepatites, as quais causam inflama-
Brasil (2).
características que diferenciam esses
ção no fígado, podendo originar-se
São descritos atualmente sete
vírus é a capacidade de proporcionar o
por diferentes fatores. Quando esta
tipos de vírus causadores das Hepa-
desenvolvimento de infecções crônicas
140
NewsLab - edição 119 - 2013
e da possibilidade de induzir relevante
tornam alarmantes, pois é fornecida
exames imunológicos das três prin-
comprometimento sistêmico (3).
à população a vacina contra o HBV
cipais hepatites virais (Hepatite A,
gratuitamente, mostrando-se extre-
B e C). Os marcadores sorológicos
mamente eficaz (7).
avaliados para a hepatite A e C foram,
Estes vírus possuem como característica o tropismo pelos hepatócitos, local onde há a replicação viral. Apresen-
Já o HCV é constituído por uma
respectivamente, anti-HAV e anti-HCV.
tam várias formas de infecção clínica,
fita simples de RNA pertencente à
Já para a hepatite B foram avaliados o
como assintomático, aguda e crônica,
família Flaviridae. Sua transmissão
anti-HBc, HBsAg, Anti-HBe, Anti-HBc
podendo causar até mesmo cirrose ou
é por contato direto, percutâneo ou
IgM e Anti-HBc IgG.
carcinoma hepatocelular, dependendo
através de sangue contaminado. Um
O anticorpo Anti-HBs não foi
do tipo de vírus envolvido (1).
fato preocupante é que a maioria das
incluído no estudo, uma vez que este
O HAV é um vírus de RNA per-
infecções pelo HCV é assintomática,
pode estar associado tanto à imuniza-
tencente à família Picornavírus. Sua
aumentando a chance de transmissão
ção pela vacina quanto pela infecção
forma de transmissão é por via fecal-
e gravidade da doença (8).
viral pelo HBV, assim não há definição
-oral, estando relacionado o nível so-
Devido à grande prevalência de
cioeconômico da população como um
casos de hepatites virais, foi realizado
dos principais fatores de risco (4). No
um levantamento de dados para ava-
Brasil ainda é considerado como o tipo
liar o número de casos de pacientes
viral mais comum, pois segundo o Mi-
infectados pelos três principais tipos
nistério da Saúde, entre 1999 e 2010
de vírus causadores de hepatites em
130.354 indivíduos foram infectados
pacientes atendidos em um Pronto-
Avaliando 1.014 pacientes, obser-
por este vírus, representando 68,7%
-Atendimento Médico de Santa Maria,
vou-se que 96,4% (978/1.014) foram
dos casos notificados no país (2).
RS, entre 2010 e 2011.
negativos para o diagnóstico soroló-
O HBV está classificado na família
Hepadnaviridae, possuindo uma dupla
hélice incompleta de DNA. Sua forma
de infecção quando este marcador
apresenta-se reagente.
Resultados
gico dos vírus causadores das três
Material e Método
de transmissão é fundamentalmente
hepatites virais, mais importantes e
frequentes e que 3,55% (36/1014)
apresentaram-se reagentes. Desses
através da via sexual como também
O estudo foi desenvolvido em um
pacientes que foram positivos para
por via parental. É considerado como
Pronto-Atendimento Médico de Santa
o diagnóstico imunológico para um
o mais importante causador de doença
Maria, RS, no período de agosto de
dos vírus, 0,39% (4/1.014) apresen-
sexualmente transmissível (DST). A
2010 a agosto de 2011, totalizando
taram-se reagentes para a hepatite
maioria dos pacientes que apresen-
um ano. Foi realizada uma análise
A, 1,57% (16/1.014) para hepatite B
tam este patógeno não desenvolve
retrospectiva de 1.014 pacientes,
e 1,57% (16/1014) para hepatite C
doença hepática ativa, mas a infecção
sendo analisados os resultados dos
(Figura 1). Para os pacientes positi-
persistente pode evoluir para a cirrose
hepática, insuficiência hepática e car-
0,39%
cinoma hepatocelular (5).
A Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 2
bilhões de pessoas já entraram em
contado com o HBV. Sendo que 325
HAV
1,57%
HBV
milhões possuem a infecção na fase
crônica, estima-se que muitos indiví-
HCV
duos infectados são assintomáticos
e que muitas infecções sintomáticas
não são notificadas. Segundo o Mi-
1,57%
nistério da Saúde (6), cerca de 15%
da população brasileira já entrou em
contato com esse vírus. Estes dados se
142
Figura 1. Prevalência dos três tipos virais de hepatites de pacientes atendidos em um ProntoAtendimento Médico de Santa Maria, RS, no período de 2010/2011
NewsLab - edição 119 - 2013
do HBV é de 3,25%, estando acima
da identificada em nossa população
1,40%
que foi de 1,57%. Entretanto, a
soropositividade do HCV em nosso
1,20%
estudo que foi de 1,57%, é superior
1,00%
HBsAg
0,80%
à encontrada entre os doadores de
sangue em Santa Maria, RS, a qual
foi de 0,69% (10). Estes resultados
0,60%
mostram que apesar destes levantamentos epidemiológicos serem na
0,40%
mesma cidade, há diferença entre
0,20%
as populações estudadas, havendo
0,00%
assim diferença na prevalência das
hepatites virais entre os doadores
Figura 2. Soroprevalência dos marcadores sorológicos para o HBV (Anti-HBc, HBsAg, AntiHBe, Anti-HBc IgM e Anti-HBc IgG) de pacientes atendidos em um Pronto-Atendimento Médico
de Santa Maria, RS, no período de 2010/2011
de sangue e os pacientes atendidos
em um Pronto-Atendimento Médico.
Os resultados encontrados corroboram com o estudo desenvolvido
no hemocentro de Ribeirão Preto, SP,
vos para o HBV foram analisados os
sultado semelhante foi encontrado
onde a frequência da hepatite C foi
seguintes marcadores sorológicos:
no estudo realizado em 2005 pelo
de 1,2%. Já a hepatite B apresentou-
HbsAg, que apresentou-se reagente
Hemocentro de Santa Maria, RS, que
-se mais elevada que em nosso estu-
em 0,39% (4/1.014) dos casos, e o
evidenciou prevalência de 6,52% en-
do, pois em 9,32% das bolsas houve
Anti-HBc, que positivou em 1,18%
tre os doadores de sangue (10).
reatividade para este tipo viral (12).
(12/1.014). Porém, os exames Anti-
Segundo dados publicados em
A prevalência encontrada de indi-
-HBc IgM, Anti-HBc IgG e Anti-HBe,
2010 pelo Ministério da Saúde (2), a
víduos infectados pelo HCV (1,57%) é
não apresentaram-se reagentes
prevalência global de infectados pelo
preocupante, pois tanto a forma aguda
nos casos em que o clínico solicitou
HAV no Brasil é mais elevada que os
quanto a crônica são assintomáticas,
(Figura 2).
outros tipos virais, porém, na região
aumentando assim o risco de trans-
sul os tipos virais mais frequentes são
missão (13). Segundo estimativas
o HBV e HCV.
da Organização Mundial da Saúde,
Discussões
Estes dados foram evidenciados
cerca de 170 milhões de pessoas são
nesta pesquisa, pois a prevalência de
portadores crônicos, fato este que
Mesmo apresentando variações
infectados pelo HAV foi menor que
tem levado as autoridades de saúde
importantes de incidência e pre-
a encontrada pelos outros tipos. To-
pública a considerar a hepatite C como
valência, de acordo com a região
davia, isso pode ser justificado pelo
a grande pandemia do século 21, além
geográfica, nível socioeconômico
fato da maioria dos exames imunoló-
de ser considerada a primeira causa de
e cultural da população estudada,
gicos solicitados serem para adultos
transplante hepático em vários países
as hepatites virais representam um
e este tipo viral é predominante em
do mundo (14).
problema de saúde em praticamente
crianças e adolescentes. Uma vez
Obtivemos maiores casos de po-
todos os países do mundo, principal-
que vários estudos epidemiológicos
sitividade de anti-HBc do que HBsAg,
mente em países subdesenvolvidos
identificam que a população infanto-
corroborando com vários estudos
ou em desenvolvimento como o
-juvenil é considerada como o prin-
realizados nesta mesma região (10,
Brasil (3).
cipal grupo de risco para a aquisição
15). O HBsAg é o antígeno de super-
deste patógeno, devido ao modo de
fície do HBV, aparece no sangue em
transmissão do vírus (11).
aproximadamente seis semanas após
O número total de infectados em
nosso estudo (3,55%) está acima do
verificado para a região sul do Brasil,
Machado e Zuravski (10) des-
a exposição ao vírus, antes do apareci-
o qual fica entre 0,5% a 1,1%. Re-
crevem ainda que a soroprevalência
mento dos sintomas da infecção (16).
144
NewsLab - edição 119 - 2013
Já o anti-HBc é o anticorpo produzido
a população. Além da necessidade de
nestas fragilidades podem ser elabora-
contra antígenos do nucleocapsídeo
equipes aptas a identificar casos sus-
dos para melhor atender à população.
(core) do vírus, é útil para detectar
peitos, solicitar exames laboratoriais
pacientes que tiveram contato com
adequados e realizar encaminhamen-
este patógeno, pois muitas vezes a
tos a serviços de referência dos casos
Agradecemos a colaboração e
infecção é assintomática (17).
identificados, auxiliando no tratamen-
disponibilidade do Laboratório de Aná-
to dos pacientes.
lises Clínicas Oswaldo Cruz de Santa
Identificar e diagnosticar as hepatites virais é uma importante questão
As pesquisas de soroprevalência
de saúde pública, que exige mobili-
contribuem para a identificação do
zação, capacitação e constante troca
perfil populacional, pois não são to-
de informações sobre transmissão,
dos os municípios que recebem as
tratamento e consequências da in-
mesmas ações comunitárias de saúde
fecção entre profissionais da saúde e
pública. Dessa forma, projetos focados
Agradecimentos
Maria, RS.
Correspondências para:
Graziela Maria Schuh
[email protected]
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146
NewsLab - edição 119 - 2013
Artigo
Prevalência de Enteroparasitoses em
Escolares no Município de Osório, RS
Sara Tedesco Abrahão, Andréia Maria Ida Sopelsa
Universidade Feevale, Instituto de Ciências da Saúde, Laboratório
de Biomedicina - Setor de Parasitologia, Novo Hamburgo, RS
Resumo
Prevalência de enteroparasitoses em escolares no
Município de Osório, RS
Summary
Prevalence of intestinal parasites in school
children in the City of Osório, RS
As doenças parasitárias são frequentes na população mundial
Parasitic infections are frequent in the world population
e responsáveis por um alto índice de morbidade e mortalidade,
and responsible for a high rate of morbidity and mortality,
particularmente nos países em desenvolvimento. As enteroparasi-
particularly in developing countries. The parasitic infections
toses acometem principalmente as crianças em idade escolar, por
affect mainly school children, they present a less competent
apresentarem um sistema imunológico menos competente. São
immune system. They are infestations that can trigger
infestações que podem desencadear alterações no desenvolvimento
development, physical condition, psychosomatic and social
e no estado físico, psicossomático e social, interferindo diretamente
changes, directly interfering in quality of life of their carriers,
na qualidade de vida de seus portadores, gerando deficiência no
creating learning and functional disability. Parasitic infections
aprendizado e incapacidade funcional. As parasitoses são consequ-
are consequences of various environmental changes, but
ências das várias mudanças ambientais, mas possuem associação
they have a close association with human behavior, which
íntima com o comportamento humano, podendo este atuar como
may act as a preventive or transmitter. This study objective
preventivo ou transmissor. O objetivo do presente estudo foi realizar
was to conduct a survey about the prevalence of intestinal
um levantamento sobre a prevalência de enteroparasitoses em crian-
parasites in school children in the city of Osorio-RS, to adopt
ças em idade escolar na cidade de Osório-RS, para a adoção de
preventive measures, in view of the lack of prevalence rates
medidas preventivas, tendo em vista o desconhecimento das taxas
in the city. We analyzed 59 samples of school children faeces
de prevalência neste município. Foram analisadas 59 amostras de
of both sexes, aged between 6 and 11 years, students from
fezes de escolares, de ambos os sexos, com idades entre seis e 11
first to fifth year of elementary education at public schools,
anos, estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental
being one sample of each student. These were processed
de escolas públicas, sendo uma amostra de cada aluno. Estas
through the spontaneous sedimentation method or HPJ and
foram processadas através dos métodos de HPJ ou sedimentação
of modified Faust. Of the 59 samples, only six (10.3%) were
espontânea e de Faust modificado. Das 59 amostras, apenas seis
positive for Entamoeba coli and Endolimax nana cystis. The
(10,3%) estavam positivas para cistos de Entamoeba coli e cistos
low prevalence rate may have been due to the low number
de Endolimax nana. A baixa taxa de prevalência pode ter sido
of participants, the analysis of only one sample per student
devido ao baixo número de participantes, à análise de apenas uma
or because of the low prevalence possibly be linked to
amostra por aluno ou pelo fato da baixa prevalência, possivelmente,
improvements in health and in preventive measures, adopted
estar associada à melhoria nas condições sanitárias e nas medidas
in the area surveyed.
preventivas, adotadas na região pesquisada.
Palavras-Chave: Prevalência, enteroparasitoses, escolares
148
Keywords: Prevalence, intestinal parasites, school children
NewsLab - edição 119 - 2013
Introdução
ou ainda pela penetração de larvas
cofatores da mortalidade infantil, con-
pela pele e mucosas. A oportunidade
siderando que infecções por parasitas
s doenças parasitárias são
de infecção por um ou vários para-
intestinais podem afetar o equilíbrio
frequentes na população
sitas intestinais é universal, devido
nutricional, induzir ao sangramento
mundial e são responsáveis
à disseminação desses agentes e à
intestinal causando anemia (ancilos-
por um alto índice de morbidade e
facilidade com que são transmitidos
tomídeos), má absorção de nutrientes,
mortalidade, particularmente nos
(7, 8, 17, 18).
diarreia crônica (Entamoeba histolyti-
A
países em desenvolvimento (1, 2, 3).
A transmissão também é facilitada
ca e Giardia lamblia), além de compe-
As enteroparasitoses ou parasi-
pelo aumento do contato pessoa a
tir pela absorção de micronutrientes,
toses intestinais acometem princi-
pessoa, propiciado pelos ambientes
reduzir a ingesta alimentar causando
palmente as crianças em idade es-
fechados como asilos e creches (19),
desnutrição (Ascaris lumbricoides e
colar, por apresentarem um sistema
ou através do contato interpessoal
Trichuris trichiura), causar complica-
imunológico menos competente. São
com pessoas infectadas que habitam
ções cirúrgicas como prolapso retal,
infestações que podem desencadear
a mesma residência (9). Ou ainda,
obstrução intestinal (Trichuris tri-
alterações no desenvolvimento e no
pelos manipuladores de alimento que
chiura e Ascaris lumbricoides), dores
estado físico, psicossomático e social,
podem ser importantes veiculado-
abdominais e abscesso intestinal, em
interferindo diretamente na qualidade
res na disseminação dos parasitas,
caso de uma superpopulação, poden-
de vida de seus portadores, gerando
pois qualquer falha na higiene, na
do levar o indivíduo à óbito (4, 5, 11,
deficiência no aprendizado e incapa-
preparação e na forma de consumo
12, 18, 23).
cidade funcional (4-7).
dos alimentos, pode acarretar a con-
Para um diagnóstico parasitológico
taminação dos mesmos e viabilizar a
preciso, é importante levar em con-
transmissão (9, 20).
sideração fatores que condicionam
A intensidade e a disseminação
das doenças parasitárias estão intimamente relacionadas com as condi-
O convívio com os animais pode
as parasitoses, como o mecanismo
ções de saneamento básico precárias,
constituir um fator de risco para a
de transmissão, a biologia, o clima
o baixo nível socioeconômico e cul-
contaminação por parasitas (9).
e as condições sanitárias, além da
tural, a falta de orientação sanitária,
As infecções parasitárias intesti-
as baixas condições de higiene, a
nais são em sua maioria assintomá-
O diagnóstico laboratorial é feito
idade e com locais de aglomerações
ticas e, quando determinam alguma
através do exame parasitológico de
tais como creches, escolas, asilos e
sintomatologia, esta é geralmente
fezes, que identifica os agentes pa-
orfanatos, pela facilidade de conta-
discreta e inespecífica, tais como
rasitários, pois frequentemente estes
minação e disseminação, e podem
anorexia, irritabilidade, distúrbios do
agentes liberam os seus ovos junto
contribuir de forma significativa para
sono, náuseas, vômitos ocasionais,
com as fezes do hospedeiro, que é um
uma maior prevalência de parasitoses
dor abdominal e diarreia, não sendo
veículo normal de disseminação para
intestinais na faixa etária considerada
muitas vezes diagnosticadas clinica-
o meio externo (3, 24).
(1, 8, 9, 10).
mente (21, 22).
patogenia (2).
A prevenção é a melhor forma
Dentre os helmintos, os mais fre-
Os parasitas são divididos em dois
de evitar a infecção por parasitas.
quentes são os nematelmintos Ascaris
grupos: protozoários e helmintos.
Portanto, medidas como a melhoria
lumbricoides, Trichuris trichiura, os
Os protozoários são organismos uni-
das condições sanitárias e melhor de-
ancilostomídeos e o Enterobius ver-
celulares que se multiplicam muito
senvolvimento econômico, são funda-
miculares. Dentre os protozoários
rapidamente e podem resultar em
mentais para que haja a diminuição da
destacam-se a Entamoeba histolytica/
doenças graves se não combatidos.
prevalência de enteroparasitoses (7).
dispar, a Giardia lamblia, o Endolimax
Em contrapartida, os helmintos são
Sendo assim, é necessário iden-
nana e a Entamoeba coli (4, 11-16).
pluricelulares e apresentam um ciclo
tificar, tratar e prevenir as infecções
A transmissão dos parasitas geral-
de vida mais complexo que os proto-
parasitárias, a fim de evitar prová-
zoários (8).
veis epidemias e formação de novas
mente é fecal-oral, isto é, a infecção
acontece pela ingestão de ovos ou
Apesar de isoladamente não apre-
áreas endêmicas. Os estudos deste
cistos, através de alimentos, água
sentarem alta letalidade, as enteropa-
problema de saúde pública esbarram
ou objetos contaminados com fezes,
rasitoses podem ser analisadas como
na necessidade de conhecimento da
NewsLab - edição 119 - 2013
149
realidade e dos fatores de risco que fa-
positivos, foram encaminhados para
vorecem o surgimento, a manutenção
tratamento médico adequado.
A Endolimax nana é a ameba
de menor tamanho encontrada no
e a propagação desses agentes. Além
Os dados e laudos dos escolares
intestino humano e, em indivíduos
disso, o diagnóstico através do exame
participantes serão armazenados du-
imunodeprimidos, pode tornar-se
parasitológico de fezes é indispensável
rante cinco anos e após, incinerados.
patogênica. A Entamoeba coli é uma
para a exata avaliação da atividade
Os dados foram plotados em plani-
ameba não patogênica que habita
dos diferentes agentes terapêuticos
lhas no programa Microsoft Office Ex-
o intestino grosso, locomovendo-se
utilizados (1, 9, 12).
cel 2007 e foram avaliados através do
por pseudópodos (30). A transmissão
teste paramétrico Qui-quadrado (c ).
destas espécies de amebas ocorre
O objetivo do presente estudo foi
2
realizar um levantamento sobre a
pela ingestão de água e alimentos
prevalência de enteroparasitoses em
contaminados. As amebas parasitam
crianças em idade escolar na cidade de
Osório-RS, para a adoção de medidas
preventivas.
Metodologia
Resultados e Discussão
Foram analisadas amostras de
o intestino do homem, sendo que a
Endolimax nana e a Entamoeba coli
são espécies comensais (21, 30, 31).
fezes de 59 escolares, de ambos os
A prevalência de enteroparasitoses
sexos, com uma média de 8,5 anos
está correlacionada às faixas etárias
de idade, estudantes do primeiro ao
mais baixas ou à subnutrição, prove-
quinto ano, de três escolas públicas
nientes de comunidades cujas condi-
Trata-se de um estudo transversal
da cidade de Osório, RS. Estas escolas
ções socioeconômicas são precárias
comparativo. Este trabalho foi aprova-
se encontravam em pontos distintos
(29). No estado do Rio Grande do
do pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
da cidade.
Sul, os resultados variam para altas
Universidade Feevale sob o número
Destes 59 escolares avaliados,
2.13.03.11.2044. Os pais dos alunos
em seis amostras (10,3%) obteve-
e baixas prevalências.
Em um estudo realizado em es-
ou responsáveis foram informados
-se positividade. Foram encontrados
colas da periferia de Porto Alegre,
sobre o objetivo da pesquisa e foram
cistos de Entamoeba coli e cistos de
foram avaliadas 191 amostras de fezes
convidados a participarem e a assina-
Endolimax nana, ambos comensais,
através do método de sedimentação
rem um Termo de Consentimento Livre
sem relevância para fatores como
espontânea. Desse total, 69 amostras
e Esclarecido. As crianças receberam
idade, sexo, série ou a escola dos in-
(36%) apresentaram resultado posi-
informações sobre a importância do
divíduos participantes da pesquisa. Os
tivo ao exame parasitológico de fezes
exame.
cistos foram encontrados quando se
para um ou mais parasitas intestinais,
O projeto teve um total de 59
utilizou ambos os métodos, Hoffman,
sendo que foram encontrados cistos
participantes, de ambos os sexos e
Pons & Janer e Faust modificado. As
de Entamoeba sp. em 15 destas
com idade entre seis e 11 anos, cur-
lâminas foram analisadas em duplicata
amostras, além de outros parasitas
sando do primeiro ao quinto ano do
(Tabela 1).
como Ascaris lumbricoides, Trichuris
Ensino Fundamental Inicial de escolas
públicas da cidade de Osório-RS. Foi
analisada uma amostra de fezes de
cada aluno.
As amostras de fezes coletadas
foram processadas e analisadas no Setor de Parasitologia do Laboratório de
Biomedicina da Universidade Feevale
através das técnicas de Hoffman, Pons
Tabela 1. Resultados do estudo
Escolas
N° de
amostras
Amostras
positivas
Escola 1
23
2
Escola 2
12
2
Escola 3
24
2
Total
59
6
& Janer ou sedimenteção espontânea
(25) e de Faust modificado (26).
Os alunos receberam posteriormente laudos com os resultados e
aqueles que obtiveram resultados
150
Observado
Cistos de Entamoeba coli
e Endolimax nana
Cistos de Entamoeba coli
e Endolimax nana
Cistos de Entamoeba coli
e Endolimax nana
-
Métodos utilizados
HPJ e Faust
HPJ e Faust
HPJ e Faust
-
NewsLab - edição 119 - 2013
trichiura, Hymenolepis nana e Giardia
Entamoeba coli (24,4%). Além deles,
dois métodos utilizados encontraram-
lamblia (32). Em outro estudo realiza-
Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides
-se os mesmos cistos parasitários,
do em Erechim-RS durante o período
e Enterobius vermiculares também
confirmando o fato de que o uso de
de 2004 a 2008, foram avaliadas 235
foram observados.
mais de um método auxilia na confir-
amostras fecais de crianças de uma
A baixa prevalência de parasitas
entidade assistencial, pelos métodos
encontrada em nosso estudo pode ter
mação de diagnósticos.
A higiene pessoal, como tomar
direto e a fresco e pela técnica de con-
sido devido ao número de amostras
banho todos os dias, lavar as mãos
centração em MIF e, destas, 128 apre-
analisadas (59), pois inicialmente foi
antes das refeições e após a defeca-
sentaram positividade para os parasi-
estimado em torno de 230 amostras,
ção, cortar as unhas, andar calçado,
tas pesquisados, dentre eles, cistos de
porém, apesar das recomendações
dentre outras medidas básicas, são
Entamoeba coli foram encontrados em
sobre a importância desse tipo de
necessárias para uma boa saúde.
28,9% das amostras, além de Giardia
exame feita às crianças, houve pouco
Esses fatores são importantes na
lamblia e Ascaris lumbricoides (8).
retorno tanto dos escolares quanto
redução dos riscos de infecções por
Contudo, em um estudo realizado
de seus responsáveis, com relação
parasitas em qualquer faixa etária e,
na cidade de Sananduva, RS (33)
à participação no projeto. Também
especialmente, entre as crianças (9).
foram analisados os resultados de
poderia estar relacionada ao número
546 exames parasitológicos de fezes
de amostras coletadas, pois foi so-
realizados em um Laboratório de Aná-
mente uma por aluno e muitos autores
Deixo expressos meus sinceros
lises Clínicas, que atende à população
recomendam o exame de amostras
agradecimentos ao Laboratório de
da região. Foram usados os métodos
coletadas em dias diferentes, para
Biomedicina da Universidade Feevale
de exame direto a fresco e o método
aumentar a sensibilidade na detecção
pela receptividade e acolhida ao desen-
de Blagg ou MIFC. Destes, 44 (8,1%)
de estruturas parasitárias (3). Outro
volvimento deste trabalho e as escolas
foram positivos para parasitas intesti-
fator importante pode estar associado
que colaboraram para o mesmo.
nais e 502 (91,9%) apresentaram re-
à melhoria nas condições sanitárias e
sultados negativos, índice considerado
nas medidas preventivas, adotadas na
baixo quando comparado com dados
região pesquisada.
de estudos encontrados na literatura.
Apesar de encontrarmos um baixo
Nesse estudo, os parasitas prevalen-
número de amostras positivas, obser-
tes foram Endolimax nana (44,4%) e
vou-se que, nas seis amostras, com os
Agradecimentos
Correspondências para:
Sara Tedesco Abrahão
[email protected]
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154
NewsLab - edição 119 - 2013
AGENDA
2013 ASCP ANNUAL MEETING
ANALITICA LATIN AMERICA
Data: 18 a 21 de setembro
Feira Internacional de Tecnologia para
Local: Chicago (EUA)
Laboratórios, Análises, Biotecnologia e
Realização: American Society for Clinical
Controle de Qualidade
Pathology
Data: 24 a 26 de setembro
Informações: www.ascp.org
Local: Transamerica ExpoCenter. São Paulo. SP
11TH INTERNATIONAL CONGRESS ON
INFLAMMATION
XXXVIII Brazilian Congress of Immunology
27º CONGRESSO BRASILEIRO DE
MICROBIOLOGIA
Data: 21 a 25 de setembro
Data: 29 de setembro a 03 de outubro
Local: Natal. RN
Local: Centro de Convenções de Natal. Natal. RN
Realização: Sociedade Brasileira de
Realização: Sociedade Brasileira de
Imunologia
Microbiologia – SBM
Informações: http://www.inflammation2013.
Informações: www.sbmicrobiologia.org.br/27cbm/
sbicongressos.com/
47º CONGRESSO BRASILEIRO DE
PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA
LABORATORIAL
XVII CONGRESSO PAULISTA DE
FARMACÊUTICOS
IX Seminário Internacional de Farmacêuticos Data: 5 a 8 de outubro de 2013
Data: 22 a 25 de setembro
Local: Transamérica Expo Center. São Paulo.SP
Local: Parque Anhembi. São Paulo. SP
Realização: Conselho Regional de Farmácia de São
Realização: Sociedade Brasileira de Patologia
Paulo (CRF-SP)
Clínica/Medicina Laboratorial
Informações: http://portal.crfsp.org.br/congresso
Informações: www.cbpcml.org.br
VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIOSSEGURANÇA
Data: 23 a 27 de setembro
Local: Bahia Othon Hotel. Salvador. BA
Realização: Associação Nacional de
Biossegurança (ANBio)
Informações: www.anbio.org.br / (21) 22208678
156
Informações: www.analiticanet.com.br
HEMO 2013
CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMOTERAPIA E
HEMATOLOGIA E TERAPIA CELULAR
Data: 07 a 10 de novembro
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Brasília. DF
Realização: Associação Brasileira de Hematologia e
Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH)
Informações: www.hemo.org.br
NewsLab - edição 119 - 2013
Anunciantes
Abbott Laboratórios do Brasil
Divisão Diagnóstica
R. Michigan, 735
04566-905. São Paulo. SP
Fone: (11) 5536-7000
Fax: (11) 5536-7062
[email protected]
www.abbottbrasil.com.br
Página: 91
AFIP Medicina Diagnóstica
R. Marselhesa, 500. São Paulo. SP
04020-060. São Paulo. SP
Fone: (11) 5908-7070
Fax: (11) 5908-7014
[email protected]
www.afip.com.br/medicinadiagnostica
Página: 69
Alere
R. dos Pinheiros, 498 - 7ºandar
05422-000. São Paulo. SP
Fones: (11) 2131-5100/0800 113262
[email protected]
www.alerebrasil.com.br
Página: 15
Alka Tecnologia em Diagnósticos
R.Paula Ney, 38
04107-020-São Paulo-SP
Fone: (011)5573.8814
Fax: (011)5575.3749
[email protected]
www.alka.com.br
Página: 24, 25
Álvaro Centro de Análises e
Pesquisas Clínicas
R. General Osório, 3212
85801-110. Cascavel. PR
Fone: (45) 3220-8000
Apoio a laboratórios
Fone: (45) 3220-8008
Fax: (45) 3220-8028
[email protected]
www.alvaro.com.br
Página: 121
AMP Produtos Terapêuticos Ltda
R. Cesário Ramalho, 615
01521-000. São Paulo. SP
Fone/Fax: (11) 3277-8566
0800 136006
[email protected]
www.ampltda.com.br
www.bloodstop.com.br
Página: 23
Análise Produtos e Serviços para
Laboratórios Ltda
Av. Santo Amaro, 3200
04556-200. São Paulo. SP
Fone: (11) 5542-4699
Fax: (11) 5542-7054
[email protected]
www.analiselaboratorios.com.br
Página: 10
160
AR Sistemas
Av. Oswaldo Aranha, 70
04291-070. São Paulo. SP
Fone: (11) 5060-5885
[email protected]
www.ar.inf.br
Página: 8, 9
Becton Dickinson Indústrias
Cirúrgicas Ltda.
R. Alexandre Dumas, 1976
04717-004. São Paulo. SP
Fone: 0800 555-5654
Fax: (11) 5185-9966
[email protected]
www.bd.com/brasil
Página: 17, 95
Biodina Rio Representações Ltda.
Estrada do Mapuá, 742
22713-321. Jacarepaguá. RJ
Fone/Fax: (21) 2435-9800
[email protected]
Páginas: 162, 3a Capa
BioMérieux Brasil S/A
Estrada do Mapuá, 491
22713-320. Rio de Janeiro. RJ
0800 026 4848
Fone: (21) 2444-1400
Fax: (21) 2444-1413
[email protected]
www.biomerieux.com.br
Página: 64, 65
Biomixer
www.biomixer.net.br
Página: 153
Bio-Rad Laboratories
Matriz
Rua Alfredo Albano da Costa, 100 - salas
1, 2 e 3 - Distrito Industrial
33400-000. Lagoa Santa. MG
Fone: (31) 3689-6600
Fax: (31) 3689-6611 Filial RJ
Rua General Canabarro, 224
20271-203. Rio de Janeiro. RJ
Fone: (21) 3237-9400
Filial SP
Av. Rebouças, 2267
05401-300. São Paulo. SP
Fone: (11) 5044-5699 / 3065-7550
[email protected], brz_sac@
bio-rad.com
www.bio-rad.com, www.diamed.com.br
Página: 21, 35, 57
BioSystems S.A
www.biosystems.es
Página: 49
Biosystems
R.Maurílio da Cruz, 49
83065-200. São José dos Pinhais. PR
Fone: (041)3353.1010
DDG: 0800-7031012
Fax: (041)3069.3642
[email protected]
www.biosystems.com.br
Página: 73
Gráfica Bartolo
R. Caetano Albert, 22
19053-230. Presidente Prudente. SP
Fone: (18) 3908-5101
[email protected]
www.graficabartolo.com.br
Página: 99
Biotécnica Ind Com Ltda.
R. Ignácio Alvarenga, 96
37026-470. Varginha. MG
Fone:/Fax: (35) 3214-4646
[email protected]
www.biotecnica.ind.br
Página: 137
Greiner Bio-One Brasil Produtos
Médicos Hospitalares Ltda.
Av. Affonso Pansan, 1967
13473-620. Americana. SP
Fone: (19) 3468-9600
Fax: (19) 3468-9601 [email protected]
www.gbo.com
Página: 59, 87
Centro de Genomas®
R. Leandro Dupré, 967
04025-014. São Paulo. SP Fone: (11) 5079-9593
0800 771 1137
www.centrodegenomas.com.br
Página: 46, 47
Cral – Artigos para Laboratórios Ltda.
R. San José, 305 – Parque Industrial
São José
06715-862. Cotia. SP
Fone/Fax: (11) 2712-7000 ou 3454-7000
[email protected]
www.cralplast.com.br
Página: 27
Diagnostek
R. Padre Antonio Pacheco da Silva,431
13313-003-Itú-SP
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Página: 125
Diagnósticos do Brasil
BR 376, 10.500
83010-500. São José dos Pinhais. PR
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Página: 4ª Capa
DiaSorin Ltda.
Av. Ermano Marchetti, 1435-B
05038-001. São Paulo. SP
Fone: (11) 3618-6000
Fax: (11) 3611-0502
[email protected]
www.diasorin.com
Página: 63, 67
Erviegas Ltda.
R. Lacedemônia, 268
04634-020. São Paulo. SP
Fone: (11) 5034-2227
Fax: (11) 5034-2228
[email protected]
www.erviegas.com.br
Página: 115
Genomap Diagnósticos
Rua Mucuri, 255 – Floresta
Belo Horizonte / MG / Brasil
CEP: 30.150-190
Fone/Fax: (31) 3589-5000
Email: [email protected]
www.genomap.com.br
Página: 113
Grupo Byogene
Av. Humberto de Campos, 718
09424-600. Ribeirão Pires. SP
Fone: (11) 2595-3800
[email protected]
www.byogene.com.br
Página: 109
Health Solution Comércio,
Importação e Exportação de
Produtos Médicos Hospitalares
R. Maestro Cardim, 407 - Business Tower
- sala 702
01323-000. São Paulo. SP
Fone: (11) 2628-1285 / 2628-1292
[email protected]
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Página: 53
Horiba Medical
Av. das Nações Unidas, 21.735
04795-100. São Paulo. SP
Fone: (11) 5545-1500
Fax: (11) 5545-1570
HelpLine 0800-113999
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Páginas: 2a Capa, 3, 117
Hotsoft Informática Ltda.
Av. Tiradentes, 57 - sobreloja
87013-260. Maringá. PR
Fone: (44) 3226-4453
Fax: (44) 3222-5091
[email protected]
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Página: 55
NewsLab - edição 119 - 2013
Imunotech
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Fone: (61) 3878.5000 Fax: (61) 3878.5001
www.imunotech.com.br
[email protected]
Página: 157
Medivax Ind. e Com. Ltda.
Av. Venezuela, 3 – sala 303
20081-310. Rio de Janeiro. RJ
Fone: (21) 2283-2833
Fax: (21) 2263-9117
[email protected]
www.medivax.com.br
Página: 61
Johnson & Johnson Ind.Com.Prod.
p/ Saúde Ltda
R. Gerivatiba, 207 - 13ª
05501-900. São Paulo. SP
Fone: (11) 3030-1144
www.jnjgateway.com
Página: 31
Mindray
R. Tavares Bastos, 329
05012-020. São Paulo. SP
Fone: (11) 3124-8026
www.mindray.com
[email protected]
Página: 75
Laboratório H. Pardini Ltda.
Av. das Nações, 2448
33200-000. Vespasiano. MG
Fone: (31) 3228-6200
Fax: (31) 2121-6200
[email protected]
www.hermespardini.com.br
Página: 51
MUT-Ag
[email protected]
www.mut-group.com
Página: 143
Laboratório Médico Dr. Maricondi
R. Major José Inácio, 2392
13560-161. São Carlos. SP
Fone: (16) 2107-0123
Fax: (16) 3307-4240
[email protected]
www.labmaricondi.com.br
Página: 103
Laborclin Produtos para
Laboratórios Ltda.
Rua Cassemiro de Abreu, 521
83321-210. Pinhais. PR
SAC: 0800 410 027
Fone:/Fax: (41) 3661-9000
SAC:@laborclin.com.br
[email protected]
www.laborclin.com.br
Página: 123
Labtest Diagnóstica S.A.
Av. Paulo Ferreira da Costa, 600
33400-000. Lagoa Santa. MG
Fone: (31) 3689-6900
Fax: (31) 3689-6901
[email protected]
www.labtest.com.br
Página: 107
Medica Comércio Representação e
Importação Ltda.
Av. Manoel Borba, 837
50070-000. Recife. PE
Fone: (81) 3221-8277
Fax: (81) 3221-8977
[email protected]
www.medica-ne.com.br
Página: 93
Nasa Laboratório
Pça Pádua Dias, 30
03067-050. São Paulo. SP
Fone: (11) 2090-0532
Fax: (11) 2090-0500 – ramal 554
[email protected]
www.nasalab.com.br
Página: 141
PNCQ – Programa Nacional de
Controle de Qualidade
R. Vicente Licínio, 191 A
20270-902. Rio de Janeiro. RJ
Fone/Fax: (21) 2569-6867
[email protected]
www.pncq.org.br
Página: 7
Qiagen Biotecnologia Brasil Ltda.
Av. Jabaquara, 1909 – cj 141-151
04045-003. São Paulo. SP
[email protected]
www.testedehpv.com.br
Página: 77
Quibasa / Bioclin
R. Teles de Menezes, 92
31565-130. Belo Horizonte. MG
Fone: (31)3439 5454
Fax: (31) 3439 5465
[email protected]
www.bioclin.com.br
Página: 71
Randox Brasil Ltda.
R. Fernandes Moreira, 415
04716-000. São Paulo. SP
Fone: (11) 5181-2024
Fax: (11) 5181-0817
[email protected]
www.randox.com
Página: 145, 147
NewsLab - edição 119 - 2013
Roche Diagnóstica Brasil Ltda.
Av. Engenheiro Billings, 1729 prédio 38
05321-010. São Paulo. SP
Fone: (11) 3719-8341
Fax: (55) 11 3719-7796
www.roche.com
Pag: 1ª Capa, 13, 45, 81, 101, Revista
Roche News
Sebia Brasil
R. Barão do Triunfo, 73 – cj 51
04602-000. São Paulo. SP
Fone: (11) 3849-0148
Fax: (11) 3841-9816
[email protected]
Página: 127
Shift Consultoria e Sistemas
R. Independência, 3281
15010-110. São José do Rio Preto. SP
Fone: (17) 2136-1555
Fax: (17) 2136-1590
[email protected]
www.shift.com.br
Página: 38, 39
Sirius Tecnologia em Diagnósticos
ltda
R. Prof. Brandão, 420 - Alto da XV
80045-280. Curitiba. PR
Fone / Fax : (41) 3022-8051
[email protected]
www.siriusdiagnosticos.com.br
Página: 37
S Line
R. José Farias, 134 – sala 403 – Ed.
MedCenter
29045-300. Vitória. ES
Fone: (27) 3207-6733 / 3315-1689
[email protected]
www.sline.com.br
Página: 89
Sociedade Brasileira de
Análises Clínicas
R. Vicente Licínio, 95
20270-340. Rio de Janeiro. RJ
Fone: (21) 2187-0800
Fax: (21) 2234-4881
E-mail: [email protected]
www.cbac.org.br
Página: 155
Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica/Medicina Laboratorial
R. Dois de Dezembro, 78 – salas 909/910
22220-040. Rio de Janeiro. RJ
Fone: (21) 2558-1024
Fax: (21) 2205-3386
[email protected]
Página: 139, 158, 159
Solução Central Diagnóstica
Av. Vereador Abraão João Francisco, 2300
– sala 01
88307-300. Itajaí. SC
Fone: (47) 3248-2880
[email protected]
www.solucaolab.com.br
Página: 79
Sysmex do Brasil Indústria e
Comércio Ltda.
R. do Paraíso, 148 – cj 31
04103-000. São Paulo. SP
Fone: (11) 3145-4300
Fax: (11) 3145-4309
[email protected]
www.sysmex.com.br
Página: 29
Thread Sistemas
Av.Tiradentes-1194-salas 03 e 04 Zona 01
87013-260-Maringá-PR
Fone: (044)3031.2552
[email protected]
www.jalis.com.br
Página: 151
USA Diagnóstica
R. Antero de Quental, 166
30565-120. Belo Horizonte. MG
Fone: (31) 3226-3330 / 3226-6575
Fax: (31) 3226-3330
[email protected]
www.usadiagnostica.com.br
Página: 33
Veolia
R. Jundiaí, 50 - 2° A
04001-140. São Paulo. SP
Fone: (11) 3888-8800
[email protected]
www.veoliawaterst.com.br
Página: 85
Viewpoint Medical Equipment
Al. dos Jurupis, 1796 – Moema
04088-006 – São Paulo. SP
Fone: (11) 5533-8055
www.viewpoint-brasil.com.br
[email protected]
Página: 19
Wama Produtos para
Laboratórios Ltda.
R. Aldo Germano Klein, 100
13560-971. São Carlos. SP
Fone: (16) 3377-9977
Fax: (16) 3377-9970
[email protected]
www.wamadiagnostica.com.br
Página: 5
Werfen Medical Ltda
Estrada dos Romeiros-km 38,5
Condomínio Morro Grande-Módulo G9
06504-160-Santana de Parnaíba-SP
Fone: (011)4154.3337
[email protected]
www.werfengroup.com
Página: 129, 131, 135
161
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