TRIAGEM E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE MUTAÇÕES NO GENE CFTR (CYSTIC FIBROSIS TRANSMEMBRANE CONDUCTANCE REGULATOR) DE PACIENTES ATENDIDOS NO HCFMRP-USP COM SUSPEITA DIAGNÓSTICA DE FIBROSE CÍSTICA. Autores Adamo Davi Diogenes Siena 1,2,3 Silva Jr 1,2,3 , Greice Andreotti De Molfetta 1,2,3 1 , Lea Zanini Maciel , Wilson Araujo 1 Instituição FMRP - USP - Depto.Genética - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (Av. Bandeirantes, 3900 2 - Monte Alegre - CEP: 14049-900 Ribeirão Preto/SP), CMG - HCFMRP/USP - Centro de Medicina Genômica do HCFMRP - USP (Campus Universitário, s/n - Monte Alegre - CEP:14048-900 Ribeirão 3 Preto/SP), INCTC - INCT em Células Tronco e Terapia Celular (Rua Tenente Catão Roxo, 2.501 - CEP: 14051-140 - Ribeirão Preto, SP ) Resumo OBJETIVOS A Fibrose Cística (FC) é uma doença autossômica recessiva cuja etiologia está associada a mutações no gene CFTR. Pacientes afetados pela FC apresentam um comprometimento do funcionamento das glândulas exócrinas que produzem substâncias (muco, suor ou enzimas pancreáticas) mais espessas e de difícil eliminação. Para o diagnóstico clinico da FC são necessários pelo menos dois dos quatro critérios básicos: doença pulmonar supurativa crônica; insuficiência pancreática; níveis elevados de sódio e cloro no suor e história familiar de FC. A detecção precoce leva a um tratamento mais efetivo, proporcionando melhora dos sintomas e da qualidade de vida da criança e, posteriormente, do paciente adulto. Buscando a detecção precoce, realizamos a triagem e identificação de mutações no gene CFTR de pacientes com suspeita clínica de FC encaminhados pelo Setor de Triagem Neonatal do HCFMRP-USP. MÉTODOS O DNA de 40 pacientes foi extraído do sangue periférico para a análise de mutações no gene CFTR (Genbank M551281) pelo método de High Resolution Melting (HRM), seguido do sequenciamento de DNA. RESULTADOS Um total de 17 mutações foram identificadas, sendo 15 destas mutações patogênicas: 9 mutações do tipo missense (Asp1270Asn, Gly85Glu, Leu997Phe, Pro205Ser, Arg117His, Arg74Trp, Asp1152His, Leu206Trp e Asp579Gly); 4 mutações do tipo nonsense (Gly542Stop, Ser4Stop, Arg1162Stop e Tyr1092Stop); como esperado, encontramos a mutação deltaF508 com a frequência alélica de 0,43; e uma nova mutação do tipo missense (Ala349Pro) foi identificada e predita como patogênica segundo o programa computacional PolyPhen-2. As outras duas mutações que foram encontradas são mutações sinônimas: Gln1463Gln e Thr854Thr. CONCLUSÃO A abordagem metodológica aplicada no presente estudo, em conjunto com informações de patogenicidade das mutações identificadas, possibilitou a conclusão do diagnóstico molecular para 16 (40%) pacientes. Esta percentagem pode ser aumentada se incluirmos a análise de MLPA (Multiplex Ligation-Dependent Probe Amplification) para os casos heterozigotos e sem mutações pontuais. O estudo também contribui para aumentar o espectro da base molecular da FC no Brasil, com a identificação da nova mutação Ala349Pro. O estudo é relevante, pois auxilia no acompanhamento clínico dos pacientes e oferece um diagnóstico preciso aos pacientes atendidos nos Serviços de Triagem Neonatal dos hospitais públicos. Palavras-chaves: Fibrose Cistica, CFTR, Mutações, High Resolution Melting, Sequenciamento DNA Agência de Fomento: CNPq, FAPESP