Diferenças entre bovinos de sangue europeu e sintético submetidos a testes de temperamento Leonardo Severo Dall Asta¹*; Zilah Maria Gervasio Cheuiche²; Mara Francelina Severo Dall Asta¹; Tanice Andreatta³; Tisa Echevarria Leite³ A reatividade em bovinos de corte pode ser responsável por perdas produtivas, pela possibilidade de lesões durante o manejo, além de aumentar a demanda de mão de obra, elevando os custos e os riscos de acidentes de trabalho. O objetivo deste trabalho foi determinar as diferenças de reatividade entre bovinos de sangue europeu (Angus e Hereford) e sintético (Braford 3/8 e Brangus 3/8), submetidos a diferentes testes de temperamento. O experimento foi realizado no município de Dom Pedrito-RS, Brasil, utilizando 49 bezerros com 2 meses de idade, de um rebanho comercial, formado por dois grupos sanguíneos: europeus e sintéticos criados em sistema extensivo exclusivamente em campo nativo. Os animais foram avaliados em três momentos, com intervalo de dois meses entre cada avaliação, através da utilização do escore composto (EC) e tempo de saída (TS). O escore composto foi calculado a partir da avaliação da mobilidade dos animais (1=calmo, 2=ativo, 3=inquieto, 4=perturbado e 5=muito perturbado) e audibilidade da respiração durante sua permanência na balança. Os animais foram considerados reativos quando receberam maiores valores de EC (>2) e apresentaram menor tempo de saída. As variáveis analisadas foram: grupo sanguíneo, escore composto e tempo de saída. A análise estatística foi realizada no programa SPSS 18. Foi utilizado o teste do Qui-quadrado de Pearson, nível de significância de 5%, para testar as médias de grupo sanguíneo e escore composto. Para a tempo de saída foi utilizado o Test T de Student. Foi constatada uma diferença significativa entre o grupo europeu e o sintético em relação ao E.C., e tempo de saída (T.S.). Os coeficientes da significância foram respectivamente: E.C.= 0,045 e T.S.= 0,000. Animais sintéticos apresentaram maior E.C. frente aos europeus, 81,1% dos sintéticos com escore ≥ 2 frente 66,7% dos europeus. O T.S. foi de 2,8613 segundos para animais sintéticos e 3,5305 segundos para animais europeus. Os resultados obtidos demonstram que os animais sintéticos possuem uma maior reatividade em relação aos europeus, caracterizando-os como animais mais nervosos e/ou mais agitados. Fatores genéticos e experiência prévia de manejo podem ser determinantes do comportamento em situações estressantes. Indivíduos reativos guardam mais as sensações de medo em sua memória do que os de temperamento calmo. Nas condições do experimento é possível concluir que animais sintéticos são mais reativos do que europeus. Palavras-chave: Bovinos de corte. Comportamento. Grupos sanguíneos. ¹Acadêmico (a) de Zootecnia, Universidade Federal do Pampa, Dom Pedrito-RS, Brasil, * Bolsista PET Agronegócio, email: [email protected] ²Doutoranda em Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas- RS, Brasil ³Professora Adjunta, Universidade Federal do Pampa, Dom Pedrito–RS, Brasil