COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS 2º ANO DO ENSINO MÉDIO - 2013 Professor (a): Carlos Roberto 1ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA DE LITERATURA ROTEIRO DE ESTUDO – GABARITO Estudante: __________________________________ Turma: ____ Data: ___/___/____ __________________________________________________________________________ 1. (CEFET RJ) TEXTO “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros do que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeir. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.” (ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione, 1994, p. 10) Após a independência, século XIX, a nova nação “precisava ajustar-se aos padrões de modernidade da época. […] Havia a necessidade de autoafirmação da Pátria que se formava.” (NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998. p. 125.) No texto, temos uma das formas significativas do nacionalismo, sintetizado pelo: a) realismo naturalista b) sentimentalismo realista c) romantismo indianista d) bucolismo neoclassicista e) nativismo modernista 2. (EFOA MG) Sobre o Romantismo brasileiro, é CORRETO dizer que: a) teve como iniciador o consagrado romancista José de Alencar que, com suas obras de cunho indianista, revelou o verdadeiro caráter do nativo brasileiro. b) em sua segunda fase, apresentou poetas cuja inclinação para o mistério e a morte os colocava sob a égide do “mal do século”. c) no tocante à prosa, tem como epígonos as figuras de José de Alencar, Bernardo Guimarães, Manuel Antônio de Almeida e Castro Alves. d) explorando o lado mais sentimental das figuras femininas, é um perfeito retrato da mulher do século XVIII, totalmente submissa e sem qualquer expressão social. e) tematizando as grandes tensões que marcavam a época, detém-se principalmente na oposição sagrado x profano. 3. (EFOA MG) I-Juca-Pirama Observe com atenção o fragmento abaixo: No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! [...] (DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama. In: RIEDEL, Dirce. Literatura brasileira em curso. Rio de Janeiro: Bloch, 1969. p. 311) Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e assinale a alternativa que NÃO confirma a visão idealizada do poeta em relação ao indígena brasileiro: a) O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo. b) O poeta romântico transformou o silvícola em um dos símbolos da autonomia cultural e da superioridade da nação brasileira. c) O poema gonçalvino enalteceu e preservou as tradições indígenas brasileiras, incorporando-as ao orgulho nacional. d) “I-Juca-Pirama” expressa o nacionalismo de seu autor, que, ao idealizar a coragem e o heroísmo do índio brasileiro, atribuiu-lhe também alguns distúrbios de personalidade. e) A poesia romântica indianista resgatou o passado histórico do Brasil e valorizou a bravura de seus habitantes naturais. 4. (EFOA MG) Leia atentamente os trechos de três poemas, selecionados abaixo: I “Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz e escrevam nela; – Foi poeta, sonhou e amou na vida.” II “Tarde, a vida me ensina esta lição discreta: a ode cristalina é a que se faz sem poeta.” III “Poetas! Amanhã ao meu cadáver Minha tripa cortai mais sonorosa!... Façam dela uma corda e cantem nela Os amores da vida esperançosa!” Desses fragmentos, pertence(m) à estética Romântica: a) somente o I. b) apenas o I e o II. c) apenas o I e o III. d) nenhum deles. e) todos eles. 5. (FEPAR PR) Assinale a alternativa que não mantém relação com a principal temática do poeta Gonçalves Dias. a) "Não chores, meu filho; Não chores, que a vida Ó guerreiros, meus cantos ouvi." É luta renhida: Viver é lutar." d) "Meus olhos outros olhos nunca viram, Não sentiram meus lábios outros lábios, b) "Enfim te vejo! enfim, posso, Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas, Curvado a teus pés, dizer-te, A arazóia na cinta me apertaram." Que não cessei de querer-te, Pesar de quanto sofri." e) "Andei longas terras, Lidei cruas guerras, c) "Ó guerreiros da taba sagrada, Vaguei pelas serras Ó guerreiros da tribo tupi, Dos vis Aimorés." Falam deuses nos cantos do Piaga, 6. a) b) c) d) e) (FURG RS) Tendo em vista a poesia de Gonçalves Dias, é lícito afirmar que: a ênfase do seu lirismo amoroso recai sempre sobre a mulher pecadora e libidinosa. o indianismo encontra no poeta a mais alta expressão da realidade brasileira. suas emoções são perpassadas por sentimentos difusos e etéreos próprios do simbolismo brasileiro. sua obra se encontra num espaço de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo brasileiros. a figura feminina alcança um processo de intensa idealização amorosa. 7. a) b) c) d) e) (FURG RS) O romance Lucíola, de José de Alencar, é uma narrativa que se constrói através das rememorações de Paulo. apresenta um narrador que não se mistura aos personagens. se passa num tempo próximo à colonização do Brasil. tematiza a vida indígena nos meados do século XVIII. prioriza a vida bucólica e simples dos conventos em detrimento das casas de prostituição. 8. a) b) c) d) e) (FURG RS) São representantes do Romantismo: Mário de Andrade e Álvares de Azevedo. Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias. Gonçalves Dias e Mário de Andrade. Vinícius de Moraes e Mário Quintana. 9. (FURG RS) Estas duas estrofes do poema deixam entrever um dos temas mais fecundos de: Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p’ra não o escutar! (...) a) b) c) d) e) Gonçalves Dias. Álvares de Azevedo. Carlos Drummond de Andrade. Augusto dos Anjos. Castro Alves. 10. (CEFET PR) Leia as seguintes afirmações sobre as três gerações românticas da literatura brasileira e assinale a resposta correta. I. A primeira geração, também conhecida como nacionalista, busca recuperar o medievalismo do Velho Continente, reconformando, para tanto, a figura do índio brasileiro, que se torna europeizado. II. A segunda geração é conhecida como byroniana, de extremo idealismo, subjetividade, negativismo e morbidez da infância. III. A terceira geração, chamada de condoreira, tem em Castro Alves seu principal representante. Sua poesia social tem teor libertário. IV. A terceira geração tinha índole burguesa, com valores assentados na valorização da propriedade rural e no escravagismo. V. A primeira geração, ao implantar o Romantismo no Brasil, serve-se de valores da Idade Média, valores cristãos, portanto, alinhando-se a uma concepção de mundo teocêntrica. VI. A segunda geração é também chamada de ultrarromântica, pois apresentava extremo pessimismo, egocentrismo, exaltação da morte, supremo desencanto e desilusão. Estão corretas somente as afirmativas: a) I, II, III e IV b) I, III, V e VI. c) I, II, V e VI. d) II, III, V e VI. e) II, IV, V e VI. 11. (FURG RS) Sobre Gonçalves Dias, pode-se afirmar que esse poeta romântico: a) integrou à sua obra lírica o tema da escravidão dos negros e fez dele sua luta pelos direitos humanos. b) trabalhou com uma visão positiva a respeito do colonizador português. c) foi um dos grandes pilares da poesia romântica, com o tema do indianismo. d) costumava submeter-se aos padrões europeus e deles nunca discordava. e) apregoava a ruptura dos versos, o coloquialismo e a necessidade de internacionalizar a literatura brasileira. 12. (FURG RS) Leia o fragmento de poema abaixo e marque a alternativa correta. Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar. (...) a) b) c) d) e) O fragmento faz parte da obra poética de Gonçalves Dias. O tema da escravidão é preferencial na poesia de Castro Alves. Álvares de Azevedo se dedicou intensamente à poesia social e monarquista. O autor dos versos é João Cabral de Melo Neto. Cruz e Sousa tematizou amplamente as questões raciais. 13. (FUVEST SP) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. a) Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo sublinhado. b) Enquanto cínico, calcula o carreirismo matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenando o próprio cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação. c) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico, genuinamente puro, a ilustrar a tese da “bondade natural”, adotada pelo autor. d) Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo que busca ocultar. e) Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte. 14. (FUVEST SP) Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Nesta estrofe de Mocidade e morte, de Castro Alves, reúnem-se, como numa espécie de súmula, vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia. São eles: a) identificação com a natureza, condoreirismo, erotismo franco, exotismo. b) aspiração de amor e morte, titanismo, sensualismo, exotismo. c) sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo. d) personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado, exotismo. e) aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipérboles, orientalismo. 15. (FUVEST SP) Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n’alma É germe – que faz a palma, É chuva – que faz o mar. Vós, que o templo das ideias Largo – abris às multidões, P’ra o batismo luminoso Das grandes revoluções, Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse “rei dos ventos” –Ginete dos pensamentos, –Arauto da grande luz!... (Castro Alves) O tratamento dado aos temas do livro e do trem de ferro, nestes versos de “O livro e a América”, permite afirmar corretamente que, no contexto de Espumas flutuantes, a) o poeta romântico assume o ideal do progresso, abandonando as preocupações com a História. b) o entusiasmo pelo progresso técnico e cultural determina a superação do encantamento pela natureza. c) o entusiasmo pelo progresso cultural contrapõe-se ao temor do progresso técnico, que agride a natureza. d) o poeta romântico abre-se ao progresso e à técnica, em que não vê incompatibilidade com os ciclos naturais. e) o poeta romântico propõe que literatura e natureza somem forças contra a invasão do progresso técnico. 16. (FUVEST SP) Considerando-se este excerto no contexto do poema a que pertence (“Ideias íntimas”), é correto afirmar que, nele, Ossian o bardo é triste como a sombra Que seus cantos povoa. O Lamartine É monótono e belo como a noite, Como a lua no mar e o som das ondas... Mas pranteia uma eterna monodia, Tem na lira do gênio uma só corda; Fibra de amor e Deus que um sopro agita: Se desmaia de amor a Deus se volta, Se pranteia por Deus de amor suspira. Basta de Shakespeare. Vem tu agora, Fantástico alemão, poeta ardente Que ilumina o clarão das gotas pálidas Do nobre Johannisberg! Nos teus romances Meu coração deleita-se... Contudo, Parece-me que vou perdendo o gosto, (. . .) (Álvares de Azevedo, Lira dos vinte anos) a) o eu-lírico manifesta tanto seu apreço quanto sua insatisfação em relação aos escritores que evoca. b) a dispersão do eu-lírico, própria da ironia romântica, exprime-se na métrica irregular dos versos. c) o eu-lírico rejeita a literatura e os demais poetas porque se identifica inteiramente com a natureza. d) a recusa dos autores estrangeiros manifesta o projeto nacionalista típico da segunda geração romântica brasileira. e) Lamartine é criticado por sua irreverência para com Deus e a religião, muito respeitados pela segunda geração romântica. 17. (FUVEST SP) Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a: Teu romantismo bebo, ó minha lua, A teus raios divinos me abandono, Torno-me vaporoso ... e só de ver-te Eu sinto os lábios meus se abrir de sono. (Álvares de Azevedo, “Luar de verão”, Lira dos vinte anos) a) b) c) d) e) ironia romântica. tendência romântica ao misticismo. melancolia romântica. aversão dos românticos à natureza. fuga romântica para o sonho. 18. (FUVEST SP) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe 1 em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia 2 rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado e, sobretudo era maganão3. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias) Glossário: 1 2 3 algibebe: mascate, vendedor ambulante. saloia: aldeã das imediações de Lisboa. maganão: brincalhão, jovial, divertido. Neste excerto, o modo pelo qual é relatado o início do relacionamento entre Leonardo e Maria: a) manifesta os sentimentos antilusitanos do autor, que enfatiza a grosseria dos portugueses em oposição ao refinamento dos brasileiros. b) revela os preconceitos sociais do autor, que retrata de maneira cômica as classes populares, mas de maneira respeitosa a aristocracia e o clero. c) reduz as relações amorosas a seus aspectos sexuais e fisiológicos, conforme os ditames do Naturalismo. d) opõe-se ao tratamento idealizante e sentimental das relações amorosas, dominante no Romantismo. e) evidencia a brutalidade das relações inter-raciais, própria do contexto colonial-escravista. 19. (ITA SP) Assinale a opção com o nome do poeta a que se refere o texto: (...) qualquer que seja a preferência temática: contemplação panteísta e sentimento religioso, no sentido da associação de Deus à Natureza: lirismo pessoal que concilia a sua experiência sentimental com o ideal amoroso revestido de significação autobiográfica; indianismo e inspiração medievalista, isto é, de reconsideração de ideias e visões tomadas à tradição medieval. Nesse caso, deve-se entender a sua poesia indianista como antevisão lírica e épica das nossas origens, revigorando as intenções nacionalistas do Romantismo. Do ponto de vista da expressão, deu exemplo de extraordinário equilíbrio e sobriedade, resultantes, sobretudo de longa experiência com a tradição poética em língua portuguesa. É de fato o nosso primeiro poeta romântico a se identificar com a sentimentalidade de seu povo e a dar um exemplo fecundo à nossa criação literária. (Cândido, Antônio; Castilho, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira. São Paulo: Difel, 1979) a) b) c) d) e) Fagundes Varela. Gonçalves Dias. Castro Alves. Álvares de Azevedo. Casimiro de Abreu. 20. (ITA SP) Assinale a opção que apresenta versos do poeta referido no texto: (...) qualquer que seja a preferência temática: contemplação panteísta e sentimento religioso, no sentido da associação de Deus à Natureza: lirismo pessoal que concilia a sua experiência sentimental com o ideal amoroso revestido de significação autobiográfica; indianismo e inspiração medievalista, isto é, de reconsideração de ideias e visões tomadas à tradição medieval. Nesse caso, deve-se entender a sua poesia indianista como antevisão lírica e épica das nossas origens, revigorando as intenções nacionalistas do Romantismo. Do ponto de vista da expressão, deu exemplo de extraordinário equilíbrio e sobriedade, resultantes, sobretudo de longa experiência com a tradição poética em língua portuguesa. É de fato o nosso primeiro poeta romântico a se identificar com a sentimentalidade de seu povo e a dar um exemplo fecundo à nossa criação literária. (Cândido, Antônio; Castilho, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira. São Paulo: Difel, 1979) a) Na velha torre quadrangular Vivia a Virgem dos devaneios... Tão alvos braços... Tão lindos seios... Tão alvos seios por afagar... Que as ondas postas em calma Mas ai de mim! Nem já sei qual fiquei sendo Depois que os vi. A sua vista não ia além Dos quatro muros que a enclausuravam E ninguém via – ninguém, ninguém – E os meigos olhos que suspiravam. d) O anjo pousa de leve No quarto onde a moça pura Remenda a roupa dos pobres. Nasceu uma claridade Naquele quarto modesto: A máquina de costurar Costura raios de luz; Não se sabe mais se o anjo É ele mesmo, ou Maria b) Cavaleiro das armas escuras Onde vais pelas trevas impuras Com a espada sanguenta na mão? Por que brilham teus olhos ardentes E gemidos nos lábios frementes Vertem fogo do teu coração? c) Como se num espelho. Pude ter os olhos seus! Os olhos mostram a alma. e) Vamos caçar cutia, irmão pequeno, que teremos boas horas sem razão, Já o vento soluçou na arapuca do mato E o arco-da-velha já engoliu as virgens. (ITA SP) Leia os textos seguintes: 21. Aponte uma característica do texto (1) que o filia ao Romantismo e uma do texto (2) que o filia ao Concretismo. Entre as características românticas do texto de Gonçalves Dias, podemos mencionar: nacionalismo ("Minha terra..."); saudosismo ("... como lá"); a exaltação da natureza americana (palmeiras, sabiá); retomada da redondilha. Entre as características concretistas do texto de José Paulo Paes, podem ser mencionadas: a ausência do verso organizado em uma estrutura sintática tradicional; a valorização do signo lingüístico, sobretudo no plano do significante com o intuito de chegar a insuspeitados significados. 22. É possível relacionar o texto (2) com o (1)? Justifique. Sim, pois o texto 2 retoma o texto 1, caracterizando um exercício de intertextualidade. 23. Faça um breve resumo de Dias e Dias, de Ana Miranda. 24. É correto afirmar que em Dias e Dias, Ana Miranda transita da ficção para a história e vice-versa? Justifique sua resposta. 25. O que significa o romance Iracema no contexto da literatura brasileira do século XIX?