MUDANÇA DE HOSPITAL GERAL PARA HOSPITAL DE ENSINO E AS IMPLICAÇÕES PARA O TRABALHO DO ENFERMEIRO Fabriz LA,1 Bernardino E2, Chaves MMN3, Peres A M4 Universidade Federal do Paraná Email: [email protected] Palavras Chaves: Enfermagem; Gerenciamento da Prática Profissional; Inovação Organizacional. Introdução: As organizações passam por grandes transformações para se adaptarem aos novos cenários econômicos e sociais. Nesta perspectiva o setor da saúde não é uma exceção. A mudança nos hospitais tem sido impulsionada pelos avanços tecnológicos, aumento dos custos, perfil dos pacientes e implantação de novas políticas de saúde. Justificativa: No estado do Paraná, um hospital público de abrangência regional, denominado Hospital Regional de Cascavel (HRC), devido à necessidade de campo para a prática do curso de Medicina foi transformado em hospital universitário passando a denominar-se Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). As mudanças para atendimento da certificação do HUOP contemplaram o ensino, com a destinação de espaços acadêmicos, incentivo a residência etc., a assistência com o atendimento à urgência e emergência, alta complexidade entre outros e a gestão com a inclusão de normas, protocolos, etc.1 A enfermagem se insere nesse contexto de transformação na medida em que é parte da equipe de saúde e necessitou se adaptar para garantir o cuidado ao paciente. Objetivo: Descrever as implicações da mudança de um hospital geral para hospital de ensino para o trabalho do enfermeiro. Método: Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, na modalidade de estudo de caso. O cenário foi o Hospital Universitário do Oeste do Paraná e a coleta de dados aconteceu por meio de grupo focal. Os sujeitos foram sete enfermeiros, os dados foram analisados segundo a análise de conteúdo temática de Bardin2. Resultados: As categorias empíricas identificadas foram: mudança no trabalho, processo de reorganização do trabalho e 1 Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná – UFPR - PR. Enfermeira da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. 2 Enfermeira. Pós – Doutora em Enfermagem. pela Universidade de São Paulo. Docente da Universidade Federal do Paraná UFPR. 3 Enfermeira. Doutora pela Universidade de São Paulo. Docente da Universidade Federal do Paraná - UFPR. 4 Enfermeira. Doutora pela Universidade de São Paulo. Docente da Universidade Federal do Paraná - UFPR. trabalho do enfermeiro após o processo de transformação. Destaca-se que a comunicação da mudança ocasionou uma reação, pois os profissionais foram levados a acreditar que o concurso público era apenas para regularizar as suas situações trabalhistas. Esta foi agravada quando a chefia de enfermagem utilizou a classificação do concurso público como critério de alocação dos servidores. Para o processo de reorganização, os enfermeiros buscaram a solução coletivamente ao se instrumentalizar e qualificar para o trabalho. No desempenho da assistência, ficou evidente o número insuficiente de profissionais para a realização do cuidado seguro. Na reformulação administrativa, evidenciou-se um fato significativo para o trabalho do enfermeiro, a criação do cargo de diretoria de enfermagem, que juntamente à implantação de coordenadorias assistenciais e gerenciais ampliou o espaço de atuação e decisão desses profissionais. Conclusão: A academia teve importante influência na nova concepção do processo de trabalho ao introduzir neste a dimensão da pesquisa e da educação, assim o cuidado deixou de ser voltado apenas à dimensão biológica do paciente. Houve melhorias nas condições de trabalho, com a inserção de materiais, equipamentos e ampliação do espaço físico. O processo de mudança vivido pelos enfermeiros resultou em visibilidade profissional e trouxe avanços para o trabalho do enfermeiro. Bibliografia: 1.BRASIL. Portaria Interministerial MEC/MS n.1000, de 15 de abril de 2004. Estabelece critérios para a certificação e o reconhecimento dos hospitais de ensino. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2004. 2.BARDIN, L. Análise de conteúdo. ed. rev. e atual. Lisboa: Edições 70, 2010.