AVALIAÇÃO DA PROFILAXIA DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA EM UM HOSPITAL
GERAL
Autor(es)
HELLEN CAROLINY TORRES
Orientador(es)
FATIMA CRISTIANE L G FARHAT
Apoio Financeiro
FAPIC/UNIMEP
Resumo Simplificado
O tromboembolismo venoso (TEV) é comum em pacientes hospitalizados e tem grande impacto sobre a morbimortalidade, tanto em
pacientes clínicos quanto cirúrgicos, além de ser a principal causa de morte evitável hospitalar. Assim, os cuidados inerentes à
profilaxia, ao diagnóstico precoce e ao tratamento correto e imediato, devem estar presentes na conduta diária de todo médico, além
da equipe multiprofissional que o acompanha. Embora existam modelos de avaliação de risco para os pacientes hospitalizados, na
maioria das vezes a profilaxia não é aplicada ou é feita de modo incorreto. A tromboprofilaxia pode ser mecânica ou medicamentosa,
sendo a medicamentosa mais efetiva nos casos de moderado a alto risco, e as heparinas são os fármacos de escolha. O presente
trabalho visa colaborar na estratificação de risco para TEV de pacientes recém-internados em um hospital geral de grande porte do
interior de São Paulo, bem como contribuir para a aplicação de medidas profiláticas adequadas. Trata-se de estudo transversal,
observacional, pelo qual analisou-se o perfil de risco, bem como as medidas tromboprofiláticas aplicadas nas primeiras 24 horas de
internação de 592 pacientes (68% das novas internações), no período de março a julho de 2015, sendo 62% clínicos e 38% cirúrgicos;
excluindo-se os pacientes que permaneceram menos de 24 horas internados, menores de 18 anos e gestantes. Adotou-se o escore de
Pádua para estratificação de risco dos pacientes clínicos e o escore de Caprini para os cirúrgicos, enquanto a análise das medidas
tromboprofiláticas baseou-se nas recomendações do 9º Consenso do American College of Chest Physician. Os resultados revelam que
42% dos pacientes clínicos eram de alto risco, enquanto 30% dos cirúrgicos eram de moderado e 20% de alto risco, com indicações
para tromboprofilaxia medicamentosa. Dentre esses, apenas 18 pacientes (3%) apresentavam contraindicações. Em relação à
conformidade entre estratificação de risco e prescrição de tromboprofilaxia química aos pacientes clínicos e cirúrgicos de baixo risco,
observou-se conformidade em 91% e 98% dos casos, respectivamente. Por outro lado, 35% dos pacientes clínicos de alto risco, 75%
dos cirúrgicos de moderado risco e 14% dos de alto risco deixaram de recebê-la. Em média a subutilização foi de 35% dentre os
pacientes clínicos e 37% dos cirúrgicos. Quando avaliada a conformidade entre a profilaxia medicamentosa preconizada e a que foi de
fato prescrita aos grupos de pacientes, observou-se conformidade em 84% das profilaxias medicamentosas prescritas aos pacientes
clínicos de alto risco, 99% das prescritas aos cirúrgicos de alto risco, mas em apenas 18% das prescritas aos cirúrgicos de moderado
risco. Finalmente, pode-se dizer que apenas 54% dos pacientes clínicos de alto risco, 4% dos cirúrgicos de moderado risco e 85% dos
cirúrgicos de alto risco, dentre o total de pacientes estratificados nas respectivas categorias, receberam profilaxia medicamentosa
adequada nas primeiras 24 horas de sua internação. Observou- se também apenas 5% de preenchimento do protocolo institucional já
existente e necessidade de correções neste documento. Por tratar-se de estudo transversal, os resultados não podem ser extrapolados
para a adequação da tromboprofilaxia durante todo o período de internação hospitalar, mas identificam oportunidades de trabalho para
melhor padronização de condutas especialmente nos pacientes clínicos de alto risco e cirúrgicos de moderado risco para o TEV.
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