AGREGAÇÃO DE VALOR NA AGRICULTURA FAMILIAR: O DESAFIO DA COMERCIALIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE BARBOZA, José Vinícius Santos.1 BARBOZA, Luiz Gustavo Santos.2 MENEGHATTI, Marcelo Roger.3 RESUMO O objetivo deste artigo foi de demonstrar através de uma análise bibliográfica, o cenário e potencial da agricultura familiar no Brasil. Para isso o estudo analisou a participação dos governos e instituições através da execução de políticas públicas e ações que afetam a agricultura familiar. Analisou ainda as ferramentas de gestão junto aos empreendimentos familiares, para o desenvolvimento de competitividade e agregação de valor dos produtos e as abordagens referentes ao comércio sustentável e da alimentação saudável que fecham a linha de raciocínio da pesquisa, propiciando a identificação da grande importância da agricultura familiar. É constatada, através das informações levantadas que o estado tem papel importante para o desenvolvimento do setor, e que as ferramentas de gestão possibilitam o desenvolvimento dos negócios deste segmento da economia. Nos resultados, foi evidenciado as dificuldades e aspectos negativos, no entanto, em grande número, aspectos positivos em desenvolver a agricultura familiar no país. Mais do que alternativa econômica, o consumo de produtos oriundos da agricultura familiar, é apresentado como canal de expressão ética, social, moral e de saúde da população. PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar, produção, agregação de valor. ADDED VALUE IN THE FAMILY FARM: THE CHALLENGE OF MERCHANTABILITY AND SUSTAINABILITY RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA The purpose of this article was to demonstrate through a literature analysis, scenario and potential of family farming in Brazil. For this study examined the involvement of governments and institutions through the implementation of public policies and actions affecting the family farm. Also analyzed the management tools together for family enterprises, the development of competitiveness and value of products and approaches related to trade and sustainable healthy eating that close to the line of reasoning research, enabling the identification of the importance of agriculture family. It is verified through the information gathered that the state has an important role to the development of the sector, and that the management tools enable the development of this business segment of the economy. In the results, it was evident the difficulties and negative aspects, however, in large numbers, positive aspects in developing the family farm in the country. More than economical alternative, the consumption of products from family farms, is presented as an ethical, social, moral expression and population health channel. PALAVRAS-CHAVE EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: Family farming, production, value addition. 1. INTRODUÇÃO A produção de alimentos é tema constante nos debates entre os especialistas de áreas como economia, gestão pública, engenharias (alimentos, agrícola), nutrição e até mesmo da medicina. Uma das vertentes do tema é a agricultura familiar. No Brasil, a agricultura familiar emprega mais da metade da mão de obra agrícola do país, e representa cerca de 40% da produção nacional (CONAB, 2013). Em 2014, o tema ganha relevância, através da ONU ter declarado como o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF, 2014), com o intuito de sensibilizar governos e sociedades da relevância da agricultura familiar para a segurança alimentar e a produção de alimentos. Os meios de produção artesanal encontrados na agricultura familiar impossibilitam a produção em largas escalas, porém, em quantidades menores e com vendas executadas sobre os produtos que excedem ao consumo da própria família, é gerada uma economia regional. Esta economia gera uma demanda com apelo a produtos manuais, saudáveis e livres de ingredientes químicos que são comuns em produção de larga escala. A mesma economia gera renda para as famílias da agricultura familiar, mantendo os indivíduos no meio rural e evitando uma série de problemas sociais, como o desmatamento para produção em grande escala, o próprio êxodo rural e suas consequências. Neste sentido, o incentivo a agricultura familiar tem um apelo sustentável, garantindo todos os fatores necessários, seja econômico, social, e ambiental. Porém esse potencial nem sempre é explorado e toda essa capacidade é reprimida por normas e regras sanitárias, falta de políticas públicas de incentivo, estratégias ao comércio e a logística local para que os produtos sejam consumidos nas microrregiões e outros inibidores que afetam a viabilidade da agricultura familiar. O objetivo neste trabalho é demonstrar através de uma análise bibliográfica, o cenário e potencial da agricultura familiar no Brasil, identificar através de estudos de autores e de dados já publicados, qual é a situação desta zona de 1 José Vinícius Santos Barboza - UNIOESTE -. E-mail:[email protected] Luiz Gustavo Santos Barboza – UNIOESTE -. E-mail:[email protected] 3 Marcelo Roger Meneghatti – UNIOESTE – E-mail: [email protected] 2 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 ISSN 1980-7406 1 produção que tem se tornado um estilo de vida, uma fonte de recursos e que possui em si uma essência de produção e industrialização, mesmo que culturalmente para o próprio consumo das famílias, mas que vem tornando-se fonte de renda geradora de uma economia regionalizada. 2. A REALIDADE DO POTENCIAL DA AGRICULTURA FAMILIAR As difíceis perspectivas da agricultura familiar que perpassam algumas décadas, resultam em vários problemas sociais que vezes são desconsiderados em busca de uma produção em massa, que visa garantir preços e quantidades suficientes para alimentar uma grande parcela da população, mas insuficientes quanto aos aspectos de qualidade e saúde humana (WANDERLEY, 2000). O conceito de Agroindústria Familiar Rural, de acordo com Sulzbacher (2009), é uma infra-estrutura instalada em área rural, com função específica de processamento e/ou beneficiamento de produtos agropecuários tanto de origem animal como vegetal, em propriedade familiar, cuja relação de trabalho tenha por prioridade o emprego da força de trabalho familiar. A escala produtiva da unidade deve apresentar sincronismo entre a capacidade produtiva de matéria-prima e de processamento, a qual está relacionada com a disponibilidade de força de trabalho familiar. Segundo Sulzbacher (2009) a Agricultura Familiar Rural está relacionada como uma atividade cultural que faz relação ao saber como fazer, processo artesanal de alimentos, muito utilizado no meio rural brasileiro. Durante anos, a sociedade utilizava um modelo de desenvolvimento baseado apenas no aumento dos índices econômicos, mantendo-se por tempos o conceito de que as fontes de matérias-primas não se esgotariam e de que o planeta suportaria os resíduos indefinidamente, onde a tecnologia seria capaz de resolver o problema da geração de poluentes na produção de bens e serviços. Entretanto, no início da década de 1970, como uma resposta à preocupação da humanidade, resultada com a percepção de uma crise ambiental e social desde a segunda metade do século passado, identificou-se que o planeta não teria a capacidade de suportar o resultado da poluição originada das atividades produtivas, nem as tecnologias solucionariam todos os problemas, mesmo considerando a extrema importância das inovações, visto que o planeta é um sistema fechado, limitado e esgotável, não tendo condições de sustentar o crescimento da sociedade humana consumindo bens e serviços de forma exacerbada (SANTOS; CÂNDIDO, 2013). Os principais agravantes estão ligados a problemas que se tornam sociais, como o êxodo rural, o uso abusivo de agrotóxicos, alimentação com base em produtos industrializados e pouco saudáveis, e outros que por não serem tratados de forma correta acabam originando diversos problemas que resultam em despesas elevadas aos cofres públicos, aumento da população urbana sem o acompanhamento em mesma escala do desenvolvimento da infraestrutura, necessidade de investimentos na saúde pública pelo uso de agrotóxicos e alimentação inadequada, que podem ter solução no modelo da agricultura familiar. Por isso, o meio rural precisa ser entendido como um meio que suporta um conjunto de relações sociais criadas e reproduzidas de acordo com a cultura (WANDERLEY, 2000). A inclusão do modelo de agricultura familiar é uma tendência da democracia (SCHULTZ, apud SILVA; BERNARDES, 2014). Ignorar esta alternativa como uma fonte de cultivo de culturas, valores e produção, é simplesmente descartar um dos melhores meios de correção de muitos dos principais problemas sociais da atualidade, tais como a fome e a alimentação escolar. O campo é um espaço social que deu origem às sociedades urbanas. Essas porém ainda são dependentes do campo principalmente para a alimentação (WANDERLEY, 2000). Além do potencial de minimizar problemas sociais, a agricultura familiar se impõe como um mecanismo de produção com uma logística rápida, capaz de abastecer as microrregiões, trazendo benefícios como o baixo custo logístico, alimentos mais saudáveis e frescos. Porém alguns autores identificam dificuldades na manutenção da agricultura familiar como ferramenta para o desenvolvimento social e econômico, e questionam sobre efetividade do incentivo a esse tipo de cultura. A importância da agricultura familiar não se limita apenas ao Brasil. O assunto tem sido destaque no mundo. Um dos indicadores para afirmação é que em 2014, foi declarado pela ONU como o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF, 2014). O objetivo é sensibilizar governos e sociedades sobre a importância e a contribuição da agricultura familiar para a segurança alimentar e a produção de alimentos. A informação foi divulgada no último Boletim de Agricultura Familiar, publicado pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), denominada no Brasil de Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. A FAO teve sua criação no ano de 1945, para atuação como um fórum neutro, onde diversos países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se reúnem em igualdade para negociação de acordos, debates políticos e ainda com o intuito de impulsionar iniciativas estratégicas. Atualmente a FAO conta com 191 países membros, mais a Comunidade Européia (FAO, 2014). A FAO lidera os esforços internacionais de erradicação da fome e da insegurança alimentar e desde o início de suas atividades tem dado atenção especial ao desenvolvimento das áreas rurais, onde cerca de 70% das populações de baixa renda vivem, e que lamentavelmente ainda passam fome. 2 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014 ISSN 1980-7406 Um importante papel da FAO é através da disseminação de conhecimento e informação, através da qual ajudam os países a aperfeiçoar e modernizar suas atividades agrícolas, florestais e pesqueiras, para assegurar uma boa nutrição, desenvolvimento agrícola e sustentável (FAO, 2014). O funcionamento do escritório da FAO no Brasil teve início no ano 1979. Para Salcedo (Segundo Chefe de Políticas da FAO), a Agricultura familiar é um dos pilares da segurança alimentar regional: “80% das propriedades na América Latina fazem parte da agricultura familiar” (ONU, 2014). Ainda de acordo com Salcedo, o setor gera em torno de 70% do emprego agrícola na região. Segundo a Organização, considerando apenas os países do Mercosul, o setor emprega diretamente cerca de 10 milhões de pessoas. Os números apontam ainda que o setor é fundamental em termos de produção: no Brasil, é responsável por 38% da produção agrícola; 30% no Uruguai; 25% no Chile; 20% no Paraguai e 19% na Argentina. Apesar dos números expressivos, os números apontam uma redução acentuada nos gastos públicos em agricultura nos países em desenvolvimento, particularmente na América Latina e no Caribe. Os gastos totais com a agricultura tiveram uma redução de 6,9% no ano de 1980 para 1,9% em 2007. Esta relação é de fato a mais baixa entre todos os países em desenvolvimento e contrasta com figuras como o Leste da Ásia e o Pacífico (6,5%), além do Sul da Ásia (4,9%) (ONU, 2014). É ressaltada a importância da participação dos governos para o desenvolvimento do setor. Ainda segundo Salcedo, os governos devem proporcionar um ambiente favorável para que os produtores aumentem seu investimento e produção no setor, através da combinação da “antiga sabedoria dos agricultores familiares com a evolução tecnológica moderna” (ONU, 2014). Os produtos fabricados e comercializados com selo da Agricultura Familiar, produtos esses que já possuem um nicho de mercado e demanda, encontram barreiras como as questões sanitárias que exigem investimentos e capital humano no campo. Com relação à geração de empregos, se a opção recair sobre a intensificação e a sofisticação da produção, as implantações de políticas se toram importantes. O foco de tais políticas deve condicionar os produtores para o eficaz uso de novas tecnologias e adequação às exigências sanitárias (CARVALHO; PEREIRA, 2001). Apesar das dificuldades, o estado se apresenta como importante personagem no desenvolvimento da agricultura familiar, através de políticas públicas adequadas e investimentos, podendo com isso gerar retorno para si próprio, através da melhoria da qualidade de vida, geração de emprego, e até mesmo a regulação econômica regional. 3 O APOIO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E FERRAMENTAS DE GESTÃO As políticas públicas devem ter a preocupação de viabilizar as atividades agrícolas às famílias do campo, e ao mesmo tempo criar um ambiente propício para o surgimento de atividades não agrícolas, resultando na chamada pluriatividade, e de verticalização da produção no meio rural, relacionando atividade primária e secundária, dentro da realidade familiar da agricultura (ANDERSSON et al., 2011). Segundo a CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento, A agricultura familiar gera mais de 80% da ocupação no setor rural e responde no Brasil por sete de cada 10 empregos no campo e por cerca de 40% da produção agrícola. Atualmente a maior parte dos alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros vem das pequenas propriedades. A agricultura familiar favorece o emprego de práticas produtivas ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais e a preservação do patrimônio genético. Em 2009, cerca de 60% dos alimentos que compuseram a cesta alimentar distribuída pela Conab originaram-se da Agricultura Familiar (CONAB, 2013). A agricultura familiar é responsável ainda pela produção dos principais alimentos consumidos pelos brasileiros: 84% da mandioca, 67% do feijão; 54% do leite; 49% do milho, 40% de aves e ovos e 58% de suínos (BANCO DO NORDESTE, 2014). Baseado em dados como estes, que demonstram a relevância da agricultura familiar, levanta-se a preocupação de como as famílias sobrevivem nesse meio, pois sofrem com preconceitos e principalmente com uma renda baixa, deixando as propriedades sem sucessão e os filhos à mercê do êxodo rural, em busca de melhores condições, logo estas propriedades são tomadas pelo agronegócio. O mercado exige da cadeia de produção cada vez mais eficiência em todos os segmentos. A integração da produção rural às necessidades do processo de transformação se apresenta como fator importante para viabilizar a diversificação e agregação de valor nos produtos originados na agricultura familiar, incitando o aumento da renda para estes agricultores (ANDERSSON et al., 2011). Além das vantagens, é importante também identificar as restrições relacionadas à agregação de valor aos produtos agrícolas. Com relação aos aspectos econômicos, além dos custos gerados com o processo de agregação, (processamento, embalagem, manuseio para classificação e padronização, aditivos, etc.) o produtor passa a disputar mercado com competidores diferentes daqueles participantes do mercado de commodities, pois terá de concorrer com empresas muitas vezes já consolidadas e com maior penetração nos canais de distribuição e maior know-how, principalmente sobre as necessidades do consumidor (LAZZARINI; MACHADO FILHO, 1997 apud VILCKAS; NANTES, 2007). Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 ISSN 1980-7406 3 Afirmam ainda os autores que apesar de o produto com maior valor agregado ter maior margem de comercialização, em contrapartida sua rentabilidade pode ser prejudicada pelo menor giro, uma vez que esse tipo de produto é destinado a uma demanda mais restrita, muitas vezes formada por consumidores que preferem produtos com diferencial. Com relação aos aspectos estratégicos, é importante que a empresa ou agroindústria familiar, conheça o seu mercado. Caso pretenda atender a um público de baixa renda, que opta por produtos de menor preço, é necessário diferenciar seu processo de produção, e não o seu produto. Nesse caso, o objetivo é competir com baixo custo para obter ganhos no volume, através de maior giro de vendas. Se a estratégia for atingir o público mais exigente, que valorizam a marca, a agregação de valor ao produto torna-se uma estratégia interessante, permitindo desta forma investir em ações como a certificação de origem e o selo verde. Ao colocar em prática as ações estratégicas, essas passam a ser expostas e copiadas pelo mercado, motivo pelo qual a agroindústria familiar precisa elaborar estratégias estruturadas e de longo prazo, como por exemplo, firmando parcerias e mecanismos de coordenação (associações, câmaras etc.), para o auxílio na manutenção de sua competitividade no longo prazo (LAZZARINI; MACHADO FILHO, 1997 apud VILCKAS; NANTES, 2007). Para equilibrar as contas, e evitar a insatisfação da queda de preço resultante da oscilação de mercado, o produtor rural familiar deve estar ciente da necessidade de aumentar a oferta de produtos para o mercado ou mesmo a sua qualidade, através da diversificação da produção e melhorias, aumentando o valor agregado (ANDERSSON et al., 2011). Fatores como legislação, concorrência, evolução da sociedade, entre outros, exigem a evolução do processo agroindustrial, através da atualização tecnológica, das operações e do desempenho. O mercado exige do empreendimento agroindustrial, assim como em qualquer outro, constante melhora nas condições de qualidade dos produtos, menores preços, pronta disponibilidade de entrega e diversidade de opções (ANDERSSON et al., 2011). Desta maneira, reforça-se mais uma vez a importância do poder público e de outras organizações engajadas em relação ao tema, para gerar estímulo a esse tipo de empreendimento, ou seja, políticas públicas capazes de incentivar a atividade. A realidade do espaço rural e de seus participantes demonstra quão necessária é a busca por um desenvolvimento pautado em iniciativas locais, que promovam a organização e interação entre os agricultores, os agentes locais e as instituições públicas nas diferentes escalas de poder (SULZBACHER, 2009). Alguns autores da literatura sobre o assunto entendem que a gestão do empreendimento rural, a qual compreende a “coleta de dados, geração de informações e tomada de decisão”, apresenta tratamento limitado na literatura, e que os trabalhos existentes na área estão restritos aos aspectos relacionados a custos, finanças e contabilidade (VILCKAS; NANTES, 2007). Para os autores são ainda rudimentares os esforços dedicados a outras ferramentas de gestão, como por exemplo: definição do produto e do processo de produção, sistema de qualidade, planejamento e controle da produção. Outro aspecto abordado se refere aos mecanismos de divulgação, para capacitação do produtor na implementação e utilização das técnicas disponíveis, que segundo os autores, são insuficientes. Entre as estratégias de gestão indicadas para o aumento da competitividade no setor rural, destaca-se a agregação de valor aos produtos, cujo principal objetivo é diferenciar um produto em relação aos da concorrência. Com a agregação de valor, o produtor pode desenvolver novos mercados e estabelecer seu produto de forma mais sólida nos mercados atuais. Os benefícios são indiscutíveis, no entanto, sua implementação pelos produtores deve ser feita com cuidado em razão dos custos e dos riscos da nova atividade. As ferramentas de gestão tornam-se aliadas no desenvolvimento da agricultura familiar, que deve ser vista mais do que um meio de subsistência para as famílias. Deve-se pensar também na propriedade como um empreendimento que, consequentemente, exige uma administração adequada, além da percepção do mercado e da necessidade do cliente pelo agricultor/gestor. Há ainda a necessidade do desenvolvimento de produtos com agregação de valor, através da qualidade, fortalecimento da marca e até mesmo da exclusividade de itens, tornando assim o empreendimento apto a competir com os concorrentes, que também passam a desenvolver prática para superação dos competidores, gerando num ganho para todos os participantes do mercado. Para que esse processo se desenvolva, as políticas públicas precisam estar adequadas para gerar desenvolvimento. 4 CONCEITOS DE MARKETING NA AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL De acordo com a literatura sobre o tema, o consumidor procura no produto algo mais do que apenas o elaborado em seus atributos físicos, são benefícios que levam a tomada de decisão resultante na compra do mesmo, e que devem motivar quem oferta o produto a atentar em alguns pontos específicos: “Criar produtos de valor (utilidade); Criar e manter clientes satisfeitos; Promover a capacidade de evolução deliberada; Atrair, desenvolver e manter talentos; Construir e manter relações significativas com a sociedade; Usar os recursos produtivamente; Praticar princípios de conduta aceitos; Obter um lucro razoável” (MOREIRA apud ALVES E SILVA, Pag. 03, 2000). 4 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014 ISSN 1980-7406 Aspectos como novidade, complexidade, qualidade do produto, aparência física, embalagem e o rótulo dos produtos podem influenciar o comportamento de compra do consumidor. O produto quando adaptado às necessidades do consumidor gera a percepção de alto valor, influenciando assim a sua decisão de compra (CHURCHILL; PETER apud BRANDALISE, 2008). Quanto aos produtos agroalimentares, especificamente, o cliente é influenciado por variáveis relacionadas com o valor de uso do produto (nutricional, preço, comodidade, etc), valor simbólico (gosto, afetivo, nutritivo etc), fatores socioculturais, pessoais e psicológicos. Pode-se citar como tendências em termos de expectativas de consumo: Qualidade: atributos de sabor, aparência, aroma, higiene e percepção de um produto saudável. Embalagens: exigência quanto à forma de embalagem dos produtos, no tocante a rótulo, prazos de validade etc. Produtos frescos e naturais: procura maior por produtos com esses tipos de características (ALVES e SILVA, Pag. 4, 2000). A pesquisa “Farm Perspective Study”, realizada pela Market Probe, contemplando 300 agricultores e pouco mais de mil consumidores, indica que o brasileiro tem a percepção e respeito pelo agricultor fornecedor de alimentos, no entanto, desconhece os desafios da atividade agrícola e apresenta baixa percepção quanto às boas práticas de produção aplicadas. O estudo aponta que quase 90% dos consumidores reconhecem o papel do agricultor como fornecedor de alimentos, e 90% afirmam respeitar os produtores rurais (SOU AGRO, 2014). A pesquisa aponta ainda que, apesar de associarem o conceito de sustentabilidade apenas por uma perspectiva de cuidado ambiental – numa visão simplista, que não consideram aspectos financeiro e social, 82% dos consumidores se preocupam com o tema, e 75% responderam que estariam aptos a pagar mais por produtos sustentáveis. Por outro lado, só 37% dos consumidores afirmam que os agricultores usam de métodos sustentáveis de produção, contra 67% na percepção dos próprios produtores (SOU AGRO, 2014). Destacam-se aqui dois pontos a se observar: o primeiro quanto ao alto índice de consumidores dispostos a pagar mais por um produto sustentável, indicando um potencial público para a oferta de produtos com valor agregado, e outro quanto à baixa percepção do consumidor na utilização de métodos sustentáveis nos empreendimentos rurais familiares, abrindo espaço para o desenvolvimento de ações que visem o fortalecimento e manutenção da imagem positiva desses agricultores perante o mercado. Outra informação delicada levantada na pesquisa revela que 85% dos consumidores não entendem os diversos desafios da atividade agropecuária, e para um país aonde o PIB é dependente desta atividade, esse desconhecimento é um fator negativo (SOU AGRO, 2014). Independente dos produtos e serviços serem diferentes e o público-alvo também, micros e pequenas empresas precisam se diferenciar para serem competitivos. Uma das maneiras mais eficientes de diferenciar o produto e o destacar perante os consumidores é pela inovação. O desenvolvimento da inovação independe da matéria-prima e dos insumos utilizados, podendo ser aplicada na indústria, no comércio e no agronegócio (SEBRAE, 2014). Especificamente no agronegócio, a inovação de produtos vem se demonstrando crescente e vista com importância, principalmente para a agricultura familiar. A inovação permite que o pequeno produtor, através da oferta de produtos diferenciados, obtenha melhor remuneração, resultando em maior qualidade de vida para sua família, além de resultar na geração de emprego e renda e na fixação do homem no campo (SEBRAE, 2014). Os aquecimentos da economia brasileira nos últimos anos e a evolução científica propiciam um cenário bastante favorável para a inovação, destacando-se os avanços na biotecnologia, promovendo um conjunto grande de oportunidades, inclusive para a inovação (SEBRAE, 2014). A diferenciação de produtos pode ocorrer de diversas formas, das quais se pode citar como exemplos a criação de produtos com elementos totalmente novos que ainda não foram utilizados no agronegócio ou então a utilização de forma inovadora das matérias-primas já comuns à agropecuária, ou ainda através do resgate de insumos primários antes considerados restritos à natureza, através da tecnologia (SEBRAE, 2014). Um dos segmentos do agronegócio que tem se destacado, utilizando a inovação são os produtos orgânicos. A diversidade é cada vez maior, tanto de alimentos in natura, como verduras e frutas, como de produtos manipulados, como bebidas, mel e geleias. Também merecem destaque os mini legumes, produto que têm apresentado boa aceitação no mercado além da floricultura e a fruticultura, segmentos agrícolas que usufruem da inovação (SEBRAE, 2014). O marketing ainda é pouco incentivado na agricultura familiar, que acaba por distribuir seus produtos localmente, e tornando-se conhecido pelo Boca-boca incentivado pela qualidade dos produtos. Mas pode ser uma ferramenta de divulgação e crescimento para as famílias que estão em busca do aumento de renda, e começam a visualizar a propriedade como um negócio lucrativo. 4.1 A LOGÍSTICA DIRETA NA COMERCIALIZAÇÃO REDUZINDO CUSTOS AOS CONSUMIDORES A questão mercadológica torna-se ferramenta essencial para a elevação da competitividade e a agregação de valor no produto da agricultura familiar. O conhecimento e o estudo mercadológico permitem a elaboração de Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 ISSN 1980-7406 5 estratégias para o atendimento da demanda e através da análise das necessidades do consumidor final, através da aplicação em paralelo junto à logística (SÁ; FIGUEIREDO, 2010). Para Sá e Figueiredo (2010), a inclusão de uma gestão logística pode se mostrar complexa tanto internamente nas organizações, como também entre empresas, sendo que nas organizações de pequeno porte, esse processo pode ser ainda mais complexo. O que justifica tal afirmativa é que a maioria das grandes empresas possui uma estrutura com recursos humanos, financeiros e tecnológicos, enquanto grande parte das pequenas organizações possui limitação de tais recursos, principalmente para aquelas organizações constituídas por produtores de base econômica familiar ou artesanal. Os autores citam que uma das vantagens da integração da cadeia logística, na comercialização de produtos ofertados pela agricultura familiar, é que os seus princípios corroboram para a prática coletiva da organização. O processo de integração logística recebe interferência direta do grau de comprometimento entre os integrantes da cadeia, ou seja, existe uma facilidade na logística, pois muitas vezes os interessados pelo produto se deslocam em busca dele (SÁ; FIGUEIREDO, 2010). Um dos fatores básicos que se traduz em confiabilidade da cadeia logística se refere à capacidade de seus integrantes atingirem e manterem níveis de disponibilidade de estoque e de desempenho operacional dentro de parâmetros planejados, permitindo atender à demanda com qualidade e agilidade, mesmo que o comercio ocorra apenas com o excedente do consumo familiar. Para as cadeias que têm sua origem na produção familiar, identificar a demanda de mercado e estabelecer uma produção programada com os produtores que interagem na organização, mesmo em cooperativas ou associações, é uma das alternativas para as operações da cadeia garantir o fornecimento dos produtos de forma consistente e com a frequência esperada. A prática da logística integrada pode contribuir para agroindústria familiar na construção de uma estrutura que responda as exigências e tendências do mercado. 5 COMÉRCIO SUSTENTÁVEL E UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL As decisões sobre a compra de alimentos são tomadas rotineiramente, mas tais escolhas podem se tornar mais significativas ao considerar que a questão alimentar está ligada à saúde. Tem sido constante a divulgação dos efeitos nocivos ocasionados pelo consumo de alimentos industrializados e/ou pobres em valores nutricionais, sendo os mesmos apontados como responsáveis por problemas de saúde registrados na atualidade (HANSEN; MUKHERJEE; THOMSEN, apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al. 2013). Além do aspecto ligado a saúde do ser humano, a questão do consumo alimentar também se tornou canal de expressão da consciência ambiental da população (KRISCHKE; TOMIELLO, apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al., 2013). Tal consciência implica na escolha baseada no conhecimento do como e onde os alimentos são produzidos e de que maneira isso causará impacto no ecossistema. Desta forma, o interesse da sociedade pela responsabilidade ambiental vem apresentando crescimento, tornando os alimentos eticamente produzidos, mais populares entre os consumidores, gerando desta forma alteração nos padrões de consumo (MAHÉ, 2010; TSAKIRIDOU et al., 2008 apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al., 2013). O consumo consciente se traduz em satisfazer as necessidades individuais, considerando ainda a preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento humano. Tal processo se executa através da informação para basear a escolhas pelo consumidor quanto ao impacto da produção, uso e descarte de produtos e serviços sobre a sociedade e o meio ambiente. Desta forma, o ato de consumir se traduz ainda em um ato de cidadania (AKATU apud BRANDALISE, 2008). Um dos exemplos da maior percepção pelo consumidor perante esses produtos “éticos” é a elevação da procura e do consumo dos denominados orgânicos, produtos que são baseados em práticas de gestão ecologicamente equilibradas (GIL; GRACIA; SANCHEZ, 2000 apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al., 2013). Esse tipo de alimento (orgânicos) são cultivados e processados sem o uso produtos considerados por muitos como vilões da saúde humana e da natureza: fertilizantes artificiais, pesticidas, herbicidas, fungicidas, reguladores de crescimento, aditivos, revestimentos químicos ou mesmo química nos materiais de embalagem (WINTER; DAVIS, 2006; SCHIFFERSTEIN; OUDE OPHUIS, 1998 apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al., 2013). De acordo com Krischke e Tomiello (apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al., 2013), os orgânicos sinalizam para uma nova consciência que compreende diversas questões, como a preocupação com a ecologia e o bem-estar do homem. Cahill, Morley e Powell (2010) indicam que as pessoas estariam, cada vez mais interessadas em consumir esse tipo de alimento, tomando a decisão baseada na consciência ambiental, de saúde e até mesmo de ordem moral e social (ÖZCELIK; UÇAR, 2008; GIL; GRACIA; SANCHEZ, 2000 apud ALBUQUERQUE JUNIOR et al. 2013). Entende-se assim que o interesse e a procura pelos produtos saudáveis e sustentáveis tendem em aumentar. Na medida que as necessidades financeiras diminuírem e aumentar o poder de compra do consumir, este pode consumir produtos com estas características com muito mais frequência, devido a conscientização que já existe. 6 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014 ISSN 1980-7406 6 METODOLOGIA O instrumento de pesquisa para este trabalho foi à pesquisa bibliográfica, que diz respeito a uma busca por dados em estudos e publicações já realizadas, tornando-se disponíveis a comunidade em diversos canais de comunicação. Assim, os dados analisados possuem origem em fontes secundarias, e foram agrupados a fim de responder as indagações propostas para este estudo. Em todas as fontes de buscas, as palavras chaves utilizadas foram: agricultura familiar, produção e agregação de valor, dando preferência para as fontes mais recentes possíveis, mantendo assim a preocupação com a atualização dos dados e assuntos pesquisados. Os dados foram retirados além de publicações cientificas de sites oficiais que asseguram a confiabilidade dos dados apresentados. Esta pesquisa bibliográfica permitiu uma gama de informações que possibilitou afirmar a conclusão deste trabalho, respondendo suas duvidas e contribuindo para o meio acadêmico, e principalmente para o contexto referente ao objeto de estudo. 7 ANÁLISES E DISCUSSÕES A produção agrícola em grande escala se apresenta num primeiro momento como a alternativa mais viável para a questão da produção de alimentos no mundo. No entanto, pesquisas mostram que os meios de cultura precisam ser revistos, através do alerta emitido por especialista principalmente quanto à questão dos recursos naturais do planeta. A agricultura familiar, além de representar alternativa econômica para grande parcela da população do país e do mundo, se apresenta como oportunidade de solucionar a questão alimentar no planeta, de forma sustentável, ou seja, considerando as questões econômicas, social, e ambiental. O estado e outras instituições com interesse comum, como a ONU, SEBRAE, tornam-se personagens de grande importância para o desenvolvimento do setor, através de políticas que estimulem e tornam a prática da agricultura familiar segura e atrativa, além da disseminação de informações úteis ao desenvolvimento dessas famílias, informações essas que são ainda em pequeno número, conforme identificado na pesquisa. Engana-se quem considera que os grandes beneficiados pelo desenvolvimento da agricultura familiar são apenas as famílias produtoras, em vista ao retorno financeiro pelo comércio da sua produção. Além dos produtores e demais participantes da cadeia de suprimento, os consumidores finais são talvez os grandes beneficiados pela cultura dos produtos familiares, principalmente nos aspectos quanto ao grau ecológico e de saúde dos produtos, enfatizando aqui o exemplo da produção dos orgânicos e outros produtos com boa qualidade higiênica e sanitária. A administração, através das suas ferramentas de gestão, contribui para o aumento da competitividade, agregação de valor, redução de custos, e fortalecimento da marca dos produtos de origem familiar. A logística, o marketing, entre outras ferramentas, torna o empreendimento rural familiar, mais competitivo e sólido. A demanda por produtos como os orgânicos e aqueles mais elaborados, como o exemplo dos mini legumes, apresentam um nicho de mercado a ser explorado, e que exige do produtor conhecer o seu consumidor, para atender a expectativa gerada pelo mercado. Mais do que isso, o consumo de alimentos advindos da agricultura familiar se torna uma expressão de consciência ambiental, ética, de saúde, e moral, uma vez que carregam consigo um leque amplo de benefícios que extrapola os recebidos pelos consumidores em suas mesas, e se estendem a toda à sociedade, através da geração de produtos saudáveis e ecologicamente eficientes, e que estimulam o desenvolvimento regional e geração de empregos e renda. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo cumpriu com seu principal objetivo de demonstrar através de uma análise bibliográfica, o cenário e potencial da agricultura familiar no Brasil. O estudo refletiu sobre a participação e papel do estado e instituições através da execução de políticas públicas e ações que afetam a agricultura familiar. Levantou a importância de ferramentas de gestão junto aos empreendimentos familiares rurais, que auxiliam no desenvolvimento de competitividade e gerando agregação de valor aos produtos da agricultura familiar. O comércio sustentável e da alimentação saudável, são apelos naturais presentes na agricultura familiar, e são responsáveis pelo comercio fácil, demonstrando a relevância econômica da agricultura familiar, podendo ser destacado seu papel para o desenvolvimento do setor. Ainda se fazem presentes muitas dificuldades, como políticas públicas mal direcionadas para cada região, a falta de sucessão que tem origem na desmotivação do jovem e falta de renda na atividade, no entanto, muitos são os fatores positivos, que transformam a agricultura familiar em muito mais que uma alternativa econômica, mas um canal de expressão ética, social, moral e de saúde da população. Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 ISSN 1980-7406 7 REFERENCIAS ALBUQUERQUE JUNIOR, E. P.; SILVA FILHO, J. C. L.; COSTA, J. S.; SANTOS, S. M. D. Aspectos relativos à saúde e ao meio ambiente ligados ao consumo de alimentos orgânicos. Revista de Administração da UFSM, vol 6, Edição Especial, p. 927-943, 2013. ALVES, M. O. T.; SILVA, C. H. C. Novo Cooperativismo - Marketing em cooperativas. Banco do Nordeste do Brasil – Escritório Técnico de Estudos Econônicos do Nordeste - ETENE. 2000. Disponível em: <https://www.bnb.gov.br/content/Aplicacao/ETENE/Rede_Irrigacao/Docs/Novo%20Cooperativism o-Marketing%20em%20Cooperativas.PDF> Acesso em: 09.set.2014. ANDERSSON, N. L. M.; GOMES, M. C.; ANDERSSON, F. S.; PETER, M. M. Agroindustrialização: um modo de diversificar e agregar valor na produção de base familiar. (2011) BANCO DO NORDESTE. Agricultura Familiar. Disponível em: <https://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/Pronaf/agricultura_familiar/gerados/apresentacao.asp> Acesso em: 10.set.2014. BRANDALISE, L. T. A percepção do consumidor na análise do ciclo de vida do produto: um modelo de apoio à gestão empresarial. Cascavel: EDUNIOESTE, 2008. CARVALHO, F. M. A.; PEREIRA, P. C. M. O Crédito rural no Brasil e o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Revista Pronaf. Reuna, vol 6, n. 4, p. 45-61, 2001. CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Agricultura Familiar. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1125&t=2 > Acesso em: 15.set.2014. FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. FAO Brasil. Disponível em:<https://www.fao.org.br/quemSomos.asp> Acesso em: 15.set.2014. ONU. FAO anuncia que 2014 será o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Disponível em:<http://www.onu.org.br/fao-anuncia-que-2014-sera-o-ano-internacional-da-agriculturafamiliar/> Acesso em: 10.set.2014. SÁ, J. D. A.; FIGUEIREDO, A. D. S. Agrolog – Sistema de informação para a avaliação da integração logística em cadeias de abastecimento com origem na produção familiar. Revista Organizações Rurais & Agroindustriais, vol 12, n. 2, p. 185-205, 2010. SANTOS, J. G.; CÂNDIDO, G. A. Sustentabilidade e agricultura familiar: um estudo de caso em uma associação de agricultores rurais. Revista de Gestão Social e Ambiental, vol 7, n. 1, p. 69-85, 2013. SEBRAE. Diferenciar o produto é uma forma eficiente de inovação. Disponível em:<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Diferenciar-o-produto-%C3%A9-umaforma-eficiente-de-inovacao> Acesso em: 18.set.2014. SILVA, E. H. F. M.; BERNARDES, E. M. Estrutura Lógica como metodologia para avaliação de políticas públicas: uma análise do Pronaf. Rev. Adm. Pública, vol 48, n 3, p. 721-743, maio/jun. 2014 SOU AGRO. Consumidor tem visão difusa sobre a agricultura. Disponível em:<http://souagro.com.br/consumidor-tem-visao-difusa-sobre-a-agricultura/> Acesso em: 15.set.2014. 8 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2014 ISSN 1980-7406 SULZBACHER. A. W. Agroindústria familiar rural: caminhos para estimar impactos sociais. XIX encontro nacional de geografia agrária, São Paulo, 2009, pp. 1-25 VILCKAS, M.; NANTES, J. F. D. Agregação de valor: uma alternativa para a expansão do mercado de alimentos orgânicos. Organizações Rurais & Agroindustriais, vol 9, n. 1, p. 26-37, 2007. WANDERLEY, M. N. B. A valorização da agricultura familiar e a reivindicação da ruralidade no Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n 2, p. 29-37, jul./dez, 2000. Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 ISSN 1980-7406 9