Diagnóstico da saúde ocupacional do Hospital Santa Casa de Misericórdia de
Passos através da aplicação do censo ergonômico
Autoras: Marques, J.C.; Costa, A.A.
Introdução: A ocorrência dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
(DORT) vêm aumentando nas últimas décadas em todo mundo. O ambiente hospital já
traz consigo uma carga excessiva de estresse aos funcionários, devido a períodos
extensos de trabalho e a uma consequente demanda física e mental, levando prejuízo da
qualidade de vida e da saúde psicossocial destes profissionais. Na busca melhores
condições de trabalho, em março de 2012 foi criado uma Comissão de Ergonomia, com
multiprofissionais. No período de abril e maio de 2013, os membros da Comissão de
Ergonomia aplicaram um censo ergonômico em todo âmbito hospital para realizar o
diagnóstico da saúde dos colaboradores da instituição.
Objetivo: Este estudo objetivou realizar um diagnóstico da saúde ocupacional dos
colaboradores, para futuras melhorias na qualidade de vida e saúde psicossocial destes
profissionais.
Materiais e Métodos: Para coleta de dados foi aplicado um Censo Ergonômico baseado
o modelo Hudson Couto em todas as unidades hospitalares. 519 funcionários
responderam ao Censo Ergonômico. Os setores foram agrupados por gerências, sendo
classificados como: governança; assistência; diagnóstico; administrativo e serviço
compartilhado.
Resultados: De acordo com o questionário Censo Ergonômico 59,99% dos
funcionários estão na empresa há mais de 3 anos; 36,4% trabalham a maior parte da
jornada de trabalho na postura em pé, 28% em posturas alternadas entre em pé e sentada
e 11% na postura sentada. Quando questionado sobre carregamento ou manuseio de
carga manual 44,4% alegam que realizam este procedimento. Em relação ao cansaço:
44,4% sentem cansaço mental em intensidade leve e 31,78% sentem cansaço físico de
intensidade leve; 86,7% não apresentam patologias associadas; 65,5% não realizam
nenhum tipo de atividade física, ou seja, são sedentários. Em relação ao relacionamento
interpessoal com os colegas de trabalho 88,4% relatou bom convívio. 82,9% não
realizam hora extra na instituição. A incidência de queixas osteomusculares se
concentrou em coluna vertebral (54,9%), membros inferiores (18,8%), principalmente
em joelhos e membros superiores (8,86%) em ombros.
Conclusão: Considerando os dados coletados e a comparação dos mesmos, foi possível
realizar um plano de ação para melhorar a qualidade de vida no trabalho, como
treinamentos posturais, avaliação ergonômica dos setores hospitalares, atividade física e
ginástica laboral com acompanhamento de educador físico, dinâmicas em grupo com
psicóloga do trabalho, blitz posturais com os membros da Comissão de Ergonomia,
interação com setor de compras no auxílio a compras de equipamentos que atendem as
necessidades dos funcionários e participação efetiva na elaboração de projetos de
engenharia.
Palavras chaves: censo ergonômico; saúde ocupacional; ergonomia.
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