Maio/2006 - Nº 292 A Universidade Federal do ABC (UFABC) é a primeira universidade inaugurada pelo atual governo. No ano de 2004, o Ministério da Educação (MEC) encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 3962/2004 que previa a criação da Universidade Federal do ABC. A Lei foi sancionada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União de 27 de julho de 2005, com o Nº 11.145 e datada de 26 de julho de 2005. No primeiro ano de funcionamento, a UFABC deve atender 1.500 alunos. A meta do governo é de contemplar 20 mil estudantes quando a instituição estiver efetivamente instalada. O campus será construído na cidade de Santo André, num terreno de 70 mil m², doado pela Prefeitura, localizado na avenida dos Estados, onde funcionava a antiga garagem municipal. A Universidade vai oferecer 19 cursos de graduação, além de vagas para mestrado e doutorado. A instituição terá ainda um perfil Boletim Informativo do Sindicato dos Professores do ABC UFABC em Santo André tecnológico, em três áreas consideradas prioritárias pelo governo: Ciências Naturais, Matemática, Computação e Tecnologia (que engloba cursos de Engenharia). Todos os cursos serão trimestrais, com duração de três anos e o vestibular, anual. O aluno cursará o Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BC&T) que fornece apenas uma base para profissionalização futura, que poderá ocorrer na própria Universidade, para quem optar pelo curso de cinco anos (BC&T + 2 anos), ou seja, após os três anos o aluno cursa mais dois anos na área da engenharia em que gostaria de se especializar (engenharia ambiental e urbana, aeroespacial, bioengenharia de energia, de gestão, de instrumentação e automação, de matérias, de informação e de robótica). A universidade trabalhará ainda com sistema de quotas. Das 1.500 vagas anuais, 750 vagas serão reservadas para alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em OPINIÃO Fórum Social Brasileiro: um outro Brasil é possível e necessário escola pública; entre esses cotistas, reserva-se 204 vagas para alunos de raça negra e 2 vagas para pessoas de origem indígena. As aulas do primeiro semestre iniciarão este De olho no vestibular A Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp) será responsável pela realização do Vestibular da universidade. As inscrições começam no dia 18 de maio e vão até 16 de junho deste ano e serão feitas somente pela internet na página da UFABC ou pelo site da Vunesp, que aplicará os exames. A taxa será de R$ 70,00. A principio serão 500 vagas por trimestre, assim os 1.500 candidatos aprovados poderão ingressar na UFABC em três datas: setembro, janeiro e maio. Dessa forma, os alunos que ainda não concluíram o ensino médio poderão prestar o vestibular. A primeira fase do vestibular da UFABC acontece em 16 de julho. Serão classificados para a segunda fase alunos que obtiverem nota igual ou superior a 50, numa escala de zero a cem. Os resultados serão divulgados em 21 de julho, e a segunda fase acontece em 30 de julho. O resultado final sai em 4 de agosto. Mais informações: www.vunesp.com.br www.ufabc.com.br Fonte: UFABC Tribunal dos Povos condena George W. Bush do Promotor, Assistente e Advogado de defesa. Os membros do Júri deram seus depoimentos e, finalmente, o Presidente do Júri anunciou seu veredito condenando politicamente o radicalismo unilateral imperialista, que resultou nos crimes de guerra e contra a humanidade na figura de George W. Bush. Paulo Roberto Yamaçake Realizado de 20 a 23 de abril de 2006, na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, o II Fórum Social Brasileiro (FSB) contou com a participação de aproximadamente 15 mil pessoas interessadas em construir agendas comuns e tirar lições para o futuro, entre elas representantes de movimentos sociais, sindicatos e diferentes redes da sociedade civil. Na pauta de debates do Fórum deste ano estava a experiência política vivida pelo povo brasileiro na ótica dos movimentos e organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo, ao domínio do mundo pelo capital e a qualquer forma de imperialismo. Para representar o SINPRO ABC no encontro, estiveram presentes os diretores Aloísio Alves da Silva, Célia Regina Ferrari, Denise F. Marques e Paulo R. Yamaçake, que destacaram o espaço de debate da sociedade civil, horizontal, aberto e autogestionado pelos seus participantes, autônomo em relação a governos e partidos, nos termos da Carta de Princípios do Fórum Social Mundial. Na busca de cobrir todos os aspectos e dimensões da construção do “outro mundo”, o II Fórum Social Brasileiro organizou-se em ano em 11 de setembro e serão ministradas no prédio onde, hoje, funciona a pós-graduação do Centro Universitário Fundação Santo André, na av. Atlântica, 420, bairro Val Paraíso. Em defesa da civilização Bush na cadeia! quatroÁreas de Diálogo: 1) Os sujeitos políticos e suas relações; 2) Projetos de desenvolvimento alternativo ao neoliberalismo; 3) A resistência antiimperialista e alternativas de integração solidária; 4) Democratizar o Estado: por uma nova institucionalidade. A experiência brasileira em toda sua potencialidade é singular na discussão de caminhos a seguir para a construção de um país igualitário e justo, democrático e sustentável. Nossa jornada de lutas envolve momentos de esperança e de crise. Diversas interpretações estão em curso, assim como diferentes tomadas de posição sobre o que fazer. Essa pluralidade foi o que animou e No segundo dia do II Fórum Social Brasileiro, em Recife, capital pernambucana, ocorreu o julgamento simulado dos crimes de guerra cometido pelos Estados Unidos, em especial na administração do presidente George W. Bush. Entre as mais de 500 atividades programadas como debates, mostras, conferências e manifestações, a simulação do julgamento foi um dos pontos altos do evento. Na abertura dos trabalhos fizeram uso da palavra o Promotor, o Assistente da Acusação e, em seguida, o Advogado de defesa de Bush. Na seqüência foi feita a oitiva das testemunhas que, após relatos, solicitaram a condenação do mandatário estadunidense. Depois de um curto intervalo, durante a retomada da sessão houve a réplica e a tréplica O imperialismo moderno, ao acirrar a concorrência e a disputa pelo domínio de mercados e áreas de influência, aumentou o potencial destrutivo dos conflitos bélicos entre as nações. A possibilidade de novas guerras não está descartada e parece mesmo crescente. A globalização neoliberal e o recrudescimento do unilateralismo estadunidense recolocam em novas condições o dilema entre barbárie e civilização. Cresce a necessidade de lutar pela Paz. Democracia, Soberania e Justiça Com base no Art. 28 da Declaração dos Direitos Humanos, a sociedade brasileira reivindica a criação de um Tribunal Penal Internacional para julgamento dos crimes contra a paz e crimes de guerra, com a abominável prática da tortura, cometidos pelo governo Bush. Defendemos a Paz Mundial com justiça social, distribuição de Paulo Roberto Yamaçake é Diretor do SINPRO ABC e da CONTEE O Professor DIREITOS TRABALHISTAS Cooperativas anulam direitos trabalhistas Muitas instituições de ensino, visando o lucro e a conseqüente precarização dos direitos trabalhistas, lançam mão de cooperativas, ou seja, submetem os seus empregados a fazerem parte desse sistema de cooperativas. Mas os empregadores não podem substituir a mão de obra permanente por cooperativas, muito menos dispensá-los do emprego e readmiti-los como cooperados. Dessa maneira, comprovada a fraude, o reconhecimento do vínculo de emprego se faz iminente. As falsas cooperativas de trabalho criam trabalhadores de segunda classe, os quais, além de não desfrutarem dos benefícios de que uma digna cooperativa pode propiciar, ficam à margem dos direitos trabalhistas. Com isso, muitas escolas desvirtuam o ideal do cooperativismo, subtraindo os trabalhadores o direito a férias, décimo terceiro salário, FGTS, previdência social seguro-desemprego, descanso semanal remunerado, proteção à sua saúde e segurança do trabalho, carteira assinada e outros direitos, bem como o enfraquecimento do movimento sindical. Hoje há um grande entendimento nos Tribunais do Trabalho de todas as regiões do país para combater as falsas cooperativas de trabalho. A maioria dos acórdãos evidencia a configuração de vínculo de emprego entre o falso cooperado e a empresa tomadora do serviço, sendo um prejuízo tanto para um como para o outro. Pois os processos trabalhistas estão gerando grandes indenizações aos trabalhadores, que recebem de uma só vez todos os benefícios expropriados durante o falso emprego de cooperado. O Ministério do Trabalho e Emprego é órgão do Governo Federal instituído para exercer o importante papel de fiscalização das normas de proteção ao trabalhador subordinado, aplicando multas cabíveis, se previstas em Lei. Assim como também se preocupa com as relações de trabalho que se estabelecem entre as cooperativas de trabalho e seus tomadores. Por isso, professor, não se deixe enganar com falsas promessas num sistema de cooperativas. Não vale a pena abrir mão dos seus direitos. SINPRO ABC não dá trégua para as escolas da Região APAE São Caetano do Sul A 2a. Vara do Trabalho de São Caetano do Sul condenou a APAE SCS a pagar à professora E.R.B. os direitos trabalhistas devidos. São eles: -as diferenças salariais decorrentes da ilegal redução salarial, fruto da majoração da carga horária diária; -hora atividade que consiste em 5% sobre o salário base da professora, que visa remunerar o tempo gasto com a preparação de aulas, preenchimento de relatórios, correção de provas, etc; -horas extras (a professora era obrigada a participar de festas e eventos, sem a contraprestação devida). EXPEDIENTE SINPRO ABC x Colégio Brasilia e Sistema Educacional Cob Na audiência realizada no dia 17 de abril, as instituições de ensino Colégio Brasília e Sistema Educacional COB não comprovaram o pagamento dos direitos descumpridos (multa pelo atraso do pagamento de salários, horas extras, reajuste salarial 2003/2004, recolhimento de depósitos FGTS), o mesmo será julgado no dia 06 de julho. UNIBAN Durante mesa redonda, a UNIBAN afirmou, junto à Delegacia Regional de Trabalho de São Bernardo do Campo, que concede bolsa aos seus professores. Basta que o professor que tenha interesse em adquirir bolsa, para si ou para seus filhos, se dirija até a Central de Atendimento e preencha o requerimento funcional. É importante guardar o protocolo da inscrição para exercer o seu direito junto a Universidade. O Professor - Boletim Informativo do SINPRO ABC - Sindicato dos Professores do ABC - ISSN: 1673-8473 • Jornalista Responsável: Josane Beckman (Mtb 43944/SP) • Diagramação e ilustração: Israel Barbosa • Tiragem: 4000 exemplares • Data de fechamento: 17/05/2006 • Site: www.sinpro-abc.org.br Rua Pirituba, 65 - B. Casa Branca Santo André - SP Cep: 09015-540 - Fone: (11)4994-0700 Assédio Moral nas escolas O assédio moral tem se tornado comum no ambiente de trabalho e nas escolas essa situação não é diferente. A exposição de professores às situações humilhantes e constrangedoras durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, tem se tornado cada vez mais freqüente. Essas situações são mais comuns em relações hierárquicas autoritárias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de um ou mais chefes, dirigida a um ou mais subordinados, o que desestabiliza a relação da vítima de assédio moral com o ambiente de trabalho, forçando-a a desistir do emprego. Em muitos casos a vítima de assédio moral é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada e desacreditada diante dos companheiros de trabalho. Estes, por medo do desemprego e da vergonha de serem também humilhados, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem ações e atos do agressor, instaurando o “pacto da tolerância e do silêncio”, enquanto a vitima vai gradativamente perdendo sua autoestima. A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida de qualquer trabalhador de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade, suas relações afetivas e sociais, causando, inclusive, graves danos à saúde física e mental que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo à morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho. Os trabalhadores passam, portanto, a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido e pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano sofrido. Veja aqui alguns exemplos de frases discriminatórias freqüentemente utilizadas pelo agressor - Você é mesmo difícil... Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso... e só você não consegue! - Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de doente é em casa! Quer ficar folgando... descansando.... de férias pra dormir até mais tarde.... - Teu filho vai colocar comida em sua casa? Não pode sair! Escolha: ou trabalho ou toma conta do filho! - Pessoas como você... Está cheio aí fora! - Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue fazer essa coisa tão simples? - A empresa não precisa de incompetente igual a você! A batalha do professor vítima de assédio moral para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, pode contar com o apoio do SINPRO ABC. O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja “vigilância constante” objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ao outro, no incentivo O que o professor vítima de assédio moral deve fazer? - Resistir é importante. O trabalhador deve anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais achar necessário). - Deve procurar também a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor, e procurar se organizar, pois o apoio é fundamental dentro e fora da empresa. - Evitar conversar com o agressor sozinho é fundamental. A vítima de assédio moral deve ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical. Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo. - Recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo. - Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania. - O professor deve procurar o SINPRO ABC e relatar o acontecido ao departamento jurídico para maiores orientações. Fonte: www.assediomoral.org