Guia do Novo Acordo Ortográfico ÍNDICE Nota introdutória I ALFABETO II USO DE MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS EM INÍCIO DE PALAVRA III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA V HIFENIZAÇÃO Referências bibliográficas Ficha técnica Sair I ALFABETO Nota introdutória (23 letras → 26 letras) O principal objetivo do Novo Acordo Ortográfico de 1990 consiste em unificar, tanto quanto possível, a ortografia da língua portuguesa nos oito países que fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Portugal, Brasil, os cinco países africanos lusófonos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) e Timor-Leste. O alfabeto da língua portuguesa passa a ser oficialmente composto por 26 letras, com a inclusão de k (capa ou cá), w (dáblio, tradicionalmente também O presente guia apenas especifica as alterações decorrentes do Novo Acordo Ortográfico na norma culta lusoafricana (seguida por Portugal, pelos países africanos lusófonos e por Timor-Leste), não contemplando as mudanças que ocorrem na norma culta brasileira. grafado dâblio e designado duplo vê) e y (ípsilon, também designado tradicionalmente por i grego). A Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 de 25 de janeiro «determina a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no sistema educativo no ano lectivo de 2011-2012 e, a partir de 1 de Janeiro de 2012, ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades na dependência do Governo, bem como à publicação do Diário da República». a.b.c.d.e.f.g.h.i.j.k.l.m.n.o.p.q.r.s.t.u.v.w.x.y.z A.B.C.D.E.F.G.H.I.J.K.L.M.N.O.P.Q.R.S.T.U.V.W.X.Y.Z Sugestão: além da consulta de dicionários e prontuários, recomenda-se o conversor Lince «como ferramenta de conversão ortográfica de texto para a nova grafia» disponível em www.portaldalinguaportuguesa.org Índice Índice I - 1/5 I ALFABETO I ALFABETO (K - W - Y) (K - W - Y) O seu uso verifica-se em: O seu uso verifica-se em: a) antropónimos (nomes de pessoas) originários de línguas estrangeiras e seus derivados: b) topónimos (nomes geográficos) estrangeiras e seus derivados: originários Kafka Wagner Byron Kuwait Washington Yorkshire kafkiano wagneriano byroniano kuwaitiano washingtoniano yorkshiriano N.B.: As palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros mantêm as combinações de letras e o trema, mesmo que estes não sejam próprios da nossa escrita: comtista (de Comte) ; mülleriano (de Müller), shakespeariano (de Shakespeare), etc. de línguas N.B.: No caso de topónimos de línguas estrangeiras, recomenda-se que, sempre que possível, se usem as formas aportuguesadas consagradas pelo uso: Genebra (em vez de Génève), Nova Iorque (em vez de New York), Zurique (em vez de Zürich), etc. Índice Índice I - 2/5 I - 3/5 1 Guia do Novo Acordo Ortográfico I ALFABETO I ALFABETO (K - W - Y) (K - W - Y) O seu uso verifica-se em: O seu uso verifica-se em: c) siglas, símbolos e palavras adotadas como unidades de medida de uso internacional: k w y K (potássio) kg (quilograma) km (quilómetro) W (watt; oeste) WC (water closet) WWW (World Wide Web) Y (ítrio) Dy (disprósio) Yd (jarda) e) estrangeirismos de uso corrente: w y kwanza won yuan w y bowling Halloween workshop baby-sitter spray yang N.B.: É aconselhável continuar a substituir, sempre que possível, o k por c (kayak/caiaque) ou qu antes de e ou i (joker/jóquer), o w por u (whisky/uísque) ou v (kiwi/quivi), o y por i (yoga/ioga) e, algumas vezes, por j (yard/jarda). d) unidades monetárias: K K jackpot karaoke kart Índice Índice I - 4/5 I - 5/5 II USO DE MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS EM INÍCIO DE PALAVRA II USO DE MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS EM INÍCIO DE PALAVRA 1. Uso obrigatório de minúscula 2. Uso facultativo de maiúscula ou minúscula a) nomes que designam disciplinas escolares, cursos e domínios do saber: a) meses do ano N.B.: Os nomes dos dias da semana já se escreviam com inicial minúscula. Matemática ou matemática Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa ou línguas e literaturas clássicas e portuguesa Medicina ou medicina b) estações do ano c) pontos cardeais e colaterais b) bibliónimos (títulos de livros): Exemplo: O comboio deslocou-se para norte. Memorial do Convento ou Memorial do convento O Crime do Padre Amaro ou O crime do padre Amaro N.B.: Mantém-se inicial maiúscula nas respetivas abreviaturas (Exemplo: O comboio deslocou-se para N.) e na designação de regiões com os mesmos pontos (Exemplo: Vivo no Norte.) N.B.: 1. O primeiro elemento e os nomes próprios aí existentes são sempre grafados obrigatoriamente com maiúscula inicial. 2. Continuam a escrever-se com letra maiúscula os títulos de periódicos (Exemplo: Diário de Notícias). d) vocábulos fulano, sicrano, beltrano Índice Índice II - 1/3 II - 2/3 II USO DE MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS EM INÍCIO DE PALAVRA III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS 2. Uso facultativo de maiúscula ou minúscula Eliminação das consoantes c e p quando não se pronunciam nas seguintes sequências consonânticas: c) nomes de ruas, lugares públicos, monumentos e edifícios: cc Rua ou rua da Restauração/Avenida ou avenida dos Aliados Convento ou convento de Mafra Museu ou museu de Serralves Torre ou torre dos Clérigos cç ct pc pç pt N.B.: 1. Manutenção dessas consoantes quando se articulam, ou seja, as consoantes c e p escrevem-se quando são pronunciadas. Exemplo: egípcio (embora o respetivo país se escreva Egito, o que aparentemente é uma incongruência) 2. Coexistência de duplas grafias, devido à oscilação na pronúncia de certas sequências consonânticas interiores: Exemplo: característica ou caraterística (este é um dos casos em que os falantes portugueses pronunciam ou não a consoante em causa) 3. Nas assinaturas pessoais e nos nomes de marcas ou entidades legalmente registadas não é obrigatória a adoção da nova ortografia. Exemplo: Optimus 4. Uma exceção a esta regra de que o que não se pronuncia não se escreve é o h inicial. Exemplo: habitante d) axiónimos (formas de tratamento, expressões que exprimem reverência, hierarquia ou cortesia) e hagiónimos (nomes de santos): Senhora Professora ou senhora professora Ex.mo Sr. Primeiro-Ministro ou ex.mo sr. primeiro-ministro Vossa Santidade ou vossa santidade São João ou são João Índice Índice II - 3/3 cc cç ct pc pç pt III- 1/7 2 Guia do Novo Acordo Ortográfico III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS b) cç ç a) ccc ANTES AGORA ANTES accionar acionar acção ação coleccionador colecionador correcção correção confeccionar confecionar direcção direção leccionar lecionar protecção proteção reaccionário reacionário selecção seleção N.B.: 1. Exemplos de palavras em que essa consoante se escreve porque é pronunciada: faccioso, ficcional, friccionar 2. Exemplo de dupla grafia: infeccioso ou infecioso (mas: infecção infeção; infectar infetar) Índice III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS cc cç ct pc pç AGORA N.B.: 1. Exemplos de palavras em que essa consoante se escreve porque é pronunciada: convicção, dicção, ficção, fricção, sucção 2. Exemplo de dupla grafia: intersecção ou interseção pt Índice cc cç ct pc pç pt III- 2/7 III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS c) ct t III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS d) pc c ANTES AGORA ANTES AGORA acta ata anticoncepcional anticoncecional dececionar director diretor decepcionar espectáculo espetáculo excepcional excecional lectivo letivo percepcionar percecionar tacto tato recepcionista rececionista N.B.: 1. Exemplos de palavras em que essa consoante se escreve porque é pronunciada: bactéria, contactar, facto, intelectual, invicta, octógono, pacto 2. Exemplos de dupla grafia: acupunctura ou acupuntura dactilografia ou datilografia sector ou setor táctil ou tátil carácter ou caráter espectro ou espetro telespectador ou telespetador característica ou caraterística expectativa ou expetativa veredicto ou veredito conector ou conetor intersectar ou intersetar Índice III- 3/7 cc cç ct pc pç pt N.B.: 1. Na sequência interior mpc, quando o p cai, o m passa a n, escrevendo-se nc. Exemplo: assumpcionista assuncionista 2. Exemplos de palavras em que essa consoante se escreve porque é pronunciada: egípcio, núpcias, opcional Índice cc cç ct pc pç pt III- 4/7 III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS III SUPRESSÃO GRÁFICA DE CONSOANTES MUDAS OU NÃO ARTICULADAS f) pt t e) pç ç ANTES AGORA ANTES adopção adoção adoptar adotar contracepção contraceção baptizar batizar decepção deceção contraceptivo contracetivo excepção exceção Egipto Egito recepção receção cc óptimo ótimo cç ct pc pç AGORA N.B.: 1. Na sequência interior mpt, quando o p cai, o m passa a n, escrevendo-se nt. Exemplo: peremptório perentório 2. Exemplos de palavras em que essa consoante se escreve porque é pronunciada: adepto, apto, captar, corrupto, eucalipto, rapto, réptil 3. Exemplos de dupla grafia: apocalíptico ou apocalítico conceptual ou concetual séptuplo ou sétuplo N.B.: 1. Na sequência interior mpç, quando o p cai, o m passa a n, escrevendo-se nç . Exemplo: assumpção assunção 2. Exemplos de palavras em que essa consoante se escreve porque é pronunciada: corrupção, erupção, interrupção, opção Índice III- 5/7 pt Índice III- 6/7 cc cç ct pc pç pt III- 7/7 3 Guia do Novo Acordo Ortográfico IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA Supressão de acentos gráficos em palavras graves* Supressão de acentos gráficos em palavras graves b) acento agudo nas palavras graves com ditongo oi a) acento circunflexo na 3.ª pessoa do plural em alguns verbos da segunda conjugação t ANTES AGORA crer/… (presente do indicativo) crêem/… creem /… dar/… (presente do conjuntivo) dêem/… deem /… ler/reler/… (presente do indicativo) ver/antever/prever/rever/… (presente do indicativo) lêem/relêem/… leem/releem/… vêem/antevêem/prevêem/ revêem/… veem/anteveem/preveem/ reveem/… ANTES AGORA bóia boia espermatozóide espermatozoide heróico heroico jibóia jiboia jóia joia paranóia paranoia tiróide tiroide Tróia Troia N.B.: 1. Formas semelhantes como comboio e dezoito já não tinham acento. 2. Esta regra não se aplica às palavras agudas terminadas em ditongo aberto -ói (Exemplo: herói) ou -óis (Exemplos: heróis, lençóis). * Palavra grave: palavra cuja sílaba tónica (aquela que se pronuncia com maior intensidade) é a penúltima Índice Índice IV- 1/9 IV- 2/9 IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA Supressão de acentos gráficos em palavras graves Supressão de acentos gráficos em palavras graves c) acento agudo no u tónico dos verbos que contêm no radical gu (aguar, apaziguar, averiguar, desaguar, enxaguar, etc.; arguir e redarguir) e qu (adequar, apropinquar, obliquar, etc.; delinquir, etc.) Exemplo: verbo arguir (presente do indicativo) ANTES d) acento agudo ou circunflexo para distinguir palavras homógrafas ANTES AGORA pára (forma do verbo parar) ≠ para (preposição) para * Será o contexto em que a palavra ocorre que permite estabelecer a distinção AGORA Exemplo: verbo averiguar (presente do conjuntivo) averigúe averigue averigúes averigues péla(s) (nome e forma do verbo pelar) ≠ pela(s) (contração: preposição + artigo) pélo (forma do verbo pelar) ANTES AGORA (2.ª pessoa do sing.: Tu) argúis arguis (1.ª pessoa do sing.: Eu) (3.ª pessoa do sing.: Ele/Ela) argúi argui (2.ª pessoa do sing.: Tu) (3.ª pessoa do pl.: Eles/Elas) argúem arguem (3.ª pessoa do sing.: Ele/Ela) averigúe averigue (3.ª pessoa do pl.: Eles/Elas) averigúem averiguem Exemplos: ANTES: Pára aí, que eu quero sair! / AGORA: Para aí, que eu quero sair! ANTES: O comboio para Lisboa pára em Coimbra… / AGORA: O comboio para Lisboa para em Coimbra… N.B.: Estas formas verbais escrevem-se sem acento à semelhança do que já acontecia no presente do indicativo: (Eu) averiguo; (Tu) averiguas; (Ele/Ela) averigua; (Eles/Elas) averiguam. Índice pêlo (s) (nome) ≠ pelo(s) (contração: preposição + artigo) pela(s) * Será o contexto em que a palavra ocorre que permite estabelecer a distinção pelo(s) * Será o contexto em que a palavra ocorre que permite estabelecer a distinção Exemplo: O pelo do teu gato é macio. Índice IV- 3/9 IV- 4/9 IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA Supressão de acentos gráficos em palavras graves Uso obrigatório do acento circunflexo d) acento agudo ou circunflexo para distinguir palavras homógrafas (Continuação) ANTES pôde (3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) AGORA pólo (s) (nome) polo(s) (nome) Exemplo: Ele pratica polo-aquático. côa(s) (forma do verbo coar) Côa (topónimo) coa (s) (forma do verbo coar) Coa (topónimo) Exemplo: Sou natural de Vila Nova de Foz Coa. pêra(s) (nome) pera(s) (nome) Exemplo: A pera é um fruto do teu agrado? pêro(s) (nome) pero(s) (nome) pôr (verbo) ≠ ≠ pode (3.ª pessoa do singular do presente do indicativo) por (preposição) Exemplos: Ontem, ele pôde estudar muito. ≠ Ele pode fazer melhor!... Exemplos: Onde vais pôr aquilo? ≠ Não vás por aí! N.B: As razões da supressão do acento gráfico nestes casos são as seguintes: em primeiro lugar, por coerência com a anterior abolição do acento gráfico em casos semelhantes (Exemplos: nome acordo (ô) e acordo (ó), forma do verbo acordar; nome cor (ô) e cor (ó), elemento da locução de cor); em segundo lugar, porque, pertencendo a classes gramaticais diferentes, o contexto sintático permite distinguir claramente tais homógrafas. Índice Índice IV- 5/9 IV- 6/9 4 Guia do Novo Acordo Ortográfico IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA Uso facultativo de acentos gráficos em palavras graves Uso facultativo de acentos gráficos em palavras graves a) acento agudo na 1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo dos verbos regulares da 1.ª conjugação ANTES AGORA estudámos estudámos ou estudamos b) acento circunflexo na 1.ª pessoa do plural do presente do conjuntivo do verbo dar ANTES AGORA dêmos dêmos ou demos Exemplo: Torna-se urgente que dêmos/demos tudo o que temos e não temos!... ≠ demos (pretérito perfeito do indicativo) (Exemplo: Ontem, nós demos tudo o que podíamos! ) Exemplo: Ontem, nós estudámos/estudamos muito! ≠ estudamos (presente do indicativo) (Exemplo: Nós estudamos todos os dias!...) Índice Índice IV- 7/9 IV- 8/9 IV ACENTUAÇÃO GRÁFICA V HIFENIZAÇÃO 1. ELIMINAÇÃO DO HÍFEN Uso facultativo de acentos gráficos em palavras graves a) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal c) acento circunflexo no nome fôrma – o segundo elemento começa por vogal diferente AGORA* ANTES AGORA fôrma ou forma auto-avaliação co-autor contra-indicação extra-escolar infra-estrutura intra-uterino autoavaliação coautor contraindicação extraescolar infraestrutura intrauterino Exemplo: Quem é que unta a fôrma/forma do bolo? ≠ forma (nome e forma do verbo formar) (Exemplos: Aquele objeto começa a tomar forma (nome). A escola já não forma (forma verbal) como formava...) N.B.: 1. Esta prática em geral já era adotada para os termos técnicos e científicos. Exemplos: antiaéreo; coeducação; plurianual; socioeconómico 2. As palavras formadas com o prefixo co- escrevem-se sempre aglutinadas: quando o segundo elemento começa por vogal, mesmo que seja igual (Exemplos: coobrigação, coocorrência), e por consoante (Exemplos: codireção, copiloto; corresponsável; cosseno), exceto h (Exemplo: co-herdeiro). * Antes do Novo Acordo Ortográfico escrevia-se sem acento. Índice Índice Emprego do hífen Eliminação do hífen IV- 9/9 V 1.- 1/5 V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 1. ELIMINAÇÃO DO HÍFEN 1. ELIMINAÇÃO DO HÍFEN c) Nas formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver seguidas da preposição de b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal – o segundo elemento começa por r ou s, duplicando-se estas consoantes ANTES AGORA anti-rugas/anti-social auto-rádio/auto-satisfação co-responsável/co-seno contra-relógio/contra-senso extra-regulamentar/extra-sensível semi-recta/semi-sábio ultra-romantismo/ultra-secreto antirrugas/antissocial autorrádio/autossatisfação corresponsável /cosseno contrarrelógio/contrassenso extrarregulamentar/extrassensível semirreta/semissábio ultrarromantismo/ ultrassecreto N.B.: 1. Esta prática já se encontrava generalizada em palavras deste tipo pertencentes aos domínios científico e técnico. Exemplos: biorritmo, biossatélite; microssistema, microrradiografia 2. Não se usa o hífen à semelhança do que geralmente já acontecia quando o segundo elemento começava por consoante (exceto h e muitas vezes as duas consoantes em causa). Exemplos: antidemocrático; autocrítica; extraconjugal; semicolcheia; ultravioleta Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen AGORA (Eu) hei de (Tu) hás de (Ele/Ela) há de (Eles/Elas) hão de N.B.: 1. Compare-se com as restantes formas (nas quais não se usava o hífen): (Nós) havemos de (Vós) haveis de 2. Continua a usar-se o hífen quando as formas verbais se ligam a um pronome pessoal. Exemplos: dá-se; amá-lo-ei Índice V 1.- 2/5 ANTES (Eu) hei-de (Tu) hás-de (Ele/Ela) há-de (Eles/Elas) hão-de Eliminação do hífen Emprego do hífen V 1.- 3/5 5 Guia do Novo Acordo Ortográfico V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 1. ELIMINAÇÃO DO HÍFEN 1. ELIMINAÇÃO DO HÍFEN d) Em certas palavras compostas, em relação às quais já se perdeu, em certa medida, a noção de composição ANTES AGORA manda-chuva pára-quedas pára-quedismo pára-quedista mandachuva paraquedas paraquedismo paraquedista N.B.: Há palavras que já se grafavam aglutinadamente: girassol madressilva pontapé Índice e) Na maioria das locuções ANTES AGORA bicho-de-sete-cabeças bicho de sete cabeças chapéu-de-chuva chapéu de chuva dia-a-dia dia a dia fim-de-semana fim de semana lua-de-mel lua de mel rés-do-chão rés do chão rosa-dos-ventos rosa dos ventos todo-o-terreno todo o terreno N.B.: Exceções já consagradas pelo uso (expressamente referidas no texto do Acordo Ortográfico): água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa. Emprego do hífen Eliminação do hífen Índice Emprego do hífen Eliminação do hífen V 1.- 4/5 V 1.- 5/5 V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 2. EMPREGO DO HÍFEN 2. EMPREGO DO HÍFEN a) Nas palavras compostas que não contêm formas de ligação, cujos constituintes mantêm a autonomia fonética e conservam o seu próprio acento, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: afro-luso-brasileiro ano-luz arco-íris azul-escuro conta-gotas corre-corre decreto-lei direção-geral Índice finca-pé guarda-chuva guarda-joias médico-cirurgião para-choques primeiro-ministro segunda-feira tenente-coronel Eliminação do hífen Emprego do hífen b) Nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas abóbora-menina couve-flor erva-doce feijão-verde andorinha-grande cobra-capelo formiga-branca erva-do-chá ervilha-de-cheiro fava-de-santo-inácio bem-me-quer (=margarida/malmequer) andorinha-do-mar bem-te-vi (pássaro) Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen V 2.- 1/12 V 2.- 2/12 V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 2. EMPREGO DO HÍFEN 2. EMPREGO DO HÍFEN c) Nos topónimos compostos d) Nos compostos com os advérbios que se iniciam pelos adjectivos Grã ou Grão Grã-Bretanha Grão-Pará que se iniciam por uma forma verbal Passa-Quatro Quebra-Costas quando os elementos estão ligados por um artigo Albergaria-a-Velha Entre-os-Rios Montemor-o-Velho Trás-os-Montes bem bem-aventurado bem-educado bem-estar N.B: 1. Os restantes topónimos constituídos por mais do que um elemento continuam a escrever-se separados, sem hífen (Exemplos: América do Sul, Cabo Verde, Castelo Branco), à exceção de Guiné-Bissau e Timor-Leste. Há gentílicos que se grafam com hífen, embora este não exista no topónimo (Exemplos: cabo-verdiano, sul-americano; nova-iorquino; são-tirsense). 2. Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (Exemplo: o percurso Lisboa-Coimbra-Porto) e nas combinações históricas ou ocasionais de topónimos (Exemplo: Angola-Brasil ). Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen bem-criado bem-falante bem-vindo bem-visto mal-agradecido mal-educado mal-estar mal-entendido mal-humorado bem-humorado N.B.: Em certos compostos, este advérbio aglutina-se com o segundo elemento (começado por consoante). Exemplo: benfeitor Índice V 2.-3/12 mal apenas quando o segundo elemento começa por vogal ou h Eliminação do hífen N.B.: Não se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por consoante (Exemplos: malcriado, malfalante, malvisto) Emprego do hífen V 2.- 4/12 6 Guia do Novo Acordo Ortográfico V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 2. EMPREGO DO HÍFEN 2. EMPREGO DO HÍFEN e) Nos compostos com os elementos f) Nas formações em que além além-fronteiras/além-mar aquém aquém-fronteiras/ aquém-mar recém recém-casado/recém-nascido sem sem-abrigo/sem-vergonha o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal ou consoante – o segundo elemento começa por h pré-história semi-hospitalar sobre-humano sub-hepático super-homem ultra-hiperbólico anti-herói co-herdeiro contra-harmónico extra-humano geo-história neo-helénico N.B.: Quando o elemento sem não mantém a pronúncia própria, ou seja, quando se pronuncia como em quente e não como em bem, aglutina-se. Exemplo: sensabor N.B.: 1. As palavras formadas com o prefixo co- escrevem-se sempre aglutinadas, exceto quando o segundo elemento começa por h. 2. Continuam a escrever-se sem hífen as palavras que contêm o prefixo co- quando o segundo elemento perdeu o h inicial (Exemplo: coabitar). Aliás, o mesmo acontece com os prefixos des-, in- e re- (Exemplos: deserdar, desumano; inábil, inumano; reabilitar, reaver). Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen V 2.- 5/12 V 2.- 6/12 V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 2. EMPREGO DO HÍFEN 2. EMPREGO DO HÍFEN g) Nas formações em que h) Nas formações com os prefixos o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal o segundo elemento começa por vogal igual – ante-estreia anti-inflamatório auto-observação contra-ataque intra-arterial mega-agrupamento micro-ondas* semi-interno hiper-realista inter-regional super-resistente hiper-humano inter-humano super-homem EXCEÇÃO: As palavras formadas com o prefixo co- escrevem-se sempre aglutinadas: quando o segundo elemento começa por vogal (Exemplo: coincineração), mesmo que seja igual (Exemplos: coobrigação, coocupante), e por consoante (exceto h: co-herdeiro). N.B.: * Antes do Novo Acordo, escrevia-se microondas. Índice Eliminação do hífen quando o segundo elemento começa por consoante igual à última do prefixo (r) ou por h [caso já considerado na alínea f)] hiperintersuper- Emprego do hífen N.B.: Continua a não se usar o hífen quando o segundo elemento começa por uma consoante diferente (hipermercado; interturmas; supermercado) ou por vogal (Exemplos: hiperativo; interurbano; superinteressante). Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen V 2.- 7/12 V 2.- 8/12 V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 2. EMPREGO DO HÍFEN 2. EMPREGO DO HÍFEN j) Nas formações com os prefixos i) Nas formações com o prefixo quando o segundo elemento começa por consoante igual à última do prefixo (b), por r ou por h [caso já considerado na alínea f)] sub- sub-bibliotecário pós- pós-graduação/pós-laboral/pós-operatório pré- pré-escolar/pré-história/pré-seleção pró- pró-ativo/pró-europeu/pró-vida sub-região sub-hepático N.B.: Continuam a escrever-se sem hífen as palavras formadas com este prefixo quando o segundo elemento não se inicia por nenhuma das três consoantes mencionadas: b, h ou r (Exemplos: subaquático; subdiretor). Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen Índice V 2.- 9/12 Eliminação do hífen Emprego do hífen V 2.- 10/12 7 Guia do Novo Acordo Ortográfico V HIFENIZAÇÃO V HIFENIZAÇÃO 2. EMPREGO DO HÍFEN 2. EMPREGO DO HÍFEN k) Nas formações com os prefixos l) Nas formações com os prefixos ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento) ex-aluno/ex-hospedeira/ex-marido/ex-primeiro-ministro sota-/o- (quando é sinónimo de vice-/vizo-) sota-piloto/soto-embaixador vice-/vizo- vice-diretor/vizo-rei quando o segundo elemento começa por vogal m n h [caso já considerado na alínea f)] circume pan- circum-escolar circum-murado circum-navegação circum-hospitalar pan-africano pan-mágico pan-negritude pan-helénico Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen Índice Eliminação do hífen Emprego do hífen V 2.- 11/12 V 2.- 12/12 Referências bibliográficas Ficha técnica • Texto oficial [ANEXO I – ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA (1990) ANEXO II – NOTA EXPLICATIVA DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA (1990)]: o BERGSTRÖM, Magnus e REIS, Neves, Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, Lisboa, Editorial Notícias, s/d, 26.ª Edição o http://www.priberam.pt • CASTELEIRO, João Malaca e CORREIA, Pedro Dinis , Atual - O Novo Acordo Ortográfico, Lisboa, Texto Editores, 2009, 4.ª edição • Acordo Ortográfico, Porto, Porto Editora, 2011 • Suplementos de manuais escolares, guias e textos de apoio de diversas editoras Autoria: Alice de Ascensão Gonçalves Póvoa (PQND do Grupo 300 da Escola Secundária de Lousada) • Internet: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/ agosto de 2011 Índice Índice 8