A recuperação paralela na perspectiva dos níveis de competência da área. Professora América Marinho Apresentação p ç utilizada como material de apoio p no evento “Orientação ç Técnica sobre a recuperação paralela” realizado nos dias 23, 24 e 25 de julho de 2008. “[...] Menino quando entra na escola não d deve ser considerado id d como um soldado ld d que depois q p vai ser cabo,, sargento, g , tenente, capitão. Aprendizado não é maratona Menino não tem que tirar maratona. primeiro lugar. Quando um tira primeiro lugar humilha os outros vinte e nove da turma. Menino não é foca que, quando aprende d uma coisa – que tem que aprender! apr n r! -,, gan ganha a uma sardinha. ar n a. Nem N mé elefante, que, quando se equilibra sobre uma bola, bola ganha um amendoim. amendoim [...] [ ] “[...] Menino quando entra na escola não d deve ser considerado id d como um soldado ld d que depois q p vai ser cabo,, sargento, g , tenente, capitão. Aprendizado não é maratona Menino não tem que tirar maratona. primeiro lugar. Quando um tira primeiro lugar humilha os outros vinte e nove da turma. Menino não é foca que, quando aprende d uma coisa – que tem que aprender! apr n r! -,, gan ganha a uma sardinha. ar n a. Nem N mé elefante, que, quando se equilibra sobre uma bola, bola ganha um amendoim. amendoim [...] [ ] Menino não tem que passar de ano. Quem passa de ano é o Tempo. Tempo Menino tem que ser avaliado, percebido, orientado, i d estimulado, i l d menino i tem que ser amado. [...] Cada criança conseguirá .... em tempos diferentes ... El s não Elas ã serão s ã repetentes! t t s! Serão S ã apenas p diferentes umas das outras.” ZIRALDO, P. A.. O Áspite - há um jeito prá tudo. Ed. Melhoramentos. São Paulo, 2005 Todos T d s sã são c capazes p z s de d aprender, aprender portanto é dever da escola ensinar a todos! Recuperação paralela é direito; não é castigo! • Para ensinar a todos é preciso aprender a lidar com a diversidade. • A recuperação paralela pode contribuir para o desenvolvimento de ações docentes que contemplem todos os alunos l em suas diferenças df d de aprendizagem, p g , possibilitando, p , por p meio de um trabalho diversificado, que todos aprendam. aprendam • O Os alunos l não ã podem d ser selecionados l i d para a Recuperação p p paralela p com base em comportamento indisciplinado ou em palpites. • É preciso selecionáselecioná á-los e organizáorganizá á-los em turmas mediante critérios bem objetivos, tais como o domínio das habilidades elencadas pelo SARESP. SARESP Para aprender p a falar (uma ou mais línguas) é indispensável a integração a um grupo que utilize essa língua na prática. Para aprender a ler e a escrever com significado isto é significado, é, para ser letrado letrado, vale o mesmo pressuposto, ou seja, só é possível tornar-se leitor e escritor em um ambiente onde se vivam intensamente atos de leitura e escrita verdadeiros. Muitas vezes, os sujeitos são capazes de comportamentos comportam ntos escolares sco ar s letrados, tra os, mas são incapazes de lidar com usos cotidianos da escrita em contextos não escolares: comprar e ler o jornal para i f informar-se s sobre s b o que acontece t no mundo, sentir prazer ao ler um romance, escrever uma carta de reclamação para p , p preencher um f formulário uma empresa, ao solicitar um emprego etc. • O termo “letramento” surgiu, g , na década de 1980, pela necessidade de um conceito que se referisse aos aspectos sócio-históricos e culturais l i dos d usos da d escrita. i • Letramento, é o que as pessoas fazem com as h bilid d d habilidades de lleitura i e escrita, i em um contexto específico, e como essas habilidades se relacionam com as necessidades, necessidades valores e práticas sociais. • Uma pessoa pode ser analfabeta, analfabeta mas letrada. letrada Ex.:quando recorre a outra que sabe ler, para que leia ou escreva uma carta. carta • Uma pessoa pode ser alfabetizada e iletrada, por ter participação restrita em práticas de leitura e escrita. A escola é um m importante mp espaço p ç de letramento. É imprescindível que a escola desenvolva capacidades de leitura e produção de textos que possibilitem aos cidadãos a melhor participação possível em situações de fala e escuta, de leitura e produção de textos com diferentes finalidades reais. reais A aprendizagem p g da leitura e da escrita, incluindo a alfabetização implica a alfabetização, constituição de sentido, bem como uma forma de interação com o outro: Para P quem eu escrevo e por quê? Com que finalidade eu leio? A competência em leitura e escrita não nasce espontaneamente. t t A explicitação li it ã dos d mecanismos de produção de sentido do texto contribui decisivamente para melhorar o desempenho do aluno. O leitor faz uma leitura mais significativa quando sabe de antemão o que buscar. Não basta apenas recomendar que o texto seja lido muitas vezes, é preciso mostrar para onde a atenção deve ser dirigida, apontando, p. ex., os elementos contextualizadores: o título, os subtítulos, a fonte, a seção/capítulo ç p de onde foram retirados, dados sobre o autor, época, imagens etc. Op papel p do professor p é de suma importância para que ocorra a p g Ele deve ser ao mesmo aprendizagem. tempo coordenador, participante e interventor. O professor-interventor, aqui, é aquele que atento a cada aluno ou grupo, que, grupo sabe quais são seus avanços e dificuldades e planeja situações que requeiram elaboração, aplicação e reorganização do conhecimento para que ocorra a conhecimento, apropriação pelos alunos. A tarefa de ensinar é de todos os professores.. É o trabalho conjunto dos professores educadores que vai garantir a ampliação do acesso dos alunos ao mundo letrado. Para ensinar é preciso partir do que o aluno já sabe. Se o aluno chega ao 5 5º ano sem saber ler ou escrever, é o professor do 5º 5 ano que deve ensináensiná-lo. lo Não adianta ficar procurando culpados e sobretudo b t d não ã adianta di t culpar l o próprio ó i aluno ou a família. Compartilhar o texto e as impressões por ele causadas, em pequenos ou grandes d grupos, auxilia ili e amplia li a compreensão p de leitura,, pelo p confronto das diferentes hipóteses surgidas. surgidas Textos de teor exclusivamente escolar, desvinculados da realidade, em m nada n d colaboram l b m com m a formação f m ã do leitor. A exploração mecânica do vocabulário do texto, texto feita antes da leitura, ao contrário do que se pensava, não ã leva l a nada, d uma vez q que as p palavras estão fora de seu contexto. O aluno pode e deve inferir o significado do que não conhece pelo l contexto. t t As áreas do conhecimento e o ensino da leitura e da escrita Em Língua g Portuguesa g Contato com diferentes gêneros discursivos para apreender p p suas características e desenvolver capacidades de leitura e produção desses gêneros. Leitura e escrita de diferentes gêneros com a função social que eles têm fora da escola. Análise lingüística, de modo que os alunos se apropriem desses conhecimentos e possam ler e produzir d i textos em dif diferentes situações, i õ com clareza, coesão e correção gramatical (e ortográfica). ortográfica) Nas demais áreas Leitura e escrita como instrumento p para a aprendizagem de conteúdos de cada área. A exploração p ç de um texto para p apreender p os conteúdos das áreas. Os conteúdos das áreas — conceitos,, habilidades, valores e procedimentos que elas desenvolvem — concorrem p para a ampliação p ç do letramento, tornando o sujeito mais apto a compreender p diferentes gêneros g discursivos, a utilizar diferentes suportes textuais. Gêneros discursivos mais comuns: cultura literária ficcional - NARRAR • Criação da uma intriga ou enredo no domínio d verossímil: do í il conto t maravilhoso; ilh conto t de d fadas; fábula; lenda; narrativa de aventura; narrativa de ficção científica; narrativa de enigma; narrativa mítica; sketch ou história engraçada; biografia romanceada; romance; romance histórico; novela fantástica; conto; paródia; adivinha; piada... p p Gêneros discursivos mais comuns: documentação e memorização das ações humanas - RELATAR • Representação p ç pelo p discurso de experiências p vividas, situadas no tempo: tempo: relatos de experiência p vivida; relatos de viagem; g diário íntimo; testemunho; anedota; autobiografia; curriculum vitae; notícia; reportagem; p g crônica mundana; crônica esportiva; relato histórico; ensaio ou p perfil biográfico; g biografias... g Gêneros discursivos mais comuns: discussão de problemas sociais controversos – ARGUMENTAR • Sustentação, ç refutação ç e negociação g ç de tomadas de posição: textos de opinião; diálogo g argumentativo; g carta de leitor; carta de reclamação; carta de solicitação; deliberação informal; debate regrado; g editorial; requerimento; discurso de defesa (advocacia); ensaio; resenhas críticas... Gêneros discursivos mais comuns: transmissão e construção de saberes – EXPOR • Apresentação textual de diferentes formas dos saberes: texto expositivo; conferência; artigo enciclopédico; verbete de dicionário; entrevista de especialista; texto explicativo; tomada de notas;; resumos de textos expositivos e explicativos; resenhas; relatório cientifico; relato de experiências ( (científicas)... íf ) Gêneros discursivos mais comuns: instruções e prescrições DESCREVER AÇÕES • R Regulação l ã mútua ú de d comportamentos: instruções ç de uso; instruções ç de montagem; receita; regulamento; regras de jogo; consignas e comandas diversas; textos prescritivos... Capacidades de leitura A t de Antes d se tter o texto t t em mãos: ã Definir finalidades de leitura: saber com que objetivo se vai ler – p por prazer, p , para p conhecer determinado assunto, para atualizaratualizar-se, para comunicar algo, para executar uma ação, para viver ou reviver uma experiência exper ênc a pouco ou bem conhecida conhec da etc. Recuperar o contexto de produção: quem é o autor, que posição social ocupa(ou), em que época vive(eu), em que situação escreveu, escreveu com que finalidade finalidade, onde seu texto circula, a quem se destina, de onde foi retirado etc. L Localizar li e acessar fontes f t de d consulta lt (bibli (bibliotecas, t Internet, programas de rádio e TV, museus etc.). Utilizar f fichários impressos mp ou Internet para p localizar obras, autores, assuntos etc.; consultar índices. Localizar uma matéria dentro do jornal. Avaliar criticamente as fontes (saber se são confiáveis). confiáveis) Na leitura de qualquer gênero Reconhecer características do gênero. Identificar a finalidade do texto. Identificar a intencionalidade do autor. Reconhecer h efeitos f it d de sentido tid ((a partir ti d de recursos estilísticos, semânticos, gráficos, sonoros, morfossintáticos etc.). ▪ Localizar li iinformações f õ explícitas; lí it ▪ inferir sentido de uma palavra pelo contexto. ▪F Fazer inferências f g globais;; identificar f temas m ou idéias centrais. ▪ Estabelecer relações entre partes de um texto. ▪ Identificar seqüência de acontecimentos (narrativas, (narrativas notícias, relatos). ▪ Distinguir causa e conseqüência. ▪ Relacionar R l i ttexto xt com m conhecimentos h im t s d do cotidiano tidi ou especializado; avaliar criticamente um texto. ▪ Relacionar temas e conteúdos abordados em diferentes t t (i textos (intertextualidade). t t t lid d ) ▪ Relacionar diferentes versões de um mesmo tema ou assunto (interdiscursividade). ▪ ▪ ▪ ▪ Na leitura de determinado gênero ▪ Identificar conflito gerador do enredo (romance, novela, crônica, contos de fadas etc.). ▪ Distinguir definição e exemplo (textos didáticos, verbetes, artigos científicos, teses acadêmicas etc.). ▪ Reconhecer posições distintas sobre um mesmo tema (artigos de opinião, debate, editorial, teses acadêmicas etc.). ▪ Distinguir fato e opinião (reportagem, artigos de opinião, teses etc.). ) ▪ Estabelecer relação entre tese e argumento (artigos de opinião, editorial teses acadêmicas editorial, acadêmicas, debate etc.). etc ) ▪ Identificar ordem seqüencial de procedimentos (experimentos, regra de jogo; instruções de montagem, receitas culinárias etc.). ▪ Relacionar l texto escrito com imagens, imagens em movimento, diagramas, gráficos, mapas, sons, números etc. (percepção de outras linguagens). g g ) Capacidades de Produção de texto e de Análise lingüística • Produzir textos dos gêneros mais utilizados na sociedade. sociedade – Planejar a produção em função de: • finalidade; • a quem se destina; • gênero e características desse gênero; • o que já se sabe sobre o assunto e o que é preciso pesquisar; • completude (começo, meio e fim) • coerência e coesão. – Produzir P d um texto de d acordo d as características í lingüísticos e textuais (marcas) do gênero. – Revisar e reescrever. reescrever – Divulgar. Escrever assume significado quando o objetivo não é apenas cumprir um dever escolar para obter nota. O gosto pela escrita é reforçado quando o escritor sabe de antemão que suas produções serão lidas por outros, ut s e nã não só pelo p l p professor. f ss Isso implica mp a divulgação g ç dos textos escritos. Capacidades p de análise lingüística (1) • Dominar aspectos de organização textual e marcas do gênero: g – paragrafação; – pontuação; – uso de discurso direto e indireto e pontuação t ã correspondente; d t – uso eixos coesivos e conectivos; – uso de expressões (pronomes) de tratamento. Capacidades p de análise lingüística (2) • Dominar D i aspectos t morfossintáticos: f i táti – – – – concordância verbo verbo--nominal; colocação pronominal; g verbal;; regência conjugação verbal. • Dominar aspectos ortográficos: – situações passíveis de regras (algumas); – convenções õ arbitrárias; bit á i – consulta ao dicionário e à gramática. Escrita não é produto que se finalize em tempo restrito. Planejá-la, á revisá-la á e reescrevê-la a p partir de rascunhos levará à melhor qualidade dos textos finais. finais O respeito pelo nível de compreensão do outro precisa i estar presente entre professor e aluno e entre aluno e aluno: p primeiro porque gerar significado exige esforço; segundo porque, porque se o erro for proibido ou ridicularizado, hipóteses não serão formuladas, formuladas prejudicando a compreensão. Aprimoramento dos textos dos alunos Quanto à organização discursiva: Seleção do texto a ser trabalhado coletivamente. C Correção ã ortográfica áfi e gramatical i l pelo l professor. f Visualização do texto (lousa, cartaz...) Levantamento e registro das hipóteses de solução. Análise e seleção das hipóteses. hipóteses Reescrita coletiva do texto. C Comparação ã d do texto t t reescrito it com o inicial. i i i l Cópia do texto reescrito. Reescrita individual dos textos com problemas semelhantes.. ↓ Leitura e divulgação dos textos Aprimoramento dos textos dos alunos Quanto aos aspectos gramaticais Seleção de um problema gramatical. gramatical Escolha dos trechos a serem trabalhados. Visualização dos trechos (lousa, cartaz, ...). Levantamento e registro g das hipóteses p de solução. ç Pesquisa e orientação para solução do problema. Reescrita coletiva dos trechos. trechos Sistematização da questão gramatical. Registro da sistematização. Reescrita individual dos trechos com problemas p semelhantes. Concepção pç de letramento Matriz teórica Visão sócio-histórica e cultural do sujeito j que q aprende e da língua como objeto de conhecimento. • Lev Semyonovitch Vygotsky (1896(18961934) • Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895 (1895-1975) Bakhtin - linguagem resulta de um esforço histórico coletivo de caráter dialógico e interacional. O sujeito j é um agente g dentro do p processo discursivo, capaz de modificar o discurso social. Quando nos comunicamos, nas mais diversas situações, utilizamos essas formas, formas que possuem características próprias e relativamente estáveis. Essas características configuram diferentes gêneros ê di discursivos i que podem d ser definidos d fi id por três aspectos básicos coexistentes: • seus temas - o que é dizível ou pode se tornar dizível, por meio do gênero); p - forma p particular • sua construção composicional dos textos pertencentes ao gênero; • seu estilo - seleção feita pelo autor de recursos da língua – de vocabulário e gramaticais, gramaticais tendo em vista o gênero. Vygotsky - teoria sociopsicológica da relação entre pensamento t e palavra; l li linguagem ttem papell decisivo d i i na constituição da subjetividade e das funções psicológicas superiores: • controle consciente do comportamento, • atenção e lembrança voluntárias, voluntárias • memorização ativa, • pensamento abstrato, • raciocínio dedutivo • capacidade de planejamento. Ensino tem papel decisivo para a aprendizagem e para o desenvolvimento. A escola tem responsabilidade na formação das funções superiores e na apropriação dos conhecimentos sistematizados, mas, para isso, o ensino deve fazer nexo com o repertório cultural dos alunos.