9° CONGRESSO DE EDUCAÇÃO AGRÍCOLA SUPERIOR
AREIA-PB - 27 A 30 DE OUTUBRO DE 2014
Nº ISSN / 0101-756X
Utilização de Defensivos alternativos no Combate da Lagarta na Cultura do
Maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. Flavicarpa)
Marcelo Pereira Cruz1, Keith Ranny Pereira Cruz 2, Ewerton Bruno da Silva Soares3
Leogário Brito 4, José Thyago Aires Souza 5
1
Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós- graduação em Agronomia – UFPB – Areia – PB
[email protected]; 2Universidade Federal de Campina Grande, Programa de Pós-graduação em Zootecnia –
UFCG – Patos – PB, 4Universidade Estadual da Paraíba, Bacharel em Agroecologia, UEPB – Lagoa Seca – PB.
RESUMO
O maracujazeiro é originário da América Tropical, seu uso principal, no entanto, estão na
alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores. Como em toda cultura,
uma série de problemas agronômicos ocorrem no maracujazeiro. Entre eles encontram-se os
insetos-praga principalmente a lagarta preta do maracujá, (Dione juno Juno). Uma alternativa de
controle a esta situação é a produção de inseticidas orgânicos de baixa toxicidade para o ser
humano. Nesse contexto o presente trabalho teve por objetivo verificar a eficiência do uso de
técnicas agroecológicas no combate da lagarta do maracujazeiro amarelo. Observa-se que houve
100% na mortandade das lagartas pulverizadas com a manipueira. Já na aplicação do óleo de neem
o resultado não foi de total eliminação da praga, mais mostrou uma considerável baixa na
quantidade de lagartas existentes no inicio do tratamento. A utilização de defensivos orgânicos cada
vez mais se mostra a melhor forma de proteger e melhorar a área agrícola, melhorando ainda mais a
agricultura em todo mundo.
PALAVRAS CHAVE: Defensivos naturais, Maracujazeiro, Controle de pragas.
ABSTRACT
Use of Alternative Pesticides to Combat the Culture of Caterpillar on Passionflower
(Passiflora edulis f. Flavicarpa)
The passion fruit is native to tropical America, its main use, however, are in food, in the form of
juices, jams, jellies, ice cream and liqueurs. As in any culture, a series of agronomic problems occur
in passion. Among them are the insect pests mainly black caterpillar of passion fruit, (Dione juno
Juno). An alternative to this situation is to control the production of organic insecticides of low
toxicity to humans. In this context, this study aimed to verify the efficiency of the use of
agroecological techniques in combating caterpillar yellow passionfruit. It is observed that there was
100% mortality in the larvae sprayed with Manipueira. Already in the application of neem oil was
not the result of total elimination of the plague, most showed a considerable decrease on the number
of larvae at the beginning of treatment. The use of organic pesticides increasingly shown the best
way to protect and improve agricultural area, further improving agriculture worldwide.
KEYWORDS: Natural defensive, Passionflower, Pest control.
INTRODUÇÃO
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O maracujazeiro é originário da América Tropical, com mais de 150 espécies nativas no
Brasil. Seu uso principal, no entanto, está na alimentação humana, na forma de sucos, doces,
geléias, sorvetes e licores. O Brasil é um dos principais centros de origem de espécies do gênero
Passiflora, apresenta grande potencial para efetuar seleção de plantas para atender ao mercado de
fruta fresca, suco concentrado, bem como exploração como plantas ornamentais ou medicinais.
Como em toda cultura, uma série de problemas agronômicos ocorrem no maracujazeiro. Entre
eles encontram-se os insetos-praga como vaquinhas, percevejos e principalmente a lagarta preta do
maracujá, Dione juno juno (Cramer, 1779) (Lepidoptera, Nymphalidae), que pode provocar prejuízos
elevados e é considerada a praga-chave. Suas lagartas causam desfolha, reduzindo o crescimento e
produção do maracujazeiro, e ataques sucessivos desta praga provocam destruição de folhas, corte das
brotações novas e raspagem dos ramos das plantas e até a morte das plantas (Bortoli & Busoli, 1987).
Uma alternativa a esta situação é a produção de inseticidas orgânicos de baixa toxicidade
para o ser humano. De fato, os inseticidas podem ser produzidos a partir de um protótipo natural
como é o caso do Nim (Azadirachta indica), através do óleo das sementes e extrato das folhas e da
manipueira que é um subproduto da fabricação de farinha de mandioca (Manihot utilissima), como
também a utilização da folha da mamoeira (Ricinus communis L).
a partir de extrato de vegetal, para combater uma das maiores pragas do maracujazeiro, a
lagarta (Dione juno juno ) do maracujazeiro amarelo. Nesse contexto o presente trabalho teve por
objetivo verificar a eficiência do uso de técnicas agroecológicas no combate da lagarta (Dione juno
juno) do maracujazeiro amarelo.
MATERIAL E MÉTODOS
As pesquisas se realizaram na Escola Agrícola Assis Chateaubriand, localizada no município de
Lagoa Seca, Paraíba (Latitude 7 º 09 S, Longitude 35 º 52 W e altitude 634 m) na região do Brejo
Paraibano. O trabalho foi desenvolvido de forma que na primeira etapa foi realizado o preparo do
substrato, semeadura, das sementes em bandejas de isopor com capacidade para 200 células. O
transplante foi realizado paras as covas contendo húmus de minhoca quando as plântulas
apresentavam 6 pares de folhas fixas. A irrigação foi realizada de acordo com a necessidade da
cultura.
Após 15 do transplante quando as mudas já estavam estabelecidas em campo, foi observado
o surgimento e desenvolvimento da lagarta (Dione juno juno), tendo como suas características
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principais colocar grande quantidade de ovos juntos, formando posteriormente colônias de
indivíduos que pode provocar prejuízos elevados e é considerada a praga-chave. Nesta fase foram
realizadas as aplicações de fungicidas e inseticidas orgânicos (calda bordaleza) e óleo de Neem,
adubação foliar, e avaliação das plantas.
Para o controle da praga foi utilizados durante quatro semanas o extrato de neem e a
manipueira, sendo na primeira e segunda semana o óleo neem, que é extraído da semente da planta
e foi adquirido pela Escola Agricola Assis Chateubriand. Foi feito a calda para a aplicação em
proporções de 4% (800 ml) do extrato do óleo em 96 % (20L) de água de chuva. Na terceira e 5
quarta semana foi utilizado a manipueira conseguida pelo professor Suenildo, que havia sido
extraída da mandioca nas ultimas 24 horas, para o controle da largata. Preparou-se a calda contendo
a proporção de 10% (2 Litros) da manipueira em 90% (20 Litros) de água de chuva. Aplicaram-se
as caldas em todo pomar por duas vezes durante duas semanas para cada experimento, sendo a
aplicação no primeiro e oitavo dia de cada semana. As avaliações foram realizadas através da
contagem de folhas, diâmetro do caule e altura das plantas. As estatísticas foram realizadas através do
programa Microsoft Office Excel 2003.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na aplicação da calda contendo o óleo de neem observou-se uma resistência maior da
praga, onde a proporção é de 4% (800 ml) do extrato do óleo em 96 % (20L) de água de chuva.
Tendo como avaliação a mortandade da praga nos terceiro, quintos, décimos e décimos segundo
dias das semanas obtiveram-se respectivamente a eliminação da lagarta em torno de 12 %, 18%,
23% e no termino do décimos segundo dia chegando a 32 % do total da mortandade da lagarta.
Quando utilizado a manipueira em proporções de 10 % (2 Litros) em 90% (20 Litros) observou-se
uma boa eficiência da calda, onde foram observado em torno de 45 %, 60%, 83% da mortalidade da
lagarta, e posteriormente no décimos segundo dia observou-se a eficiência de 100 % da mortalidade
da praga.
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Gráfico 1: Tratamento com óleo de neem com proporções de 4% ( 800 ml ) do extrato do óleo em 96 %
( 20 L ) de água de chuva.
Gráfico 2: Tratamento com manipueira com proporção de 10% (2 Litros ) da manipueira em 90% (20
Litros) de água de chuva.
Observando os resultados finais apresentados neste trabalho, observa-se que houve 100% na
mortandade das lagartas pulverizadas com a manipueira. Já na aplicação do óleo de neem o
resultado não foi de total eliminação da praga, mais mostrou uma considerável baixa na quantidade
de lagartas existentes no inicio do tratamento.
As substâncias encontradas no Neem e na Manipueira têm comprovada ação inseticida. Suas
folhas e sementes podem ser usadas na defesa natural contra muitas pragas e doenças de plantas e
também de animais. Controlam lagartas, gafanhoto, besouros, pulgões, ácaros, mosca branca,
bicudo do algodoeiro e pragas de grãos armazenados. Também controlam nematóides e algumas
doenças causadas por fungos. No tratamento de animais é usado como carrapaticida e como
vermífugo. Não é tóxico ao ser humano, mamíferos em geral.
CONCLUSÃO
A utilização de defensivos orgânicos cada vez mais se mostra a melhor forma de proteger e
melhorar a área agrícola, pois combatendo as pragas e fertilizando o solo com produtos não
contamináveis e ricos em nutrientes oriundo da própria agricultura, propicia mais saúde para o
agricultor e para o meio ambiente, melhorando ainda mais a agricultura em todo mundo.
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REFERÊNCIAS
ANGELINI, M. R.; BOIÇA JÚNIOR, A. L.; PRIMIANO, G. S.; CHAG Aspectos biológicos de
Dione juno juno (Cramer, 1779) (Lepidopte alimentada com diferentes genótipos de maracujazeiro.
In: CONGRESSO DE ENTOMOLOGIA, 21., 2006b, Recife/PE. Resumos...CD-Room.
DE BORTOLI, S.A.; BUSOLI, A.C. Pragas do maracujazeiro. In: RUGGIERO, C. Maracujá.
Ribeirão Preto: Legis Summa, 1987. p.111-123.
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