2 SORVETE ENRIQUECIDO COM MICÉLIO DE AGARICUS BRASILIENSIS PRODUZIDO POR CULTIVO SUBMERSO EM BAGAÇO DE MAÇÃ: PERFIL SENSORIAL, QUÍMICO E MICROBIOLÓGICO Ice cream enriched with Agaricus brasiliensis mushroom mycelium produced by submerged cultivation in apple pomace: sensory, chemical and microbiological profile KEIBER, Morgana1 NOVELLO, Daiana2 DALLA SANTA, Herta Stutz3 RESUMO A busca pela melhoria da qualidade de vida da população vem despertando o interesse da indústria alimentícia em desenvolver novos produtos com características funcionais, que possam estar associados a possíveis efeitos benéficos à saúde humana, nos aspectos preventivos e terapêuticos. Este trabalho teve como objetivo elaborar um sorvete adicionado com micélio de A. brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. Cinco formulações de sorvete foram elaboradas, sendo uma padrão (F1), isenta de adição de micélio de cogumelo, e as demais adicionadas com 7,0% (F2), 9,5% (F3), 12,0% (F4) e 14,5% (F5) de micélio de cogumelo. A composição química, microbiológica e sensorial das formulações foi avaliada. O desenvolvimento dos produtos permitiu comprovar que um nível de adição de até 7,0% de micélio de cogumelo nos sorvetes foi melhor aceito pelos provadores dentre aqueles contendo este ingrediente, obtendo-se aceitação sensorial semelhante ao produto padrão. A análise química do produto comprovou que o mesmo encontra-se dentro dos Padrões de Identidade e Qualidade para Gelados Comestíveis e as análises microbiológicas revelaram condições higiênico-sanitárias satisfatórias da formulação para o consumo humano. Assim sendo, o micélio de A. brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã pode ser considerado um ingrediente a ser utilizado em sorvetes com propriedades funcionais, podendo ser oferecidos aos consumidores, com expectativas de ampla aceitação. Palavras-chave: Agaricus brasiliensis, gelado comestível, cogumelo, aceitação. ABSTRACT The search for improved life quality has aroused the interest of the food industry to develop new products with functional characteristics that may be associated with possible beneficial effects to human health, in preventive and therapeutic aspects. This study aimed to develop an ice cream added with A. brasiliensis mycelia 1 Acadêmica do curso de Nutrição, Universidade Estadual do Centro-Oeste, E-mail: [email protected] Professora Doutora do Departamento de Nutrição da UNICENTRO, E-mail: [email protected] 3 Professora Doutora do Departamento de Engenharia de Alimentos da UNICENTRO, E-mail: [email protected] 2 3 produced by submerged cultivation on apple pomace. Five formulations of ice cream were prepared; a standard (F1), without addition of mushroom mycelium, and the others were added 7.0% (F2), 9.5% (F3), 12.0% (F4) and 14.5% (F5) of mushroom mycelium. The chemical composition, microbiological and sensory of the formulations was evaluated. The development of the products demonstrated that an addition level until 7.0% of mushroom mycelium in ice cream was more accepted by the judges between those containing this ingredient, resulting in sensory acceptance similar to the standard product. Chemical analysis of the product proved that it was in according to the Identity and Quality Standards for ices and microbiological analysis showed the hygienic and sanitary conditions of the formulation for human consumption. Thus, the mycelium of A. brasiliensis produced by submerged cultivation on apple pomace can be considered an ingredient that can be used in ice cream with functional properties and may be offered to consumers, with broad acceptance expectations. Keywords: Agaricus brasiliensis, frozen eatable, mushroom, acceptation. INTRODUÇÃO A expansão do conhecimento na relação existente entre a alimentação e a saúde, assim como os elevados custos com a saúde pública e a busca permanente da indústria por inovações tem desenvolvido novos produtos, cujas funções vão muito além do já conhecido papel nutricional dos alimentos. Várias pesquisas vêm sendo realizadas com objetivo de identificar novos compostos bioativos e o estabelecimento de bases científicas para comprovação das alegações das propriedades funcionais dos alimentos1. Alimentos funcionais são todos alimentos e/ou ingredientes que apresentam propriedades benéficas, alem das propriedades nutricionais básicas. São consumidos em dietas convencionais, mas demonstram capacidade de regular as funções corporais, podendo trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis, de forma a auxiliar na proteção contra doenças2. O termo nutracêutico define uma ampla variedade de alimentos e componentes alimentícios que possuem algum apelo médico ou de saúde. Sua ação varia do suprimento de vitaminas e minerais até a proteção contra várias doenças infecciosas3. Segundo a RDC n°2, de 7 de janeiro de 2001, da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)4, o cogumelo Agaricus Blazei, também conhecido como A. brasiliensis, é enquadrado na categoria de “Novos Alimentos”. 4 Pesquisas envolvendo o cogumelo Agaricus blazei, popularmente conhecido como Cogumelo do Sol®, estão focadas nas propriedades medicinais, especialmente na ação antitumoral dos polissacarídeos encontrados no corpo de frutificação, micélio e no caldo de cultivo na produção submersa. Além disso, são encontrados ainda outros compostos bioativos no cogumelo, como ergosterol, ácido linoléico, fibras e hemiceluloses5. Estas substâncias bioativas fazem com que os cogumelos sejam usados como importantes aliados na prevenção e até mesmo no tratamento complementar de muitas doenças crônicas e autoimunes 6. Os efeitos detectados e atribuídos ao cogumelo incluem ação anticancerígena, antiangiogênica, antimutagênica e, de uma forma geral, englobam sua atividade estimulante, com ação moduladora sobre o sistema imunológico7. Diversos substratos e resíduos tem sido testados para a produção submersa de micélio de várias espécies de cogumelos como Lentinus edodes, Agrocybe cylindracea, Pleurotus ostreatus8,9,10, entretanto há poucos relatos de produção de micélio de cogumelo Agaricus brasiliensis em meio alternativo que não seja o sintético11. A cultura da maçã, concentrada principalmente na região Sul do país, vem apresentando expansão significativa nos últimos 30 anos. O principal subproduto do processamento da maçã é o bagaço, podendo representar de 20 a 40 % da matéria-prima12, sendo uma importante fonte de proteínas, lipídeos, carboidratos 13. O bagaço fresco é fonte de pectina14,15, sendo amplamente utilizado para diferentes fins biotecnológicos, que pode incluir, entre outros, a produção de cogumelos comestíveis12. Recente trabalho desenvolvido por Keiber et al. 16 comprovou a viabilidade do uso de bagaço de maçã para produção do micélio de A. brasiliensis, apresentando 4,09mg/g em base seca de ergosterol. O bagaço de maçã fermentado com o cogumelo é um material com importante valor biológico, devido à presença de duas moléculas antitumorais, os polissacarídeos e o ergosterol, o que possibilita seu uso como ingrediente na formulação de produtos nutracêuticos. Sorvetes são alimentos refrescantes que combinam muito bem com o clima tropical do país, no qual existe uma grande variedade de ingredientes que podem ser usados para enriquecer e diversificar ainda mais as formulações 17. Dessa forma, o enriquecimento de uma formulação de sorvete com micélio de A. brasiliensis, 5 produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã, poderia torná-lo um produto relevante no mercado nacional, tendo em vista à agregação de nutrientes presentes na maçã juntamente com as propriedades benéficas do cogumelo. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi produzir um sorvete enriquecido com micélio do cogumelo Agaricus brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã, e verificar sua aceitação sensorial, composição química e microbiológica. MATERIAIS E MÉTODOS Microorganismo: Manutenção, Repique, Preparo do Pré-inóculo e Inóculo A cepa LPB 03 do cogumelo Agaricus brasiliensis foi armazenada na micoteca do Laboratório de Cultivo de Cogumelos – DEALI – UNICENTRO, sendo mantida em tubos de ensaio contendo meio batata dextrose ágar - BDA, com repiques trimestrais. O micélio do cogumelo foi repicado em placas de Petri contendo BDA e incubado a 30ºC durante 10-15 dias. O inóculo foi conduzido em Erlenmeyers com meio complexo, denominado meio padrão, contendo (em g.L-1): glicose (20), extrato de levedura (3,95), MgSO4.7H2O (0,3), e K2HPO4.3H2O (0,5), com pH ajustado a 6,0±0,2 em potenciômetro com NaOH 0,1N, esterilizados a 121ºC por 15 min18. Cinco pedaços (de 1 cm2) de ágar com micélio do cogumelo foram inoculados em 50 mL de meio e incubados em mesa incubadora rotativa a 30ºC e 120 rpm pelo período de 7 dias. O inóculo para o cultivo submerso foi preparado a partir do micélio produzido na fase de pré-inóculo. O micélio foi filtrado em peneira (abertura de 0.5 mm2), e o caldo de cultivo descartado. O micélio obtido foi delicadamente quebrado com uma espátula e passado por meio de peneira, com auxílio de água destilada estéril a fim de obter uma suspensão de micélio quebrada19. Esta suspensão foi usada como pré-inóculo na proporção de 5 mL para cada 100 mL de meio padrão para o cultivo do inóculo (5% v/v). Obtenção das Maçãs e Processamento do Bagaço Utilizaram-se para o experimento, maçãs da variedade Gala que foram obtidas no mercado local de Guarapuava, PR. O bagaço foi processado conforme descrito em Keiber et al. 16 6 Cultivo Submerso O cultivo submerso foi conduzido em Erlenmeyers (250 mL) contendo 90 mL de água, 5g de bagaço de maçã (granulometria < 125 e > 250 mm), com ajuste do pH a 6,0 com CaCO3 20 esterilizados a 121ºC por 15 min, inoculados com 5 mL da suspensão de micélio do inóculo e em seguida incubados a 30ºC por 7 dias a 120 rpm16. Formulação do Sorvete Todos os produtos utilizados na formulação do sorvete foram obtidos no comércio local de Guarapuava-PR, sendo rotineiramente utilizados na culinária. Foram elaboradas cinco formulações de sorvete contendo leite integral Ultra High Temperature – UHT (68,44%), creme de leite UHT (13,69%), açúcar cristal (14,37%), base neutra para gelados comestíveis (0,82%), emulsificante e estabilizante neutro (1,04%) e sabor artificial de morango (1,64%). Uma formulação básica para o controle foi elaborada sem o micélio de cogumelo e foi denominada Padrão (F1). Às demais, adicionou-se, respectivamente, 7,0% (F2), 9,5% (F3), 12,0% (F4) e 14,5% (F5) de micélio de A. brasiliensis, produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. Estas porcentagens foram definidas após realização de testes preliminares no produto. Os ingredientes: leite integral, creme de leite, açúcar cristal e base neutra para gelados comestíveis foram homogeneizados em mixer doméstico (Arno, Brasil) por 5 minutos e posteriormente esta mistura foi congelada à -18°C por 8 horas. Após o congelamento, a mistura foi cortada em pequenos cubos, fez-se a adição do sabor artificial de morango e do emulsificante e estabilizante para sorvetes e em seguida a mesma foi homogeneizada em batedeira (Arno, Brasil) durante 10 minutos, em máxima rotação. Ao final, armazenou-se o conteúdo em recipientes plásticos herméticos, seguido pelo congelamento à -18°C. Análises Químicas As seguintes determinações químicas foram realizadas em triplicatas no produto final (sorvete) padrão e na formulação mais aceita sensorialmente: proteínas, umidade e cinzas21; lipídeos segundo metodologia descrita por Bligh e 7 Dyer22; e sólidos totais segundo normas específicas utilizadas para gelados comestíveis23. Análises Microbiológicas As seguintes determinações microbiológicas foram realizadas nas formulações: bolores e leveduras, Staphylococcus coagulase positiva, Coliformes totais, Coliformes a 45ºC e Salmonella ssp, seguindo a metodologia propostas por Silva et al.24 Análise Sensorial A avaliação sensorial foi realizada no Laboratório de Análise Sensorial do Departamento de Engenharia de Alimentos da UNICENTRO, em cabines individuais e com iluminação de cor branca. Participaram da pesquisa 50 provadores não treinados25 sendo estudantes e funcionários do campus CEDETEG da Universidade Estadual do Centro Oeste em Guarapuava-Pr, de ambos os generos, com idade entre 18 e 60 anos. Durante os testes sensoriais dos produtos, os atributos avaliados foram: aparência, aroma, sabor e textura. Os provadores avaliaram a aceitação das amostras através da escala hedônica estruturada de 9 pontos (1 = desgostei muitíssimo, 9 = gostei muitíssimo) segundo Dutcosky26 (Apêndice 1). Foram aplicados também, testes de aceitação global e intenção de compra analisados através de dois pontos específicos entre “sim” compraria a amostra e “não” não compraria a amostra, como sugerido por Moskowitz25. Cada julgador recebeu uma porção de cada amostra (10g aproximadamente), em copos plásticos brancos, codificados com números de três dígitos, de forma casualizada, acompanhados de um copo de água para a realização do branco entre as amostras. As amostras foram oferecidas aos julgadores de forma monádica seqüencial26. Questões Éticas Esta pesquisa teve seu projeto avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO/PR (Registro nº 427859, Parecer nº 092/2011) (Anexo 1). 8 Entretanto, como critérios de exclusão foram considerados os seguintes fatores: possuir alergia a algum ingrediente utilizado na elaboração dos sorvetes, possuir idade superior ou inferior à faixa de interesse do estudo e aqueles que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 2). Análise Estatística Os dados foram analisados com auxílio do software Statgraphics Plus, versão 5.1, através da análise de variância (ANOVA), sendo que a comparação de médias foi realizada pelo teste de médias de Tukey e Qui-quadrado de McNemar, todos avaliados com nível de 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Avaliação Sensorial Os resultados obtidos na análise sensorial das cinco formulações de sorvete para cada atributo sensorial estão descritos na Figura 1 e Tabela 1. A Figura 1 descreve-se o gráfico radar que foi utilizado para uma melhor visualização do perfil sensorial dos sorvetes, salientando suas similaridades e diferenças. O centro da figura representa o ponto zero da escala e a magnitude aumenta do centro para periferia. A média de cada atributo por amostra é marcada no eixo correspondente, onde o perfil sensorial é traçado pela vinculação dos pontos. 9 Figura 1 – Perfil sensorial das formulações de sorvete: padrão (F1) e adicionada com 7,0% (F2), 9,5% (F3), 12,0% (F4) e 14,5% (F5) de micélio de cogumelo produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. A Figura 1 sugere que houve diferença entre os perfis sensoriais das amostras de sorvete. Para verificação efetiva, realizou-se o teste estatístico de comparação de médias, que pode ser visualizado na Tabela 1. Tabela 1 – Média das notas atribuídas na avaliação sensorial realizadas pelos provadores nas formulações de sorvete padrão e adicionada com 7,0%, 9,5%, 12,0% e 14,5% de micélio de cogumelo produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã Formulações/ F1 Atributos Média±DP EPM F2 Média±DP EPM F3 Média±DP a Aparência* 7,94±1,35ª 0,19 7,57±1,10 0,16 Aroma* 7,10±1,45ª 0,20 7,22±1,36ª 0,19 ab Sabor* 7,80±1,36ª 0,19 7,14±1,39 0,19 Textura* 7,49±1,57ª 0,21 6,92±1,72ª 0,24 Aceitação Global Positiva (sim) (%)** ab 90,20ª 82,35 7,49±1,40 6,80±1,59ª b 6,55±1,60 6,92±1,70ª a 68,63 EPM F4 F5 Média±DP EPM Média±DP EPM 0,20 0,22 0,22 0,24 7,18±1,47 6,96±1,41ª b 6,29±1,85 6,59±1,71ª a b 72,55 c 50,98 0,20 0,20 0,26 0,24 a 7,59±1,15 7,20±1,39ª b 6,61±1,54 7,06±1,82ª b 78,43 bc 66,67 0,16 0,19 0,24 0,25 ab Intenção de Compra Positiva (sim) (%)** 86,27ª 64,71 bc 49,02 b *Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tukey (p<0,05); **letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Qui-quadrado de McNemar (p<0,05); DP: Desvio padrão da média; EPM: Erro padrão da média. F1: Formulação padrão; F2: formulação adicionada com 7,0% de micélio de A. brasiliensis; F3: formulação adicionada com 9,5% de micélio de A. brasiliensis; F4: formulação adicionada com 12,0% de micélio de A. brasiliensis; F5: formulação adicionada de 14,5% de micélio de A. brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. 10 Com relação aos atributos aparência, aroma e textura, não houve diferença significativa entre as notas das amostras (p>0,05). Na avaliação do sabor, os sorvetes padrão e adicionados com 7,0% de micélio de cogumelo tiveram as maiores notas (p<0,05), enquanto as formulações com 9,5%, 12,0% e 14,5% de micélio apresentaram notas menores que o padrão, porém semelhantes àquela contendo 7,0%. Corroborando os resultados do presente estudo, Alves et al.27 elaboraram um frozen yogurt a partir de iogurte de leite de cabra acrescido de pré e próbiótico, e também verificaram que o produto recebeu bons escores para aparência e aroma, porém a textura e o sabor residual mostraram menores índices de aceitação. De maneira semelhante, Becker et al.28 avaliaram o perfil sensorial de sorvete de acerola pasteurizado, enriquecido ou não com soro de leite em pó e oligofrutose, e observaram que não houve diferença significativa quanto aos atributos de aroma e aparência, porém, discordando do que foi verificado no presente trabalho, os autores também não observaram diferença entre o sabor dos sorvetes. Entretanto, Dalla Corte29 que formulou um frozen yogurt com propriedades funcionais, utilizando pré e probiótico e caseinato de cálcio, observou que as concentrações de 1,0% e 1,5% de culturas tradicionais e probióticas não apresentaram diferença significativa entre si no atributo sabor, diferente do resultado encontrado no atual trabalho. Com relação à Aceitação Global, constatou-se que a formulações padrão (F1) foi a que apresentou maior porcentagem de aceitação sendo semelhante as amostras F2 e F5 (p<0,05). As formulações com 9,5% (F3) e 12,0% (F4) de micélio apresentaram notas menores que o padrão, porém iguais a F2 e F5. Todas as amostras permaneceram com resultados acima de 50%, podendo ser consideradas com boa aceitação, em geral, concordando com estudos de Andrade et al.30 e Silva e Bolini31 que avaliaram sorvetes enriquecidos com prebióticos e probióticos e soro ácido de leite bovino, respectivamente, obtendo boa aceitação global dos produtos. Através do teste de intenção de compra, foi possível verificar que a formulação padrão foi a mais referida pelos julgadores para compra, seguida da amostra F5. O sorvete contendo 9,5% de micélio de A. brasiliensis (F3) foi o que mostrou menor intenção de compra, porém sendo semelhante (p>0,05) as amostras F2 e F4. Nessas condições, demonstra-se a viabilidade de elaboração de sorvetes 11 adicionados com micélio de A. brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. Segundo Alamanou et al.32, atributos como o aroma e sabor são, provavelmente, as características mais importantes que influenciam nas propriedades sensoriais de produtos alimentícios, adicionados de ingredientes funcionais. Sabendo-se disso, verifica-se que a amostra mais aceita, considerando o sabor, foi aquela adicionada de 7,0% de micélio de cogumelo (F2). Dessa forma, a mesma foi selecionada para realização das demais análises, junto com o padrão, para fins de comparação. A Figura 2 apresenta as freqüências das notas atribuídas pelos provadores para cada atributo sensorial. 12 Figura 2 – Frequencia de notas obtidas na avaliação dos atributos aparência, aroma, sabor e textura das formulações de sorvete: padrão (F1) e adicionada com 7,0% (F2), 9,5% (F3), 12,0% (F4) e 14,5% (F5) de micélio de cogumelo produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. 13 Na Figura 2 pode-se observar que as notas para aparência, aroma e textura dos produtos adicionados de micélio permaneceram entre 7 (“gostei moderadamente”) e 9 (“gostei extremamente”), enquanto as notas para o sabor permaneceram entre 7 e 8 (“gostei muito”), o que demonstra que as formulações foram, em geral, bem aceitas pelos provadores. Análises Químicas Na Tabela 2 pode ser verificada a composição química do sorvete padrão (F1) e daquele enriquecido com 7,0% de micélio de cogumelo (F2), produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã, comparada com os valores de referência informados pela Tabela de Composição dos Alimentos do Instituto de Geografia e Estatística – IBGE33. Tabela 2 - Análises químicas dos sorvetes padrão e adicionado com 7,0 % de micélio de cogumelo comparados com valores de referência** e % de valores diários recomendados – VD* (porção média de 100 gramas) Avaliação Umidade Cinzas Sólidos totais (extrato seco) Lipídeos Proteínas Carboidratos Valor calórico F1 Média±DP b 31,67±0,92 0,94±0,00ª 43,20±0,28ª 6,87±0,51ª 5,45±0,65ª c 12,29±0,93 c 134,65±4,14 % VD* 12,37 8,72 4,10 6,73 F2 Média±DP c 28,95±0,12 b 0,80±0,04 b 40,20±0,31 b 5,63±0,23 5,02±0,23ª b 19,18±0,47 b 146,28±0,10 Referência** % VD* 10,13 8,03 6,40 7,31 a 63,60 c 0,70 ND ab 6,40 b 3,20 a 26,1 a 168,0 p 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 *VD= Dieta de 2.000 kcal, proteínas, gorduras totais: média da Dietary Reference Intakes (DRI)34; Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tukey (p<0,05); **Valores de umidade, cinzas, lipídeos e proteínas foram comparados com a Tabela de Composição dos Alimentos do Instituto de Geografia e Estatística – IBGE35; Valores calculados em base seca; F1: Formulação padrão; F2: formulação adicionada com 7,0% de micélio de A. brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã; DP: desvio padrão da média; ND: não disponível. O valor de umidade encontrado no sorvete padrão foi maior que naquele enriquecido com 7% de micélio de A. brasiliensis. Conforme a RDC nº 266 de 22 de setembro de 2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que fixa o padrão de identidade e qualidade de gelados comestíveis, preparados, pós para o preparo e bases para gelados comestíveis35, não existem valores específicos para umidade em sorvetes, entretanto o teor de umidade dos produtos encontra-se inferior (p<0,05) ao informado na Tabela de Composição dos Alimentos do Instituto de Geografia e Estatística – IBGE33. 14 Segundo Madrid36, os sorvetes são ricos em minerais como cálcio, sódio, potássio, magnésio entre outros, por apresentarem em suas formulações leite e em alguns casos polpa de frutas. Neste estudo o teor de cinzas na formulação padrão foi maior que aquele encontrado em F2. Segundo a Tabela de Composição dos Alimentos33, os sorvetes caseiros apresentam em média 0,70% de cinzas em sua composição, sendo este valor menor do que os resultados encontrados neste estudo (p<0,05). Quanto ao teor de extrato seco total dos sorvetes, observou-se que a formulação padrão apresentou significativamente maior quantidade que F2. Entretanto, encontra-se de acordo com Brasil35, o qual exige um mínimo de 26,00% de sólidos totais. Observou-se que no sorvete enriquecido com 7,0% de micélio de A. brasiliensis (F2), a quantidade de lipídeos foi menor do que na formulação padrão (F1). A Tabela de Composição dos Alimentos 33 informa que o valor de lipídeos em sorvetes caseiros é em média 6,40%, caracterizando valores semelhantes aos encontrados neste estudo. Conforme a RDC nº 26635, o teor de gordura de ambos os sorvetes avaliados, também atende o mínimo exigido de 2,5%. Ressalta-se que o consumo de dietas ricas em gordura está intimamente ligado com o desenvolvimento de doenças crônicas, como a obesidade e doenças cardiovasculares37. Neste sentido, o sorvete enriquecido com o micélio de cogumelo pode ser caracterizado com melhor valor nutricional, uma vez que apresenta teores reduzidos de gordura comparado à formulação padrão, oferecendo desta forma menor porcentagem de VD. Avaliando-se as proteínas, não houve diferença significativa (p>0,05) entre o teor encontrado em F1 e F2, sendo assim, em relação à % de VD, os resultados de ambas amostras podem ser consideradas semelhantes, com alto valor protéico (média de 8,38% em uma porção). Entretanto, na Tabela de Composição dos Alimentos33 verificou-se valores menores do que os observados neste estudo. Ressalta-se que o conteúdo protéico também atendeu a especificação mínima de 2,5%35. Diferente dos resultados observados neste estudo, Dalla Corte29 formulando frozen yogurt com diferentes concentrações de bactérias lácticas tradicionais e probióticas, obteve quantidades inferiores de proteína (3,69% e 3,18%, respectivamente). O mesmo ocorreu em pesquisas de Andrade et al.30 avaliando 15 sorvetes com diferentes níveis de prebiótico e probiótico, observando-se uma média de proteína de 2,63%. Observou-se ainda, um aumento significativo na quantidade de carboidratos e calorias na formulação adicionada com micélio (F2). Porém, os teores de ambas as formulações foram menores do que os valores verificados na literatura33. Análises Microbiológicas Segundo a RDC n°12, de 02 de janeiro de 2001 da ANVISA38, as análises microbiológicas obrigatórias para a avaliação das condições higiênico-sanitárias de fabricação de sorvetes são Coliformes Totais, Staphylococcus e Salmonella ssp. Os resultados obtidos nas análises microbiológicas estão expressos na Tabela 3. Tabela 3. Análise microbiológica dos sorvetes padrão e adicionado com 7,0 % de micélio de cogumelo Determinação Bolores e Leveduras Staphylococcus coagulase positiva Coliformes totais Coliformes a 45ºC Salmonella ssp F1 20 UFC/g (est.) 25 UFC/g (est.) F2 55 UFC/g (est.) 5 UFC/g (est.) Legislação ND 5x10² UFC/g** <3 NMP/g 3 NMP/g Ausente 3 NMP/g < 3 NMP/g Ausente 10² NMP/g*** 5x10 NMP/g** Ausente** UFC: unidade formadora de colônia; Est: estimado; ND: não disponível; NMP: número mais provável; g: gramas. F1: Formulação padrão; F2: formulação adicionada com 7,0% de micélio de A. brasiliensis; 38 39 **Número limite tolerado, RDC nº12 da ANVISA ; ***Número limite tolerado, Bramley e McKinnon Os resultados revelaram condições sanitárias satisfatórias das formulações para o consumo humano, de acordo com a RDC nº12 da ANVISA38. Ressalta-se que, apesar de atualmente não existirem padrões para contagem de coliformes totais em leites pasteurizados e seus derivados no Brasil, segundo Bramley e McKinnon39 contagens excedendo a 10²/mL, evidenciam higiene insatisfatória na produção do leite, o que não foi verificado na presente pesquisa. CONCLUSÃO O desenvolvimento dos produtos permitiu comprovar que um nível de adição de até 7,0% de micélio de cogumelo A. brasiliensis, produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã, em sorvetes foi melhor aceito pelos provadores, dentre 16 aqueles contendo este ingrediente, obtendo-se aceitação sensorial semelhante ao produto padrão. A análise química do produto comprovou que o mesmo encontra-se dentro dos Padrões de Identidade e Qualidade para Gelados Comestíveis e as análises microbiológicas revelaram condições higiênico-sanitárias satisfatórias da formulação para o consumo humano. A adição de 7,0% de micélio de cogumelo A. brasiliensis proporcionou, em geral, aumento no teor de nutrientes nos produtos, com redução no teor de lipídios. Assim sendo, o micélio de A. brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã pode ser considerado um potencial ingrediente com propriedades funcionais para a adição em sorvetes, podendo ser oferecidos aos consumidores, com altas expectativas de aceitação no mercado. REFERÊNCIAS 1. Sales RL, et al. Mapa de preferência de sorvetes ricos em fibras. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas 2008; 28(Supl.):27-31. 2. Moraes FP, Colla LM. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Rev. Eletr. Farm. 2006; 3(2):99-112. 3. Hungenholtz J, Smid EJ. Nutraceutical production with food-grade microorganisms. Current Opinion in Biote 4. Brasil. 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Por favor, avalie cada uma das amostras codificadas e use a escala abaixo para indicar o quanto você gostou ou desgostou de cada uma nos atributos: Aparência, Aroma, Sabor, e Textura 9 – gostei muitíssimo 8 – gostei muito 7 – gostei moderadamente 6 – gostei ligeiramente 5 – nem gostei / nem desgostei 4 – desgostei ligeiramente 3 – desgostei moderadamente 2 – desgostei muito 1 – desgostei muitíssimo APARÊNCIA AMOSTRA AROMA Valor SABOR Valor TEXTURA Valor Valor _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ _______ 2. Por favor, com relação a cada amostra, indique se você GOSTOU ou NÃO GOSTOU, de um modo geral. Responda SIM, caso você tenha gostado da amostra ou NÃO caso você não tenha gostado a amostra. Amostra _______ _______ _______ _______ _______ SIM ( SIM ( SIM ( SIM ( SIM ( ) ) ) ) ) NÃO ( NÃO ( NÃO ( NÃO ( NÃO ( ) ) ) ) ) 3. Por favor, com relação a cada amostra, indique qual seria sua INTENÇÃO DE COMPRA. Responda SIM, caso você comprasse a amostra ou NÃO caso você não comprasse a amostra. Amostra _______ _______ _______ _______ _______ SIM ( SIM ( SIM ( SIM ( SIM ( ) ) ) ) ) NÃO ( NÃO ( NÃO ( NÃO ( NÃO ( ) ) ) ) ) 4. Comente o que você mais gostou e menos gostou na amostra DE UM MODO GERAL: MAIS GOSTOU: ______________________________________________________________ MENOS GOSTOU:_____________________________________________________________ 21 Apêndice 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a participar voluntariamente de uma análise sensorial de um produto nutracêutico. O estudo tem como objetivo principal realizar a análise sensorial de um sorvete enriquecido com micélio do cogumelo Agaricus brasiliensis produzido por cultivo submerso em bagaço de maçã. Além disso, queremos avaliar a aceitabilidade do produto. Caso concorde em participar da pesquisa, será necessário que disponibilize alguns minutos para que seja realizada a degustação do produto e você responderá a um questionário, onde estará informando se gostou ou não do mesmo. Sua identidade será mantida em sigilo, ou seja, seus dados não serão divulgados. Sua participação neste estudo é voluntária e caso decida participar, terá total liberdade para desistir do estudo a qualquer momento. São pesquisas como esta que nos ajudam a aumentar a oferta de produtos benéficos à saúde, para ajudar pessoas como você. O risco máximo desse estudo é o desenvolvimento de algum tipo de alergia. Você poderá obter todas as informações que quiser e poderá não participar do estudo. Pela sua participação no estudo, você não receberá nenhum valor em dinheiro, mas terá a garantia de que qualquer problema que ocorra durante a pesquisa será de responsabilidade das pesquisadoras. Há garantia de seguir todas as exigências que constam na resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta o desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos. Eu, ________________________________________________, RG n°_____________ li o esclarecimento acima e compreendi a natureza e objetivo do estudo a qual fui convidado a participar. A explicação que recebi esclarece que não haverá riscos para os participantes. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo. Eu concordo em participar do estudo. Guarapuava, _____ de ________________, 2011. _____________________________________ Assinatura do Participante ________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável Responsáveis pela pesquisa Profª Drª Daiana Novello (RG: 4068765967) Contato: [email protected] / Fone: (42) 9988-3411 Morgana Keiber (RG: 21879940) Contato: [email protected] / Fone: (42) 9128-7978 22 ANEXOS 23 Anexo 1 – Carta de aprovação da pesquisa