VIDA ESPÍRITA I CURSO: O LIVRO DOS ESPÍRITOS 1 Erraticidade - Após desencarnar, passamos por um período no mundo espiritual, onde podemos trabalhar e estudar, se tivermos bons sentimentos e anseios, ou ficar curtindo o remorso, ou mesmo convivendo com espíritos rebeldes e cruéis, se tivermos má índole. - Após o desencarne, o espírito passa a ser denominado Espírito errante (“que erra”, vagueia). Estando liberto da matéria, atravessa um período mais ou menos longo de “liberdade”, devendo então tornar a reencarnar. 2 - Podem ir a vários mundos, a depender de sua evolução. Não estão totalmente libertos da matéria, visto que são os mesmos que estavam encarnados, tendo assim todos os seus defeitos (e virtudes). - Só são considerados errantes os Espíritos carentes de novas encarnações. Os Espíritos puros não são errantes, pois já se encontram no seu estado definitivo. - A morte do corpo não elimina as paixões boas ou más que cultivaram na existência corporal, a não ser aquelas oriundas apenas do corpo físico, nos espíritos evoluídos. 3 II Coríntios, 12 6. Pois, ainda que me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a verdade. Mas abstenho-me, para que ninguém me tenha em conta de mais do que vê em mim ou ouve dizer de mim. 7. Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade. 8. Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. 9. Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. 10. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte. 4 Os espíritos já puros visitam os mundos, ainda, inferiores? Sim e o fazem quase todos os dias. Ninguém fica esquecido de Deus no universo. É da lei que o sábio precise socorrer o ignorante, quando tem saúde precisa amparar o doente, o forte precisa proteger o fraco. Por isso há um grande número de espíritos bons que descem todos dos dias a Terra para darem bons conselhos, analisar melhores meios de ajudar e socorrer, muito se transformam em guias e espíritos protetores, também conhecidos como anjos da guarda, enfim, colaborar para a alegria dos outros é uma condição de felicidade daqueles 5 que compreendem a vontade divina. Na erraticidade os Espíritos são encaminhados para hospitais especializados, onde são recuperados através de conferencias, grupos de estudos, visitações, a fim de que lhes sejam incutidas idéias que antes não possuíam. Na erraticidade o Espírito pode até se modificar, porém é somente nas experiências na carne que colocamos em prática o aprendizado. 6 “Sabemos que a morte não é milagre. Cada qual desperta, depois do túmulo, na posição espiritual que procurou para si... Ora, o homem vulgar sente-se mais à solta junto das entidades que lhe lisonjeiam as paixões, estimulando-lhe os apetites, de vez que todos somos constrangidos a educarnos, na vizinhança de companheiros evoluídos, que já aprenderam a sublimar os próprios impulsos, consagrando-se à lavoura incessante do bem”. NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE – 7a edição - Francisco Cândido Xavier – André Luiz. 7 MUNDOS TRANSITÓRIOS Mundos transitórios são os mundos em que os espíritos passam algum tempo, ao longo de sua erraticidade , se refazendo , descansando por assim dizer, da sua jornada errante. Sendo para eles uma posição intermediária , em que se preparam para reencarnarem em outros mundos. A situação desses mundos é temporária, não é um mundo com uma finalidade especifica e permanente e, assim como os outros mundos, está submetido à Lei de Progresso. 8 PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS - Voltando ao mundo dos Espíritos, a alma conserva todas percepções que possuía, além de novas percepções obscurecidas pelo corpo físico. Sendo a inteligência um atributo do Espírito, quanto menos entrave tenha que vencer, mais livremente se manifesta. - Os conhecimentos dos Espíritos crescem na proporção de seu aperfeiçoamento. 9 Os espíritos possuem o conhecimento integral da verdade, pelo simples fato de serem espíritos? Não é bem assim. A morte não faz milagres e um homem ignorante e cruel não pode de um momento para outro ser elevado à sabedoria e a humildade. Quanto mais elevado é o espírito, maiores são os seus conhecimentos. Os espíritos ainda apegados ao mal possuem muitas limitações, que somente o tempo e a dor poderão transformar. 10 Os espíritos errantes não têm a mesma noção de tempo que os encarnados. Um século para nós pode ser muito tempo e para eles ser muito pouco. Para aqueles que sofrem com o remorso e o arrependimento, o tempo como que não passa, para outros que já aprenderam a alegria de servir, o tempo como que voa... Noção de tempo depende do referencial. Em jovens muito diferente de idosos, por exemplo. 11 Muitos suicidas e espíritos de pessoas que se fixam no desejam de vingança, literalmente, param no tempo. Passam-se dezenas (até milhares) de anos e elas, ainda, continuam presas a fatos que já ocorreram a tanto tempo, mas que para elas, parecem que foram ontem... Para certos espíritos é difícil determinar datas, locais e nome, pois estão tão centralizados em seus desejos de vingança pessoal, que esquecem estes detalhes... 12 O espírito com a mente em pleno funcionamento, pode como que “reviver” o passado; mas nem todas as lembranças lhes estão disponíveis. Em relação à visão, o espírito não tem necessidade de órgãos específicos para que ela se manifeste, vê como um todo, não dependendo da luz, pois que para ele não existe treva, a não ser que esteja aprisionado a ela por expiação. Quanto à audição, assim como a visão, não dependem de órgãos específicos para a perceberem. Tem sentidos mais aguçados, a depender de sua evolução. 13 Os sofrimentos físicos, como a dor, o frio, a fome e outros, não são sentidos pelos espíritos errantes. A sensação que existe é um avivamento de sua memória, muitas vezes mais aflitiva que a própria realidade. O sofrimento no espírito toma um caráter de angústia moral, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos. As sensações são transmitidas da matéria ao espírito através do perispírito, através do “fluido nervoso”. Assim, a lembrança das sensações desagradáveis se localizam no corpo semi-material. 14 CORPO ESPÍRITO PERISPÍRITO ALTERAÇÃO No espírito, é que fica a verdadeira sede das sensações. O corpo, através de ligações com o perispírito, formadas pelo “fluído nervoso”, transmitelhe as sensações e deste diretamente ao espírito, sede da verdadeira “mente” 15 “... porque notamos sempre que os sofrimentos estão relacionados à conduta que tiveram na vida corpórea da qual sofrem as conseqüências, e que essa nova existência é fonte de uma felicidade indescritível para aqueles que seguiram o bom caminho. Deduz-se que sofrem porque merecem e só podem queixar-se de si mesmos, tanto neste quanto no outro mundo”. LE, Q. 257. “Vimos que o sofrer dos Espíritos resulta dos laços que ainda os prendem à matéria; que quanto mais livre estiver da influência desta, ou, por outra, quanto mais desmaterializado se achar menos dolorosas situações experimentará.” 16 ESCOLHA DAS PROVAS O espírito, enquanto na erraticidade, escolhe o gênero de suas provas, sempre com a permissão de Deus. Os detalhes de cada existência são determinados no dia a dia. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Assim sendo, o espírito pode escolher nascer em situações que o favoreçam ao vício, para que assim possa exercer a prova a que deseja atravessar. 17 Se escolhem a proximidade com as vicissitudes e passam a “aproveitalas”, logo descobrem o grande erro, e procuram uma nova chance de evoluir, uma nova encarnação. Assim sendo, o espírito deve construir sua caminhada com total liberdade, sem que nada lhe seja imposto, sem que nada esteja previamente traçado pelo destino ou por planos pré-estabelecidos, que devam ser rigidamente 18 cumpridos; Não existe, portanto, o determinismo, que é o conceito pelo qual existem fatos da vida das pessoas que estão “escritos” no seu destino, ou ainda, que existam plano de vida (ou de reencarnação) que devam ser rigidamente cumpridos, determinando o acontecimento na vida das pessoas. Se isso fosse verdade, seríamos meros “robôs” ou “autômatos” na vida, que nada mais fariam do que se deixar arrastar na vida, cumprindo decisões que foram anteriormente tomadas, sem responsabilidade dos seus atos. 19 Na realidade, não haveria necessidade nenhuma de que os espíritos pudessem, na erraticidade, "escolher" provas e expiações, pois a Lei de Causa e Efeito, a Lei de Ação e Reação, a Lei de Justiça já registraram no perispírito e na mente do espírito as energias e tendências que o farão enfrentar as provas e expiações que necessite passar. Isso é automático e faz parte da justiça Divina e da Lei Natural. 20 PRÓXIMA AULA NOSSO LAR: CAPÍTULOS 6 A 10; 21