Tipos textuais
- descrição, narração e dissertação
Oficina de Textos – 1/2012
Sabine Mendes Moura, Dn.
Universidade Veiga de Almeida
Indígenas bolivianos seguem marcha
em demanda de estrada
(Pressenza IPA – Prensa Latina)
Uma marcha de originários bolivianos a favor
de uma estrada interdepartamental através
do Território Indígena Parque Nacional Isiboro
Sécure (Tipnis) prosseguirá hoje rumo à cidade
de Cochabamba, onde preveem chegar na
próxima quinta-feira. O destino final da
caminhada é La Paz para exigir a modificação
de uma lei de proteção do Tipnis.
PRESSENZA La Paz, 26/12/11 A marcha exige o reinicio da
construção do segundo trecho da via CochabambaBeni, por esse parque nacional, segundo afirmou a
meios de imprensa o cacique maior do Conselho
Indígena do Sul (Conisul), Gumercindo Pradel.
Os marchistas demandam a construção dessa rota
através do Tipnis, porque significa desenvolvimento e
melhoramento das condições de vida das comunidades
inseridas nessa reserva natural, com a criação de
escolas e centros médicos, além de facilitar aos
moradores do bosque o comércio de seus produtos.
A mobilização de uns 500 indígenas originários, que
habitam essa reserva da natureza, partiu na passada
quarta-feira da localidade de Isinuta, Beni.
Uma anterior caminhada encabeçada por dirigentes da
Confederação de Povos Indígenas de Bolívia (Cidob),
exigiu em outubro passado ao governo boliviano a
paralisação dessa obra rodoviária.
Os diretores da Cidob promoveram a promulgação pelo
Executivo da Lei Curta 180 de proteção do Tipnis, que
declarou essa zona amazônica intangível de
preservação ecológica, e proibiu seja atravessada por
estrada alguma.
Assim foi realizado nessa ocasião um protesto de
originários, encabeçados por Cidob, que percorreram a
pé mais de 600 quilômetros durante 65 dias até La Paz,
contra o projeto caminheiro entre as localidades de
Villa Tunari (Cochabamba) e San Ignacio de Moxos
(Beni).
Enquanto os marchistas da Cidob demandavam
que a via interdepartamental afetaria a
biodiversidade e o meio ambiente, a
administração de Evo Morales apostava pela
integração e o acesso a serviços de saúde e
educação.
Para o Executivo, depois da marcha de outubro
último moviam-se interesses políticos e vínculos
com organizações não governamentais e a
Embaixada dos Estados Unidos aqui.
Tipos textuais
Para alcançar nosso objetivo comunicativo,
utilizamo-nos de diferentes tipos ou sequências
textuais, sendo as mais comuns a descritiva, a
narrativa e a argumentativa. Existem outras
classificações para tais sequências de texto, mas
essas são, geralmente, as mais pedidas em
redações para concursos ou em contextos
formais de produção. A descrição aparece como
poderosa ferramenta para a elaboração dos dois
outros tipos mencionados.
Descrição
• Descrição objetiva
• Um automóvel (do grego auto, por si próprio, e
do latim mobilis, mobilidade) ou carro, como
referência a um objecto responsável pela sua própria
locomoção) é um veículo motorizado, com quatro
rodas, geralmente destinado ao transporte de
passageiros ou mercadoria. (de wikipedia)
• Descrição subjetiva
• O sujeitão, que parecia um carro de boi cruzando com
trem de ferro, já entrou soltando fogo pela folga do
dente de ouro.(José Cândido de Carvalho)
A narração
• A narração apresenta:
• Exposição ou apresentação – é o início, onde se
apresentam tempo, espaço e personagem (situação
harmônica, equilibrada).
• Complicação ou involução – é a perda do equilíbrio, o
rompimento da estabilidade, início do fato de interesse
narrativo, ou foco.
• Clímax – é o momento de maior tensão, de maior suspense,
do fato narrativo.
• Solução ou desfecho – é o final da história, o fechamento.
Se essa ordem for seguida, a narrativa é linear. Caso se
altere a disposição da estrutura, diz-se que é uma narrativa
não linear.
Foco narrativo ou Ponto de Vista
• Narrador Interno
“Era próximo da meia-noite, eu vinha pelo
centro da cidade, caminhando pelo meio da
rua. Ouvi barulhos distantes, uma sirene
tocando, dois ou três estampidos secos e
alguns gritos, sendo que um chamou-me à
atenção. Parecia estar mais perto de mim...”
(Roberto Rinazzo, em Contos em Cantos)
Foco narrativo ou Ponto de Vista
• Texto 6 – Narrador Externo
“A Srª Jorge B. Xavier simplesmente não saberia
dizer como entrara. Por algum portão principal
não fora. Pareceu-lhe vagamente sonhadora, ter
entrado por uma espécie de estreita abertura em
meio a escombros de construção, como se tivesse
entrado de esguelha por um buraco feito só para
ela. O fato é que quando viu já estava dentro”.
(Clarice Lispector, em À procura de uma dignidade)
Dissertação
• Defesa de opinião.
A estrela e a poeira
A construção imagens sobre pessoas teve seu início na remota
arte rupestre. Com poucos traços, o artesão das cavernas
representava-se, demonstrando que, naquela época, a
representação da figura humana tinha objetivos divergentes dos
atuais.
Na civilização de hoje, vê-se construído o império dos “sites”
de relacionamento. Orkut, Facebook trazem dentro de si álbuns de
fotos, nos quais são divulgadas imagens, muitas vezes alteradas por
programas como o “Photoshop”. Os usuários desses “sites”
preocupam-se com a aparência que apresentarão em cada uma de
suas imagens e tomam como referências de perfeição ícones
criados pela mídia, tais como estrelas da música e do cinema.
Dissertação
Portanto, qual seria o futuro da criação de imagens
para pessoas? Qual seria o motivo para que se deposite
poder em uma imagem? Certa vez, Gilbert Durand disse
que “a imaginação simbólica é sempre um fator de
equilíbrio. O símbolo é concebido como uma síntese
equilibradora, por meio da qual a alma do indivíduo
oferece soluções apaziguadoras aos problemas”; as
referidas soluções apazigúam a realidade do flagelo
humano – e a capacidade ilimitada pelo homem idealizada.
Assim, fica evidente o motivo de veneração de estrelas
de cinema, da música, da política: suas imagens nos
concedem a efêmera sensação de que a raça humana não é
apenas poeira cósmica.”
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