UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ODONTOLOGIA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA DIMITRI RIBAS FONSECA AVALIAÇÃO IN VITRO DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE PRÓTESES TOTAIS FIXAS SOBRE IMPLANTES EM MANDÍBULA EDÊNTULA – CONCEITO ALL-ON-FOUR Diamantina 2012 DIMITRI RIBAS FONSECA AVALIAÇÃO IN VITRO DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE PRÓTESES TOTAIS FIXAS SOBRE IMPLANTES EM MANDÍBULA EDÊNTULA – CONCEITO ALL-ON-FOUR Dissertação apresentada à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, para obtenção do título de mestre. Orientadora: Profª. Drª. Patricia Furtado Gonçalves Co-Orientadora: Profª. Drª. Maria Helena Santos Diamantina 2012 Ficha Catalográfica Preparada pelo Serviço de Biblioteca/UFVJM Bibliotecária: Adriana Kelly Rodrigues – CRB:6ª Nº: 2572 F676a 2012 Fonseca, Dimitri Ribas Avaliação in vitro do comportamento mecânico de próteses totais fixas sobre implantes em mandíbula edêntula – conceito all-on-four./ Dimitri Ribas Fonseca. - Diamantina: UFVJM, 2012. 69 p. Dissertação (Mestrado – Curso de Pós Graduação em Odontologia.) Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Orientador: Profª Drª. Patrícia Furtado Gonçalves Co-orientador: Profª Drª. Maria Helena Santos Inclui bibliografia. 1. Implantes dentários. 2. Carga imediata. 3. Infraestrutura. 4. Solda 5. Mandíbula I. Gonçalves, Patrícia Furtado. II. Santos, Maria Helena. III. Título. CDD – 617.6 Dedico este trabalho à minha família, meu porto seguro, lá eu choro minhas tristezas e comemoro nossas vitórias. Não faço nada sem vocês. Em especial, entrego esta etapa de minha vida à Adriane, meu Doce, e aos nossos dois presentes, Heitor e Isadora. Dedico aos meus Pais, Denisar e Heliane, professores e mestres de minha vida. Às minhas queridas irmãs Daniele e Deliana com suas adoráveis famílias. E ao meu grande irmão Danilo (Tí Danilo), pai substituto para Heitor em vários momentos durante o Mestrado. Muito obrigado por partilharem intensamente a vida comigo! Meu eterno amor por vocês! AGRADECIMENTOS Ao PPGOdonto, na pessoa de sua competente idealizadora, a Profª. Drª. Maria Letícia Ramos-Jorge por me receber como aluno de mestrado. À minha Orientadora, Professora Drª. Patrícia Furtado Gonçalves, um primor de docência, adotou meu projeto e fez da minha humilde proposta, a nossa dissertação de mestrado. Serei eternamente grato por toda a sua competência, paciência e amizade. Foi uma grande escola poder conviver e aprender com você. Obrigado Patrícia! À minha Co-Orientadora, Professora Drª. Maria Helena Santos, ―mãe‖ do Biomat, arredondou todas as arestas de nossa proposta, acolheu com carinho e extrema presteza as nossas necessidades no seu Centro de Desenvolvimento de Biomateriais. O Biomat já uma realidade de grande futuro. À Equipe do Biomat, em especial ao Sr. Cristiano Fialho, por toda a dedicação no trabalho de microscopia. Muito obrigado a todos vocês. Aos Professores do PPGOdonto, a minha grande distinção à qualidade do trabalho dos senhores. Muito obrigado por tudo. Aos meus colegas de mestrado, Prof. Ricardo Lopes Rocha, Carlos Eduardo Pinto de Alcântara, George Moreira Costa, Saulo Gabriel Moreira Falci, Paulo Antônio Martins Júnior, Raquel Gonçalves Vieira de Andrade e Patrícia Corrêa de Faria, pela grande amizade e pelos bons caminhos que desbravamos. Aos professores convidados para a Banca Examinadora, Profª. Drª Andreza Dayrell Gomes da Costa, Profª. Drª Flaviana Dornella Vargas e Prof. Dr. Walison Arthuso Vasconcellos incentivador desta proposta de trabalho. Obrigado pelo enriquecimento com o aceite do convite. Ao Departamento de Odontologia pela concessão do afastamento parcial e pelo entendimento de minhas ausências. Aos meus Colegas e amigos de Departamento, pelo incentivo e auxílio quando não pude colaborar, em especial à Prª. Drª. Maria Madalena Canuto Lemos, pela presença marcante em toda minha formação. Aos Técnicos em Prótese Dentária, Jaime Rocha, Lauro D‘Ângelis, João Reis e Marcone Leão pelas constantes ajudas técnicas na elaboração dos corpos de prova. Aos alunos que auxiliaram na elaboração dos corpos de prova, Vanessa Araújo, Elias Romeros e Thaynann Thomaz. Muito Obrigado. À secretária do PPGOdonto, Gislene Alessandra Santos, pelo carinho de sua atenção. À secretária do Departamento de Odontologia Josiane Duarte Nunes pela constante presteza. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo fomento financeiro deste trabalho. RESUMO O conceito all-on-four apresenta sucesso clínico longitudinal. Entretanto, diferentes estudos mencionaram o uso de ‗próteses fixas provisórias totalmente acrílicas para a fase protética inicial, possibilitando a ocorrência de complicações mecânicas de 11% a 30%. Alguns achados relatam a aplicação de alta tecnologia para elaboração do reforço da prótese provisória como o sistema CAD-CAM e soldas intrabucais para minimizar as falhas protéticas. Em uma abordagem que utiliza princípios já fundamentados e ainda não agregados conjuntamente em uma mesma proposta protética, este estudo avaliou uma prótese com infraestrutura metálica sem soldas apoiada sobre cilindros pré-fabricados. Dois desenhos de próteses acrílicas, representativas para o conceito all-on-four, com configurações inovadoras foram consideradas para avaliação. Para referência, foram produzidos dois grupos controle, G1 (controle negativo, n=10) e G4 (controle positivo, n=10). Os grupos de estudo foram G2 (grupo teste 2, n=10) e G3 (grupo teste 3, n=10). Todos os corpos de prova foram submetidos à ciclagem térmica com 500 ciclos (5ºC,±2º por 30s e 55ºC,±2º por 30s). Em sequência, G2 e G4 foram avaliados quanto à adaptação sob microscopia eletrônica de varredura e os quatro grupos foram submetidos ao ensaio flexural sobre o cantilever. Os resultados tiveram análise estatística descritiva, avaliação da distribuição da amostra pelo teste de Shapiro-Wilk, análise de variância de Kruskal-Wallis e comparação intergrupo pelo teste de Mann-Whitney. O grupo G2 apresentou menor média de desadaptação (30,02 µm) em comparação ao grupo G4 (79,42 µm), com diferença significativa (P<0,05). Também foram significativas (p<0,01) as avaliações dos resultados do teste mecânico. O grupo G4 apresentou maior média de resistência à fratura em resina (943,97N), seguido pelos grupos G3 (830,50N), G2 (657,50N) e G1 (403,58N). Os significantes resultados da avaliação flexural e de adaptação para a infraestrutura metálica sem soldas sugerem continuidade na avaliação desta modalidade protética. Palavras-chaves: Solda. Infraestrutura. Implantes dentários. Carga imediata. Mandíbula. ABSTRACT The all-on-four concept presents high success rates of clinical follow-up studies. However, different studies select fully acrylic provisional bridges for prosthetic initial phase, allowing the incidence of mechanical complications from 11% to 30%. Studies reported the application of high technology to prepare the prosthetic framework such as CAD-CAM systems and intraoral welding, to minimize the failures. In an approach that uses known principles and has not added together in the same way, this study evaluated prosthesis with a metal framework without welding supported by prefabricated cylinders. Two acrylic prosthesis design, representative for the All-on-four, with a new configurations were selected for this study. Two control groups were produced G1 (negative control, n=10) and G4 (positive control, n=10). The study group were the G2 (test group 2, n=10) and G3 (test group 3, n=10). The sample was subjected to thermal cycling at 500 cycles (5ºC,±2º at 30s e 55ºC,±2º at 30s). In the segment, G2 and G4 were evaluated for misfit under scanning electron microscopy and the four groups were subjected to flexural test on the cantilever. Descriptive statistical analysis was performed and an evaluation of the sample distribution by the Shapiro-Wilk test. The Kruskal-Wallis and Mann-Whitney tests were used to compare groups. The group G2 had lower average misfit (30.02 µm) compared to G4 (79.42 µm), with significant difference (p<0.05). Were also significant (p<0.01) the results of the mechanical test. The G4 showed higher mean fracture toughness resin (943.97N), followed by G3 (830.50N), G2 (657.50N) and G1 (403.58N). The significant results of the flexural test and misfit evaluation for metal framework without welding, suggest continuity in the evaluation of this prosthesis. Key-words: All-on-four. Welding. Framework. Dental implants. Immediate loading. Mandible. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 01 - a: Modelo diagnóstico em cera, b: Modelo em gesso Tipo III .............. 19 FIGURA 02 - a: Modelos e planos de orientação, b: Modelos montados em ASA.................................................................................................................................................. 19 FIGURA 03 - Close-up da montagem dos dentes (perfil esquerdo, frontal e perfil direito) .............................................................................................................................. 19 FIGURA 04 - a: Modelos e planos de orientação, b: Modelo Mestre (MM) (Suporte para ensaio mecânico) ............................................................................. 20 FIGURA 05 - a: Protótipo CAD da infraestrutura, b: Matrizes, M1, M2, M3............... 22 FIGURA 06 - Corpos de Prova dos grupos de estudo............................................................... 23 FIGURA 07 - Barra metálica fundida (G2 e G3) ............................................................................. 23 FIGURA 08 - a: Componentes limpos na demuflagem, b: Mufla pronta para receber o acrílico.................................................................................................................... 25 FIGURA 09 - a: Corpos de prova parafusados nos modelos para ciclagem térmica, b: Conjunto submetido aos banhos térmicos.............................. 26 FIGURA 10 - Adaptador e corpo de prova posicionados no stub do MEV................. 26 ILUSTRAÇÕES DO ARTIGO FIGURA 01 - Desenho CAD da infraestrutura protética para impressão 3D............. 28 FIGURA 02 - Quadro de caracterização dos corpos de prova para os quatro grupos............................................................................................................................................ 50 FIGURA 03 - Exemplo de mensuração de desadaptação (G2)........................................ 51 FIGURA 04 - Exemplo de fratura inicial em resina, com o corpo de prova (G2) montado sobre o modelo mestre na máquina universal de ensaios ....................................................................................................................................... 52 LISTA DE TABELAS TABELA 01 - Análise descritiva da mensuração de desadaptação.................................... 53 TABELA 02 - Análise descritiva do comportamento mecânico nos quatro grupos sob ensaio flexural em cantilever................................................................................... 54 TABELA 03 - Resultado da comparação do comportamento mecânico pelo teste de Mann-Whitney....................................................................................................................... 55 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 3D Três dimensões CAD Computer Aided Design CAM Computer Aided Manufacturing Co-Cr Cobalto - cromo FEM Método de elementos finitos G1 Grupo um G2 Grupo dois G3 Grupo três G4 Grupo quatro MPC Mini pilar cônico MM Modelo mestre M1 Matriz metálica 1 M2 Matriz metálica 2 M3 Matriz metálica 3 MEV Microscópio eletrônico de varredura min Minuto mm Milímetro N Newton SEI Scanning Electron Image s Segundo µm Micrometro LISTA DE SÍMBOLOS % Percentagem o Grau radiano o Graus Celsius X Vezes † Dagger C SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.......................................................................................................... 13 1.1 Métodos protéticos para carregamento imediato em mandíbula edêntula.......................................................................................................................................................... 15 2 Metodololgia Estendida................................................................................................................... 18 2.1 Modelo Mestre.......................................................................................................................................... 18 2.2 Layout da Infraestrutura................................................................................................................... 21 2.3 Matrizes........................................................................................................................................................... 21 2.4 Cilindros......................................................................................................................................................... 22 2.5 Grupos de estudo.................................................................................................................................. 22 2.6 Prensagem.................................................................................................................................................... 25 2.7 Ciclagem térmica.................................................................................................................................... 25 2.8 Avaliação da adaptação................................................................................................................... 26 2.9 Ensaio Mecânico..................................................................................................................................... 27 2.10 Análise Estatística................................................................................................................................. 27 3 ARTIGO............................................................................................................................................................ 29 3.1 Title page....................................................................................................................................................... 29 3.2 Abstract........................................................................................................................................................... 30 3.3 Introdução..................................................................................................................................................... 31 3.4 Materiais e métodos............................................................................................................................. 32 3.4.1 Layout das Infraestruturas.................................................................................................................. 33 3.4.2 Matrizes............................................................................................................................................................ 34 3.4.3 Barras protéticas........................................................................................................................................ 34 3.4.4 Ciclagem térmica....................................................................................................................................... 35 3.4.5 Avaliação da adaptação....................................................................................................................... 35 3.4.6 Ensaio mecânico........................................................................................................................................ 36 3.4.7 Análise estatística..................................................................................................................................... 36 3.5 Resultados.................................................................................................................................................. 38 3.6 Discussão.................................................................................................................................................... 39 3.7 Conclusão..................................................................................................................................................... 44 3.8 Referências do artigo.......................................................................................................................... 45 3.9 Agradecimentos....................................................................................................................................... 48 3.10 Ilustrações................................................................................................................................................... 49 3.11 Tabelas............................................................................................................................................................. 53 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................. 56 REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 57 ANEXOS......................................................................................................................................................... 62 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 13 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS As altas taxas de sucesso em estudos longitudinais do protocolo convencional Brånemark com cinco ou seis implantes (ADELL et al., 1981; ADELL et al., 1990; BRÅNEMARK; SVENSSON; VAN STEENBERGHE, 1995) constituíram um paradigma na odontologia restauradora. A evolução destes conceitos iniciais da implantodontia sobre arcos edêntulos permitiu a terapia de reabilitação mandibular com 4 implantes e prótese total fixa (RANGERT; JEMT; JORNEUS, 1989; DUYCK et al., 2000). Em função das limitações anatômicas da mandíbula e na tentativa de amenizar a complexidade cirúrgica, com a utilização de menor número de implantes, as reabilitações sobre 4 implantes foram assim incorporadas às modalidades de planejamento implantodôntico, possibilitando a eliminação do implante mediano do protocolo inicial de Brånemark (RANGERT; JEMT; JORNEUS, 1989). A associação de estudos em biologia óssea e avaliações clínicas longitudinais sugeriram a possibilidade de se ofertar aos pacientes, a inserção concomitante dos implantes e da prótese total fixa provisória (CHIAPASCO, 2004). Este protocolo denominado carga imediata (SCHNITMAN; WOHRLE; RUBENSTEIN, 1990) define que os implantes recém instalados recebam próteses totais imediatas e desempenhem função mastigatória com contatos oclusais interdentais (ESPOSITO et al., 2009; NKENKE; FENNER, 2006). Os diversos estudos que avaliaram reabilitações em arcos edêntulos relataram reposição de 10 ou 12 dentes por arco dentário (AGLIARDI et al., 2009; FRANCETTI et al., 2008; HINZE et al., 2010; MALÓ et al., 2011; POMARES, 2010). A opção de reabilitação com 12 dentes, combinada com 4 ou 5 implantes axiais préforaminais, é um procedimento de sucesso mas, pode definir a extensão do cantilever distal em mais de 20 mm (ENGSTRAND et al., 2003). Maló e colaboradores (2003) apresentaram os primeiros resultados do acompanhamento de um planejamento inovador com quatro implantes para mandíbula edêntula. Neste protocolo, os dois implantes anteriores emergiram axialmente no cíngulo dos incisivos laterais e os dois implantes distais foram inseridos com inclinação distal de 30o em relação ao plano oclusal. Deste modo, a plataforma de adaptação destes implantes encontrou-se projetada sobre os forames mentuais, na região da coroa dos dentes 35 e 45 perdidos. 14 A proposta tornou-se um conceito denominado all-on-four e foi patenteado (All-on-four Concept, Nobel Biocare, Gotemburgo, Suécia). O conceito de Maló mostrou-se um procedimento previsível, com sucesso em acompanhamento longitudinal de dez anos (MALÓ et al., 2011). A instalação de implantes angulados para compor estruturas restauradoras esplintadas rígidas tem acompanhamento clínico (AGLIARDI et al., 2010) e biomecânico (BELLINI et al., 2009). A inclinação dos implantes distais proporcionou melhor distribuição de cargas pela maior distância entre os implantes e principalmente pela diminuição do cantilever (MALÓ et al., 2011). No planejamento de Maló, dois componentes protéticos angulados (30 o) foram selecionados para corrigir a inclinação dos implantes. A emergência protética resultou em componentes axialmente dispostos e distalizados em comparação ao protocolo convencional com implantes axiais. Deste modo, para uma mesma distância interforaminal, o protocolo all-on-four possibilita cantilever menos extenso. Estudos têm relatado extensões de cantilever de aproximadamente 10 mm repondo 12 dentes artificiais (POMARES, 2010). Independente da modalidade restauradora selecionada para reabilitar a mandíbula edêntula com carga imediata, durante o período de cicatrização não é aconselhável a remoção das próteses. O torque de remoção pode superar a resistência mecânica do osso em remodelação e perdas de implantes podem ocorrer (MALÓ et al., 2011). Entretanto, diferentes estudos sugerem a possibilidade de uso de próteses acrílicas provisórias sem reforço interno, para carregamento imediato em mandíbula edêntula (AGLIARDI et al., 2009),mesmo com a prevalência de até 30% de fraturas e complicações pós-operatórias em próteses sem infraestruturas. Os trabalhos de acompanhamento das próteses totais fixas consideram estas falhas de próteses provisórias apenas como complicações mecânicas (MALÓ; RANGERT; NOBRE, 2003). Para tanto, o incremento do reforço interno na prótese total fixa tornou-se indicado. A infraestrutura micromovimentos dos promove implantes esplintagem abaixo do limiar rígida crítico, e mantem os favorecendo a osseointegração (DEGIDI; NARDI; PIATTELLI, 2010). Apesar de sua importância, a elaboração com qualidade da infraestrutura metálica convencional, garantindo assentamento protético passivo, acresce tempo e 15 maior custo financeiro. Diversas opções para o planejamento de infraestruras foram discutidas em estudos recentes. Encontrou-se métodos para próteses cimentadas (DRAGO; LAZZARA, 2006), parafusadas (OGAWA et al., 2010) ou híbridas (BORGES et al., 2010). 1.1 Métodos protéticos para carregamento imediato em mandíbula edêntula. Após a inserção dos implantes, a fase restauradora imediata pode ser desenvolvida completamente no consultório denominada “chair-side-made” (ÖSTMAN, 2008) ou ser transferida para uma etapa laboratorial (VAN DE VELDE; COLLAERT; DE BRUYN, 2007). O padrão ouro para próteses provisórias em carga imediata foi sugerido para as próteses com reforço interno e não somente acrílicas (OGAWA et al., 2010). Os primeiros resultados do protocolo de Maló (2003) adviram de grupos de estudo com próteses somente acrílicas. No momento da cirurgia, a adaptação de uma prótese total pré-existente com a captura, em boca, dos cilindros metálicos através de esplinte em resina acrílica, permitiu a elaboração de uma restauração provisória sem cantilever (MISCH, 2004; ÖSTMAN, 2008; HINZE et al., 2010). Drago e Lazzara (2006), avaliando carga imediata, elaboraram próteses com uma etapa laboratórial após duas moldagens que permitiram concomitantemente registro das relações inter-maxilares e transferência dos implantes. Produziram próteses somente acrílicas, com resina autopolimerizável, parafusadas em 12 pacientes e cimentadas em 15. Para as próteses cimentadas, foram conformados no modelo mestre os pilares preparáveis e a estrutura acrílica. No meio bucal esta foi cimentada com auxílio de cimento de ionômero de vidro sobre os pilares preparáveis previamente parafusados. Para o outro grupo, sobre o modelo mestre foram instalados componentes protéticos angulados e os respectivos cilindros foram capturados com resina acrílica. Somente após finalizada, a prótese foi parafusada em boca. Os princípios do conceito all-on-four foram testados em cirurgia sem retalho, com guia cirúrgico e próteses pré-fabricados. Em um estudo retrospectivo, 30 pacientes receberam reabilitação de arcos edêntulos. As próteses pré-fabricadas acrílicas apresentavam uma haste metálica cilíndrica interna e apenas os dois cilindros anteriores. Os dois posteriores foram inseridos em boca após ajustes 16 iniciais. A autora relata que os pacientes que receberiam próteses definitivas cerâmicas necessitaram de dois implantes adicionais. No estudo foi atingido um índice de sucesso protético de 98% (POMARES, 2010). O conceito Brånemark Novum (Brånemark Novum Concecpt, Nobel Biocare, Gotemburgo, Suécia) também foi projetado para carregamento imediato em mandíbula edêntula. Através de uma cirurgia guiada, ele permite o uso de sobreestruturas pré-fabricadas em titânio, com dimensões padronizadas. Este protocolo reabilitador sobre três implantes também tem acompanhamento longitudinal (GUALINI et al., 2009). Degidi e colaboradores (2010) apresentaram resultados recentes de acompanhamento por três anos de carga imediata sobre arcos edêntulos. Foi utilizada solda intrabucal, através de um processo denominado syncristalization entre uma haste de titânio e os cilindros provisórios para produzir a infraestrutura. As próteses correspondentes foram acrílicas com o referido reforço. Os autores atingiram 100% de sucesso protético nos 30 pacientes acompanhados. As reabilitações imediatas foram consideradas próteses definitivas. Um estudo multicentro acompanhou por 40 meses reabilitações sobre arcos edêntulos. Os autores relataram o uso de próteses provisórias sobre infraestruturas fresadas em titânio. Os reforços metálicos foram resultado da aplicação de sistema CAD-CAM e as próteses concluídas em até 48 horas. No acompanhamento longitudinal não foi relatada falha protética (CAPELLI et al., 2007). Os estudos sobre o protocolo all-on-four evidenciam o sucesso da fase cirúrgica (CAPELLI et al., 2007; HINZE et al., 2010; DRAGO; LAZZARA, 2006), assim como os protocolos convencionais de carga imediata com mais de quatro implantes. Para a fase protética, não foram encontradas evidências que indicassem um sistema que acompanhasse a simplicidade e segurança oferecida pelos quatro implantes de Maló. No presente estudo, caracterizou-se uma forma de reabilitação imediata para o protocolo all-on-four, que agrega os princípios biomecânicos já utilizados em diferentes sistemas restauradores, mas ainda não aplicados conjuntamente em uma única modalidade protética. A proposta permite a restauração nos limites de tempo definidos para carregamento imediato. Para tanto, o protótipo de uma prótese inovadora portando infraestrutura metálica, sem soldas, e apoiada sobre cilindros pré-fabricados foi avaliada in vitro. 17 2 METODOLOGIA ESTENDIDA 18 2 Metodologia Estendida Os corpos de prova deste estudo foram conformados para proporcionar análises fieis à biomecânica das próteses para o protocolo all-on-four. Eles foram compostos por uma barra modificada, com dimensões compatíveis a uma prótese total, parafusada aos pilares protéticos através de quatro cilindros de sustentação. O corpo de resina correspondente à região dos dentes acrílicos foi composto por um poliedro de secção transversal retangular, com eixo longitudinal que acompanhou a curvatura mandibular interforaminal. Quatro grupos de estudo foram diferenciados pela composição interna das barras. Foram elaborados dois grupos controle: um grupo controle negativo (G1), compreendendo próteses sem infraestrutura metálica e; um grupo controle positivo (G4), com próteses com infraestrutura metálica convencional. Os dois grupos de estudo (G2 e G3) foram compostos por próteses modificadas para o conceito all-onfour. Para todos os grupos houve ciclagem térmica simulando envelhecimento. Executou-se avaliação quantitativa de adaptação mensurando-se a desadaptação entre as interfaces protéticas e, posteriormente, teste mecânico de flexão unilateral em cantilever. 2.1 Modelo Mestre O dimensionamento das arcadas dentárias e do espaço protético para a elaboração das próteses foi resultado do enceramento diagnóstico de modelos edêntulos iniciais. Considerou-se uma média de 43,2 mm de distância interforaminal (QUIRYNEN et al., 2002) para o modelo de arco edêntulo que foi esculpido em tamanho real com cera rosa em lâminas nº7 (Classico, São Paulo, Brasil) (Figura 1a). Através do molde com hidrocolóide, foi elaborada uma cópia em gesso pedra tipo III deste arco edêntulo (Figura 1b). A partir desta forma mandibular, foi selecionado um modelo superior acadêmico que fosse compatível ao inferior. 19 Figura 1a. Modelo em cera 7 Figura 1b. Modelo em gesso Tipo III Para planejamento das localizações dos análogos de implante, foram confeccionados planos de orientação (Figura 2a) para registros intermaxilares com base em acrílico incolor autopolimerizável Vipflash (Vip, São Paulo, Brasil) e cera rosa em lâminas nº7 (Clássico, São Paulo, Brasil). Valores médios para as referências dos planos foram assumidos: para o arco superior 12 mm de espessura, 20 mm de altura incisiva e 5 mm de altura posterior. Para o arco inferior, 18 mm de altura incisiva, 12 mm de espessura e finalizando posteriormente ao nível da papila piriforme na região retromolar (TAMAKI; TAMAKI, 1980). Estes modelos ocluídos foram montados em articulador semi-ajustável (ASA) (Figura 2b). Figura 2a. Modelos e planos de orientação Figura 2b. Modelos montados em ASA Foi executada montagem padrão (TAMAKI; TAMAKI, 1980), com dentes artificiais de tamanho médio (3D anteriores e 30M posteriores) da carta de dentes selecionada (Biotone, Dentsplay, Catanduvas, Brasil). A montagem foi executada até os primeiros molares, totalizando 12 dentes para cada arco dentário (Figura. 3). Figura 3. Close-up da montagem dos dentes (perfil esquerdo, frontal e perfil direito) 20 Uma muralha em silicone laboratorial (Zetalabor, Zhermack, Roma Itália) foi confeccionada possibilitando a visualização do espaço protético (HOBO, ICHIDA, GARCIA, 1997). A localização da emergência dos quatro componentes foi definida pelo conceito all-on-four, paras regiões dos dentes 32, 35, 42, 45 (KHATAMI; CHRISTOPHER; SMITH, 2007, MALÓ et al., 2003). Deste modo, foram dispostos axialmente quatro análogos de mini pilar cônico com plataforma 4.1 mm (Neodent Curitiba, Brasil), ao nível da escultura gengival sem imersão da interface protética para se excluir a necessidade de gengiva artificial. Os análogos posteriores, com inserção também axial, representaram a posição corrigida para os 30 graus de inclinação da inserção dos implantes correspondentes. Os mini pilares cônicos representaram a indicação mais precisa para esta modalidade protética no sistema de implantes eleito para o trabalho. O modelo inferior foi prensado em resina acrílica incolor termo polimerizada processada em forno de mircro-ondas. Deste modo, obteve-se o patamar inicial para a proposta: oclusão, posicionamento dos implantes, espaço protético, referenciados e com plena reprodutibilidade (Figura. 4a). Foram selecionados 4 componentes transferentes diretos para mini pilares cônicos (NEODENT CURITIBA, BRASIL). Estes foram posicionados, parafusados sobre os análogos e esplintados com barras cilíndricas metálicas, através de gradativas porções de resina para padrões (GC, Tokio, Japão). Este conjunto configurou um index de transferência. Figura 4a. Modelos e planos de orientação Figura 4b. Modelo Mestre (MM) (Suporte para ensaio mecânico) Com auxílio do software AutoCad 2007 (Autodesk, Califórnia,USA) foi projeto o suporte para a máquina universal de ensaios (EZTest 5kN, EZ-L, Shimadzu, 21 Japão), que foi posteriormente torneado em aço carbono (Figura. 4b). Através do index foram orientadas 4 perfurações na superfície do disco metálico (10mm x 200mm) que compunha o suporte. As perfurações foram feitas em consonância à um correto posicionamento do corpo de prova para o posterior ensaio mecânico sobre o cantilever. Quatro análogos de mini pilares cônicos foram então posicionados e cimentados nas cavidades, com auxílio de adesivo anaeróbico para interfaces mecânicas metálicas nº 290 (Loctite, Henkel, São Paulo, Brasil). Vinte e quatro horas após a presa inicial do adesivo, o modelo mestre metálico (MM) estava concluído. Confeccionado em aço, com os análogos de titânio inclusos, este modelo representou o registro geométrico permanente entre os quatro pilares protéticos no prosseguimento do estudo. 2.2 Layout da Infraestrutura Todas as dimensões do modelo edêntulo com análogos e o referenciamento entre os pilares no modelo MM foram digitalizados para a elaboração de uma proposta de ―layout‖ para a barra metálica. Com auxílio do software AutoCad 2007 (Autodesk, Califórnia,USA), foi projetada uma barra compatível com o protocolo allon-four. Suas dimensões apresentaram espessura gengivo-oclusal de 2,0 mm, vestíbulo lingual de 6,8 mm e cantilever de 10mm. No seu desenho, quatro perfurações circulares com 4,9 mm de diâmetro foram destinadas à inserção livre sobre os cilindros de sustentação. Neste diâmetro, o cilindro para mini pilar cônico pode ser posicionado com liberdade de movimento de 1,2 mm, entretanto a barra foi apoiada em seu ombro cervical com 0,6 mm ao longo de toda a perfuração. Concluído, o protótipo foi impresso em 3D com auxílio de uma impressora SD 300 Pro (SKA, Tel Aviv, Israel). 2.3 Matrizes Foram elaboradas matrizes para prensar os modelos integrantes dos corpos de prova. A partir do protótipo da barra impresso, foi possível criar uma matriz metálica (M1) para reproduzir, sob pressão, 40 cópias acrílicas das infra-estruturas para os grupos de estudo. Elas foram aferidas com auxílio de lupa, paquímetro e destinadas a tratamentos diferentes para cada um dos quatro grupos. Duas outras matrizes (M2) e (M3) foram elaboradas para a escultura da conformação prismática do corpo da prótese, em cera rosa em Lâminas nº7 (Clássico, São Paulo, Brasil). M2 22 foi destinada a produzir os corpos de prova dos grupos G1, G2 e G4 e M3 permitiu a elaboração dos corpos de prova de G3. Ambas apresentavam análogos de mini pilares cônicos, para localização e parafusamento dos cilindros. Figura 5a. Protótipo CAD da infraestrutura Figura 5b. Matrizes, M1, M2, M3 2.4 Cilindros Foram selecionados para os grupos G1, G2 e G3, cilindros de titânio para mini pilares cônicos, pré-fabricados. Para o grupo controle G4, cilindros de sobrefundição com cinta de Cobalto-Cromo foram necessários para integrarem barras fundidas e soldadas. Os componentes de titânio receberam tratamento superficial com jateamento de óxido de alumínio a 125 m sob 80 libras de pressão (+ 5 libras), na fase de prensagem das próteses. A cinta e a interface de assentamento polida não foram jateadas. Todos os 160 componentes foram cortados em dispositivo adaptado para permitirem próteses com a mesma altura de cilindros. 2.5 Grupos de estudo Grupo1: Para elaboração de G1, a matriz M2 foi preenchida com quatro cilindros de titânio, devidamente cortados e parafusados nos análogos. Uma amostra do padrão de resina da barra foi disposta sobre o ombro dos cilindros. O conjunto foi preenchido com cera em lâminas fundida até completar, sob prensagem, o volume final da prótese (Figura 6). Após o resfriamento a matriz foi desmontada para o desparafusamento da barra em cera. Dez unidades aferidas e selecionadas foram destinadas à prensagem. 23 Figura6: Corpos de Prova dos grupos de estudo Grupo2: Vinte padrões de resina da barra foram fundidos em monobloco igualmente para G2 e G3. Para tanto, cada uma destas infra-estruturas recebeu adesivo na superfície oclusal da barra e a aspersão de esferas acrílicas para prover a barra de retenções. O conjunto foi incluído em revestimento fosfatado (HeatShock, Polidental, São Paulo, Brasil). Foram utilizados três esprues de alimentação e anel de silicone para 200g. Em grupo de quatro anéis, os protótipos foram tratados com solução anti bolhas e cobertos até preencher todo o anel com revestimento, pesado e manipulado, conforme prescrições do fabricante. Estes anéis foram imediatamente pressurizados a 70 libras em panela ortodôntica, na temperatura ambiente até a presa final. Após o ciclo térmico em forno (300oC por 30 min, 600 oC por 30 min e 950 oC 30 min), os anéis foram fundidos por auxílio de maçarico, abastecido com gás butano e oxigênio. A liga utilizada foi Cobalto Cromo (CoCr) (StarLoyC, Degussa, Hanau, Alemanha). Após o resfriamento, o revestimento foi removido mecanicamente e as infra-estruturas foram jateadas com óxido de alumino (125 micrometros e 80 libras + 5) (Figura 7). Após a avaliação, constatou-se perda de 1 fundição que foi prontamente refeita. Figura 7: Barra metálica fundida (G2 e G3) Todas as 20 barras foram aplainadas na superfície lisa gengival para remoção dos remanescentes dos esprues de alimentação. Para isto foi utilizado um disco abrasivo rotatório com dimensão que envolvia toda a área desta face. As barras 24 foram novamente aferidas em 2,7 mm de espessura, com auxílio de um paquímetro e reservadas. Para G2, a composição na matriz M2 foi feita com a barra inserida até se apoiar sobre o ombro dos cilindros de titânio e preenchida com cera fundida. Após a montagem, dez unidades foram reservadas (Figura 6). Grupo 3: Dez barras fundidas assim como para o grupo G2 foram usadas. A matriz M3, desenhada para este grupo, definiu o posicionamento da barra metálica distande dos cilindros. Para isto, foram inseridos anéis plásticos espaçadores de 1,5mm que não permitiram que a barra se apoiasse sobre o ombro dos cilindros. Neste grupo, os cilindros de titânio foram cortados 1,5 mm mais longos para compensar o espaçamento. Também foram reservados 10 corpos de prova deste grupo (Figura 6). Grupo 4: Para o grupo controle positivo, 40 cilindros calcináveis para sobrefundição (Neodent) com plataforma de adaptação pré-fabricada em liga de CoCr foram seccionados. A altura foi definida em 6,9 mm a partir do seu degrau cervical em sua porção resinosa. Os cilindros foram posicionados no modelo mestre e unidos aos padrões acrílicos das infra-estruturas com resina para padrões. Após a presa, As barras foram seccionadas em sua secção transversal com auxílio de um disco metálico. Foram feitos três cortes, sendo cada um localizado ortogonalmente na distância média entre os cilindros. Deste modo cada barra foi seccionada em quatro porções, cada uma contendo um cilindro. Após receber a aspersão com esferas acrílicas sobre adesivo na superfície oclusal, cada barra foi fundida em um anel de silicone de 90g, sendo cada porção alimentada por um esprue. O processo de inclusão, fundição, usinagem e avaliação, foi análogo a G2 e G3. Cada barra metálica seccionada foi posicionada com suas quatro porções no modelo mestre e parafusadas. Foram executadas as uniões acrílicas para solda, com auxílio de resina para padrões (Patthern Resin LS GC, Tokyo, Japão). Respeitando-se a sequência de duas uniões laterais, cada uma com cinco minutos de presa, seguidas da união central, também com cinco minutos de presa. Todas as 10 barras receberam o mesmo tratamento e foram incluídas uma a uma em bloco de revestimento (Heat-Shock, Polidental, São Paulo, Brasil) para solda em maçarico. Após o ciclo térmico em forno, cada barra foi soldada respeitando-se sempre a sequência de duas soldas laterais e posteriormente a solda central. Seis blocos de solda apresentaram trincas aparentes e tiveram a solda central refeita. 25 As barras soldadas foram jateadas com exceção da plataforma de adaptação protética. As cintas foram polidas com discos de borracha para polimento fino. Prontas, as barras foram parafusadas em M2 e cobertas pela cera fundida para comporem os dez corpos de prova de G4 (Figura 6). 2.6 Prensagem Nesta etapa, grupos de quatro unidades foram incluídos em mufla para prensagem em microondas. Durante a demuflagem para limpeza, G1 teve as barras acrílicas eliminadas, assim como foram eliminados os espaçadores de G3. Todas as infraestruturas metálicas foram limpas e os cilindros pré-fabricados de titânico foram também jateados, preservando-se as cintas polidas (Figura 8a). Após o selamento das aberturas dos cilindros (Figura 8b), as barras foram prensadas com resina termopolimerizavel por energia de microondas durante 12hs e coccionadas em forno de microondas em 5 ciclos de 5 minutos com intervalo de 4 minutos. Figura 8a: Componentes limpos na demuflagem Figura 8b: Mufla pronta para receber o acrílico 2.7 Ciclagem térmica Os corpos de prova prontos foram armazenados, imersos em água a 37 oC (±1ºC). Quarenta modelos de gesso especial, obtidos por cópia da posição dos análogos de mini-pilares cônicos no modelo mestre foram preparados para parafusamento dos corpos de prova (Figura 9a). Em grupos de dez unidades foram submetidos a 500 ciclos em uma termocicladora (MSCT/3e-ELQUIP, São Paulo, Brasil). Cada ciclo consistiu de banhos de 30s, alternados em água a 5ºC (± 2 oC) e 26 55 ºC (± 2oC) (Figura 9b). Concluída a ciclagem térmica, os corpos de prova retornaram à imersão em água a 37oC (±1ºC). Figura 9a: Corpos de prova parafusados nos Figura 9b: Conjunto submetido aos banhos modelos para ciclagem térmica térmicos 2.8 Avaliação da adaptação O grupo teste (G2) e o grupo controle (G4) foram selecionados para a avaliação da adaptação. Os corpos de prova foram submetidos à análise em microscópio eletrônico de varredura (MEV) (CS-3500, Shimadzu, Japão). Foi elaborado um modelo, cópia de MM, feito de gesso especial, que possuía condutores elétricos entre os quatro análogos de titânio e uma fita condutora de aço inoxidável para condução elétrica entre análogos e stub (Figura 10). Figura 10: Adaptador e corpo de prova posicionados no stub do MEV 27 Individualmente os corpos de prova foram posicionados com dois parafusos, sem a inserção de torque que pudesse alterar a posição da barra. Duas leituras da interface protética do cilindro distal do lado direito foram obtidas com diferentes magnificações. Dezessete vezes (17X) para visualização integral da interface e 150X para mensuração da distância axial linear entre o cilindro protético e análogo de mini pilar cônico. Três mensurações da zona de desadaptação representaram uma média em micrometros (µ) para cada corpo de prova de G2(n=10) e G4 (n=10). 2.9 Ensaio Mecânico Acoplado a uma máquina universal de ensaios (EZTest 5kN, EZ-L, Shimadzu, Japão), MM recebeu para teste, os corpos de prova de G1, G2, G3 e G4, individualmente com 20N de torque em cada um dos quatro parafusos de titânio. Um pistão cilíndrico com extremidade plana, adaptado à célula de carga, comprimiu axialmente o cantilever direito, distanciando o centro do pistão em 5,0mm da borda distal da barra. Utilizou-se velocidade de deformação de 0,5 mm/min até a fratura do corpo de prova ou até o ensaio atingir o limite máximo de carga de 1000N. 2.10 Análise Estatística A mensuração da adaptação e ao comportamento mecânico da amostra tiveram seus dados tabulados e a análise estatística foi executada na interface do programa SPSS versão 13.0 para Windows (SPSS Inc, Chicago, IL). Análise estatística descritiva foi elaborada para todas as variáveis dependentes avaliadas. Com auxílio do teste de Shapiro-Wilk para n=10, avaliou-se a normalidade de distribuição da amostra. Na ausência de distribuição normal, o comportamento mecânico dos grupos foi comparado utilizando-se a análise de variância da mediana de Kruskal–Wallis. A avaliação pareada pelo teste de MannWhitney especificou as diferenças e também foi utilizada para a comparação de adaptação de G2 e G4. Na sequência, foi aplicado o índice de correção de Bon Ferroni, para ajustamento do valor de p para as seis combinações intergrupos, possíveis, para as variáveis de avaliação mecânica. 28 3 ARTIGO formatado para JOURNAL OF AMERICAN DENTAL ASSOCIATION 29 Uma nova abordagem para restauração protética do conceito all-on-four A novel approach to prosthetic restoration of the all-on-four concept Autores: Dimitri Ribas Fonseca, Patrícia Furtado Gonçalves, Maria Helena Santos, Walison Arthuso Vasconcellos. Dimitri Ribas Fonseca Master Student Post-Graduate Program in Dentistry at UFVJM, Auxiliary Professor, Department of Dentistry, Federal University of Jequitinhonha and Mucuri Valleys, Diamantina, Brazil. Patrícia Furtado Gonçalves PhD in Periodontics, Adjunct Professor, Department of Dentistry, Federal University of Jequitinhonha and Mucuri Valleys, Diamantina, Brazil. Maria Helena Santos PhD in Metallurgical Engineering and Mines, Adjunct Professor, Department of Dentistry, Federal University of Jequitinhonha and Mucuri Valleys, Diamantina, Brazil. Walison Arthuso Vasconcellos. PhD in Operative Dentistry, Adjunct Professor, Department of Operative Dentistry, Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil. Correspondence: Prof. Patrícia Furtado Gonçalves, Department of Dentistry, Federal University of Jequitinhonha and Mucuri Valleys, Diamantina, Brazil. Rua da Glória, nº187, Diamantina, MG Brasil. Zip code 39100-000. Phone 55-38-35326082, 55-38-35326063. Fax to 55-38-35326066. E-mail: [email protected] 30 3.2 Abstract Background: Os autores conduziram um estudo para avaliar in vitro o comportamento mecânico de uma prótese inovadora para o conceito All-on-four, com infrastrutura metálica sem soldas e cilindros de titânio pré-fabricados. Methods: Quarenta corpos de prova divididos em quatro grupos (n=10): G1, controle negativo; dois grupos teste G2 e G3; e um grupo controle positivo G4, constituíram a amostra. Após a termociclagem os espécimes foram submetidos a avaliação de adaptação em microscopia eletrônica de varredura e ensaio flexural destrutivo sobre o cantilever. Results: O teste estatístico de Mann-Whitney mostrou superioridade de adaptação significativa do grupo teste G2(30,02µm) com (p<0,05). A avaliação de resistência flexural resultou em carga máxima até a fratura inicial em resina para G4(943,97N), G3(830,50N), G2(657,50N) e G1(403,58N), com diferenças significativas sob análise de variância da mediana de Kruskal-Wallis (p<0,01) Conclusions: Nos limites deste estudo, pode-se concluir que a infraestrutura metálica sem soldas aumentou a resistência das próteses para o conceito all-on-four e promoveu ótima adaptação, na ordem de 30 µm. Clinical Implications: A infraestrutura metálica sem solda facilita a confecção da prótese provisória dentro do prazo para carregamento imediato e permite a utilização de cilindros pré-fabricados que melhoram a qualidade de adaptação. Key-Words: Dental Implants, immediate load, mandible, welding, framework, all-onfour. 31 3.3 Introdução O conceito all-on-four consiste na instalação com carga imediata de prótese total fixa suportada por quatro implantes, sendo os dois implantes posteriores com inclinação distal em 30o.1 É um procedimento previsível e com altas taxas de sucesso em acompanhamento longitudinal de até dez anos.2 O sucesso da reabilitação com carga imediata em mandíbula edêntula depende de fatores biomecânicos como cantilever reduzido, estabilidade primária satisfatória dos implantes, passividade de assentamento protética e a manutenção da rigidez da prótese por todo o período de cicatrização.3-5 Estudos sugerem a possibilidade do uso de próteses provisórias acrílicas sem reforço interno para all-on-four em mandíbula edêntula.6 No entanto, a prevalência de até 30% de complicações pós-operatórias em próteses sem infraestrutura coloca em risco a manutenção das propriedades biomecânicas no período de cicatrização.2 Assim, o reforço metálico na prótese total fixa está indicado7 e se propõe a promover esplintagem rígida e manter os micromovimentos dos implantes abaixo do limiar crítico, favorecendo a osseointegração.8 Apesar de sua importância biomecânica, a elaboração da infraestrutura metálica convencional acresce tempo e maior custo financeiro, exigindo ainda a eleição de métodos para minimizar as imprecisões laboratoriais que possam dificultar a adaptação passiva do trabalho protético. Há diversas opções para o planejamento de infraestruras: fundidas por partes e unidas por soldas,9 cimentadas aos cilindros protéticos,10 dispositivos pré-fabricados,11 ou ainda reforços metálicos com soldas intrabucais.12 Não encontrou-se evidências fundamentando uma proposta protética eficaz, que acompanhe a simplicidade proposta pelo conceito all-on-four. Cada sistema de 32 implante oferece sua evolução, mas agregam alterações precoces de materiais, de componentes protéticos e de sequência clínica. As barras pré-fabricadas permitem resolução protética rápida, mas há limitações para as variadas conformações de arcos dentários13 e, por princípio, não é possível a personalização da infraestrutura. Barras fundidas por partes e soldadas resultam em desadaptações na interface protética. A utilização de cilindros metálicos pré-fabricados melhora a adaptação,10 mas estes geralmente são utilizados com sistemas de barras préfabricadas, cimentadas ou para próteses sem infraestrutura. A utilização de soldas a laser melhora a passividade de assentamento, mas aumenta sobremaneira o custo do trabalho. Assim como as barras metálicas fresadas em titânio por diferentes sistemas também oferecem ótima adaptação,14 mas também acrescem custos. O presente estudo propõe uma nova abordagem para restauração protética do conceito all-on-four. Foi avaliada in-vitro uma prótese total com barra metálica fundida, sem soldas, usinada separadamente e posteriormente combinada com os cilindros de sustentação maquinados e pré-fabricados em titânio. Para tanto, foram investigados a adaptação e o comportamento mecânico da prótese inovadora sob ensaio flexural unilateral em cantilever. 3.4 Materiais e Métodos Para este estudo foram elaborados corpos de prova para quatro grupos, sendo dois grupos teste (G2 e G3) (layout inovador com reforço metálico, sem solda) e dois grupos controle (G1 e G4) (controle negativo: barra totalmente acrílica e controle positivo: barra metálica fundida junto aos cilindros). Cada corpo de prova 33 foi composto por uma barra, apresentando uma porção de resina com dimensões compatíveis a uma prótese total fixa com 12 dentes, portando diferentes apresentações para o reforço interno e parafusada sobre pilares protéticos através de cilindros de sustentação. 3.4.1 Layout das Infraestruturas Uma infraestrutura modificada, produzida com uma barra metálica fundida em Cobalto e Cromo (Co-Cr) (StarLoy C, DeguDent, São Paulo, Brasil) sem solda, e sem união metálica aos cilindros de sustentação representou a inovação proposta por este estudo. Inicialmente, modelos diagnósticos de arcos edêntulos foram encerados para a montagem de dentes artificiais. Quatro análogos de mini pilares cônicos (MPC) com plataforma de 4,1 mm e convergência de 20o (Neodent, Curitiba, Brasil) foram inseridos axialmente na mandíbula esculpida. Dois análogos anteriores foram posicionados na região correspondente aos cíngulos dos incisivos laterais e os dois posteriores na região dos segundos pré-molares.2 A partir deste conjunto, foi possível dimensionar o espaço protético para os corpos de prova. Através de um index de transferência15 foi elaborado um modelo mestre metálico (MM). Com auxílio do software AutoCad 2007 (Autodesk, Califórnia, USA) foi projetada uma infraestrutura para reforço protético compatível com a restauração do protocolo all-on-four. Suas dimensões apresentaram largura gengivo-oclusal de 2,0 mm, vestíbulo-lingual de 6,8 mm e cantilever de 10 mm. No desenho, quatro perfurações circulares com 4,9 mm de diâmetro foram destinadas à inserção sobre os cilindros de sustentação. Neste diâmetro, a infraestrutura transpassaria livremente a forma cônica dos cilindros com assentamento no seu ombro cervical, com 0,6 mm de apoio em torno de toda a abertura (Figura 1). Concluído, o layout 34 desta infraestrutura foi impresso em 3D com auxílio de uma impressora SD 300 Pro (SKA, Tel Aviv, Israel). 3.4.2 Matrizes A partir do protótipo impresso em polímero, foi possível criar uma matriz metálica (M1) que permitiu a reprodução, sob prensagem, dos padrões em resina (Patthern Resin LS GC, Tokyo, Japão), das futuras infraestruturas metálicas. Foram aferidas as dimensões e selecionadas 40 infraestruturas acrílicas para derivação dos quatro grupos experimentais descritos no quadro da figura 2. Após o processamento das estruturas metálicas, a porção da prótese destinada à resina prensada foi encerada sobre duas outras matrizes (M2 e M3). A matriz (M2) permitiu o posicionamento semelhante das infraestruturas dos grupos G1, G2 e G4 e a matriz (M3) foi elaborada para o grupo G3. M3 diferiu de M2 por espaçar a infraestrutura e ombro dos cillindros em 1,5 mm, através de anéis espaçadores inseridos durante o enceramento. Ambas as matrizes portaram análogos de implantes com fidelidade ao modelo mestre, nos quais foram parafusados os cilindros de sustentação. 3.4.3 Barras protéticas As matrizes M2 e M3 produziram protótipos em cera com 6,8 mm de largura vestíbulo-lingual e 6,9 mm de altura cérvico-oclusal, avaliados e mensurados para prensagem. Quarenta novos modelos, obtidos por cópias do modelo MM, com análogos de titânio e bases em gesso pedra tipo IV (Herostone, Vigodent, Rio de Janeiro, Brasil) foram produzidos para fixação dos espécimes durante a prensagem. Em grupos de quatro unidades, os corpos de prova, com os respectivos protótipos 35 foram incluídos em mufla para prensagem acrílica e polimerização em forno de microondas (LG 1200W, LG Eletronics, São Paulo, Brasil). Durante a prensagem, os cilindros pré-fabricados foram limpos e jateados com óxido de alumínio (granulometria 125 µm e pressão de 80 libras + 5 libras)e novamente parafusados no interior das muflas. As infraestruturas também jateadas foram passivamente repostas para G2 e G3 e parafusadas para G4. Para G1, os padrões de resina foram eliminados assim como também foram descartados os anéis espaçadores de G3. Foi utilizada para a prensagem, resina polimerizada por energia de microondas (VipWave, Vip, São Paulo, Brasil) com ciclo de polimerização recomendado pelo fabricante. Após a demuflagem, os corpos de prova foram limpos e conservados em água a 37 oC (±1ºC) até o momento da ciclagem térmica. 3.4.4 Ciclagem térmica Os corpos de prova foram então parafusados em um novo modelo, também originado de MM, e grupos de dez unidades foram submetidos a 500 ciclos em uma termocicladora (MSCT/3e-ELQUIP, São Paulo, Brasil). Cada ciclo consistiu de banhos de 30s, alternados em água a 5ºC (± 2oC) e 55 ºC (± 2oC). Após a ciclagem térmica os corpos de prova retornaram à imersão em água a 37oC (±1ºC). 3.4.5 Avaliação da adaptação Um dos grupos teste (G2) e um dos grupos controle (G4) foram selecionados para a avaliação da adaptação. Os corpos de prova foram submetidos à análise em microscópio eletrônico de varredura (MEV) (CS-3500, Shimadzu, Japão). Para isto, foram dispostos individualmente em um mesmo modelo previamente elaborado para 36 esta finalidade. Para posicionamento dos corpos de prova foram utilizados dois parafusos sem inserção de torque. Foram executadas duas leituras na interface protética do cilindro distal do lado direito, com diferentes magnificações, para visualização integral da interface e mensuração da distância axial linear entre cilindro protético e análogo de mini pilar cônico. Três medições da zona considerada como de desadaptação (Figura3) permitiram um valor médio registrado em micrometros para cada corpo de prova de G2(n=10) e G4 (n=10). 3.4.6 Ensaio Mecânico O modelo mestre foi acoplado a uma máquina universal de ensaios (EZTest 5kN, EZ-L, Shimadzu, Japão), no qual os corpos de prova de G1, G2, G3 e G4 foram parafusados individualmente com 20N de torque em cada parafuso de titânio. Um pistão cilíndrico com extremidade plana, adaptado à célula de carga, transferiu força axial compressiva progressivamente em direção ao cantilever direito, na sua porção mais distal, distanciando centro do pistão em 5,0mm da borda distal da barra (Figura 4). A velocidade de deformação aplicada foi de 0,5 mm/min até a fratura do corpo de prova ou até o ensaio atingir o limite máximo de carga de 1000N. 3.4.7 Análise Estatística Os dados referentes à mensuração da adaptação e ao comportamento mecânico da amostra foram tabulados e a análise estatística foi executada na interface do programa SPSS versão 13.0 para Windows (SPSS Inc, Chicago, IL). Análise estatística descritiva foi elaborada para todas as variáveis avaliadas. Através do teste de Shapiro-Wilk para n=10, foi avaliada a normalidade de distribuição da amostra. Na ausência de distribuição normal, o comportamento 37 mecânico dos grupos foi comparado utilizando-se a análise de variância da mediana de Kruskal–Wallis. A avaliação pareada pelo teste de Mann-Whitney especificou as diferenças e também foi utilizada para a comparação de adaptação de G2 e G4. No segmento, foi aplicado o índice de correção de Bon Ferroni, para ajustamento do valor de p para as seis combinações intergrupos, possíveis, para as variáveis de avaliação mecânica. 38 3.5 Resultados Não houve perda de corpos de prova após a ciclagem térmica. Na avaliação em MEV, foi possível identificar e mensurar os defeitos de adaptação existentes na interface protética distal do cilindro direito posterior do grupo teste G2 e grupo controle positivo G4 (Figura 3). A tabela 1 apresenta a análise descritiva da adaptação mensurada nos dois grupos e o resultado da comparação pelo teste de Mann-Whitney. Três variáveis dependentes tiveram os valores coletados durante o ensaio mecânico. A resistência máxima até a fratura inicial em resina, registrada em Newtons(N). A resistência máxima (N) desenvolvida até a fratura completa do corpo de prova ou até o limite de 1000N definido na Máquina Universal de Ensaios. A extensão linear do pistão de edentação sobre o corpo de prova, registrada em (mm) foi considerada a deformação para este estudo. Os valores de média, desvio padrão, mediana, máximo e mínimo referentes ao comportamento mecânico durante o ensaio flexural dos quatro grupos foram descritos na tabela 2. Em decorrência da flexão da barra, ocorreram fraturas iniciais no corpo da resina e fraturas totais envolvendo também a ruptura da estrutura metálica. Todas as fraturas se propagaram com direção vestíbulo-lingual, adjacentes ao cilindro de análise, criando uma secção transversal nesta porção. Nos quatro grupos percebeu-se ruptura no corpo da resina (Figura4), quando o software da máquina de ensaios registrou uma brusca queda na tensão. Todas as barras do grupo G1 fraturaram. No grupo G2 ocorreram duas fraturas metálicas após as falhas iniciais em resina. O grupo G3 foi caracterizado pela fratura de todas as infraestruturas metálicas com cargas mínimas acima de 821N, incluindo fraturas simultâneas de resina e metal. No grupo controle positivo G4, dois corpos de prova 39 apresentaram fratura da resina e não foi registrada nenhuma ruptura da infraestrutura metálica. Houve diferenças estatisticamente significantes no comportamento mecânico entre os quatro grupos (p<0,001), comparados pelo teste de kruskal-Wallis. A tabela 3 apresenta os valores de p para o teste de MannWhitney nas três variáveis mecânicas consideradas. 3.6 Discussão Os primeiros resultados clínicos do conceito all-on-four1 foram relatados em pacientes que receberam próteses totalmente acrílicas, como as simuladas no grupo G1 considerado nosso controle negativo. O estudo de Maló1 registrou 30% de prevalência de complicações mecânicas (fraturas reparáveis) na ausência de reforço interno para as próteses e não ocorrência de fraturas em próteses com reforço de infraestruturas metálicas.1 Outros estudos longitudinais com quatro ou cinco implantes em carga imediata também utilizaram como protocolo restaurador provisório, próteses sem reforço metálico. Quando descritos, os índices de fratura variaram entre 11% e 15,6%.3,6,16,17 Após o período pós-cirúrgico de 24 a 72 horas, necessário para instalação de prótese com carga imediata18,19 e nas semanas subseqüentes, remover as próteses para reparos pode resultar em perda de implantes. Pois ruptura precoce da interface osso-implante pode ocorrer durante a primeira fase da osseointegração.20 Deste modo, a proposta de infraestrutura apresentada neste estudo objetivou simplificar a etapa restauradora inicial e minimizar o risco de falha da prótese durante o período de cicatrização. Considera-se, também, que este layout pode ser indicado como alternativa de baixo custo para reabilitação final, assim como Degidi, Nardi e Piatelli (2010) tem 40 considerado próteses acrílicas com uma estrutura de reforço alternativa, como próteses definitivas. Os três autores justificam esta consideração pela adaptação favorável e baixa prevalência de complicações pós-cirúrgicas. A desadaptação vertical foi avaliada sem torque nos parafusos, para não alterar o assentamento passivo. Este diferiu do método empregado por Castilio e colaboradores21 que usou torque de 10N e aferiu em média 24,13 µm de desadaptação. Para Vasconcellos,22 a aplicação de um torque de 10N pode diminuir em mais de 45% a desadaptação real de infraestruturas. Outros trabalhos, no entanto, não mencionaram o método de posicionamento no modelo de leitura.14 Sobre o modelo base para a avaliação em MEV, este foi confeccionado em gesso tipo IV assim como no trabalho de Abduo e Lyons.23 Para simular as mudanças de umidade e temperatura do ambiente bucal, avaliando o envelhecimento das estruturas, previamente às análises, realizou-se a ciclagem térmica. Durante o processo térmico, defeitos e trincas que ocorrem internamente podem alterar o desempenho das propriedades mecânicas dos materiais.24 Dentro dos requisitos necessários para o sucesso, como assentamento passivo, resistência e previsibilidade da técnica, os resultados para as barras sem solda (grupo G2 e G3) foram promissores. O grupo teste G2, que combinou a barra sem soldas com cilindros maquinados, apresentou em média 30µm de desadaptação vertical. Valor semelhante ao descrito por Torsello et.al.14 quando analisaram infraestruturas compostas por cilindros maquinados e unidos à barra com solda a laser, resultando em média 33 µm de desadaptação. O estudo avaliou ainda os sistemas CAM StructSURE- Precision-milled bar (3i-Biomet, Palm Beach Gardens, USA) com fenda média de 27 µm; e o sistema Procera Implant Bridge 41 (Nobel Biocare AB, Gotemburgo, Suécia) com 21 µm de espaço entre os componentes. O Grupo G4, com média de desadaptação de 70 µm, foi resultado de fundição e solda convencionais, considerado o nosso controle positivo. Interessante notar que os valores de desadaptação vertical obtidos no grupo teste G2, com uma técnica simplificada, foram semelhantes aos das técnicas com solda a laser e sistemas CAD-CAM, consideradas padrão ouro em termos de adaptação. 14 Deste modo, a resistência à fratura inicial da atual proposta atingiu valores importantes. As médias em G2(657,50N) e G3(830,50N) foram superiores às relatadas em diferentes trabalhos que utilizaram cargas compressivas e métodos de elementos finitos (FEM): 400N,25 147,09N,26 202,23N,27 150N, 13 240N, 28 e 150N;29 demonstrando a boa resistência mecânica da prótese. Para os grupos G2, G3 e G4, após a fratura da resina, os corpos de prova ainda absorveram cargas até o rompimento completo da barra. No grupo teste G2, a média mínima de carga para induzir fratura inicial foi de 657,5N, após um deslocamento do pistão de aproximadamente 0,49 mm. São valores favoráveis, considerando que as cargas oclusais de pacientes com tratamento implantodôntico finalizado, registradas na região de molar, foram previamente relatadas com média de 248N,29 ou ainda 330N.30 Brunski e colaboradores31 revisaram os valores de carga oclusal máxima para pacientes com prótese sobre implantes, apresentando uma faixa de 112,5N a 450N, valores bem inferiores aos obtidos no presente estudo. O layout elaborado para o grupo G3 fundamentou-se na possibilidade clínica da infraestrutura sofrer alteração dimensional pela fundição única e, durante a fase de usinagem, não tocar o ombro cervical de um ou mais cilindros. Durante a prensagem, a barra metálica também poderia se deslocar dentro do corpo da resina 42 e novamente não tocar a superfície do degrau cervical. Neste grupo, observou-se que as fraturas de resina ocorreram em níveis médios ainda mais elevados (830,5N), sob um deslocamento do pistão de 0,68 mm. Este aumento da deflexão da barra sem soldas pode ser resultado da liberdade mecânica proporcionada pelo colar de resina entre a prótese e o cilindro. Isto pode ser considerado um fator favorável para melhor distribuição de tensões ao longo da prótese. Apesar das complicações relatadas, a barra totalmente acrílica (G1) é o planejamento protético mais referenciado em protocolos all-on-four,3,5,6,17,32 seguido pelas próteses provisórias com infraestrutura de titânio confeccionadas utilizando o sistema CAD-CAM.7,33,34 Quando utilizado um guia multifuncional para moldagem de transferência, dois momentos clínicos após a cirurgia são suficientes para a instalação de uma provisória acrílica. O tempo clínico para a instalação da barra sem solda é semelhante, com a vantagem de esta apresentar o reforço interno. A elaboração de modelos mestres utilizando a técnica da moldagem de transferência direta, com componentes de impressão esplintados em resina e metal,15 oferece um padrão de precisão suficiente para a presente proposta. Além disto, a possibilidade de utilizar cilindros maquinados e pré-fabricados, sem a utilização de solda a laser e sem a necessidade de cimentá-los na barra, reduz o custo de processamento, possibilitando resultados eficazes com rapidez e simplicidade. O grupo controle G1 apresentou fratura de resina nos níveis mais baixos de carga, neste estudo. Os baixos valores de resistência mecânica confirmam os resultados apresentados pelos estudos clínicos de Maló e colaboradores.1,2 Avaliando-se a adaptação, resistência mecânica e simplicidade de aplicação da técnica, sugere-se que sejam realizados novos estudos para futura inserção 43 desta modalidade de prótese provisória na prática clínica. Os resultados do grupo G3, particularmente, instigam a avaliação da distribuição das tensões na barra, diante da melhor resistência mecânica quando em comparação ao grupo G2 (Tabela 3). Estudos utilizando a mensuração em métodos de elementos finitos talvez poderiam clarificar esta questão. 44 3.7 Conclusão Nos limites deste estudo in vitro, as seguintes conclusões foram delineadas: 1. A inserção da infraestrutura metálica sem soldas aumentou significativamente a resistência flexural das próteses no conceito all-on-four. 2. A avaliação de adaptação revelou ótima precisão, na ordem de 30 µm. 3. As próteses totalmente acrílicas falharam com valores de carga significativamente inferiores aos outros grupos de estudo. 4. As próteses com infraestruturas modificadas desenvolveram maior flexão quando comparadas às próteses somente acrílicas. 45 3.8 Referências do Artigo 1. Maló P, Rangert B, Nobre M. ―All-on-four‖ immediate-function concept with Branemark system implants for completely edentulous mandibles: a retrospective clinical study. Clin Implant Dent Relat Res 2003;5(1):2–9. 2. Maló P, Nobre M de A, Lopes A, Moss SM, Molina GJ. 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Clin Oral Implants Res 2011;[Epub ahead of print]:6p. 48 3.9 Acknowledgments Este estudo foi desenvolvido no Centro de Desenvolvimento de Biomateriais (BioMat, UFVJM, Diamantina, Brasil) e fomentado pelo CNPQ (processo nº 477196/2010-1) e FAPEMIG (processo nº APQ-01732-10). 49 3.10 Ilustrações Figura 1: Desenho CAD da infraestrutura protética para impressão 3D. 50 Grupo Cilindro de sustentação* Infraestrutura metálica† Relação da Infraestrutura com cilindro Resina prensada Vista da Secção da Barra (esquema) Pré-Fabricado(Ti) Jateamento G1 Óxido de ausente Ausente Resina sobre metal Compondo toda a barra Fundida (Co-Cr) Sem soldas Isolada dos cilindros Apoio passivo da infraestrutura com a face cervical do cilindro Metal sobre metal Preenchendo a interface passiva entre cilindro e barra Fundida (Co-Cr) Sem soldas Isolada dos cilindros Infraestrutura sem contato direto com cilindro (colar de resina de 1,5 mm) Resina entre metais Preenchendo a interface passiva entre cilindro,barra e colar alumínio 125µm Pré-Fabricado(Ti) G2 Jateamento Óxido de alumínio 125µm Pré-Fabricado(Ti) G3 Jateamento Óxido de alumínio 125µm Pré-Fabricado(Ti) G4 Jateamento Óxido de alumínio 125µm Fundida junto aos cilindros (Co-Cr) Soldada (3 uniões) Estrutura fusionada Compondo a barra acima da infraestrutura *Cilindros de sustentação (Neodent, Curitiba, Brasil) † As infraestruturas metálicas apresentaram macrorretenções na superfície da face oclusal Figura 2: Quadro de caracterização dos corpos de prova para os quatro grupos. 51 Figura 3: Exemplo de mensuração de desadaptação na interface protética(G2). 52 Figura 4: Exemplo de fratura inicial em resina, com o corpo de prova (G2) montado sobre o modelo mestre na máquina universal de ensaios. 53 3.11 Tabelas Tabela1 Análise descritiva da mensuração de desadaptação (µm) Média SD Mínimo Máximo Mediana N p-valor (Mann-Whitney) * p<0,05 (significante) G2 30,02 15,88 12,17 65,42 25,22 (10) G4 79,42 63,72 3,06 223,01 69,49 (10) P= 0,035* 54 Tabela2 Análise descritiva do comportamento mecânico nos quatro grupos (n=10) sob ensaio flexural em cantilever Média (SD)† Mínimo Máximo Mediana 403,58 657,50 830,50 943,97 81,80 119,25 95,96 144,27 275,43 499,90 704,25 545,23 495,73 417,89 839,25 613,78 993,75 836,38 1001,00 1.000,25 435,20 982,78 903,03 1000,50 147,78 38,99 59,61 0,39 275,43 884,75 821,75 1000,00 798,50 1000,25 993,75 1001,00 419,30 1000,00 890,50 1000,50 0,39 0,49 0,68 0,10 0,85 0,11 0,28 0,35 0,59 0,58 0,65 0,90 0,36 0,48 0,63 0,71 0,12 0,56 0,97 0,68 Carga máxima até a fratura inicial* (N) G1 G2 G3 G4 Carga máxima avaliada (N) G1 G2 G3 G4 Flexão do cantilever até a fratura inicial* (mm) G1 G2 G3 G4 * Fraturas em resina †SD: Desvio Padrão 55 Tabela3 Resultado da comparação do comportamento mecânico pelo teste de Mann-Whitney (n=10) G1-G2 G1-G3 G1-G4 G2-G3 G2-G4 G3-G4 <0,001 <0,001 <0,001 0,004 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,001 0,003 <0,001 p-valor† 0,028 <0,001 * Fraturas em resina Correção de Bon Ferroni p<0,0083 (significante) <0,001 <0,001 0,001 0,496 Carga máxima até a fratura inicial* p-valor † Carga máxima avaliada p-valor† Flexão do cantilever até a fratura inicial* 56 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante a revisão de literatura realizada para este estudo percebeu-se heterogeneidade das propostas de restauração para os planejamentos implantodônticos em mandíbula edêntula (BORGES et al., 2010; DEGIDI; NARDI; PIATTELLI, 2010; ENGSTRAND et al., 2003; TORSELLO et al., 2008; YILMAZ; SUAREZ; MC GLUMPHY, 2011). Altas taxas de sucesso são relatadas para o conceito all-on-four, no acompanhamento longitudinal do período de cicatrização e após a instalação das próteses definitivas (AGLIARDI et al., 2009; FRANCETTI et al., 2008; HINZE et al., 2010; MALÓ et al., 2011; POMARES, 2010). Um achado freqüente foi a consideração das falhas protéticas durante o período de cicatrização apenas como complicações mecânicas. Visto que, estas mostravam baixa correlação com insucesso de implantes. Apesar disto, os autores citaram necessidade de reparos para as próteses (AGLIARDI et al., 2009; HINZE et al., 2010; MALÓ et al., 2003). Os estudos que discutiram a fase protética provisória foram escassos, assim como também as definições dos níveis de complexidade máxima aceitas para restaurações provisórias. Simplicidade de execução e segurança para adequada função são necessários, o que justificou em nossa proposta a eleição de próteses com infraestrutura simplificada. Os resultados deste estudo contribuem para sedimentar os riscos de falhas protéticas com próteses totalmente acrílicas, quando se observa os resultados do grupo controle negativo. Já o controle positivo possibilitou baixo índice de fraturas, mas agregou maiores desadaptação às próteses. O comportamento mecânico das infraestruturas sem solda cumpriu os requisitos da primeira fase de testes in vitro. Entretanto, novas pesquisas são necessárias para reforçar e validar a proposta desta modalidade restauradora. 57 REFERÊNCIAS ADELL, R. et al. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. International journal of oral and maxillofacial surgery. Copenhagen, v.10, n. 6, p.387-416, dec. 1981. ADELL, R. et al. Longterm follow-up study of osseointegrated implants in the treatment of totally edentulous jaws. The International journal of oral & maxillofacial implants. Lombard, v.5, n. 4, p. 347–359, oct-dec. 1990. AGLIARDI, E. et al. 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The author should include a letter providing each author‘s name, degrees, professional title, work affiliations, complete address, telephone and fax numbers, and e-mail address. That cover letter can be typed in on the JADA ScholarOne Manuscripts site in the field provided, or it can be uploaded to the site as a word-processed document. Originality and exclusivity. The JADA Editor will consider only articles that are original, have not been published elsewhere and have been submitted exclusively to JADA. Registration of clinical trials. JADA recommends, but does not require, that clinical trials be registered with a national database such as www.clinicaltrials.gov. When a clinical trial has been registered prior to publication in JADA, it will be noted in The Journal. Revised manuscripts. After the manuscript has gone through review, the JADA Editor makes a decision as to its disposition: accept; minor revision; major revision; reject. In all but the first and last cases, the author will be invited to submit a revised manuscript via JADA ScholarOne Manuscripts. Manuscript Designation When published, manuscripts will be placed in one of the JADA departments listed below. Authors should indicate the department for which they are submitting a manuscript, with the understanding that the editor might deem the manuscript better suited to a different department. Unless otherwise noted, manuscripts must be no longer than 10 double-spaced pages (roughly 3,000 words), exclusive of title page, abstract, acknowledgments, references and illustrations (tables, figures, text boxes). Peer-Reviewed Articles Clinical Practice. Articles with a clinical and practical focus. Potential topic areas include esthetic and restorative care, oral-systemic health, pharmacology, specialty dental practice, and informatics and technology. Brief Reports. Short articles focusing on specific topics that do not lend themselves to longer, more indepth treatments (6 double-spaced pages). The articles formerly included in the ―Clinical Directions‖ department are included in the Brief Reports category. Pilot studies also would be appropriate for this section. 63 Case Reports. Short articles describing the presentation, diagnosis and management of clinical cases (6 double-spaced pages). Critical Review. Review articles using a systematic approach to describe what is known from the literature about a clinical dental topic and evaluating the strength of the evidence (10 double-spaced pages). Full Article. Full-length articles with a clinical and practical focus. Practical Science. Articles providing scientific information on critical issues of practical interest to general dentists, helping to bridge the gap between dental research and patient care (10 double-spaced pages). Practice Management. Practical information about the day-to-day aspects of running a dental practice, as well as about broader management concepts and techniques. Articles on informatics and technology could appear here if the technology being discussed has a management rather than a clinical focus (10 doublespaced pages). Research. Articles describing the results of clinical, laboratory and population-based research pertinent to dentistry and providing foundation knowledge for future application. Full Article. Full-length articles describing potential clinical applications of research findings (10 doublespaced pages). Brief Reports. Short articles focusing on specific topics that do not lend themselves to longer, more indepth treatments (6 double-spaced pages). Advances in Dental Products. Articles describing research on new products useful to the clinician. Research sponsored or substantially funded by manufacturers appears here (10 double-spaced pages). Trends Full Article. Articles describing trends in dentistry and health care, such as access to care; patient and practitioner demographics; economic, ethical and societal issues; state and federal law, policy and regulations that affect dentistry; and surveys of dentists on topics of interest (10 double-spaced pages). Brief Reports. Short articles focusing tightly on specific topics that do not lend themselves to longer, more in-depth treatments (6 double-spaced pages). Non-Peer–Reviewed Material Letters to the Editor. Brief comments on issues raised and articles published in JADA. A letter about a particular article will be forwarded to the article‘s author for comment, if the letter is selected for publication. The JADA Editor reserves the right to edit the letters into a publishable format (550 words, maximum of five references, no illustrations). A letter concerning a recent JADA article will have the best chance of acceptance if it is received within two months of the article‘s publication. Letter writers are asked to disclose any personal or professional affiliations or conflicts of interest that readers may wish to take into consideration in assessing their stated opinions. Brevity is appreciated. By sending a letter to the editor, the author acknowledges and agrees that the letter and all rights of the author in the letter become the property of The Journal. Letters may be submitted via e-mail to [email protected]; by fax to 1-312-440-3538; or by mail to 211 E. Chicago Ave., Chicago, Ill. 60611-2678. Manuscript Format Technical specifications. Manuscripts submitted to JADA must be prepared in Microsoft Word. No 64 manuscripts prepared in WordPerfect or other word processing software can be reviewed. Manuscripts prepared in Word 2007 must be saved down to Word 2003 format. Also, no illustrations or other material prepared in PowerPoint will be accepted for review. If your material was prepared in PowerPoint, please copy it into a Microsoft Word document or submit it as a PDF, a JPEG, a TIFF or an EPS file. Length. Unless otherwise noted above, manuscripts must be no longer than 10 double-spaced pages (roughly 3,000 words), exclusive of title page, abstract, acknowledgments, references and illustrations. NOTE: The Journal does not accept submissions of serial articles (Part I, Part II, etc.). Page setup. Pages should have 1-inch margins and must be numbered consecutively throughout the document. Title page. Each manuscript should have a title page bearing the complete title of the manuscript and complete information on all authors. It should be the first page of the manuscript. Each author‘s degrees must be listed on the title page. JADA generally does not publish U.S. fellowships and honorary degrees and designations. Degrees below the master‘s level generally are not listed, unless they are the highest degree attained. The title page should designate the corresponding author and list that author‘s complete mailing address for the purposes of directing reprint requests after publication. Abstract. A separate section describes how to format structured abstracts. Authors. The people listed as authors should be those who made an intellectual contribution to the manuscript. All authors should be listed with their affiliations, their academic degrees and their scientific or clinical contributions to the paper. The editor and publisher reserve the right to ask for justification for each author‘s inclusion. Acknowledgments. Acknowledgments should be submitted on a separate page. Illustrations. A maximum of four figures—charts, graphs or photographs—and four tables may be submitted. (See next paragraph for an exception to this rule.) Each separate chart, graph or photograph will be counted as a separate illustration; illustrations should not be grouped together as a single illustration. Tables and figures should augment, not repeat, the text. Figures and tables should be numbered consecutively according to the order in which they are cited in the text. Regarding clinical figures, JADA will accept only digital files of at least 4 inches (roughly 100 millimeters) in width and at least 300 or more dots per inch and in JPEG, TIFF or EPS format. These may be uploaded on JADA ScholarOne Manuscripts. JADA cannot accept original histologic slides and radiographs. However, The Journal will accept digital files of radiographs, magnetic resonance images and magnetic resonance angiograms. The publisher reserves the right to reject any figure that does not meet the necessary quality standards for publication. (Exception. For only articles on esthetic care, authors are invited to provide sufficient numbers of highquality photographs to present their material comprehensively, provided that there is an appropriate ratio of text to photographs: the length of the manuscript must be sufficient to support placement of photographs within the text. As a rule of thumb, assume an outside limit of three photographs per manuscript page.) Any patient who is clearly identified in the article (either in text or in photographs) must sign a form 65 indicating his or her consent to be thus depicted in the article. This consent form (PDF) must be submitted with the manuscript. Manuscript Style Basic style/writing requirements. The foundation of JADA style is the most recent edition of the American Medical Association Manual of Style. The purpose of any piece of writing is to deliver information. This requires the author to define his or her message and to present it in a way that is readily understood by and engaging to the reader. Manuscripts should be written in active voice and declarative sentences for a clear, concise style. The overall tone of these reports should be factual and professional, and thus suitable for a scholarly journal. Authors are allowed to express a personal opinion as long as the basis for that opinion is stated plainly. For example, an author may express an opinion ―based on long experience and intensive observation.‖ Other statements of opinion and all statements of fact require references from the appropriate published literature (dental, medical, epidemiologic, practice management, etc.). Manuscript title. Authors are invited to write titles for their articles. Titles should be as brief as possible while clearly conveying the main point or purpose of the article. Short subheads also should be used throughout the article to highlight key points. All submissions, including titles and subheads, are subject to change during the editing process. Statistical material. Authors are encouraged to include confidence intervals (CIs) with all P values. References. All published references should be cited in the text and numbered consecutively. No references should be cited in the abstract. Each reference should be cited only once; on subsequent citations, the original number should be used. Personal communications and unpublished data should not be numbered, but should be cited in the text as follows: (G Edmunds, DDS, oral communication, November 2004) Authors citing sources from the World Wide Web should make use of WebCite. WebCite is an entirely free service for authors who want to refer to Web material, regardless of the publication for which they are writing. It is an archiving system for Web references (cited Web pages and Web sites) that can be used by authors, editors and publishers of scholarly papers and books to ensure that cited Web material will remain available to readers in the future. If Web references cited in JADA articles are not archived, future readers may encounter a "File Not Found" error when clicking on a cited URL. A Web citation archived onwww.webcitation.org will not disappear in the future. Citations in the reference list should follow this basic style: Periodical 1. Lauterbach M, Martins IP, Castro-Caldas A, et al. Neurological outcomes in children with and without amalgam-related mercury exposure: seven years of longitudinal observations in a randomized trial. JADA 2008;139(2):138-145. Book 2. Cohen S, Burns RC. Pathways of the pulp. 8th ed. St. Louis: Mosby; 2002:196. Book chapter 3. Byrne BE, Tibbetts LS. Conscious sedation and agents for the control of anxiety. In: Ciancio SG, ed. ADA Guide to Dental Therapeutics. 3rd ed. Chicago: American Dental Association; 2003:17-53. Government publication 66 4. Medicine for the public: Women‘s health research. Bethesda, Md.: U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, National Institutes of Health; 2001. DHHS publication 02-4971. World Wide Web site 5. Hoffman ED, Klees BS, Curtis CA. Brief summaries of Medicare & Medicaid: Title XVIII and Title XIX of the Social Security Act as of November 1, 2007. Baltimore, Md.: U.S. Department of Health and Human Services, Center for Medicare & Medicaid Services, Office of the Actuary; 2007. ―http://www.cms.hhs.gov/ MedicareProgramRatesStats/downloads/MedicareMedicaidSummaries2007.pdf‖. Accessed Aug. 28, 2008. Publication in press 6. McCoy J. Alteration in periodontal status as an indicator of general health. JADA (in press). NOTE: Authors should double-check the status of any in-press work cited in their reference lists before submitting the final manuscript to JADA. Presentation 7. Eichenstadt L, Brenner T. Caries levels among low-income children: report of a three-year study. Paper presented at: 146th Annual Session of the American Dental Association; Oct. 7, 2005; Philadelphia. Review Peer review. Articles in JADA are subject to a single-blinded peer review process: reviewers know the identity of a manuscript‘s author(s), but authors do not know the identity of the reviewers. (Authors do have an opportunity to suggest reviewers on JADA ScholarOne Manuscripts; they also have an opportunity to request the exclusion of particular reviewers from critiquing their manuscript. NOTE: Authors may not include as a preferred reviewer anyone who works at their own institutions.) Reviewers keep their critiques strictly confidential. Because the reviewers volunteer their time, reviews may take from three to four weeks to complete. Decision. Once the reviewers have completed their critiques, the editor examines their comments and makes a decision about the manuscript‘s disposition: accept, minor revisions, major revisions, or reject. Editing. JADA reserves the right to edit manuscripts to ensure conciseness, clarity and stylistic consistency and to fit articles to available space. After accepted articles are edited, they are returned to the authors for review and comment before publication. Authors will have the opportunity to review a PDF proof of their articles after they are typeset. Authors’ Responsibilities Ethical approval of studies and informed consent/assent. For all manuscripts reporting data from studies involving human participants, human specimens or animals, JADA requires that the study have received formal review and approval, or formal review and waiver, by an appropriate institutional review board or ethics committee. This review and approval or waiver should be described in the manuscript‘s Methods section. Authors may be asked to request that the institutional review board provide directly to the editor documentation of the formal review and recommendation from the body responsible for ethical oversight of the study. For investigations involving humans or human specimens, authors should state in the Methods section that they obtained informed consent/assent from the study participants. Personal communications and unpublished data. JADA requires that authors request and receive permission from each person identified in the manuscript as a source of information in a personal 67 communication or as a source for unpublished data. By submitting their manuscripts, authors represent and warrant to JADA that such permission has been obtained, if applicable. JADA strongly recommends that such permissions be in writing and that authors should maintain the signed statements in their records for a reasonable period of time after publication of their work in JADA. Authors must specify in the manuscript the date of the communication or the data, as well as whether the communication was written or oral. Copyright transfer. The American Dental Association owns the copyright for all editorial content published in The Journal. A statement requiring copyright transfer from authors, signed by each author, must be submitted with the manuscript. The copyright transfer form (PDF) may be reproduced. Manuscripts submitted without the requisite Copyright Transfers will not be reviewed unless and until JADA‘s Editor receives a valid, executed JADA Copyright Transfer Agreement from each author. (The Copyright Transfer form may be scanned and uploaded on Manuscript Central or may be faxed to the JADA editorial office at 1-716-829-6053.) If the manuscript is rejected by the ADA, all copyrights in the manuscript will be retained by the author(s). All accepted manuscripts and their accompanying illustrations become the permanent property of the American Dental Association and may not be published elsewhere in full or in part, in print or electronically, without written permission from the ADA‘s Publishing Division. Reprint permission. If the manuscript contains any material, either text or illustrations, that is either exactly reproduced or adapted from a published source, the author is responsible for obtaining written permission from the publisher of that source work—or the person or agency holding the copyright, if not the publisher— to reproduce the material in JADA. JADA will not reproduce such material without written permission. The official JADA template letter (DOC) for this purpose is available online in Microsoft Word format. The author must submit a copy of the permission letter and provide JADA with complete citation information for the reproduced material. Consent forms. Any person who is clearly identified in the article (either in text or in photographs) must sign a form indicating his or her consent to be thus depicted in the article. This consent form (PDF) must be submitted with the manuscript. Response to letters to the editor. An author whose article is published in JADA is expected to prepare a response to any letter to the editor about his or her article that the editor deems appropriate for publication. (For further information, see the Letters to the Editor section above under Manuscript Designation, NonPeer-Reviewed Material.) Disclosure Each author must disclose any financial, economic or professional interests that may influence positions presented in the article. This disclosure will be published with the article. The conflict of interest form (PDF) on which disclosure must be made is available online in PDF format and may be reproduced. The form must be signed by each author and submitted with the manuscript (either scanned and uploaded on Manuscript Central or faxed to the JADA editorial office at 1-716-829-6053). Manuscripts submitted without the form will not be reviewed until JADA receives the signed form. Return to Top Open Access Policy Full-text JADA articles from 1995 to the present may be found on the ADA‘s Web site at http://jada.ada.org. 68 1. ADA members and paid JADA subscribers have full access free of charge to all issues and all content in the JADA Online archive. 2. The following content is free to all visitors at all times: Table of Contents and Abstracts Critical Summaries Ethical Moment News For the Dental Patient Supplements Government-funded articles published more than 12 months previous and back to 2000 3. All non-members and non-JADA subscribers must pay an access fee per article for all articles not listed in item 2 above. Return to Top National Institutes of Health Public Access Policy: Authors’ Responsibilities The National Institutes of Health (NIH) Public Access Policy implements a law passed in December 2007 that affects authors who receive funding from the NIH. Effective April 7, 2008, the law mandates that all peer-reviewed articles that arise, in whole or in part, from direct costs funded by NIH, or from NIH staff, that are accepted for publication by a peer-reviewed journal—including JADA—must be deposited with the National Library of Medicine‘s PubMed Central, in the form of a copy of the manuscript‘s final version on its acceptance. NIH provides a Web site at http://publicaccess.nih.gov that contains answers to questions authors may have about this policy. On or after April 7, 2008, when the author deposits the accepted manuscript with PubMed Central, he or she should specify that the manuscript is not to be made available until 12 months after publication (not acceptance). Thereby, the manuscripts will be made publicly available by PubMed Central at the same time that JADA makes its full text available to the public free of charge. JADA holds the copyright to all material it publishes except for material authored solely by U.S. government employees. Please see the JADA Copyright Transfer form (PDF) for further details. Checklist If any of the following statements applies to you, or any co-author of your article, you are required to deposit your manuscript, if accepted, with PubMed Central. directly funded by an NIH grant or cooperative agreement active in Fiscal Year 2008 (October 1, 2007September 30, 2008) or beyond directly funded by a contract signed on or after April 7, 2008 directly funded by the NIH Intramural Program paid a salary by NIH Author’s Preprints and Complimentary Copies On publication, each article‘s primary author will receive 25 complimentary copies of the article. In addition, 69 he or she will receive two copies of the JADA issue containing the article. Before publication, the author will have an opportunity to order additional preprints at a special prepublication discount. Otherwise, authors may purchase reprints post-publication at the higher prevailing rate. Reprinting of Material Published in JADA All accepted manuscripts and their accompanying illustrations become the permanent property of the American Dental Association, owner and publisher of JADA, and may not be published elsewhere in full or in part, in print or electronically, without written permission from the American Dental Association. Any party seeking individual or multiple copies of material published in JADA must request permission in writing from the Permissions Editor, Publishing Division, American Dental Association, 211 E. Chicago Ave., Chicago, Ill. 60611. The request must state exactly what material is being borrowed, the issue in which it was published, the intended use of the material being borrowed, the name of the publication in which the reprinted material will appear (if applicable), the print quantity of distribution, the audience and whether the use is for financial gain. Further guidelines on reprinting are available from the publisher. Publicity Any publicity (press releases, press coverage, etc.) about articles published in JADA must be coordinated through the ADA Public Affairs Department (phone 1-312-440-2806, e-mail [email protected]). Submission Checklist Before submitting a manuscript, the author should make sure he or she has completed all the necessary steps. Electronic files of the manuscript and each table and figure should be uploaded. A copyright transfer statement and a conflict of interest form, signed by each author, should be either scanned and uploaded to JADA ScholarOne Manuscripts or faxed to the JADA editorial office at 1-716829-6053. Please do not submit your forms until you submit your manuscript. The cover letter should indicate the JADA department to which the manuscript is being submitted. The manuscript should include a structured abstract in the proper format (according to the JADA department to which it is being submitted). All references should be checked for accuracy, correct format and completeness. If applicable, acknowledgments should be included in the manuscript on a separate page. Complete information—name, degrees, position or title, address, phone and fax numbers, e-mail address—should be included for the corresponding author.