Resultados 3. RESULTADOS No quinquénio 2000 - 2004, na área da Grande Lisboa, identificaram-se 152 casos de homicídio. Subdividiu-se a população em estudo por subgrupos, designadamente: - Homicídios com um agressor e uma vítima – 132 casos - Homicídios com vários agressores e uma vítima – 16 casos - Homicídios com um agressor e várias vítimas – 4 casos Não foi encontrado qualquer caso de vários agressores e várias vítimas, em simultâneo, no período em estudo. Efectuou-se o estudo de cada subgrupo separadamente. Os homicídios com um agressor e uma vítima são os mais frequentes (n=132), pelo que apenas nestes foi possível efectuar um estudo estatístico que possibilitou a determinação de diferentes tipologias. Os outros subgrupos são menos frequentes existindo para os homicídios com vários agressores e uma vítima, 16 casos, e para os homicídios com um agressor e várias vítimas, 4 casos. Devido ao número reduzido de casos não foi possível determinar tipologias para estes dois subgrupos. A apresentação dos resultados foi dividida em quatro capítulos distintos: 3.1. Homicídios com um agressor e uma vítima; 3.2. Homicídios com vários agressores e uma vítima; 3.3. Homicídios com um agressor e várias vítimas; 3.4.Tipologias de situações de homicídio com um agressor e uma vítima. 34 Resultados 3.1. HOMICÍDIOS COM UM AGRESSOR / UMA VÍTIMA 3.1.1. Estudo de Variáveis Gerais a) Incidência por Concelho e por Ano Não existem diferenças significativas no número total de homicídios nos diferentes anos (gráfico 1). Os homicídios ocorreram predominantemente na cidade de Lisboa numa percentagem de 59.1 %, tendo decrescido o número de ocorrências do ano de 2001 para o ano 2004 (gráfico 1). A cidade de Cascais apresentou a taxa mais baixa relativamente aos outros concelhos, tendo sido estudados apenas dois casos, ambos no ano de 2002. Logo a seguir a Lisboa, Sintra foi o concelho com a taxa mais elevada, seguido da Amadora e de Loures (gráfico 1). Concelho / Ano Ano do homicídio 25 2000 2001 2002 2003 20 2004 15 n= 132 25 Número 10 19 13 5 8 6 1 0 6 4 3 Lisboa 2 1 1 Cascais Sintra Oeiras 2 3 4 3 1 4 1 Loures Amadora Vila Franca Xira Concelho onde ocorreu o homicídio Gráfico 1: Número de homicídios ocorridos nos concelhos e anos referidos 35 Resultados b) Período do Dia Relativamente à distribuição da ocorrência de homicídios durante o dia (gráfico 2), verificou-se que 41,5 % (51 casos) dos homicídios ocorreram no período da noite, 30,9 % durante a tarde, 22 % de madrugada e apenas 5,7 % durante o período da manhã. Os diferentes períodos foram separados da seguinte forma: madrugada, entre as 0 e as 06 horas; manhã, entre as 06 e as 12 horas; tarde, entre as 12 e as 18 horas; noite, entre as 18 e as 24 horas. Período do Dia 60 n= 123 50 40 30 51 Frequencia 20 38 27 10 7 0 madrugada manha tarde noite Período do dia Gráfico 2: Número de homicídios nos diferentes períodos do dia 36 Resultados c) Dia da Semana Não se verificou uma diferença significativa no número de homicídios nos diferentes dias da semana. A 4.ª feira foi o dia da semana em que ocorreram menor número de casos e o Domingo o dia em que ocorreram maior número (gráfico 3). Dia da Semana n= 130 25 20 15 23 22 10 Frequencia 20 18 18 16 13 5 0 segunda- terça-feira feira quarta- quinta-feirasexta-feira sabado feira domingo Dia da semana Gráfico 3: Número de homicídios nos diferentes dias da semana 3.1.2. Estudo de Variáveis do Local do Crime e do Homicídio a) Local do Homicídio e Local onde o Cadáver foi encontrado A maioria dos homicídios ocorreu na via pública ou em local descampado (71 casos, gráfico 4). Na maioria dos homicídios o corpo da vítima foi deixado onde ocorreu o homicídio, ou seja não houve remoção do cadáver para outro local (gráfico 4). 37 Resultados Ocorreu a ocultação de cadáver em 9 homicídios, sendo que estes ocorreram quando a agressão foi perpetrada no interior da habitação da vítima ou do agressor e o corpo foi removido para um local descampado, na tentativa de o ocultar. A ocultação ocorreu sempre em casos em que o agressor era conhecido da vítima, nomeadamente nos casos em que existia uma relação amorosa (4 em 9 dos casos). Apenas num caso, em que a causa da morte foi devida a estrangulamento, o corpo foi destruído por meio do fogo. Este homicídio ocorreu na sequência de crime sexual. Efectuou-se também uma pesquisa relativamente ao vestuário da vítima verificando-se que em 7 dos casos o corpo foi deixado sem roupa ou com a roupa alterada/mexida. 54 87 Local do Homicídio n=130 Local cadáver encontrado n=131 Estabelecimento comercial 5 4 Via pública/descamp ado 1715 Veículo 2423 Domicílio autor 7178 Domicílio vítima 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Domicílio vítima/autor N.º Local do Homicídio versus Local onde Cadáver foi Encontrado Gráfico 4: Locais onde ocorreram os homicídios e onde foram encontrados os cadáveres 38 Resultados b) Tempo decorrido desde o homicídio até o corpo ser encontrado O corpo da vítima foi encontrado logo após o homicídio em 70,8 % dos casos, no próprio dia em 15,4 % dos casos, nas 48 horas seguintes em 10 % e, em apenas 3,8 % dos casos, foi encontrado mais de 48 horas depois (gráfico 5). Tempo decorrido desde o homicídio até o corpo ser encontrado 100 n= 130 80 60 92 Frequencia 40 20 20 13 5 0 de imediato no próprio dia nas 48 horas seguintes + de 48 horas Gráfico 5: Tempo decorrido desde a prática do homicídio até o corpo ser encontrado b.1) Tempo decorrido até o cadáver ser encontrado versus Ocultação de Cadáver Estabeleceu-se uma correlação entre as variáveis “ocultação de cadáver” e o “tempo decorrido desde o homicídio até o corpo ser encontrado” e verificouse que nos casos de ocultação de cadáver apenas em 2 casos o cadáver foi encontrado no próprio dia, em 6 casos foi encontrado nas 48 horas seguintes e, num caso, foi encontrado mais de 48 horas depois (gráfico 6). 39 Resultados Tempo decorrido até cadáver ser encontrado / Ocultação Ocultação de 100 n= 130 cadáver sim não 80 60 92 40 N.º de Casos 20 18 2 0 de imediato no próprio dia 6 7 nas 48 horas seguintes 1 4 + de 48 horas Tempo decorrido desde o homicídio até o corpo ser encontrado Gráfico 6: Tempo decorrido desde o homicídio até o cadáver ser encontrado versus ocultação do cadáver c) Instrumento ou arma utilizados Verificou-se que em 41,7 % dos homicídios foi utilizada a arma de fogo, em 31,1 % a arma branca e em 25 % os instrumentos contundentes. Foram utilizados vários instrumentos/armas em 2,3 % dos casos (gráfico 7). Dos homicídios com arma de fogo destaca-se o uso da pistola em 57.4 % dos casos (gráfico 7), nos homicídios com arma branca o instrumento mais utilizado foi a faca/navalha em 66,6 % dos casos (gráfico 7) e, dentro dos homicídios praticados com instrumentos contundentes, os mais utilizados foram os “instrumentos naturais” com 60,6 % dos casos (gráfico 7). Os casos de asfixia, que se integram na acção contundente, ocorreram por estrangulamento (3 casos) e esganadura (6 casos). 40 Resultados 35 30 25 20 15 10 5 0 Instrumento Contundente n= 129 Arma de Fogo 31 28 10 4 9 Arma Branca 20 13 11 1 2 Fa ca Fa /Na ca va Co lha zi nh O a u Ca tro ça s de i Pi ra st Re ola vó lv O er In u st tro ru s m Q O e n ue bj e c to N da to a M tura ec ân l ico N.º Tipo de Instrumento Gráfico 7: Instrumentos / armas utilizadas para praticar o homicídio c.1) Tipo de Instrumento versus Local do Homicídio Estabeleceu-se uma correlação entre o local onde o crime ocorreu e o instrumento utilizado, verificando-se que nos crimes praticados no exterior o instrumento utilizado foi, predominantemente, a arma de fogo, enquanto em residências foram os instrumentos contundentes (gráfico 8). 41 Resultados Tipo de Instrumento / Local do Homicídio Tipo de instrumento / arma 40 n= 130 arma branca arma de fogo N.º de Casos 30 instrumento contundente vários intrumentos/armas 20 33 23 10 14 9 7 8 6 6 4 5 2 0 2 3 2 3 1 1 1 do da or ss re ag l/ ia or ss re ag a/ a t im ví tim ví c er m co to en m ci le do be pa ta es am sc de a/ ic bl pú a vi o o o íli ic o íli ic ul íc ve íli ic m do m do m do e nt ra au st re Local do homicídio Gráfico 8: Correlação entre o tipo de instrumento e o local onde o homicídio foi praticado Em 50,4 % dos homicídios o instrumento utilizado na agressão foi deixado no local do crime. d) Motivação / Circunstância em que ocorreu o Homicídio Quanto às motivações ou circunstâncias em que os homicídios ocorreram optou-se pela divisão em 10 grupos distintos, designadamente: 1. Homicídios praticados na sequência de uma discussão ou agressão; 2. Homicídios praticados na sequência de ciúmes ou medo de perda; 3. Homicídios praticados na sequência de violência doméstica; 4. Homicídios praticados na sequência de crime de roubo; 5. Homicídios praticados na sequência de crime sexual; 42 Resultados 6. Homicídios praticados na sequência de crime de tráfico de estupefacientes; 7. Homicídios praticados devido a questões monetárias; 8. Homicídios praticados por vingança; 9. Homicídios praticados na sequência de rixas entre grupos rivais; 10. Outros (não enquadráveis em algum dos anteriores). Motivação 50 n= 123 N.º de Casos 40 30 45 20 10 16 18 10 5 0 6 3 5 7 8 s tro s ou a ia nç ár ga et in on rv m s po õe is a st a riv ue og dr os rq up po de gr e im tre cr al en a de xu rix ia se c e ên o rim qu c ub se ro de a na de ci e ên im qu cr se de na ia c ên a qu ic se st é na m do a a rd ci pe ên ol de vi o ed m ão e/ ss úm cu ci is /d ão ss re ag Gráfico 9: Diferentes motivações que estiveram na origem da prática do homicídio As motivações encontradas foram, por ordem decrescente de incidência, as seguintes (gráfico 9): - Homicídios na sequência de uma discussão ou agressão - 36,6 %; - Homicídios praticados na sequência de roubo- 14,6 %; - Homicídios praticados na sequência de violência doméstica- 13,0 %; - Homicídios praticados por ciúme ou medo de perda- 8,1 %; 43 Resultados - Homicídios praticados por vingança- 5,7 %; - Homicídios praticados na sequência de crimes de tráfico de estupefacientes- 4,9 %; - Homicídios praticados na sequência de crime sexual- 4,1 %; - Homicídios praticados por questões monetárias- 4,1 %; - Homicídios praticados na sequência de rixas entre grupos rivais- 2,4 %. No grupo designado por “Outros”, incluíram-se os homicídios praticados por agressores com deficiência mental grave, correspondendo estes a 2 casos e os homicídios ocorridos na sequência de situações acidentais que correspondem a 6 casos. Poder-se-á dizer então que o grupo “Outros” é o grupo dos homicídios sem motivação. d.1) Motivação versus Tipo de Instrumento Estabeleceu-se uma correlação entre a motivação e a arma utilizada (gráfico 10) tendo-se verificado que as armas mais utilizadas foram as armas de fogo e as armas brancas em 7 dos 10 grupos de motivações. Nos homicídios praticados na sequência de crime de roubo a arma branca foi a mais utilizada, existindo uma diferença de 3 casos em relação à utilização da arma de fogo. Nos homicídios praticados na sequência de agressão/discussão, a arma de fogo e a arma branca foram utilizadas praticamente com a mesma frequência. 44 Resultados Predominou a acção de natureza contundente, por meio de instrumentos e asfixia, nos homicídios praticados por ciúme ou medo de perda, especificamente asfixia por esganadura. Motivação / Tipo de Instrumento Tipo de instrumento / arma 20 n= 123 arma branca arma de fogo N.º de Casos 15 instrumento contundente vários intrumentos/armas 10 17 5 10 9 5 2 0 5 5 6 5 3 1 2 2 5 3 1 1 1 2 1 1 2 s s ia tro a ár ou nç et ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr po im al cr tre xu de en se a e ia o c rix im ub ên cr ro e qu d de se a e ci na im ên cr qu de se a ci na a ên ic qu st é se m a na do rd a pe ci ên de ol o vi ed ão m ss e/ re úm ag ci o/ sã us sc di Motivação Gráfico 10: Diferentes motivações versus tipo de instrumento utilizado d.2) Motivação versus Local do Homicídio A grande maioria dos homicídios ocorridos na sequência de discussão/agressão ocorreu na via pública, com 29 casos (gráfico 11). Os homicídios resultantes de rixas entre grupos rivais ocorreram sempre na via pública. Também na via pública ocorreu a grande maioria dos homicídios praticados na sequência de crime de roubo e de vingança, com 13 casos e 4 casos, respectivamente (gráfico 11). 45 Resultados A maioria dos homicídios praticados na sequência de violência doméstica ocorreu no domicílio da vítima e do agressor (gráfico 11). Motivação/Local do Homicídio Local do homicídio 30 25 N.º de Casos domicílio vítima/agressor n= 123 domicílio da vítima domicílio do agressor 20 veículo 15 via pública/descampa do 29 estabelecimento comercial/ restaurante 10 13 5 10 5 0 1 1 2 2 3 1 2 1 1 1 3 1 2 2 4 4 1 1 s s ia tro a ár ou nç et ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im cr ua tre ex de en s a a e o ci m rix i ub ên cr ro e qu d de se a e ci na im ên cr e qu d se a ci na a ên t ic qu és se m a na do rd a pe ci ên de ol o vi ed ão m ss e/ cu úm is ci /d ão ss re ag Motivação Gráfico 11: Diferentes motivações versus local onde ocorreu o homicídio 46 Resultados e) Homicídios Não Resolvidos No estudo efectuado (gráfico 12) em 38.9 % dos homicídios o agressor era inicialmente conhecido, ou seja a investigação tinha conhecimento imediato do autor, quer porque o mesmo assumiu a autoria dos factos, ou pelos próprios factos não deixarem dúvidas quanto ao autor. Em 54.2 % dos homicídios o autor era inicialmente desconhecido e só após diligências de investigação foi identificado. Apenas em 6,9 % dos homicídios (9 casos) não foi possível identificar o autor, correspondendo esta percentagem aos homicídios não resolvidos, havendo a acrescentar um caso de duplo homicídio (capítulo III) em que não foi identificado o autor. Autor do Crime n= 132 9 1 conhecido Inicialmente Desconhecido desconhecido Missing 51 71 Gráfico 12: Conhecimento do autor por parte da investigação 47 Resultados e.1) Autor Desconhecido versus Tipo de Instrumento Nos homicídios não resolvidos, ou seja com autor desconhecido, 5 dos casos foram praticados com arma de fogo, 3 com instrumento contundente e o outro com arma branca (gráfico 13). Autor do Homicídio / Tipo de Instrumento Autor do crime 30 conhecido n= 131 Inicialmente Desconhecido 25 desconhecido 20 15 27 26 N.º de Casos 22 22 10 14 5 8 5 3 1 0 arma branca 2 1 instrumento contundente arma de fogo vários intrumentos/armas Tipo de instrumento / arma Gráfico 13: Autor do homicídio versus tipo de instrumento f) Homicídio Seguido do Suicídio Em 11 dos homicídios, o que corresponde a 8.9 % do total, os agressores praticaram suicídio ou tentativa de suicídio a seguir à prática do homicídio, sendo que em todos os casos o autor mantinha uma relação amorosa com a vítima. 48 Resultados f.1) Homicídio Seguido de Suicídio/Tentativa de Suicídio versus Motivação A maioria dos casos de suicídio/tentativa de suicídio ocorreu na sequência de violência doméstica (gráfico 14). Homicídio Seguido Suicídio ou Tentativa Suicídio / Motivação Homicídio/suicidio 50 homicídio homicídio seguido suicídio/tentativa suicídio n= 123 Count 40 30 44 20 10 18 10 7 0 1 3 6 5 6 3 5 8 6 1 s s tro a ria tá ou nç e ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im cr ua tre ex de en s a a e i o c m rix i ub ên cr ro qu de de se a e ci na im ên cr qu de se a ci na ên ca i qu st é se m a na do rd a pe ci ên de ol o d vi e ão m ss e/ re úm ag ci o/ sã us sc di Motivação Gráfico 14: Homicídio seguido de suicídio/tentativa de suicídio versus Motivação 49 Resultados 3.1.3. Estudo de Variáveis da Vítima e do Agressor a) Sexo O sexo predominante, tanto em termos de vítimas como de agressores, foi o masculino (gráficos 15 e 16). Sexo do agressor Sexo da vítima 120 120 n= 132 n= 121 100 100 80 80 60 60 112 101 N.º de Casos N.º de Casos 40 40 20 20 31 9 0 0 feminino masculino Sexo do agressor feminino masculino Sexo da vítima Gráficos 15 e 16: Número de agressores e de vítimas do sexo masculino e feminino As vítimas do sexo feminino eram 31 e as do sexo masculino 101, o que corresponde a 76,5 % de vítimas do sexo masculino (gráfico 16). Os agressores do sexo feminino eram apenas 9 e os agressores do sexo masculino eram 112, o que corresponde a 92,6 % de agressores do sexo masculino (gráfico 15). Estudaram-se 121 agressores, uma vez que dos restantes 11, 9 eram desconhecidos e não foi possível obter-se os dados relativamente aos outros 2 agressores. 50 Resultados a.1) Sexo da vítima versus Sexo do agressor Efectuou-se o cruzamento de dados relativamente ao sexo das vítimas e dos agressores e verificou-se o seguinte: - existem 2 casos em que tanto o homicida como a vítima eram do sexo feminino; - 84 casos em que tanto o agressor como a vítima eram do sexo masculino; - 7 casos em que o agressor era do sexo feminino e a vítima do sexo masculino; - 28 casos em que o agressor era do sexo masculino e a vítima do sexo feminino. a.2) Sexo da Vítima versus Motivação Correlacionaram-se as variáveis “sexo da vítima” com a “motivação”, e verificou-se o seguinte (gráfico 17): - as vítimas do sexo feminino foram o alvo principal nos homicídios resultantes de violência doméstica; - as vítimas do sexo masculino foram o principal alvo nos homicídios ocorridos na sequência de discussão / agressão; - não houve vítimas do sexo feminino nos homicídios ocorridos na sequência de rixas entre grupos rivais e nos homicídios ocorridos na sequência de crimes de tráfico de estupefacientes; 51 Resultados - nos homicídios praticados na sequência de crime sexual verificou-se a existência de uma vítima do sexo feminino e quatro vítimas do sexo masculino; - os indivíduos do sexo masculino foram os principais alvos de crimes de roubo que resultaram em homicídio. Sexo da Vítima / Motivação 40 Motivação discussão/agress ão n= 123 ciúme/medo de perda violência doméstica 30 na sequência de crime de roubo na sequência de crime sexual 20 na sequência de crime de droga 40 rixa entre grupos rivais N.º de Casos por questões monetárias por vingança 10 outros 16 11 7 5 0 5 2 1 2 2 3 7 6 4 5 3 3 1 feminino masculino Sexo da vítima Gráfico 17: Motivações versus sexo da vítima a.3) Sexo do Agressor versus Motivação Relativamente à correlação entre as variáveis “sexo do agressor” e “motivação” verificou-se o seguinte (gráfico 18): - não se verificam praticamente alterações entre o padrão do gráfico “sexo do agressor / motivação” e o padrão do gráfico “motivação”; - os agressores do sexo masculino predominaram em todas as motivações; 52 Resultados - não houve agressores do sexo feminino nos homicídios ocorridos na sequência de crime de roubo, nos homicídios ocorridos na sequência de tráfico de estupefacientes, nos homicídios ocorridos por questões de monetárias, nos homicídios ocorridos por questões de vingança e nos homicídios ocorridos na sequência de rixas entre grupos rivais. Sexo do Agressor / Motivação Motivação 50 agressão/discuss ão n= 116 ciúme/medo de perda 40 violência doméstica na sequência de crime de roubo na sequência de crime sexual 30 na sequência de crime de droga rixa entre grupos rivais 41 20 N.º de Casos por questões monetárias por vingança outros 10 12 9 0 2 4 1 7 6 2 2 feminino 3 8 4 masculino Sexo do agressor Gráfico 18: Motivações versus sexo do agressor b) Idade Quanto à idade das vítimas (gráfico 19) verificou-se que 40,2 % tinham idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos, 19,7 % tinham idades entre os 36 e os 45 anos, 17,4 % tinham mais de 55 anos, 12,9 % tinham entre 46 e 55 anos e, 9,8 % tinham menos de 20 anos. Relativamente à idade dos agressores (gráfico 20), 38,0 % tinham idades compreendidas entre os 31 e 40 anos, 24,8 % tinham entre 21 e 30 53 Resultados anos, 22,3 % tinham entre 41 e 60 anos, 9,9 % tinham menos de 21 anos de idade e 5 % tinham entre 61 e 80 anos. Idade da vítima Idade do agressor 60 50 n= 132 n= 121 50 40 40 30 30 46 53 20 N.º de Casos N.º de Casos 20 30 27 26 23 10 10 17 12 13 6 0 0 menos de 20 entre 20-35 entre 36-45 entre 46-55 mais de 55 menos de 21 entre 21-30 Idade da vítima Gráfico 19: Idade da vítima entre 31-40 entre 41-60 entre 61-80 Idade do agressor Gráfico 20: Idade do agressor b.1) Idade versus Motivação Do estudo correlativo entre as variáveis “idade das vítimas”, “idade dos agressores” com a “motivação” (gráficos 21 e 22) verificou-se o seguinte: - nos homicídios ocorridos na sequência de discussão/agressão e nos homicídios ocorridos na sequência de crime de roubo, a maioria das vítimas tinha idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos; - nos homicídios ocorridos na sequência de discussão/agressão, a maioria dos agressores tinha idades compreendidas entre os 31 e os 40 anos, sendo o intervalo de idades entre os 21 e os 30 anos, o segundo intervalo com mais agressores; - os casos de homicídios ocorridos na sequência de violência doméstica foram predominantemente praticados por agressores a partir dos 31 anos de idade, com mais incidência na idade compreendida entre os 41 e os 60 anos. 54 Resultados Idade da Vítima / Motivação Motivação 30 agressão/discuss ão n= 123 ciúme/medo de perda 25 N.º de Casos violência doméstica na sequência de crime de roubo 20 na sequência de crime sexual na sequência de crime de droga 15 rixa entre grupos rivais 27 por questões monetárias 10 por vingança outros 5 9 4 3 1 0 9 5 4 2 1 1 2 1 2 1 1 2 2 1 1 2 menos de 20 entre 20-35 entre 36-45 entre 46-55 3 4 1 2 3 mais de 55 Idade da vítima Gráfico 21: Motivação do homicídio versus idade da vítima Idade do Agressor / Motivação Motivação 25 agressão/discuss ão n= 116 ciúme/medo de perda N.º de Casos 20 violência doméstica na sequência de crime de roubo na sequência de crime sexual 15 na sequência de crime de droga rixa entre grupos rivais 22 10 por questões monetárias por vingança outros 11 5 7 5 3 0 3 1 2 1 4 1 1 1 5 5 4 2 4 2 1 4 2 1 2 3 3 menos de 21 entre 21-30 entre 31-40 entre 41-60 entre 61-80 Idade do agressor Gráfico 22: Motivação do homicídio versus idade do agressor 55 Resultados b.2) Idade versus Sexo do Agressor Da correlação entre as variáveis “idade do agressor” e “sexo do agressor” verificou-se o seguinte (gráfico 23): - não houve agressores do sexo feminino com idades compreendidas entre os 61 e 80; - a maioria dos agressores do sexo feminino estava na faixa etária entre os 31-40. Idade do Agressor / Sexo do Agressor Sexo do agressor 50 n= 121 feminino masculino N. de Casos 40 30 41 20 29 25 10 11 6 5 0 1 1 2 menos de 21 entre 21-30 entre 31-40 entre 41-60 entre 61-80 Idade do agressor Gráfico 23: Idade do agressor versus género do agressor c) Nacionalidade Relativamente às nacionalidades das vítimas (gráfico 24) verificou-se que 60.6 % eram portuguesas, 19.7 % eram caboverdianas e angolanas, 9.1 % pertenciam a outros países africanos, 4.5 % eram oriundas de países de leste europeu e 6.1 % eram de outros países, nos quais se incluem indivíduos de nacionalidade brasileira, inglesa, chinesa, italiana e alemã. 56 Resultados Quanto aos agressores (gráfico 25), 59.5 % eram de nacionalidade portuguesa, 23.1 % eram de nacionalidade caboverdiana, 6.6 % eram de outros países africanos, 6.6 % eram oriundos dos países de leste europeu e 4.1 % eram de outros países, nos quais se incluem as nacionalidades, inglesa, chinesa e brasileira. Nacionalidade da vítima Nacionalidade do agressor portuguesa angolana / caboverdiana outros países africanos países de leste outros 8 6 12 portuguesa caboverdiana países de leste outros países Africanos outras Missing 11 5 8 n= 132 n= 132 8 72 80 26 28 Gráfico 24: Nacionalidade da vítima Gráfico 25: Nacionalidade do agressor c.1) Nacionalidade versus Motivação Estabeleceu-se a correlação entre as variáveis “nacionalidade do agressor” e a “motivação” (gráfico 26), e verificou-se que: - nos homicídios praticados na sequência de discussão/agressão e de crime de roubo observou-se a existência de agressores de todas as nacionalidades; - os homicídios praticados na sequência de violência doméstica foram perpetrados por agressores portugueses e caboverdianos, assim como na maioria dos homicídios praticados por ciúme/medo de perda; - os homicídios praticados na sequência de rixas entre grupos rivais e por vingança foram perpetrados por agressores portugueses e caboverdianos, 57 Resultados assim como a maioria dos homicídios praticados na sequência de crime de tráfico de estupefacientes; - os homicídios praticados por “outras” motivações foram perpetrados por agressores portugueses; - os agressores oriundos de países de leste europeu praticaram os homicídios na sequência de discussão/agressão e na sequência de roubo. Nacionalidade do Agressor / Motivação 25 Nacionalidade do agressor n= 116 portuguesa caboverdiana 20 N.º de Casos países de leste outros países africanos 15 10 outras 21 12 12 5 4 2 8 7 6 5 2 2 5 3 2 0 3 1 2 1 2 3 1 2 s s tro a ria tá ou nç e ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im a cr tre xu de en se a a e o ci m rix i ub r ên c ro qu de de se a e ci na im ên cr e qu d se a ci na a ên tic qu és se m a na do rd a pe ci ên de ol o d vi e ão m ss e/ cu úm is ci /d ão ss re ag Motivação Gráfico 26: Nacionalidade do agressor versus motivação do homicídio c.2) Nacionalidade versus Tipo de Instrumento Relativamente aos instrumentos utilizados pelos agressores de diferentes nacionalidades verificou-se o seguinte (gráfico 27): - os agressores de nacionalidade portuguesa utilizaram predominantemente a arma de fogo, seguida dos instrumentos contundentes e da arma branca; 58 Resultados - os agressores de nacionalidade caboverdiana utilizaram as armas de fogo e as armas brancas em igual número de casos; - os agressores de nacionalidades de leste utilizaram predominantemente a arma branca, seguida dos instrumentos contundentes, nunca recorrendo às armas de fogo; - os agressores de outros países africanos que não Cabo Verde utilizaram maioritariamente as armas brancas e os instrumentos contundentes; - os agressores de outras nacionalidades utilizaram predominantemente as armas brancas. Nacionalidade do Agressor / Tipo de Instrumento Nacionalidade do 40 n= 121 agressor portuguesa caboverdiana países de leste outros países africanos 30 outras 20 33 N.º de Casos 22 10 15 13 6 3 4 0 arma branca 2 1 2 2 3 2 1 instrumento contundente arma de fogo vários intrumentos/armas Tipo de instrumento / arma Gráfico 27: Nacionalidade do agressor versus tipo de instrumento 59 Resultados d) Grupo Étnico Em relação ao grupo étnico das vítimas (gráfico 28) verificou-se que 66.7 % eram caucasianos, 31.8 % africanos negros e 1.5 % de outros grupos étnicos. Relativamente aos agressores (gráfico 29), 59.5 % eram caucasianos, 38.0 % africanos negros e 2.5 % de outros grupos étnicos. Grupo Étnico da Vítima 100 n= 132 80 60 88 40 N.º de Casos 42 20 2 0 caucasianos negros outros Grupo étnico da vítima Gráfico 28: Grupo étnico da vítima Grupo Étnico do Agressor 80 n= 121 60 40 72 N.º de Casos 46 20 3 0 caucasianos negros outros Grupo Étnico do agressor Gráfico 29: Grupo étnico do agressor 60 Resultados e) Profissão Relativamente às profissões das vítimas (gráfico 30) obtiveram-se os seguintes resultados: 20.4 % tinham profissões não qualificadas; 17.7 % tinham profissões ligadas à prestação de serviços; 16.9 % eram reformadas; 15.4 % eram estudantes; 15.4 % eram operárias ou trabalhavam na agricultura; 6.2 % estavam desempregadas; 4.6 % tinham profissões de nível superior ou médio e 3.1 % eram domésticas. Em relação aos agressores (gráfico 31), 43.6 % tinham profissões não qualificadas, 23.1 % tinham profissões ligadas à prestação de serviços, 9.4 % eram operários ou agricultores, 3.4 % eram reformados, 17.9 % eram estudantes, estavam desempregados ou eram domésticas, e 2.6 % tinham profissões de nível superior ou médio. Importa salientar que relativamente às profissões, os dados foram fornecidos pelos próprios agressores e pelos familiares das vítimas, pelo que a informação poderá não ser exacta. Profissão da vítima Profissão do agressor n= 132 n= 132 nível superior e médio serviços 8 2 operários e agricultura 6 operários e agricultura 3 não qualificada não qualificados 15 reformada reformados 27 doméstica 23 20 nível superior e médio serviços outras estudante Missing desempregada 21 Missing 4 11 20 4 22 51 27 Gráfico 30: Profissão da vítima Gráfico 31: Profissão do agressor 61 Resultados e.1) Profissão da Vítima versus Motivação Foi efectuada a correlação entre as variáveis “profissão da vítima” e “motivação”, tendo-se obtido os seguintes resultados (gráfico 32): - nos homicídios resultantes de discussão/agressão a maioria das vítimas tinha profissões não qualificadas, eram operários ou agricultores, prestadores de serviços ou estudantes; - nos homicídios resultantes de violência doméstica a maioria das vítimas era reformada ou tinha profissões não qualificadas; - nos homicídios praticados na sequência de roubo os estudantes foram os indivíduos mais visados; - nos homicídios praticados por questões de vingança os prestadores de serviços foram os mais atingidos; - relativamente às outras motivações não há diferenças significativas. 62 Resultados Profissão da Vítima / Motivação Motivação 10 n= 121 agressão/discussão ciúme/medo de perda violência doméstica N.º de Casos 8 na sequência de crime de roubo na sequência de crime sexual 6 10 na sequência de crime de droga 10 rixa entre grupos rivais 4 8 8 por questões monetárias 6 2 4 3 2 1 1 3 2 1 1 outros 4 3 2 2 1 1 1 1 por vingança 4 4 3 2 1 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 0 e a ad eg pr m se de nt da tu es a tic és m ra io éd tu ul ric ag re da ca ifi al qu e a ad m or m do f re o nã s io ár er op rio pe su os iç rv se l ve ní Profissão da vítima Gráfico 32: Profissão da vítima versus motivação e.2) Profissão do agressor versus Motivação Relativamente aos agressores é evidente da análise gráfica que a grande maioria tinha profissões não qualificadas (gráfico 33). Todos os agressores reformados praticaram o homicídio na sequência de violência doméstica; Os agressores de nível superior e médio praticaram os homicídios na sequência de ciúme/medo de perda, violência doméstica e por vingança. Relativamente às outras profissões existe uma distribuição das motivações. 63 Resultados Profissão do Agressor / Motivação Motivação 25 n= 112 agressão/discussão ciúme/medo de perda violência doméstica na sequência de crime de roubo 20 N.º de Casos na sequência de crime sexual na sequência de crime de droga 15 rixa entre grupos rivais por questões monetárias por vingança 22 10 outros 11 5 7 6 4 0 1 1 nível superior e médio 2 2 4 3 1 serviços 1 1 1 1 operários e agricultura 1 2 1 4 4 2 não qualificados 3 4 3 1 reformados 1 outras Profissão do agressor Gráfico 33: Profissão do agressor versus motivação f) Habilitações Literárias do Agressor Não foi possível obter os dados em relação às habilitações literárias da vítima porque não constam nem dos registos policiais, nem dos relatórios médico-legais, pelo que o estudo foi efectuado apenas em relação aos agressores, sendo que não existe informação relativamente a 17 casos, para além dos casos de agressores desconhecidos. As habilitações literárias dos agressores eram na grande maioria o 1.º ciclo, sendo o ensino universitário o menos frequente (gráfico 34). 64 Resultados Habilitações do Agressor 50 n= 104 40 30 49 20 N.º de Casos 21 10 17 8 6 3 0 analfabeto 1º ciclo 2º ciclo 3.º ciclo secundário universitário Habilitações do agressor Gráfico 34: Habilitações do agressor g) Antecedentes Criminais Em relação aos antecedentes criminais da vítima concluiu-se que 30.3 % tinham antecedentes criminais, o que corresponde a 40 vítimas com antecedentes criminais. No que concerne aos antecedentes criminais dos agressores (gráfico 35), verificou-se que, 50.4 % não tinham antecedentes, 43.0 % tinham antecedentes criminais por outros delitos que não homicídio, 5.0 % tinham antecedentes por homicídio e por outros delitos, 0.8 %, que se refere apenas a 65 Resultados um caso, tinham antecedentes criminais apenas por homicídio e 0.8 % tinham antecedentes criminais por violência conjugal. Antecedentes Criminais do Agressor 70 n= 121 60 50 40 30 61 N.º de Casos 52 20 10 6 1 0 não 1 por outros delitos pelo mesmo e por outros pelo mesmo delito por violência conjugal/ofensas Antecedentes criminais do agressor Gráfico 35: Antecedentes criminais do agressor Estabeleceu-se uma correlação entre os antecedentes criminais do agressor e algumas das variáveis relativas às características do agressor para assim se tentar efectuar uma melhor caracterização do mesmo. g.1) Antecedentes Criminais versus Idade do Agressor - os agressores entre os 61 e 80 anos de idade não tinham antecedentes criminais (gráfico 36); - o único agressor com antecedentes criminais por violência doméstica tinha entre 41 e os 60 anos de idade; - o único agressor com antecedentes criminais apenas por homicídio tinha entre 21 e 30 anos; 66 Resultados - os agressores com antecedentes criminais por homicídio em simultâneo com outros delitos tinham idades inferiores a 30 anos. Antecedentes Criminais / Idade do Agressor Idade do agressor 25 n= 121 menos de 21 entre 21-30 entre 31-40 20 N.º de Casos entre 41-60 entre 61-80 15 25 21 10 16 5 15 10 10 6 6 4 4 1 0 2 1 l pe r po o m o vi m tro ou o r po l pe o nã a ci e po ro g ju ito n co l de os li t de o m es n lê s o m es ut s ro fe /o al as ns Antecedentes criminais do agressor Gráfico 36: Antecedentes criminais do agressor versus idade do agressor g.2) Antecedentes Criminais versus Sexo do Agressor Relativamente à correlação entre os antecedentes criminais e o sexo do agressor (gráfico 37) verificou-se que apenas um agressor do sexo feminino apresentava antecedentes criminais, sendo estes relativos a outros delitos que não o homicídio. 67 Resultados Antecedentes Criminais / Sexo do Agressor 60 Sexo do agressor n= 121 feminino masculino N.º de Casos 50 40 30 53 51 20 10 6 1 0 1 m o vi m tro ou o lo pe r po r po l pe o nã o m es e po s ro fe /o al ut ro g ju ito n co l de os lit de ia nc lê s o m es as ns Antecedentes criminais do agressor Gráfico 37: Antecedentes criminais do agressor versus género do agressor g.3) Antecedentes Criminais versus Nacionalidade do Agressor Verificou-se que o único homicídio existente neste estudo em que o agressor possuía antecedentes criminais por homicídio era um indivíduo do sexo masculino e oriundo de um país de leste europeu (gráfico 38). Os agressores com antecedentes criminais por outros delitos, que não o homicídio, eram de todas as nacionalidades à excepção dos países de leste europeu. No que concerne a antecedentes por violência doméstica o único caso era de um agressor do sexo masculino com nacionalidade caboverdiana. 68 Resultados Em relação aos antecedentes criminais por outros delitos e também por homicídio, num total de seis agressores, cinco deles eram portugueses e o outro era oriundo de outros países africanos que não Cabo Verde. Antecedentes Criminais / Nacionalidade do Agressor 40 Nacionalidade do agressor n= 121 portuguesa caboverdiana N.º de Casos 30 países de leste outros países africanos outras 20 34 33 10 14 13 7 4 3 0 5 3 2 1 1 1 pe lo es m l io ia e po s n fe ro /o al ut ro o g ju lit n co de os lit de o o m s c ên ro m es m ut ro rv po po o lo pe nã s sa Antecedentes criminais do agressor Gráfico 38: Antecedentes criminais do agressor versus nacionalidade do agressor g.4) Antecedentes Criminais versus Habilitações Literárias do Agressor Verificou-se que apenas os agressores com habilitações académicas superiores não tinham antecedentes criminais (gráfico 39). O agressor, anteriormente referido como sendo o único com antecedentes criminais por homicídio, possuía o 1.º ciclo, assim como o agressor com antecedentes por violência conjugal. A maioria dos agressores com antecedentes criminais por outros delitos que não o homicídio tinha o 1.º ciclo de escolaridade. 69 Resultados Antecedentes Criminais / Habilitações Literárias do Agressor Habilitações do agressor 25 n= 104 analfabeto 1º ciclo 20 N.º de Casos 2º ciclo 3.º ciclo secundário 15 universitário 23 22 10 12 5 9 7 7 3 3 3 1 0 1 3 2 1 l pe r po o m o vi m tro ou o r po l pe o nã o m es n lê e po ro g ju ito n co l de os li t de a ci s o m es ut s ro fe /o al as ns Antecedentes criminais do agressor Gráfico 39: Antecedentes criminais do agressor versus habilitações literárias do agressor g.5) Antecedentes Criminais versus Motivação Efectuou-se a correlação entre a motivação e os antecedentes criminais do agressor (gráfico 40), verificando-se que os agressores já com antecedentes criminais pelo crime de homicídio praticaram os homicídios na sequência de agressão/discussão e na sequência de roubo. No caso do agressor com antecedentes criminais por homicídio, que tinha praticado anteriormente dois homicídios, não foi possível apurar-se as circunstâncias do homicídio. 70 Resultados Verificou-se também que o único agressor com antecedentes criminais por violência doméstica praticou o homicídio na sequência de crime de violência doméstica. Antecedentes Criminais do Agressor / Motivação Antecedentes criminais do agressor 20 n= 116 não por outros delitos N.º de Casos 15 por violência conjugal/ofensas pelo mesmo e por outros 10 20 14 5 8 6 4 2 0 5 3 1 3 4 3 3 1 s s tro a ria tá ou nç e ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im a cr tre xu de en se a a e o ci m rix i ub r ên c ro qu de de se a e ci na im ên cr e qu d se a ci na a ên tic qu és se m a na do rd a pe ci ên de ol o d vi e ão m ss e/ cu úm is ci /d ão ss re ag Motivação Gráfico 40: Antecedentes criminais do agressor versus motivação h) Antecedentes Psiquiátricos do Autor 71 Resultados Neste estudo verificou-se a existência de 10 casos de agressores com antecedentes psiquiátricos e 108 casos em que os autores não tinham antecedentes psiquiátricos. h.1) Antecedentes Psiquiátricos versus Condenação Fazendo a correlação entre os antecedentes psiquiátricos e a ocorrência de condenação (gráfico 41) verificou-se que em 4 dos 10 casos o agressor foi considerado inimputável e hospitalizado, em 3 dos casos o agressor não foi considerado inimputável e foi condenado por homicídio e em 2 dos casos os arguidos faleceram. Antecedentes Psiquiátricos do Agressor/ Condenação Condenação 70 n= 114 sim não a aguardar julgamento 60 fugiu não, faleceu 50 inimputávelhospitalizado 40 70 30 N.º de Casos 20 10 13 0 3 2 1 sim 4 11 6 4 não Antecedentes psiquiátricos Gráfico 41: Antecedentes psiquiátricos do agressor versus condenação i) Consumo de álcool/drogas de abuso/medicamentos pelo Agressor 72 Resultados Efectuou-se um estudo no qual se tentou averiguar se o agressor quando praticou o homicídio estava ou não sob a influência de álcool, drogas de abuso ou medicação (gráfico 42), tendo-se concluído que, excluindo os 14 casos em que não existem dados e os 9 casos em que o agressor é desconhecido, 55.0 % dos homicidas estavam sóbrios, 33.0 % apresentavam sinais de intoxicação etílica, 8.3 % estavam sob o efeito de drogas de abuso e 3.7 % sob o efeito de medicação. Estes dados poderão não ser exactos, dado que o agressor, muitas vezes, não é interceptado logo após o homicídio e a informação é fornecida por testemunhas. Consumo de Álcool/Drogas de Abuso/Medicação pelo Agressor n= 132 23 alcoolizado sob o efeito de drogas de abuso sóbrio sob efeito medicação Missing 36 4 9 60 Gráfico 42: Consumo de bebidas alcoólicas, de drogas de abuso e de substâncias medicamentosas pelo agressor Verificou-se que a noite e a madrugada foram os períodos do dia em que houve maior número de agressores alcoolizados, sendo que o local onde foram praticados mais homicídios, por agressores com sinais de intoxicação etílica, foi a via pública, seguido da residência da vítima e do agressor. 73 Resultados Na maioria dos homicídios praticados na sequência de discussão/agressão, os agressores apresentavam sinais de estarem sob o efeito do álcool. Efectuou-se um estudo comparativo para verificar se o consumo dessas substâncias, por parte do agressor, tinha influência na escolha do objecto utilizado para provocar a morte, tendo-se verificado que os agressores alcoolizados recorreram com mais frequência a armas brancas, não obstante os homicídios com arma de fogo terem sido mais frequentes. A maioria dos agressores sóbrios recorreu a armas de fogo (gráfico 43). Consumo Álcool, Drogas de abuso, Medicação / Tipo de Instrumento Consumo de 30 álcool/drogas n= 109 abuso/medicament os pelo agressor 25 alcoolizado sob o efeito de drogas de abuso sóbrio 20 sob efeito medicação 15 27 N.º de Casos 10 18 17 13 12 5 6 4 2 0 1 arma branca 2 3 3 1 instrumento contundente arma de fogo vários intrumentos/armas Tipo de instrumento / arma Gráfico 43: Consumo de bebidas alcoólicas, de drogas de abuso e de substâncias medicamentosas pelo agressor versus tipo de instrumento utilizado j) Confissão 74 Resultados Verificou-se que 41.2 % dos agressores confessaram o crime de imediato, 21.8 % confessaram o crime após o interrogatório policial, 30.3 % não confessaram o crime, 5.0 % não confessaram o crime porque faleceram, 1.7 % confessaram o crime em audiência de julgamento (gráfico 44). Confissão do crime n= 132 sim - imediata sim - após interrogatório não não, porque faleceu sim- em tribunal Missing 13 2 6 49 36 26 Gráfico 44: Confissão do crime j.1) Confissão versus Motivação Efectuou-se um cruzamento entre as variáveis “confissão do crime” e “motivação”, no qual se obtiveram os seguintes resultados (gráfico 45): - nos homicídios praticados na sequência de crime de roubo a maioria dos agressores não confessou o crime, assim como nos homicídios praticados por questões monetárias e por vingança; - nos homicídios praticados na sequência de violência doméstica, a maioria dos agressores confessou o crime; 75 Resultados - nos homicídios praticados na sequência de discussão / agressão a maioria dos agressores confessou o crime. Confissão / Motivação Confissão do crime 20 sim - imediata n=116 sim - após interrogatório não N.º de Casos 15 não, porque faleceu sim- em tribunal 10 17 14 5 11 9 8 4 2 0 3 1 7 4 2 1 2 3 4 3 1 1 1 1 s s tro a ria tá ou nç e ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im a cr tre xu de en se a a e o ci m rix i ub r ên c ro qu de de se a e ci na im ên cr e qu d se a ci na a ên tic qu és se m a na do rd a pe ci ên de ol o d vi e ão m ss e/ cu úm is ci /d ão ss re ag Motivação Gráfico 45: Confissão do crime versus motivação l) Premeditação do Crime No que concerne à premeditação dos crimes e, tendo em conta os casos em que a premeditação do crime foi provada em sede de julgamento, verificou-se que 25.4 % dos homicídios foram premeditados. l.1) Premeditação versus Motivação 76 Resultados Efectuou-se em relação à premeditação do crime um cruzamento de dados com a motivação, tendo-se verificado que na grande maioria dos homicídios praticados na sequência de agressão/discussão e na sequência de crime de roubo não houve premeditação. Verificou-se o contrário nos homicídios praticados na sequência de ciúme / medo de perda, nos homicídios por vingança e por questões monetárias (gráfico 46). Premeditação / Motivação Premeditação do homicídio 40 n= 115 sim não N.º de Casos 30 20 39 10 14 12 8 7 4 0 3 4 1 1 3 2 3 3 4 5 2 s s tro a ria tá ou nç e ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im a cr tre xu de en se a a e o ci m rix i ub r ên c ro qu de de se a e ci na im ên cr e qu d se a ci na a ên tic qu és se m a na do rd a pe ci ên de ol o d vi e ão m ss e/ cu úm is ci /d ão ss re ag Motivação Gráfico 46: Premeditação do homicídio versus motivação m) Vítimas Não Mortais 77 Resultados No total dos 132 homicídios estudados com um agressor/uma vítima, em 10 dos homicídios (7.6 %) existiram outras vítimas não mortais para além da vítima mortal, e que foram agredidas com o mesmo instrumento que a vítima mortal e pelo mesmo autor. n) Relação Vítima/Agressor Relativamente à relação entre a vítima e o agressor optou-se por dividir os diferentes relacionamentos em seis grupos distintos: - 1.º grupo: relacionamentos amorosos; - 2.º grupo: relacionamentos familiares não amorosos; - 3.º grupo: desconhecidos; - 4.º grupo: amigos; - 5.º grupo: conhecidos, nos quais estão também incluídos os colegas de trabalho; - 6.º grupo: outras relações, no qual foram incluídos dois casos, num deles, a vítima era namorado da ex-mulher do agressor e no outro a vítima era inquilina do autor. Verificou-se que em 25.4 % a vítima e o agressor mantinham uma relação ou já tinham mantido uma relação amorosa, em 9.8 % dos homicídios tinham outra relação familiar, em 15.6 % eram desconhecidos, em 15.6 % dos casos eram amigos e em 32.0 % eram conhecidos (gráfico 47). 78 Resultados Relação vítima-agressor n= 132 relação amorosa outros familiares desconhecidos amigo conhecido outras Missing 10 2 31 39 12 19 19 Gráfico 47: Relação entre a vítima e o agressor n.1) Relação Vítima/Agressor versus Motivação Estabeleceu-se a correlação entre as variáveis “relação vítima/ agressor” e “motivação”, tendo-se verificado o seguinte (gráfico 48): - nos homicídios praticados na sequência de discussão/agressão a vítima e o agressor eram na maioria “conhecidos” (18 casos) ou amigos (12 casos); - nos homicídios cuja motivação foi o ciúme ou medo de perda a relação entre a vítima e o autor do homicídio era predominantemente amorosa, verificando-se o mesmo em relação aos homicídios motivados por violência doméstica; - nos homicídios precedidos de roubo, o autor era na maioria dos casos desconhecido da vítima; 79 Resultados - nos homicídios precedidos por crime sexual o autor era na maioria dos casos conhecido da vítima, assim como nos homicídios por questões monetárias, por vingança e na sequência de rixas entre grupos rivais. Relação Vítima e Agressor / Motivação 20 Relação vítimaagressor n= 120 relação amorosa outros familiares N.º de Casos 15 desconhecidos amigo conhecido outras 10 18 15 12 11 5 7 5 0 1 1 1 1 2 3 1 2 3 3 1 4 2 2 1 s s tro a ria tá ou nç e ga on in m rv s s a ai po õe og riv st dr ue os de rq up e gr l po im a cr tre xu de en se a a e o ci m rix i ub r ên c ro qu de de se a e ci na im ên cr e qu d se a ci na a ên tic qu és se m a na do rd a pe ci ên de ol o d vi e ão m ss e/ cu úm is ci /d ão ss re ag Motivação Gráfico 48: Relação entre a vítima e o agressor versus motivação 80 Resultados 3.1.4. Estudo de Variáveis de Patologia Forense a) Tipo de Lesões Relativamente à natureza do agente ou instrumento que foi usado para provocar a morte (gráfico 49), 41.7 % foram de natureza perfurocontundente, 27.3 % de natureza corto-perfurante, 24.2 % de natureza contundente, 2.3 % de natureza corto-contundente, 1.5 % de natureza cortante e 3.0 % de várias naturezas. Tipo de lesões / natureza do agente 60 n= 132 50 40 30 55 N.º de Casos 20 36 32 10 3 0 2 natureza natureza natureza natureza natureza cortoperfuro- contundente cortocortante perfurante contundente contundente 4 várias das anteriores Tipo de lesões / natureza do agente Gráfico 49: Tipo de lesões/natureza do agente b) Localização Anatómica A localização anatómica das lesões (gráfico 50) verificou-se ser, por ordem decrescente de ocorrências, a seguinte: - cabeça, 26.5 % dos casos; - tórax, 25.0 %; 81 Resultados - tórax em conjunto com outras partes do corpo, 12.9 %; - cabeça em conjunto com outras partes do corpo, 12.1 %; - abdómen , 9.1 %; - pescoço, 9.1 %; - coração, 3.0 %; - membros e região pélvica com 2.3 %. Localização Anatómica das Lesões 40 n= 132 30 20 35 33 N.º de Casos 10 17 12 16 12 3 4 0 tórax pescoço cabeça abdómen tórax e cabeça e membros coração outras outras e região partes do partes do pélvica corpo corpo Localização anatómica das lesões Gráfico 50: Localização anatómica das lesões b.1) Localização Anatómica das Lesões versus Tipo de Instrumento Do estudo efectuado no qual se cruzou a informação relativa à localização anatómica das lesões com o tipo de instrumento utilizado (gráfico 51) concluiu-se que o tórax foi a região mais atingida quando se utilizaram armas brancas, a cabeça foi a região mais atingida quando se utilizaram armas de fogo e objectos contundentes, sendo o tórax a segunda região mais atingida quando foram utilizadas armas de fogo. 82 Resultados Localização Anatómica Lesões / Tipo Instrumento Localização 20 n= 132 anatómica das lesões tórax pescoço cabeça 15 abdómen tórax e outras partes do corpo cabeça e outras partes do corpo 10 membros e região pélvica 18 16 N.º de Casos 16 5 9 coração 15 8 5 8 7 5 2 3 3 1 0 arma branca 1 11 instrumento contundente arma de fogo vários intrumentos/armas Tipo de instrumento / arma Gráfico 51: Localização anatómica das lesões versus tipo de instrumento c) Lesões de Defesa Verificou-se que 78.9 % das vítimas não apresentavam lesões de defesa, quer activa quer passiva, 5.5 % apresentavam lesões de defesa passiva, 4.7 % de defesa activa e 10.9 % apresentavam lesões de defesa activa e passiva (gráfico 52). Não foram encontradas lesões de defesa nas vítimas dos homicídios praticados com arma de fogo, verificando-se a existência dessas lesões quando foram utilizadas armas brancas e objectos contundentes, tendo-se observado um número ligeiramente superior de lesões de defesa quando foram utilizadas armas brancas, o que se traduz numa maior proximidade entre a vítima e o autor. 83 Resultados Lesões de Defesa 120 n= 128 100 80 60 101 N.º de Casos 40 20 14 7 6 sim-passiva sim-activa 0 não activa e passiva Lesões de defesa Gráfico 52: Ocorrência de lesões de defesa na vítima d) Assistência Hospitalar Apenas 17.4 % das vítimas foram assistidas no hospital acabando por falecer. 84 Resultados 3.1.5. Estudo de Variáveis de Exames Complementares a) Exames Toxicológicos realizados no INML Verificou-se que 49.2 % das vítimas não apresentava álcool no sangue, 21.2 % apresentava uma taxa de alcoolémia superior a 1.5 g/l, 5.3 % apresentava uma taxa até 0.5 g/l, 2.3 % apresentava uma taxa entre 0.51 e 1.0 g/l e 3.0 % apresentava uma taxa de alcoolémia entre 1.1 e 1.5 g/l (gráfico 53). Não foram efectuados exames de alcoolémia em 18.9 % dos casos. Relativamente à pesquisa de drogas de abuso verificou-se que 68.9 % das vítimas não apresentava drogas de abuso no sangue, 4.5 % apresentava drogas de abuso e em 26.5 % dos casos não foram efectuados exames. No que concerne à pesquisa de substâncias medicamentosas verificou-se que 42.7 % das vítimas não apresentavam substâncias medicamentosas no sangue, 4.6 % apresentavam substâncias medicamentosas e em 52.7 % dos casos não foram efectuados exames. Taxa de alcoolémia no sangue da vítima (g/l) 70 n= 132 60 50 40 65 30 N.º de Casos 20 28 25 10 7 3 0 0 até 0,5 4 entre 0,51- entre 1,1-1,5 mais de 1,5 não 1,0 efectuado Taxa de alcoolémia no sangue da vítima Gráfico 53: Taxa de alcoolémia no sangue da vítima 85 Resultados b) Exames Realizados no Laboratório de Polícia Científica Os exames de biologia foram efectuados em 51.3 % dos casos, tendo sido obtidos resultados positivos em 39.7 % e resultados negativos nos restantes 11.6 %. Os exames de balística foram efectuados em 40 % dos casos, tendose obtido resultados positivos em 31.5 %. Os exames de balística foram solicitados, predominantemente, nos casos de homicídio com arma de fogo (54 casos) e dentro destes obtiveram-se 41 casos positivos. Os exames de lofoscopia foram efectuados em 32 % dos casos, tendo-se obtido 5.6 % de resultados positivos. Para além dos exames de balística, biologia e lofoscopia, foram também efectuados exames de física (realizados em 17 casos), exames de química, num caso, e exames de rastos de pegadas em três casos. 86 Resultados 3.1.6. Estudo de Variáveis de Decisões Judiciais a) Condenação À data da realização do presente trabalho, 60 % dos arguidos tinham sido julgados e condenados, 9.6 % dos arguidos foram considerados inocentes e 11.2 % aguardavam julgamento (gráfico 54). 5.6 % dos arguidos encontravam-se fugidos à justiça, 10.4 % faleceram e 3.2 % foram considerados inimputáveis e encontravam-se hospitalizados (gráfico 54). Condenação n= 132 sim não a aguardar julgamento fugiu não, faleceu inimputávelhospitalizado Missing 7 4 13 7 75 14 12 Gráfico 54: Condenação do autor 87 Resultados b) Tipo de Crime À data da recolha dos dados, 92 dos agressores tinham sido condenados ou indiciados pelos seguintes crimes (gráfico 55): Homicídio simples – 34,8 % Homicídio qualificado – 37,0 % Ofensa à integridade física grave/Homicídio na forma tentada – 6,5 % Homicídio privilegiado – 3,3 %; Homicídio por negligência – 3,3 % Não chegou a aplicar-se pena porque faleceu – 14,4 % Uso e porte de arma– 1,1 % Tipo de Crime n= 132 32 40 homicídio simples homicídio qualificado ofensas Integridade física graves / Homicidio na forma tentada homicídio privilegiado homicídio por negligência não se aplicafaleceu uso e porte de arma Missing 1 34 13 3 3 6 Gráfico 55: Tipo de crime a que o autor foi condenado ou indiciado 88 Resultados c) Pena À data da realização da recolha dos dados para este estudo eram conhecidas 74 penas (gráfico 56). As penas aplicadas, em meses, são exibidas no gráfico 65, tendo-se verificado que as penas variaram entre os 2 anos e 3 meses até aos 25 anos. As penas mais aplicadas situaram-se no intervalo entre os 10 e os 17 anos, sendo os 11 anos (132 meses) e os 13 anos (156 meses), as penas aplicadas com mais frequência. Foi aplicada a pena máxima (25 anos – 300 meses) em três dos casos. Pena 6 n= 74 5 4 3 6 6 N.º de Casos 2 4 3 1 4 3 2 2 1 1 4 3 1 1 1 1 1 1 3 3 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 27 42 50 60 84 114 126 136 145 150 162 171 180 192 216 234 252 264 270 300 Pena Gráfico 56: Pena aplicada 89