A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
SOFISTAS
Acreditavam num relativismo moral. O ceticismo dos
sofistas os levava a afirmar que, não existindo verdade
absoluta, não poderiam existir valores que fossem
validos universalmente. A moral variaria para cada povo,
cada indivíduo e cada circunstancia, tendo um caráter
relativo e subjetivo.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
SÓCRATES
O racionalismo ético, inaugurado por Sócrates
acreditava na possibilidade de construir uma moral
universal válida, baseada no conhecimento da essência
humana. Para Sócrates, essencial no ser humano é a sua
alma racional. Portanto, de acordo com a concepção
socrática, é na razão que devem fundamentar as normas e
os costumes morais. O homem que age conforme a razão
age de maneira moralmente correta. Aquele que age mal o
faz por ignorância.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
PLATÃO
As virtudes não podem ser ensinadas, pois já as
trazemos ao nascer. A principal virtude é a Ideia do Bem,
que só se pode alcançar por meio da razão. O corpo, que
pertence ao mundo material e imperfeito, desvia o
homem do caminho do Bem Supremo. A alma, que é
eterna, traz consigo o conhecimento das virtudes, que
precisam ser recordadas pelo intelecto.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
ARISTÓTELES
Ética mais realista, sem o dualismo corpo-alma platônico. A
finalidade do homem é a eudaimonia (felicidade). O bem-viver é
obtido pelo bem-agir. A virtude se aprende pelo hábito e é um
meio termo (justa medida) entre dois vícios: a falta e o excesso. A
razão nos mostra a essência da felicidade e permite realizá-la de
forma consciente. Agir corretamente significa praticar as
virtudes. Aristóteles entende que a ética é para o indivíduo o que
a política é para a sociedade.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
ESTOICISMO
O princípio ético dos estóicos é a apathéia; a atitude de
aceitação de tudo que acontece porque faz parte de um plano
superior guiado por uma razão universal. Prega o distanciamento
das questões públicas e políticas e a busca da paz interior e da
tranquilidade da alma. Estimula o conformismo, a resignação, a
moderação, a austeridade e indiferença frente à dor e ao
sofrimento. Liberdade é aceitar a ordem natural.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
EPICURISMO
Para os epicuristas, adeptos de uma teoria
materialista e hedonista a felicidade consiste na
satisfação dos prazeres físicos. Seu princípio ético é a
ataraxia, isso é a atitude de desvio da dor e procura do
prazer. O medo da morte é a principal fonte do
sofrimento. Busca da auto-suficiência e da tranquilidade
da alma através dos prazeres que são perenes.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
SANTO AGOTINHO
Adaptou o pensamento platônico ao cristianismo.
Abandonou o racionalismo ético e retomou a dicotomia
corpo-alma. Centrou a busca da perfeição moral no amor a
Deus. Afirma a necessidade da elevação ascética pra
compreender os desígnios de Deus. Para explicar a origem
do mal, já que Deus é bondade infinita, Agostinho introduz
a ideia de livre-arbítrio, noção de que cada indivíduo pode
escolher aproximar-se ou afasta-se de Deus.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
SÃO TOMÁS DE AQUINO
A ética cristã medieval foi marcada pela subjetividade, pois
tratava a moral como relação entre Deus e o indivíduo,
isolando-o de sua condição social. São Tomás recuperou a
concepção aristotélica da felicidade como finalidade última da
existência humana, sendo Deus a fonte de tal felicidade. A
ética cristã se caracteriza, em princípio, pela heteronomia.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
SPINOZA
Na Idade Moderna, o Renascimento e o Iluminismo
promoveram uma retomada do humanismo e do
racionalismo que caracterizaram a cultura clássica. No
terreno da ética isso deu origem a uma nova concepção
moral, baseada no principio da autonomia. Para Spinoza
Deus é imanente, isto é, não se distingue da natureza
(deísmo). A conduta ética exigiria um entendimento da
condição humana e a liberdade seria, então, a consciência da
necessidade.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
KANT
Abandona os valores religiosos e coloca, de novo, a
razão como único fundamento para a compreensão da
natureza humana e da moral. Para Kant a razão humana é
legisladora e, portanto, capaz de elaborar normas
universais (um imperativo categórico). Para ele as noções
de dever e liberdade se confundem; quando o individuo
obedece uma norma moral esta fazendo aquilo que o uso
livre da razão determinou. A ética kantiana, formalista,
desconsidera questões objetivas.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
HEGEL
As concepções éticas contemporâneas, como as
formuladas por Hegel, recusam qualquer
fundamentação transcendental, centrando nos
homens concretos a origem dos valores e das
normas morais. Hegel questionou o formalismo da
ética Kantiana e salientou os elementos históricosociais que determinam o conteúdo da moralidade
de cada época.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
MARX
Entendia a moral como um produto social cuja
finalidade é a regulação das relações sociais. A moral
seria, então, uma forma de consciência característica
de cada momento histórico da existência social. Para
Marx não existem, portanto, valores universais. Eles
teriam uma fundamentação ideológica, isto é, seriam
valores necessários à manutenção de uma
determinada ordem social.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
NIETZSCHE
Critica o racionalismo ético, afirmando que há um
elemento repressor nessa moral, que impede o pleno
desenvolvimento da liberdade e das potencialidades
humanas. Afirma que o cristianismo criou uma moral de
rebanho, que valoriza a fraqueza e o conformismo. Propõe
uma ética que valorize e estimule as forças vitais do homem.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
SARTRE
A liberdade é o fundamento do ser humano. O
homem é um ser inacabado, que está em permanente
construção. O ser humano é “condenado” a ser livre,
isto é, precisa fazer escolhas pelas quais se torna
responsável, mesmo que isso lhe seja um desafio
permanente. Em última instância, o homem sempre
teria escolha.
A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO
HABERMAS
Busca os fundamentos da ética no campo da analise da
linguagem. Segundo Habermas, em oposição à razão
instrumental iluminista, a razão comunicativa, que se
desenvolve no diálogo, deve contribuir para a construção de
uma ética discursiva, fundada no consenso. Essa razão
interpessoal e democrática deve embasar a ética e as
relações do homem em sociedade.
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