Condição corporal, presença de pescoço cristado e avaliação morfométrica de éguas Pantaneiras paridas e em regime de pasto nativo Deliene de Oliveira Moreira1; Léo Morbin L. de Barros.2; Ingrid R. Lima3; 4 4 Geraldo Eleno S. Alves ; Rafael R. Faleiros 1 Graduanda em Medicina Veterinária ([email protected]) 2 Med. Vet. 3 Med. Vet., Mestre e Doutorando em Ciência Animal. 4 Med. Vet., Mestre, Doutor. Escola de Veterinária da UFMG. Av Antonio Carlos, 6627. Belo Horizonte, MG. CEP 30123-970. INTRODUÇÃO No hemisfério norte, animais com alteração na deposição de gordura têm maior predisposição em desenvolver distúrbios metabólicos (obesidade, laminite, resistência a insulina, doenças ortopédicas). Pouco tem sido estudado sobre a adiposidade de raças nacionais, especialmente o cavalo Pantaneiro. RESULTADO E DISCUSSÃO O peso e altura do grupo foram respectivamente 366,7 ±58,5 kg e 140 ± 3 cm. Os animais apresentaram escore corporal médio de 6,6 ±1,26, sendo que 4 animais foram considerados próximos da normalidade (escore 5), 16 com condições normais (escores 6 e 7), três obesos (escore 8), um muito obeso (escore 9) e um magro (escore 3). Escores de pescoço OBJETIVO O objetivo desse trabalho foi determinar, a partir de avaliação visual e morfométrica, a condição corporal e a presença de pescoço cristado em um grupo de éguas da Raça Pantaneira, procurando verificar sinais de obesidade. 4 (indicativo de doença metabólica) foram encontrados entre animais com escores corporais 6 (1), 7 (3) e 8 (2), sendo que o animal com EC 9 apresentou EP 3. Houve correlação de baixa (0,45, P=0,03) entre EC e EP. As circunferências médias de pescoço em todos os animais foram 73,7 ±3,8 cm, 96,1 ±5,0 cm, 109,8 ±5,8 cm nos pontos 25%, 50% e 75% MATERIAL E MÉTODOS Utilizaram-se 25 éguas registradas, com idade entre 6 e 17 anos, todas com potro ao pé e criadas em pastagens nativas nessa ordem. Houve correlação significativa com EP apenas na medida de 25% (0,63 P= 0,0007). do pantanal mato-grossense (sub-região de Nhecolândia) e suplementadas apenas com sal mineral comercial para Os resultados indicam que as pastagens nativas conseguem eqüinos. A avaliação foi realizada no mês de Janeiro, sendo atender de forma equilibrada a demanda energética e protéica que as éguas trabalharam nos meses de janeiro, maio e dos novembro do ano anterior. As medidas avaliadas foram peso, suplementação, mesmo estando as éguas em uma fase da alta altura exigência nutricional (lactação). A oferta de nutrientes, e circunferência (tomada em três pontos) e comprimento do pescoço, como no esquema abaixo. animais Pantaneiros, sem a necessidade de associada ao metabolismo individual de alguns animais, foi muitas vezes suficiente para que as éguas acumulassem reservas (gordura corporal). A baixa correlação encontrada entre EP e EC difere daquela observada em outras raças nacionais. Esta particularidade do cavalo Pantaneiro provavelmente está relacionada à atividade física do grupo e à seleção imposta pela associação de criadores que penaliza animais, principalmente garanhões, com pescoço pesado (rodado). As correlações entre a avaliação morfométrica e a determinação de de visual para pescoço deste estudo também diferem dos escore corporal (EC, escala 1 a 9) e escore de acúmulo de achados em outras raças nacionais, nas quais o EP tem alta gordura na crista do pescoço (EP, escala 1 a 5), como no correlação com a medida de circunferência de pescoço, esquema abaixo. principalmente a do ponto 50%. Avaliação visual foi utilizada para CONCLUSÃO Conclui-se que éguas Pantaneiras demonstraram estar devidamente adaptadas ao seu sistema de criação no que tange à nutrição e que fatores peculiares de manejo, como tipo de criação e seleção de garanhões sem pescoço cristado, parecem exercer impacto positivo na raça, reduzindo uma possível associação entre esse tipo de pescoço (doença metabólica) e obesidade. Apoio: