Expansão livre de um gás ideal (processo não quase-estático, logo, irreversível) ● ● W=0 na expansão livre (Pe = 0) Paredes adiabáticas a separar o gás das vizinhanças → Q = 0 1ª Lei ∆Ugás = Q + W = 0 Uf = Ui Para um gás ideal, U =U(T) ( resultado que derivaremos mais adiante, a partir da eq. de estado do gás ideal e usando as relações de Maxwell) T i = Tf Não há variação da temperatura do gás ideal na expansão livre Expansão livre de um gás real (experiências de Gay-Lussac e de Joule no séc. XIX) ∆Ugás = Q + W = 0 Uf = Ui Mas ...todos os gases conhecidos arrefecem ligeiramente quando sofrem uma expansão livre, i. e., Tf < Ti (o afastamento intermolecular faz aumentar a energia potencial das ligações de van der Waals e diminuir a energia cinética das moléculas) ∂T η ≡ <0 ∂ V U coeficiente de Joule Embora nulo para um gás ideal, o coeficiente de Joule de um gás real não é zero Processo de estrangulamento ou expansão de Joule - Kelvin (utilizado na liquefacção de gases) processo A: • Pf ≠ Pi → processo não quase-estático, logo, irreversível • processo adiabático O sistema é uma certa massa de gás, fixa, a atravessar a parede porosa: processo B: • processo adiabático quase-estático auxiliar para estudar o processo A: mesmo estado inicial (Pi, Vi, Ti) e mesmo estado final (Pf, Vf, Tf) ∆U = Wadiab = W1 + W2 ; trabalho em 2 etapas 0 Vf U f − U i = − ∫ Pi dV − ∫ Pf dV = − Pf V f + Pi Vi Vi 0 ⇔ U f + Pf V f = U i + Pi Vi Hf curva de entalpia constante Hi Tmax no processo B, a entalpia manteve-se constante, mas no processo A tudo o que podemos dizer é que as entalpias inicial e final são iguais... h5 h4 h3 entalpia h3: h2 - entre estados a e b: T aumenta h1 - entre estados b e c: T diminui A expansão de Joule –Kelvin pode ser usada na liquefacção de gases: - T < Tmax para que possa haver diminuição da temp. no processo; - o valor óptimo de pressão inicial, Pi, é a de um ponto sobre a curva de inversão; - a curva de h const. tem de intersectar a curva de equilíbrio líquido-vapor. Processos de escoamento estacionário de um fluido (exs: turbina, tubeira) Escoamento estacionário: • o estado mecânico e termodinâmico do fluido pode variar de ponto para ponto, x2 mas é sempre o mesmo num dado ponto O sistema é uma certa massa m de fluido: x1 Parâmetros que caracterizam o escoamento (independentes do tempo): à entrada P1 v1 z1 vel1 u1 à saída P2 v2 z2 vel2 u2 Consideramos um processo quase-estático auxiliar para o qual os parâmetros do escoamento são os mesmos: • são inseridos êmbolos nas canalizações de entrada e de saída, os quais se movem ao longo das canalizações com as velocidades vel1 e vel2 ; • durante o ∆t de entrada e saída do sistema no dispositivo, os êmbolos movem-se de x1 e x2, respectivamente (área da secção recta dos êmbolos é A1 e A2 ). Trabalho dos êmbolos sobre o sistema: Trabalho fornecido pelo sistema: Variação da energia cinética do sistema: Variação da energia potencial do sistema: Calor que entra no sistema: Variação da energia interna do sistema: P1 A1 x1 − P2 A2 x2 = P1V1 − P2V2 W for ( 1 2 2 m vel2 − vel1 2 mg ( z 2 − z1 ) Q m(u 2 − u1 ) ) 1ª Lei ( ) 1 2 2 m vel2 − vel1 + mg ( z 2 − z1 ) + m(u 2 − u1 ) = P1V1 − P2V2 − W for + Q 2 w for ( ) 1 2 2 = h1 − h2 + vel1 − vel2 + g ( z1 − z 2 ) + q 2 ou ainda 1 1 2 2 h + vel + gz − h + vel + gz 2 2 2 1 1 1 = q − w for 2 2 Equação da energia para o escoamento estacionário Exemplos de escoamento estacionário Turbina (estações hidroeléctricas, turbinas de gás, …) Dispositivo utilizado en engenharia, em que um fluido atravessando a turbina produz trabalho sobre o exterior • escoamento rápido, de forma que q ≈ 0 (escoamento adiabático) ; • desprezáveis as diferenças de elevação dos níveis de admissão e descarga w for 1 1 2 2 = h1 + vel1 − h2 + vel2 2 2 Tubeira ou estreitamento (entrada do fluido na turbina, jactos, …) Dispositivo utilizado en engenharia para aumentar a velocidade de escoamento de um fluido • escoamento rápido, de forma que q ≈ 0 (escoamento adiabático) ; • desprezáveis as diferenças de elevação dos níveis de admissão e descarga; • não é fornecido trabalho às vizinhanças 2 2 vel2 = vel1 + 2(h1 − h2 ) Transferência de energia sob a forma de calor As diferentes formas de transferência de energia sob a forma de calor têm em comum ocorrerem sómente quando existe uma diferença de temperatura entre os sistemas envolvidos. Modos de transferência de energia calorífica Condução Convecção Radiação térmica Condução – transporte de energia entre elementos de massa contíguos, em virtude da diferença de temperatura existente entre eles, sem que haja deslocamento efectivo dos elementos de massa. Pode ocorrer em qualquer meio material (gases, líquidos ou sólidos) Experimentalmente, determina-se Q ∆T ∝A ∆x ∆t ∆x Se: - ∆x > 0 para a direita; então - ∆T < 0 para a direita (t designa tempo, nestas expressões) δQ dT & Qcond = = − KA Lei de Fourier da Condução de Calor dt dx K → condutividade térmica (depende do material) dT/dx → gradiente de temperatura Exemplos de valores de condutividade térmica Prata 428 W m-1 K-1 m-1 K-1 Alumínio 236 W Aço ~50 W m-1 K-1 Vidro ~1.0 W m-1 K-1 Madeira 0.15 W m-1 K-1 Ar 0.024 W m-1 K-1 Os metais são bons condutores, devido aos seus electrões livres. Os gases, bem como sólidos porosos ou misturados com gases, são maus condutores térmicos. Convecção – transporte de energia entre elementos de massa afastados, em virtude do deslocamento de elementos de massa a temperatura mais alta para regiões do sistema onde a temperatura é mais baixa. Pode ocorrer num meio material fluido (gases ou líquidos) Tipos de convecção: Forçada – movimento do fluido provocado por bombas ou ventoinhas (engenharia) Natural – movimento do fluido provocado por forças de impulsão devido a diferenças de densidade associadas às diferenças de temperatura (correntes atmosféricas, oceânicas, ...) Nota: Sempre que há convecção há também condução (o inverso já não se verifica ...) Consideremos um fluido em contacto com uma superfície (plana ou curva) de área A e a uma temperatura superior de ∆T. Energia é transferida sob a forma de calor da parede para o fluido δQ & = h A ∆T Qconv = dt Lei de Newton do Arrefecimento h → coeficiente de convecção h depende de: • forma e orientação da superfície; • densidade, viscosidade, capacidade térmica molar, condutividade térmica do fluido; • tipo de escoamento do fluido (laminar ou turbulento); • ...