12 | Setembro e Outubro de 2011 Mãos à Obra Mãos à Obra Veículo Oficial de Divulgação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa | Ano XIV | nº 78 | Setembro e Outubro de 2011 Duas das melhores rodovias da região sul são CCR. CCR RodoNorte. Uma das melhores concessionárias da região sul. Eleições CREA/CONFEA 2011 O CREA-PR e o CONFEA decidem seus novos presidentes no dia 08 de novembro. Também serão eleitos o Conselheiro Federal, na modalidade engenharia civil, e a composição da Mútua do Paraná, nos cargos de diretor geral, diretor financeiro e diretor administrativo. A AEAPG está apoiando o candidato engenheiro civil Gilberto Piva, número 20, como Ivo Mendes João Kovalecyn Gilberto Piva presidente do CREAPR e os engenheiros civis Ivo Mendes e João Kovalechyn, número 40, para o cargo de Conselheiro Federal como titular e suplente, respectivamente. Para presidente do CONFEA a AEAPG está indicando o nome do engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini. Com o intuito de auxiliar os profissionais a decidirem o seu voto, o Jornal Mãos à Obra traz o perfil desses profissionais e suas principais propostas de campanha. A votação acontece das 9h às 19h e todos os profissionais em situação regular com o CREA-PR podem participar. Haverá urnas na sede da AEAPG, no Associação dos Engenheiros Agrônomos dos Campos Gerais e no próprio CREA-PR. Páginas 3 e 4 6º EETCG atraiu mais de mil pessoas RoDoNoRte é CCR. é poR aqUi qUe a geNte Chega lá. No último ranking da revista quatro Rodas, das 5 melhores rodovias da região sul, duas são administradas pela CCR: Rodovia do Café (trecho ponta grossa – Curitiba) e a pR 151 (ponta grossa – piraí do Sul). isso prova o compromisso do grupo CCR em investir em infraestrutura e prestar sempre o melhor serviço ao usuário. Resultados como esse devem ser comemorados, pois é fruto do trabalho de toda a empresa. Mais que isso: confirmam que é por aqui que todo mundo chega lá com mais segurança e conforto. www.grupoccr.com.br/rodonorte - Disque SOS usuário: 0800 42 1500 - 24 horas Mais de mil pessoas circularam pela AEAPG e aproveitaram os cursos e palestras do 6° EETCG O 6º Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais (EETCG) contou com a participação de mais de mil pessoas. Em 2011, o tema escolhido foi ‘A Engenharia da Prevenção’ e despertou o interesse de estudantes, professores e profissionais. Realizado de 23 a 26 de agosto, o evento trouxe mini-cursos, palestras e apresentação de trabalhos acadêmicos. Os 12 melhores trabalhos apresentados no 6° EETCG foram publicados na Revista de Engenharia e Tecnologia (RET). Profissionais do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) compartilharam conhecimento e experiências através de suas palestras. A iniciativa é realizada pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage). Página 6 a 11 Mãos à Obra 2 | Setembro e Outubro de 2011 ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DE PONTA GROSSA DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Eng. Civil Roberto Pellissari Vice - Presidente Eng. Civil Osvaldo Thibes C. de Oliveira 1º Secretário Eng. Civil Anderson Francisco Sikorski 2º Secretário 1º Tesoureiro Eng. Civil Michel João Haddad Neto 2º Tesoureiro Eng. Civil Helmiro Roberto Bobeck Comissões Serviços Eng. Civil Elvys Neves Teleginski Cultural Eng. Civil Paulo Roberto Domingues Social Eng. Civil Osvaldo Thibes C. de Oliveira Obras Eng. Civil Celso Augusto Sant´anna Ética Eng. Civil João Kovalechyn Patrimônio Eng. Civil Sedinei Rodrigues Ferreira Esporte Eng. Civil Anderson Francisco Sikorski Meio Ambiente Eng. Civil Irajá Meira Barbosa Relações Públicas Eng. Eletricista João Luiz Kovaleski Relações Estudantis Eng. Civil Jairo Amado Amin Assessoria Jurídica Eng. Civil Michel João Haddad Neto Segurança do Trabalho Eng. Civil Sérgio Augusto Wosgrau Imprensa Eng. Civil Marco Aurélio Wilt Casa Fácil Eng. Civil João Kovalechyn Secretaria Executiva Solange Lima dos Santos Expediente O jornal “Mãos à Obra” é um veiculo de comunicação oficial de divulgação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa . www.aeapg.org.br Edição nº 78 –Setembro-Outubro/2011 Ano XIV Circulação dirigida Responsável: ABC Projetos Jornalista: Alessandra Bucholdz MTB 3581/14/10v Textos: Amanda Milléo Almeida e Michelle de Geus Fotos: Giovani Gouveia Tiragem: 5.000 exemplares Contato: (42) 3222-6652 e-mail: [email protected] Editorial N o dia 08 de novembro, engenheiros e arquitetos poderão eleger seus representantes no CONFEA e CREA-PR. Esse importante ato de democracia interfere diretamente no cotidiano de todos os profissionais. Por isso, é preciso analisar a fundo o perfil de cada candidato, conhecer a sua história e o que ele já fez por nós, engenheiros. Também é importante analisar as propostas de Mãos à Obra Eleições 2011 campanha e ver quais são as ideias mais adequadas. Julgamos importante escolher representantes da nossa região e que conhecem a fundo as demandas da nossa cidade. Por considerar os profissionais com as melhores propostas e com a maior capacidade de implementá-las, a AEAPG está apoiando a candidatura dos engenheiros civis Ivo Mendes e João Kovalechyn para Conselheiro Federal, como titular e suplente, respectivamente. Indicamos o nome do engenheiro civil Gilberto Piva para presidente do CREA-PR e do engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini para presidente do CONFEA. Você poderá conhecer a atuação de cada um desses profissionais e suas propostas de campanha. Esses candidatos foram escolhidos pela sua reconhecida capacidade e por possuírem ideias que vem ao encontro do que a AEAPG deseja para o futuro da nossa profissão. Não deixe de participar desse momento tão importante para a nossa classe. Pesquise, analise e deixe o seu voto nas urnas no dia 08 de novembro. Esse é o momento de fazermos nossas reivindicações serem ouvidas. Vamos juntos lutar pela valorização de engenheiros e arquitetos e pelo fortalecimento da nossa classe! Setembro e Outubro de 2011 | 11 Confraternização marca encerramento do 6º EETCG No dia 26 de agosto, o encerramento do 6° EETCG foi comemorado com um descontraído jantar. Depois de quatro dias de palestras, estudantes e profissionais aproveitaram a oportunidade para continuar a troca de experiências. O cardápio incluiu Pernil assado e diversos acompanhamentos. Aproximadamente 150 pessoas participaram do jantar. Confira as imagens. Celso Augusto Sant’Ana, Sérgio Augusto Wosgrau, Roberto Pellissari, Emanoel Gonçalves Penteado e João Luiz Kovaleski Humor Artigo > João Francisco Chaves - Engenheiro Civil Msc. Comemorar o que? Todos os anos, no mês de setembro, entre os dias 18 e 25, comemora-se a Semana Nacional do Trânsito. Todos os anos, os órgãos de trânsito encontram-se em longas e cansativas reuniões com o objetivo de criar estratégias para seguir as determinações do DENATRAN. Durante a semana em que transcorre o evento, são realizadas blitz educativas, campanhas na mídia e palestras nas escolas. Na abertura do evento, o discurso das autoridades é sempre o mesmo: Precisamos conscientizar os motoristas a respeitarem a sinalização, os limites de velocidade, diminuir os acidentes de trânsito e, consequentemente, reduzir o número de mortes no Brasil. Dizem os entendidos que são quase quarenta mil por ano o número de mortes nas ruas e rodovias brasileiras. Para quem gosta de fazer contas, seria o mesmo que, por dia, cair um avião e matar 100 passageiros. Mas o pior mesmo é que sabemos que essas mortes não refletem a realidade. Primeiro porque a maioria esmagadora dos órgãos de trânsito não possui em sua estrutura um departamento de estatística que acompanhe a vítima de um acidente por algum tempo para saber se ela faleceu, se permanece viva ou se ficou com alguma sequela. Nesse caso, a vítima que não entrou em óbito no local do acidente, não fará parte das estatísticas. Então concluímos que o numero é muito maior. Segundo cidades mais estruturadas nesse sentido, já se pode garantir que chega perto do dobro. O que fazer então? Multar é uma boa medida, afinal o brasileiro normalmente se comporta bem no trânsito quando sente o valor pesado das multas e perde pontos na sua CNH. Depois ele transfere os pontos para a coitada Estatísticas em diversas localidades demonstram que o consumo de álcool está presente em cerca de 75% dos choques fatais de carros contra obstáculos fixos da esposa. Quando não dá mais, faz o curso de reciclagem. Brasileiro ama carro. Esse amor faz com que ele se sinta poderoso atrás do volante e saia por ai em alta velocidade, estacionando em locais não permitidos, desrespeitando o seu semelhante e a si próprio. Um slogan bastante divulgado é: “No trânsito somos todos pedestres”. Sabiam que este foi o tema da Semana Nacional de Trânsito de 2005? Adiantou alguma coisa? Claro que não! Se todos nos comportássemos como pedestres, ninguém parava em cima das calçadas, ninguém furava sinal e todos respeitaríamos as faixas de travessias. A lei 11.705/2008 também conhecida como “Lei Seca” ainda esta vigorando. Estatísticas em diversas localidades demonstram que o consumo de álcool está presente em cerca de 75% dos choques fatais de carros contra obstáculos fixos, como postes, muros e etc.. Além de ser uma das principais causas de mortes no trânsito, a presença de álcool e de drogas também agrava consideravelmente os ferimentos nos acidentes não fatais, responsáveis por muitas sequelas permanentes. Esse ano o tema da semana foi: “Juntos Podemos Salvar Milhões de Vidas”. O tema é óbvio, mas bom. Mais uma vez vamos ser otimistas que surta algum efeito. Paralelamente à Semana Nacional do Trânsito, dia 22 de setembro foi celebrado o “Dia Mundial sem Carro”. A ação visou conscientizar os cidadãos para os possíveis prejuízos de uso excessivo de carros e motos em detrimento de meios que possam promover a sustentabilidade. Você deixou o seu carro em casa? Eu não. Inclusive teve um amigo meu que saiu de carro alegando que o trânsito estaria mais calmo. Será mesmo que tivemos alguma coisa para comemorar nesta Semana Nacional de Trânsito? Engenheiros, acadêmicos e professores aproveitaram a oportunidade para trocar experiências Daniele Moreno, Vander Della Coletta Moreno, Luca Moreno, Erus Moreno e Roberto Pellissari Sentados: João Francisco Carneiro Chaves, Nelsi Martins, Miriane Grubert, Marco Aurélio Wilt, Fábio Wilson Dias. Em pé: Celso Augusto Sant’Ana e Roberto Pellissari Aniversários SETEMBRO Maria Salete Marcon Gomes Vaz, Giovana Katie Wiecheteck, Marcos Rogério Szeliga, Marcelo de Julio Roberto Pellissari, Marcelo de Julio, Daniel Costa dos Santos e Margolaine Giachini 01.09 04.09 04.09 05.09 05.09 09.09 09.09 10.09 11.09 14.09 14.09 14.09 19.09 20.09 21.09 21.09 24.09 26.09 Osvaldo Thibes Chaves de Oliveira Luiz Eduardo Santos Striquer Rudy Artur Cury Larocca Ana Maria Cruz Furstenberger Rozenildo Cidade Matos Ana Cristina Havryluk de Paula Norton Luiz Kossatz João Alfredo Thomé Edley Schwarz Acylino Luiz Chemin Pedro Luiz Correia Neto Cesar Alberto Carneiro Soares Pedro Wosgrau Filho Paulo Jorge Kloth Elton Eleutério dos Santos Hudson da Cunha Zanoni Antonio Diojenes Michalouski Priscila Trevisan 27.09 Elton Cunha Dona 30.09 Christiano Ivanky Martins OUTUBRO 05.10 05.10 07.10 09.10 10.10 11.10 14.10 15.10 18.10 19.10 21.10 22.10 25.10 25.10 27.10 30.10 Luiz Paulo Rover Poliana Portela Paulo Henrique John Roque Francisco Ruzão Mário Livio Casela Vendrami Mitri Hiar Neto Marco Antonio Penteado de Almeida Giovana Katie Wiecheteck Ariomar de Araújo Mário Gregorczyk Ozires Alberti Cezar Magnus Busch Luiz Marcelo Fedeger Sandro José Bahls Humberto Kazuo Natume Walter Roberto Kloth Mãos à Obra 10 | Setembro e Outubro de 2011 Energia limpa não pode ser utopia A última palestra do 6° EETCG reforçou a necessidade de prevenir a poluição industrial e investir em sustentabilidade F echando o 6º EETCG, o professor Dr. Waldir Antonio Bizzo, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) abordou a ‘Prevenção da poluição no setor industrial’. Somente a partir de 1986, através do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), estipulou-se a necessidade de licenciamento ambiental nas obras. O órgão deve permitir e aprovar o desenvolvimento da obra levando em consideração a manutenção do equilíbrio ambiental. Em 1998, surge a Lei de Crimes Ambientais e, em 2010, a Política Ambiental de Resíduos Sólidos. “O engenheiro tem a obrigação de dar um destino correto aos seus resíduos, e é a sociedade que tem que cobrar dos governantes uma atitude ambientalmente correta”, diz. O professor trouxe o conceito ‘Triple Bottom Line’, de acordo com o qual a empresa, para ser sustentável, deve A rentabilidade através do uso de biomassa foi defendida pelo professor Dr. Waldir Bizzo ser lucrativa, manter a sustentabilidade ambiental e ter responsabilidade social. “São empresas que percebem que cuidar da natureza não significa necessariamente um custo adicional. É um dever evitar a poluição logo nos primeiros processos de produção”, salienta. Para Bizzo, o engenheiro deve imaginar que o resíduo é um recurso em potencial e pode se tornar lucrativo. Como exemplo, o professor apresenta uma cidade na Dinamarca que desde 1995 tem todas as suas empresas interligadas. Dessa forma, os resíduos de uma podem servir de energia para a outra, configurando, assim, a produção limpa. “Essa dinâmica pode ser trabalhosa e acarretar mudanças que as empresas não estão acostumadas, pois não é fácil mudar”, pondera. Porém, ele alega que a produção limpa não pode ser uma utopia. “Se não pensarmos nela, não chegaremos nem perto de alcançá-la”, frisa. Bizzo defende ainda que a prevenção é sempre o melhor caminho. Mãos à Obra Setembro e Outubro de 2011 | 3 Biomassa e energia Ivo Mendes e João Kovalechyn recebem apoio da AEAPG Os participantes do 6° EETCG acompanharam o mini-curso sobre ‘Uso da Biomassa para energia’ com o professor Dr. Caio Glauco Sanchez, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele mostrou como é possível gerar energia a partir de qualquer material, observando o poder calorífico e a granulometria. “Essas propriedades contribuem na hora do desenvolvimento do maquinário que permitirá a produção de energia a partir da biomassa”, comenta. A biomassa é a fonte de energia mais antiga e remonta a primeira experiência com fogo do ser humano. Segundo Sanchez, a primeira fogueira foi produzida, provavelmente, a partir da biomassa. O professor afirma que diversos resíduos da indústria agrária podem ser utilizados como biomassa para gerar energia, como a casca de pinus, a casca de arroz, a casca de coco, a casca da castanha de caju, o sabugo de milho, o bagaço de cana, que hoje já é bastante utilizado no Brasil, o eucalipto e, até mesmo, ramos de algodão. O professor afirma que di- Eles disputam o cargo de Conselheiro Federal do CONFEA na modalidade engenharia civil. O número da chapa é o 40 versos resíduos da indústria agrária podem ser utilizados como biomassa para gerar energia. “Afinal, combustível é toda substância que reage quimicamente com o desprendimento de calor”, define. Mais relacionado à indústria, os produtos plásticos também podem ser usados como geradores de energia, juntamente com a biomassa nos processos de pirólise, diminuindo os impactos ambientais. Sanchez explica que é importante utilizar produtos que não possam ser aproveitados como alimentos. Nos Estados Unidos, esta discussão se formou quando o milho usado para a formação de energia através da biomassa foi retirado da quantidade que era destinada ao consumo da população. Dessa forma, aumentou o preço dos corn flakes, base da alimentação matinal americana. “Aqui no Brasil, alguns produtores rurais decidiram abandonar suas plantações de trigo, arroz e produzir cana de açúcar”, conta. Ele relata que isso aconteceu quando o bagaço de cana foi utilizado para a geração de energia através da biomassa. A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) não poderia ficar indiferente às eleições que acontecem no dia 08 de novembro no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR). Por isso, a entidade optou por apoiar alguns nomes, como é o caso dos engenheiros civis Ivo Mendes e João Kovalechyn. Eles concorrem ao cargo de Conselheiro Federal do CONFEA, na modalidade engenharia civil, como titular e suplente, respectivamente. No dia 08 de novembro eles serão identificados pelo número 40. Para o presidente da AEAPG, engenheiro civil Roberto Pellissari, esses são os candidatos com as melhores propostas. “Elas vem ao encontro dos objetivos da própria Associação. As eleições são um momento importante onde podemos conquistar uma maior representatividade junto ao CREA-PR e CONFEA, buscando a valorização do profissional de todas as engenharias”, argumenta. “A representatividade do cargo se dá pelo fato de que a engenharia civil possui um papel fundamental no setor produtivo”, explica Ivo Mendes. Ele ressalta que a intenção é aproximar o CONFEA dos profissionais. “Hoje os engenheiros estão muito vulneráveis e onerados, nós queremos que eles possam produzir mais livremente”, afirma. Mendes se diz otimista e declara ter encontrado muita receptividade. “Os profissionais confiam na qualidade do nosso trabalho e na nossa capacidade de defesa dos seus interesses”, frisa. João Kovalechyn explica que o CONFEA possui 18 conselheiros para todos os estados e, por isso, existe um rodízio. “As modalidades também são alternadas. Há 20 anos que o Paraná não tinha a oportunidade de eleger um representante na modalidade de engenharia civil”, conta. Ele salienta ainda que a intenção é realizar um mandato compartilhado. Para mais informações acesse o site www.ivomendes.com.br e participe da elaboração do plano de trabalho. Eleições No dia 08 de novembro serão escolhidos os novos presidentes do CONFEA, do CREA-PR e Conselheiro Federal na modalidade engenharia civil. As eleições também deverão definir a Ivo Mendes Lima O engenheiro civil Ivo Mendes defende o conhecimento e comprometimento com o trabalho O cargo de suplente deverá ser ocupado pelo engenheiro civil João Kovalechyn Propostas 4 Propor resolução para a redução das ARTs, Taxas e Emolumentos, hoje os valores são fixados anualmente pelo CONFEA. A resolução proposta estabelece o limite máximo de aumento, os CREAs em audiências especificas, convocadas para essa finalidade, justificam a necessidade dos aumentos, dentro dos valores máximos estabelecidos pelo CONFEA. Assim, acabamos com o discurso que é o CONFEA que aumenta as Taxas e o eventual uso deste aumento como moeda de troca. 4 Propor resolução para desonerar o setor produtivo, proibindo os CREAs de múltiplas cobranças, sobre a mesma obra/serviço. 4 Propor resolução para a redução das despesas da Mutua que deverão ser limitadas em até 15% das contribuições anuais, a exemplo dos fundos de pensão das empresas estatais, que seguem resolução aprovada pelo Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC). O CGPC é um órgão tripartite (governo, administradores de fundos de pensão e participantes) responsável pela definição de regras para essas entidades fechadas de previdência. No caso da Mutua, este órgão é o CONFEA. Esta limitação de despesas é a única maneira de acabar com a farra na Mutua. 4 Propor resolução para um programa de composição da Mútua do Paraná, nos cargos de diretor geral, diretor financeiro e diretor administrativo. As eleições acontecem das 9h às 19h com urnas espalhadas em todo o Paraná. Em Ponta Grossa, haverá duas urnas no CREA-PR, uma na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa e outra na Associação dos Engenheiros Agrônomos dos Campos Gerais. Todos os profissionais em situação regular com o CREA-PR estão aptos a votar. engenharia pública, a exemplo do Casa Fácil do CREA/PR, onde as entidades comandam e gerenciam o programa de moradia popular, com o objetivo de ofertar às camadas menos favorecidas da população o acesso aos serviços dos profissionais vinculados ao Sistema CONFEA/CREAs; 4 Propor resolução para fortalecer as entidades de classe como organismos políticos de representação dos diversos segmentos profissionais, promover uma justa e adequada descentralização não apenas nos poderes, mas também nos recursos hoje concentrados no Sistema CONFEA/CREAs, com repasse para as entidades dos percentuais a que têm direito nas ARTs, por meio de uma resolução simples, clara e objetiva. 4 Revogar/Adequar, as Resoluções do CONFEA, que prejudicam os Profissionais, especialmente a Resolução nº 1010. 4 Imprimir ao Conselho Federal uma linha básica de ação, reorientando o Sistema para que se atenha às suas atividades-fim, que são a regulamentação e o aperfeiçoamento do exercício profissional; 4 Debater amplamente a questão da fragmentação das profissões, combatendo a proliferação de títulos e a criação “indiscriminada” de novos cursos. Ivo Mendes Lima é engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Paraná, na turma de 1974. Na vida profissional, exerceu atividades na construção civil e hoje atua como consultor de Planos Diretores, Planos de Habitação de Interesse Social e Planos de Regularização Fundiária Sustentável. Na vida pública, entre os cargos que ocupou, o de Secretário Nacional da Habitação e de diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ambos no ano de 1992, assessor e superintendente de planejamento da Diretoria de Coordenação da Itaipu Binacional (1985-1990), presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba – COHAB/ CT (1993-1997), presidente do Conselho de Administração do PARANACIDADE (1996-1998), consultor cadastrado no Ministério das Cidades para a Elaboração de Planos Diretores Municipais Participativos (desde 2005). Na área classista foi presidente do Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná – DAEP (1973-1974), presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Cascavel (1977-1978), presidente do CREA – PR, foi reeleito para um segundo mandato conquistado pelo voto direto, por proposta de sua autoria, antes da lei 8.195 (1985-1990), 2º vice-presidente da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (1992-1994), presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (1995-1996), 3ª vice-presidente da FEBRAE (20042006), e diretor alterno da União Panamericana de Associações de Engenheiros – UPADI (2004-2006). João Kovalechyn João Kovalechyn é engenheiro civil formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa em 1978. Licenciado em Matemática, pela UEPG em 1975. Na vida profissional, foi professor na UEPG e exerce atividades na construção civil. Na área classista ocupou diversos cargos na diretoria da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa, sendo, desde 2003 o responsável pelo projeto Casa Fácil. Membro do Comitê de Bacia do Rio Tibagi e da Agencia de Bacia do Rio Tibagi-Copati, representando a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa. Conselheiro do CREA/Pr nos mandatos 1995/1997, 1998/2000, 2004/2006 e 2007/2009 sendo coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil de 1997 a 2000. Durante este período, participou das comissões de Ética Profissional, Análise de Taxas, Orçamento e Compras, Tomada de Contas e Legislação Profissional. Foi Coordenador Nacional Adjunto da Coordenadoria Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Civil do CONFEA. Participou também do GT Ordem Econômica do Sistema, do CONFEA. Mãos à Obra 4 | Setembro e Outubro de 2011 Mãos à Obra AEAPG indica Gilberto Piva para presidente do CREA-PR P ara as eleições do Sistema CREA/ CONFEA no dia 08 de novembro, a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) está indicando o nome do engenheiro civil Gilberto Piva, candidato à presidente do CREA-PR. Nas urnas ele será identificado pelo nú- Gilberto Piva Gilberto Piva é técnico em edificações pela Escola Técnica Federal Do Paraná (1972), engenheiro civil pela Universidade Federal do Paraná (1977) e especialista em consultoria empresarial pelo IEA(2005). Atuou como engenheiro e professor e, desde 2005, é diretor da Construtora RPJ Ltda. Na atuação classista foi diretor do Diretório Acadêmico do Setor de Tecnologia da UFPR (1975 a 1976), da Federação Paranaense de Desportos Universitários (1976) e da ABENC (1986 a 1990). Foi presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (2001 a 2005), da Associação de Empresários de Obras Públicas (1999 a 2003), do CREA-PR (1990 e 2008) e conselheiro do CREAPR (1987 a 1990 e 2005 a 2010). Gilberto Piva também foi diretor da SINDUSCON-PR (1993 a 1998), da Câmara Brasileira da Construção (1995 a 1998). Além disso, atuou como conselheiro mero 20. E também o nome do engenheiro agrônomo Àlvaro Cabrini Jr, número 15, que concorre à presidente do CONFEA . “A AEAPG é uma das en- tidades de classe mais tradicionais do Paraná e isso se deve à sua grande atuação na comunidade. A nossa campanha fica muito fortalecida com esse apoio”, garante Gilberto Piva. Ele salienta que as eleições são a oportunidade dos profissionais elegerem representes comprometidos com as suas necessidades. Álvaro Cabrini Gilberto Piva é candidato à presidente do CREA-PR da FIEP (2003 a 2007) e vicepresidente da Câmara Paranaense da Construção (2002). Suas últimas atribuições são como conselheiro do LACTEC, da URBS e da Cidade Industrial de Curitiba, todos no período de 2001 a 2003. Para presidente do CONFEA, a AEAPG está apoiando a candidatura do engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr, identificado pelo número 15. No CREA-PR ele já atuou como presidente (2006 a 2011), diretor (2001/2004), conselheiro (1991/1993, 1999/2001 e 2002/2004), presidente da Comissão de Tomada de Contas (1992 e 1999) e inspetor (1988/1989). Cabrini também possui experiência como coordenador da Câmara Especializada de Agronomia (1993 e 2000), diretor da Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil (1990/1994) e presidente da Associação Maringaense de Engenheiros Agrônomos (1988/1990). Entre as suas principais propostas de campanha estão: • • • • Álvaro Cabrini pretente modernizar o CONFEA • Modernização dos processos administrativos do CONFEA, alcançando o rito administra- • tivo e processual da área deliberativa, assegurando-lhe legalidade, eficácia e agilidade; Realinhamento do planejamento estratégico do CONFEA/CREA/MÚTUA e ENTIDADES; Fortalecimento da qualificação e da meritocracia na gestão do corpo funcional do CONFEA; Modernizar o marco da representação federativa no Plenário do CONFEA; Respeito aos princípios norteadores da administração pública, notadamente a probidade, legalidade e transparência no uso e aplicação dos recursos do CONFEA e na sua administração geral; Melhoria na gestão de T.I. do CONFEA integrando a mesma aos CREAs Propostas 4 Para que o CREA-PR exerça uma efetiva fiscalização do exercício profissional, assegurando o cumprimento de sua missão fundamental de garantir a preservação da incolumidade pública, propomos: 4 O CREA ESCLARECEDOR Promover campanhas de esclarecimento e divulgação para informar a comunidade da importância da participação dos profissionais, como garantia de serviços com qualidade e segurança. 4 O CREA ÁGIL Revisar e aprimorar procedimentos burocráticos objetivando a redução de prazos e simplificação de requisitos documentais. 4 O CREA JUSTO Contemplar o interesse de todas as modalidades agregadas ao Sistema, demonstrando aos profissionais que os debates corporativistas nada contribuem para o nosso desenvolvimento, beneficiando somente os leigos, que praticam uma concorrência ilegal e injusta. 4 O CREA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL Construir a Agenda 21 da Engenharia, da Agronomia e das Geociências, contribuindo para a preservação do planeta com utilização racional dos recursos naturais. 4 O CREA E O ENSINO Identificando os serviços e o mercado oferece e espera, de forma a fornecer subsídios às instituições de ensino para a elaboração das ementas curriculares. Fiscalizando as escolas no registro de seus cursos e na atuação do seu corpo docente para resolvermos as questões de atribuições profissionais. 4 O CREA E AS ENTIDADES DE CLASSE Motivar as entidades de classe a assumirem a defesa e a integração comunitária do profissional. Constituição do Colégio de Entidades, assim seus associados serão fortalecidos e ganharão representatividade. 4 O CREA E A ÉTICA Ressaltando que só com elevados princípios éticos e morais, podemos atingir os objetivos de profissões caracterizadas como de realizações de interesse social e humano. 4 O CREA E A VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL Voltando as ações no sentido do efetivo exercício da autoridade profissional, colocando a fiscalização rumo à justa remuneração e ocupação das funções e cargos, mobilizando a classe para o exercício pleno da cidadania. 4 O CREA E SEUS COLABORADORES Aprimorar o Programa de Qualificação dos colaboradores, mantendo a capacitação e reafirmando a meritocracia como forma de reconhecimento. 4 O CREA E O CONSELHO FEDERAL Compromisso de interagir com o CONFEA, discutir as resoluções, defender valores adequados para as taxas de serviços e contribuir para a reorganização do CONFEA. 4 O CREA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS Fomentar as entidades de classe a promover a discussão das políticas públicas, com a confirmação de nossa participação nos Programas de Acessibilidade e Engenharia e Agronomia Públicas. 4 O CREA E A ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL Valorizar os programas de Educação continuada, buscando o aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos científicos 4 O CREA E AS EMPRESAS Ampliar o Fórum das Relações Institucionais, desenvolvendo programas que incluam as pessoas jurídicas através de suas entidades representativas. 4 O CREA INTEGRADOR Manter estreita e respeitosa atitude com os Conselhos Profissionais, interagindo com sinergia, mas defendendo os direitos adquiridos pelos nossos colegas. 4 O CREA E SUA GESTÃO Compartilhar a gestão com toda a Diretoria, de forma cooperativa, reafirmando as linhas de ações exitosas, com transparência e responsabilidade, ouvindo e incentivando a participação dos profissionais. Setembro e Outubro de 2011 | 9 Mudanças climáticas afetam engenharia Obras de engenharia precisam levar em consideração intempéries e catástrofes naturais para prevenirem desastres A s discussões do 6º Encontro de Engenheiros e Arquitetos dos Campos Gerais também mostraram como as mudanças globais afetam o trabalho dos engenheiros e tornam imprescindível pensar na prevenção a cada etapa das futuras construções. A palestra intitulada ‘Mudanças climáticas globais e impactos na zona costeira: modelos, indicadores, obras civis e fatores de mitigação/adaptação’, foi apresentada pelo professor Dr. Wilson Cabral de Souza Junior, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Em sua fala, o professor questionou se a nossa região está preparada para atender casos de impactos advindo das mudanças globais. A resposta fica clara ao lembrar o caso ocorrido, em março deste ano, no Paraná. Chuvas constantes provocaram o deslizamento das encos- O professor Dr. Wilson Souza Junior falou sobre o impacto das mudanças climáticas nos projetos Prevenção é obrigação do engenheiro O palestrante, professor Dr. Paulo Ivo Braga de Queiroz, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), alerta que “a prevenção é a primeira obrigação de todo engenheiro e ela deve estar presente desde a fase de desenvolvimento dos projetos”. Queiroz então lembra que é fácil falar que a situação foi previsível e poderia ter sido evitada após o acidente. “Perceber antes nem sempre é tão fácil assim e, portanto, a prevenção em cada etapa do processo de desenvolvimento da obra é tão importante”. Ele salienta que é um mecanismo de manter o nível de segurança da obra elevado e reforça a necessidade do engenheiro ter essa percepção de risco. “Nós temos tecnologias para evitar acidentes, mas eles vão continuar acontecendo. Por quê? E o que podemos fazer sobre isso?”, questiona. Queiroz afirma que em todo e qualquer acidente, há sinais que indicam o que virá a seguir. Quando a estação Pinheiros do metrô de São Paulo caiu, em 2007, a estrutura deu sinais 15 minutos antes que ia rachar. Quinze minutos é um tempo curto para salvar vidas, no entanto, dos sete mortos, apenas um era operário. Os demais trabalhadores haviam saído da obra nos primeiros indícios de acidente. Os outros seis mortos eram transeuntes. Sustentabilidade “A eficiência deveria ser o estandarte da Engenharia. Discutir se as mudanças foram ocasionadas pelo homem ou pela própria na- Estruturas de concreto O engenheiro civil Jozenias Firmino do Vale ministrou um mini-curso sobre ‘Recuperação e proteção de estruturas de concreto’. Ele defende que é preciso dedicar mais tempo ao planejamento de projetos. “Para recuperar falhas, o custo é cinco vezes maior se a obra não estivesse com erros. Se o problema só for identificado na manutenção, o gasto é 25 vezes maior. Quando o erro só é encontrado na manutenção corretiva o custo sobe para 125 vezes a mais”, relata. Essa é a chamada de Lei de Sitter. Segundo Vale, ela influencia não apenas no ganho, mas na própria imagem da empresa ou indústria, pois, em muitos casos, surge a necessidade de fechar a estrutura. “Isso reforça que a gente tem que perder mais tempo no planejamento do que na execução para evitar problemas futuros”, afirma. tureza não é mais o ponto principal. Agora o que importa é que as mudanças estão acontecendo e que os futuros engenheiros deveriam dar mais atenção à área ambiental”. De acordo com Queiroz, a preocupação com a sustentabilidade está sendo discutida na engenharia. Ele chama a atenção para o fato de que, cada vez mais, os produtos têm sido desenvolvidos à base de água ao invés de solventes, para diminuir o impacto ambiental. tas, isolando cidades inteiras no litoral paranaense e a ajuda demorou a chegar, debilitando o auxílio. No início de agosto, a cidade da região metropolitana da capital, Dr. Ulysses, também estava isolada devido à queda de uma ponte por conta das fortes chuvas. Somente no dia 23 de agosto, o governador em exercício, Flávio Arns, autorizou a contratação de balsas para fazer a travessia do Rio Ribeira, enquanto a ponte não era reconstruída. De acordo com o palestrante, se os engenheiros atuais não levarem estas mudanças climáticas globais em consideração na hora de desenvolver os projetos, eles não estarão se preparando de forma a prevenir. “Sempre, prevenir é mais eficiente do que remediar. Isto resume a importância da Engenharia da Prevenção, ou ainda, Engenharia Eficiente. Quando você trabalha eficiência da engenharia você está prevenindo situações de risco, está prevenindo uma série de problemas que poderia ter”, complementa. Exemplos Nas últimas semanas de agosto, o furacão Irene destruiu vidas no Caribe e atingiu a costa leste dos Estados Unidos, onde algumas regiões tiveram de ser evacuadas. Em maio, um terremoto alcançou o norte e nordeste do Japão e pôs em risco milhares de vidas com a paralisação do sistema de refrigeração dos reatores nucleares da usina de Fukushima. O calor do verão de 2011, no hemisfério norte, contribuiu com a morte de diversas pessoas e influenciou diretamente o degelo sazonal do Ártico. Essas notícias já são corriqueiras e cada vez mais fazem parte das preocupações dos engenheiros. 8 | Setembro e Outubro de 2011 Mãos à Obra Mãos à Obra Saneamento diminui gastos com saúde De acordo com o professor Dr. Marcelo de Julio, a cada R$ 1 gasto em saneamento, economiza-se R$ 7 em saúde O 6º EETCG se concentrou nas áreas ambientais, especialmente na questão do saneamento. A palestra do professor Dr. Marcelo de Julio, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), abordou o “Saneamento e saúde pública: prevenir x remediar”. Ele trouxe dados curiosos que chamaram a atenção de todo o público. No Brasil, 33 municípios não possuem rede de distribuição de água, isso significa que 12 milhões de residências não possuem acesso à água potável. Além disso, 2,5 mil municípios brasileiros não possuem rede de coleta de esgoto instalada, ou seja, 18% da população está exposta a doenças. Numa época em que se discute a preservação dos recursos naturais não-renováveis, a média de perda de água no Brasil é de 39%. “Em comparação com o Japão, que tem em média perda de água de 5%, o nosso país está muito longe do desejável”, avalia. Outra informação importante, segundo o professor, poderia chamar a atenção de políticos e governanças é que a cada R$ 1 gasto em saneamento, economiza-se R$ 7 em saúde. “O saneamento tem, portanto, um caráter preventivo no sentido de que objetiva proporcionar ao homem um ambiente que lhe garanta as condições adequadas para a promoção de sua saúde”, sublinha. Para de Julio, no Brasil, a gente não trabalha com prevenção, mas com remediação e isso se estende à manutenção. “Existe a manutenção preventiva e a corretiva. A preventiva é a que deveria ser feita, mas isso não é a cultura brasileira”, lamenta. Marcelo de Julio considera errado trabalhar apenas corrigindo os erros sem considerar a necessidade de evitar os riscos antes que as falhas ocorram. “Nós sempre trabalhamos apagando incêndios, o que é uma visão errada. É uma cultura que precisa ser mudada, por isso é válido discutir a prevenção, especialmente com os futuros engenheiros”, afirma. O professor Dr. Marcelo de Julio se concentrou na dicotomia prevenir x remediar e defendeu a necessidade de prevenção Engenharia social Outra questão muito debatida foi o lado humanístico do próprio engenheiro. O palestrante professor Dr. Marcelo de Julio ressaltou a importância da ética e do ensino social dos estudantes de engenharia para que possam diferenciar o lado social do econômico. “Precisamos evoluir e dar resultado, respostas à sociedade e não ao capital”, defende. Para a estudante de Engenharia Civil da UEPG, Talita Campiteli, a temática do Encontro tem uma grande importância, porque une diversos aspectos, inclusive o social. “A gente percebe que as palestras e o EETCG em si não são apenas para divulgar trabalhos acadêmicos, mas é um evento que dará retorno imediato à sociedade através da conscientização dos futuros engenheiros”, diz. Aterros sanitários precisam de prevenção A palestra do professor Dr. Paulo Scarano Hemsi, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), trouxe como título ‘Prevenção no projeto de aterro de resíduos’. Por diversas vezes ele lembrou a importância de prevenir os riscos. “Eles são produtos da probabilidade de ocorrência de algo não desejável com a consequência de algo não desejável”, define. “Na engenharia, os riscos são muito grandes. Temos que trabalhar para que a falha, caso ocorra, seja a menor possível”, explica. Como exemplo de falha em aterros de resíduos, o professor cita o caso do Aterro de Bandung, na Indonésia, onde ocorreu uma ruptura que culminou com a liberação de 2,7 milhões de m² de resíduos matando 147 pessoas. Como exemplo de engenharia social, o palestrante cita aterros sanitários que foram fechados e transformados em parques urbanos ou campos de futebol. É o caso do aterro Sapopemba em São Paulo (SP) que, após a desativação em 1986, serviu de espaço para a comunidade do entorno. Atualmente, o espaço possui uma pista de cooper, algumas quadras de futebol, equipamentos de ginástica e caminhos feitos pelos moradores, além de guaritas e lagoas, que antes eram utilizadas para a captação de chorume. Patologias em construções O mini-curso sobre ‘Aspectos relevantes sobre patologias nas obras civis’ também fez parte da programação do 6° EETCG. O professor Ms. Luis César Siqueira de Luca, do Instituto Idd, explicou que cada obra dá dicas e pede por socorro quando a estrutura está com problemas e que cabe ao engenheiro detectar essas dicas. Para ilustrar, de Luca trouxe diversas imagens de prédios com problemas que vieram a cair, entre eles o conhecido Pallace II no Rio de Janeiro (RJ) e o Atlântico, em Guaratuba (PR), além de outros ao redor do mundo. Em todos os exemplos, os edifícios davam sinais de patologias que não foram verificadas a tempo. “O recado de uma estrutura vem através de uma fissura”, orienta. A frase foi retirada do texto ‘O Grito da Estrutura’, do geólogo Carlos Campos, apresentado pelo palestrante. O professor reforçou a importância da segurança em todas as etapas do processo de construção civil, dado que as consequências da engenharia se refletem diretamente na sociedade. “Engenharia não é uma ciência exata. Não há nada determinístico. A probabilidade de uma estrutura vir à ruína é tão menor quanto maior for a segurança destinada àquela obra. Mas, em contrapartida, mais cara ficará a própria estrutura”, salienta. Setembro e Outubro de 2011 | 5 Mãos à Obra 6 | Setembro e Outubro de 2011 6º EETCG mobiliza para a prevenção Evento reuniu mais de mil pessoas, entre estudantes e profissionais, em quatro dias de atividades na sede da AEAPG A o longo dos quatro dias, mais de mil pessoas passaram pelo 6º Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais (EETCG). O evento aconteceu de 23 a 26 de agosto e reuniu estudantes, professores, profissionais e visitantes para discutir a ‘A Engenharia da Prevenção’. A temática atual e relevante para o cenário profissional perpassou por diversos aspectos, como a segurança das construções, principais patologias nas obras, saneamento básico, influência da engenharia na melhoria da qualidade de vida, reaproveitamento de resíduos, uso da biomassa como fonte de energia e a relação entre engenharia e meio ambiente. Em comparação com os anos anteriores, Solange dos Santos, da comissão organizadora, afirma que 2011 superou as expectativas. “O retorno foi muito bom, o pessoal gostou bastante do evento e compareceu em todas as atividades do período da tarde e da noite”, enfatiza. O engenheiro civil, Vander Della Coletta Moreno, gerente da sucursal de Ponta Grossa do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR), parabeniza o evento. Moreno ressaltou a preocupação do CREA-PR em enxergar junto às entidades os problemas que a falta de prevenção tem ocasionado na sociedade, como a queda de brinquedos em parques de diversão, queda de estruturas por falta de manutenção, entre outros. “O EETCG é um mecanismo de valorização profissional. O conhecimento, as transformações acontecem de forma muito rápida, então é preciso estar sempre atualizado. É também uma forma dos acadêmicos discutirem temas que nem sempre são abordados em sala de aula com profissionais que possuem conhecimentos específicos”, salienta a engenheira civil, Margolaine Giacchini, da comissão coordenadora. O 6° EETCG aconteceu de 23 a 26 de agosto e contou com a participação de estudantes, professores e profissionais Parcerias O 6° EETCG foi organizado pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG). O evento contou com a parceria da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage). Prevenção O presidente da AEAPG, engenheiro civil Roberto Pellissari, destaca que as palestras e mini-cursos, trazendo professores e profissionais de Institutos de pesquisa avançada, contribuem para agregar conhecimento. Ele comenta que o tema não poderia ser mais atual: ‘A Engenharia da Prevenção’. Para a estudante de Engenharia Civil da UEPG, Ana Carolina Remus, o evento acertou na escolha temática. “É a questão mais importante da engenharia: segurança”, enfatiza. Já para Luiz Henrique Wagner, também estudante de Engenharia Civil da mesma instituição, o EETCG trouxe assuntos que geraram entusiasmo entre os alunos e que se diferenciam das matérias de sala de aula. A estudante de Engenharia Civil da UEPG, Fernanda Henneberg, afirma que é necessário despertar nos futuros engenheiros a consciência ambiental. “Nos últimos anos a gente percebeu que os professores têm tratado mais da prevenção e dos cuidados com a natureza. O tema precisa ser discutido, pois algumas aulas acabam focadas apenas nos processos e projetos”, relata. “A engenharia tende a modificar o meio ambiente, o que pode ser perigoso. Segurança e prevenção sempre estão ligadas, por isso é importante trabalhar pensando em como diminuir os riscos”, explica Marcos Vinicius Carneiro, estudante do primeiro ano de Engenharia Civil do Cescage. Acadêmicos apresentam trabalhos Um dos pontos fortes do EETCG é a apresentação de trabalhos acadêmicos. O objetivo é dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas e aproximá-las do cotidiano dos profissionais. Durante quatro dias foram apresentados cerca de 40 artigos. A iniciativa animou André Luiz Mezzadri, aluno da UTFPR, a participar mostrando suas pesquisas. “Eventos como este possibilitam que o aluno desenvolva sua capacidade de oratória. Além disso, para apresentar o trabalho é necessário estudar sobre o tema. A elaboração dos artigos exige dedicação e o aluno também ganha conhecimento pelas palestras e mini- -cursos”, lembra. De acordo com o professor Dr. Caio Sanchez, o EETCG coloca os alunos em contato com os profissionais. “Temos aqui trabalhos acadêmicos sendo apresentados, algumas palestras da indústria e isso permite um ganho dos dois lados”, avalia. Para Sanchez, a academia fica conhecendo os problemas e soluções que a indústria está aplicando e consegue visibilidade para suas pesquisas. Por sua vez, a indústria tem a oportunidade de comentar os seus problemas com o pessoal da academia que pode, inclusive, já ter uma solução pronta. Revista RET De forma a estimular a participação dos alunos, os melhores trabalhos apresentados no EETCG foram publicados na Revista de Engenharia e Tecnologia. De acordo com a coordenadora da revista, Maria Salete Gomes Vaz, foram recebidos e apresentados cerca de 40 trabalhos acadêmicos. Destes, os 12 melhores foram selecionados para o terceiro volume, nº2. A nova edição foi lançada durante o evento e já está disponível no site www.revistaret.com.br. Maria Salete explica que a revista foi criada em dezembro de 2009, contendo dez trabalhos. Com periodicidade quadrimestral, no ano se- guinte, foram lançadas edições em abril, agosto e dezembro. Esse ano, o desejo era publicar os melhores trabalhos do 6º EETCG na revista, portanto, adiou-se a publicação para final de agosto. “O evento é uma forma de divulgarmos a revista e esperamos que mais instituições de ensino do país, mesmo institutos de pesquisas, submetam seus trabalhos daqui para frente”, assinala. A coordenadora afirma que a publicação dos melhores trabalhos continuará no evento do próximo ano, mas que a temática ainda não foi decidida. Para a viabilização do projeto, a AEAPG conta com o apoio da UEPG, da UTFPR e diversas instituições de ensino superior brasileiras. Setembro e Outubro de 2011 | 7 Paraná Competitivo atrai engenheiros O 6° EETCG trouxe palestra do secretário Ricardo Barros sobre o programa estadual que visa gerar investimentos O 6º EETCG teve início no dia 23 de agosto com a participação de 200 pessoas. Estudantes e profissionais estiveram presentes para ouvir a palestra do Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, engenheiro civil Ricardo Barros. Em sua fala, o Secretário explicou os principais objetivos do governo com o programa Paraná Competitivo de forma a estimular os futuros engenheiros para o mercado de trabalho. O Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros apresentou o Programa Paraná Competitivo A iniciativa visa tornar o Paraná mais atrativo para novas empresas e, consequentemente, para os investidores. “Quanto mais investimentos, maior o crescimento do Estado e também maior o número de empregos gerados”, lembra. Além disso, Barros salientou o aquecimento atual do mercado e a importância da formação de engenheiros qualificados. “Sou do tempo que a gente se formava uma vez na vida. Vocês são de uma geração que vão se formar diversas vezes, porque seus cursos podem não existir mais no mercado e outras demandas surgirão”, analisa. Para ele, esta necessidade de adaptação é o grande desafio. O Secretário também ressaltou a importância do EETCG para a valorização do profissional através do desenvolvimento e trocas de conhecimento. “Eventos como este abrem os horizontes para os futuros profissionais”, explica. Paraná Competitivo Em menos de seis meses de criação, o programa Paraná Competitivo atraiu investimentos de R$ 1,3 bilhão ao Estado. A iniciativa foi lançada pelo governador Beto Richa, em fevereiro de 2011, ao assinar dois decretos que alteram a política fiscal paranaenses. O objetivo é atrair investimentos apoiar empresas locais que queiram expandir suas atividades. A medida torna mais flexível a negociação com os investidores, já que os casos são analisados levando em consideração as necessidades dos empresários e os interesses do Estado. O Paraná Competitivo modernizou a política de incentivos fiscais do Paraná. A principal ação é o parcelamento do ICMS incremental que varia entre 10% a 90 %. O prazo de dilação do ICMS foi modificado e pode variar de dois a oito anos, com até oito anos para recolhimento. Outra novidade é o diferimento do pagamento do ICMS da energia elétrica e do gás natural. Programa O lançamento da nova política fiscal é a primeira etapa do programa Paraná Competitivo e se enquadra na linha de ação denominada ‘Fomento, Incentivos e Crédito’. As outras três etapas são: ‘Qualificação e Capacitação da Mão de Obra’; ‘Infraestrutura e Internacionalização’, ‘Atração de Investimentos’ e ‘Comércio Exterior’. Além das secretarias de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul e da Fazenda, também participam da elaboração do Paraná Competitivo as secretarias de Assuntos Estratégicos, Planejamento, Meio Ambiente, Trabalho e Emprego, Infraestrutura e Logística, a Agência de Fomento, BRDE, Copel, Compagás, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Lactec, Ipardes. A formatação fiscal contou ainda com sugestões do setor produtivo e dos municípios. Acidentes acontecem dentro dos aeroportos A primeira noite do EETCG também abordou ‘O Impacto das não conformidades construtivas na segurança operacional de aeroportos’. A palestra foi ministrada pelo professor Dr. Anderson Ribeiro Correia, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ele destacou a relevância do engenheiro civil no futuro aeronáutico do país, pois, de acordo com dados apresentados, 80% dos acidentes ocorrem dentro do aeroporto (início e fim da pista). “Com o advento da Copa do Mundo e das Olim- Deslizamentos de encostas Ainda no dia 23 de agosto, o 6° EETCG promoveu um mini-curso sobre Deslizamentos de Encostas. O professor Dr. Fábio Teodoro de Souza, da Pontifica Universidade Católica (PUC), explicou como é possível desenvolver modelos de previsão de catástrofes naturais a partir de técnicas de mineração de dados. Seus estudos foram baseados nas encostas do Rio de Janeiro, no caso de deslizamentos provocados pela chuva, e em cidades da China para abalos sísmicos, podendo ser adaptadas para qualquer espaço. píadas no Brasil, tratar da segurança de aeroportos é tão importante quanto a construção dos mesmos”, salienta. Com relação à reforma do aeroporto em Ponta Grossa, o professor afirmou que cidades menores já possuem terminais e que é preciso força de vontade para que o município tenha um também. ”Ponta Grossa tem tudo para ter um aeroporto tanto de carga quanto de pessoas. A cidade tem uma população expressiva, tem universidade, tem indústria. Não dá mais para trazer indústria sem aeroporto”, argumenta. Ele reforça que o Paraná precisa fazer um estudo e adequar seus aeroportos. “O encontro incentiva os estudantes, que ficam mais motivados e se interessam pela engenharia. Com relação ao tema, tudo que envolve segurança na estrutura está sendo bem abordado aqui. O engenheiro tem que estar preocupado em fazer a construção, mas em dar segurança também”, explica o prof. Correia.