UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” AVALIAÇÃO DA DISPOSIÇÃO DE DEJETOS DA SUÍNOCULTURA EM UMA PROPRIEDADE EM DOIS VIZINHOS - PR HENRIQUE ALVES RODRIGUES JUNIOR Foz do Iguaçu - PR 2010 i HENRIQUE ALVES RODRIGUES JUNIOR AVALIAÇÃO DA DISPOSIÇÃO DE DEJETOS DA SUÍNOCULTURA EM UMA PROPRIEDADE EM DOIS VIZINHOS - PR Trabalho Final de Graduação apresentado a banca examinadora da faculdade Dinâmica de Cataratas - UDC - com requisito parcial para obtenção de grau de Engenheiro Ambiental. Profª. Orientadora: Ms. Ângela Prestes Marcondes. Foz do Iguaçu - PR 2010 ii TERMO DE APROVAÇÃO UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS AVALIAÇÃO DA DISPOSIÇÃO DE DEJETOS DA SUÍNOCULTURA EM UMA PROPRIEDADE EM DOIS VIZINHOS - PR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL ___________________________________________ Aluno: HENRIQUE ALVES RODRIGUES JUNIOR ____________________________________________ Orientadora: Ms. Ângela Prestes Marcondes ____________________________________________ Nota Final Banca Examinadora: _______________________________________ Profº. MS. Daniel Alberto Salinas Casanova ________________________________________ Profº. MS. Fernando Henrique Borba Foz do Iguaçu, 30 de novembro de 2010. iii DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais Henrique e Elza cujo me educaram e incentivaram ao longo dos meus estudos e a minha avó Maria Tereza pela sua força e seu amor incondicional. iv AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus primeiramente que em todos os momentos da minha vida me proporcionou ótimas oportunidades. Aos meus pais Henrique e Elza, que estiveram sempre ao meu lado, e incentivaram na busca do melhor sempre. A minha avó Maria Tereza que participou dos meus últimos períodos, pela sua força e inspiração. Ao professor Éderson Luis Laurindo que me disponibilizou o estagio para que eu pudesse fazer meu trabalho. A minha orientadora Ângela Prestes Marcondes que me auxiliou desempenho deste trabalho, com paciência e dedicação. A minha namorada Mariana Rainho que sempre esteve ao meu lado, me incentivando e dando força. Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado, pelo incentivo e troca de experiências ao longo do curso. Aos meus professores que estiveram me auxiliando e disponibilizando tempo, dedicação e proporcionaram amizade no decorrer do curso. v JUNIOR, Henrique Alves Rodrigues. Avaliação da Disposição de Dejetos da Suínocultura em uma Propriedade em Dois Vizinhos - Paraná, 2010, 81 ps. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Ambiental) - Faculdade Dinâmica de Cataratas. RESUMO Com o crescimento da suínocultura, ocorre o acúmulo progressivo de dejetos no solo. Tais dejetos migram até os mananciais de água tanto superficiais como subsuperficiais das propriedades rurais, gerando preocupações em torno dos possíveis riscos de contaminação para a saúde do homem, do solo e da água. Assim, são necessárias mudanças e o estabelecimento de parâmetros de qualidade e conservação ambiental que garantam a manutenção da vida no planeta e a atividade produtiva em questão. Este trabalho teve como objetivo avaliação da disposição de dejetos da suínocultura em uma propriedade em Dois Vizinhos - PR. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e avaliações dos danos gerados, levantamentos técnicos na área e observações no campo do uso do solo, da água, das plantas e das ações antrópicas, relacionando-os com os impactos. Não foram observados impactos consideráveis na água e nas vegetações. Para o solo, em vários pontos da coleta, constatou alteração nos parâmetros de normalidade, com porcentagem de óleos e graxas, zinco e cobre. Conclui-se que para enfrentar tais desafios, torna-se fundamental a utilização de uma visão de gestão ambiental da atividade, não limitada aos aspectos de manejo dos resíduos, mas que busque uma integração de ações e que priorize as medidas de caráter preventivo. Palavras-Chave: análise do solo, análise da água, dejetos, meio ambiente. vi JUNIOR, Henrique Alves Rodrigues. Evaluation of swine waste Disposal in a property in two neighbors-Paraná, 2010, 81 ps. Work completion of course (Bachelor's degree in environmental engineering)-College dynamic waterfalls. ABSTRACT With the growth of pig production, occurs progressive buildup of waste in the soil. Such waste migrate up manantiales water surface as both subsuperficiais of rural properties, generating concerns surrounding the possible contamination risks to human health, soil and water. Thus, changes are needed and the establishment of quality parameters and environmental conservation which ensure the maintenance of life on the planet and productive activity in question. This work was aimed at evaluating the swine waste disposal in a property in two neighbors-PR. bibliographic searches were conducted and damage assessments generated, technical surveys in the area and observations in the field of use of soil, water, plants and human actions in relation to impacts. Were not observed considerable impacts on water and in the vegetation. Soil, at various points of collection, noted change in parameters of normality, with percentage of oils and greases, zinc and copper. It is concluded that to face these challenges, it becomes crucial to the use of an environmental management vision of activity, not limited to aspects of waste management, but that seeks an integration of actions and that prioritize the measures of a preventive nature. Keywords: soil analysis, analysis of water, waste, environment. vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: A produção média diária de esterco por animal e fase.................. 16 Tabela 2: Composição química média dos dejetos de suínos........................ 17 Tabela 3: Parâmetros CONAMA 357/05 ........................................................ 34 Tabela 4: Metais pesados aceitos pela CETESB ........................................... 35 Tabela 5: Elemento em Zn e Cu ..................................................................... 36 Tabela 6: In DIRAM 105.006........................................................................... 49 Tabela 7: Análises da água ponto 1................................................................ 50 Tabela 8: Parâmetros CONAMA 357/05......................................................... 50 Tabela 9: Análises da água ponto 2................................................................ 51 Tabela 10: Parâmetros CONAMA 357/05....................................................... 51 Tabela 11: Análises da água ponto 3.............................................................. 52 Tabela 12: Parâmetros CONAMA 357/05....................................................... 52 Tabela 13: Análises da água ponto 4.............................................................. 53 Tabela 14: Parâmetros CONAMA 357/05....................................................... 53 Tabela 15 : Análises do solo ponto 1............................................................. 55 Tabela 16: Análises do solo ponto 2. ............................................................ 56 Tabela 17: Análises do solo ponto 3 ............................................................. 57 Tabela 18: Análises do solo ponto 4. ............................................................ 58 Tabela 19: Análises do solo ponto 5. ............................................................ 59 Tabela 20: Análises do solo ponto 6. ............................................................ 60 Tabela 21: Análises do solo ponto 7. ............................................................ 61 Tabela 22: Análises do solo ponto 8. ............................................................ 62 Tabela 23: Análises do solo ponto 9. ............................................................ 63 Tabela 24: Análises do solo ponto 10. .......................................................... 64 Tabela 25: Análises do solo ponto 11. .......................................................... 65 Tabela 26: Análises do solo ponto 12 ........................................................... 66 viii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Vista área da propriedade............................................................. 39 FIGURA 2 - Pontos de coleta de água na propriedade.................................... 41 FIGURA 3 - Pontos da coleta do solo na propriedade.................................... 42 FIGURA 4 - Cultura existente na propriedade atualmente............................... 43 FIGURA 5 - Degradação da pastagem. ........................................................... 44 FIGURA 6 - Dejetos dispostos ao solo............................................................. 44 FIGURA 7 - Córrego que corta a propriedade.................................................. 45 FIGURA 8 - Cano exposto de forma irregular para a disposição dos dejetos causando contaminação do solo...................................................................... 46 FIGURA 9 - Depósito de dejeto no solo........................................................... 46 FIGURA 10 - Depósito de dejeto ao fundo da propriedade.............................. 47 FIGURA 11 - Edificações para suinocultura..................................................... 47 FIGURA 12 - Reservatório de dejetos.............................................................. 48 ix SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................. VI ABSTRACT......................................................................................................... VII LISTA DE TABELAS.......................................................................................... VIII LISTA DE FIGURAS........................................................................................... IX 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 13 2.1 A SUINOCULTURA..................................................................................... 13 2.2 OS TIPOS DE SUÍNOCULTURAS............................................................... 14 2.2.1 Volume produzido................................................................................... 15 2.2.2 Composição do dejeto............................................................................ 16 2.2.3 Programa de manejo do dejeto.............................................................. 18 2.2.4 Armazenamento dos dejetos................................................................... 19 2.2.5 Tratamento do dejeto.............................................................................. 19 2.2.6 Distribuição do dejeto.............................................................................. 20 2.2.7 Utilização do dejeto................................................................................. 21 2.2.8 Sistema de tratamento para dejetos....................................................... 22 2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS GERADO PELA SUÍNOCULTURA.................... 23 2.4 ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE DA POLUIÇÃO ............................... 25 2.4.1 Biodigestor............................................................................................... 26 2.4.2 Compostagem.......................................................................................... 27 2.4.3 Utilização na piscicultura ....................................................................... 27 2.4.4 Diminuição dos gastos com água.......................................................... 28 2.4.5 Dieta do animal ........................................................................................ 29 2.4.6 Valorização agronômica ........................................................................ 29 2.4.7 Nutrição de suínos................................................................................... 30 2.4.8 Uso como fertilizante.............................................................................. 31 2.4.9 Redução da carga poluente.................................................................... 32 2.5 ASPECTOS AMBIENTAIS ........................................................................... 32 2.5.1 Qualidade da água ................................................................................. 33 2.5.2 Qualidade solo.......................................................................................... 35 x 2.6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NA SUINOCULTURA ..................................... 37 3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 39 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.............................................. 39 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 40 3.2.1 Análise da água........................................................................................ 41 3.2.2 Análise do solo......................................................................................... 42 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 43 4. 1 DIGANÓSTICO DA PROPRIEDADE........................................................... 43 4. 2 IMPACTOS CAUSADOS PELOS DEJETOS DA SUINOCULTURA........... 43 4.2.1 Cobertura vegetal..................................................................................... 43 4.2.2 Animais .................................................................................................... 44 4.2.3 Efluentes líquidos..................................................................................... 45 4.2.4 Dejetos de suínos.................................................................................... 45 4.2.5 Edificações dos dejetos......................................................................... 47 4.2.6 Análise de risco........................................................................................ 49 4.2.7 Análise da água........................................................................................ 50 4.2.8 Análise do solo......................................................................................... 54 4.3 DANOS E SOLUÇÕES.................................................................................. 66 4.3.1 Cobertura vegetal..................................................................................... 67 4.3.2 Solo contaminado..................................................................................... 67 4.3.3 Água contaminada.................................................................................... 69 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 70 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 71 ANEXOS ............................................................................................................. 76 ANEXOS 1 .......................................................................................................... 77 ANEXOS 2.......................................................................................................... 79 ANEXOS 3........................................................................................................... 81 11 1 INTRODUÇÃO Muitas vezes, o homem urbanizado age de maneira contrária aos princípios da ética e em desarmonia com o meio ambiente. Com a influência do homem os impactos ambientais aumentaram, principalmente pós revolução industrial, com o crescimento da população. As atividades relacionadas à suinocultura ocupam lugar de destaque na matriz produtiva do agronegócio brasileiro, destacando-se como uma atividade de importância no âmbito econômico e social. Entretanto, gera grandes quantidades de dejetos que, de alguma forma, necessitam ser tratados e destinados adequadamente. Esta atividade está crescendo em quase todos os países e mudando a estrutura da alimentação da população. O Brasil tem sido apontado como um país de grande potencial para o crescimento da atividade suinocultura pela sua vasta extensão territorial. Muitos países europeus estão tendo que reduzir o seu plantel em razão de problemas ambientais, enquanto que o Brasil não possui tal restrição, em função de sua baixa densidade de animais por unidade de área (4,1 suínos/km² ) (PALHARES, 2005). O crescimento da produção suinocultura proporcionou ao Brasil um aumento na posição no cenário internacional, devido à melhoria nos índices de produtividade dos suínos. Desta forma, constata-se que a intensificação da produção provocou fortes pressões sobre os recursos naturais, gerando impactos ambientais altamente negativos à biodiversidade planetária. Quase a metade do rebanho de suinocultura brasileiro concentra-se na Região Sul do Brasil, devido ao clima favorecedor. Já no estado do Paraná hoje, a crise sem precedentes prejudicou as exportações brasileiras (THOMAS, 2002). Hoje após muito tempo a crise que atingiu a suinocultura paranaense com a suspensão das exportações de carne no Paraná, devido à notícia de febre aftosa, o setor mostra sinais de recuperação do mercado externo e atualmente a carne suína tem grandes volumes em vendas. A atividade tem se desenvolvido sem uma adequada avaliação dos aspectos ambientais no setor de produção, com impactos da microbacias onde estava inserida, sendo este um dos principais fatores responsável pelos atuais 12 problemas ambientais. Tal situação precisa ser revertida para que se possa assegurar um efetivo desenvolvimento sustentável do trabalho com suínos. Pelo licenciamento ambiental uma normativa reduziria o potencial poluidor dessa atividade, diminuindo seu impacto. Assim, a lei não pode ser excluída do processo de adequação ambiental da suinocultura. Dessa forma este trabalho teve como objetivo avaliar a disposição de dejetos de suínos em uma propriedade rural no município de Dois Vizinhos - PR, bem como realizar um levantamento da área atingida pela suinocultura. Foram realizadas avaliações dos danos gerados, levantamentos técnicos na área e observações no campo do uso do solo, da água, das plantas e das ações antrópicas, relacionando-os com os impactos. Espera-se que os resultados obtidos possam contribuir para a Legislação Ambiental quanto ao uso e manejo dos desejos de suínos e estimular à assistência técnica e produtores a utilizá-lo como fertilizante, reduzindo os custos de produção da atividade suinocultura. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A SUINOCULTURA Com base, em Seganfredo (2007), no período de1995 à 2002, a produção mundial de carne suína cresceu 18,68% (de 78,88 milhões de toneladas para 93,62 milhões de toneladas). O ritmo de crescimento foi de apenas 0,64% ao ano nos países desenvolvidos, enquanto nos países em desenvolvimento foi de 3,7% ao ano. O terceiro país que mais comprou carne suína brasileira nos oito primeiros meses do ano foi à Ucrânia em seguida a Angola (PORKWORLD, 2010). O Brasil, com uma produção 2,79 milhões de toneladas de carne suína no ano de 2003, 3,02% do total da carne suína produzida no mundo, ficou na quarta posição entre os maiores países produtores mundiais, colocando-se atrás da China (44,7 milhões de toneladas), União Européia (20,8 milhões de toneladas e Estados Unidos (8,76 milhões de toneladas) (SEGANFREDO, 2007). Segundo Machado (2001) e Roppa (2002) são muitas as vantagens que o Brasil possui para ocupar tal espaço na produção de suínos. Destacam-se a qualidade da matéria-prima, o baixo custo de produção, a ausência de algumas doenças importantes existentes em rebanhos de outros países e a existência de menores problemas ambientais para a expansão da atividade, quando comparada a determinados países europeus. A suinocultura brasileira, a exemplo de outras cadeias produtivas do agronegócio, cresceu significativamente, nos últimos 14 anos. Esse crescimento é notado quando se analisa os vários indicadores econômicos e sociais, como volume de exportações, participação no mercado mundial, número de empregos diretos e indiretos, entre outros. A criação de porcos do passado evoluiu também na técnica e no modelo de coordenação das atividades entre fornecedores de insumos, produtores rurais, agroindústrias, atacado, varejo e consumidores. Passou a ser uma cadeia de produção de suínos, explorando a atividade de forma econômica e competitiva (GONÇALVES, 2006). 14 Uma vantagem comparativa significativa para o Brasil na ampliação da sua participação no mercado internacional está na disponibilidade de terras agriculturáveis a serem exploradas e na capacidade de produção de grãos que o país apresenta. De uma área total de 845,94 milhões de hectares, o Brasil utiliza atualmente apenas 263,58 milhões de hectares para atividades agrícolas, ou seja, menos de 32% da área total (PALHARES, 2005). O Brasil, segundo classificação realizada pelo Instituto Brasileiro (IBGE), possui 137 mesorregiões geográficas. No entanto, considerando-se apenas as 20 mesorregiões que concentram o maior plantel de suínos. Observa-se que as três primeiras localizam-se na Região Sul do País: Oeste Catarinense, Noroeste RioGrandense, Oeste Paranaense. Por sua vez, considerando-se a relação número de cabeças de suínos pelo número de hectares de lavouras temporárias, percebe-se que as microrregiões Norte Maranhense, Oeste Catarinense, Norte Piauiense, Zona da Mata e Sul Catarinense, são aquelas que apresentam maior densidade de suínos por unidade de área (SEGANFREDO, 2007). Dessa forma o ponto de vista ambiental apresenta-se mais preocupante em algumas microrregiões, como é o caso de Concórdia e Joaçaba, ambas na mesorregião Oeste Catarinense, onde a produção está mais concentrada. Além disso, percebe-se uma elevada concentração na região de Ponte Nova, em Minas Gerais, na região de Tubarão, na mesorregião Sul Catarinense, na Baixada Maranhense, MA e na microrregião de Caxias do Sul, RS (SILVA, 2010). 2.2 TIPOS DE SUINOCULTURAS No atual quadro social brasileiro, onde a desnutrição atinge 25% da população que vive em estado de miséria, o suíno não pode ser um competidor direto do homem na disputa de alimentos; com a limitação do uso de energia fóssil, por ser ela finita, limitada e cara, o processo criatório, ou o sistema de criação, não pode ser energicamente de alto custo (SEGANFREDO, 2007). De acordo com Oliveira (2004) existem dois tipos de suinoculturas: - Sistema industrial; - Sistema fundiária. 15 O sistema industrial de produção, onde os suínos são criados de forma confinada, (e o sistema produtivo moderno que aponta para um modelo de confinamento em unidades restritas com aumento de escala de produção, porém, maiores se tornam os riscos ambientais, em função do excedente de dejetos em relação às áreas aptas para agricultura existentes nas propriedades suinicola.). O sistema fundiário, quais cuidados são em cerqueiras, pelo simples suinocultor, (este, porém com sistema simples de produção de suínos, que também sem os devidos cuidados causa impactos a propriedade). É importante ressaltar que, na região sul 90% da suinocultura é feita em pequenas propriedades. Para limitar o problema na área ambiental, há leis ambientais estaduais e federais que determinam um número máximo de animais por área fixa, tendo em vista os dejetos produzidos pelos suínos, degradador ambiental (PALHARES, 2004). Na concepção de Seganfredo (2007), porte médio dos terminadores deve ter algum ajuste à maior nos próximos anos. A tendência é que deva ocorrer uma queda no número de produtos no Estado principalmente em virtude de questões ambientais, em função da produção dos dejetos. Na visão dos suinocultores, o aumento do nível de exigência da produção, a produtividade e na qualificação que tem que ser cada vez melhor, investindo cada vez mais e, em contrapartida, a remuneração que o produtor recebe não é equivalente às exigências de produção. Estas concentrações de empresas e fusões causam mais dificuldades para os suinocultores (ROPPA, 2003). 2.2.1 Volume produzido Como no sistema industrial de produção os suínos são criados de forma confinada, os impactos resultam da escala da atividade, da tecnologia e do sistema de manejo adotado e, mais significativamente, da concentração de atividades que ocorre num determinado agroecossistema (PALHARES, 2004). De acordo com Oliveira (1993), os riscos apresentam na produção média diária de esterco (kg), esterco + urina (kg) e dejetos líquidos (L) por animal por fase, estão apresentada na Tabela 1. 16 Tabela 1 - A produção média diária de esterco por animal e fase. Categoria de Suínos Esterco (kg/L) Estorço + urina Dejetos líquidos 25 - 100 kg 2,30 kg/L 4,90 7,00 Porcas em Gestação 3,60 kg/L 11,00 16,00 Porcas em Lactação 6,40 kg/L 18,00 27,00 Machos 3,00 kg/L 6,00 9,00 Leitão desmamado 0,35 kg/L 0,95 1,40 Média 2,35 kg/L 5,80 8,60 Fonte: OLIVEIRA (2004). Para abtenção da estimativa do volume médio de dejetos produzido em um sistema de produção de suínos, pode-se usar valores de referências, como: a demanda da água para limpeza varia de 2L/dia a 6L/dia para animais em fase final de criação e porcas no rebanho e as mangueiras utilizadas para lavagem das baias geralmente gastam em média 160 kg/L. (PERDOMO et al, 2003). Como afirma Soares (2003), a estimativa do volume de dejetos produzidos pelos suínos, deves-elevar em consideração o numero de animais presentes nas diferentes fases da criação, sendo que, o volume total produzido e somatório dos volumes médios diários produzidos pelos animais em função da fase em produção. De acordo com Palhares (2004) de uma forma geral, estima-se que um suíno (na faixa de 16 a 100 kg de peso vivo) produz de 8,5 a 4,9% de seu peso corporal em urina + fezes diariamente. O manejo, o tipo de bebedouro e o sistema de higienização adotado (freqüência e volume de água utilizada), bem como, o número e categoria de animais também influenciam o volume de dejetos. 2.2.2 Composição do dejeto Segundo Seganfredo, (2007), a pressão de poluição de cada propriedade é caracterizada de acordo com: o tipo de granja - Unidade de produção de leitões (de ciclo completo ou de terminação) e existência de outras atividades (aves, gado de leite, gado de corte). 17 A composição biológica dos dejetos é a repartição média das diferentes formas do nitrogênio entre as fases líquidas e sólida do esterco é a seguinte: na fase líquida o N amoniacal representa entre 75 à 85% e o orgânico entre 10 à 5% na fração sólida o orgânico representa de15 à 10%. Para o fósforo, a repartição média é a seguinte: na fase sólida, o fósforo inorgânico ocupa de 75 à 80% para a fase líquida o fósforo inorgânico ocupa 10% e o fósforo orgânico 3% (OLIVEIRA, 2003). De acordo com Silva (1996), um suíno com 90 kg de peso vivo produz diariamente 0,279 kg de DBO (demanda bioquímica de oxigênio). Estendendo-se o cálculo para uma granja com 500 (500 x 0,279) animais na fase de terminação teremos 139,5 kg produzidos por dia, na granja. A composição química média dos dejetos dos suínos, está indicada na Tabela 2. Tabela 2 - Composição química média dos dejetos de suínos Variável Mínimo (mg/L) Máximo (mg/L DQO 11.530 38.448 25.542 Sólidos totais 12.697 49.432 22.399 Sólidos voláteis 8.429 39.024 16.388 Sólidos Fixos 4.268 10.408 6.010 220 850 428 1.660 3.710 2.374 Fósforo total 320 1.180 577 Potássio total 260 1.140 535 Sólidos Sedimentáveis Nitrogênio total Média (mg/L) Fonte: SILVA (1996). Os microminerais da dieta podem se constituir em agentes poluidores se excretados nas fezes em grandes quantidades. Os microminerais geralmente suplementados nas dietas são: o ferro, cobre, manganês, zinco, selênio e iodo, na forma de óxido, em dietas de leitões desmamados, também atua como promotor de crescimento, aumentando o ganho de peso, o consumo de ração e reduzindo a incidência da diarréia pós desmame (PALHARES, 2004). De acordo com Soares (2003), fontes quelatadas de cobre e zinco, em níveis menores, normalmente utilizados quando se suplementa com fontes tradicionais (sulfato e óxido), promoveram redução na excreção de 33 % e 8 %, 18 respectivamente para o cobre e o zinco, sem prejuízo para o desempenho dos animais. O emprego da técnica de restrição alimentar em suínos em terminação reduz o volume de fezes produzido, bem como a excreção diária de fósforo, nitrogênio e outros minerais, porque há redução no consumo de ração e aumento na eficiência alimentar. Uma parte dos nutrientes dietéticos acaba sendo excretada pelos suínos. Cabe ao nutricionista lançar mão de diversas técnicas para minimizar o desperdício de insumos, aumentando a rentabilidade dos sistemas de produção e melhorando o ambiente (OLIVEIRA, 2004). 2.2.3 Programa de manejo do dejeto A atividade da produção de suínos, em algumas áreas dos Países, tem acarretado problemas de manejo dos resíduos dessa produção, com conseqüências que podem vir a ser problema de saúde pública para essas regiões. O esterco produzido, por exemplo, é uma solução para recuperar terras exauridas, mas erros no manejo desse resíduo tornam-se causa de criação de insetos, que atuam como vetores de doenças, além de causarem incômodo ao produtor, aos animais e às propriedades vizinhas. Portanto para a realização de um bom manejo dos dejetos é necessário planejamento e programas que direcionam corretamente o manejo, para que o mesmo não terá conseqüências mais desastrosa ao meio ambiente (SEGANFREDO, 2007). O tratamento dos dejetos é considerado como uma opção para a destinação do excedente de dejetos, após verificada as alternativas disponíveis (aplicação e exportação), considerando-se os aspectos de segurança, sanidade, respeito ambiental e custos. O tratamento de efluentes em geral envolve processos que exigem um certo grau de conhecimento técnico e custos relativamente altos, tanto para sua implantação como para a manutenção e operação do sistema. SEGRANFREDO, 2004). Com manejo correto, a produção animal pode contribuir positivamente aos recursos naturais, melhorando a qualidade do solo, incremento na diversidade 19 de plantas e animais e a substituição de recursos não renováveis escassos, como os combustíveis fósseis (PALHARES, 2004). 2.2.4 Armazenamento dos dejetos A maior parte do dejeto suíno é armazenado em esterqueiras ou lagoas, para que não traga risco de poluição às fontes d’água. Este sistema pode-se ser usado por qualquer produtor de suínos, dependendo da quantidade de criação (OLIVEIRA, 2004). Para PALHARES (2004), a maior parte do dejeto suíno produzido no País é armazenado em esterqueiras é distribuído diretamente nas lavouras. Entretanto, esse manejo tem se mostrado inadequado, em vista da degradação ambiental observada nas regiões de grande concentração da atividade suinocultura. 2.2.5 Tratamento do dejeto As principais técnicas utilizadas no tratamento de dejetos animais podem ser classificadas como físicas e biológicas. Na degradação biológica, bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica, desdobrando substâncias orgânicas complexas como carboidratos, proteínas e gorduras em substâncias orgânicas simples (MACHADO, 2001). Vários sistemas têm sido descritos para o tratamento de dejetos suínos e a eficiência destes na redução do potencial poluente amplamente discutida. Embora os indicadores físico-químicos sejam freqüentemente discutidos, os indicadores microbiológicos têm ficado em discussões. Recentemente, em conseqüência da saturação do solo à recepção de efluentes e ao aumento dos casos de doenças de transmissão hídrica, especialmente nos países em desenvolvimento, a sobrevivência e/ou eliminação de microrganismos nos sistemas de tratamento e no ambiente têm sido estudados (SEGANFREDO, 2007). 20 De acordo com CONAMA (2006) as alternativas existentes para o manejo de dejetos, o seu tratamento em muitos casos apresenta-se como única alternativa para viabilizar ambientalmente atividade como: - Esterqueira; - Bioesterqueira; - Separador de sólidos (peneiras); - Decantador de palhetas; - Biodigestores; - Sistema de lagoas em série UFSC/Embrapa; - Lagoas de alta taxa e aerada; - Compostagem; - Sistema de camas. Essa prática, em geral, não é muito bem aceita pelos produtores, sofrendo resistência para sua aplicação. Os motivos para isso se devem, primeiramente, ao fato de os dejetos de suínos sempre terem sido vistos como um fertilizante do solo, tendo-se a percepção, muitas vezes errônea, de que o seu tratamento é desnecessário. Em segundo lugar, pela necessidade da aplicação de recursos financeiros, nem sempre desejáveis pelo responsável pela atividade, haja vista que na maioria dos casos dos investimentos não são convertidos em renda direta (PALHARES, 2004). Atualmente, existe um consenso de que os problemas ambientais decorrentes da suinocultura não podem ser solucionados por meio de medidas pontuais, mas sim contemplados de forma global, considerando o sistema de forma integrada. Portando, os sistemas de tratamentos devem ser considerados como mais um elo dentro da cadeia produtiva que poderá ajudar na busca pela sustentabilidade da suinocultura (PALHARES, 2004). 2.2.6 Distribuição do dejeto Segundo Seganfredo (2004), os dados oficiais disponíveis vêm demonstrando que as áreas aptas para a distribuição de dejetos nas propriedades suinocultura do Sul do Brasil não comportam a totalidade dos dejetos nelas 21 produzidos, o que leva à conclusão de que as quantidades de nutrientes aplicados nas lavouras estejam acima da capacidade de absorção das plantas, provocando o acumulo progressivo destes no solo e, conseqüentemente, o seu escorrimento superficial e a sua lixiviação e percolação que colocam em risco os mananciais de água tanto superficiais como subsuperficiais. Há distribuição dos dejetos suínos, na forma líquida, pelo seu depósito em esterqueiras para posterior transporte para as áreas de lavoura. Nesse processo, os dejetos geram metano, amônia e outros gases que provocam cheiros desagradáveis, e contribuem para o efeito estufa. Outros riscos são ocasionados pela presença de elevados níveis de nutrientes (fósforo, nitrogênio, cobre e zinco) nos recursos naturais, em conseqüência da adição de dejetos no solo. Situação essa que pode provocar uma série de problemas de saúde humana e ao ecossistema (PALHARES, 2004). 2.2.7 Utilização do dejeto Uma das alternativas de reciclagem dos dejetos suínos é a utilização como fertilizante do solo, em função do seu conteúdo de nutrientes (VIEIRA, 2001). Entretanto, o uso excessivo e/ou prolongado poderá resultar em desequilíbrios químicos, físicos e biológicos do solo, seletividade de espécies vegetais, alterações na diversidade e funcionalidade dos microrganismos do solo e distúrbios na saúde de animais. Para a redução desses impactos negativos, o uso dos dejetos deverá estar condicionado ao emprego de sistemas de fermentação capazes de reduzir os riscos sanitários a um plano de manejo de nutrientes compatível com o tipo de solo e de planta (PALHARES, 2004). Além dessas medidas, são indispensáveis as práticas agronômicas conservacionistas, destacando-se aquelas voltadas para a manutenção da qualidade do solo e das águas superficiais e subsuperficiais. Na concepção de Soares (2003), paralelamente a essas medidas, faz-se necessária a busca de outras alternativas de reciclagem que não dependam do uso como fertilizante do solo, pois enquanto o número de animais por empreendimento 22 aumenta continuamente, as áreas agrícolas aptas por empreendimento permanecem as mesmas. A poluição ambiental causada pelos dejetos suínos tem pressionado os diferentes setores dessa atividade e os governos municipais, estaduais e federal a buscarem soluções que permitam a continuidade da mesma, sem causar danos incompatíveis com o objetivo de conservar a qualidade ambiental (SEGANFREDO, 2007). Esses relatos confirmam o potencial de uso dos dejetos suínos como fertilizante, da mesma forma como também foi verificado na Europa e nos EUA. Entretanto, a produtividade das plantas, especialmente quando avaliada em experimentos de curto prazo, como é o caso para a maioria dos relatos referidos, não se constitui num indicador suficiente para se avaliar as perspectivas de sustentabilidade de sistemas agrícolas adubados com dejetos animais (SEGANFREDO, 2007). 2.2.8 Sistema de tratamento para dejetos Segundo Medri (1997), o tratamento de dejetos através de lagoa de estabilização é uma das alternativas consideradas econômica e eficiente. Demonstram vantagens quanto à eficácia na remoção de matéria orgânica, dos sólidos, dos nutrientes e de coliformes fecais, além da facilidade de implantação e manutenção. Por outro lado, uma de suas grandes dificuldades é o dimensionamento dessa lagoa para o tratamento desses resíduos e uma área para sua instalação. As alternativas existentes para o manejo de dejetos, o seu tratamento em muitos casos apresenta-se como única alternativa para viabilizar ambientalmente a atividade é a prática, em geral, não é muito bem aceita pelos produtores, sofrendo resistência para sua aplicação terem sido vistos como um fertilizante do solo, tendose a percepção, muitas vezes errônea, de que o seu tratamento é desnecessário. Em segundo lugar, pela necessidade da aplicação de recursos financeiros, nem sempre desejável pelo responsável pela atividade, haja vista que na maioria dos 23 casos dos investimentos não são convertidos em renda direta (SEGRANFREDO, 2007). 2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS GERADO PELA SUÍNOCULTURA O risco ambiental do manejo dos dejetos é cumulativo. O ambiente possui uma capacidade/suporte natural que pode absorver um certo nível de poluentes orgânicos e inorgânicos. Se esse nível for excedido poderá resultar a deterioração da qualidade das águas e das plantas e em distúrbios químicos, físicos e biológicos do solo (GIROTTO e STULP, 1989). Um dos indicadores que pode ser utilizado para se avaliar a pressão ambiental da atividade suinocultura é aquele que estabelece uma relação entre o total de nutrientes gerados por uma determinada unidade de produção e área agrícola disponível para reciclagem dos nutrientes (VIEIRA, 2001). Em diversos países europeus, de acordo com Cheida (2004) devido aos impactos ambientais, por possuírem visão do passado, tiveram que tomar atitudes drásticas como diminuir rebanhos e até proibir a produção de suínos em determinadas regiões a fim de protegê-las e não torná-las inviáveis ambientalmente. Conforme citado por Thomas (2002) apud Seganfredo (2007), a degradação do solo constitui problemas em todos os lugares, principalmente na Ásia e na África. Estudos norte-americanos concluíram que a produção animal responde por 20% da poluição difusa no País. A forma de maior magnitude em que esse tipo de poluição pode ser relacionado à suinocultura, está no uso dos dejetos como fertilizante, (GIROTTO, apud SEGANFREDO, 2007). Entre os impactos negativos do excesso de dejetos percebíveis em curto prazo destacam-se menos opções para a diversificação das atividades agropecuárias, pela restrição de uso causada pelos excessos e desequilíbrios de nutrientes (CHEIDA, 2004). De acordo com Perdomo (2000), dependendo do tipo de planta, as conseqüências da sobrecarga de dejetos suínos no solo, poderão variar desde a pouca influência até a queda de produtividade e inviabilização do cultivo de algumas 24 espécies cujo limite de tolerância aos excessos de minerais no solo seja ultrapassado. Já para Roppa (2003) o caso dos gases produzidos na degradação de dejetos, aqueles que apresentam interesse na saúde humana são: amônia, monóxido de carbono, sulfito de hidrogênio e metano. A maior fonte desses gases é o esterco que fica depositado abaixo do piso. Os efeitos da amônia incluem irritação dos olhos, pele, membrana mucosa e estimulação do trato respiratório. Segundo Seganfredo (2004), um estudo realizado com produtores de suínos revelou que os trabalhadores que utilizam máscara para prevenir doenças possuem menor prevalência de problemas crônicos respiratórios. Esses trabalhadores possuem melhor funcionamento dos pulmões, em relação aqueles que não utilizam proteção. No entanto, se os trabalhadores iniciam a utilização da máscara após o inicio dos sintomas, não se verificam melhoras significativas no funcionamento pulmonar. Os componentes dos resíduos como estercos, urina e restos de tecido armazenam uma série de microrganismos patogênicos que podem ser potencialmente transmitidos aos humanos. Esses resíduos contêm bactérias, vírus e protozoários capazes de causar doenças nos humanos, mesmo na ausência de sintomas da doença no suíno (SEGANFREDO, 2007). No Mato Grosso do Sul, um inquérito epidemiológico demonstrou que 58,82% das propriedades suinicolas apresentaram-se positivas à leptospirose (Soares, 2003) nessa situação, o manejo inadequado dos dejetos constitui-se em risco potencial à população humana. Desta forma são vistos fatores negativos da suinocultura, como a degradação do meio ambiente, onde os criadores de suínos de pequeno e médio porte, não tem instrução para o manejo correto dos dejetos dos suínos, derivando a ausência de técnica e governamental, como também a falta de equipamentos para adequar corretamente os dejetos, dessa forma correm livre ao solo e levados por enxurradas da chuva para os rios e cursos d’água naturais, contaminado as águas e os solos (CHEIDA, 2004). O estudo preliminar dos impactos ambientais é uma forma de estruturar e organizar através do levantamento de dados os possíveis impactos, contribuindo para as etapas seguintes, ou seja a seleção das questões relevantes, os estudos de 25 base, a análise dos impactos e a identificação de medidas de gestão ambiental (SÁNCHEZ, 2006). A preservação ambiental apresenta limitações similares àquela verificada nos países mais avançados, do ponto de vista econômico e cultural. Contudo, a fragilidade de nossas instituições e a carência de projetos efetivos e de longo prazo aumentam as preocupações e as ameaças sobre esta importante cadeia produtiva que é a suinocultura (LOWE, 1997). Como no sistema industrial de produção os suínos são criados de forma confinada, os impactos resultam da escala da atividade, da tecnologia e do sistema de manejo adotado e, mais significativamente, da concentração de atividades que ocorre num determinado agroecossistema (PALHARES, 2004). As estratégias para uma gestão eficiente do ambiente incluem as atividades a montante e a jusante do sistema considerado, entre as quais destacam-se o consumo de matérias-primas, a produção de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos) e a modificação do ambiente natural e outras perturbações (ruído, temperatura, odores, etc.) (SEGRANFREDO, 2004). 2.4 ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE DA POLUIÇÃO De acordo com Seganfredo (2007) estratégias é um conjunto de procedimentos desenvolvidos com o intuito de permitir a previsão, a análise e as possíveis mitigações dos efeitos ambientais de projetos, planos, políticas de desenvolvimento que impliquem alteração da qualidade ambiental. Em outras palavras, a avaliação de impacto ambiental trata-se de uma descrição detalhada dos impactos negativos e positivos de uma medida, ou de diversas ações possíveis; exige uma comparação de benefícios e custos econômicos, sociais e ambientais. Os dejetos suinocultura em sua origem podem ser considerados uma fonte pontual de poluição, todavia, quando são espalhados em grandes áreas, podem resultar em uma forma difusa de poluição. Para fins de manejo, o fato é que existem locais claramente identificados como fontes pontuais de poluição, permitindo um nível de regulação que não seria possível em sistemas de agricultura abertos (CHEIDA, 1999). 26 O modelo e a operacionalidade dos bebedouros influenciam as perdas de água, um bom bebedouro, em termos de concepção e instalação, proporciona economia de água por animal produzido. Os resultados de um estudo com dois tipos de bebedouros (concha e chupeta) fabricados por tradicionais Indústrias de Santa Catarina, mostraram excelentes resultados para o baixo custo operacional (PERDOMO e DALLA COSTA, 2000). Na concepção de Machado (2001) entre os processos biológicos de tratamento, cabe destaque para a utilização de lagoas naturais pela sua eficiência, facilidade de operação e baixos custos, embora apresente como desvantagem a exigência de grandes áreas e a combinação de sistemas de separação de fases com processos biológicos de tratamento, pode valorizar o uso dos dejetos, facilitar o manejo e reduzir os custos de armazenagem, tratamento e transporte. Um pré tratamento, com uso de separadores de fase (decantadores ou peneiras), além de valorizar os dejetos do ponto de vista de adubação orgânica (aumenta a concentração de nutrientes por volume), reduz os custos de tratamento, armazenamento e distribuição. 2.4.1 Biodigestor A suinocultura também poderá integrar-se com a atividade de produção de bioenergia por meio da degradação anaeróbia dos resíduos, ocorrida no interior de biodigestores e/ou reatores. Atualmente, o governo federal, por intermédio do Ministério de Minas e Energia, disponibiliza programas de produção de energia via biomassa (OLIVEIRA, 2004). Segundo Paula Souza (2003), essa é uma tendência mundial e que irá facilitar a utilização dessa tecnologia pelos suinocultores. Mas independente dos programas existentes ou que virão, o produtor estará gerando energia em sua própria propriedade, podendo suprir, total ou parcialmente, suas demandas energéticas, o que em termos de equilíbrio ambiental e econômico é interessante. De maneira geral, pode-se dizer que tanto o biodigestor como a plataforma de compostagem propiciam a melhoria no manejo dos dejetos e a agregação de valor a este pela produção de fertilizante exportável (plataforma) e 27 energia (biodigestor). No entanto, é importante ressaltar que o efluente do biodigestor ainda apresenta alto poder impactante, portanto deverá receber atenção quanto ao seu destino (em caso de aplicação no solo, seguir as recomendações agronômicas) (PALHARES, 2004). 2.4.2 Compostagem Oliveira (2004), compostagem é o processamento de acelerado em decorrência da adequação das características favoráveis à degradação microbiológica da matéria orgânica e tem como principais vantagens a redução de odores e dos custos de implantação e ainda a possibilidade de comercialização do produto final como fertilizante orgânico, como também para o tratamento dos dejetos de suínos. De acordo com Rynk (1992), compostagem é uma alternativa para o manejo de carcaças e restos de parição que permite a reutilização dessa matéria orgânica como adubo. A decomposição dos resíduos é realizada por bactéria e fungos, em presença da umidade, aeração e fonte de carbono em proporções adequadas, sendo que o maior problema que podem ocorrer na compostagem é a presença de moscas e mau cheiro. 2.4.3 Utilização na piscicultura Em relação à piscicultura, os dejetos de suínos constituem-se uma fonte de alimentação natural, pois os nutrientes presentes nestes irão possibilitar o desenvolvimento de algas e outros organismos que fazem parte da cadeia alimentar de todos os peixes cultivados comercialmente (OLIVEIRA, 2003). Destaca-se que os mesmos princípios seguidos no uso dos resíduos como adubos devem ser seguidos pelo sistema de consorciação, para que este não cause principalmente, impactos nos recursos hídricos superficiais, em virtude de descarga de efluentes do sistema, e a morte dos peixes (SEGANFREDO, 2007). 28 Para disposição na piscicultura, onde os dejetos dos animais e parte da ração, destacada como sobras, ou seja, não aproveitada pelos animais, são dispostos em açudes de peixes. No entanto conforme a área de produção torna-se uma prática inviável devido à necessidade de uma área superficial de água muito grande, em torno de 100 m² para cada animal (VIEIRA, 2001). 2.4.4 Diminuição dos gastos com água A limpeza dos dejetos nos canais internos ou externos é realizada com água, muitas vezes potável, o que acaba gerando grande desperdício. A incorporação de água aos dejetos reduz a qualidade, inviabilizando economicamente o seu uso como fertilizante orgânico, além de aumentar a estrutura necessária para o armazenamento e os custos de transporte e utilização (OLIVEIRA, 2004). O escoamento e a limpeza dos dejetos presentes nas baias, na maioria das vezes, são realizados com auxilio de água e utilização de equipamentos de alta vazão e baixa pressão (VIEIRA, 2001). Os dejetos são despejados das baias através de aberturas irregulares nas paredes laterais das edificações, trazendo as seguintes conseqüências: grande desperdício de água, incorporação de água aos dejetos reduzindo a qualidade e inviabilizando economicamente seu uso como fertilizante orgânico; escorrimento de dejetos pelas paredes e superfícies, proliferação de vetores nocivos à saúde humana e animal e proliferação de odores (SEGANFREDO, 2007). Para Strauch (1991), o desperdício pela lavagem de baias pode ser reduzido com as práticas de raspagem mecânica dos dejetos e, quando necessária a lavação, por meio de lava-jatos de alta pressão. Em todos os casos o risco final é que tanto as águas superficiais como profundas poderão ser poluídas, diretamente, por descargas ou vazamento para dentro dos sistemas aquáticos, ou como resultado de drenagem das áreas agrícolas. 29 2.4.5 Dieta do animal Para Seganfredo (2004) várias diretrizes demonstram que a suinocultura é analisada como um todo e, como exemplo, cita-se a exigência de um manejo nutricional, pois é sabido que este irá refletir diretamente no manejo dos dejetos. O foco não deve ser o dejeto, mas, sim, o sistema produtivo, que apresenta como passivo a geração de um resíduo com alto potencial poluente. Os microminerais geralmente suplementados nas dietas são o ferro, cobre, manganês, zinco, selênio e iodo. Em virtude do baixo custo, esses minerais têm sido largamente utilizados em dietas de suínos, muitas vezes sem critérios com embasamento cientifico. A utilização de altos níveis de Cu nas dietas pode ser motivo de preocupação, pois altas quantidades serão excretadas nas fezes, diminuindo a ação bacteriana em lagoas de decantação e aumentando o odor dos dejetos (SEGRANFREDO, 2007). 2.4.6 Valorização agronômica Segundo IN DIRAN 105.006 anexo 6 trata-se de uma forma adequada de disposição final dos dejetos de suínos, desde que passem por um processo de estabilização. Para a redução desses impactos negativos, o uso dos dejetos deverá estar condicionado ao emprego de sistemas de fermentação capazes de reduzir os riscos sanitários a um plano de manejo de nutrientes compatível com o tipo de solo e de planta. O uso excessivo de dejetos poderá resultar em desequilíbrios químicos, físicos e biológicos do solo, seletividade de espécies vegetais, alterações na diversidade e funcionalidade dos microrganismos do solo e distúrbios na saúde de animais (SEGANFREDO, 2004). De acordo com Thomas (2002), as medidas, são indispensáveis as práticas agronômicas conservacionistas, destacando-se aquelas voltadas para a manutenção da qualidade do solo e das águas superficiais e subsuperficiais. 30 A poluição ambiental causada pelos dejetos suínos tem pressionado os diferentes setores dessa atividade e os governos municipais, estaduais e federal a buscarem soluções que permitam a continuidade da mesma, sem causar danos incompatíveis com o objetivo de conservar a qualidade ambiental (SEGANFREDO, 2007). De acordo com a concepção de Stilborn (1998), o aproveitamento dos resíduos nas formas citadas, ou dos subprodutos dos tratamentos como os lodos, biofertilizantes e compostos, é algo que já se mostrou viável pelas ciências agronômicas, mas é passível de alguns ajustes para ser viável ambientalmente. 2.4.7 Nutrição de suínos Para Seganfredo (2007), toda tecnologia que melhora a eficiência alimentar dos animais deve ser valorizada também como um fator para a redução da quantidade e do poder poluente dos dejetos produzidos. É importante ressaltar que sistemas de produção não convencionais podem necessitar de uma visão diferente sobre melhoria de eficiência alimentar como fator para controlar a descarga de minerais pelos dejetos. No caso de um sistema de produção de suínos sobre cama, dependendo da viabilidade econômica e ambiental, pode-se utilizar ingredientes com teor mais alto em fibra como é o caso de forragens e resíduos do processamento de grãos (LOWE, 1997). Embora a eficiência alimentar seja reduzida em um sistema como esse, a reciclagem de nutrientes no sistema como um todo é favorecida, melhorando a sustentabilidade (SEGANFREDO, 2007). Antibióticos podem ser utilizados em doses subterapêuticas nas rações para prevenir ou reduzir a incidência de microorganismos no trato gastrintestinal melhorando a taxa de crescimento e a eficiência alimentar (SOARES, 2003). Dessa forma, o uso de antibióticos como promotores de crescimento é um fator que reduz o potencial poluente dos dejetos animais, observado o suficiente tempo de armazenagem e/ou adequado tratamento dos dejetos (SEGANFREDO, 2007). 31 As enzimas digestivas promovem a hidrólise dos componentes dos alimentos tornando os nutrientes mais disponíveis para a absorção. Contudo, em muitas circunstâncias, as enzimas são produzidas pelos suínos em quantidades insuficientes ou mesmo nem são produzidas, dificultando a digestão dos alimentos. Assim, a utilização de enzimas exógenas nas rações pode ser uma ferramenta eficiente para reduzir o poder poluente dos dejetos produzidos pelos animais dentro do enfoque de fator melhorador da eficiência de utilização dos alimentos pelos animais (SEGANFREDO, 2007). O farelo de soja é a principal fonte de aminoácidos das dietas de suínos e aves. Entretanto, esse alimento, como a grande maioria das leguminosas, tem também cerca de 6% de oligossacarídeos como constituintes, os quais reduzem a digestibilidade. O uso da a-galactosidase pode amenizar esse problema, sendo uma das enzimas que demonstraram uma grande ação sobre a redução da excreção de nitrogênio nas excretas de frangos de corte (SOARES, 2003). Fontes quelatadas de cobre e zinco, em níveis menores aqueles normalmente utilizados quando se suplementa com fontes tradicionais (sulfato e óxido), promove em uma redução na excreção de 33 % e 8 %, respectivamente para o cobre e o zinco, sem prejuízo para o desempenho dos animais (PALHARES, 2004). 2.4.8 Uso como fertilizante Segundo Oliveira (2003), a ciência já validou que a melhor forma de utilizar os dejetos suínos como adubo é que esse manejo se dê baseado em referenciais agronômicos, entendendo-se aí o balanço de nutrientes. Os dejetos de suínos podem ser usados na fertilização das lavouras, trazendo ganhos econômicos ao produtor rural, sem comprometer a qualidade do solo e do meio ambiente. Para isso, é fundamental a elaboração de um plano técnico de manejo e adubação, considerando a composição química dos dejetos, a área a ser utilizada, a fertilidade e tipo de solo e as exigências da cultura a ser implantada. Através da determinação da densidade dos dejetos, é possível estimar a 32 sua composição em nutrientes e calcular a dose adequada a ser aplicada para uma determinada cultura (OLIVEIRA, 2003). 2.4.9 Redução da carga poluente A transformação dos insumos administrados aos animais, por mais eficiente que seja o sistema produtivo, gera resíduos ou subprodutos com um elevado potencial poluidor, devendo ser corretamente manejada para que não provoque impactos negativos (LOWE, 1997). Constituindo-se uma das principais alternativas de manejo ambiental a utilização dos dejetos como fertilizante agrícola, justifica-se a importância da atividade estar integrada com outras culturas e criações de forma que haja uma sinergia entre as diversas atividades de uma determinada propriedade rural. (PALHARES, 2004). 2.5 ASPECTOS AMBIENTAIS Para Seganfredo (2007), quantidade grande de animais e conseqüentemente de dejetos numa mesma área pode causar poluição do solo, ar e água. Os principais efeitos são provocados pelas emissões de minerais presentes nesses dejetos. As emissões provêm dos dejetos existentes nas instalações, em depósitos de armazenamento e aplicados no solo. A construção de barreiras de contenção através de árvores plantadas ao redor da granja, para evitar o mal odor gerado pelos dejetos suínos, assim como, a limpeza das baias no mínimo duas vezes na semana, são meditas simples que causam um grande diferencial devido a geração de odores nas granjas (KRUEGER e TAYLOR 1995). A preservação ambiental apresenta limitações similares àquela verificada nos países mais avançados, do ponto de vista econômico e cultural. Contudo, a fragilidade de nossas instituições e a carência de projetos efetivos e de longo prazo 33 aumentam as preocupações e as ameaças sobre esta importante cadeia produtiva que é a suinocultura, (LOWE, 1997). 2.5.1 Qualidade da água Uma bacia hidrográfica abrange, muitas vezes, áreas de vários municípios ou mesmo de diversos Estados. Cabe a cada município adequar suas ações de disciplinamento e controle do uso ocupação do solo às diretrizes definidas pelos Comitês de Bacia (MOTA, 1999). A água é um recurso natural renovável, de modo que o aumento na sua utilização, tanto no seu componente quantitativo quanto qualitativo, não está diretamente associado a um aumento apreciável no custo de oferta. No entanto, o gerenciamento dos recursos da água depende fortemente de certos custos fixos, resultantes de investimentos em projetos, obras e ações imprescindíveis para garantir a oferta desse recurso de forma sustentável, além, é claro, dos custos de operação e manutenção do próprio sistema hídrico (CARRERA, 2002). As técnicas laboratoriais para a detecção de coliformes são rápidas e econômicas. Somente com a realização de análises e exames em laboratório e com a execução de ensaios em instalações de bancada ou em instalações piloto com escoamento contínuo algumas tecnologias podem ser consideradas inicialmente e outras descartadas. O teor de óleos e graxas (TOG) é um importante parâmetro a ser analisado, uma vez que, quando este se encontra em quantidades elevadas pode ocasionar problemas nas estações de tratamentos de efluentes. Altos teores de TOG dificultam o tratamento biológico devido a formação de um filme na camada superficial impossibilitando a aeração (PESSOA, 1995). A conservação da bacia hidrográfica, com a conseqüente proteção dos mananciais, é sem dúvida o melhor método para assegurar a qualidade da água destinada ao consumo humano. Para impedir os riscos de poluição e contaminação, pelo ser humano ou por animais, devem ser evitados lançamentos de despejos líquidos que contêm organismos patogênicos e disciplinar o desenvolvimento de atividades agrícolas que exigem emprego de agroquímicos que contêm elementos 34 tóxicos ou de fertilizantes que possuem nutrientes, os quais são carreados para os cursos de água por escoamento superficial ou sub-superficial, causando florescimentos algais e outros inconvenientes para a operação de sistemas de tratamento (DI BERNARDO e DANTAS, 2005). A Tabela 3 apresenta a quantidade de metais que podem ser aplicadas no solo, conforme legislação de diversos países e do Brasil. Tabela 3: Parâmetros CONAMA 357/05 Parâmetros Unidade CONAMA 357/05 pH mg L-1 entre 5 a 9 DBO mg L-1 até 5 mg L-1 DQO mg L-1 até 300 mg L-1 Óleos e graxas mg L-1 até 20 mg L-1 Sólidos totais mg L-1 Sólidos totais fixos mg L-1 Sólidos totais voláteis mg L-1 Sólidos sedimentáveis mg L-1 até 1 mg L-1 FONTE: CONAMA, (2005). Segundo APHA (1992), quantidade elevadas de óleos e graxas presente em efluentes de tratamento primário pode interferir no tratamento biológico, promovendo a formação de um filme sobre a superfície líquida, impedindo a entrada de luz e dificultando a aeração. Para Pessoa (1995), no tratamento das águas residuárias, os óleos e graxas costumam ser resistentes à digestão anaeróbica, causando acúmulo de espumas nos digestores, provocando odores desagradáveis, e, quando em quantidade elevada, impossibilita a utilização do lodo como fertilizante, como também a concentrações de os óleos e graxas alta, interfere no funcionamento dos dispositivos de tratamento. Oliveira (2004) confirma que os componentes nitratos, quando liberados na água subterrânea, causam danos na saúde humana e, quando liberados na água de superfície, eutroficação e perdas na biodiversidade. A pequena solubilidade dos óleos e graxas constitui um fator negativo no que se refere à sua degradação em unidades de tratamento de despejos por 35 processos biológicos e, causam problemas no tratamento d’água quando presentes em mananciais utilizados para abastecimento público. A presença de material graxo nos corpos hídricos, além de acarretar problemas de origem estética, diminui a área de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico, impedindo, dessa maneira, a transferência do oxigênio da atmosfera para a água (CETESB, 2001). 2.5.2 Qualidade do solo A Tabela 4 apresenta a quantidade de metais pesados que podem ser aplicadas no solo, conforme legislação de diversos países e do Brasil. Tabela 4: Metais pesados aceitos pela CETESB 2 1 Metal 4 Taxa anual CONAMA Total 120 mg L 300 mg L 30 mg L 150 mg L 1,5 mg L 2,0 mg L 137 mg L 445 mg L 154 mg L 74 mg L 41 mg L 4 mg L 1,2 mg L Total Total 3 CEE USEPA -1 Cu Zn Cr Ni Pb Cd Hg 75 mg L 140 mg L 150 mg L 21 mg L 15 mg L 1,9 mg L 0,8 mg L kg ha 1500 2800 3000 420 300 39 17 FONTE: Preconizados pela USEPA (1993) e adotados pela CETESB (2001), com base na matéria seca; 2 - Comunidade Econômica Européia (CEC, 1986); 3 - CONAMA (2006); 4 - Carga máxima do metal que poderia ser aplicada em uma mesma área. Os teores de cobre e zinco são provenientes do alimento dos grãos de milho. Tem um papel essencial para a síntese da hemoglobina e também para a síntese e ativação de muitas enzimas necessárias para o metabolismo dos suínos. É importante em relação à ação antibacterial para os suínos. A concentração de zinco na água, tem aparência leitosa e produz um sabor metálico ou adstringente quando aquecida. Esses complexos orgânicos de Cu têm grande importância na disponibilidade para as plantas como na mobilidade do elemento no perfil do solo (SEGANFREDO, 2004). Estes elementos poderão ocasionar alterações na funcionalidade e na diversidade biológica do solo, onde os mesmos são amplamente utilizados nas 36 rações dos animais e mesmo em quantidade relativa pequena esses metais podem alterar a diversidade e a funcionalidade da microbiota do solo argissolo vermelho escuro eutrófico, localizado nas regiões suinícolas do sul do Brasil (MARCATO, 1997). Segundo Seganfredo (2004), os metais cobre e zinco em valores altos, estes elementos causam riscos em grande parte das culturas comerciais. Para os solos do cerrado, solos argilosos e solos arenosos os riscos se agravam em virtude de quantidades usadas, conforme apresenta a Tabela 5. Tabela 5: Elemento em Zn e Cu ELEMENTO Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (Mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). A estabilidade de complexos orgânicos é fortemente influenciada pela variação de pH. Em geral, em baixos valores de pH, a maioria dos metais encontrase na forma iônica, porém com o aumento no pH há a tendência de se formarem complexos com HÁ. O aumento do pH pode diminuir a presença de Cu e Zn, na solução do solo e nos pontos de troca catiônica. O processos microbiológicos podem influenciar o pH do solo e, concentração de CO podendo imobilizar ou mobilizar os 2 metais pesados no solo (JONDREVILLE et al., 2003). De acordo com Marcato (1997), nem todos os processos são igualmente importantes para todos os elementos, sendo que todos estes processos são afetados pelo pH do solo e por processos biológicos. O aumento do pH pode diminuir a presença de Cu e Zn, na solução do solo e nos pontos de troca catiônica, na aplicação aplicaram de biossólidos ao solo e verifica que, com o aumento do pH do solo, ocorre a redistribuição do Cu e do Zn da fração trocável para fração ligada à matéria orgânica do solo ou óxidos, menos disponíveis para as plantas. Óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal. São substâncias que geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São raramente encontradas em águas naturais, normalmente oriundas 37 de despejos e resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias públicas (CETESB, 2001). De acordo com Silva e Sá Mendonça (2007) os óleos e graxas em seu processo de decomposição reduzem o oxigênio dissolvido elevando a DBO 5,20 e a DQO, causando alteração no ecossistema aquático. Na legislação brasileira não existe limite estabelecido para esse parâmetro. A recomendação é de que os óleos e as graxas sejam virtualmente ausentes para as classes 1, 2 e 3. 2.6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NA SUINOCULTURA Legislações ambientais relacionadas à suinocultura na visão mundial em primeiro ponto em comum entre a maioria dos países e que demonstra a dificuldade em aplicar as leis à atividade suinícola é o quanto essas legislações são recentes. Os países que possuem as legislações, aqui documentadas, mais antigas são a Malásia e a Holanda. Em ambos os países estas foram iniciadas em 1984 (SEGANFREDO, 2007). Outra legislação que apresenta relação direta com a suinocultura é a Lei nº 9.433/97, que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997). Esta baseia-se nos seguintes fundamentos, em seu Artigo 1º: a água é um bem de domínio público; a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. A Resolução 357/05 do CONAMA (BRASIL, 2005) estabelece que, para ser utilizada uma água com a finalidade de dessedentação animal, suas características físicas, químicas e microbiológicas devem estar condizentes com o que estabelece a Resolução para uma água de classe 3. A partir da promulgação da referida resolução, ficou instituído qual a qualidade que uma água deverá ter para ser utilizada no consumo animal. Portanto, essa legislação deverá ser um referencial a ser utilizado antes da implantação da suinocultura. Em um aspecto particular das legislações mundiais, é fundamental que se faça uma comparação com a legislação brasileira, pois as diretrizes estipuladas ao redor do mundo diferem em muito das nacionais. (LOWE, 1997). 38 Dessa forma segundo Master (2010), existem três tipos de licenças necessárias para o funcionamento de um empreendimento: Licença Prévia (LP) - Tem por objetivo atestar a viabilidade de localização do empreendimento.Concedida na fase do planejamento, avalia a localização, atesta a viabilidade ambiental e onde são estabelecidos pelo órgão ambiental as condicionantes e requisitos básicos que obrigatoriamente deverão ser atendidos pelo empreendedor nas próximas fases de sua implantação. Licença de Instalação (LI) - Tem por objetivo dar direito ao empreendedor de implantar seu empreendimento conforme as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, inclusive as medidas de controle ambiental determinadas para a implantação. Licença de Operação (LO) - Tem por objetivo autorizar o início das atividades do empreendimento após a verificação do fiel cumprimento das exigências feitas nas licenças anteriores bem com, as medidas de controle ambiental e condicionantes para a operação. A normativa do IAP DIRAN 105.006 atualizada 23/10/2009 considerar os conceitos apresentados na IN 100.001 – Diretrizes do IAP para Licenciamento e Autorização Florestal, na IN 100.002 – Diretrizes para Licenciamento Ambiental de Atividades Poluidoras, Degradadoras e/ou Modificadoras do Meio Ambiente. 39 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A pesquisa foi realizada numa propriedade rural, na cidade de Dois Vizinhos - PR. A área está localizada sob as coordenadas: latitude 25º 45’15.39S e longitude 53º8’.21”O, como mostra Figura 1. FIGURA 1 - Demonstrativo da vista área da propriedade. FONTE: Google Earth (2010). O clima que caracteriza a região, segundo Pereira (2008), é subtropical e úmido mesotérmico (Cfa). Em altitudes elevadas também ocorrem ocasionalmente precipitações com verões quentes e geadas pouco freqüentes, com tendência de concentração nos meses de verão, sem estação seca definida. A média das temperaturas dos meses mais quentes é superior à 22°C, e dos meses mais frios é inferior a 18°C, com umidade relativa do ar de 65% e densidade pluviométrica de 2100 mm por ano. Foram analisados dados referentes à vegetação, solo, recursos hídricos, atividades agrícolas e pecuárias, no período 13 de agosto a 15 de setembro de 2010, com vistorias na área e o mapeamento dos pontos onde foram realizadas a sondagens de acordo com as normas da ABNT – (NBR 6484:1997). 40 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com Minayo (2007), teoria e metodologia caminham juntas e vinculadas, sendo “conjunto de técnicas” que constitui o instrumental necessário para aplicação da teoria é tratado como elemento fundamental para a coerência metódica da investigação. A realização dos procedimentos proporcionou situação de contatos formais e informais, provocando o atendimento dos objetivos do trabalho, onde foi coletadas 8 amostras em 4 pontos de água do córrego em frascos esterilizados, para a determinação de Cobre, Zinco, Ph, óleos e Graxas DQO e DBO e sólidos sedimentáveis. A coleta do solo foi realizada através do sistema de trado, por diagnósticos e Parâmetros de Normalidade, como: COBRE: Método: Espectrofotométrico - Standard Methols for Método: the Examination of Water and Wastewater - 21th Edition, 2005. DBO: Potenciométrico (Oxigênio dissolvido) - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. DQO: Metodo: Espectrofotométrico - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. OLEOS E GRAXAS: Metodo: Gravimétrico - 5220D Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. 5-38. pH: Metodo: Potenciométrico - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS: Método: Cone de Inhoff. Teste de 1 hora Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. ZINCO: Metodo: Espectrofotométrico - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. Foram coletadas 40 amostras de solo na propriedade em 12 pontos, onde foram enviadas para o laboratório para a determinação de cobre, zinco, pH, óleos e graxas, com os Parâmetros de Normalidade, como: COBRE: Método; Fotométrico OLEOS e GRAXAS: Método: Gravimétrico 41 pH: Metodo: Potenciométrico. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 21th Edition, 2005. ZINCO: Método: Absorção atômica Tratou-se de um estudo qualitativo de pesquisa. De acordo Boaventura (2004), a pesquisa qualitativa pressupõe Interpretação e compreensão pautados na observação participante e descrição densa, valorizando a idéia, delimitação e formulação do problema conforme resultados desta pesquisa. Pesquisa qualitativa é fonte direta de dados no ambiente natural, constituindo-se o pesquisador no instrumento principal; é uma pesquisa descritiva, em que os investigadores, interessando-se mais pelo processo do que pelos resultados, examinam os dados de maneira indutiva e privilegiam o significado. 3.2.1 Análise da água Portanto foi realizada a pesquisa sob coleta da água de um córrego que corta a propriedade, para as devidas análises, coletando-se 8 amostras em 4 pontos do córrego, como mostra a Figura 3. Amostras foram enviadas para o laboratório para a determinação de cobre, zinco, pH, DQO e DBO e sólidos sedimentáveis, conforme apresenta os pontos de coletas na Figura 2. FIGURA 2 - Pontos de coleta de água na propriedade. FONTE: Google Earth (2010). 42 3.2.2 Análise do solo Foi realizada a caracterização química do solo da área, coletando-se 40 amostras de solo em 12 pontos conforme demonstra a Figura 2, nas profundidades 0-20, 20-40, 40-60, 60-100 cm para determinação de cobre, zinco, pH e óleos e graxas, conforme apresenta os pontos de coletas do solo na Figura 3. FIGURA 3 - Pontos de coleta de solo na propriedade. FONTE: Google Earth (2010). De acordo com o princípio de perfuração e cravação dinâmica do amostrador-padrão, cada metro, resulta na determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como da observação do nível do lençol freático. Após sua ordenação pela profundidade, as amostras devem ser examinadas individualmente, devendo ser agrupadas as mesmas consecutivas com características semelhantes. (PALHARES, 2004). As coletas das amostras foram obtidas através de sondagem a trado conforme a NBR 9603/86, NBR 6502 e NBR 7250, e Instrução Normativa para Execução de Sondagem a Trado 04/94. Utilizou-se trado motorizado com sonda e forma de espiral com espessura de 1 polegada e a distância entre as espirras de 1 polegada. A sondagem iniciou-se às 10 horas da manhã do 02/09/2010 e o termino às 16 horas. O acondicionamento das amostras foi em fracos esterilizados para evitar a contaminação e logo após identificadas e lacradas. O transporte e envio para o laboratório foi feito através de uma transportadora às 18 horas do mesmo dia. 43 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 DIGANÓSTICO DA PROPRIEDADE A propriedade encontra-se degradada pelas atividades da suinocultura e pelas ações antrópicas. Os dejetos foram manejados incorretamente, depositados no solo, alcançando os recursos hídricos. A Figura 4 apresenta atividade atual no local. FIGURA 4 - Cultura existente na propriedade atualmente. 4. 2 IMPACTOS CAUSADOS PELOS DEJETOS DA SUINOCULTURA 4.2.1 Cobertura vegetal Com a avaliação da área, foi diagnóstica a ausência de cobertura vegetal adequada, provocando a degradação do local, erosão e compactação do solo, conforme apresenta a Figura 5. 44 FIGURA 5 - Degradação da pastagem. 4.2.2 Animais Animais soltos nas pastagens convivem com os dejetos acumulados no local, como apresenta a Figura 6. Tais dejetos foram expostos a céu aberto, e a vegetação se desenvolveu sobre os mesmos. FIGURA 6 - Dejetos dispostos no solo. 45 4.2.3 Efluentes líquidos A nascente na área recebeu grande carga de dejetos em época de muitas chuvas, resultando na contaminação dos rios da região, conforme apresenta a figura 7. FIGURA 7 - Córrego que corta a propriedade. Nas águas do córrego puderam ser observadas as alterações causadas pelo manejo incorreto, contribuindo para a degradação ambiental do local bem como dos outros que recebem esta água. O problema da adição de dejetos aos recursos hídricos é o rápido aumento populacional das bactérias e extração do oxigênio dissolvido na água para o seu crescimento. Se o corpo d’água contem oxigênio dissolvido (OD), os organismos envolvidos na decomposição da matéria orgânica são as bactérias aeróbias ou facultativas, sendo o CO2 e a H2O os subprodutos finais da digestão aeróbia. Quando se adiciona uma grande quantidade de dejetos num corpo d’água, teoricamente, a população de bactérias pode dobrar a cada divisão simultânea, ou seja, uma bactéria com tempo de multiplicação de 30 minutos pode gerar uma população de 16 777 216 novas bactérias em apenas 12 horas de vida (KRUEGER et al.1995). 4.2.4 Dejetos de suínos O armazenamento e tratamento dos dejetos dos suínos eram feitos em esterqueiras. Porém, com a água da chuva, partes dos dejetos alcançavam o córrego próximo causando contaminação, conforme apresenta as figuras 8 e 9. 46 Os dejetos quando dispostos sobre o meio ambiente de forma irregular podem causar danos ambientais na atmosfera, recursos hídricos e solo (PERDOMO, 2001). FIGURA 8 - Cano exposto de forma irregular para a disposição dos dejetos. FIGURA 9 - Depósito de dejeto no solo. Segundo Embrapa (1999), pelas características do solo raso tendo o horizonte A diretamente assentado sobre o substrato rochoso a que favorece uma circulação das águas subterrânea muito rápida, o substrato presente na área se apresenta bastante fraturado a que favorece a circulação dos contaminantes direcionando-os rapidamente para os corpos hídricos presentes próximos as esterqueiras. A figura 10 apresenta o depósito de dejetos no solo, sem o tratamento adequado. 47 FIGURA 10 - Depósito de dejeto ao fundo da propriedade. 4.2.5 Edificações Na propriedade as edificações se encontram em estado precário, sem condições ideais para armazenar e tratar os dejetos. Tais edificações não atendiam toda capacitação de produção da atividade, conforme apresenta Figura 11. FIGURA 11 - Edificações para suinocultura. As edificações devem ser projetadas visando o maior aproveitamento dos recursos naturais bem como ventilação e ao mesmo tempo que atenda a legislação, quanto às distâncias da fontes de água, dos rios, das estradas e das divisas. O local escolhido devem ser drenado, elevado, bem ventilado e com declividade para 48 facilitar o escoamento das águas fluviais e a retirada dos resíduos líquidos (OLIVEIRA, 2004). A Figura 12 apresenta a área utilizada como um reservatório para receber os dejetos, que, no entanto ficavam expostos no solo com abertura 1m² aproximadamente. Tal aspecto expõe a contaminação no solo e no ar da região. FIGURA 12 - Reservatório de dejetos. 49 4.2.6 Análise de risco Segundo o sistema de classificação de risco ambiental das terras para uso agronômico de dejetos de suínos (do IN DIRAM 105.006 anexo 5) o grau de risco ambiental se encontra na classe IV, conforme apresenta a Tabela 6 In DIRAM 105.006. Tabela 06: In DIRAM 105.006. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS [SUBCLASSES] PR- PROFUNDIDADE TE- TEXTURA DR- DRENAGEM PE- PEDREGOSIDADE HI- HIDROMORFISMO RE- RELEVO RI- RISCO DE INUNDAÇÃO GRÁU DE RISCO AMBIENTAL [UNIDADE] CLASSE DE RISCO AMBIENTAL DAS TERRAS 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE 0-NULO 1-LIGEIRO 2-MODERADO 3-FORTE 4-MUITO FORTE I II III IV V x X X X X X X A classe IV caracteriza terras de alto risco ambiental. Apresentam pelo menos um aspecto ambiental com grau de risco forte, ou um conjunto de 3 ou mais aspectos com risco ambiental moderado. 50 Somente podem ser utilizadas em casos especiais, com culturas permanentes, pastagem ou reflorestamento, mediante projeto técnico especifico. 4.2.7 Análise de água Os resultados obtidos para análise da água coletada encontram-se nas Tabelas 7, 8 e 9 conforme as análises. Nenhum ponto de coleta apresentou contaminação cobre zinco, óleos graxas e sólidos sedimentares, portanto não é necessária a descontaminação da água. Pontos de coleta 01 - PS 01 O (Ponto de Sondagem - PS 01) apresentou os resultados na Tabela 7. Coordenadas geográficas de localização. S= 25°45'15.34"S W= 53° 8'8.81"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 7 : Análises de água no ponto 1 RESULTADO DAS ANÁLISES Ponto 1 Cobre MG.L-1 DBO mgL-1 0,10 4,1 DQO Óleos e pH MG.L-1 Graxas MG.L-1 MG.L-1 5,4 5,000 6,20 Tabela 8: Parâmetros CONAMA 357/05 Parâmetros Unidade pH mg L-1 DBO mg L-1 DQO mg L-1 Óleos e graxas mg L-1 Sólidos sedimentáveis mg L-1 Parâmetros Cobre dissolvido Zinco total Sólidos sedimentáveis MG.L-1 Zinco MG.L-1 <0,100 <0,01 CONAMA 357/05 entre 5 a 9 até 5 mg L-1 até 300 mg L-1 até 20 mg L-1 até 1 mg L-1 Valor Maximo 1,0 mg/L Cu 5,0 mg/L Zn Fonte: CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008 Publicada no DOU nº 66, de 7 de abril de 2008. 51 De acordo com os parâmetros do Conama 357/05 e Conama 397/08, o ponto 1 não apresentou resultados de contaminação para cobre, zinco, óleos graxas e sólidos sedimentares. Pontos de coleta 02 - PS 02 O Ponto de Sondagem - PS 02 apresentou os resultados na Tabela 9. S= 25°45'11.95"S Coordenadas geográficas de localização: W= 53° 8'5.00"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 9 : Análises da água ponto 2. Ponto RESULTADO DAS ANÁLISES de 2 água Ponto 2 Cobre MG.L-1 DB DQO O MG.Lmg 1 L-1 Óleos e Graxas MG.L-1 pH MG.L-1 Sólidos sedimentáveis MG.L-1 Zinco MG.L-1 0,10 2,0 4,0 5,000 6,27 0,100 0,01 Tabela 10: Parâmetros CONAMA 357/05. Parâmetros pH DBO DQO Óleos e graxas Sólidos totais Sólidos totais fixos Sólidos totais voláteis Sólidos sedimentáveis Parâmetros Cobre dissolvido Zinco total Unidade mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 CONAMA 357/05 entre 5 a 9 até 5 mg L-1 até 300 mg L-1 até 20 mg L-1 até 1 mg L-1 Valor Maximo 1,0 mg/L Cu 5,0 mg/L Zn Fonte: RESOLUÇÃO CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008 Publicada no DOU nº 66, de 7 de abril de 2008. 52 De acordo com os parâmetros do Conama 357/05 e Conama 397/08 o ponto 02 não apresentou resultados de contaminação para cobre, zinco, óleos graxas e sólidos sedimentares. Pontos de coleta 03 - PS 03 O Ponto de Sondagem – OS 03 apresentou os resultados na Tabela 11. Coordenadas geográficas de localização: S= 25°45'14.15"S W= 53° 8'0.69"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 11 : Análises da água ponto 3. Ponto de RESULTADO DAS ANÁLISES 3 Água Ponto 3 Cobre MG.L-1 DBO mgL-1 0,10 2,0 DQO MG.L-1 4,4 Óleos e Graxas MG.L-1 pH MG.L-1 Sólidos sedimentáveis MG.L-1 Zinco MG.L-1 5,000 6,30 <0,100 <0,10 Tabela 12: Parâmetros CONAMA 357/05 Parâmetros Ph DBO DQO Óleos e graxas Sólidos totais Sólidos totais fixos Sólidos totais voláteis Sólidos sedimentáveis Parâmetros Cobre dissolvido Zinco total Unidade mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 CONAMA 357/05 entre 5 a 9 até 5 mg L-1 até 300 mg L-1 até 20 mg L-1 até 1 mg L-1 Valor Maximo 1,0 mg/L Cu 5,0 mg/L Zn Fonte: CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008 Publicada no DOU nº 66, de 7 de abril de 2008. 53 De acordo com os parâmetros do Conama 357/05 e Conama 397/08, o ponto 03 não apresentou dados de contaminação para cobre, zinco, óleos graxas e sólidos sedimentares. Pontos de coleta 04 - PS 04 O Ponto de Sondagem - PS 04 apresentou os resultados na Tabela 13. Coordenadas geográficas de localização: S= 25°45'15.08"S W= 53° 7'56.85"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 13 : Análises da água ponto 4. Ponto de 4 RESULTADO DAS ANÁLISES ÁGUA Cobre DBO DQO MG.L mgL-1 MG.L-1 1 Ponto 4 0,10 2,00 <4,10 Óleos e Graxas MG.L-1 pH MG.L-1 Sólidos sedimentáveis MG.L-1 Zinco MG.L-1 5,000 6,11 <0,100 <0,01 Tabela 14: Parâmetros CONAMA 357/05 Parâmetros pH DBO DQO Óleos e graxas Sólidos totais Sólidos totais fixos Sólidos totais voláteis Sólidos sedimentáveis Parâmetros Cobre dissolvido Zinco total Unidade mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 CONAMA 357/05 entre 5 a 9 até 5 mg L-1 até 300 mg L-1 até 20 mg L-1 até 1 mg L-1 Valor Maximo 1,0 mg/L Cu 5,0 mg/L Zn Fonte: RESOLUÇÃO CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008 Publicada no DOU nº 66, de 7 de abril de 2008. De acordo com os parâmetros do Conama 357/05 e Conama 397/08, o ponto 04 não resultou em contaminação para cobre, zinco, óleos, graxas e sólidos 54 sedimentares. Portanto não consta dados para preocupação para a descontaminação da água. Tais dados resultaram em parâmetros adequados para água, não sendo necessária a descontaminação. 4.2.8 Análise do solo A área é formada por um solo argiloso residual bastante raso, com o Horizonte B pouco desenvolvido estando em alguns lugares o Horizonte A diretamente sobre a camada rochosa. Esses solos com pequena expressão dos processos pedogenéticos apresentam em alguns pontos do terreno a presença de matações com tamanhos variados espalhados pela superfície. Esse solo é classificado através do Sistema Brasileiro de Classificação Pedológica da (Embrapa 1999 ) como Neossolo (EMBRAPA, 1999). Os resultados obtidos para o solo encontram-se nas tabelas 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26. O Ponto de Sondagem 01 O Ponto de Sondagem 01 apresenta os resultados na Tabela 15. Coordenadas geográficas de localização: S= 25°45'16.18"S W= 53° 8'0.63"O Datum WGS= WGS 84 55 Tabela 15 : Análises do solo ponto 1. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg 0 - 20 cm Óleos e Graxas pH CETESB Zn mgL -1 * S * T * I 113,25 ausente 6,50 645,3 CU 36 113 190 20 - 40 cm 95,3 ausente 6,93 243,5 AN 140 430 720 40 - 60 cm 97,2 ausente 7,38 146,7 60 -100 cm 84,4 ausente 7,05 127,4 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) Zn 2500 Cu 1000 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: * Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; * Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. * Valor de intervenção (I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Portanto, conforme referência da norma CETESB (1999) o elemento cobre, na profundidade de 0 - 20 cm indicou valor de Intervenção (*I), riscos a saúde humana e para o ambiente, com necessidade de intervenção imediata. De 20 – 100 cm apresentou valor de Alerta (*T), indicando alterações nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Já para zinco, nas profundidades de 0 – 20 cm apresentou valor de intervenção (*I) que indica riscos a saúde humana e para o ambiente, com necessidade de intervenção imediata e na profundidade 20 – 60 cm, apresentou valor de alerta (*T), que indica alterações nas propriedades do solo também sendo necessária a investigação. 56 Pontos de sondagem 02- PS 02 O Ponto de Sondagem 02 apresenta os resultados na Tabela 16. Coordenadas geográficas de localização: S= 25°45'16.64"S W= 53° 8'0.55"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 16: Análises do solo ponto 2 Profundidade da Sondagem RESULTADO DAS ANÁLISES Cu mg/Kg 0 - 20 cm 20 - 40 cm 91,2 84,3 Óleos e Graxas pH Zn mgL -1 ausente 5,01 ausente 4,76 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB 103,3 36,5 * S CU AN * T 36 140 * I 113 430 190 720 TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) Zn 2500 Cu 1000 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). * Não houve maior profundidade da sondagem devido à presença de pedras no solo. Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Conforme a referência CETESB (1999) os dados indicaram valor de alerta (T) para cobre nas profundidades de 0 - 40 cm confirmando alterações nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação 57 Pontos de sondagem 03 - PS 03 O Ponto de Sondagem - PS 03 apresenta os resultados na Tabela 17. Coordenadas geográficas de localização: S= 25°45'16.75"S W= 53° 8'0.05"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 17: Análises do solo ponto 3. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg 0 - 20 cm 20 - 40 cm 71,5 86,1 Óleos e Graxas pH Zn mgL -1 ausente 5,07 ausente 4,82 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB 22,05 23,97 * S CU AN * T 36 140 * I 113 430 190 720 TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) Zn 2500 Cu 1000 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). * Não houve maior profundidade da sondagem devido à presença de pedras no solo. Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Portanto, conforme a referência da norma CETESB (1999), o ponto 3 apresenta valor de alerta (*T) para o elemento cobre nas profundidades de 0 - 40 cm, indicando alterações nas propriedades do solo. 58 Pontos de sondagem 04 - PS 04 O Ponto de Sondagem - PS 04 apresenta os resultados na Tabela 18. Coordenadas geográficas de localização: S= 25°45'16.68"S W= 53° 7'59.80"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 18: Análises do solo ponto 4. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 84,0 17,2 91,1 78,5 Óleos e Graxas ausente ausente ausente ausente pH Zn mgL -1 6,05 5,27 5,39 4,84 24,2 18,4 18,2 30,4 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Portanto, conforme a referência CETESB (1999) para cobre, o valor de alerta (*T) indica alterações nas propriedades do solo, sendo necessário investigação nas profundidades de 0 - 20 cm, 40 - 60 cm e 60 - 100 cm no ponto de sondagem número 4. 59 Pontos de sondagem 05 - PS 05 O Ponto de Sondagem - PS 05 apresenta os resultados na Tabela 19. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'16.59"S W= 53° 7'59.69"O Datum WGS= WGS 84 Tabela 19: Análises do solo ponto 5. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm 88,4 81,8 Óleos e Graxas ausente ausente pH Zn mgL -1 5,92 5,04 29,4 19,5 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). * OBS: Não houve maior profundidade da sondagem devido a presença de pedras no solo . Portanto, conforme a referência CETESB (1999) para cobre, os valores de alerta (T) indicam alterações nas propriedades do solo, sendo necessária investigação nas profundidades de 0 - 40 cm, no ponto de sondagem número 5. Pontos de sondagem 06 - PS 06 O Ponto de Sondagem - PS 06 apresenta os resultados na Tabela 20. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'16.17"S W= 53° 7'59.88"O 60 Datum WGS= WGS 84 Tabela 20: Análises do solo ponto 6. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 84,2 81,0 79,3 85,4 Óleos e Graxas ausente ausente ausente ausente pH Zn mgL -1 5,67 5,43 6,01 4,92 19,0 28,9 23,8 28,3 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN * T 36 140 * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Portanto, conforme referência CETESB (1999) para cobre, as profundidades de 0 - 100 cm indicam valor de alerta (*T) com alterações nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Pontos de sondagem 07 - PS 07 O Ponto de Sondagem - PS 07 apresenta os resultados na Tabela 21. Coordenadas geográficas de localização. S= 25°45'15.39"S W= 53° 7'59.67"O 61 Datum WGS= WGS 84 Tabela 21: Análises do solo ponto 7. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 93,96 90,8 90,6 85,9 Óleos e Graxas ausente ausente ausente ausente pH Zn mgL -1 5,74 5,95 6,02 6,24 282,7 254,8 48,3 68,1 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Portanto conforme a referencia da norma CETESB (1999) para cobre apresentou valor de alerta (*T) nas profundidades de 0 - 100 cm que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação e já para zinco também apresentou valor de alerta (*T) nas profundidades 0 - 40 cm que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Pontos de sondagem 08 - PS 08 O Ponto de Sondagem - PS 8 apresenta os resultados na Tabela 22. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'16.21"S W= 53° 8'0.05"O 62 Datum WGS= WGS 84 Tabela 22: Análises do solo ponto 8. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 83,4 99,0 84,1 112,9 Óleos e Graxas ausente ausente ausente ausente pH Zn mgL -1 5,38 6,78 6,89 6,62 10,7 349,6 293,0 400,4 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN * T 36 140 * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Portanto conforme a referência da norma CETESB (1999) para cobre, o valor de alerta (*T) nas profundidades de 0 -100 cm indicando alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Para o elemento zinco também apresentou valor de alerta (*T) nas profundidades 20 -100 cm, indicando alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Pontos de sondagem 09 - PS 09 O Ponto de Sondagem - PS 9 apresenta os resultados na Tabela 23. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'16.56"S W= 53° 8'1.15"O 63 Datum WGS= WGS 84 Tabela 23: Análises do solo ponto 9. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 76,9 80,7 65,3 73,6 Óleos e Graxas ausente ausente * 4,84 % ausente pH Zn mgL -1 4,62 4,75 6,39 6,20 16,2 10,7 11,6 7,43 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Conforme a referência da norma CETESB (1999) para cobre, apresentou valor de Alerta (*T) nas profundidades de 0 - 100 cm indica ou alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação e também na profundidade 40 – 60 constatou-se alterações de 4,84% de óleos e graxas a contaminação, por qual é oriundo de uma fossa negra que esta próxima do ponto, sendo com a mesma profundidade, justificando os dados. Pontos de sondagem 10 - PS 10 O Ponto de Sondagem - PS 10 apresenta os resultados na Tabela 24. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'16.45"S W= 53° 8'1.52"O 64 Datum WGS= WGS 84 Tabela 24: Análises do solo ponto 10. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 75,3 88,3 74,8 92,3 Óleos e Graxas ausente ausente ausente ausente pH Zn mgL -1 4,44 5,14 5,17 6,02 26,7 43,5 34,8 191,2 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Conforme a referência da norma CETESB (1999) para cobre apresentou valor de Alerta (*T) nas profundidades de 0 - 100 cm indicando alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Para zinco também apresentou valor de alerta (*T) apenas na profundidade 60 - 100 cm, que indicando alteração na propriedade do solo, sendo necessária a investigação Pontos de sondagem 11 - PS 11 O Ponto de Sondagem - PS 11 apresenta os resultados na Tabela 25. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'14.49"S W= 53° 8'3.30"O Datum WGS= WGS 84 65 Tabela 25: Análises do solo ponto 11. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm 275,2 317,97 Óleos e Graxas ausente ausente pH Zn mgL -1 5,64 5,84 87,1 57,2 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). * Não houve maior profundidade da sondagem devido a presença de pedras no solo. Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Conforme a referência da norma CETESB (1999) o cobre apresentou valor de intervenção (*I) nas profundidades de 0 - 40 cm que indica riscos a saúde humana e para o ambiente com a necessidade de intervenção imediata. Pontos de sondagem 12 - PS 12 O Ponto de Sondagem - PS 12 apresenta os resultados na Tabela 26. Coordenadas geográficas de localização S= 25°45'14.19"S W= 53° 8'3.65"O Datum WGS= WGS 84 66 Tabela 26: Análises do solo ponto 12. Profundidade da RESULTADO DAS ANÁLISES Sondagem Cu mg/Kg SOLO 0 - 20 cm SOLO 20 - 40 cm SOLO 40 – 60 cm SOLO 60 -100 cm 117,7 152,5 146,8 117,7 Óleos e Graxas ausente ausente ausente ausente pH Zn mgL -1 5,34 5,26 5,08 5,34 354,2 237,4 276,4 354,2 IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009) CETESB * S CU AN 36 140 * T * I 113 430 Zn TEOR LIMITE NO DEJETO (mg de Mat. Seca) 2500 Cu 1000 190 720 FONTE: IN 100.001 - Diretrizes do IAP (2009). Fonte: CETESB, (1999). Onde: - Valor de referência (*S): nível permitido do elemento no solo; - Valor de alerta (*T): valor médio dos dois primeiros que indica alteração nas propriedades do solo, sendo necessária investigação. - Valor de intervenção (*I): indica riscos á saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção; Conforme a referência da norma CETESB (1999) para cobre, apresentou valor de Intervenção (*I) nas profundidades 0 - 60 cm que indica riscos a saúde humana e para o ambiente há necessidade de intervenção indicando alteração nas propriedades do solo, sendo necessária a investigação. Para zinco apresentou valor de alerta (*T) nas respectivas profundidades, sendo também sendo necessária a investigação. 4.3 DANOS E SOLUÇÕES De acordo com as avaliações e descrições do local, foi possível encontrar alternativas para os problemas, como objetivo de minimizar os danos e impactos sofridos pela atividade. 67 4.3.1 Cobertura vegetal Os pontos de sondagens servirão para determinar o nível de contaminação no solo o qual deverá ser utilizada como parâmetro para um processo de fitorremediaçao. O plantio de novas espécies de gramíneas reduziria o impacto gerado, melhorando a infiltração de água e diminuindo a erosão, bem como a regeneração com espécies florestais. A fitorremediação pode ser definida como, o uso de vegetação in situ para o tratamento de solos contaminados, as plantas podem remediar. Em muitos casos a fitorremediação é considerada como um passo de polimento final, para encerramento de locais após terem sido aplicadas outras tecnologias de remediação (BLAYA, 2000). 4.3.2 Solo contaminado Conforme a análise no ponto 9 da coleta (40-60 cm) do solo, constatou-se a presença de 4,84% de óleos e graxas, oriundos de uma fossa negra localizada próxima do ponto, na mesma profundidade. A biorremediação o uso do produto enzilimp para a limpeza do local contaminado. A ação dos microorganismos na dispersão das moléculas de matéria orgânica com as enzimas produzidas moléculas se dividem em substâncias especificas: ácidos graxos, Triglicérides, Proteínas, Carboidratos, celulose, etc. As várias substâncias são degradadas em compostos simples e começam a ser absorvidas por osmose pelos microrganismos. O uso de microrganismos e a biotecnologia o que há de mais avançado e ecologicamente correto. O princípio ativo de Enzilimp é uma seleção concentrada de microrganismos benéficos que, inoculados nos dejetos, geram um processo de exclusão competitiva, eliminando bactérias indesejáveis, produtoras de grandes quantidades de gás sulfídrico e amônia, provenientes da decomposição do esterco e restos de alimentos. Acelerando o ciclo do nitrogênio, promove a rápida 68 transformação desses elementos em compostos inócuos, reduzindo em cerca de 80% a presença de coliformes fecais e amoníaco, com redução importante do mau cheiro, pela restauração da sanidade ambiental (MILLENNIUN, 2010). Os tratamentos biológicos, à base de microrganismos, recebem o nome de biorremediação - o remédio vivo, que se auto-reproduz para agir, sempre, com a intensidade necessária à degradação do volume de matéria orgânica existente. Devolvendo à natureza um efluente limpo, a biorremediação preserva a qualidade de cursos d’água, solos e, até mesmo, lençóis freáticos. (MILLENNIUN, 2010). Já para os pontos que apresentaram valores acima da norma para metais pesados como cobre e zinco, a fitorremediação, seria a mais indicado através de Fitoextração – absorção dos contaminantes através das raízes das das plantas e posterior armazenamento no sistema radicular (raiz principal e laterais) ou caulinar (caule, folha e flores). Nota-se que essa absorção é favorecida quando há associação entre as raízes e fungos (micorrizas). De acordo com Coutinho e Barbosa (2006), a fitorremediação é um conjunto de técnicas que utiliza as plantas para recuperar solos e águas contaminadas com poluentes orgânicos ou inorgânicos, segundo as leis naturais. Estas técnicas possuem hoje um lugar de destaque devido à crescente necessidade de despoluir ambientes contaminados, bem como ao seu baixo custo e impacto ambiental, comparado com outras técnicas despoluidoras. Para Anselmo e Jones (2005), além de se mostrarem como excelentes indicadores de certos metais, tinham a capacidade de os extrair do solo, através dos seu sistema radicular (fixa a planta ao solo, absorve água, sais minerais e nutrientes e armazena alimentos de reserva) e de acumular esses metais nos seus tecidos, sem sofrerem lesões. A razão principal para esta absorção está na necessidade que as plantas têm de absorver certos metais como o cobre, zinco, etc. A fitorremediação oferece numerosos benefícios no tratamento do solo, subsolo e águas: apresenta um baixo custo; é capaz de descontaminar grandes áreas e ao mesmo tempo, embelezar o ambiente; a biomassa produzida pode ser utilizada como fertilizante, ração animal, produção de energia, pasta de papel, etc.; as plantas são mais fáceis de controlar do que os microrganismos; as propriedades físicas e biológicas são mantidas ou melhoradas; os compostos orgânicos podem ser degradados em C2O e H2O, não há necessidade de remoção vegetal após tratamento (DINARDI, 2003). 69 Para Coutinho e Barbosa (2006), são poucas as desvantagens da fitorremediação. A tecnologia está ainda em desenvolvimento; os metais do solo devem estar a uma distância inferior a 5m da superfície; o clima pode restringir o crescimento das plantas; o tempo de descontaminação pode ser longo 4.3.3 Água contaminada Conforme resultados das análises, não existe contaminante na água da propriedade, o que não desconsidera as técnicas de proteção das nascentes e mananciais. 70 CONSIDERAÇÕES FINAIS As análises da área verificaram a degradação ambiental do solo da propriedade pesquisada. De acordo com as normas da CETESB , pois a IAP não foi considerada muito branda, onde constou-se valores de Intervenção (I), no ponto 1 na profundidade 0 – 20 cm e no ponto 11 nas profundidades 0 – 40 cm e no ponto 12 nas profundidades 0 – 60 cm indicando riscos a saúde humana e para o ambiente, sendo necessária a intervenção imediata através de fitorremediação. A investigação nos demais pontos apresentaram valores de alerta (T) acima do permitido pela para metais pesados no solo de acordo com as normas CETESB, no ponto 9 na (profundidade 40 – 60 cm) constatou-se alterações em 4,84% de óleos e graxas, oriundos de uma fossa na mesma profundidade, sendo a descontaminação realizada por biorremediação através do produto enzilimp. Diante ao contexto este trabalho poderá servir como base para futuros trabalhos de TCC em biorremediação e fitorremediação. Dessa forma é de suma importância que as atividades de suinocultura se adéquam para a recuperação e o destino correto dos dejetos minimizando os impactos Foi possível detectar os danos causados na área de estudo e elaborar alternativas para prevenção e recuperação do local, como manejo correto do solo, recuperação da vegetação e gestão ambiental. 71 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANSELMO, A. L. F., JONES, C. M., (2005) Fitorremediação de Solos Contaminados – O Estado da Arte, ENEGEP – XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Porto Alegre, Brasil. [consultado em 11 de Maio de 2008 no endereço: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2005_Enegep1005_0558.pdf] ABNT - Associação Brasileira de Normas. Técnicas solo - sondagens de simples reconhecimento com SPT - método de ensaio. NBR 6484 - Soil - Standard penetration test - SPT - Soil sampling and classification - Test method Descriptors: Soil. Penetration test. Rio de Janeiro: Origem Projeto NBR 6484:1997 ABNT - Associação Brasileira de Normas. Técnicas solo – sondagens a trado – método de ensaio. NBR conforme a NBR 9603/86, NBR 6502 e NBR 7250, e Instrução Normativa para Execução de Sondagem a Trado 04/94. APHA, AWWA E WEF (1992) - American Public Health Association. Standard Methods for the Examinacion of Water And Wasterwater. 18th ed, Washigton, D.C BOAVENTURA, Edivaldo M. 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Art. 3º - Considera-se poluente toda e qualquer forma de matéria ou energia lançada ou liberada nas águas, no ar ou no solo: I - com intensidade, em quantidade e de concentração, em desacordo com os padrões de emissão estabelecidos neste Regulamento e normas dele decorrentes; II - com características e condições de lançamento ou liberação, em desacordo com os padrões de condicionamento e projeto estabelecidos nas mesmas prescrições; III - por fontes de poluição com características de localização e utilização em desacordo com os referidos padrões de condicionamento e projeto; IV- com intensidade, em quantidade e de concentração ou com características que, direta ou indiretamente, tornem ou possam tornar ultrapassáveis os padrões de qualidade do meio ambiente estabelecidos neste Regulamento e normas dele decorrentes. Na disposição do Decreto nº 8.468/76. no titulo IV Da Poluição do Solo 78 Art. 51 - Não é permitido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar Ou acumular no solo resíduos, em qualquer estado da matéria, desde que poluentes, na forma estabelecida no artigo 3º deste Regulamento. Art. 52 - 0 solo somente poderá ser utilizado para destino final de resíduos de qualquer natureza, desde que sua disposição seja feita de forma adequada, estabelecida em projetos específicos de transporte e destino final, ficando vedada a simples descarga ou depósito, seja em propriedade pública ou particular. Art. 56 - 0 tratamento, quando for o caso, o transporte e a disposição de resíduos de qualquer natureza, de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, quando não forem de responsabilidade do Município, deverão ser feitos pela própria fonte de poluição. 79 ANEXO 2 Para aplicação dos dejetos no solo, para fins agrícolas, devem ser observados, no mínimo, os seguintes aspectos: Disponibilidade de área para aplicação: O interessado deve possuir área agrícola disponível e com aptidão para disposição dos dejetos no solo. Para a aplicação de dejetos em áreas de terceiros, a mesma deverá ser avaliada e classificada como de Risco Ambiental I, II, III ou IV e deverá ser apresentado termo de compromisso entre as partes, com firma reconhecida em cartório. Área de aplicação: A escolha da área para disposição dos dejetos de suínos deve considerar os aspectos ambientais das terras, sua classe de risco ambiental e as características físico-químicas do solo. a definição de áreas aptas deverá seguir os critérios estabelecidos no sistema de classificação de risco ambiental das terras para uso agronômico de dejetos de suínos((PAULA SOUZA,M.L. , FOWLER,R.B. E BLEY JR, C.J., 2003, ANEXO 5). Estas áreas deverão adotar obrigatoriamente técnicas ou práticas de uso manejo e conservação do solo compatíveis com a sua Classificação de Risco; Época de aplicação: O dejeto deve ser aplicado em período compatível com o uso e manejo do solo e da cultura. Fora de aplicação: A aplicação pode ser em sulcos, linhas de plantio ou em cobertura total. Os dejetos devem ser dispostos no solo de forma que não causem contaminação dos cursos de água e do lençol freático pelo escorrimento superficial e/ou percolação da água. CULTURAS RECOMENDADAS Grandes Culturas, principalmente aquelas cujos produtos são consumidos após a industrialização ou alimentos não consumidos “in natura”, tais como: milho, feijão, soja, sorgo, canola, trigo, aveia, cevada, forrageiras para adubação verde. Reflorestamento: na implantação Produção de Grama: incorporado ao solo Fruticultura 80 Pastagens: o dejeto poderá ser utilizado em pastagem, desde que seja determinado um período de carência mínima de 30 dias para utilização da área para pastejo. MONITORAMENTO O monitoramento deve ser realizado 1(uma) vez por ano, através de análise de fertilidade do solo(rotina) antes da aplicação do resíduo. Os parâmetros, cobre total e zinco total devem ser analisados a cada 2 (dois) anos. A profundidade de amostragem deve variar com método de preparo de solo: plantio convencional – 0 a 20 cm de profundidade plantio sem revolvimento ou pastagem– 0 a 5 e 5 a 20 cm de profundidade são recomendadas com objetivo de verificar o acúmulo de nutrientes em superfície, passíveis de escorrimento superficial. No caso de suspeita de acúmulo de nitrato em profundidade, deve-se analisar os teores de nitrato e amônio em profundidade com amostragem nas profundidades de 0-20 e 20-60 cm 81 ANEXO 3 Segundo a instrução normativa do IAP DIRAN 105.006 atualizada 23/10/2009 considerar os conceitos apresentados na IN 100.001 – Diretrizes do IAP para Licenciamento e Autorização Florestal, na IN 100.002 – Diretrizes para Licenciamento Ambiental de Atividades Poluidoras, Degradadoras e/ou Modificadoras do Meio Ambiente. APLICAÇÃO: Os conceitos, critérios e procedimentos discriminados nesta IN devem ser adotados pelos Escritórios Regionais - ESREGs, pela Diretoria de Controle de Recursos Ambientais - DIRAM, pela Diretoria de Estudos e Padrões Ambientais - DEPAM e/ou unidades conveniadas, segundo os respectivos níveis de competência estabelecidos para o licenciamento ambiental de Empreendimentos de Suinocultura com aproveitamento econômico no Estado do Paraná. Esta IN não se aplica em casos de criação ao ar livre e criação confinada inferior a 10 animais (terminação) e 3 matrizes (UPL e CC), desde que não esteja causando qualquer forma de poluição. FUNDAMENTO LEGAL: Considerar os fundamentos legais apresentados na IN 100.001, na IN 100.002 e ainda: LEGISLAÇÃO FEDERAL: Instrução Normativa Nº 8, de 25 de março de 2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. - LEGISLAÇÃO ESTADUAL: Lei Complementar nº 4/75 e Decreto no 3.641/77 que dispõe sobre o Código Sanitário do Estado; Decreto nº 6.120/85 que dispõe sobre a preservação do solo agrícola no Estado do Paraná; Lei nº 11.504/96 e Decreto no 2.792/96 que dispõe sobre a Defesa Sanitária Animal no Estado e dá outras providências.