Tópico 4. Derivadas (Parte 1) 4.1. A reta tangente Para círculos, a tangencia é natural? Suponha que a reta r da figura vá se aproximando da circunferência até tocá-la num único ponto. Na situação da figura 4, dizemos que a reta r é tangente a circunferência no ponto P. Exemplos de retas tangentes (no ponto P) a algumas curvas: Na figura 7, apesar da reta tocar a curva em dois pontos, ela tangencia a curva em P, como na figura 4. Estas retas tocam suavemente as curvas nos pontos P indicados. Exemplos de retas que não são tangentes (no ponto Q) a algumas curvas: Estas retas não tocam suavemente as curvas nos pontos indicados como no exemplo da circunferência (fig. 4). Elas “cortam”, “penetram” as curvas. 4.1.1 Obtendo uma reta tangente a um dado ponto de um gráfico de uma função Vamos determinar a equação da reta tangente a uma função (uma curva) num ponto do seu domínio. Seja y = f (x) uma curva definida num intervalo aberto I. Considere P( xo, yo) , sendo yo = f(xo) , um ponto fixo e Q(x, y) um ponto móvel, ambos sobre o gráfico de f. Seja s a reta que passa pelos pontos P e Q e considere β o ângulo de inclinação de s. Seja t a reta tangente ao gráfico de f no ponto P e considere α o ângulo de inclinação de t. 2 Considerando o triângulo retângulo PTQ, obtemos o coeficiente angular da reta s como Suponha que o ponto Q mova-se sobre o gráfico de f em direção ao ponto P. Desta forma, a reta s se aproximará da reta t. O ângulo β se aproximará do ângulo α, e então, a tg(β) se aproximará da tg(α). Usando a notação de limites, é fácil perceber que 3 onde h = Δx = x – x0. Exemplo: Coeficiente angular e tangente para y = 1/x. Solução: 4 5 4.2. Taxa de variação: A derivada de uma função num ponto Teorema: Toda função derivável num ponto é contínua neste ponto. 6 Exemplo: Dada a função f(x)= x2 − x + 1, determine por definição f '(2). Onde h = Δx. Observação: a derivada é uma operação que transforma uma função numa outra função. 𝑑𝑦 Dada a função: y = f(x) operação Dada derivada: 𝑦 ′ = 𝑑𝑥 𝑑 𝑑𝑥 7 4.3 Representando graficamente a derivada de uma função y = f(x) 8 Figura anterior: 4.4. Regras de derivação Vamos apresentar algumas regras que irão facilitar o cálculo das derivadas das funções sem recorrer a definição. 1. Derivada de uma função constante Se f (x) = c , c é uma constante real, então f ’ (x) = 0 . Exemplo: Calcule as derivadas das funções abaixo: a) f(x) = 5 f ’ (x) = 0 b) f(x) = ½ f ’ (x) = 0 2. Derivada da função potência Exemplo. Calcule as derivadas das funções abaixo: 9 3. Derivada do produto de uma constante por uma função Exemplo: 4. Derivada de uma soma de funções Se f (x) e g(x) são função deriváveis, então a função h(x) = f (x)+ g(x) tem derivada dada por h' (x) = f ' (x)+ g' (x). Exemplo: Se f (x) = 4x3 + 3x2 − x + 5 então f ' (x) = 12x2 + 6 x − 1 . 5. Derivada de um produto de funções Se f (x) e g(x) são função deriváveis, então a função h(x) = f (x)⋅ g(x) tem derivada dada por h' (x) = f ' (x)⋅ g(x)+ f (x)⋅ g' (x). Exemplo 1: Se f (x) = (x3 − x)(2 − x) então f ' (x) = (3x2 − 1)(2 − x)+ (x3 − x)(0 − 1) = −4x3 + −6 x2 + 2x − 2 . Exemplo 2: 10 11 OBS. Em geral, se o gráfico de uma função tem um ´bico´, não há tangente nesse ponto e f não é derivável nesse ponto. Então ser derivável é uma condição de ´suavidade´. 6. Derivada de um quociente de funções Exercícios: 4.5 Regra da derivação da função composta (Regra da Cadeia) Como veremos nas aulas seguintes, várias aplicações do cálculo na engenharia envolvem a busca de uma função com alguma derivada. Às vezes identificamos este tipo de função imediatamente. Por exemplo, sabemos que cosx é a derivada de senx ou que 2x é a derivada de x 2 e que a soma cosx + 2x é a derivada de senx + x2. Mas e se utilizarmos o produto de duas derivadas em vez da soma? Sabemos que o resultado não vem do produto das funções derivadas porque a derivada de seus produtos não é o produto de suas derivadas. Então de onde vem o produto de derivadas? A resposta está em uma regra para derivação de funções compostas, chamada Regra da Cadeia. Esta seção descreverá essa regra, mostrando como usá-la. Derivada de uma função composta Começaremos com exemplos, 12 13 Exercício: Dados y = f(u) e u = g(x), determine dy/dx = f’(g(x))g’(x). 4.6 Potências racionais de funções deriváveis 14 15 4.7 Derivada de funções elementares (parte 1) Vamos agora apresentar as derivadas das funções elementares do cálculo. São elas as funções exponenciais, logarítmicas, trigonométricas e trigonométricas inversas (As duas últimas serão abordadas no próximo tópico). 1. Derivada da função exponencial O mesmo é válido quando a base a ≠ e. 16 2. Derivada da função logarítmica 17 4.8 Derivadas sucessivas Em algumas aplicações precisamos derivar uma função mais de uma vez. Se uma função y = f (x) for derivável, isto é, existe f´(x), podemos pensar na derivada de f´(x) e assim sucessivamente. Definimos e denotamos as derivadas sucessivas de uma função y = f (x) de acordo com a tabela abaixo: Exemplo: 18 Exercício: Calcule as derivadas sucessivas até a ordem n indicada. a) y = 3x4 − 2x − 9, n = 4. b) y = ax3 + bx2 + cx+d, n = 3. Referências 1. Apostila Limites e Derivadas, site: http://pt.scribd.com/doc/65521769/211220100802-CalculoDiferencial-e-Integral-1-Engenharia-Civil, acessado em 01/05/2013. 2. Apostila Prof. Sérgio Pilling, http://www1.univap.br/spilling/C1/C1.htm (acesso em 01/03/2013). 3. Fleming, Diva Maria; Gonçalves, Mirian Buss, “Cálculo A”, 6a Edição, Pearson Prantice Hall, 2009. 19