SOCIEDADE DE EDUCÃO DO VALE DO IPOJUCA – SESVALI
FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA – FAVIP
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
ARIELLY THAIARANNA NOGUEIRA MARCELINO FELIX BEZERRA
CLÍCIA MEYRIELE DE OLIVEIRA BEZERRA
PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENCONTRADAS A PARTIR DO EXAME
CITOLÓGICO VAGINAL, REALIZADO PELO ENFERMEIRO, EM UMA
UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE RECIFE-PE
CARUARU
2011
ARIELLY THAIARANNA NOGUEIRA MARCELINO FELIX BEZERRA
CLÍCIA MEYRIELE DE OLIVEIRA BEZERRA
PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENCONTRADAS A PARTIR DO EXAME
CITOLÓGICO VAGINAL, REALIZADO PELO ENFERMEIRO, EM UMA
UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE RECIFE-PE
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade
do Vale do Ipojuca, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Esp. Emanuela Rozeno de Oliveira
CARUARU
2011
Catalogação na fonte Biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE
B574p
Bezerra, Arielly Thaiaranna Nogueira Marcelino Felix.
Principais patologias encontradas a partir do exame citológico
vaginal, realizado pelo enfermeiro em uma Unidade de Saúde da
Família do município de Recife-PE / Arielly Thaiaranna Nogueira
Marcelino Felix Bezerra e Clícia Meyriele de Oliveira Bezerra. –
Caruaru
:
FAVIP,
2011.
26 f.
Orientador(a) : Emanuela Rozeno de Oliveira.
Trabalho de Conclusão de Curso (Enfermagem) -- Faculdade
do Vale do Ipojuca.
Inclui anexo e apêndice.
1. Doenças sexualmente transmissíveis. 2. Neoplasias do colo
do útero. 3. Saúde da mulher. I. Clícia Meyriele de Oliveiria
Bezerra. II. Título.
CDU 616-083[12.1]
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367
ARIELLY THAIARANNA NOGUEIRA MARCELINO FELIX BEZERRA
CLÍCIA MEYRIELE DE OLIVEIRA BEZERRA
PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENCONTRADAS A PARTIR DO EXAME
CITOLÓGICO VAGINAL, REALIZADO PELO ENFERMEIRO, EM UMA
UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE RECIFE-PE
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade
do Vale do Ipojuca, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Esp. Emanuela Rozeno de Oliveira
Aprovado em: ___/___/___
Orientadora: __________________________________________
1º Avaliador(a): ________________________________________
2º Avaliador(a): ________________________________________
CARUARU
2011
Dedicamos a Deus, pois sem Ele, esta conquista não
seria possível. Pela permissão e vontade divina de
termos chegado até aqui. Aos nossos pais pelo
esforço e dedicação, sempre colaborando para com o
nosso sucesso e felicidade, nos motivando a nunca
desistir nesta longa caminhada. À nossa orientadora,
pelo empenho e ajuda na construção dos nossos
alicerces.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela sabedoria, força, amparo e permissão que chegássemos até aqui, por ser Mestre e
guia na construção do nosso futuro.
Aos nossos pais, por terem nos apoiado e motivado a nunca desistir, sempre colaborando na
construção do nosso futuro profissional, confortando-nos a cada tristeza e vibrando conosco a
cada vitória, fazendo-se presentes em todos os momentos das nossas vidas.
A minha avó Zuleide Nogueira Marcelino, especial por essência, foi uma das maiores razões
para este instante de vitória. Alguém que sempre me aconselhou, orientou para o meu
crescimento, além de me amar de maneira incondicional.
Ao meu namorado Raphael Soares, por estar sempre ao meu lado e dividir comigo momentos
significativos, por dedicar-se a mim de maneira paciente e carinhosa, sempre com muito
amor, me encorajando a superar os obstáculos.
A nossos parentes e amigos, por acreditarem no nosso potencial, nos auxiliando e caminhando
junto conosco. Em especial as nossas amigas: Bárbara Freire, Lucicleide Maria e Patrícia
Tôrres por contribuírem de alguma forma para construção do nosso trabalho, dividindo nossos
conhecimentos para um crescimento mútuo como profissional e como pessoas.
A Emanuela Rozeno, nossa orientadora, por sempre estar ao nosso lado, tornando este
trabalho possível, e ajudando a construir nosso perfil profissional de maneira ética e
responsável.
A Candice Heimann, coordenadora, por além de ser espelho e exemplo, estar junto conosco,
contribuindo em todos os momentos para a construção das nossas bases, com amor,
conhecimento, humanização e fé.
Ao corpo docente, por terem sido o alicerce para que tudo isto se tornasse possível,
colaborando na construção do nosso conhecimento.
Aos funcionários da Favip, por estarem sempre ajudando no que fosse possível para a
realização das nossas atividades.
"É preciso encontrar as coisas
certas da vida para que ela tenha o sentido que se
deseja. Assim, a escolha de uma profissão também é
a arte de um encontro, porque uma vida só adquire
vida quando a gente empresta nossa vida para o resto
da vida".
Vinícius de Moraes
SUMÁRIO
Resumo ......................................................................................................................... 09
Summary ......................................................................................................................
10
Introdução ..................................................................................................................... 11
Metodologia .................................................................................................................. 13
Considerações Éticas .................................................................................................... 14
Resultados ....................................................................................................................
14
Discussão ...................................................................................................................... 15
Agradecimentos ............................................................................................................ 19
Referências Bibliográficas ...........................................................................................
20
Figuras e Tabelas .......................................................................................................... 24
Apêndices
Apêndice A - Carta de Anuência ...................................................................... 29
Apêndice B – Folha de Autorização para Desenvolvimento da Pesquisa.........
30
Apêndice C - Formulário para Coleta de Dados ............................................... 31
Anexos
Anexo 1 - Folha de Rosto do CEP .................................................................... 33
Anexo 2 - Parecer de Aprovação do CEP ......................................................... 34
Anexo 3 – Normas da Revista para Publicação ................................................ 35
9
PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENCONTRADAS A PARTIR DO EXAME
CITOLÓGICO VAGINAL, REALIZADO PELO ENFERMEIRO, EM UMA
UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE RECIFE-PE
Main Pathologies Found From Examining Vaginal Cytology, Performed By Nurses, In A
Family Health Unit Of The City Of Recife-PE
AUTORAS:
Arielly Thaiaranna Nogueira Marcelino Felix Bezerra¹
Clícia Meyriele de Oliveira Bezerra2
Emanuela Rozeno de Oliveira3
RESUMO
Objetivo: Identificar as principais patologias encontradas a partir do exame citológico vaginal
realizado pelo enfermeiro. Metodologia: Estudo do tipo transversal e quantitativo, onde
foram analisados dois livros de registro contendo dados retrospectivos de pacientes que
realizaram o exame citológico vaginal, no período de julho de 2009 a dezembro de 2010.
Resultados: Revelam que as principais vaginites encontradas a partir do exame citológico
foram Gardnerella vaginalis (74,3%), Candida albicans (17,6%), e Trichomonas vaginalis
(6,6%). Conclusão: Deve-se avaliar a baixa cobertura dos exames, a necessidade de
planejamento da assistência e da ampliação da faixa etária priorizada pelo Ministério da
Saúde para realização do exame citológico vaginal, além da criação de estratégias para
reorganização do serviço, em torno da qualidade da assistência prestada para promoção e
prevenção de patologias que acometem a saúde da mulher.
Palavras- chave: doenças sexualmente transmissíveis; esfregaço vaginal; neoplasias do colo
do útero; saúde da mulher.
10
SUMMARY
Objective: To identify the main diseases found from the vaginal cytology performed by
nurses. Methodology: We
from patients
analyzed the
who
December 2010. Results: It
record
books
containing retrospective
underwent vaginal cytology during
shows
that the
main vaginitis found
data
July 2009 to
from
the cytologic
examination were Gardnerella vaginalis,Candida albicans and Trichomonas vaginalis. Concl
usion: We were able to evaluate the low coverage of the tests, the need for care planning and
expanding the
age
group prioritized by
the
Ministry
of Health
to
perform
the vaginal cytology, and the creation of strategies for reorganization of the service, centered
around
the quality
of
care provided for
promotion and
prevention of
diseases
that affect women's health.
Key words: sexually transmitted diseases, vaginal smear, cancers of the cervix, women's
health
1- Arielly Thaiaranna Nogueira Marcelino Felix Bezerra, Graduanda do 8º período do
curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca, Rua Manoel Geraldo de
Albuquerque, nº85, Vila Kennedy, Caruaru – E-mail: [email protected].
2- Clícia Meyriele de Oliveira Bezerra, Graduanda do 8º período do curso de Enfermagem
da Faculdade do Vale do Ipojuca, Rua Antônio de Souza, nº120, Petrópolis, Caruaru – Email: [email protected].
3 – Emanuela Rozeno de Oliveira, Graduada em Enfermagem pela Fundação de Ensino
Superior de Olinda – FUNESO, Especialista em Saúde Pública e Enfermagem do Trabalho,
Mestranda em Educação pela CLAEH, Professora do Curso de Enfermagem da FAVIP. Rua
Emboabas, 65, apto 202, boa Vista Recife – PE – E-mail:[email protected].
11
Introdução
No Brasil, a principal estratégia utilizada para detecção precoce/rastreamento do
câncer do colo do útero e de outras infecções que acometem o colo uterino é através da
realização da coleta de material para exames citopatológicos cervico-vaginal e microflora,
conhecido popularmente como exame preventivo do câncer de colo do útero; exame
papanicolau; citologia oncótica ou Pap Teste.1
O exame citológico vaginal consiste na inspeção e palpação da genitália externa e
introdução do espéculo para inspeção da genitália interna.2 Tal procedimento analisa o
aparecimento de patologias como Neoplasias Intraepiteliais Cervicais (NIC I, II e III), câncer
de colo do útero, displasia cervical e infecções ocasionadas por: Trichomonas vaginalis,
Papiloma Vírus Humano (HPV), entre outras.3
A Candida albicans e a Gardnerella vaginalis não são consideradas infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST). A Candida é uma constituinte normal da flora vaginal e se
torna patológica apenas quando o meio vaginal é modificado, assim como a Gardnerella,
conhecida como vaginose bacteriana, caracteriza-se como uma infecção quando os
lactobacilos na vagina são substituídos por altas concentrações de bactérias anaeróbicas. Essas
infecções são tratadas apenas se houver sintomatologia.4
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o
segundo mais incidente na população feminina brasileira, comparado a outras patologias do
sistema reprodutor que afetam o público alvo feminino.5 De acordo com o INCA, o exame
citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos de idade, com uma frequência
de uma vez ao ano e, após dois exames anuais consecutivos cujos resultados sejam negativos,
o exame deverá ser realizado a cada três anos.6,7 Tal recomendação permite a detecção
12
precoce de lesões pré-malignas, uma vez que a patologia tem uma progressão lenta para
doenças mais graves1,8.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que, nas mulheres entre 35 e
64 anos que realizaram um exame citopatológico do colo do útero com resultado negativo e
que realizaram um exame subsequente a cada três anos, há uma expectativa de redução
percentual no risco cumulativo de desenvolver câncer, devido ao seu rastreamento, variando
esse índice entre 91% e 93%.1
É observado que, com o aumento da idade, eleva-se também a probabilidade de a
mulher desenvolver câncer de colo uterino, bem como outras doenças infecciosas do
aparelho reprodutor, podendo estar relacionado a mudanças hormonais e o não uso de
preservativo, por na maioria das vezes manterem um relacionamento conjugal estável e não
julgarem necessário o uso de preservativo. Em contrapartida, adolescentes tornam-se mais
vulneráveis por fatores como início da vida sexual cada vez mais cedo, consequentemente
multiplicidade de parceiros, como também o não uso de preservativo associados a maior
probabilidade de adquirir infecções.9,10 Neste contexto, torna-se necessária uma melhor
observação das faixas etárias em que essas patologias mais acometem as mulheres.11-12
De acordo com Ricci, a incidência das taxas de mortalidade, devido a doenças como o
câncer de colo do útero, tem diminuído durante as últimas décadas, resultado então obtido
devido a um melhor rastreamento atribuído ao esfregaço de Papanicolau. Vale lembrar
também que, uma vez detectado em seu início, é um dos cânceres mais tratáveis, assim como
a maioria das patologias do sistema reprodutor feminino.4,13 De acordo com a OMS, estima-se
que a realização do exame atinja uma cobertura com o percentual de 80 a 100%, sendo
possível assim uma redução de aproximadamente 60 a 90% do câncer invasivo.16
13
Nesta perspectiva, tal estudo tem como objetivo maior a identificação das principais
patologias a partir do exame citológico vaginal, o levantamento do número de mulheres que
apresentaram alguma alteração do exame citopatológico e a análise das faixas etárias mais
acometidas, contribuindo assim no desenvolvimento de medidas de redução das taxas de
morbidade e mortalidade, bem como de medidas educativas de caráter preventivo.
Metodologia
Estudo do tipo transversal e quantitativo, com levantamento retrospectivo de dados de
pacientes que realizaram o exame citológico vaginal, por enfermeiras, na Unidade de Saúde
da Família Coqueiral I e II, localizada em um território de difícil acesso, área de morro, na
microrregião 5.3 do Distrito Sanitário V no município de Recife- PE. Para a presente
pesquisa, foi utilizado um questionário formulário para coleta de dados, com o objetivo de
fazer um levantamento quantitativo dos dados, que se deu através dos livros de registro de
atendimentos, analisando os dados de julho de 2009 até dezembro de 2010.
Todos os dados foram analisados e processados através do Programa Epi-info, na
versão 3.5.2, e o programa Microsoft Office Excel® versão 2010. Foram criados gráficos e
tabelas demonstrando o percentual de mulheres que apresentaram as referidas patologias, bem
como aquelas que não foram à unidade solicitar o resultado.
Os dados foram prioritariamente analisados na faixa etária do programa do Ministério
da Saúde (25 a 64 anos de idade), mas, oportunamente, foi feita a análise nas demais faixas
etárias. As três variáveis analisadas foram: (1) as principais patologias encontradas, (2) a
identificação da faixa etária mais acometida pelas infecções, (3) o levantamento do número de
exames, nos quais as pacientes não retornaram à unidade para solicitar o resultado.
14
Todas as mulheres que participaram da pesquisa tiveram assegurada a sua privacidade
e o sigilo das informações; uma vez que não foi necessário identificar o nome e endereço
delas, cada mulher foi identificada por um número. Estes dados ficaram sob a guarda das
pesquisadoras, sendo utilizados somente para o que se refere aos objetivos da pesquisa. Foram
excluídas do estudo as mulheres que menstruaram durante a coleta de material,
impossibilitando assim a realização do exame.
Considerações Éticas
O presente trabalho foi submetido à apreciação do Comitê de Ética de Pesquisa (CEP)
da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP) de PE, sendo respeitados todos os princípios éticos
contidos na Resolução nº 196/96 e autorizado segundo parecer de aprovação projeto de
pesquisa – nº 00017/2011 – CEP/FAVIP/PE no dia 04 de outubro de 2011. Sendo autorizada
através da Carta de Anuência remetida e entregue uma cópia para a Secretaria de Saúde do
Recife – PE, com finalidade de aprovação da pesquisa, e outra que ficou sob a guarda das
pesquisadoras.
Resultados
Considerando a totalidade de mulheres que realizaram o exame, a amostra
contabilizou um total de 389 mulheres. A idade variou de 14 a 95 anos. A faixa etária de
maior prevalência foi a de 26 a 36, anos 114 (29,3%), seguida de 15 a 25 anos, 101 (26%), e
37 a 47 anos, 91 (23,4%) (Figura 1). Dentre os resultados analisados, 276 (70,9%) encontramse na faixa etária de 25 a 64 anos, priorizada pelo Ministério da Saúde (Figura 1).
15
Quanto aos principais resultados identificados no exame citológico, 230 (59,1%)
mulheres não apresentaram alteração do exame citopatológico, e 21 (23,4%) não constava
resultado. Dentre as patologias encontradas em 136 mulheres, destaca-se a Gardnerella
vaginalis, 101 (74,3%), Candida albicans, 24 (17,6%), e o Trichomonas vaginalis, 9 (6,6%)
(Figura 2).
Dentre as principais patologias e a distribuição segundo faixa etária, a Gardnerella
vaginalis apresentou-se mais frequente em mulheres de 26 a 36 anos, 38 (37,6%), seguida de
15 a 25 anos, 27 (26,7%), e 37 a 47 anos, 22 (21,8%). A Candida albicans prevaleceu nas
faixas etárias de 15 a 25 anos, 26 a 36 anos ambas com 7 (29,2%) e o Trichomonas vaginalis,
entre 37 e 47 anos 4 (44,4%). Destaca-se a presença de HPV, 4 (66,7%), e NIC I, 3 (100%),
na faixa etária de 15 a 25 anos ( Figura 3).
Ao analisar o retorno à unidade de saúde para busca de resultado, 77 (19,8%) não
retornaram, 51,9 % não apresentaram alteração, 23,4% não tinham resultado e 14,3
apresentaram Trichomonas vaginalis (Tabela 1).
Discussão
Com base nos dados analisados, observou-se que, em uma população de
aproximadamente 1.600 famílias cobertas pela USF do Coqueiral I e II, no período estudado,
somente 389 mulheres realizaram o exame citológico vaginal na USF. Esta pequena demanda
poderá estar relacionada à realização do exame em outra unidade de saúde pública, por plano
de saúde ou particular. Fernandes, que aborda os conhecimentos, atitudes e prática do exame
de Papanicolau, afirma que ainda existem barreiras em diversos aspectos da vida da mulher
que dificultam o alcance da cobertura desejada; características como escolaridade e condições
financeiras contribuem para um baixo percentual, uma vez que fatores como estes interferem
16
no nível de conhecimento acerca da importância do exame e na procura da mulher ao serviço
de saúde.15 Estudos ainda mostram que a falta de adesão ao preventivo pela população está
relacionada a fatores como desconhecimento do próprio corpo, do exame e de como se dá a
sua realização, fatores de ordem pessoal e ainda a dificuldade de acesso da mulher ao serviço
de saúde, situação esta encontrada no presente estudo, uma vez que a unidade está situada em
um local inapropriado - área de morro.16-17
Evidenciou-se nesse estudo que a faixa etária priorizada pelo MS é realmente a de
maior demanda, contribuindo com a real necessidade do foco nesta faixa etária, quando
observada a realização do exame citopatológico, no entanto o número de mulheres que não
estão dentro da priorização do MS representa uma quantidade significativa. O que se faz
necessário é uma melhor avaliação da ampliação da faixa etária, uma vez que normas
preconizadas para o rastreamento no país seguem a tendência universal de não incluir
prioritariamente mulheres abaixo da faixa etária de 25 anos e com mais de 65. 12
Uchimura fala sobre a qualidade das colpocitologias na prevenção do câncer do colo
uterino, abordando a questão de se sugerir uma ampliação do rastreamento em mulheres
jovens em função do aumento da incidência de lesões precursoras numa faixa etária de 20-34
anos de idade, o que foi observado por essa incidência ser de aproximadamente 60% dos
casos, tornando estes resultados corroborativos à pesquisa, além de ser de importante
observação o aparecimento de casos de HPV e NIC I em mulheres com uma faixa etária de
15-25 anos de idade.18 Através do presente estudo, evidenciou-se que a segunda faixa etária
que apresentou maior percentual não está inserida no que o MS prioriza, tornando necessária
uma reavaliação para possível ampliação das faixas etárias preconizadas.
Estudos sobre lesões intraepiteliais cervicais em adolescentes revelam que a
frequência de alterações citológicas é mais comum em adolescentes, uma vez que há mudança
de comportamento desse grupo, acarretando um início da vida sexual precoce e aumento do
17
número de parceiros sexuais, tornando-as mais vulneráveis a adquirir infecções como o HPV,
embora as lesões mais predominantes sejam as de baixo grau.11
Quanto aos principais resultados identificados no exame citológico, destacam-se os
diagnósticos de Gardnerella vaginalis e a Candida albicans. Apesar de não serem
consideradas infecções sexualmente transmissíveis, foram incluídas no estudo, pois são
motivos frequentes da procura por cuidados ginecológicos, ressaltando que só se torna
necessário o tratamento caso apresentem sintomatologia. Em seu artigo, Barcelos cita que foi
observada uma diminuição do Trichomonas vaginalis nas últimas décadas, considerando que
o uso de medicação e melhores condições de saúde da população foram fatores positivos para
os baixos percentuais. Em nossa pesquisa, também pudemos avaliar que a taxa não foi
consideravelmente alta, comparada a outras alterações analisadas. 19
O exame não só visa a rastrear o aparecimento do câncer de colo uterino, mas também
outras patologias que afetam o sistema reprodutor feminino. Por isso se faz necessária a
realização do exame anual, uma vez que qualquer patologia diagnosticada em seu início
receberá intervenções e tratamento iniciais, tornando viável a cura. A mulher deve ser vista de
forma integral na abordagem para o exame Papanicolau. Se ela não vir a necessidade de
comparecer à unidade de saúde para realizar o exame, poderá não julgar necessário ir à
unidade para outro fim, a não ser que tenha alguma sintomatologia, o que dificulta a
abordagem para promoção, prevenção e tratamento de outras patologias que afetam a saúde
da mulher. Nesse âmbito, a enfermagem tem a tarefa de desenvolver estratégias de
mobilização e orientação a profissionais, além de métodos preventivos, interagindo com a
população, promovendo autoconhecimento, o que resulta também numa maior confiança das
usuárias do serviço.8
18
Foi analisado ainda o percentual de resultados que não foram solicitados pelas
pacientes atendidas, o que dificulta a abordagem para a realização do tratamento, uma vez que
impossibilita o conhecimento acerca da sua patologia, retardando a intervenção e aumentando
o tempo de evolução da doença. Segundo Vasconcelos, esta realidade torna-se um obstáculo
para a continuidade da assistência, bem como o acompanhamento e a integralidade à saúde da
mulher, contribuindo para o agravamento das patologias e a falta de tratamento adequado, o
que acarretará a evolução e maior transmissibilidade da doença.20
A realização de exames teve uma baixa cobertura. Uma vez que a unidade pesquisada
cobre aproximadamente 1.600 famílias, faz-se necessária uma reavaliação do que está sendo
proposto a essa população no que diz respeito à necessidade de busca ativa e sensibilização da
equipe multiprofissional, para captação do maior número de mulheres, considerando que a
assistência à mulher deve proceder de forma holística, seguindo um dos princípios básicos do
Sistema Único de Saúde (SUS), a integralidade à assistência oferecida ao paciente.
21
Estimava-se que o número de exames seria superior aos obtidos.
Deve-se, pois, promover ações de caráter educativo, levantar estratégias em torno da
importância do exame, como palestras ilustrativas e diretas, para despertar o interesse da
população e consequentemente o aumento da busca pelo serviço. Além disso, divulgar os
sinais e sintomas das patologias e infecções mais comuns poderá tornar as mulheres mais
críticas, e a partir de qualquer sintomatologia poderão procurar o serviço de saúde para
realização de consultas.22
Com base nos resultados, mostra-se necessário também que se faça uma abordagem
em torno da solicitação dos resultados (consulta de retorno), levando em consideração que, se
a mulher não retorna à unidade de saúde, vários serão os prejuízos para ela, pois não terá
acesso a informações importantes do seu estado de saúde, ao tratamento, encaminhamento e
19
outros pontos importantes que são reforçados no retorno, como o uso de preservativo e
prevenção de IST.
Julga-se necessário que, para o êxito do rastreamento, haja uma reavaliação e
reorganização da assistência à saúde da mulher nos serviços básicos de saúde, além da
capacitação dos profissionais acerca desta temática, de forma qualificada, para melhor
atenderem a essa população. É preciso mostrar a prevalência das infecções vaginais e a
importância de observação do aparecimento de patologias precursoras de lesões de alto grau,
além de revelar o percentual de mulheres que não retornaram à unidade de saúde para buscar
o resultado, tornando-se relevante a atuação do enfermeiro em estratégias de orientação e
informação à população.
Agradecimentos
Agradecemos à Secretaria de Saúde do Recife-PE, especialmente à Dra. Emanuela
Rozeno de Oliveira, enfermeira da Unidade de Saúde da Família Coqueiral I e II, Especialista
em Saúde da Mulher e professora da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, pelo apoio e
atenção dispensados durante o período da pesquisa, colaborando com presteza e
disponibilidade dos dados, para o amadurecimento e crescimento do estudo de forma integral,
contribuindo de maneira valiosa para a consecução deste trabalho.
20
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18.
Uchimura, NS, Nakano K, Nakano LCG, Uchimura TT. Qualidade e desempenho das
colpocitologias na prevenção de câncer de colo uterino. Revista da Associação de Medicina
Brasileira, Paraná, 2009;55(5):569-74.
23
19.
Barcelos MRMB, Vargas PRM, Baroni C, Miranda AE. Infecções genitais em mulheres
atendidas em unidade básica de saúde: prevalência e fatores de risco. Revista Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia. Vitória – ES, 2008;30(7):349-54.
20.
Vasconcelos CTM, Neto JAV, Castelo ARP, Medeiros FC, Pinheiro AKB. Análise da
cobertura e dos exames colpocitológicos não retirados de uma Unidade Básica de Saúde.
Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, 2010;44(2):324-30.
21.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional do Câncer.
Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas preconizadas: recomendações
para profissionais de saúde. Brasília (DF); Ministério da Saúde 2006. Revista Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia 2006; 28(8):486-504.
22.
Domingos ACP, Murata IMH, Pelloso SM, Shirmer J, Carvalho MDB. Câncer do Colo
do Útero: comportamento preventivo de auto-cuidado à saúde. Ciência e Cuidados em Saúde
2007; 6(Suplem. 2):397-403.
24
Figuras e Tabelas
Figura 1- Percentual das faixas etárias das mulheres atendidas na Unidade de Saúde da
Família de Coqueiral I e II. Recife, 2009 a 2010
Fonte: Dados Brutos
25
Figura 2- Distribuição das principais patologias identificadas no citológico. Recife, 2009 a
2010
Fonte: Dados Brutos
26
Figura 3- Distribuição das principais patologias identificadas no citológico, segundo faixa
etária. Recife, 2009 a 2010
Fonte: Dados Brutos
27
Tabela 1- Número e percentual do não retorno à Unidade de Saúde da Família para busca de
resultado, segundo patologia. Recife, 2009 a 2010
Patologia
Não pegou
resultado n=77
N
%
Candida albicans
5
6,5
Gardnerella vaginalis
11
14,3
Trichomonas vaginalis
0
0,0
HPV
0
0,0
NIC I
0
0,0
Não apresentaram alteração no
40
51,9
21
23,4
exame citopatológico
Sem resultado
Fonte: Dados Brutos
APÊNDICES
APÊNDICE A
APÊNDICE C
FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS
FAIXA ETÁRIA
< 15 anos
TOTAL
15 a 25 anos
26 a 36 anos
37 a 47 anos
48 a 58 anos
59 a 69 anos
> 70 anos
PRINCIPAIS
PATOLOGIAS
Candida albicans
Gardnerella vaginalis
Trichomonas vaginalis
HPV
NIC I
NIC II
NIC III
Outros
TOTAL
ANEXOS
ANEXO 3
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
Introdução
A Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil é uma
publicação trimestral de caráter técnico-científico destinada aos profissionais dos serviços de
saúde e editada pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços
da Secretaria de Vigilância em Saúde (CGDEP/SVS), do Ministério da Saúde. Sua principal
missão é difundir o conhecimento epidemiológico visando ao aprimoramento dos serviços
oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Nela, também são divulgadas portarias,
regimentos e resoluções do Ministério da Saúde, bem como normas técnicas relativas aos
programas de prevenção e assistência, controle de doenças e vetores.
Modelos de trabalhos
O Corpo Editorial da revista acolhe manuscritos nas seguintes modalidades: (1) Artigos
originais nas diversas linhas temáticas – avaliação de situação de saúde; estudos etiológicos;
avaliação epidemiológica de serviços; programas e tecnologias; e avaliação da vigilância
epidemiológica (limite máximo; 20 laudas) –; (2) Artigos de revisão crítica – sobre tema
relevante para a Saúde Pública – ou de atualização em um tema controverso ou emergente
(limite máximo: 30 laudas); (3) Ensaios – interpretações formais, sistematizadas, bem
desenvolvidas e concludentes de dados e conceitos sobre assuntos de domínio público pouco
explorados (limite máximo: 15 laudas) –; (4) Relatórios de reuniões ou oficinas de trabalho
realizadas para discutir temas relevantes à Saúde Pública, suas conclusões e recomendações
(número máximo de 25 laudas); (5) Artigos de opinião – comentários curtos, abordando
temas específicos –; (6) Notas prévias; e (7) Republicação de textos considerados relevantes
para os serviços de saúde, originalmente editados por outras fontes de divulgação técnicocientífica.
Apresentação dos trabalhos
Cada trabalho proposto para publicação deverá ser elaborado tendo por referência os
"Requisitos Uniformes para Manuscritos Submetidos a Periódicos Biomédicos"
[Epidemiologia e Serviços de Saúde 2006;15(1):7-34, disponíveis nas páginas eletrônicas da
Secretaria
de
Vigilância
em
Saúde
(http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1133) e do Instituto Evandro
Chagas (IEC) de Belém, Estado do Pará, vinculado à SVS/MS (www.iec.pa.gov.br, coluna
Periódicos, link Pesquisa de títulos)]. O trabalho apresentado deverá ser acompanhado de uma
carta de apresentação dirigida ao Corpo Editorial da revista. Os autores de artigos originais,
artigos de revisão e comentários responsabilizar-se-ão pela veracidade e ineditismo do
trabalho apresentado na carta de encaminhamento, na qual constará que: a) o manuscrito ou
trabalho semelhante não foi publicado, parcial ou integralmente, tampouco submetido a
publicação em outros periódicos; b) nenhum autor tem associação comercial que possa
configurar conflito de interesses com o manuscrito; e c) todos os autores participaram na
elaboração do seu conteúdo intelectual – desenho e execução do projeto, análise e
interpretação dos dados, redação ou revisão crítica e aprovação da versão final. A carta deverá
ser assinada por todos os autores.
Formato de um trabalho para publicação
O trabalho deverá ser digitado em português do Brasil, em espaço duplo, fonte Times New
Roman tamanho 12, no formato RTF (Rich Text Format); impresso em folha-padrão A4 com
margens de 3cm; e remetido em uma cópia impressa e gravação magnética (CD-ROM;
disquete), exclusivamente por correio. Tabelas, quadros, organogramas e fluxogramas apenas
serão aceitos quando elaborados em programas do Microsoft Office (Word ou Excel); e
figuras (gráficos, mapas, fotografias), se elaboradas nos formatos EPS (Encapsulated
PostScript), BMP (Bitmap/Windows) ou TIFF (Tag Image File Format), no modo de cor
MYK. Todas as páginas deverão ser numeradas, inclusive as das tabelas e figuras. Não serão
aceitas notas de texto de pé de página. Cada manuscrito, obrigatoriamente, deverá contar com
uma página de rosto em que aparecerão o título completo e resumido do estudo, em português
e inglês, nome do autor ou autores e instituições por extenso, resumo e summary (versão em
inglês do resumo) e rodapé –; e, nas páginas seguintes, o relatório completo – Introdução;
Metodologia, Resultados, Discussão, Agradecimentos, Referências bibliográficas e tabelas e
figuras que o ilustrem, nesta ordem. Cada um desses itens será obrigatório para os artigos
originais; as demais modalidades de artigos poderão dispor desse ou de outro formato, à
escolha do autor, sempre pautado na racionalidade, objetividade, clareza e inteligibilidade.
A seguir, apresenta-se o conteúdo a ser contemplado por cada um desses itens:
Página de rosto
A página de rosto é composta do título do artigo – em português e inglês, em letras
maiúsculas – seguido do nome completo do(s) autor(es) e da(s) instituição(ões) a que
pertence(m), em letras minúsculas. É fundamental a indicação do título resumido, para
referência no cabeçalho das páginas da publicação. O Resumo do estudo, com número
máximo de 150 palavras, descreverá, sucinta e claramente, seu objetivo, metodologia,
resultados e conclusão, em um único parágrafo, em texto contínuo. Imediatamente após o
Resumo, serão listadas três ou quatro palavras-chave de acesso, contempladas na lista de
Descritores de Saúde definida pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (Bireme/OPAS). O Summary
corresponde à versão em inglês do Resumo; como ele, será acompanhado pelas palavraschave (key words), igualmente em inglês. Ainda na Página de rosto, em seu rodapé, deverá
constar o endereço completo, telefone, fax e e-mail do autor principal, para contato, bem
como do órgão financiador da pesquisa. A estrutura de um artigo original deverá respeitar a
seguinte seqüência, além dos tópicos da Página de rosto aqui descritos:
Introdução
Apresentação do problema, justificativa e objetivo(s) do estudo.
Metodologia
Descrição precisa da metodologia adotada e, quando necessário, dos procedimentos analíticos
utilizados. Considerações éticas do estudo deverão ser destacadas e apresentadas como
último parágrafo do item Metodologia, com menção às comissões éticas que aprovaram o
projeto original, desde que a questão seja pertinente ao artigo.
Resultados
Exposição dos resultados alcançados, podendo considerar tabelas e figuras, sempre
autoexplicativas, se necessárias (ver o item Tabelas e figuras).
Discussão
Comentários sobre os resultados observados, suas implicações e limitações, e comparação do
estudo com outros de relevância para o tema e objetivos considerados.
Agradecimentos
Em havendo, devem-se limitar ao mínimo indispensável, localizando-se após a Discussão.
Referências bibliográficas
Cada uma das referências bibliográficas, listadas após a Discussão ou Agradecimentos, será
numerada por algarismo arábico, de acordo com sua ordem de citação no texto. Esse número
corresponderá ao número sobrescrito (sem parênteses) imediatamente após a passagem ou
passagens do texto nas quais é feita a referência. Títulos de periódicos, livros e editoras
deverão ser colocados por extenso. A quantidade de citações bibliográficas dever-se-á limitar
a 30, preferencialmente. Para artigos de revisão sistemática e metanálise, não há limite de
citações. As referências também deverão obedecer aos “Requisitos Uniformes para
Manuscritos Submetidos a Periódicos Biomédicos”. Exemplos:
Anais de congresso
1. Wunsch Filho V, Setimi MM, Carmo JC. Vigilância em Saúde do Trabalhador. In: Anais
do III Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva; 1992; Porto Alegre, Brasil. Rio de Janeiro:
Abrasco; 1992.
Artigos de periódicos
2. Monteiro GTR, Koifman RJ, Koifman S. Confiabilidade e validade dos atestados de óbito
por neoplasias. II. Validação do câncer de estômago como causa básica dos atestados de óbito
no Município do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública 1997;13:53-65.
Autoria institucional
3. Fundação Nacional de Saúde. Plano Nacional de Controle da Tuberculose. Brasília:
Ministério da Saúde; 1999.
Livros
4. Fletcher RH, Fletcher SW, Wagner EH. Clinical Epidemiology. 2a ed. Baltimore: Williams
& Wilkins; 1988.
Livros, capítulos de
5. Opromolla DV. Hanseníase. In: Meira DA, Clínica de doenças tropicais e infecciosas. 1a
ed. Rio de Janeiro: Interlivros; 1991. p. 227-250.
Material não publicado
6. Leshner AI. Molecular mechanisms of cocaine addiction. New England Journal of
Medicine. No prelo 1996.
Portarias e Leis
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Portaria n. 212, de 11 de
maio de 1999. Altera a AIH e inclui o campo IH. Diário Oficial da União, Brasília, p.61, 12
maio. 1999. Seção 1. 8. Brasil. Lei n. 9.431, de 6 de janeiro de 1997. Decreta a
obrigatoriedade do Programa de Controle de Infecção Hospitalar em todos os hospitais
brasileiros. Diário Oficial da União, Brasília, p.165, 7 jan. 1997. Seção 1.
Referências eletrônicas
9. Ministério da Saúde. Informações de saúde [acessado durante o ano de 2002, para
informações de 1995 a 2001] [Monografia na internet] Disponível em
http://www.datasus.gov.br 10.Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases.
Emerging Infectious Diseases [Serial on the internet]; 1(1): 24 telas [acessado em 5 Jun.1996,
para informações de Jan.- Mar.1995]. Disponível em http://www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm
Teses
11.Waldman EA. Vigilância epidemiológica como prática de saúde pública [Tese de
Doutorado]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 1991.
Tabelas e figuras
As tabelas e figuras (gráficos, quadros, fotografias, desenhos, fluxogramas, organogramas
etc.), cada uma delas disposta em folha separada e numerada em algarismos arábicos, deverão
ser agrupadas ao final da apresentação do artigo, segundo sua ordem de citação no texto. Seu
título, além da concisão, deverá evitar o uso de abreviaturas ou siglas; quando estas forem
indispensáveis, serão traduzidas em legendas ao pé da própria tabela ou figura.
Uso de siglas
Siglas ou acrônimos com até três letras deverão ser escritos com todas as letras maiúsculas
(Ex: DOU; USP; OMS). Em sua primeira aparição no texto, acrônimos desconhecidos
deverão ser escritos por extenso e acompanhados da respectiva sigla entre parênteses. As
siglas e abreviaturas compostas por consoantes, exclusivamente, serão escritas em letras
maiúsculas. Siglas com quatro letras ou mais serão escritas com todas as letras maiúsculas, se
cada uma de suas letras for pronunciada separadamente (Ex: BNDES; INSS; IBGE). Siglas
com quatro letras ou mais que formarem uma palavra, ou seja, que incluírem vogais e
consoantes, serão escritas apenas com a inicial maiúscula (Ex: Sebrae; Camex; Funasa,
Vigisus, Datasus, Sinan). Siglas que incluírem letras maiúsculas e minúsculas originalmente,
como forma de diferenciação, serão escritas como foram criadas (Ex: MTb; CNPq; UnB).
Para siglas estrangeiras, recomendasse a designação correspondente em português, se a forma
traduzida for largamente aceita; ou sua utilização na forma original, se não houver
correspondência em português, ainda que o nome por extenso em português não corresponda
à sigla. (Ex: OIT = Organização Internacional do Trabalho; UNESCO = Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura; MRPII = Manufacturing Resource
anning). Entretanto, algumas siglas, por força da sua divulgação nos meios de comunicação,
acabaram por assumir um sentido além da representação da sigla; é o caso, por exemplo, de
AIDS = Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, sobre a qual o Conselho Nacional de Aids,
do Ministério da Saúde, decidiu recomendar, dada a vulgarização da sigla original, que os
documentos do Ministério reproduzissem-na como se tratasse do nome da doença, aids, em
letras minúsculas portanto. (Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de editoração e
produção visual da Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa, 2004. 272p.)
Análise e aceitação dos trabalhos
Os trabalhos serão submetidos à revisão de pelo menos dois pareceristas externos (revisão por
pares) e serão aceitos para publicação desde que aprovados, finalmente, pelo Comitê Editorial
da Epidemiologia e Serviços de Saúde. Endereço para correspondência:
Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços Epidemiologia e
Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil SEPN, Av. W3 Norte,
Quadra 511, Bloco C, Edifício Bittar IV, 3o andar, Asa Norte, Brasília-DF CEP: 70750-543
Telefones: (61) 3448-8302 / 3448-8242. Telefax: (61) 3448-8303
Para se comunicar com a Epidemiologia e Serviços de Saúde por e-mail, o leitor deve
escrever para [email protected]
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