IBM GLOBAL Business Services Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável Estudo Global sobre Capital Humano 2008 ESTUDO GLOBAL SOBRE CAPITAL HUMANO 2008 Imagem da capa: Em termos convencionais, o edifício da sede da prefeitura de Londres (London City Hall) não tem parte da frente, nem parte de trás: sua forma é derivada de uma esfera geometricamente modificada. A estratégia de energia do edifício permite que ele funcione com um quarto da energia consumida por um típico edifício comercial de altas especificações. Uma característica distintiva é sua inclinação para o sul, proporcionando sombra natural contra a mais intensa luz solar. ÍNDICE 1 Prefácio 2 Sumário executivo 6 Metodologia e demografia 9 Seção 1: Desenvolvendo uma força de trabalho adaptável: uma capacidade crítica 19 Seção 2: Desvendando a defasagem de liderança: o crescimento futuro em risco 27 Seção 3: Descobrindo o segredo da gestão de talentos 39 Seção 4: Conduzindo o crescimento por meio da análise da força de trabalho 46 Conclusão Apêndices 49 A. Pontos de vista regionais 56 B. Resultados da pesquisa 65 Referências e Notas 67 Contate-nos Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável PREFÁCIO Por Tim Ringo, Líder da Prática Global de Human Capital Management, IBM Global Business Services e Randy MacDonald, Vice-Presidente Sênior, Recursos Humanos, IBM Corporation. Mais do que nunca, as organizações globais atuais estão concentrando seu tempo e sua atenção em maximizar o valor da sua força de trabalho. À medida que corporações governamentais e organizações sem fins lucrativos tornam-se mais globalmente integradas, e à medida que desaparecem as fronteiras geográficas e competitivas, a necessidade de identificar, desenvolver e conectar talentos nunca foi tão crucial. Nos últimos meses, temos mantido diálogos com executivos sêniores de RH de todas as partes do mundo, na tentativa de compreender melhor os desafios que as empresas enfrentam para atrair, alocar e investir em seu capital humano de forma mais eficaz. Mais de 400 organizações, de vários portes, setores e regiões geográficas de 40 países, participaram dessas sessões. Os resultados têm sido esclarecedores, uma vez que fornecem orientações não apenas para a função de RH, mas também para toda a organização. O aprimoramento do desempenho da força de trabalho no ambiente de negócios atual requer: • Uma força de trabalho adaptável que possa responder rapidamente às mudanças no mercado externo. • Uma liderança que oriente as pessoas durante o processo de mudança e obtenha resultados. • Um modelo integrado de gestão de talentos que englobe todo o ciclo de vida dos funcionários. • Dados e informações que forneçam insights estratégicos e possibilitem mensurar o sucesso. As conclusões do nosso estudo e a experiência com nossos clientes indicam que, para transformar o desempenho da força de trabalho, é necessário o envolvimento de uma rede de atores da organização, entre eles gerentes de linha, executivos e outros líderes funcionais de áreas como TI, Marketing e Finanças. Da mesma forma que muitas das empresas que participaram do estudo estão enfrentando problemas com a força de trabalho associados à globalização, às mudanças nas características demográficas da força de trabalho e à maior concorrência, nós da IBM também enfrentamos muitos desses mesmos desafios. Nós percebemos que o ritmo externo das mudanças exigirá que lidemos continuamente com a transformação da força de trabalho, em vez de tratá-la como um evento específico. No mercado global, a prática de Gestão do Capital Humano (Human Capital Management) da IBM aplica as ferramentas, as experiências e as melhores práticas que adquirimos no nosso próprio negócio, bem como a experiência de mais de dois mil profissionais que trabalham com clientes no mercado externo, para permitir que as organizações tirem o máximo proveito dos seus investimentos na sua própria força de trabalho. Gostaríamos de expressar nosso agradecimento aos executivos que compartilharam seu tempo e suas experiências a fim de nos ajudar a compreender melhor e gerar novas idéias para a transformação da força de trabalho. Reconhecendo a natureza contínua desse desafio crítico, desejamos compartilhar os resultados do nosso estudo e dar continuidade ao diálogo sobre esse tópico. SUMÁRIO EXECUTIVO A economia global está se transformando em um mercado integrado, repleto de oportunidades, intensamente competitivo e sujeito a mudanças vertiginosas. Essas mudanças geram uma série de desafios. Com certeza, a pressão que o crescimento econômico global está colocando na oferta de commodities e no ambiente já foi amplamente documentada. Talvez o que não esteja bem claro são as dificuldades que essa expansão está causando para as organizações atuais em sua luta para fazer o melhor uso possível de seu ativo mais importante: sua força de trabalho. No entanto, como atestará qualquer empresa que tenha tentado transformar sua força de trabalho para se adaptar às mudanças nas condições de trabalho, o caminho é difícil e cheio de obstáculos. Compreender os principais desafios relacionados ao desempenho da força de trabalho e identificar as melhores práticas que as empresas estão usando para superá-los se tornaram as principais prioridades de nossos serviços de pesquisa e de consultoria. Este estudo se baseia em pesquisas primárias conduzidas recentemente pela prática de Human Capital Management da IBM Global Business Services e pelo IBM Institute for Business Value, com a assistência da Intelligence Unit da revista The Economist. Mais de 400 executivos da área de recursos humanos de 40 países participaram de uma entrevista estruturada, cujo objetivo era captar insights relativos à transformação da força de trabalho. Para fornecer insights adicionais, também recorremos a uma variedade de fontes, entre elas: pesquisas secundárias, análises financeiras, estudos anteriores da IBM, nossa ampla experiência prática com clientes e a história da transformação interna da própria IBM. Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável Com base na nossa análise, identificamos quatro tópicos importantes que exigem a atenção e o foco dos executivos seniores de toda a organização, inclusive dos responsáveis pela função de RH. São eles: • Desenvolvendo uma força de trabalho adaptável: uma capacidade crítica • Desvendando a defasagem de liderança: o crescimento futuro em risco • Descobrindo o segredo da gestão de talentos • Conduzindo o crescimento por meio da análise da força de trabalho Desenvolvendo uma força de trabalho adaptável: uma capacidade crítica Não há a menor dúvida de que, para vencer em mercados globais competitivos e em rápida transformação, as organizações precisam ter maior capacidade de resposta. No entanto, para muitas empresas, a adaptabilidade da força de trabalho tem sido difícil de definir. Entre os participantes do nosso estudo, descobrimos que apenas 14% dos entrevistados acreditam que sua força de trabalho é muito capaz de se adaptar às mudanças. Qual é o segredo das empresas que alcançam esse objetivo? O que estas empresas fazem que as outras não? Nossos resultados sugerem que três capacidades chave influenciam a habilidade de adaptação da força de trabalho às mudanças. Primeiro, as organizações precisam ser capazes de prever as habilidades que serão requeridas no futuro. Segundo, elas precisam identificar e localizar especialistas (experts) de forma eficaz. E, por último, elas precisam estar aptas a colaborar em toda a organização, conectando indivíduos e grupos que estão separados por limites organizacionais, fusos horários e culturas. Atualmente, muitas organizações estão desenvolvendo essas capacidades como iniciativas independentes, ao invés de parte de uma abordagem mais abrangente da gestão da força de trabalho. Por exemplo, a tarefa de prever habilidades futuras normalmente fica a cargo da função de desenvolvimento e aprendizagem, enquanto projetos de colaboração podem ficar sob a responsabilidade de uma equipe recém-criada de inovação ou mesmo da função de TI. Todas essas capacidades requerem ainda a atenção e o esforço conjuntos de vários grupos interessados, incluindo a organização de linha, tendo em vista uma contribuição real para os resultados finais. Ainda que tecnologias emergentes, como banco de dados de especialistas (experts) e ferramentas de rede social do tipo Web 2.0, estejam sendo lentamente adotadas para facilitar a identificação e a conexão de especialistas espalhados pelo mundo todo, elas precisam ser adaptadas ao trabalho diário. Desvendando a defasagem de liderança: o crescimento futuro em risco Nenhuma organização complexa pode passar por uma autotransformação sem grandes líderes, aqueles que conseguem entregar os resultados de negócio e, ao mesmo tempo, que orientam a organização em meio à turbulência e à incerteza constantes. À medida que as organizações enfrentam os novos desafios associados à globalização e à inovação, são necessárias novas habilidades em liderança. Acreditamos que os futuros líderes de sucesso precisarão trabalhar de uma forma mais eficaz com parceiros externos; servir de modelo e atuar como mentor dos indivíduos cada vez mais dispersos por países, regiões e geografias; bem como fornecer orientação e estrutura aos funcionários oriundos da mais ampla variedade de gerações, níveis de experiência e culturas. As empresas do nosso estudo expressaram sua profunda preocupação com a escassez atual e projetada de tais indivíduos, sendo que mais de 75% citaram sua incapacidade de desenvolver líderes futuros como um problema crítico. Face ao crescimento explosivo em mercados emergentes e à aposentadoria de funcionários experientes em economias mais maduras, nossos dados sugerem que as empresas estão colocando seu futuro em risco caso não consigam identificar, desenvolver e capacitar a próxima geração de líderes. Em conjunto com os participantes do nosso estudo, observamos empresas líderes desenvolvendo um método sistemático para identificar líderes futuros em todo o mundo, provendo indivíduos com uma ampla variedade de oportunidades de trabalho em suas organizações e combinando líderes potenciais com mentores que podem compartilhar conhecimentos valiosos e fornecer acesso a redes de relacionamentos. O desenvolvimento de liderança é um processo que precisa explorar todos os níveis da organização, reconhecer pessoas com alto potencial em início de carreira e proporcionar a elas as habilidades essenciais necessárias para identificar novas oportunidades, desenvolver soluções inovadoras e gerar resultados. Talvez o mais importante para o sucesso do desenvolvimento de futuros líderes seja contudo a disposição de toda a organização para assumir a responsabilidade pela seleção de pessoas e para oferecer a elas a orientação e as experiências adequadas. Embora a função de Recursos Humanos possa desempenhar um papel importante no desenvolvimento de caminhos criativos e críticos que permitam às pessoas alavancar suas carreiras, somente a organização como um todo pode comprometer-se com os recursos e proporcionar o suporte cultural necessário para tornar o desenvolvimento da liderança verdadeiramente bem-sucedido. Descobrindo o segredo da gestão de talentos Muito tem se escrito na imprensa especializada sobre a constante “batalha por talentos”. As empresas de vários setores e regiões com as quais temos trabalhado expressaram essa preocupação e começaram a atacar esse problema em diversas frentes. Isso inclui aprimorar as habilidades dos funcionários, compreender e solucionar os problemas relacionados ao envolvimento dos funcionários e voltar sua atenção para atrair talentos do mercado. Os entrevistados do nosso estudo estão claramente concentrados em superar sua incapacidade de desenvolver rapidamente as habilidades dos funcionários e alinhar essas habilidades às futuras necessidades dos negócios. No entanto, é surpreendente a sua falta relativa de foco em atrair pessoas do mercado externo e reter os funcionários existentes, dois itens que receberam pouca importância na escala de prioridades. Ainda mais interessante é o fato de mais de 60% das empresas do estudo acreditarem que fazem um melhor trabalho de atração e de retenção de talentos do que a concorrência. Em função desses resultados, será correto supor que as empresas descobriram o segredo da gestão de talentos? Nossa experiência sugere o contrário. Face às mudanças nas características demográficas dos funcionários, à rapidez e à facilidade de trocar de empregador e às diferentes expectativas da força de trabalho da Geração Y, acreditamos que as empresas precisam adotar meios cada vez mais inovadores para atrair, motivar e desenvolver funcionários. As organizações precisam buscar métodos novos e inovadores de gestão de talentos, ampliando seu foco de forma a incluir todo o ciclo de vida do funcionário. Isso envolverá uma maior ênfase na segmentação e no direcionamento de talentos, a utilização de mão-de-obra alternativa, como ex-funcionários e associações de ex-alunos, e mesmo o Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável desenvolvimento de uma presença em mundos virtuais e sites de redes sociais, para gerar uma população com mais conhecimentos práticos em tecnologia. O gerenciamento desse tipo de mercado de talentos requer uma abordagem analítica e estruturada para atrair, desenvolver e reter funcionários-chave. Conduzindo o crescimento por meio da análise da força de trabalho As empresas participantes do nosso estudo apontam dois imperativos estratégicos: melhorar a excelência operacional e aumentar o faturamento. Cada uma dessas estratégias cria um conjunto diferente de implicações em termos de força de trabalho. Para priorizar esses problemas e fornecer insumos para um direcionamento mais amplo do negócio, seria conveniente que a área de RH e as unidades de negócios mantivessem um diálogo permanente sobre programas de transformação e investimentos na força de trabalho. Será que isso está acontecendo hoje? A boa notícia é que, após anos de trabalho, a área de RH vê a si mesma, movendo-se lentamente de um papel transacional tradicional e migrando para um relacionamento mais estratégico com o negócio. A má notícia é que apenas 39% das empresas do nosso estudo estão pondo em prática essas discussões estratégicas bidirecionais regularmente. Falta a essas conversas estratégicas a visão analítica para desenvolver insights e formular casos de negócios para investimento. Nossa pesquisa destaca claramente uma falta de integração dos sistemas, uma incapacidade de extrair dados e uma escassez de métricas bem definidas. Além da dificuldade de vincular informações sobre capital humano aos dados de vendas, finanças e de outros departamentos relacionados, as organi- zações normalmente não conseguem compartilhar essas informações entre os aplicativos utilizados pela própria área de RH. Sem informações consolidadas, os executivos não conseguem identificar suas estrelas em ascensão, recompensar pessoas com desempenhos consistentes e por suas contribuições e reter os funcionários desejados. No momento, os desafios relacionados à integração e à qualidade dos dados têm precedência sobre a necessidade de melhorar os recursos analíticos da equipe de RH. No entanto, as melhores práticas e pesquisas anteriores sugerem que as empresas que conseguem tirar proveito das informações sobre capital humano fazem mais do que simplesmente se concentrar no desenvolvimento de padrões de dados e na conexão de sistemas. Elas não apenas fornecem métricas chaves que podem melhorar a produtividade e o desempenho da força de trabalho, mas também permitem que a equipe de RH converta dados de capital humano em uma estratégia executável. Conclusão Com base no nosso estudo e muitas experiências trabalhando com clientes na arena de capital humano ao longo de vários anos, chegamos às seguintes conclusões sobre esses problemas críticos sobre a missão de RH: Para criar uma força de trabalho adaptável, é preciso muito mais do que uma série de programas de RH. Em primeiro lugar, é preciso liderança, ou seja, dispor das pessoas certas com habilidades e capacidades para desenvolver e comunicar uma visão, fornecer orientação e estrutura e, por fim, produzir resultados para a empresa. Também é preciso capacidade para identificar especialistas e promover um ambiente no qual conhecimento e experiência ultrapassam os limites organizacionais tradi- cionais. Além disso, é necessário um modelo de gestão de talentos que apóie a organização no recrutamento, desenvolvimento e retenção de segmentos valiosos da população de funcionários. Esse processo depende de uma estrutura básica de dados e informações sobre o estado atual e projetado do desempenho da força de trabalho, bem como da habilidade em aplicar essas informações ao desenvolvimento de recomendações e insights estratégicos. Não se pode esperar que a organização de recursos humanos arque sozinha com todo esse trabalho. Na verdade, a função de RH precisa assumir um papel principal de fornecer orientação estratégica com relação a problemas da força de trabalho, bem como desenvolver programas para o desenvolvimento de capital humano que possam aumentar a eficácia da força de trabalho. No entanto, todo o grupo de executivos precisa assumir seu papel de melhorar o desempenho da força de trabalho. Isso pode envolver transmitir expertise funcional, assumir a responsabilidade conjunta pela execução dos programas de capital humano ou simplesmente servir de exemplo positivo para os funcionários de suas organizações. Sem esse compromisso comum, a iniciativa está condenada ao fracasso. A força de trabalho adaptável é um pré-requisito para o sucesso futuro da organização. A chave para a construção desse tipo de força de trabalho é a atuação da liderança da organização, facilitada em grande parte pela área de RH. Se há um momento para que a função de RH comprove seu valor estratégico e contribua para o crescimento e o desempenho da organização, esse momento é agora. METODOLOGIA E DEMOGRAFIA As conclusões deste relatório se baseiam em um estudo conduzido pela prática de Human Capital Management da IBM Global Business Services e pelo IBM Institute for Business Value. Mais de 400 executivos da área de recursos humanos de 34 países participaram de uma entrevista estruturada, cujo objetivo era captar insights relativos à transformação da força de trabalho. A maioria dessas entrevistas foi realizada pessoalmente por profissionais da IBM, enquanto as demais entrevistas foram feitas por telefone por meio de uma parceria com a Intelligence Unit da revista The Economist. Os participantes entrevistados representam organizações públicas, privadas e sem fins lucrativos de uma variedade de setores e áreas geográficas (ver Figura 1). O porte das organizações varia de menos de mil a mais de 50 mil funcionários, enquanto as receitas correspondentes dessas organizações variam de menos de US$ 500 mil a mais de US$ 25 bilhões. Nossos entrevistados são líderes de recursos humanos de alto escalão, sendo 13% compostos de diretores executivos de recursos humanos (CHROs), 20% compostos de vicepresidentes executivos, vice-presidentes seniores ou vice-presidentes de RH, 32% compostos de diretores de RH, 28% compostos de gerentes de RH e 4% com títulos equivalentes a outros cargos. O formato das entrevistas e o número de entrevistas concluídas possibilitaram análises quantitativas e qualitativas substanciais. Nossas análises e recomendações também se basearam em pesquisa secundária, análises financeiras, estudos anteriores da IBM que envolvem questões com capital humano, nossa ampla experiência prática com clientes e a história da transformação da própria IBM. Procuramos inserir nossas conclusões em um contexto geral que ofereça uma perspectiva em relação às prioridades estratégicas com as quais a equipe de RH e os líderes de linhas de negócios irão se defrontar nos próximos anos. Sempre que possível neste relatório, apresentamos as opiniões diretas dos participantes e esperamos que suas idéias, bem como as conclusões deste estudo pontual, contribuam para o diálogo permanente dentro da comunidade de capital humano. Figura 1. Demografia Por setor Por número de funcionários Por receita (US$) 9% <1.000 25% 1.000 - 5.000 15% 5.000 - 10.000 19% 10.000 - 25.000 12% 25.000 - 50.000 20% >50.000 15% Comunicações 23% Distribuição 21% Serviços Financeiros 30% Industrial 11% Público Cargos dos participantes Por região 22% Ásia-Pacífico (exceto Japão) 34% Europa, Oriente Médio e África 9% Japão 13% América Latina 22% América do Norte 15% <500 milhões 11% 500 milhões - 1 bilhão 24% 1 bilhão - 5 bilhões 14% 5 bilhões - 10 bilhões 12% 10 bilhões - 25 bilhões 24% >25 bilhões 13% CHRO ou equivalente (ou CEO) 20% EVP, SVP, VP de RH ou equivalente 35% Diretor de RH 28% Gerente de RH 4% Outros Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável Este homem está ajoelhado em frente a lavouras cultivadas com o uso da tecnologia de sistema de posicionamento global no Distrito Imperial de Irrigação (Imperial Irrigation District), no sul da Califórnia. O distrito distribui água para quase 2.000 km2 de terras agrícolas no Vale Imperial – terras que, de outra forma, seriam um deserto não cultivável. Nos meses de inverno, o Vale Imperial produz a grande maioria dos hortifrutigranjeiros consumidos nos Estados Unidos. SEÇÃO 1 SEÇÃO 1 Desenvolvendo uma força de trabalho adaptável: uma capacidade crítica “Os negócios mudam diariamente, e não é fácil desenvolver uma força de trabalho que acompanhe as mudanças.” – Gerente geral, Grupo de Recursos Humanos, empresa japonesa de transporte Os executivos de hoje enfrentam uma série de pressões, entre elas mercados voláteis, problemas de segurança, concorrência global e o surgimento de novos modelos de negócios. Essas pressões estão forçando as organizações a serem mais responsivas às mudanças nas necessidades do mercado, mais flexíveis em seu modo de operação, mais concentradas em suas competências essenciais, mais ágeis na formação de parcerias e mais resilientes a ameaças externas. O desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável às mudanças tornou-se imprescindível. Os três elementos básicos da adaptabilidade Embora 53% das empresas afirmem que suas forças de trabalho são, geralmente, capazes de se adaptar às mudanças, apenas 14% afirmam que elas muito capazes (veja a Figura 2). Várias dessas organizações muito adaptáveis são também aquelas com melhores desempenhos financeiros.1 Figura 2. Como você classificaria a capacidade da força de trabalho em se adaptar às possíveis mudanças no ambiente de negócios? • Estimular um ambiente que propicie a colaboração entre as pessoas, além das fronteiras organizacionais. A Figura 3 mostra que as empresas com grande capacidade de adaptação às mudanças são também aquelas mais capazes de prever as necessidades de habilidades futuras, identificar expertise e colaborar. Análises estatísticas documentam que essas variáveis, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo, estão fortemente correlacionadas à habilidade para mudar em resposta ao desenvolvimento gradual nas condições de negócio. (Porcentagem) Muito capaz De modo geral, eficaz Relativamente capaz Incapaz Não sabe 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. O que essas empresas muito adaptáveis fazem diferentemente das demais? Nossos resultados sugerem que três fatores importantes contribuem para a capacidade de desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável em uma organização: • Prever as habilidades necessárias e sua disponibilidade futura nos próximos três a cinco anos. • Identificar e localizar indivíduos com expertise específica. De maneira geral, os executivos de RH informaram que suas empresas começaram a desenvolver capacidades básicas em cada uma dessas três áreas. No entanto, face à rápida aceleração das mudanças no ambiente de negócios, não basta ser “bom”. Nosso trabalho com clientes sugere que as empresas não estão aproveitando todos os benefícios associados a essas capacidades porque estas estão sendo desenvolvidas como iniciativas independentes e não estão sendo inseridas em uma abordagem mais integral. Nas próximas páginas, examinaremos mais detalhadamente o desempenho das empresas em cada uma dessas áreas, identificando, ao mesmo tempo, os desafios atuais e as oportunidades para melhorias. Figura 3. Características das empresas que indicam que elas são “muito capazes de se adaptar às condições comerciais em constante mudança” (Porcentagem) Capaz de prever habilidades futuras Eficaz na localização de especialistas Eficaz na colaboração 0 20 40 Muito adaptável às mudanças Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 10 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 60 Todas as outras empresas 80 Visão do futuro: previsão das habilidades requeridas Localização de expertise: saber as capacidades disponíveis e sua localização O desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável requer muito mais do que a simples habilidade de reagir às mudanças. Uma previsão bem-sucedida dos cenários de negócios futuros permite que as organizações saibam em quais competências chave se concentrar em antecipação a mudanças críticas no mercado. Contudo, não basta identificar as necessidades de habilidades futuras. As empresas líderes desenvolvem, adquirem ou recrutam essas habilidades necessárias antes de precisarem delas. A habilidade combinada de planejamento e de execução será o diferencial entre vencedores e perdedores. Embora seja importante prever as habilidades futuras, também é importante saber como aplicar os conhecimentos e as habilidades existentes a novos desafios. A localização de expertise é citada pelos entrevistados como crucial na identificação e na alocação de recursos para enfrentar novas ameaças e oportunidades. Como destaca o vice-presidente executivo de RH de uma empresa de serviços financeiros, “Poderíamos transferir as pessoas com mais rapidez e preencher vagas mais rapidamente. Dispomos de inúmeros recursos por toda parte, mas nossas decisões são tomadas com base em relações pessoais e indicações”. Apenas 13% das organizações entrevistadas acreditam que têm um conhecimento muito claro das habilidades que serão necessárias nos próximos três a cinco anos. Ainda que algumas organizações acreditem que conhecem as necessidades atuais de seus negócios, elas não estão tão seguras da sua capacidade de prever as habilidades necessárias em mercados novos ou emergentes. Por exemplo, o líder de gestão de talentos em uma empresa de produtos químicos européia afirma: “Temos conhecimentos mais sólidos sobre mercados mais maduros do que sobre mercados menos desenvolvidos; não sabemos como será o desenvolvimento desses últimos”. Da mesma forma, um grupo de gerentes de RH de uma grande organização postal afirma: “Os benefícios de uma melhor localização de expertise seriam imensos. Em uma organização de grande porte, onde não é possível ter visibilidade de todos os funcionários (como acontece em uma organização pequena), existe uma falta de conhecimento sobre as habilidades disponíveis. Um localizador de expertise ajudaria bastante a identificar candidatos potenciais a novos cargos, além daqueles já conhecidos ou que vêm imediatamente à mente”. Outras empresas, em função do ritmo das mudanças em seus ambientes, consideram a previsão de habilidades uma questão bastante problemática. Como descreve um executivo de RH de um banco europeu: “Criamos uma caixa de ferramentas eficientes para compreender as habilidades e as capacidades da força de trabalho. Eficientes desde que sejam bem gerenciadas e atualizadas. No entanto, de quais capacidades precisarei no futuro? Às vezes, é difícil responder a essa pergunta. Por exemplo, quem teria previsto a necessidade de uma imensa reestruturação em anos anteriores? Quando comecei a trabalhar, a meia-vida do conhecimento era de sete anos, hoje, é de 18 meses!” Apenas uma pequena minoria (13%) acredita que é muito capaz de identificar indivíduos com expertise específica na organização. Muitas empresas reconhecem que ainda não conseguem identificar e localizar expertise sistematicamente. 11 As empresas utilizam várias técnicas para melhorar sua capacidade de localização de expertise (veja a Figura 4). Das empresas que se classificam como muito eficazes em localizar especialistas (experts), 52% utilizam alguma forma de fazer a gestão dos dados de funcionários, embora apenas 39% de todos os entrevistados informem que utilizam um único tipo de recurso. As ferramentas utilizadas pelas empresas não somente fornecem dados sobre a localização e o telefone de um funcionário, mas também podem incluir informações sobre a cadeia hierárquica, as habilidades e as certificações da pessoa, e até mesmo indicações de outras pessoas da sua rede pessoal. Um desafio é que muitos desses métodos atuais de localização de expertise exigem que os indivíduos atualizem suas próprias informações. Somente 15% dos entrevistados utilizam tecnologias que permitem a criação automática de perfis de habilidades, expertise e relacionamentos. Contar exclusivamente com auto-gestão dos dados apresenta inúmeros desafios, entre eles manter os dados atualizados e demonstrar as capacidades reais da pessoa, em vez de uma mera autopercepção. Conquistando juntos: a colaboração em toda a organização Sem dúvida, a localização de expertise desempenha um papel importante no desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável. No entanto, simplesmente localizar pessoas com conhecimento e expertise é apenas metade da batalha. Uma vez identificados, esses indivíduos precisam ser capazes de colaborar com outros, para inovar, compartilhar conhecimentos e resolver problemas. Recentemente, um estudo da IBM reunindo mais de 750 CEOs de todo o mundo identificou a colaboração como um pressuposto básico para promover a inovação e o crescimento.2 Os participantes do nosso estudo concordam com isso. Como afirma um vice-presidente sênior de RH de uma empresa de serviços: “Uma melhor colaboração nos permitiria ajudar os clientes globais de uma forma mais eficaz, bem como aumentar o nível de inovação dos produtos e serviços”. Contudo, apenas 8% das empresas entrevistadas acreditam que são muito eficazes em promover a colaboração em toda a empresa. Figura 4. Quais das seguintes opções a sua organização utiliza para identificar especialistas em habilidades e assuntos chaves? (Porcentagem) Diretório de funcionários Repositório de currículos Banco de dados de rastreamento de habilidades Suporte técnico ou outro pessoal de suporte Repositório de perguntas freqüentes (FAQs) Outras tecnologias (por exemplo, sistemas automáticos de geração de perfil) Nenhuma das opções acima 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 12 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 10 20 30 40 O que inibe a colaboração eficaz nas organizações globais de hoje? Surpreendentemente, a falta de tecnologia não parece ser a causa do problema, uma vez que apenas 28% das empresas indicaram esse como um fator significativo (veja a Figura 5). Como afirma um executivo de serviços financeiros do Reino Unido, “A visível falta de ferramentas tecnológicas para dar suporte à colaboração é uma desculpa, não um obstáculo”. Em vez disso, observamos silos organizacionais (42%), pressões com relação ao tempo (40%) e medidas de desempenho desalinhadas (37%) dificultando a colaboração nas organizações. Sem dúvida, essas questões não técnicas fazem uma diferença significativa nas organizações que precisam aproveitar sua expertise e seus conhecimentos coletivos. Como observa o diretor de desenvolvimento de liderança de uma empresa de saúde, “Cultura e mentalidade são os verdadeiros inibidores nesse caso. A tecnologia está disponível, ou estará em breve, mas levará algum tempo até que as pessoas compreendam a importância da colaboração e utilizem essas ferramentas”. Implicações Nosso estudo demonstra que as organizações que se identificam como muito capazes de se adaptar às mudanças também informam ser muito eficazes em prever as necessidades de habilidades futuras, identificar especialistas e compartilhar conhecimento e expertise. Nossos dados sugerem que as empresas precisam compreender melhor as habilidades necessárias para direcionar os seus desafios futuros. Isso lhes permitirá tomar decisões mais estratégicas sobre o desenvolvimento, a aquisição ou o recrutamento dessas habilidades. Como explica um diretor de RH de um banco de investimentos dos EUA: “Precisamos dar mais ênfase a isso (identificação de habilidades futuras). Precisamos prever essas necessidades com base em vários cenários de negócios (como a preparação para um período de retração econômica). No cenário atual de desempenho da empresa e do mercado, sabemos quais são os requisitos. Mas sabemos que existem ciclos de negócios e precisamos estar preparados para eles. Em suma, precisamos ser mais preventivos”. Figura 5. Qual é a importância das seguintes barreiras à colaboração em sua organização? (Porcentagem) Os silos organizacionais inibem a colaboração Os indivíduos estão muito ocupados para ajudar outras pessoas da organização As medidas de desempenho não estão alinhadas à recompensa dos indivíduos pela colaboração As ferramentas tecnológicas não apóiam a colaboração de forma eficaz A colaboração não é considerada importante As questões de propriedade intelectual limitam uma colaboração eficiente 0 Muito significativo Significativo 20 Relativamente significativo 40 Não muito significativo 60 80 Insignificante 100 NA ou não sabe Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 13 Nossos dados também destacam a importância de localizar especialistas (experts). Em nossa opinião, as empresas devem atacar essa necessidade em duas frentes. Primeiro, desenvolver um processo formal de gerenciamento de habilidades que lhes permita controlar, com facilidade, a quantidade e a localização de indivíduos com certificações e capacidades importantes. E, segundo, implementar técnicas de localização de expertise, com base em tecnologias de rede social e outras tecnologias Web 2.0, que possam revelar os talentos “ocultos” de uma organização com mais facilidade. Durante o desenvolvimento de um método formal de gerenciamento de habilidades, as organizações precisam encontrar o balanceamento correto, controlando o número adequado de habilidades sem criar modelos de competências que sucumbam ao seu próprio peso. Além disso, elas precisam desenvolver um protocolo para a atualização periódica dos dados que alimentam esses sistemas de gerenciamento de habilidades. Com um gerenciamento correto, as empresas poderão controlar melhor as habilidades requeridas em relação às necessidades futuras de recursos e executar melhor seus planos de gerenciamento da força de trabalho. De uma perspectiva menos formal, o uso de perfis de funcionários, currículos on-line, páginas pessoais da Web e outras ferramentas pode aumentar a visibilidade dos conhecimentos e dos relacionamentos pessoais de um indivíduo (dentro e fora da organização). Esses recursos informais de localização de expertise podem ajudar as pessoas a identificar indivíduos com interesses comuns e vincular pessoas de todo o país, ou de todo o mundo, que enfrentam desafios semelhantes. No nosso trabalho com os clientes, temos observado um interesse cada vez maior pelo uso de sistemas automatizados de identificação de expertise, nos quais fontes de conteúdo (por exemplo, e-mail, repositórios de conteúdo, marcações em páginas da Web) são garimpadas para encontrar e destacar bases de interesses e expertise. A 14 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável IBM Research tem realizado inúmeros estudos e projetos pilotos nessa área. Um desses projetos, Small Blue, utiliza dados de e-mail para destacar expertise e aumentar a visibilidade das relações entre os funcionários da IBM. Promover um ambiente de colaboração é essencial para organizações que visam o crescimento por meio do desenvolvimento de serviços e produtos inovadores. Como nosso estudo sugere que a tecnologia não é a principal barreira à colaboração, de que maneira as empresas superam os verdadeiros obstáculos, ou seja, silos arraigados (estruturais ou culturais), tempo limitado e metas de desempenho desalinhadas? Em nossa opinião, várias iniciativas podem dar partida à colaboração entre linhas de negócios tradicionais. Por exemplo, comunidades informais, com tamanhos que podem variar de 15 a várias centenas de pessoas, constituem uma prática bastante difundida para manter o fluxo de conhecimento na organização, além de servir como meio de preservação da memória organizacional. Esses grupos podem ajudar a superar barreiras organizacionais tradicionais, reduzir o tempo requerido para que os indivíduos obtenham respostas para as perguntas necessárias e oferecer um fórum no qual as pessoas possam ser reconhecidas por suas contribuições pelos seus colegas. Como esses grupos reúnem indivíduos com idéias semelhantes que compartilham uma paixão por um tópico, enfrentam desafios similares ou falam o mesmo idioma, os participantes podem experimentar um sentimento de confiança que permite que conhecimentos tácitos sejam compartilhados mais livremente. A iniciativa das Nações Unidas “UN Habitat Jam” (consulte, UN Habitat Jam: colaboração em uma comunidade global) fornece um exemplo da colaboração entre pessoas; essa mesma abordagem pode ser aplicada a organizações públicas ou privadas, para superar barreiras físicas ou organizacionais. Vários dos nossos participantes fizeram comentários sobre o valor das comunidades em suas organizações. Um vice-presidente de RH de um fabricante norteamericano deu esta descrição: “O nosso sistema de colaboração é fabuloso. Temos 1.500 comunidades nas quais as pessoas se conectam a pessoas do mundo todo e solucionam problemas. Essas comunidades são bem específicas à função do funcionário. A idéia básica é desenvolver uma cultura de compartilhamento e conectar pessoa a pessoa, sem que seja necessário pesquisar em um banco de dados. Podemos mencionar como exemplo uma engenheira do Reino Unido que teve um problema com uma peça. Assim, ela publicou uma pergunta na sua comunidade. Em quatro horas, ela recebeu respostas de Indiana e Illinois que solucionaram seu problema.” Também temos observado empresas incorporando tecnologias de colaboração a seus processos e atividades de trabalho de rotina. Por exemplo, um vendedor que esteja procurando material de referência relacionado a um serviço ou produto específico pode inserir informações em um mecanismo de pesquisa da intranet. Os resultados da pesquisa podem listar não apenas documentos internos e externos relevantes, mas também indivíduos familiarizados com essas soluções. Ao lado do nome de cada uma dessas pessoas pode haver um ícone de mensagem instantânea, que identifica se essa pessoa está on-line e disponível para bate-papo. Embora reconhecendo o valor da colaboração informal, alguns entrevistados também vêem a necessidade de incorporar a colaboração de um modo mais formal aos processos de gerenciamento de desempenho de suas organizações. Como descreve o líder de RH de uma empresa de varejo: “Uma forma de melhorar a colaboração seria vincular a remuneração do alto escalão a uma melhor colaboração; por exemplo, bônus com base no sucesso da empresa como um todo e não nos resultados das unidades de negócios”. Na mesma linha, o vice-presidente de RH corporativo de uma empresa de serviços financeiros sugere: “Para melhorar, seria necessário incorporar a colaboração a medidas de desempenho, ou seja, as pessoas devem cumprir suas responsabilidades”. A combinação de sistemas formais de recompensa e métodos informais de reconhecimento de usuários e colaboradores que contribuem para a criação de conhecimentos pode ajudar a superar a relutância dos indivíduos em criar, compartilhar e, o mais importante, aplicar insights provenientes de toda a empresa. Prever habilidades, gerenciar expertise e colaborar são processos que exigem uma ampla cooperação de vários departamentos. Por exemplo, a função de desenvolvimento e aprendizagem precisa conduzir análises das tarefas dos cargos como parte do processo de previsão de habilidades. A equipe de TI precisa identificar, implementar e integrar software de colaboração e localização de expertise em outros sistemas existentes. A área de RH precisa fornecer insights para modelos de governança e estratégias de força de trabalho que promovam um ambiente de colaboração em um mundo virtual. Mas o mais importante é que esses processos e ferramentas sejam incorporados à malha de atividades de trabalho diárias. Com essas funções díspares trabalhando em conjunto, a necessidade crucial de uma força de trabalho adaptável estará perto de se tornar uma realidade. 15 UN Habitat Jam: colaboração em uma comunidade global “O fato de o debate sobre favelas ter saído do mundo acadêmico para as ruas de cidades como Nairóbi, Dakar, Cidade do Cabo, Mumbai, Rio, Lima e Manila é por si só um poderoso sinal para os líderes mundiais da necessidade de uma ação conjunta.” - Sra. Anna Tibaijuka, diretora executiva, UN HABITAT, Nairóbi, Quênia 3 O Fórum Urbano Mundial (WUF - World Urban Forum) foi estabelecido pelas Nações Unidas com o objetivo de examinar a urbanização acelerada e seu impacto em comunidades, cidades, economias e políticas. A organização patrocina uma conferência internacional a cada dois anos, atraindo cerca de 10 mil delegados para discutir problemas, compartilhar idéias e definir planos de ação.4 No entanto, as despesas de viagens limitavam a participação dos ativistas e o significativo envolvimento das pessoas que a organização se empenha em ajudar. Para a conferência de 2006 em Vancouver, o UN Habitat e os funcionários do país anfitrião precisavam de uma abordagem nova e econômica para coletar informações em todo o mundo. O grupo utilizou o método de comunicação “Jam” da IBM como inspiração para configurar uma ferramenta de comunicação on-line capaz de atingir a população urbana carente e os trabalhadores de ajuda humanitária de linha de frente em todo o mundo. “Jams” são eventos mundiais na Web que ocorrem 24 horas por dia durante vários dias e visam compartilhar insights e conectar milhares de trabalhadores em torno de um conjunto predefinido de tópicos de discussão. Moderadores e mediadores são contratados para monitorar as atividades, sugerir conexões entre segmentos de discussão, consultar a audiência sobre questões específicas e ajudar a garantir que os insights de uma parte do mundo sejam abordados globalmente. Em dezembro de 2005, o governo do Canadá, em parceria com a IBM e o UN Habitat, patrocinou um “Habitat Jam” de 72 horas, para estimular idéias e discutir questões de habitat urbano, como parte dos preparativos para a conferência do Fórum Urbano Mundial programado para junho de 2006 em Vancouver.5 O grupo desejava envolver um grande número de pessoas, além dos delegados habituais, capacitando e estimulando dezenas de milhares de cidadãos globais, ricos ou pobres, com o objetivo final de transformar idéias em ação em áreas críticas relacionadas a sustentabilidade urbana. O evento foi seguido de um período de análise de duas a três semanas durante o qual a equipe utilizou os registros das discussões para criar um relatório do evento, com as principais conclusões e idéias a serem colocadas em prática. Mais de 600 idéias foram identificadas, das quais 70 foram incluídas na agenda do Fórum Urbano Mundial 2006. O Habitat Jam envolveu mais de 39 mil participantes de 158 países em discussões sobre questões críticas para a sustentabilidade das cidades.6 Organizações parceiras colocaram em debate as idéias de mulheres, jovens e moradores de favelas, sendo 78% dos participantes oriundos desses três grupos. O feito notável do Fórum Urbano Mundial foi viabilizar o compartilhamento global de idéias entre nações do primeiro mundo e pessoas de algumas das regiões mais pobres da terra. 16 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável Baltimore, Maryland, é uma típica cidade de menor porte dos Estados Unidos. Após a revitalização do seu centro, a cidade passou por um renascimento, com enorme crescimento do comércio e da cultura. SEÇÃO 2 SEÇÃO 2 Desvendando a defasagem de liderança: o crescimento futuro em risco “O ingrediente mágico de qualquer organização é a liderança.” – CHRO, empresa de produtos de consumo A falta de capacidade de liderança se tornou uma barreira significativa ao crescimento em muitas organizações. Como dois especialistas em liderança, Douglas Ready, professor visitante da London Business School, e Jay Conger, professor catedrático de Leadership Studies do Claremont McKenna College, descrevem em um artigo recente da Harvard Business Review: “Uma empresa de desenvolvimento e financiamento de imóveis com sede em Londres estava se preparando para um importante trabalho de reconstrução em Berlin. Quando o comitê executivo analisou a lista de pessoas que poderiam estar preparadas para assumir essa responsabilidade, o CEO observou que os mesmos nomes apareciam como os únicos candidatos a outros trabalhos essenciais. E, quando ele solicitou aos chefes das unidades de negócios que fornecessem outros nomes, lhe disseram que esses eram os únicos. A estratégia de crescimento da empresa dependia desses projetos, mas ela não conseguiu preparar pessoas para chefiá-los”.7 Sem talento suficiente em liderança, quem definirá a direção? Quem expressará a visão? Quem liderará a mudança? Não se trata apenas de um problema de RH. Trata-se de um imperativo de negócios. 19 Procuramos líderes liderança na nossa organização podem ficar vagos nos próximos cinco anos, portanto, a necessidade de formar líderes e transmitir conhecimentos é um ponto comum a toda a organização”. As empresas citam a falta de capacidade de liderança como um dos seus principais desafios relacionados à força de trabalho (veja a Figura 6). Para muitas, a rápida expansão acentuou esse problema. Como descreve o chefe de RH de uma empresa de mídia global, “A capacidade de liderança é um desafio. Depois que abrimos o nosso capital, tivemos um crescimento muito rápido, durante o qual não demos muita importância a como poderíamos amadurecer de uma forma adequada como empresa”. E o vice-presidente sênior de RH de uma empresa de fabricação explica, “Estamos…nos expandindo geograficamente para nos tornarmos mais internacionais e precisamos de liderança nessas novas áreas. Basicamente, estamos tentando desenvolver uma equipe sólida, de forma a nos posicionarmos para o crescimento”. Distinguimos dois grupos particularmente vulneráveis a restrições de crescimento resultantes da falta de liderança: empresas operando na Ásia-Pacífico e organizações do setor industrial. Por exemplo, quase metade das empresas com sede na Ásia-Pacífico indicam a falta de capacidade de liderança como um dos principais desafios relacionados à força de trabalho (veja a Figura 7). Nessa região, o crescimento rápido, aliado a um grupo relativamente pequeno de líderes experientes, gerou rapidamente uma escassez desses profissionais. Como resume o vice-presidente de RH de uma empresa de tecnologia de Cingapura, “A liderança é problemática em todos os níveis”. Para outras empresas, a mudança nas características demográficas da força de trabalho as está forçando a repensar sua capacidade de liderança em curto prazo. Como destaca o diretor de pessoal de uma entidade governamental, “Cinqüenta por cento dos cargos de As empresas que estão se expandindo para a Ásia também estão enfrentando essa escassez, uma vez que estão tendo dificuldade de trazer expatriados para a região. O vice-presidente corporativo de RH de uma empresa canadense de seguros observa, “No caso da Figura 6. Quais são os principais desafios relacionados à força de trabalho enfrentados pela sua organização? (Porcentagem) Incapacidade de desenvolver rapidamente as habilidades para atender às necessidades comerciais atuais/futuras Falta de capacidade de liderança As habilidades dos funcionários não estão alinhadas às prioridades organizacionais atuais Incapacidade de colaborar/compartilhar o conhecimento na organização Incapacidade de atrair candidatos qualificados Incapacidade de formar uma força de trabalho comprometida/motivada Impossibilidade de redistribuir/realinhar recursos em novas oportunidades Incapacidade de reter os funcionários fundamentais O custo da mão-de-obra é superior ao da concorrência Dificuldade em modificar os níveis do pessoal devido a normas trabalhistas locais 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 20 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 10 20 30 40 50 60 Figura 7. Falta de capacidade de liderança por geografia americana de produtos químicos afirma, “Precisamos desenvolver novos talentos à medida que pessoas experientes saem da empresa”. Dentro da mesma linha, o vice-presidente de RH mundial de uma empresa de tecnologia dos EUA observa, “As pessoas da nossa empresa estão envelhecendo e precisamos desenvolver a próxima geração de líderes”. (Porcentagem) Ásia-Pacífico (exceto Japão) Japão Europa, Oriente Médio e África América Latina Desenvolvimento interno de líderes América do Norte 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Ásia-Pacífico, continuamos procurando talentos para levar dos EUA, mas o grupo de talentos individuais dispostos a se transferir é muito pequeno; ainda enfrentamos escassez de liderança na Ásia-Pacífico e no Japão”. Também observamos problemas de liderança surgindo no setor industrial global (veja a Figura 8). Essa escassez de liderança parece estar contribuindo para um dos maiores desafios comerciais desse setor: a luta pela expansão para novos mercados / regiões geográficas. Como observa o Executivo de RH de uma fábrica coreana, “Não dispomos de pessoas capazes de gerenciar e operar a empresa em um ambiente global”. Alguns executivos seniores acreditam que a falta de capacidade de liderança do setor industrial está relacionada ao envelhecimento da força de trabalho e a um planejamento de sucessão inadequado. Por exemplo, o vice-presidente de RH de uma empresa norte- As empresas não estão preocupadas apenas com sua capacidade de liderança atual, elas estão se deparando com sua incapacidade de desenvolver talentos futuros em liderança (veja a Figura 9). Mais de 75% das empresas indicam que o desenvolvimento de talento em liderança é um enorme desafio. As empresas da região da Ásia-Pacífico são as mais preocupadas com sua capacidade de desenvolver líderes futuros (88%); seguidas das empresas da América Latina (74%); Europa, Oriente Médio e África (74%); Japão (73%) e América do Norte (69%). A incapacidade de rotação de grandes talentos em liderança também é citada como uma questão importante. As empresas do nosso estudo estão adotando alguns procedimentos interessantes para avaliar e desenvolver líderes de uma forma mais eficaz. Uma abordagem é o uso de programas de aprendizagem pela ação. Essas iniciativas reúnem pessoas de toda a organização para que ganhem experiência prática na solução de problemas reais da empresa. Como descreve um vicepresidente sênior de RH: “Reunimos equipes globais para trabalhar em projetos estratégicos. Elas têm uma Figura 8. Os desafios de liderança no setor industrial estão dificultando a expansão (Porcentagem) Desafio da expansão para novos mercados / regiões geográficas Falta de capacidade de liderança Industrial Industrial Distribuição Distribuição Comunicações Comunicações Serviços Financeiros Serviços Financeiros Público Público 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 21 Figura 9. Quais são os desafios mais significativos enfrentados hoje pela sua organização para criar capacidades? (Porcentagem) Formar talentos em liderança Estimular uma cultura que apoie a aprendizagem e o desenvolvimento Rotatividade de talentos em liderança nas unidades de negócios/regiões geográficas Transmitir o conhecimento dos funcionários mais antigos para os mais jovens Prever as habilidades necessárias no futuro próximo Fazer o treinamento cruzado das pessoas necessárias em outras partes da organização Potencializar as habilidades dos novos funcionários rapidamente Desenvolver habilidades básicas em toda a base de funcionários Medir a eficácia das atividades de aprendizagem e de desenvolvimento Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 0 única reunião física e as demais reuniões são virtuais. Isso nos permite observar nossas pessoas mais capazes em situações de equipe e testar nossos candidatos à sucessão. Isso fornece às pessoas uma visão mais ampla da empresa e dos nossos clientes globais”. A aprendizagem pela ação também pode ser incorporada a programas educativos mais tradicionais. O vice-presidente sênior de RH de um fornecedor internacional de educação infantil destaca: “Nossa iniciativa de maior impacto tem sido o desenvolvimento de liderança dirigido a funcionários de alto potencial. Ela começou com um programa de dois anos orientado pelo CEO e pelo COO. Orientada primeiramente por estudos de caso, a iniciativa passou a se concentrar mais na aprendizagem pela ação quando os estudos de caso começaram a perder sua utilidade”. Uma empresa norte-americana de tecnologia também incorporou o uso de mentores aos seus programas de aprendizagem pela ação. De acordo com seu vicepresidente de RH, “Formamos classes de alunos, lhes atribuímos problemas de negócios a serem solucionados e os associamos a líderes seniores. É um excelente programa para obter visibilidade da próxima geração de líderes e solucionar alguns problemas de negócios difíceis”. A rotação de cargos também foi mencionada com freqüência pelos participantes do estudo, sendo que quase 50% achavam que essa era uma técnica valiosa de desenvolvimento de funcionários. As organizações 22 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 10 20 30 40 50 60 70 80 vêem isso como uma forma eficiente de proporcionar experiências em desenvolvimento e um método pragmático para avaliação de futuros talentos. Um vice-presidente de RH de uma empresa de fabricação descreve o valor que sua empresa atribui ao programa de rotação de cargos desta maneira: “As rotações de cargos nos ajudaram muito no planejamento da sucessão. A transferência de nossos funcionários para cargos que talvez não estejam no seu histórico garante que eles obtenham as experiências e os conhecimentos necessários. Vemos se eles têm condições de enfrentar o desafio. Nós estamos proporcionando às pessoas uma forma de diferenciação”. Ainda que várias empresas descrevam o valor que atribuem à rotação de cargos, colocar isso em prática ainda é um desafio; mais de um terço das empresas pesquisadas consideram a rotação de cargos um enorme desafio de desenvolvimento de capacidade. Um obstáculo é a relutância das divisões operacionais em ceder pessoas de alto desempenho. Como observa o vice-presidente de RH de uma empresa de tecnologia de Cingapura, “Existe uma relutância visível do gerente em ceder funcionários para a rotação de cargos; existe o medo de perder talentos!”. Portanto, a rotação de cargos precisa ser adotada pelos executivos de linhas de negócios e de RH, ambos trabalhando em conjunto para elaborar planos de sucessão com o objetivo de substituir pessoas que precisam ser transferidas para novas posições. Implicações As empresas enfrentam um vácuo de liderança, com menos pessoas dotadas de conhecimento e experiência para orientar outras ao longo das transformações necessárias nos negócios. Sem líderes que possam fornecer a orientação, a objetividade e o feedback necessários para navegar em um mundo mais complexo, as empresas enfrentarão grande dificuldade para atingir suas metas. Ainda que muitas empresas tenham investido em uma série de atividades de planejamento de sucessão e desenvolvimento de liderança, vemos normalmente que esses esforços são realizados em nível regional, o que não permite que uma organização tenha uma visão global do seu portifólio de liderança. Nossos dados qualitativos sugerem que as empresas precisam levar em consideração diversos fatores, entre eles número, localização, capacidade de transferência e capacitação dos líderes em todo o mundo, para que possam dar um suporte eficaz aos seus planos de crescimento. Uma forma de atender a essa necessidade é utilizar software de gerenciamento de talentos que possa ajudar a identificar defasagens atuais e fornecer insight para os processos de planejamento. Dessa maneira, as empresas podem tomar decisões mais fundamentadas sobre os tipos de programas de desenvolvimento de liderança necessários, a rapidez com que esses programas precisam ser implementados e os riscos comerciais associados à ausência de talentos suficientes em liderança. A natureza variável do trabalho também afeta as habilidades necessárias ao sucesso dos líderes. Um estudo conduzido pela IBM em 2007 examina, especificamente, os desafios da liderança em um mundo distribuído (Leadership in a Distributed World).8 Os gerentes de hoje precisam fornecer orientação e instrução a equipes que trabalham em fusos horários, culturas e barreiras organizacionais diferentes. No dinâmico ambiente de negócios atual, os líderes precisam assumir mais riscos e agir com mais rapidez, conectando talentos de forma incisiva e movimentando informações e conhecimentos pelo mundo todo. Os líderes precisam ser cada vez mais sensíveis à composição diversificada da força de trabalho global. Eles precisam compreender o conjunto de fatores associados à contratação de pessoas com os mais diversos tipos de experiências e antecedentes. Programas eficazes de desenvolvimento de liderança levam em consideração esses fatores e incorporam experiências que ajudam a desenvolver as novas competências necessárias para o sucesso em um ambiente globalmente integrado. Embora seja tentador para as empresas simplesmente transferir seu trabalho de desenvolvimento de liderança para universidades que oferecem cursos de “treinamento de executivos”, as experiências em desenvolvimento de liderança dos clientes e as nossas próprias experiências revelam que os executivos corporativos precisam ter uma visão mais ampla das oportunidades de desenvolvimento para suas equipes atuais e futuras. Como destacado por nossos participantes, os programas de aprendizagem pela ação, o uso de mentores e a rotação de cargos podem desempenhar um papel valioso ao proporcionar aos indivíduos novas experiências, criar redes eficazes e transmitir conhecimento prático essencial. Todas essas técnicas podem ser disseminadas até os níveis iniciais da hierarquia organizacional, facilitando a identificação e o desenvolvimento de líderes potenciais ainda no início de suas carreiras. O estudo de caso Maybank (consulte, Maybank: a resposta à necessidade de excelência em liderança) descreve como uma empresa trabalhou no sentido de preparar seus líderes para a transformação prevista. Ainda que programas de desenvolvimento de liderança sejam essenciais, nosso Estudo Global sobre Capital Humano 2005 transmite uma mensagem de advertência.9 Nesse estudo, descobrimos que as empresas que investem no desenvolvimento de suas forças de trabalho correm o risco de perder talentos para a concorrência caso os funcionários não recebam funções desafiadoras que lhes permitam aplicar suas novas habilidades. Portanto, os programas de desenvolvimento de liderança precisam estar intimamente vinculados a estratégias de gerenciamento de sucessão em todos os níveis da organização, proporcionando oportunidades àqueles que estejam preparados e dispostos a aceitar novos desafios. Será necessário concentrar os esforços de todas as partes da organização para formar o número suficiente de líderes com as qualificações adequadas e capazes de alcançar os resultados dos negócios. A área de RH precisa disponibilizar os programas de desenvolvimento e os processos de planejamento de sucessão, mas será preciso que os líderes de linhas de negócios identifiquem os altos potenciais em todos os níveis de gerência, lhes proporcionem experiências práticas em liderança e os treinem e orientem à medida que avancem em suas carreiras. 23 Maybank: a resposta à necessidade de excelência em liderança O Maybank Group (Maybank) é o maior grupo de serviços bancários da Malásia, com mais de 400 agências. O Maybank é líder no setor bancário da Malásia há mais de três décadas e meia. No entanto, a desregulamentação e a concorrência acirrada ameaçavam colocar em risco sua posição no mercado. Ele precisava se tornar mais responsivo às demandas do mercado e dos clientes. Assim sendo, a empresa precisava fortalecer seu conjunto de talentos em gerenciamento e aumentar a capacidade de resposta de sua liderança. Os líderes do Maybank identificaram duas metas em termos de desenvolvimento de gerenciamento: aumentar a eficácia dos gerentes na transformação do banco em preparação para a desregulamentação das operações bancárias em 2007 e promover a excelência da força de trabalho por meio de programas inovadores. No entanto, a empresa não dispunha de uma abordagem consistente de desenvolvimento de liderança / gerenciamento. O treinamento era, na maior parte, esporádico, não era escalável e exigia grandes investimentos de tempo, esforço e dinheiro. Com o objetivo de criar uma base para orientar as mudanças comportamentais entre líderes e gerentes, o Maybank lançou, em 2005, um novo Programa de Desenvolvimento de Gerenciamento Corporativo, conhecido como “IMPACT” (Integrated Management development Program in AChieving Transformation). Esse programa é dirigido a gerentes emergentes e de primeira linha, utilizando um método de aprendizagem mesclada. Ele integra aprendizagem distribuída a experiências em sala de aula, colaboração com colegas, treinamento em gerenciamento no trabalho e material de referência. Gerentes experientes são incorporados ao programa como mentores; mediadores on-line também dão suporte aos alunos e os motivam. Como o programa é integrado ao trabalho diário dos participantes, seus gerentes também são envolvidos no seu desenvolvimento profissional. Inicialmente, 750 gerentes de vários setores da empresa foram treinados para desenvolver habilidades essenciais de gestão, como comunicação, treinamento e liderança de equipe. Eles, por sua vez, compartilharam os conhecimentos adquiridos com suas equipes, afetando, de acordo com as estimativas, um total de 3 mil pessoas. Em comparação com os métodos de aprendizagem anteriores, esse programa proporciona uma experiência de aprendizagem mais rica e mais intensa, reduzindo, ao mesmo tempo, o custo por aluno. O programa resultou em um modelo de liderança e gerenciamento comum a todo o Maybank. Com base no acompanhamento por meio de uma pontuação ponderada dos indicadores chave de desempenho, já foram obtidos cerca de US$ 20 milhões em termos de impacto nos negócios. De acordo com medidas de base, a capacidade dos gerentes de comunicar uma visão estratégica, envolver e estimular a força de trabalho e melhorar o desempenho dos funcionários aumentou. Essas estimativas do impacto nos negócios apontam para um sólido retorno sobre os investimentos em decorrência da implementação do programa IMPACT. 24 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável O Aeroporto Internacional de Pudong, Xangai, é um importante portão internacional de entrada na China, com um movimento de mais de 17 milhões de passageiros por ano. Construído em 1999, ele substituiu o Aeroporto Hongqiao como terminal de transporte internacional de Xangai. Ele está ligado a Xangai por uma das primeiras ferrovias de trem maglev (trem de levitação magnética) comerciais de alta velocidade do mundo. SEÇÃO 3 SEÇÃO 3 Descobrindo o segredo da gestão de talentos “Nossa liderança no mercado e nossa reputação internacional são fatores fundamentais para atrair e reter funcionários.” – Diretor de RH, empresa de serviços profissionais A imprensa especializada e o circuito de conferências vêm concentrando uma grande atenção na importância do ciclo de vida da gestão de talentos: recrutamento, desenvolvimento e retenção dos funcionários desejados. No entanto, os executivos de RH da nossa amostragem parecem mais preocupados com a capacidade de suas organizações de desenvolver as habilidades dos funcionários existentes do que em atrair novos talentos. Muitos acreditam que a reputação da empresa lhe permitirá atrair e reter as pessoas necessárias. Contudo, as mudanças nas tendências nas características demográficas e nos padrões de mobilidade da força de trabalho sugerem que talvez seja preciso contestar essa percepção e considerar a possibilidade de investir mais recursos no recrutamento, na seleção e na retenção. Desenvolvimento de habilidades: o que funciona e o que não funciona Mais da metade dos participantes do nosso estudo indica que a incapacidade de desenvolver habilidades com rapidez é um dos principais desafios relacionados à força de trabalho, e mais de um terço afirmam que as habilidades dos seus funcionários não estão alinhadas às prioridades organizacionais atuais (veja a Figura 10). 27 Figura 10. Quais são os principais desafios relacionados à força de trabalho enfrentados pela sua organização? (Porcentagem) Incapacidade de desenvolver rapidamente as habilidades para atender às necessidades comerciais atuais/futuras Falta de capacidade de liderança As habilidades dos funcionários não estão alinhadas às prioridades organizacionais atuais Incapacidade de colaborar/compartilhar o conhecimento na organização Incapacidade de atrair candidatos qualificados Incapacidade de formar uma força de trabalho comprometida/motivada Impossibilidade de redistribuir/realinhar recursos nas novas oportunidades Incapacidade de reter os funcionários fundamentais O custo da mão-de-obra é superior ao da concorrência Dificuldade em modificar os níveis do pessoal devido a normas trabalhistas locais 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Nós estávamos interessados em compreender quais técnicas de aprendizagem as organizações consideram mais valiosas para eliminar essa defasagem de habilidades. Descobrimos que as empresas ainda relatam uma maior eficácia das formas tradicionais de aprendizagem, como treinamento no trabalho e experiências em sala de aula ministradas por instrutores (veja a Figura 11). Assim sendo, não causa surpresa o fato de 52% das empresas se esforçarem para desenvolver habilidades rapidamente. O treinamento no trabalho e o treinamento em sala de aula são processos demorados e que consomem muitos recursos, o que os torna caros para a empresa e potencialmente lentos para responder às mudanças no mercado. Algumas empresas reconhecem que esses métodos não são sustentáveis em função dos problemas atuais de envelhecimento da força de trabalho. O diretor de RH de um banco francês explica essa questão desta maneira: “Antes, a transferência de conhecimentos na prática era muito usada, o que significava que um novo contratado trabalhava em uma equipe de pessoas experientes. Mas a 28 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável aposentadoria em massa (da geração dos baby-boomers) e o número de novas contratações impossibilitarão a eficiência desse método. Assim, todos os procedimentos estão sendo documentados e treinamentos estão sendo criados para difundir os conhecimentos”. A maioria das empresas não está obtendo retorno suficiente dos seus investimentos independentes em e-learning (veja a Figura 11). Somente 27% das empresas consideram o treinamento autogerenciado no computador ou na Web eficiente. As organizações ainda não têm certeza de onde e quando empregar a aprendizagem distribuída. Isso se reflete nos comentários do chefe de RH de um banco que afirma: “O e-learning pode ser apropriado para métodos e assuntos técnicos, mas ainda não é adequado para aprender habilidades interpessoais, onde é necessária a interação com pessoas”. Somente 17% indicam que o treinamento em sala de aula virtual fornecido pela Web é eficaz, sendo que mais de um terço das empresas não fazem qualquer uso dessa técnica. Figura 11. Você considera eficientes as seguintes técnicas desenvolvimento de funcionários na sua organização? (Porcentagem) Treinamento no trabalho Instrução em sala de aula oferecida pela organização Instrução em sala de aula oferecida por fornecedores/instituições fora da organização Rotação de cargos Aprendizagem mesclada (combinação de aprendizagem em sala de aula e na Web) Uso de mentores Reembolso educativo Treinamento autogerenciado no computador ou na Web Treinamento em sala de aula virtual fornecido pela Web Estudo autodidata (que não seja baseado em computador) Cursos por correspondência 0 Muito eficaz Relativamente eficaz 20 40 Nem eficaz nem ineficaz 60 Não muito eficaz 80 Ineficaz 100 NA ou não sabe Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Em setores que exigem o acompanhamento do treinamento obrigatório de grande número de pessoas, a aprendizagem distribuída desempenha um papel mais importante. Por exemplo, 42% das empresas de serviços financeiros afirmam que a aprendizagem na Web é eficaz para suas necessidades específicas. Conforme destacado pelo chefe de RH de um banco australiano que vem alcançando sucesso com o “e-learning de capacitação em produtos”, as técnicas de aprendizagem distribuída podem ser úteis para solucionar problemas de conformidade e de regulamentação que precisam ser acompanhados e avaliados em nível global. A aprendizagem mesclada, ou seja, a combinação da aprendizagem distribuída em suas várias formas com formatos mais tradicionais de aprendizagem, como sala de aula, parece estar tomando grande impulso. O método de aprendizagem mesclada vem sendo destacado há anos como uma prática dominante.10 Na nossa amostragem, 44% indicam que a aprendizagem mesclada é uma técnica eficaz de desenvolvimento de funcionários. Como observa o vice-presidente sênior de RH de uma empresa de produtos industriais, “Estamos usando o treinamento mesclado. Por exemplo, os funcionários começam fazendo um treinamento virtual (para ver se têm interesse em uma área) e, depois, freqüentam as outras aulas necessárias e, no fim, obtêm uma certificação”. 29 Será que as empresas estão prestando atenção suficiente à atração de talentos? trabalho, mas apenas 27% afirmam que a incapacidade de atrair candidatos qualificados constitui um problema. Como mostra a Figura 10, a retenção parece ser uma preocupação ainda menor, com apenas 18% destacando essa como uma preocupação de alta prioridade em relação à força de trabalho.) Muito tem se escrito nos últimos anos sobre a constante “batalha por talentos”. Para muitas empresas participantes do estudo, a rotatividade continua a aumentar. Quase metade das organizações pesquisadas destaca que a rotatividade aumentou nos dois últimos anos, enquanto que somente 16% afirmam que ela diminuiu (veja a Figura 12). A globalização, as mudanças nas características demográficas da força de trabalho e as transformações nas atitudes das gerações contribuíram para uma força de trabalho mais temporária, dificultando a obtenção e a retenção dos funcionários desejados. A empresa de análise IDC afirma em um relatório recente, “Com o baixo nível de desemprego, o envelhecimento da população e a menor dedicação dos funcionários ao local de trabalho em muitas economias importantes, espera-se que as empresas recorram a revigoração de seus recursos humanos e sistemas de talentos, e 2007 poderá ser o divisor de águas para essas mudanças”.11 Isso não significa que não existam setores nos quais a atração de talentos é a principal preocupação. Por exemplo, 40% das empresas dos setores de serviços financeiros e públicos indicam que atrair funcionárioschave é um desafio significativo (veja a Figura 13). Para as empresas de serviços financeiros, a crescente expansão, aliada à concorrência cada vez mais acirrada de instituições não tradicionais, como empresas e fundos de investimentos, pode estar estimulando a luta por talentos. De acordo com o comentário do chefe de RH de um banco europeu, “Normalmente precisamos contratar pessoas do mercado para preencher posições de liderança”. No setor público, a onda de aposentadorias pode estar forçando as organizações a concentrar sua atenção no êxodo de funcionários experientes. Um chefe de RH de uma entidade governamental observa, “A rotatividade de pessoal está aumentando, em grande parte devido ao envelhecimento da força de trabalho (aposentadorias) e à escassez cada vez maior de habilidades no mercado”. Assim sendo, achamos surpreendente ver executivos de RH menos preocupados com sua capacidade de atrair e reter talentos-chave, em comparação com seu enorme interesse em desenvolver capacidade entre os funcionários existentes. (Como discutido anteriormente, 52% indicam a incapacidade de desenvolver habilidades com rapidez como o principal desafio relacionado à força de A porcentagem relativamente baixa de executivos de RH que descrevem a atração e a retenção de talentos como Figura 12. Nos últimos dois anos, o que mudou no nível de rotatividade em sua organização? (Porcentagem) Significativamente mais alta que nos anos anteriores Relativamente mais alta que nos anos anteriores Aproximadamente a mesma que nos anos anteriores Relativamente mais baixa que nos anos anteriores Significativamente mais baixa que nos anos anteriores Não sabe 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 30 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 10 20 30 40 Figura 13. Incapacidade de atrair candidatos qualificados por setor Uma possível explicação está relacionada ao controle. Os executivos de RH podem achar que têm mais controle sobre o desenvolvimento de habilidades do que sobre a atração e a retenção de funcionários e, portanto, estão mais preocupados com os possíveis resultados. Como observa o diretor de RH corporativo de um varejista, “Eu me preocupo com os problemas internos e, portanto, estamos nos empenhando com afinco no treinamento e no desenvolvimento da gerência”. (Porcentagem) Serviços Financeiros Público Industrial Distribuição Comunicações 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. problemas críticos é impressionante, especialmente em vista dos resultados contraditórios de estudos externos semelhantes. Um estudo de 2006 do Corporate Executive Board indica que três quartos dos executivos seniores de RH afirmaram que “atrair e reter talentos” era sua principal prioridade.12 Da mesma forma, um estudo recente realizado por uma empresa de software de gerenciamento de talentos, a SuccessFactors, afirma que mais de 60% das empresas indicam que a retenção de talentos é um problema crucial e que quase a metade cita a aquisição de talentos como um desafio primordial.13 Dada toda a publicidade associada a aposentadorias prematuras, escassez de talentos etc., por que os executivos de RH por nós pesquisados parecem menos preocupados em atrair e reter talentos? No entanto, uma outra explicação pode ser que os executivos de RH da nossa amostragem acreditam que são mais capazes de atrair e reter talentos do que seus concorrentes, apesar da constante batalha por talentos. Quando lhes pedimos para comparar sua capacidade de atrair / reter talentos, quase 60% indicaram que fazem isso melhor do que os concorrentes, enquanto apenas 10% afirmaram que são menos eficazes (veja a Figura 14). Comentários dos nossos participantes também sugerem que suas reputações atuais no mercado lhes proporcionam uma vantagem na batalha por talentos. Conforme observa o gerente de RH de uma empresa coreana de produtos de consumo, “Como a imagem da nossa marca é excelente e bem conhecida dos candidatos coreanos, dispomos de uma boa posição para contratação no mercado de mão-de-obra”. Figura 14. Como a sua capacidade de atrair/reter talentos se compara com a dos concorrentes? (Porcentagem) Muito mais positiva que a dos concorrentes Relativamente mais positiva que a dos concorrentes Equivalente Relativamente menos positiva que a dos concorrentes Muito menos positiva que a dos concorrentes Não sabe 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 31 Será que esses resultados sugerem que as empresas descobriram o segredo da gestão de talentos? Ou, será que elas acreditam que, como nenhuma empresa é particularmente eficaz nesse domínio, suas marcas corporativas são realmente um diferencial no mercado? Em ambos os casos, as empresas devem ser muito cautelosas para não superestimar sua capacidade de atrair os melhores e os mais brilhantes. Com o afastamento dos funcionários mais antigos, o menor número de funcionários da geração Y que irão substituílos e a demanda cada vez maior por talentos em todo o mundo, o desafio de atrair e reter talentos provavelmente será cada vez maior, e não menor. Como destacado em um relatório recente da IDC: “A organização típica não compreende o efeito que a escassez de talentos e o envelhecimento da força de trabalho poderá ter na capacidade da empresa de executar sua estratégia futura. É imperativo que a área de RH tome a iniciativa de realizar uma avaliação de risco hoje. Uma vez compreendido o risco, a área de RH poderá, então, diminuir esse risco colocando em prática as estratégias de talentos adequadas, ou seja, estratégias para identificar os funcionários com melhor desempenho, aumentar a retenção e posicionar-se para a futura aquisição de talentos.”14 A importância da imagem para se posicionar melhor no mercado de talentos Os participantes da pesquisa claramente acreditam que a imagem da organização no mercado é um dos principais determinantes para atrair funcionários. Quase 50% das empresas acreditam que uma reputação corporativa positiva é um fator importante, enquanto 42% sugerem que o histórico comprovado de transformação de uma empresa também constitui um forte atrativo (veja a Figura 15). Um vice-presidente de sistemas e processos de RH do setor de mineração, que, como um todo, vem enfrentando uma escassez significativa de mão-de-obra, afirma “Nossa empresa atrai candidatos devido a uma imagem de marca positiva no mercado. Nós tiramos proveito do fato de as pessoas do setor desejarem trabalhar aqui”. Mesmo entidades governamentais começaram a perceber a importância da imagem no mercado, como observa um executivo de RH, “Esta organização é vista como um ícone por funcionários potenciais, em função da sua sólida reputação de sucesso, oportunidades de desenvolvimento de carreira e valores positivos, que estão alinhados aos de nossos funcionários”. Figura 15. Quais são as características mais importantes que atraem candidatos para a sua organização? (Porcentagem) Reputação corporativa positiva A empresa possui um histórico comprovado de transformação e sucesso contínuo no mercado Responsabilidades novas ou desafiadoras Óbvias oportunidades de desenvolvimento de carreira As compensações e os benefícios são equivalentes ou superiores aos do setor e/ou normas locais Os valores da empresa são alinhados aos valores pessoais Capacidade de equilibrar as demandas profissionais e pessoais Oportunidade de desenvolver habilidades específicas Oportunidades de educação Oportunidade de trabalhar com um gerente ou um grupo de colegas específico Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 32 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 0 10 20 30 40 50 60 Ainda que o nosso estudo ressalte a importância da imagem de marca externa, ele também aponta áreas que os executivos de RH consideram menos importantes para atrair funcionários potenciais do grupo de talentos. Por exemplo, apenas um terço indica que salários equivalentes ou mais altos que a média do mercado constituem um atrativo importante. No entanto, essa opinião varia consideravelmente de uma região geográfica para outra. Embora apenas 11% das empresas japonesas classifiquem o salário como um fator importante, quase metade dos entrevistados da Ásia-Pacífico, exceto Japão, considera esse fator fundamental. com pessoas à procura de emprego confirma que a reputação corporativa positiva, a possibilidade de estabilidade no emprego e a oportunidade de obter novas responsabilidades são altas prioridades para aqueles que estão atualmente no mercado de trabalho. Mais de 70% dos entrevistados para o estudo da Monster indicam que esses são fatores que pesam na decisão sobre uma nova oportunidade.15 A abertura de portas: a criação de oportunidades para os melhores e mais brilhantes Ainda que a reputação pareça ser um fator importante para atrair pessoas, criar oportunidades de carreira parece ser o principal motivo da sua retenção. Nossos participantes acreditam que os fatores mais importantes para reter funcionários-chave são a atribuição de novas responsabilidades desafiadoras (48%) e a oferta de óbvias oportunidades de desenvolvimento de carreira (43%) (veja a Figura 16). Da mesma forma, somente um pequeno percentual de executivos acreditam que o equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais constitui um grande atrativo, sendo que apenas 18% consideram esse um fator importante. Contudo, 42% das organizações do setor público identificam o equilíbrio como um forte atrativo, sugerindo que as entidades governamentais e as organizações sem fins lucrativos podem estar visando pessoas que estão buscando alternativas às demandas típicas do mundo corporativo. Por exemplo, o chefe de operações de RH de uma empresa européia afirma que a retenção “é uma questão de crescimento individual e envolvimento do funcionário”, enquanto o Executivio de RH de uma empresa de produtos industriais da Ásia-Pacífico observa que “Se não mostrarmos / oferecermos oportunidades de crescimento aos nossos funcionários, eles sairão da empresa”. Reconhecemos que essas perspectivas se baseiam nas opiniões de executivos de RH, e não de candidatos potenciais. Entretanto, um estudo recente realizado pela Monster and Development Dimensions International Figura 16. Quais são as características mais importantes que ajudam a reter os funcionários na sua organização? (Porcentagem) Responsabilidades novas ou desafiadoras Óbvias oportunidades de desenvolvimento de carreira As compensações e os benefícios são equivalentes ou superiores aos do setor e/ou normas locais Os valores da empresa são alinhados aos valores pessoais A empresa possui um histórico comprovado de transformação e sucesso contínuo no mercado Capacidade de equilibrar as demandas profissionais e pessoais Reputação corporativa positiva Oportunidade de desenvolver habilidades específicas Oportunidade de trabalhar com um gerente ou um grupo de colegas específico Oportunidades de educação 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 33 Implicações No ambiente de negócios de hoje, vemos claramente a importância da gestão de todo o ciclo de vida do funcionário, desde a atração e o recrutamento até o desenvolvimento e a retenção. No entanto, nosso estudo sugere que as empresas estão concentradas basicamente no lado do desenvolvimento da gestão de talentos, ou seja, desenvolver habilidades entre os funcionários atuais. Em um ambiente no qual as tecnologias estão em constante transformação, os funcionários mudam de emprego com mais freqüência e o trabalho requer mais conhecimentos, esse enfoque parece razoável. Em função da rapidez com que novas habilidades precisam ser adquiridas, as empresas que contam com estratégias de aprendizagem que utilizam muitos recursos, como instrução em sala de aula e treinamento no trabalho, podem enfrentar dificuldades para acompanhar a demanda. Os programas de aprendizagem mesclada, que combinam as vantagens das tecnologias de aprendizagem distribuída com as oportunidades do envolvimento pessoal, desempenharão um papel cada vez mais importante no desenvolvimento da força de trabalho do futuro. Essas soluções parecem reunir o melhor das duas opções: unir as vantagens da aprendizagem distribuída, como a capacidade de disseminar conteúdo com facilidade, controlar os resultados e permitir que as pessoas aprendam no momento que lhes for conveniente, às oportunidades de reunir-se com especialistas, obter treinamento e aplicar habilidades ao ambiente de trabalho. Nós constatamos o valor da aprendizagem mesclada dentro da própria IBM. Nossa organização de vendas precisava treinar milhares de vendedores e encaixar 300 horas de treinamento em um período de seis meses. Ao mesmo tempo, a organização precisava aumentar a receita média por vendedor. Reconhecendo o volume significativo de conhecimentos práticos necessários para realizar vendas com eficácia, a empresa decidiu 34 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável desenvolver uma experiência de aprendizagem que não apenas utilizasse cursos, mas também incorporasse o uso de mentores, colaboração e gerenciamento de conhecimento. A IBM elaborou um programa que não somente lhe permitiu adaptar a experiência de aprendizagem às necessidades específicas (por exemplo, pessoas externas experientes vs recém-formados), mas também aproveitar o conhecimento e a experiência de outras pessoas da empresa. Como resultado do uso desse processo, novos profissionais de vendas puderam personalizar a aprendizagem, aplicar as novas ferramentas como parte de seus trabalhos diários e aproveitar recursos de treinamento para feedback. No entanto, apesar da ênfase dos entrevistados nessa área, o simples enfoque no desenvolvimento dos funcionários pode não ser suficiente para enfrentar as constantes transformações nos mercados de mão-deobra de hoje. Em muitos setores e regiões, as empresas estão lidando com a escassez de talentos em uma escala que não se via desde a era “ponto.com”. De acordo com um estudo realizado, em 2007, pela Manpower com 37 mil empregadores em 27 países, 41% das empresas do mundo todo estão tendo dificuldade em preencher posições devido à falta de talentos adequados.16 Ainda que as organizações possam estar satisfeitas hoje com sua capacidade de lutar por talentos, o envelhecimento da força de trabalho e a maior concorrência por mão-deobra irão impor novas pressões às empresas para que reconsiderem a sua capacidade de atrair candidatos e reter funcionários de alto desempenho. Como observa o chefe de RH de uma empresa de tecnologia, “A atração e a retenção ficarão mais difíceis para nós, precisamos estar em condições de competir”. Com base na nossa experiência com clientes, vemos uma série de práticas dominantes para atrair candidatos. Uma é proveniente da área de gestão de relacionamentos com clientes e consiste em compreender bem os anseios e as necessidades de vários segmentos da mão-de-obra (por exemplo, trabalhadores da geração Y e aposentados), capturar informações sobre candidatos potenciais, concentrar os esforços de recrutamento em segmentos de alto valor, bem como acompanhar e avaliar os resultados. A tecnologia pode desempenhar um papel importante ao viabilizar um método eficaz de gerenciamento de relacionamentos com candidatos. Como afirmado em um artigo recente da HR Magazine, “Ainda que os bancos de dados de relacionamentos com candidatos sejam diferentes dos bancos de dados CRM, as ferramentas básicas são as mesmas: a tecnologia é usada para criar uma ‘marca’, estabelecer comunicação regular, destacar produtos (vagas de emprego), gerar interesse do candidato e coletar dados sobre habilidades e capacidades ao longo do tempo”.17 As empresas estão até mesmo utilizando mundos virtuais como uma forma de melhorar ainda mais os relacionamentos com candidatos, conforme ilustrado pela Manpower (consulte Como atrair candidatos da próxima geração: ilha Manpower no universo Second Life). Ainda que as empresas já estejam adotando um método analítico de atração, as práticas predominantes sugerem a aplicação desse mesmo rigor à retenção de funcionários. Isso começa com uma compreensão do negócio: determinar as principais áreas nas quais a retenção de funcionários é essencial. A identificação dos segmentos de funcionários que exigem atenção específica pode ajudar as empresas a priorizar e concentrar recursos nas populações mais vitais para o sucesso. Por meio da avaliação dos determinantes da retenção, que podem ser muito diferentes em segmentos diferentes da força de trabalho, as empresas poderão identificar a combinação adequada de técnicas de retenção de funcionários. Com um método analítico, as organizações podem ver além dos indicadores de retenção globais e adotar uma abordagem mais granular em relação a segmentos estratégicos da força de trabalho. Ao mesmo tempo, as empresas precisam evitar conflitos entre seus modelos de gestão de desempenho e de compensação e suas estratégias de retenção. Uma outra estratégia que observamos em uso nas organizações é atrair pessoas de locais de concentração de mão-de-obra não tradicionais. Com a intensificação da concorrência por talentos existentes, as empresas estão começando a procurar fontes alternativas de mão-deobra, como funcionários aposentados, associações de ex-alunos, mulheres de volta ao mercado de trabalho depois de terem filhos e pessoas portadoras de necessidades especiais que buscam um ambiente de trabalho adequado às suas necessidades. Como observa o gerente de desenvolvimento de RH de uma empresa japonesa de telecomunicações, “Também estamos tentando recontratar mulheres e pessoas que se aposentaram na idade de aposentadoria obrigatória”. Essas pessoas não só trazem uma bagagem significativa em termos de conhecimento e expertise para a empresa, mas também podem oferecer uma maior lealdade à organização. Inicialmente, pode parecer que a área de RH é a responsável pelo gerenciamento do ciclo de vida do funcionário. No entanto, embora ela possa ser o principal gerador de estratégias e programas de base, a execução real desses esforços requer uma coordenação próxima entre várias áreas. O desenvolvimento de uma marca que atraia candidatos potenciais requer recursos encontrados nas áreas de marketing, publicidade, TI e relações com a mídia. O trabalho de aprendizagem mesclada depende da interação entre a função de treinamento e o departamento de TI, com a orientação e o envolvimento adequados das linhas de negócios. A retenção de talentos-chave é uma responsabilidade fundamental dos gerentes de linha que trabalham com as pessoas diariamente, compreendem suas necessidades e aspirações pessoais e ajudam a estruturar o ambiente de trabalho e a cultura corporativa geral. Embora a área de RH possa tomar a iniciativa, em última análise, são necessários o compromisso e o envolvimento ativos de toda a alta administração. 35 Como atrair candidatos da próxima geração: ilha Manpower no universo Second Life Como uma empresa de 60 anos se posiciona como o empregador preferido no mundo em rápida transformação de hoje? A Manpower, uma empresa global de prestação de serviços de recrutamento e seleção de recursos humanos permanentes, temporários e contratados, com mais de 4.400 escritórios em 73 países, fez isso ao reconhecer e realizar várias mudanças importantes no seu mercado. Ao longo dos últimos anos, a empresa vem enfrentando uma maior demanda dos clientes que buscam preencher posições que envolvem trabalho virtual, como oportunidades de trabalho em casa ou funções terceirizadas. A empresa também está observando que as características demográficas de um dos seus principais grupos de funcionáriosalvo estão evoluindo para uma população mais jovem e com mais domínio da tecnologia. Como uma organização que visa ser o “sistema de posicionamento global para o desenvolvimento profissional das pessoas”, a empresa reconheceu a necessidade de assumir a posição de líder em conhecimento do futuro do trabalho. Para fazer isso, a Manpower decidiu lançar uma ilha na Second Life, uma comunidade virtual cujos residentes, conhecidos como avatares, vivem e trabalham em uma variedade de ambientes tridimensionais. Atualmente, mais de 7 mil empresas operam na Second Life, que tem mais de 5 milhões de “residentes” individuais.18 A ilha Manpower, lançada em julho de 2007, é um lugar no qual as pessoas à procura de emprego e os empregadores podem se reunir para conhecer o mundo do trabalho virtual, compartilhar idéias e interagir em uma variedade de espaços de reunião on-line distintos. A ilha oferece diversos recursos, entre eles uma trilha de orientação que ilustra como marcar uma presença de efeito e navegar na comunidade Second Life, além de áreas que oferecem instruções sobre como desenvolver um currículo on-line, preparar-se para entrevistas físicas e virtuais e encontrar emprego em um mundo virtual. Nessa ilha, os avatares, formados por funcionários voluntários da Manpower, estão disponíveis para orientar as pessoas pelo site, oferecer auxílio, bem como ouvir as idéias e as preocupações dos visitantes. Com sua presença na Second Life, a Manpower espera gerar tráfego para seu negócio tradicional e promover a conscientização entre um novo grupo de candidatos com conhecimentos tecnológicos. Além de funcionar como fonte de informações, o site também permite à Manpower colaborar e envolver-se com uma nova base de clientes, captando pensamentos e tendências adicionais que lhe permitirão permanecer um passo à frente do mercado. A Manpower espera reforçar entre seus próprios funcionários a necessidade de prever e acompanhar as mudanças no mercado, bem como a importância cada vez maior do trabalho virtual. 36 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável A primeira auto-estrada foi aberta em 1988. Hoje, a malha de auto-estradas da China ocupa o segundo lugar no mundo. A Central Freeway Interchange, em Xangai, apresenta o ambicioso projeto de transporte municipal que ligou a cidade mais populosa da China a seus territórios ocidentais. SEÇÃO 4 SEÇÃO 4 Conduzindo o crescimento por meio da análise da força de trabalho “Até recentemente, e talvez mesmo agora, 90% do trabalho da área de RH consistia apenas em obter os dados, em vez de analisá-los!” – Vice-presidente de operações de RH, empresa européia de petróleo Qualquer discussão importante sobre a estratégia da força de trabalho de uma organização precisa começar com uma conversa sobre o direcionamento dos negócios. Embora a área de RH tenha feito progresso em termos de contribuição para esses diálogos, os entrevistados afirmam que faltam as informações e os dados adequados para que possam tomar decisões estratégicas. Para que a força de trabalho seja realmente valorizada como um ativo, da mesma forma que o capital financeiro ou o valor da marca, todo o alto escalão, e não apenas a equipe de RH, precisa de informações mais sólidas e acessíveis sobre as necessidades atuais e futuras de talentos, a produtividade dos funcionários e a disponibilidade de recursos. Conforme expresso em um relatório recente da IDC, “Com certeza, o futuro dos negócios requer um método mais baseado em fatos e orientado por dados para contratação, pagamento e recompensa das pessoas de melhor desempenho”.19 Trilhando dois caminhos para o sucesso As empresas estão concentradas em superar dois principais desafios comerciais. Para a maioria (58%) dos nossos entrevistados, a principal prioridade é a eficácia operacional: melhorar os resultados dos processos e das práticas existentes com os mesmos recursos ou menos (veja a Figura 17). Além disso, várias organizações estão tentando aumentar seu faturamento por meio do desenvolvimento de novos produtos e serviços (38%) e da expansão para novos mercados e regiões geográficas (37%). 39 Figura 17. Quais são os principais desafios comerciais enfrentados pela sua organização? (Porcentagem) Melhorar a eficácia operacional Desenvolver novas ofertas de produtos/serviços Expandir-se para novos mercados/regiões geográficas Aumentar as margens de lucro Melhorar a qualidade do produto/serviço Aumentar a receita com as operações atuais Lidar com os desafios regulatórios Aumentar a lealdade do cliente Integrar empresas recém-adquiridas Desenvolver novos canais de distribuição 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. A eficácia operacional e o crescimento não são, necessariamente, opções mutuamente exclusivas. Mais de 50% das empresas que selecionaram a eficácia operacional também identificaram o crescimento como um importante desafio comercial. Em algumas circunstâncias, essas duas estratégias podem ser vistas como complementares, conforme observa o líder de RH de uma empresa aeroespacial, “A eficácia operacional gera os recursos a serem investidos no desenvolvimento de novos produtos e serviços”. No entanto, cada uma dessas estratégias envolve um conjunto diferente de desafios relacionados à força de trabalho, e a responsabilidade coletiva em investir em várias prioridades da força de trabalho pode ter conseqüências financeiras para as empresas. As necessidades dos negócios geram desafios relacionados à força de trabalho A Figura 18 destaca alguns dos principais desafios relacionados à força de trabalho. As empresas que citam a melhoria da eficácia operacional como a mais alta prioridade consideram seu maior desafio em termos de força de trabalho alinhar as habilidades dos funcionários às prioridades organizacionais atuais. À medida que as empresas procuram fazer mais com os mesmos recursos ou menos, os funcionários precisam de habilidades adicionais para executar uma variedade de disciplinas funcionais e tecnológicas. 40 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável Por outro lado, as empresas que priorizam o desenvolvimento de novos produtos ou serviços parecem estar mais concentradas em atrair candidatos qualificados. Reconhecendo o tempo e o esforço significativo que são necessários para desenvolver as capacidades necessárias internamente, as empresas estão procurando talentos fora da organização. Figura 18. Vinculação dos desafios comerciais aos problemas de força de trabalho As organizações que enfrentam Provavelmente estão os seguintes desafios: mais preocupadas em:* Melhorar a eficácia operacional • Alinhar as habilidades dos funcionários às prioridades organizacionais atuais Desenvolver novas ofertas de produtos / serviços • Atrair candidatos qualificados Expandir-se para novos mercados / regiões geográficas • Desenvolver habilidades rapidamente para atender às necessidades atuais / futuras dos negócios • Redistribuir / realinhar recursos em vista das novas oportunidades Nota: *Áreas de preocupação significativas do ponto de vista estatístico. Fonte: IBM GLOBAL Human Capital Study 2008. O desenvolvimento rápido de habilidades tem alta prioridade na lista das organizações em expansão para novos mercados. Como a migração para novos territórios ou o trabalho com novos canais requer a adaptação rápida de um grande número de pessoas às novas condições dos negócios, não causa surpresa o fato de essas empresas estarem dando ênfase à velocidade. Essas organizações também enfrentam dificuldade em redistribuir ou realinhar recursos em face dessas novas oportunidades. estratégia de força de trabalho, esse é apenas o primeiro passo. Os líderes de RH precisam ir além da conversão unidirecional da estratégia de negócio e se concentrar mais em estabelecer um diálogo bidirecional que influencie o direcionamento dos negócios. O vice-presidente sênior de RH de uma empresa norte-americana de produtos químicos explica, “Naturalmente, ser um parceiro e influenciar a estratégia comercial é a meta da organização de RH. No entanto, culturalmente, o ritmo e o método para alcançar esse objetivo dependem daquilo que a organização de RH pode oferecer e demonstrar, tanto em termos de sua capacidade de agregar valor aos negócios como de sua capacidade de execução”. Estratégias comerciais diferentes exigem investimentos diferentes na força de trabalho. Fazer as escolhas apropriadas envolve um diálogo bidirecional entre a área de RH e as linhas de negócios. Será que essas discussões estão ocorrendo de forma consistente nas organizações de hoje? Dados e informações: o “Calcanhar de Aquiles” da transformação da força de trabalho Então, o que está impedindo a área de RH de contribuir para a estratégia do negócio e gerar um melhor desempenho da força de trabalho? Uma questão gira em torno da incapacidade da organização de utilizar seus dados e informações sobre capital humano. Somente 6% das empresas entrevistadas achavam que eram muito eficazes na utilização de dados e informações de capital humano para tomar decisões sobre a força de trabalho. Um passo para frente: RH vai além da função transacional A boa notícia é que, após anos de trabalho, a equipe de RH começou a evoluir como parceiro estratégico. Como mostra a Figura 19, 56% dos entrevistados afirmam que têm participação ativa nos esforços de transformação dos negócios, além de fornecerem recursos para esse fim. Desses, 15% estão realmente direcionando esses esforços de transformação e são responsáveis por eles. Como mostra a Figura 20, as principais barreiras que impedem as organizações de desenvolver insights com base em seus dados se devem à falta de integração dos sistemas. Uma análise mais detalhada dos quatro principais pontos fracos mostra ser muito menos provável que as organizações com sistemas de RH mal integrados utilizem os dados de forma eficaz na tomada de decisões No entanto, apenas 39% das organizações relatam que suas estratégias de força de trabalho são direcionadas pela estratégia geral de negócio e também contribuem com ela. Ainda que outros 43% das organizações de RH utilizem a estratégia geral do negócio para desenvolver sua Figura 19. Como você descreveria a função do RH nos esforços contínuos de transformação dos negócios? (Porcentagem) O RH orienta esforços de transformação dos negócios e é responsável pelos resultados O RH participa ativamente e fornece recursos para os esforços de transformação dos negócios O RH oferece conselho e consultoria em relação aos esforços de transformação dos negócios O RH está ciente dos esforços de transformação dos negócios que ocorrem Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 0 10 20 30 40 50 60 41 Figura 20. Que barreiras são mais prováveis de impedir que sua organização utilize dados e informações para tomar decisões em relação à força de trabalho? (Porcentagem) Os sistemas de capital humano são mal integrados Os sistemas de capital humano não são bem integrados a outros sistemas da organização (por exemplo, finanças, vendas) Métricas mal definidas Incapacidade de extrair as informações de nossos sistemas de RH O pessoal de RH não tem experiência em análise de dados para tomar decisões O nível de qualidade dos dados de capital humano é questionável Os gerentes não estão dispostos a acessar as informações O pessoal de RH não está orientado a usar dados ao tomar decisões Falta de apoio do nível executivo Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 0 20 30 40 50 sobre a força de trabalho. Isso se reflete nos comentários preocupantes de um executivo de uma empresa postal que afirma: “Atualmente, temos 42 sistemas de RH diferentes em vigor, o que dificulta o acesso rápido dos gerentes a dados agregados em silos de negócios”. relação à produtividade da força de trabalho. Essas medidas mais estratégicas podem ser mais difíceis de coletar, avaliar e interpretar, embora possam fornecer insights mais adequados sobre como melhorar o desempenho da força de trabalho. Se as organizações não acharem que os dados à sua disposição são completos ou precisos, elas não poderão usá-los para tomar decisões sobre a força de trabalho. Ao mesmo tempo, se os dados existirem, mas forem de difícil acesso, eles não serão utilizados. Qualquer uma dessas restrições poderá impedir que a organização utilize métricas para orientar as decisões de negócios. De fato, nossa pesquisa sugere que apenas 30% das organizações utilizam métricas de capital humano para avaliar muitos ou todos os esforços de transformação dos negócios. “Utilizamos todos os dados disponíveis, mas não temos muitos dados”, afirma o vice-presidente sênior de RH de uma empresa norte-americana de viagens. Quando os dados estiverem disponíveis, será que as organizações dispõem de talentos suficientes para analisar dados de capital humano e informar a estratégia do negócio? Neste estudo, não encontramos evidência direta de que as qualificações da equipe de RH apresentem obstáculos significativos; apenas 24% citam isso como um problema crítico. No entanto, é provável que, sem dados de capital humano precisos e confiáveis, ninguém – nem mesmo os mais qualificados analistas – conseguirá tomar, com segurança, decisões baseadas em fatos que proporcionem insights aos clientes internos da empresa. Como explica o diretor de RH de uma empresa de energia, “Não posso falar sobre a relutância de um gerente em extrair informações ou sobre a sua falta de experiência em análise dos dados, uma vez que ainda não temos um sistema que nos permita fazer isso. O primeiro passo é implementar o sistema e, depois, poderemos propor outros assuntos”. O que observamos em estudos anteriores é que, uma vez disponibilizados os dados, os problemas associados à capacidade analítica da equipe de RH começam a aflorar.20 Como mostra a Figura 21, a maioria das organizações utiliza medidas que são relativamente fáceis de acompanhar (como rotatividade dos funcionários), baseadas na percepção (como envolvimento / satisfação dos funcionários) ou relacionadas aos custos dos funcionários. Um número relativamente pequeno utiliza métricas como receita por funcionário ou utilização do funcionário, as quais podem proporcionar insights melhores em 42 10 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável Figura 21. Quais métricas sua organização utiliza para avaliar a eficácia geral da força de trabalho? (Porcentagem) Retenção/rotatividade dos funcionários Envolvimento/satisfação do funcionário Custo por funcionário Custos de mão-de-obra/capital Satisfação/lealdade do cliente Receita por funcionário Unidades de produção por funcionário Porcentagem de funcionários utilizados Não usamos métricas para avaliar a eficácia da força de trabalho 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Desenvolvimento de uma nova capacidade Por meio dos seus esforços nas quatro áreas principais, desde maior integração até uma melhor definição de métricas, as organizações parecem estar dando os passos adequados para desenvolver os requisitos de base necessários para tomar decisões baseadas em fatos. Vários comentários de nossos entrevistados confirmam essa tendência. Perguntamos aos entrevistados que procedimentos estão adotando para melhorar o uso dos dados e das informações de capital humano na tomada de decisões sobre a força de trabalho. A Figura 22 sugere que as organizações estão trabalhando para solucionar os problemas de dados e sistemas. Figura 22. Que medidas a sua organização toma para melhorar sua capacidade de usar os dados e as informações de capital humano, a fim tomar decisões em relação à força de trabalho? (Porcentagem) Implantação de ferramentas para facilitar a análise dos dados e das informações de capital humano Melhoria na qualidade dos dados de capital humano Integração/unificação dos sistemas de capital humano na organização Aprimoramento das definições de métricas Instrução do pessoal de RH sobre o uso/extração de informações dos sistemas de RH Fornecimento de indicadores de referência para gerentes/ funcionários visualizarem as estatísticas críticas do desempenho Integração/unificação dos sistemas de capital humano com outros sistemas (por exemplo, finanças, vendas) Instrução dos funcionários sobre o uso/extração de informações dos sistemas de RH Recrutamento de um pessoal de RH com mais experiência analítica 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 43 Por exemplo, em termos de métricas e análise, um vice-presidente de gerenciamento de talentos de uma empresa norte-americana de telecomunicações explica, “Estamos caminhando na direção certa no tocante à avaliação e realizamos reuniões mensais sobre a pontuação de RH e avaliações trimestrais de diversidade, talentos, compromissos com os negócios etc.”. Um executivo australiano vê o lado positivo potencial dos esforços de integração da sua empresa, afirmando, “O acesso mais rápido a dados de gestão mais utilizáveis melhoraria a rapidez e a qualidade das decisões de negócios, reduzindo, ao mesmo tempo, os riscos. Além disso, como os custos da força de trabalho representam uma proporção significativa dos custos totais, as economias resultantes do uso mais eficaz do capital humano podem ser expressivas”. Implicações Está claro que as organizações que buscam a eficácia operacional e estratégias de crescimento estão preocupadas com dois conjuntos distintos de desafios relacionados à força de trabalho. Isso ilustra a necessidade de uma maior integração e de um diálogo permanente entre a organização de RH e a empresa. A organização de RH precisa não apenas ser capaz de converter a estratégia de negócio da organização em um plano de força de trabalho executável, mas também precisa ter os dados e participar das reuniões estratégicas, “ter um lugar à mesa”, para colaborar continuamente na execução da estratégia corporativa. Como tantas organizações não dispõem dos dados e das informações de RH necessários, é compreensível que muitas organizações de RH tenham dificuldade em desempenhar a função de parceiro estratégico. Independentemente do respeito que o alto escalão possa ter pelo Executivo de RH, até que a organização de RH tenha acesso aos dados e às informações sobre a força de trabalho com o mesmo nível de agilidade, consistência e validade que os dados financeiros ou operacionais disponíveis para o Executivo de Finanças ou o Executivo de Operações, seus insights não terão o mesmo peso. Como afirma um analista: “As empresas estão investindo em ferramentas para uma melhor gestão de outras áreas de processos de negócios. É chegado o momento de tratar o capital humano como o ativo que ele é”.21 A 44 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável posse dessas informações permitirá que os insights e as recomendações subseqüentes dos líderes de RH recebam a importância necessária para influenciar a estratégia de negócio e orientar os esforços de transformação (Consulte: Melhores informações sobre capital humano melhoram a gestão da capacidade dos recursos). Toda a equipe de liderança da empresa, não apenas a equipe de RH, precisa assumir a responsabilidade por fornecer as ferramentas e os sistemas necessários para desenvolver esse insight estratégico. Para começar, primeiro as organizações precisam verificar se as fontes de dados usadas pela equipe de recursos humanos estratégicos são de alta qualidade, consistentes com outros sistemas de geração de relatórios e acessíveis por meio de interfaces Web 2.0 e de data warehousing. Como os autores Dave Ulrich e Wayne Brockbank afirmam, “Se os dados estiverem armazenados em arquivos e nunca forem usados efetivamente, é como se nem existissem”.22 A área de RH por si só não pode assumir a responsabilidade por essa utilização, mas, em vez disso, deve trabalhar junto com os executivos de linhas de negócios e de TI para fornecer informações relevantes aos tomadores de decisões apropriados. Pesquisas anteriores da IBM identificaram que muitas organizações de RH apresentam uma escassez impressionante das habilidades analíticas necessárias para prestar serviços mais estratégicos.23 Existem várias opções possíveis para eliminar essa defasagem de habilidades. Por exemplo, o treinamento dos profissionais de RH existentes pode melhorar sua capacidade de pensar e de agir estrategicamente. A incorporação de profissionais de RH externos com habilidades analíticas pode ampliar os conhecimentos e as capacidades, mas normalmente existe uma defasagem de tempo entre encontrar talentos no mercado externo e potencializar suas aptidões. O pessoal oriundo de outras partes da empresa, possivelmente Finanças ou Auditoria, também pode trazer as habilidades necessárias para a área. Por fim, o uso de mentores como parte das atividades diárias dos indivíduos tornará a equipe de RH mais familiarizada com a aplicação de suas novas habilidades analíticas. Todos esses esforços podem aprimorar a competência da equipe de RH e fazer a diferença no fornecimento de insights estratégicos. Depois que os dados forem disponibilizados e a equipe tiver as habilidades necessárias para analisar as informações, que impacto isso terá no desempenho da força de trabalho? Isso depende do tipo de dado analisado. A análise tradicional de RH concentra-se em compreender a eficácia e a eficiência dos Recursos Humanos como uma organização, mensurando o custo da prestação de serviços de RH em relação ao tamanho do quadro total de funcionários ou à receita total da organização. Ainda que essas informações sejam úteis para analisar formas de gerenciamento de custos, elas normalmente não fornecem insights sobre como melhorar o desempenho da força de trabalho. Por exemplo, analisar métricas de recrutamento para preencher posições abertas com mais rapidez não ajuda a avaliar se os novos recrutados apresentam um melhor desempenho. Em vez disso, o foco da análise da força de trabalho deve ser dado a itens, como produtividade do funcionário, que influenciam a capacidade da organização de alcançar os objetivos dos negócios. A área de RH, trabalhando mais diretamente com as demais áreas da empresa, pode monitorar e influenciar os comportamentos que têm um impacto direto no desempenho dos negócios. Quanto mais alinhadas às prioridades dos negócios as métricas estiverem, maior será a capacidade de melhorar o desempenho da força de trabalho para alcançar as metas dos negócios. Se a área de RH conseguir superar os desafios significativos em termos de dados e integração, que foram identificados de forma consistente pelos nossos entrevistados, e fazer um inventário de suas próprias capacidades analíticas, ela estará em posição não apenas de reagir à estratégia de negócio, mas também de dar uma importante contribuição para a própria estratégia. Com dados e informações melhores, esperamos que mais empresas diminuam a diferença entre o desempenho da força de trabalho e o desempenho dos negócios. Melhores informações sobre capital humano melhoram a gestão da capacidade dos recursos Para atender à crescente demanda, uma empresa de assistência médica de médio porte precisava reorganizar sua força de trabalho de pesquisa e desenvolvimento que era contratada em função de cada projeto. Um determinante básico da mudança no seu modelo de alocação de pessoal foi vários produtos. A empresa também estava procurando um processo consistente e automatizado de previsão da demanda para agilizar a modelagem de cenários e a tomada de decisões. Essas iniciativas exigiam uma abordagem mais orientada por dados para a gestão da força de trabalho. Para isso, a empresa começou classificando os funcionários por tipo de habilidade e desenvolvendo funções com base nessas várias categorias de habilidades. Em seguida, os funcionários foram identificados por função e suas alocações foram controladas por projeto. Como resultado, os recursos puderam ser distribuídos onde e quando necessários, de modo a alocar o pessoal de uma forma mais econômica aos projetos. Ao mesmo tempo, a empresa começou a fazer uma estimativa de quantos projetos de cada tipo estariam em andamento ao longo de um período de três a cinco anos e, depois, identificou a demanda de cada função com base no tipo de projeto. Esses dados permitiram que a empresa avaliasse a demanda de cada função e, assim, o conjunto de habilidades, além de conseguir determinar as necessidades de contratação. Uma abordagem mais estruturada e orientada por dados permitiu à empresa prever as necessidades de recursos ETI (equivalência de tempo integral) para trabalho permanente, subcontratado e terceirizado. Essa abordagem baseada em atividade e em função trouxe mais rigor ao planejamento de curto e de longo prazo da força de trabalho. Ele também forneceu aos gestores dos recursos os dados para atribuir trabalho a pessoas com os conjuntos de habilidades adequadas. Agora, os funcionários são utilizados de uma forma muito mais eficaz graças à estimativa e ao reconhecimento explícitos dos altos e baixos da demanda de força de trabalho e à atribuição do trabalho de novos projetos de acordo com a disponibilidade e a expertise. Esse esforço permitiu à empresa quantificar suas necessidades de força de trabalho de prazo mais longo, reduzindo os custos em face de uma melhor compreensão de quando alocar trabalho aos funcionários, usar subcontratados temporários ou terceirizar. 45 CONCLUSÃO Seus negócios estão em constante transformação. Será que sua força de trabalho consegue acompanhar o ritmo? As mudanças nos modelos de negócios, nas características demográficas e nas tendências dos clientes estão forçando as empresas a reconsiderar a forma como utilizam o capital humano, para superar os desafios de hoje e as incertezas do futuro. Uma força de trabalho adaptável pode reagir mais facilmente a essas mudanças no ambiente e tirar proveito dessas novas oportunidades do mercado. Nossas conversas com mais de 400 líderes de RH em todo o mundo, bem como nosso trabalho permanente com os clientes, fornecem novos insights sobre como as organizações podem transformar suas forças de trabalho para enfrentar possíveis mudanças no cenário de negócios. Em nossa opinião, a equipe de RH tem uma obrigação estratégica de oferecer orientação e expertise com relação a problemas de eficácia da força de trabalho. Mas ela não pode fazer isso sozinha. As organizações precisam abordar a transformação da força de trabalho como um conjunto integrado de atividades, orientadas pelo grupo de executivos. Os gerentes de linha que estão ligados às atividades diárias, aos problemas, às idéias e às aspirações profissionais dos funcionários também precisam fazer sua parte. O escritório do Executivo de Tecnologia da Informação precisa identificar e implementar novas tecnologias que possam destacar tendências da força de trabalho, localizar especialistas, fornecer conteúdo de aprendizagem e conectar indivíduos separados pelo tempo e pela distância. Vincular a produtividade da força de trabalho ao desempenho financeiro e estabelecer padrões de dados consistentes são tarefas que envolvem tempo e atenção significativos do Executivo de Finanças. O Marketing pode contribuir com mensagens que possam motivar candidatos potenciais a entrar para a organização. E assim por diante. Construir uma força de trabalho adaptável requer liderança. Não apenas no grupo de executivos, mas em todos os níveis da organização. No entanto, quando se trata do desenvolvimento de líderes, nosso estudo retrata um quadro dúbio. Atualmente, as empresas não estão apenas se defrontando com a falta de líderes, elas também destacaram sua incapacidade de desenvolver novos líderes. À medida que a expansão mundial intensifica a demanda por indivíduos capazes de comunicar uma visão inspiradora, fornecer orientação a equipes globais e cumprir os compromissos dos negócios, eles estão rapidamente se tornando bens escassos. As organizações precisam 46 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável redobrar seus esforços para desenvolver habilidades e proporcionar experiências de aprendizagem a futuros líderes empresariais, a fim de prepará-los para suas responsabilidades cada vez maiores. Os dados e as informações representam a fonte de energia de qualquer organização. Muitas organizações continuam enfrentando a falta de dados confiáveis, consistentes e significativos sobre os funcionários, as suas habilidades e competências e, acima de tudo, o seu desempenho. Sem esses insights, as empresas não podem esperar encontrar uma forma eficaz de adquirir novos talentos, descobrir especialistas na empresa, identificar defasagens de capacidades futuras, recompensar e reter colaboradores estrategicamente importantes. Ainda que as empresas tenham investido tempo, energia e recursos significativos para superar inúmeros desafios de informações que assolaram seus sistemas financeiros e cadeias de suprimentos, elas ainda não conseguiram aplicar esses mesmos recursos aos seus ativos de capital humano. Como qualquer mudança complexa, a transformação da força de trabalho deve ser arquitetada desde o início, em vez de implementada como uma série de iniciativas independentes. Todos os componentes da transformação da força de trabalho precisam estar alinhados às tendências dos negócios gerais da organização, bem como a outros esforços de aprimoramento. Por exemplo, os investimentos na atualização dos programas de desenvolvimento de liderança da empresa serão em vão se a organização não conseguir criar oportunidades de carreira nas quais as novas habilidades possam ser aplicadas. A implementação de uma nova tecnologia de colaboração virtual será menos eficaz se as medidas de desempenho forem baseadas exclusivamente em realizações individuais. Portanto, vários programas e tarefas associados à melhoria do desempenho da força de trabalho precisam ser fundamentados em um plano de transformação e em uma filosofia comum, bem como concentrados de forma constante nos resultados do desempenho. O desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável confere à função de recursos humanos uma oportunidade única de dar uma contribuição estratégica para os negócios. Se existe um momento e uma oportunidade para a área de RH provar seu vigor estratégico, esse momento é agora. Desde 1990, quando o distrito de Pudong de Xangai foi designado como Zona Econômica Especial, ele se transformou de campos pantanosos e depósitos em torres ultramodernas que abrigam os centros econômicos e comerciais da cidade. Essas esculturas em Lujiazhu Green são símbolos dessa transformação. APÊNDICES APÊNDICE A Pontos de vista regionais Os Estudos Globais sobre Capital Humano 2005 e 2008 da IBM destacam os vários desafios em termos de capital humano enfrentados por empresas localizadas em diferentes regiões. Essas diferenças se baseiam em uma série de fatores, desde as taxas de crescimento econômico e o nível de desenvolvimento da tecnologia até os costumes e as tradições das empresas. As variações locais na infra-estrutura de capital humano, os determinantes da atração / retenção e os níveis de instrução podem afetar a maneira como as organizações transformam suas forças de trabalho existentes ou adquirem / desenvolvem talentos em novos locais. As próximas páginas apresentam outras perspectivas que destacam algumas das diferenças significativas nas práticas de gestão da força de trabalho e nas tendências que observamos em cada uma das principais regiões geográficas. 49 ÁSIA PACÍFICO (exceto Japão) Os desafios do crescimento rápido Pontos principais: • Os entrevistados da Ásia-Pacífico estão profundamente concentrados no desenvolvimento de liderança. • A compensação é um determinante de peso para atrair novos talentos. • O desenvolvimento profissional é uma ferramenta importante para reduzir atritos. O crescimento permanece na agenda dos países da região da Ásia-Pacífico. Para a região como um todo, as projeções de crescimento do produto interno bruto (PIB) indicam que ele será de aproximadamente 8%.24 Em face desse crescimento rápido, vem sendo dada uma grande atenção à função de liderança. As empresas nessa região indicam que desafios ainda maiores são gerados em decorrência do número insuficiente de líderes e das restrições ao desenvolvimento de liderança (88% em comparação com 76% na amostragem global). Muitas empresas, em função do seu crescimento acelerado, ainda não estabeleceram um processo de desenvolvimento de liderança rigoroso e sustentável. Como observa um executivo de tecnologia, “Não temos nenhum modelo de liderança, nenhum mecanismo de avaliação de liderança. Os critérios de seleção de líderes são baseados principalmente no julgamento subjetivo da equipe de direção”. Ainda que as empresas chinesas venham alcançando sucesso no uso de mentoring para executivos, é difícil expandir essas abordagens para uma base ampla. Mercados de mão-de-obra escassa em determinados setores também estão dificultando ainda mais o desenvolvimento e a retenção de líderes, uma vez que normalmente é fácil obter oportunidades fora da organização. Por exemplo, as empresas do setor de recursos naturais na Ásia-Pacífico estão enfrentando uma escassez significativa de pessoal, ao mesmo tempo em que a demanda dos clientes por matérias-primas continua a aumentar. O vice-presidente de RH de uma empresa de mineração afirma, “Com um índice de desemprego inferior a 3%, não há pessoas suficientes e, portanto, elas têm mais opções”. 50 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável As empresas da Ásia também estão se expandindo para fora dos seus mercados domésticos e criando uma presença mais global. O chefe de RH de uma empresa de serviços financeiros resume essa questão afirmando, “Desenvolver habilidades e uma equipe de liderança sólida é fundamental para a expansão para outras partes da Ásia. No momento, estamos aprimorando nossa estratégia de gerenciamento de talentos para dar suporte a isso”. Esse crescimento rápido cerceia a capacidade já limitada de desenvolvimento de liderança das organizações. Os determinantes para atrair e reter talentos na Ásia-Pacífico também diferem um pouco daqueles em outras regiões. As empresas dessa região relatam que a compensação desempenha um papel mais importante na atração de candidatos (46% contra 33% em nível mundial) e as oportunidades de carreira desempenham um papel mais importante na retenção de funcionários (53% contra 43% em nível mundial). A dimensão financeira é particularmente importante na China, onde mais da metade das empresas indicam que a compensação é o principal meio de atração de candidatos. Como observa o líder de RH de uma empresa de produtos eletrônicos, “Em níveis inferiores, o dinheiro sempre representa um problema e um motivador de mudança; em níveis superiores, é mais uma questão de empregos e oportunidades melhores”. Isso pode resultar em um ciclo virtuoso, em que o crescimento permite que as empresas paguem salários acima do mercado aos seus talentos, ou em uma espiral viciosa, em que a falta de crescimento dificulta a atração dos melhores e mais brilhantes, além de restringir o potencial de crescimento futuro. JAPÃO Em busca de uma maior flexibilidade Pontos principais: • As organizações japonesas reconhecem a necessidade de uma maior flexibilidade da força de trabalho. • Os valores pessoais desempenham um papel mais importante na atração / retenção de pessoas-chave. • A equipe de RH tem menos experiência no uso de métricas de RH e de técnicas analíticas. Historicamente, as empresas japonesas são famosas pelo seu modelo de emprego único, no qual a estabilidade da força de trabalho e o emprego vitalício são características importantes. No entanto, um período emergente de crescimento sustentável, aliado a mudanças nas características demográficas da força de trabalho, está fazendo com que as empresas japonesas reconsiderem seus métodos gerais de gerenciamento da força de trabalho. As empresas japonesas indicam que estão sendo desafiadas em sua capacidade de redistribuir / realinhar recursos em vista das novas oportunidades. Por exemplo, o líder de RH de uma empresa automotiva indica, “Não conseguimos reorganizar as pessoas devido a limitações legais... e não conseguimos realocar as pessoas de acordo com as necessidades dos negócios devido à falta de habilidades e à tendência cultural dos departamentos para a independência”. Reconhecendo esse problema, essas empresas estão nitidamente trabalhando para aumentar a flexibilidade de seus modelos de emprego. Como observa um executivo de produtos industriais, “Depender da força de trabalho normal é arriscado em um negócio no qual existem grandes oportunidades no ambiente de negócios”. Em comparação com outras organizações da amostragem mundial, as empresas japonesas são provavelmente aquelas que mais aumentaram o uso de agências de empregos globais (57% contra 35% em nível global), recursos estrangeiros (54% contra 39%), funcionários contingentes (78% contra 47%) e sistemas hierárquicos de mão-de-obra (57% contra 34%) nos últimos dois anos. O surgimento de centros de recursos estrangeiros em locais de língua japonesa, como Dalian, China, reflete essa nova tendência. Em função dos problemas de envelhecimento associados à população japonesa, bem como das mudanças legislativas recentes, as empresas japonesas apresentam uma propensão muito maior para reintegrar funcionários aposentados (76% contra 26% em nível global). Os executivos de RH no Japão também oferecem uma perspectiva diferente com relação à atração e à retenção de funcionários. Os valores pessoais desempenham um papel muito mais importante na atração e na retenção de funcionários do que em outras regiões. “Antes de preencher um cargo, sempre conversamos sobre a nossa cultura pessoalmente e solicitamos aos candidatos que só entrem para a nossa empresa depois que estiverem seguros de que seus valores correspondem aos nossos”, relata o vice-presidente de RH de uma empresa de produtos de consumo. Proporcionar responsabilidades novas e desafiadoras também é considerado uma ferramenta eficiente de atração e de retenção - como relata um executivo do setor de fabricação de automóveis, “Achamos que o crescimento e as realizações individuais são o incentivo mais importante… desejamos que eles [os candidatos] saibam que o foco da empresa é o ‘desenvolvimento de pessoas’”. O desenvolvimento de habilidades específicas não é considerado um atrativo muito eficaz, uma vez que as pessoas precisam aprender várias funções ao longo de suas carreiras. As empresas japonesas dão menos ênfase ao uso de métricas e análises de capital humano do que outras empresas do mundo todo. Embora acreditem que existe suporte organizacional para o uso de dados de capital humano, as empresas japonesas são menos propensas a implantar ferramentas que facilitem a análise dos dados (32% contra 55% em nível global), desenvolvam indicadores de referência (19% contra 39%) ou integrem seus sistemas de RH a outros sistemas organizacionais (16% contra 31%). Como resultado, as empresas japonesas estão encontrando dificuldade em utilizar dados quantitativos para tomar decisões sobre provimento, alocação de pessoal e treinamento. Como observa o gerente de planejamento de 51 RH de uma empresa de fabricação, “Nossos dados sobre talentos não são atualizados com freqüência suficiente e não podemos utilizá-los de forma eficaz quando procuramos uma pessoa talentosa”. As organizações japonesas dão menos ênfase ao desenvolvimento de uma capacidade analítica dentro da sua função de RH, seja por meio da contratação de pessoal de RH com experiência analítica (8% contra 22% em nível mundial) ou do treinamento do pessoal de RH no uso de ferramentas de análise de capital humano (24% contra 43%). Por fim, as empresas japonesas são menos propensas a utilizar métricas, como satisfação dos funcionários (41% contra 64%), rotatividade (43% contra 70%), custos de mão-deobra / capital (27% contra 50%) e utilização do funcionário (5% contra 21%), para avaliar a eficácia da força de trabalho. Apesar desses desafios, observamos que algumas empresas japonesas estão começando a adotar um método de gestão do capital humano mais baseado em dados. Como indica um executivo de produtos de consumo, “Temos que analisar as especificações e o status dos nossos funcionários detalhadamente, e podemos aprimorar nossa estratégia de RH combinando nossa estratégia de negócio com o planejamento de capital humano de longo prazo”. Dentro da mesma linha, o líder de RH de uma empresa de serviços financeiros afirma, “Começamos recentemente a acumular dados de habilidades e desejamos integrar vários sistemas de RH no futuro”. Esses exemplos sugerem que muitas empresas japonesas estão começando a ampliar suas principais áreas de expertise e a identificar e desenvolver talentos com mais eficácia em suas organizações. 52 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável EUROPA A necessidade de dar um novo impulso aos recursos humanos Pontos principais: • A área de RH tem uma função basicamente consultiva, em vez de proativa, na transformação da força de trabalho. • As organizações dão menos ênfase ao uso de análises sobre a força de trabalho na tomada de decisões. Do ponto de vista da gestão da força de trabalho, as organizações dessa região enfrentam uma série de desafios. Em termos gerais, a economia européia vem utilizando cada vez mais o conhecimento. Estima-se que, nos próximos anos, as empresas que fazem gestão baseada no conhecimento irão gerar mais da metade do total de empregos e do PIB da Europa.25 A escassez de mão-de-obra qualificada continua a aumentar; em 2005, as projeções da IDC indicavam que, por volta de 2008, seria necessário um adicional de 500 mil trabalhadores com habilidades técnicas avançadas em toda a Europa.26 O envelhecimento da população européia também alterou as características demográficas da força de trabalho. Nas duas próximas décadas, o número total de pessoas na faixa etária de 50 a 64 anos aumentará em cerca de 25%, enquanto aquelas na faixa de 20 a 29 anos diminuirão em cerca de 20%.27 Apesar dessas mudanças demográficas razoavelmente substanciais, as organizações européias de RH ainda parecem desempenhar um papel menos ativo em problemas de gerenciamento da força de trabalho do que suas colegas do resto do mundo. As empresas européias são mais propensas a desempenhar uma função consultiva nos esforços de transformação dos negócios (31% contra 21% da amostragem global) do que a dar uma contribuição proativa de tempo e recursos. Um dos desafios que as empresas européias enfrentam é uma aparente falta de interesse e de capacidade de análise do capital humano. Os entrevistados indicam que sua equipe de RH é menos propensa a utilizar dados em seus processos decisórios. Como indica um executivo italiano da área de seguros: “Infelizmente, nosso departamento de RH nunca cria materiais para a tomada de decisões. Nossos líderes não sabem que dados possuímos e como eles podem ser usados”. As empresas européias indicam que existe uma falta de suporte organizacional para o uso de dados de capital humano. Esses resultados sugerem que essas empresas terão dificuldade para identificar os dados básicos necessários para sinalizar problemas potenciais de força de trabalho e desenvolver casos de negócios para intervenções. Como afirma o líder de RH de uma entidade governamental britânica, “Ainda temos muita ‘troca de favores’ na nossa organização. As decisões ainda são baseadas em relacionamentos e no que sabemos sobre nossos funcionários, e não em dados. Precisamos sistematizar isso e adotar um processo decisório baseado em fatos, e não na intuição”. Muitas organizações européias reconhecem que o departamento de RH não pode mais permanecer como um participante passivo em questões de força de trabalho. Como observa o executivo de RH de um banco europeu, “Precisamos dar um ‘salto triplo’ de uma função administrativa para uma função de consultoria e, depois, para uma função de parceria… precisaremos de alguns parceiros de negócios altamente qualificados, em vez do grande número de ‘consultores’ de RH preocupados exclusivamente com a administração dos recursos humanos”. Acreditamos que, em função dos desafios de capital humano cada vez maiores nessa região, outras empresas começarão a seguir um caminho estratégico semelhante. 53 AMÉRICA LATINA A próxima fase de crescimento Pontos principais: • A maior rotatividade está gerando um maior enfoque no desenvolvimento de habilidades e no processo de integração rápida. • A reputação corporativa positiva é importante para atrair e reter pessoas-chave. • Ainda que os executivos de RH percebam suas organizações como eficazes, eles poderão enfrentar novos desafios com o crescimento de suas organizações e economias. Um recente relatório da Manpower sobre o futuro do trabalho na América Latina apresenta um resumo interessante das oportunidades da força de trabalho na região: “O aumento mundial dos preços de commodities e mercadorias produzidas na América Latina, aliado a uma força de trabalho jovem e grande, com menos dependentes econômicos do que no passado, representa uma oportunidade de crescimento única e histórica: um dividendo demográfico em uma região com recursos econômicos abundantes”.28 Com esse potencial de crescimento surge uma série de desafios relacionados à força de trabalho. Uma das mensagens mais claras vinda das empresas latinoamericanas da nossa amostragem é o aumento na rotatividade de funcionários nos dois últimos anos. Dessas empresas, 41% relatam que observam um aumento muito significativo na rotatividade, enquanto outros 31% indicam que ela é um pouco maior. O aumento de oportunidades e o maior crescimento parecem ser os principais determinantes dessa tendência. Um executivo de produtos de consumo observa, “A rotatividade aumentou devido à reativação do mercado e porque a empresa é um treinador de bons funcionários que são requisitados pelo mercado”. Como resultado, potencializar as aptidões dos funcionários é citado como um importante desafio. Ao mesmo tempo, parece que as lembranças de crises econômicas passadas ainda não foram esquecidas. As pessoas à procura de emprego nesse mercado buscam empresas com reputação corporativa positiva, sendo menos 54 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável provável que sejam atraídas por responsabilidades novas ou desafiadoras. Como afirma o Executivo de RH de uma empresa de serviços financeiros, “Os candidatos buscam qualidade de vida e confiança no futuro promissor da organização”, enquanto um executivo da área de petróleo destaca, “O fato de sermos uma empresa com uma boa reputação constitui um atrativo para as pessoas”. Além disso, uma reputação corporativa positiva e um antecedente de transformação parecem ser meios de retenção importantes. Esses fatores, que são um pouco diferentes dos determinantes de atração e de retenção encontrados em outras regiões de rápido crescimento, como a Ásia-Pacífico, sugerem que os latino-americanos procuram empresas com um histórico estável e que sejam menos suscetíveis às flutuações nos negócios que assolaram a região no passado. As empresas dessa região são razoavelmente confiantes na capacidade de suas organizações de RH. Elas são menos propensas a citar que a equipe de RH não tem experiência em análise de dados de capital humano ou que seus dados de capital humano são duvidosos, sendo mais propensas a indicar que suas organizações são muito capazes de se adaptar às mudanças. Como observa o líder de RH de uma empresa de varejo, “Possuímos ferramentas altamente eficazes de avaliação e de identificação de talentos. Isso nos permite responder ao nosso crescimento acelerado”. As empresas dessa região são relativamente menores do que as da amostragem geral, o que pode explicar sua confiança expressa; talvez elas ainda não tenham encontrado os desafios da integração de sistemas e de processos que surgem com o maior porte. No entanto, uma outra argumentação pode ser que as empresas dessa região já sobreviveram a uma reviravolta significativa durante a última década, suportaram com sucesso uma crise e estão bem posicionadas da perspectiva da gestão de capital humano. Será interessante observar como essas empresas se posicionarão durante a fase seguinte do crescimento. AMÉRICA DO NORTE Desenvolvimento da função de RH “conectada” Pontos prinicipais: • As empresas norte-americanas dão uma grande ênfase a disponibilização de processos e atividades de RH em canais eletrônicos. • As empresas reconhecem a necessidade de transferência de conhecimento devido à mudança nas características demográficas da força de trabalho. • A organização de RH parece menos propensa a desempenhar um papel de liderança na transformação da força de trabalho porque existe uma maior oferta de líderes de unidades de negócios que podem ter mais experiência em conduzir mudanças. As empresas da América do Norte parecem estar concentradas em usar a tecnologia como um mecanismo para reduzir custos e melhorar a qualidade do fornecimento de RH. As empresas norte-americanas relatam um maior sucesso no uso de salas de aula virtuais e de treinamento autogerenciado no computador do que outras regiões. Essas organizações são mais propensas a desenvolver indicadores de referência para fornecer dados específicos de capital humano aos gerentes e à equipe de RH. Elas também são mais propensas a usar sistemas de perguntas freqüentes (FAQs), nos quais os funcionários enviam perguntas para um banco de dados de perguntas respondidas anteriormente, para localizar especialistas na organização. Para tirar pleno proveito dessa tecnologia de RH, as empresas dessa região estão recrutando pessoal de RH com experiências analíticas (31% contra 22% da amostragem global). No entanto, as empresas norte-americanas reconhecem que sua jornada rumo a uma função de RH mais analítica ainda não chegou ao fim. Elas são mais propensas a indicar que seus sistemas de RH não estão integrados a outros sistemas da organização (56% contra 41% em nível global). As empresas norte-americanas demonstram preocupação com sua capacidade de transmitir o conhecimento dos funcionários mais antigos para os mais jovens (39% contra 28% em nível mundial) e sua capacidade de potencializar as aptidões dos novos funcionários (39% contra 24%). Como indica o vice-presidente de RH corporativo de uma empresa de serviços financeiros, “Se examinarmos o nível de vicepresidente sênior e níveis superiores, um quarto poderá se aposentar nos próximos cinco anos. Nosso desafio é garantir que o grupo do nível inferior seguinte na hierarquia tenha uma vasta experiência que o prepare para assumir cargos mais altos”. Uma outra área de enfoque da transferência de conhecimento na América do Norte é a necessidade de transferir as experiências de funcionários de mercados mais desenvolvidos para aqueles em outras partes do mundo. O vice-presidente sênior de RH de uma empresa de produtos químicos afirma, “A transferência de conhecimento dos EUA e de outros mercados / fábricas desenvolvidos para mercados emergentes será uma prioridade e uma necessidade significativas, especialmente em modelos de negócios e culturas que talvez não tenham os mesmos valores, prioridades e enfoque”. As empresas norte-americanas demonstram um nível relativamente alto de experiência e maturidade em termos de liderança interna. Elas são menos propensas a indicar uma falta de capacidade de liderança do que as empresas de outras regiões (24% contra 36%). Ao mesmo tempo, elas são menos propensas a afirmar que a equipe de RH orienta os esforços de transformação dos negócios dentro da organização (7% contra 15% em nível global). Como observa o executivo de uma empresa de serviços de utilidade pública, “A organização de RH passou de uma função administrativa para um parceiro… Ela sempre participará, mas não orientará a mudança”. Em face do quadro de líderes experientes nessas empresas, pode-se inferir que muitas organizações de RH na América do Norte não estão sendo solicitadas a desempenhar um papel de transformação forte em suas empresas, que contam mais com a liderança das unidades de negócios para orientar a mudança. Isso se contrapõe a áreas, como a Ásia-Pacífico, onde a escassez de talentos em liderança coincide com uma função de RH mais ativa cujo foco é a transformação dos negócios. Embora as empresas norte-americanas pareçam estar tomando a iniciativa de usar análises e tecnologias para superar os desafios de RH, elas também precisam que sua liderança de RH desempenhe um papel ativo no processo de transformação dos negócios. Como afirma o líder de RH de uma empresa de tecnologia da informação que realizou um programa de provimento de pessoal global recentemente, “A equipe de RH era a mais experiente em mudanças; a primeira entre as equipes comparáveis em termos de desenvolvimento de governança, comunicação e métricas”. Ainda que as empresas norte-americanas possam ter um grupo de líderes de unidades de negócios mais experientes, a equipe de RH ainda precisa desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento e na capacitação de futuros líderes. 55 APÊNDICE B Resultados da pesquisa Quais são os principais desafios comerciais enfrentados pela sua organização? (Porcentagem) Melhorar a eficácia operacional Desenvolver novas ofertas de produtos/serviços Expandir-se para novos mercados/regiões geográficas Aumentar as margens de lucro Melhorar a qualidade do produto/serviço Aumentar a receita com as operações atuais Lidar com os desafios regulatórios Aumentar a lealdade do cliente Integrar empresas recém-adquiridas Desenvolver novos canais de distribuição 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Quais são os principais desafios relacionados à força de trabalho enfrentados pela sua organização? (Porcentagem) Incapacidade de desenvolver rapidamente as habilidades para atender às necessidades comerciais atuais/futuras Falta de capacidade de liderança As habilidades dos funcionários não estão alinhadas às prioridades organizacionais atuais Incapacidade de colaborar/compartilhar o conhecimento na organização Incapacidade de atrair candidatos qualificados Incapacidade de formar uma força de trabalho comprometida/motivada Impossibilidade de redistribuir/realinhar recursos em novas oportunidades Incapacidade de reter os funcionários fundamentais O custo da mão-de-obra é superior ao da concorrência Dificuldade em modificar os níveis do pessoal devido a normas trabalhistas locais 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 56 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 10 20 30 40 50 60 Como você descreveria a função do RH nos esforços contínuos de transformação dos negócios? (Porcentagem) O RH orienta esforços de transformação dos negócios e é responsável pelos resultados O RH participa ativamente e fornece recursos para os esforços de transformação dos negócios O RH oferece conselho e consultoria em relação aos esforços de transformação dos negócios O RH está ciente dos esforços de transformação dos negócios que ocorrem 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 10 20 30 40 50 60 50 60 Qual é a relação entre a estratégia comercial da sua organização e a estratégia da força de trabalho? (Porcentagem) A estratégia da força de trabalho é direcionada pela estratégia comercial geral e também contribui com ela A estratégia da força de trabalho é direcionada pela estratégia comercial geral A estratégia da força de trabalho é desenvolvida independentemente da estratégia comercial geral A estratégia da força de trabalho não é formalmente documentada 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 10 20 30 40 Qual é o desempenho da sua organização nas seguintes atividades de gerenciamento da força de trabalho? (Porcentagem) Modificar o pessoal com base nas mudanças das condições comerciais Prever as exigências diárias/semanais de mão-de-obra Identificar o pessoal disponível com as habilidades e as capacidades apropriadas Identificar as tendências a longo prazo na oferta e na procura de mão-de-obra Integrar a programação dos funcionários a outros sistemas de força de trabalho Incorporar as preferências do funcionário ao processo de programação 0 20 Muito eficaz 40 Eficaz Relativamente eficaz 60 80 Não muito eficaz 100 Ineficaz Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 57 Como você descreveria o envolvimento da sua organização de RH no processo de gerenciamento da força de trabalho? (Porcentagem) O RH é exclusivamente responsável pelas atividades de gerenciamento da força de trabalho O RH é o principal responsável pelo gerenciamento da força de trabalho e recebe a colaboração das unidades de negócios O RH e as unidades de negócios têm uma responsabilidade conjunta pelo gerenciamento da força de trabalho As unidades de negócios são as principais responsáveis pelo gerenciamento da força de trabalho e recebem a contribuição da organização de RH As unidades de negócios são exclusivamente responsáveis pelas atividades de gerenciamento da força de trabalho 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Como o uso das técnicas de flexibilização da mão-de-obra a seguir mudou na sua organização nos últimos dois anos? (Porcentagem) Funcionários temporários/contingentes Terceirização (no mercado interno) Recursos estrangeiros (uso interno ou terceirizado de funcionários nos mercados de custo mais baixo) Funcionários em meio período Agências de empregos globais Sistemas hierárquicos de mão-de-obra (ou seja, o uso de diferentes escalas de pagamento para as diferentes categorias de funcionários) Reintegração de funcionários aposentados 0 20 Aumentou 40 60 Permaneceu o mesmo 80 100 Diminuiu Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. O que mudou no nível de rotatividade dos funcionários em sua organização nos últimos dois anos? (Porcentagem) Significativamente mais alta que nos anos anteriores Relativamente mais alta que nos anos anteriores Aproximadamente a mesma que nos anos anteriores Relativamente mais baixa que nos anos anteriores Significativamente mais baixa que nos anos anteriores Não sabe Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 58 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 0 10 20 30 40 60 Quais são as características mais importantes que atraem candidatos para a sua organização? (Porcentagem) Reputação corporativa positiva A empresa possui um histórico comprovado de transformação e sucesso contínuo no mercado Responsabilidades novas ou desafiadoras Óbvias oportunidades de desenvolvimento de carreira As compensações e os benefícios são equivalentes ou superiores aos do setor e/ou normas locais Os valores da empresa são alinhados aos valores pessoais Capacidade de equilibrar as demandas profissionais e pessoais Oportunidade de desenvolver habilidades específicas Oportunidades de educação Oportunidade de trabalhar com um gerente ou um grupo de colegas específico Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 0 10 20 30 40 50 60 Quais são as características mais importantes que ajudam a reter os funcionários na sua organização? (Porcentagem) Responsabilidades novas ou desafiadoras Óbvias oportunidades de desenvolvimento de carreira As compensações e os benefícios são equivalentes ou superiores aos do setor e/ou normas locais Os valores da empresa são alinhados aos valores pessoais A empresa possui um histórico comprovado de transformação e sucesso contínuo no mercado Capacidade de equilibrar as demandas profissionais e pessoais Reputação corporativa positiva Oportunidade de desenvolver habilidades específicas Oportunidade de trabalhar com um gerente ou um grupo de colegas específico Oportunidades de educação 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 59 Como a sua capacidade de atrair/reter funcionários fundamentais se compara com a dos concorrentes? (Porcentagem) Muito mais positiva que a dos concorrentes Relativamente mais positiva que a dos concorrentes Equivalente Relativamente menos positiva que a dos concorrentes Muito menos positiva que a dos concorrentes Não sabe 0 10 20 30 50 40 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Até que ponto sua organização conhece as habilidades fundamentais da força de trabalho que serão necessárias nos próximos três a cinco anos? (Porcentagem) Conhecimento muito claro Conhecimento claro Conhecimento relativo Desconhece 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Quais são os desafios mais significativos enfrentados hoje pela sua organização para criar capacidades? (Porcentagem) Formar talentos em liderança Estimular uma cultura que apoie a aprendizagem e o desenvolvimento Rotatividade de talentos em liderança nas unidades de negócios/regiões geográficas Transmitir o conhecimento dos funcionários mais antigos para os mais jovens Prever as habilidades necessárias no futuro próximo Fazer o treinamento cruzado das pessoas necessárias em outras partes da organização Potencializar as habilidades dos novos funcionários rapidamente Desenvolver habilidades básicas em toda a base de funcionários Medir a eficácia das atividades de aprendizagem e de desenvolvimento Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 60 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Você considera eficientes as seguintes técnicas desenvolvimento de funcionários na sua organização? (Porcentagem) Treinamento no trabalho Instrução em sala de aula oferecida pela organização Instrução em sala de aula oferecida por fornecedores/instituições fora da organização Rotação de cargos Aprendizagem mesclada (combinação de aprendizagem em sala de aula e na Web) Uso de mentores Reembolso educativo Treinamento autogerenciado no computador ou na Web Treinamento em sala de aula virtual fornecido pela Web Estudo autodidata (que não seja baseado em computador) Cursos por correspondência 0 Muito eficaz Relativamente eficaz 20 40 Nem eficaz nem ineficaz 60 Não muito eficaz 80 Ineficaz 100 NA ou não sabe Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. A sua organização é eficaz em permitir que as pessoas colaborem entre si? (Porcentagem) Muito eficaz De modo geral, eficaz Relativamente eficaz Ineficaz 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 61 Qual é a importância das seguintes barreiras à colaboração em sua organização? (Porcentagem) Os silos organizacionais inibem a colaboração Os indivíduos estão muito ocupados para ajudar outras pessoas da organização As medidas de desempenho não estão alinhadas à recompensa dos indivíduos pela colaboração As ferramentas tecnológicas não apóiam a colaboração de forma eficaz A colaboração não é considerada importante As questões de propriedade intelectual limitam uma colaboração eficiente 0 Muito significativo Significativo 20 40 Relativamente significativo 60 Não muito significativo 80 Insignificante 100 NA ou não sabe Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. A sua organização é eficaz em identificar os indivíduos com expertise específica dentro do próprio pessoal? (Porcentagem) Muito eficaz De modo geral, eficaz Relativamente eficaz Ineficaz Não sabe 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Quais das seguintes opções a sua organização utiliza para identificar especialistas em habilidades e assuntos chaves? (Porcentagem) Diretório de funcionários Repositório de currículos Banco de dados de rastreamento de habilidades Suporte técnico ou outro pessoal de suporte Repositório de perguntas freqüentes (FAQs) Outras tecnologias (por exemplo, sistemas automáticos de geração de perfil) Nenhuma das opções acima 0 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 62 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 10 20 30 40 Sua organização é eficaz em utilizar os dados e as informações do capital humano para tomar decisões em relação à força de trabalho? (Porcentagem) Muito eficaz De modo geral, eficaz Relativamente eficaz Ineficaz Não sabe 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Que barreiras são mais prováveis de impedir que sua organização utilize dados e informações para tomar decisões em relação à força de trabalho? (Porcentagem) Os sistemas de capital humano são mal integrados Os sistemas de capital humano não são bem integrados a outros sistemas da organização (por exemplo, finanças, vendas) Métricas mal definidas Incapacidade de extrair as informações de nossos sistemas de RH O pessoal de RH não tem experiência em análise de dados para tomar decisões O nível de qualidade dos dados de capital humano é questionável Os gerentes não estão dispostos a acessar as informações O pessoal de RH não está orientado a usar dados ao tomar decisões Falta de apoio do nível executivo Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 0 10 20 30 40 50 Que medidas a sua organização toma para melhorar sua capacidade de usar os dados e as informações de capital humano, a fim tomar decisões em relação à força de trabalho? (Porcentagem) Implantação de ferramentas para facilitar a análise dos dados e das informações de capital humano Melhoria na qualidade dos dados de capital humano Integração/unificação dos sistemas de capital humano na organização Aprimoramento das definições de métricas Instrução do pessoal de RH sobre o uso/extração de informações dos sistemas de RH Fornecimento de indicadores de referência para gerentes/funcionários visualizarem as estatísticas críticas do desempenho Integração/unificação dos sistemas de capital humano com outros sistemas (por exemplo, finanças, vendas) Instrução dos funcionários sobre o uso/extração de informações dos sistemas de RH Recrutamento de um pessoal de RH com mais experiência analítica 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 63 Até que ponto as métricas do capital humano são usadas para avaliar o sucesso dos esforços de transformação dos negócios na sua organização? (Porcentagem) As métricas de capital humano são usadas para avaliar todos os esforços de transformação dos negócios As métricas de capital humano são usadas para avaliar muitos esforços de transformação dos negócios As métricas de capital humano são usadas para avaliar alguns esforços de transformação dos negócios De modo geral, as métricas de capital humano não são usadas para avaliar esforços de transformação dos negócios Não sabe 0 10 20 30 40 50 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Quais métricas sua organização utiliza para avaliar a eficácia geral da força de trabalho? (Porcentagem) Retenção/rotatividade dos funcionários Envolvimento/satisfação do funcionário Custo por funcionário Custos de mão-de-obra/capital Satisfação/lealdade do cliente Receita por funcionário Unidades de produção por funcionário Porcentagem de funcionários utilizados Não usamos métricas para avaliar a eficácia da força de trabalho 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. Como você classificaria a capacidade da força de trabalho em se adaptar às possíveis mudanças no ambiente de negócios? (Porcentagem) Muito capaz De modo geral, capaz Relativamente capaz Incapaz Não sabe 0 10 20 Fonte: Estudo do capital humano global 2008 da IBM. 64 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável 30 40 50 60 REFERÊNCIAS E NOTAS 1 Examinamos um subconjunto de 119 empresas da amostragem original cujas informações financeiras estavam disponíveis ao público. Ao analisarmos os 20% superiores (n = 24) das empresas em termos de crescimento da receita em quatro anos, descobrimos que mais de 29% desse grupo (n = 7) achavam que eram são muito capazes de se adaptar às mudanças, resultado bem diferente do da população total. 2 “Expanding the Innovation Horizon: The Global CEO Study 2006.” IBM Global Business Services. Março de 2006. http://www.ibm.com/bcs/ceostudy 3 “UN Habitat Jam: Reaching out to a global community.” Estudo de caso da IBM. 26 de julho de 2007. http://www-306.ibm.com/software/success/cssdb.nsf/CS/ BTHD-75EKLP?OpenDocument&Site=corp&cty=en_us 4 Ibid. 5 Ibid. 6 Ibid. 7 Ready, Douglas A. e Jay A. Conger. “Making Your Company a Talent Factory.” Harvard Business Review. Junho de 2007. 8 Para uma discussão mais detalhada sobre as ferramentas e os comportamentos necessários para alcançar sucesso em um ambiente global, consulte: DeMarco, Michael, Eric Lesser e Tony O’Driscoll. “Leadership in a distributed world: Lessons from online gaming.” IBM Global Business Services. Junho de 2007. http://www-935.ibm.com/ services/us/index.wss/ibvstudy/gbs/a1028184 9 “The capability within: The Global Human Capital Study 2005.” IBM Global Business Services. Junho de 2005. http://www-935.ibm.com/services/us/gbs/bus/html/ 2005_human_cap_mgt_gen.html 12 “The battle for brainpower.” The Economist. 5 de outubro de 2006. 13 “Performance and Talent Management Trend Survey 2007.” SuccessFactors. 2007. 14 “Worldwide and U.S. HR Management Services 2007–2011 Forecast.” IDC. Nº do doc. 206320. Abril de 2007. 15 Howard, Ann, Scott Erker e Neal Bruce. “Selection Forecast 2006-2007: Slugging Through War for Talent.” Development Dimensions International (DDI) and Monster. 2007. http://media.monster.com/a/i/intelligence/articles/ ddi_sluggingtalent/Monster_DDI%20Selection%20Forecas t2007.pdf 16 Copyright Development Dimensions International, Inc. MMVII. Reproduzido com permissão da Development Dimensions International, Inc. 17 “Talent Shortage Study: 2007 Global Results.” Manpower. Março de 2007. http://files.shareholder. com/downloads/MAN/164219164x0x87523/ a49c96c9-cbfe-47ac-9207-476be0e84c20/Talent%20Short age%20Survey%20Results_2007_FINAL.pdf 18 Frase, Martha J. “Stocking Your Talent Pool”. HR Magazine. Volume 52, Edição 4. Abril de 2007. 19 “Manpower Inc. Launches Island in Second Life With Live Panel Discussion on the Evolving World of Virtual Work.” 12 de julho de 2007. http://www.manpower.com/investors/ releasedetail.cfm?ReleaseID=253774 20 “Worldwide Human Capital Management 2007 Top 10 Predictions.” IDC. Nº do doc. 205321. Janeiro de 2007. 22 Lesser, Eric e Michael DeMarco. “A New Approach, A New Capability: The Strategic Side of HR.” IBM Institute for Business Value. Junho de 2006. http://www-935.ibm.com/services/us/index.wss/ibvstudy/ gbs/a1024781?cntxt=a1000407 21 Manning, Christa D. e Judy Sweeney. “Making HCM Strategic: Aligning the Workforce With Business Goals.” AMR Research. Outubro de 2006. 10 Edmonds, Rob. “Best Practices in eLearning.” Learning-ondemand and SRI Consulting Business Intelligence. Maio de 2004; Rivera, Ray J. e Andrew Paradise. “2006 ASTD State of the Industry Report.” American Society for Training and Development. 2006. 11 “Worldwide Human Capital Management 2007 Top 10 Predictions.” IDC. Nº do doc. 205321. Janeiro de 2007. 65 22 Ulrich, Dave e Wayne Brockbank. The HR Value Proposition. Cambridge, MA: Harvard Business School Press. 2005. 23 Lesser, Eric e Michael DeMarco. “A New Approach, A New Capability: The Strategic Side of HR.” IBM Institute for Business Value. Junho de 2006. http://www-935.ibm.com/services/us/index.wss/ibvstudy/ gbs/a1024781?cntxt=a1000407 24 “World Economic and Financial Surveys Regional Economic Outlook – Asia and Pacific.” Fundo Monetário Internacional (FMI). Abril de 2007. http://www.imf.org/ external/pubs/ft/reo/2007/APD/ENG/areo0407.pdf 25 Brinkley, Ian. “Defining the Knowledge Economy: Knowledge Economy Programme Report.” The Work Foundation. Julho de 2006. http://theworkfoundation.com/ assets/pdfs/defining_knowledge_economy.pdf 26 Kolding, Marianne e Vladimir Kroa. “Networking Skills in Europe: Will an Increasing Shortage Hamper Competitiveness in the Global Market.” IDC, com autorização da Cisco Systems. Setembro de 2005. http://www.cisco.com/edu/emea/general/pdf/IDC_ Networking_Skills_Shortage_EW_Europe_FINAL_5_Oct.pdf 27 Von Nordheim, Frtiz. “EU policies in support of Member States efforts to retain, reinforce and re-integrate older workers in employment,” em Buck, Hartmut e Bernd Dworschak eds., Ageing and Work in Europe. Stuttgart: 2003. http://www.management-issues.com/display_page. asp?section=blog&id=671 28 “The Future of Work in Latin America.” Manpower. Maio de 2006. http://files.shareholder.com/downloads/ MAN/164219164x0x63539/3e7d22c5-c511-425c-85ba9e21ee32c540/files_003.pdf 66 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável CONTATE-NOS Sobre o IBM Global Business Services Com especialistas em negócios em mais de 160 países, o IBM Global Business Services oferece aos clientes ampla expertise em processos de negócios em 17 setores, usando inovação para identificar, criar e agregar valor com mais rapidez. Contamos com a ampla variedade de recursos da IBM, para respaldar nossa orientação e ajudar os clientes a implementar soluções desenvolvidas com o objetivo de proporcionar benefícios ao negócio, com impacto de longo alcance e resultados sustentáveis. O IBM Institute for Business Value, parte integrante do IBM Global Business Services, desenvolve, para executivos seniores, insights estratégicos baseados em fatos que giram em torno de problemas críticos específicos do setor, bem como de vários setores. Sobre a prática Human Capital Management da IBM A prática Human Capital Management (HCM) do IBM Global Business Services se concentra em viabilizar a inovação e o desempenho da empresa com uma maior eficácia da força de trabalho. Com mais de 2 mil profissionais, a prática Human Capital Management dispõe de um conjunto completo de recursos para superar os desafios dos clientes. Nossos recursos incluem transformação da força de trabalho, soluções de aprendizagem, conhecimento e colaboração, além de estratégia e transformação de RH. Mais informações Para saber mais sobre este estudo ou entrar em contato com um dos responsáveis pelo HCM, envie um e-mail para um dos contatos listados ou para [email protected], ou Américas Tim Ringo Líder de HCM, global e Américas [email protected] +44 77 34 29 09 70 Diane Horton Líder de HCM, Canadá [email protected] +1 416 478 3082 Alejandra D’Agostino de Castagnet Co-líder de HCM, [email protected] +54 11 5070 1589 x1588 Jeane Goncalves Rego Co-líder de HCM, América Latina [email protected] +55 21 2132 3182 x3182 Europa, Oriente Médio e África Tim Ringo Líder de HCM, global e Sudoeste da Europa [email protected] +44 77 34 29 09 70 HR Business Transformation Outsourcing Mary Sue Rogers Global HR & Learning Business Transformation Outsourcing Leader [email protected] +44 208 832 5018 IBM Institute for Business Value Eric Lesser Parceiro associado [email protected] +1 617 693 6418 Michael DeMarco Consultor sênior [email protected] +1 717 918 0688 Holly Payton Parceiro associado [email protected] +1 770 643 1589 Tom McCabe Líder de HCM, Nordeste da Europa [email protected] +44 207 021 9669 Asia Pacifíco Wayne Peat Líder de HCM, Ásia-Pacífico [email protected] +65 6418 9801 Yukiko Mitsumaki Líder de HCM, Japão [email protected] +81 80 1393 1400 67 ® © Copyright IBM Corporation 2007 IBM Global Services Route 100 Somers, NY 10589 E.U.A. Produzido nos Estados Unidos da América 09-07 Todos os direitos reservados IBM e o logotipo da IBM são marcas comerciais ou marcas registradas da International Business Machines Corporation nos Estados Unidos e / ou em outros países. As referências nesta publicação a produtos e serviços da IBM não significam que a IBM pretenda disponibilizá-los em todos os países nos quais a IBM opera. G510-6647-00 Decifrando o DNA da força de trabalho adaptável • Estudo do capital humano global 2008 Outros nomes de empresas, produtos e serviços podem ser marcas comerciais ou marcas de serviço de terceiros.