Edição nº 12 Dezembro/2009
SESI Responsabilidade Social Empresarial
FÓRUM DE
debate a Diversidade no Mercado de Trabalho
C
om o tema Gestão da Diversidade: Um
Caminho para Sustentabilidade
Organizacional, o SESI Amazonas
promoveu no dia 2 de dezembro o IV Fórum de
Responsabilidade Social Empresarial.
Durante o encontro, os palestrantes
apresentaram as novidades relacionadas ao
tema, como o presidente do Instituto Brasileiro
da Diversidade (IBD) de Salvador/Bahia, Dr.
Hélio Santos, que ministrou a palestra
'Impactos da Gestão da Diversidade na
Sustentabilidade Organizacional'.
Hélio Santos disse que as empresas que
investem na diversidade estão agregando
valor a sua gestão, pois são inovadoras. “A
diversidade promove nas organizações maior
criatividade, melhor avaliação do negócio pelo
mercado”, destacou.
De acordo com ele as pessoas com
deficiência estão buscando a qualificação
profissional enquanto cidadãos. “As
empresas precisam se tornar mais humanas.
A contratação de pessoas com deficiência
deve representar a inclusão de um novo
colaborador, produtivo, capaz de agregar
novos valores”, afirma.
O superintendente regional do SESI, Luiz
Medeiros, disse que não bastam apenas as
iniciativas do Estado, pois todos são
responsáveis pela implementação de
atividades que materializam a igualdade entre
as pessoas. “O SESI, por meio da sua missão,
pretende continuar trilhando o seu caminho,
contribuindo para o desenvolvimento
sustentável da sociedade”, disse.
O chefe do setor de Fiscalização do Trabalho
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
Manoel Hélio Aguiar de Souza, ministrou a
segunda palestra, abordando a 'Lei de Cotas e
sua Importância para o Mercado de Trabalho
no Amazonas'.
A responsável pelo relacionamento entre as
empresas que fazem parte da rede de
qualificação profissional de pessoas com
deficiência do Programa Serasa Experian de
Empregabilidade, Priscila Branca Neves,
apresentou o case de sucesso da empresa.
Há quatro trabalhando na Serasa, Priscila que
é deficiente visual, foi uma das pessoas que
ingressou no mercado de trabalho por meio do
Programa Qualificação Profissional. “O
programa acontece em parceria com outras
empresas, nós fazemos a qualificação, e as
empresas aplicam um teste para selecionar os
profissionais que desejam contratar”.
Ela destacou que o Programa beneficia as
pessoas com todos os tipos de deficiência.
“Por meio da qualificação profissional, as
PDC's passam a adquirir maior autonomia,
independência, qualidade de vida e cidadania.
O Grupo Sacy de Teatro, formado por
crianças e adultos que fazem parte da
Associação de Apoio às Pessoas
Portadoras de Necessidades Especiais
(AAPPNE) encerrou o IV Fórum de
Responsabilidade Social com
apresentação da peça 'O Patinho Feio'.
Os 122 brinquedos novos arrecadados no
evento foram doados para as crianças
que freqüentam a AAPPNE.
Amazonas tem biblioteca em Braille
Com acervo de mais de 700 livros em Braille e 45 livros digitais
a Biblioteca Braille do Amazonas (BBA) é uma opção de
acesso à leitura e entretenimento para os deficientes visuais
do Estado.
Segundo o gerente da BBA, Gilson
Mauro de Souza, dentre os acervos
estão disponíveis livros de
conhecimentos gerais, ensino médio,
fundamental, ensino superior
(pedagogia, sociologia, direito e
administração), concursos públicos,
literatura regional e nacional.
Além dos livros, a biblioteca oferece
aulas de teclado e violão, sessão de
cinema, leitura da revista 'Veja'
atualizada semanalmente, jogos
didáticos em Braille, além de fazer
atendimento psicológico. “Temos como
lema a integração de todos aqueles que enxergam através da
leitura”, disse Gilson.
Em 2009, 67 pessoas com deficiência visual que utilizam a
metodologia da Biblioteca Braille
passaram no vestibular, e 28 em
concursos públicos.
Gilson destaca que em janeiro de 2010
será lançada a primeira monografia em
Braille do Estado do Amazonas. O
material será todo gravado no estúdio que
fica dentro da própria biblioteca.
A Biblioteca Braille do Amazonas fica
localizada no Bloco I do Centro de
Convenções de Manaus, localizado na
Av. Pedro Teixeira, bairro Dom Pedro,
zona Centro-Oeste. Funciona de
segunda a sexta-feira, de 8h às 17h, sem
intervalo para o almoço.
O Info SESI Amazônia Sustentável conversou com o
presidente do Centro de Vida Independente
(CVI) no Amazonas, Ronaldo André Brasil. Vamos
conhecer um pouco como funciona o trabalho social em
prol das pessoas com deficiência no Estado.
Info SESI: Como e quando nasceu o Centro
de Vida Independente do Amazonas (CVI)?
Existem outras filiais no Brasil ou no
mundo?
R: No início de 2005, um grupo de pessoas
com deficiência que estavam discutindo a
problemática constataram que havia a
necessidade de se criar algo novo em
Manaus. Então visitamos o CVI do Rio de
Janeiro, uma associação que faz parte de um
grupo composto por outros CVI's espalhados
pelo Brasil e pelo mundo, que oferece um
novo modelo de atendimento a pessoas com
deficiência, com perspectivas diferentes,
tendo como principal objetivo a Vida
Independente das pessoas com deficiência.
A partir daí fundamos em Manaus, em julho de
2005, o CVI Amazonas, que desde sua
implantação vem atuando de forma ativa,
participativa e objetiva na criação de políticas
públicas voltadas à inclusão das pessoas com
deficiência. O CVI Amazonas é reconhecido
como utilidade Pública Municipal Lei nº. 1220,
filantrópica (sem fins lucrativos), com
inscrição no Conselho Municipal de
Assistência Social - CMAS n° 118 e inscrição
no Conselho Estadual de Assistência Social SEAS de n° 82/2008. Atualmente existem 26
CVI's espalhados pelo Brasil, mais de 500 nos
Estados Unidos e aproximadamente 300 na
Europa.
Info SESI: Como funciona o trabalho de
vocês?
R: A pessoa com deficiência ao chegar no CVI
é recebido por uma assistente social que é
responsável pela triagem deste usuário. Ao
ser entrevistado ele é encaminhado aos
demais profissionais que compõe a equipe
multiprofissional que são: médico,
fisioterapeuta, assistente social, psicóloga,
estomaterapeuta, fonoaudióloga e educador
físico. Cada usuário é encaminhando para um
atendimento conforme a sua deficiência e a
necessidade de um serviço diferenciado.
O CVI é a única associação que oferece este
serviço em todo o Brasil. É importante frisar
que todos os usuários recebem uma visita
domiciliar para que possamos ter registradas
todas as suas necessidades. Também
oferecemos ao familiar do usuário o
acompanhamento psicológico e social de
forma gratuita.
INFO SOCIAL
Faculdade Dom Bosco, FIEAM, Assembleia
Legislativa do Estado do Amazonas (ALE),
Instituto Municipal de Trânsito e Transportes
(IMTT), Secretaria de Estado de Educação do
Amazonas (Seduc), Secretaria Municipal de
Desporto, Lazer e Juventude (Semdej),
Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Info SESI: Qual é o público que vocês
atendem (crianças, adultos, idosos)?
Temos o projeto de construção da casa de
apoio para pessoa com lesão medular e, para
isso, precisamos de patrocínio, além da
reforma da quadra de esporte onde podemos
desenvolver atividades esportivas com os
usuários.
R: Atendemos crianças, adolescentes,
adultos e idosos, que possuem algum tipo de
deficiência física, como por exemplo: paralisia
cerebral, mielomelingocele, lesão medular
(paraplegia, tetraplegia, AVC, amputação) e
demais. Diariamente são atendidas 40
pessoas, além de visitas domiciliares e
hospitalares.
Também estamos executando o Projeto
Basquetebol em Cadeira de Rodas de alto
rendimento. Treinamos nossa equipe todas
as terças e quintas-feiras, no Parque dos
Bilhares, na Av. Constantino Nery, e
convidamos aos que têm interesse em apoiar
o esporte paraolímpico a conhecer nosso
trabalho.
Info SESI: Como o CVI faz para se manter e
realizar seus trabalhos sociais? Caso
alguma empresa tenha interesse em
ajudar o trabalho desenvolvido por vocês,
qual é a maior necessidade ?
R: O CVI possui convênio com a Secretaria
Estadual de Assistência Social (SEAS), a
Secretaria Municipal de Assistência Social e
Direitos Humanos (SEMASDH), que
disponibilizam recursos humanos e
financeiros para desenvolvimento dos
trabalhos e pagamento de pessoal.
Recebemos doação de um micro-ônibus do
Conselho de Desenvolvimento Humano
(CDH), produtos para incontinência urinária
da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa),
cadeira de basquetebol sobre rodas da
Secretaria de Estado de Esporte (Sejel),
doação do Sindicato dos Metalúrgicos do
Amazonas e IEL.
Contamos também com o apoio institucional
da Uninorte, Universidade Paulista (Unip),
A lei de incentivo ao esporte disponibiliza
recurso oriundo do Imposto de Renda para
apoio às atividades esportivas. É fácil ajudar,
venha fazer parte de nossa equipe.
Info SESI: Sabemos que existem muitas
ong's que usam o trabalho social de má-fé,
ou seja, se aproveitam desse tipo de
atividade para obter lucro financeiro.
Como você acha que podem ser
combatidas essas instituições de fachada
que já enganaram muita gente?
R: A utilização dos recursos oferecidos pelos
órgãos públicos deve ser fiscalizada pelos
mesmos órgãos, além dos Conselhos de
Direitos que são instâncias de controle social
que têm a obrigação de fiscalizar a atuação
das instituições que utilizam dinheiro público.
Muitas vezes algumas instituições que nada
fazem, tiram a possibilidade de outras que
desenvolvem trabalhos belíssimos de
continuar seus trabalhos.
CVI- Amazonas
Rua Acarí, nº 50 - Conjunto Atilio Andreaza - Bairro Japiim II, CEP: 69.077-620
E-mail: [email protected] / Tel: (92) 3615-2652
REFERÊNCIAS
Responsabilidade Social e Diversidade nas Organizações
Contratando Pessoas com Deficiência
Diversidade
Autora: Melissa Santos Bahia
Editora: Qualimark
A inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho
A
presentamos aos leitores um dos temas mais cruciais para esse início de
milênio: o respeito à diversidade. Tendo em vista a sua magnitude, não
há como abordá-lo em um único artigo. Um dos princípios norteadores
das políticas de ação afirmativas é a noção de diversidade. A ação afirmativa é
uma estratégia de inclusão cujo objetivo principal é adotar medidas que reparem
e compensem os grupos que sofreram no passado perdas motivadas,
geralmente, por discriminação. Dois bons exemplos desses grupos são os
formados por negros e por mulheres. Apesar de os conceitos de ação afirmativa
e de diversidade estarem sendo vistos separadamente, veremos que as
políticas de ação afirmativa incluem a diversidade.
Tal idéia tem como característica básica reunir no mesmo espaço de atuação
amostras humanas de variados tipos. Assim, as políticas de compensação ao
buscarem compensar determinados grupos que sofreram danos passados, não
devem perder de vista a responsabilidade democrática de não omitir ninguém:
mulheres, idosos, pessoas com deficiência, jovens, negros, orientação sexual
etc. Todavia, diversidade, apesar de parecer, não é algo que se possa confundir
com salada de frutas.
A avaliação que se tem é que ao valorizar a diversidade proporciona-se ganhos
à instituição que dela faz uso. Todavia - é inegável - há um componente de cunho
ético.
Quando se tem num determinado grupo de atuação - numa equipe de vendas,
num grupo de danças, num conselho empresarial etc - amostras humanas
diferenciadas ocorre um inequívoco ganho democrático. Todavia, os
profissionais de planejamento estratégico,
que operam o setor de recursos humanos das organizações, têm enfatizado o
aspecto pragmático empresarial. De fato, é no mundo do trabalho que o conceito
de diversidade ganha maior fôlego. Ao albergar no seio de uma empresa os
variados tipos existentes na sociedade desencadeia-se uma maior interação da
organização com o todo no qual ela opera. Como o mercado é também
diversificado, sai na frente quem melhor refletir em seu interior o que se passa no
ambiente humano. A partir daí, uma vantagem competitiva torna-se uma
possibilidade efetiva de se concretizar, desde que a essência de cada tipo
humano, com a sua especificidade, seja otimizada de forma a operar naquele
sentido.
Explicando melhor: em um time com talentos diferenciados, onde o empenho de
um complementa ou supre o déficit de outro, o trabalho em seu todo ganha em
qualidade.
Isso faz com que o resultado alcançado exceda aquilo que a soma de todos
atingiria caso operassem isoladamente. O hibridismo da diversidade produz um
diferencial de desempenho que poderíamos chamar aqui: sinergia. Por isto
afirmamos que diversidade não é salada de frutas, cujo resultado, apesar de
saboroso, tem um componente de passividade; o que não deve ocorrer com
aquela idéia. Ao ganhar sinergia a organização conquista vantagem competitiva
frente à concorrência. Dois estudos confirmam a vantagem competitiva trazida
pela diversidade. O primeiro se refere à pesquisa desenvolvida pela Sociedade
de Gestão de Recursos Humanos - organização americana - que, ao inquirir os
executivos das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, constatou que 63%
(cerca de 2/3) destes profissionais têm na diversidade um componente que
torna o trabalho mais criativo. Em termos empresariais, a criatividade é um vetor
poderoso no sentido de fazer com que determinada organização conquiste
vantagem competitiva em relação à concorrência. Confirmando esse ponto de
vista, apresentamos o resultado de outro levantamento feito. Agora é a revista
'Fortune' que informa sobre a cotação das ações das 50 empresas americanas
tidas como padrão na prática da diversidade. Em 1999, tais empresas
apresentaram uma performance econômica superior à média obtida pelo
mercado de capitais. Este desempenho confere aquilo que o bom senso
sinaliza: uma política de diversidade facilita a montagem de equipes dotadas de
um elenco mais diferenciado de talentos; o que induz sinergia.
Há quem pense, no Brasil, que equipes de trabalho mais homogêneas têm
atuação menos conflituosa do que aquelas formadas por grupos de composição
heterogênea.
Assim, as organizações cumprem com gosto o "modelito" que sempre esteve
estabelecido: selecionam-se homens brancos, todos provindos da mesma
classe e tipo de universidade. A ausência de conflitos que se nota nessas
estruturas pode ser comparada à paz observada nos cemitérios; onde nada se
cria. Se repetirá sempre os bons desempenhos já padronizados pela
tradicionalidade, sem dar chance para que brote o gérmen da inovação criadora.
Esta - sim - é capaz de gerar avanços e mudanças frente aos padrões
estabelecidos. Para tanto, deve-se manter homogênea a atividade a ser
cumprida – a missão da organização -; não o grupo que deve executá-la.
Autor: Ministério do Trabalho e Emprego
Edição e Distribuição: Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT)
http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao_pessoas_defi12_07.pdf
Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico na América Latina
Autor: Mayara Buviniae & Jacqueline Mazza & Ruthanne Deutsch
Editora: Campos
SITES
www.ibd.org.br
www.andi.org.br
www.revistasentidos.com.br
Inclusão Digital
A
Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e a
Indra, uma das principais multinacionais de tecnologia da Europa
e América Latina lançaram no Brasil o HeadMouse e o Teclado
Virtual. Os aplicativos, criados nas Cátedras de Tecnologias Acessíveis
que a empresa desenvolve em colaboração com a Fundação Adecco e
Universidades na Espanha, possibilitam pessoas com deficiência física
- que não podem movimentar os membros superiores - a se conectar à
internet ou usar o computador.
O Headmouse permite o controle do cursor do mouse por movimentos
de cabeça. Com expressões faciais, é possível clicar em links e
arquivos. O software faz a identificação da face por meio de uma
webcam e pode ser utilizado por qualquer usuário, já que não tem
definida nenhuma língua de aplicação e dispõe de um manual de ajuda
em espanhol e inglês. Uma vez instalado o software, não requer
nenhum tipo de ajuda para acessar a configuração, nem para alterar os
parâmetros oferecidos pelo sistema.
Já o Teclado Virtual possibilita ao usuário redigir textos mediante
qualquer dispositivo - um joystick ou um touchpad - capaz de controlar o
cursor da tela. O teclado também não requer formação prévia, e
funciona através de um aplicativo que aparece na tela do computador e
que permite a escrita de textos mediante a pulsação de teclas virtuais.
Ele conta com funções de predição de palavras, cujos algoritmos
aprendem com o modo de escrever do usuário e melhoram suas taxas
de acerto. O teclado oferece cinco idiomas: espanhol catalão, inglês,
francês e italiano.
O HeadMouse e o Teclado Virtual estão disponíveis de forma gratuita no
site: http://robotica.udl.cat e podem ser instalados em qualquer
computador equipado com uma webcam de baixo custo.
Helio Santos – Dir. Pres. do IBD
Fonte: www.sentidos.com.br
E X P E D I E N T E DO INFOSESI AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL
Superintendente do SESI - Luiz Alberto Monteiro Medeiros l Gerência do NRSE: Simônica Sidrim
Texto: Etienne Lopes l Revisão: Mário Freire - Mtb 092/AM
Editoração eletrônica: Alessandra Nascimento
Edição 12 - dezembro 2009
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