CONSIDERAÇÕES SOBRE V SEMINARIO DE AVALIAÇÃO DE POLITICAS PÚBLICAS E GASTO PÚBLICO O seminário foi realizado pela Secretaria da Fazenda (RS), em parceria com a Secretaria de Planejamento Gestão e Participação Cidadã (RS), Tribunal de Contas do Estado (RS) e Fundação de Economia e Estatística. 1 – PRINCIPAIS PONTOS QUE AFETAM AS COMPRAS PÚBLICAS Não existe mágica para atender às demandas crescentes da sociedade, pois não é possível aumentar tributos, a única saída é fazer tudo com mais produtividade, ou seja, melhorar a eficiência nas compras públicas; Custo do fazer x custo do não fazer – planejamento, monitoramento e avaliação; Necessidade premente de repensar os processos – processos hoje são extremamente burocráticos, passando às vezes por varias instância sem necessidade. Processos passando por diversas áreas apenas para ser assinado; Compra de tecnologia – estudo quanto a melhor opção locação x compra (ex: equipamentos de informática e impressão). Comprar produtos de TI está ultrapassado, pois o hardware muda todo ano. Por exemplo: o cartucho para impressora é muito mais caro do que a própria impressora, portanto, tem que ser repensado: comprar ou locar produtos ou contratar serviços; Repensar desenvolvimento de softwares: ver opções oferecidas no mercado antes de desenvolver; Sem investimento em infraestrutura não há investimento sustentável. O % do PIB em estoques em infraestrutura no Brasil foi de 16%. A média de todos os países é de 71% (tirando o Brasil e o Japão, pois o Japão foi de 179%); Repensar funções x automatização para reduzir custos (pessoal e material) – ver exemplo do DETRAN; Ações sobre o processo: o Agregar mais valor a cada real Visualizar preço total e não preço pago. O preço total inclui o preço pago mais os preços ocultos (custo do processo de licitação, estoque, distribuição, obsolescência, manuseio, corrupção, etc.) Melhor preço= qualidade +preço Dimensionar a demanda e não só receber pedidos Obter eficiência – a meta é realizar políticas públicas, para que as comprar sejam realizados comprar com foco em efetividade de resultados Falta planejamento e agilidade nos processos licitatórios, gerando desperdícios de recursos e aumento de custos. Devese investir na “Inteligência da Compra ou contratação de serviços” Falta de controle e qualidade na administração dos contratos. o Maior cidadania a cada serviço prestado Gerar maior impacto social em cada compra Usar o poder de compra do governo para mudar o entorno (os projetos de compras devem ser sustentáveis: devem ser elaborados observando os impactos sociais, econômicos e ambientais) Criar mercados, consolidar mercados emergentes, promover a inovação. o Aprender no mercado Custo da transação Incorporar Knou how e inovação Introduzir mecanismo de competência positiva (comparar) Encurtar os espaços entre o executor e o elaborador de políticas públicas Usar mecanismos de estímulo e não apenas de punição e controle Alterar o perfil atual das compras que hoje é de 80% na execução e 20% no planejamento INOVAR A GESTÃO DE COMPRAS Elaborar plano anual de compras Custo total x custo transação Movimentar economia Convênios ou registro de preços (ver exemplo de registro de preços permanente de Minas Gerais) Existe curso para pregoeiro, mas não existe para comprador. Nos Estados Unidos existe carreira específica para compradores públicos (pessoas preocupadas com todo o ciclo da cadeia) REFLEXÕES Olhar fora da caixa Buscar o fim e não o fortalecimento dos meios Perguntar pelas causas e não somente as consequências Colocar como foco o atendimento às politicas públicas Centralizar a Inteligência. Melhorar o dimensionamento da compra e da demanda é centralizar a inteligência. Ex: Minas Gerais está centralizando a inteligência. Poder olhar a demanda e os estoques centralizados. Padronizar serviços terceirizados. Normalmente 25 serviços representam 80% dos gastos. Exemplo do palestrante: Juarez da SEFAZ/AM: reduziu os gastos com segurança nas agências da SEFAZ/AM, pois o gasto com segurança era maior do que o valor dos bens patrimoniais das agências. A SEAFZ/AM implantou o banco de preços referenciais a partir das notas fiscais. O resultado, apresentado no seminário, aponta divergência entre os preços públicos e o privado, conforme abaixo: Compras feitas pela União: 14% a 16% Compras feitas pelo Estado: 22% a 27% Compras feitas pelos Municípios: 42% a 49% A gestão de estoques e armazenamento tem que ser feita por órgão gestor forte. Se o órgão não for forte é melhor passar para outra secretaria. Contatos www.e-strategiapublica.com.br www.florenciaferrer.com.br [email protected] 2 – GESTÃO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR PÚBLICO Garantir fluxo de materiais e serviços na quantidade, qualidade, fonte, momento e preços certos. Nos estados as compras representam 26,60% da despesa total, sendo a segunda maior despesa, superada somente pela de pessoal; Melhorias dos processos de compras (materiais e serviços) o Baixo nível de investimento o Alta carga tributária o Baixo retorno dos serviços públicos (qualidade) o Perfil dos gastos públicos – pouca flexibilidade o Baixo nível de gestão das compras públicas Custo operacional das atividades de compras (processos). Investir em sistema de automação na gestão das compras, pois o custo operacional das compras representa 9% dos gastos com as mesmas. (palestrante: Juarez da SEFAZ/AM). o Cortar gastos correntes o Gerenciamento eletrônico interno e externo o Mudar o foco da gestão para resultado o Banco de dados de preços referenciais o Buscar preços na nota fiscal eletrônica – ver experiência de Manaus o Gestão de contratos e atas usar a experiência de São Paulo 3 – SISTEMAS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Utilizar a tecnologia da informação, capacidade estatal e estrutura organizacional Analisar os dados abertos de monitoramento e avaliação do governo federal Conhecer o sistema de transparência do RS Será realizado em novembro de 2014 o VI seminário nacional da rede brasileira de monitoramento e avaliação, informações no www.ufrgs.br/cegov/redebrasileirademea.ning.com 4 – AGENDAS DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL APRESENTADA PELO CONSAD Eixo I - Modelos Jurídico-Institucionais da Administração Pública Eixo II - Gestão de Pessoas Eixo III - Tecnologia da informação Eixo IV - Compras Governamentais Eixo V - Atendimento aos Usuários dos Serviços Públicos Eixo VI - Gestão Patrimonial Eixo VII - Planejamento, Monitoramento e Avaliação Eixo VIII - Orçamento Público Eixo IX - Gestão do Desempenho Institucional Eixo X – Apoio Melhoria e à Inovação Municipal PRINCIPAIS OBJETIVOS DA AGENDA Melhorar a qualidade dos serviços npúblicos disponibilizados aos cidadãos e ao setor produtivo Melhorar a eficiência e a qualidade do gasto público no curto e longo prazo. Ampliar a capacidade de governança e implantação de políticas públicas Instrumentalizar as instâncias de participação social, contribuindo para que os cidadãos se tornem efetivamente participes na atividade pública Contribuir para realização dos investimentos públicos que visem acelerar a competitividade nacional Promover a inovação e a gestão do conhecimento, assim como, o seu compartilhamento entre as esferas de governo, a sociedade e o mercado. PONTOS RELEVANTES: Adequar as políticas publicas às especificidades dos territórios Integração das políticas publica, visando promover o desenvolvimento Necessidade de estabelecer diálogo federativo, visando planejar e ampliar os espaços de participação social 6 – COMBATE AO DESPERDÍCIO – QUALIDADE DO GASTO O Estado só serve para servir os cidadãos Sociedade do conhecimento e da inovação Buscar mais e melhores serviços públicos Arrecadação x aplicação dos recursos (não há fuga pela receita) A qualidade do gasto assumindo maior destaque Foco na qualidade do gasto na saúde - incapacidade de gerir os recursos Função do servidor – olhar para a sociedade e saber o que ela quer e precisa O Estado precisa se ajustar a sociedade do conhecimento e inovação O governo federal se preocupou em estruturar a arrecadação. A receita já esta estruturada com uso de tecnologia da informação capaz de arrecadar e controlar a receita. Se houvesse interesse do governo no controle dos gastos publicas já existiria órgão estruturado e sistema padronizado de controle da união, estados e municípios. Necessidade de criar estrutura para cuidar da formação de profissionais responsáveis pelo gasto público tal como existe a ESAF para preparar o pessoal de carreira da receita federal. O planejamento da despesa e a operação estão pulverizados em diversos órgãos, o que dificulta o controle do gasto e até a definição do conceito e politicas de gasto publico. QUALIDADE DO GASTO A qualidade do gasto é um conceito ainda em construção Necessidade de formular políticas públicas para atacar este problema Valorizar a área meio, capacitar e direcionar para as políticas públicas Foco – melhorar a qualidade do gasto nas compras públicas, abarcar dimensões macroeconômicas, mas focar muito na gestão. Dimensão macro e micro o Dimensão econômico social o Eficiência, eficácia e efetividade Fronteira entre economia e gestão pública Problema gigantesco de ineficiência 85% do desperdício é passivo (desperdício+ corrupção + ineficiência) Inovação permanente como elementos norteadores Fazer discussões sobre projetos da nação CONTRIBUIÇÕES DO SEMINÁRIO Investir na gestão Definir e/ou repensar os processos. Planejamento, monitoramento e avaliação. Atacar a ineficiência. Introduzir mecanismos de competência positiva. Analisar o sistema de Ata de Registro de Preços Permanente utilizada em Minas Gerais Gestão de contratos e atas usar a experiência de São Paulo. Focar na especialização dos gestores e fiscais dos contratos e das Atas de Registros de Preços - ARP Colocar como foco o atendimento às politicas públicas Centralizar a Inteligência de compras de materiais e serviços. Melhorar o dimensionamento da compra e da demanda centralizando a inteligência. Ex: Minas Gerais está centralizando a inteligência. O gerenciamento da demanda, aquisição e estoques são centralizados. Tratamento dos dados – Inteligência nas compras públicas ( data warehouse, BI – Business Intelligence. Utilizar a Tecnologia da Informação e a integração e disponibilidade das informações. Politica de suprimentos – o que comprar, qual o mercado, de que forma, quanto, quando A gestão de estoques, armazenamento e patrimônio tem que ser feita por órgão gestor forte. Se o órgão não for forte é melhor passar para outra secretaria. Investir na capacitação do comprador e não somente do pregoeiro. Exemplo Estados Unidos Padronizar serviços terceirizados. Normalmente 25 serviços representam 80% dos gastos. Encurtar os espaços e tempos entre o executor e o elaborador de políticas públicas Aumentar o ritmo da incorporação de know-how e inovação Usar mecanismos de estímulo e não apenas de punição e controle Alterar o perfil atual das compras que hoje é de 80% na execução e 20% no planejamento Conhecer a solução da SEAFZ/AM que implantou o banco de preços referenciais a partir das notas fiscais eletrônicas Valorizar a área meio, capacitar e direcionar para as políticas públicas Focar na qualidade do gasto na saúde - incapacidade de gerir os recursos Integração de sistemas (execução orçamentária, financeira e de dados físicos das aquisições, sistema de sanções administrativas, de gerenciamento de registro de preços e avaliação de fornecedores). Analise do preço pago x preço oculto (transporte, estoque, manuseio, corrupção, descarte, obsolescência, segurança e manutenção do estoque e inspeção) Site das palestras http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/eventos/v-seminario-de-avaliacao-de-politicaspublicas.php Participantes: Aline Adelle Gonçalves Nancy de Araújo Vieira Petronilha Lage de Lima Barbarioli