Colégio Planeta Prof.: Yani Lista de Análise Textual Aluno(a): Data: 05 / 02 / 2015 Terceirão Segundo Platão e Fiorin (2002), sempre que lemos um texto, por mais simples que ele possa parecer, o leitor se defronta com a dificuldade de encontrar unidade por trás de todos os significados de sua superfície. Às vezes, em uma primeira leitura, parece impossível encontrar algum ponto para o qual convirjam tantas variáveis, acabando assim com o caos aparente. Os autores utilizam da fábula abaixo para explicar a busca por essa unicidade. O GALO QUE LOGROU A RAPOSA Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa, desapontada, murmurou consigo: “...Deixa estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz alta: -Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinha, todos os bichos andam agora aos beijos, como namorados. Desça desses poleiros e venha receber o meu abraço de paz e amor. -Muito bem! –exclamou o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo, limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... como lá vem vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que eles também tomem parte da confraternização. Ao ouvir falar em cachorros, dona raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se a fresco, dizendo: - Infelizmente, amigos Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra vez a festa, sim? Até logo. E rapou-se. Com esperteza, - esperteza e meia. (LOBATO, Monteiro. Fábulas. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, s.d.) TRÊS NÍVEIS DE LEITURA SERIAM PROPOSTOS PELOS AUTORES Primeiro nível: uma estrutura superficial, em que ocorrem os significados mais concretos e diversificados relativos ao narrador, aos personagens, aos cenários, ao tempo e às ações concretas. No exemplo acima, teríamos: um galo espertalhão que se protege, pois sabe que a raposa é inimiga; a raposa que tenta convencer o galo de que a paz se instaurou entre os animais; o galo que finge acreditar e convida a raposa a esperar os três cães que se aproximam; a raposa que alega ter pressa e vai embora. Segundo nível: uma estrutura intermediária, em que aflorariam os valores com que os diferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo. No exemplo, teríamos: o galo que dá mostras de ter consciência de que os animais estão em guerra; a raposa que, em contrapartida, dá mostras de que os animais estão em estado de paz; ambos fingem entrar em acordo, mas continuam em desacordo. Terceiro nível: uma estrutura profunda, em que surgem os significados mais abstratos e simples que costumam garantir unicidade ao texto inteiro. No exemplo: afirmação da guerra X negação da guerra; afirmação da paz. A esperteza do galo foi resultado de o galo fingir entrar em acordo com a raposa; preservando assim a paz. Pelo que ficou exposto, pode-se concluir que o leitor, fazendo essas associações, passaria da estrutura superficial (discursiva) para a intermediária (narrativa) e, daí, para o nível profundo (profunda). Turno: Matutino ATIVIDADES OS DIFERENTES NÍVEIS DE LEITURA DE UM TEXTO ANÁLISE DE TEXTOS Turma: Lista 01 Questão 01) Leia os textos abaixo: TEXTO I Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita até meio salário mínimo mensal), permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%. No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de brasileiros a superar essa condição, o que possibilitou reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008. (Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil, Comunicados do IPEA, 13/07/2010, p. 3.) TEXTO II Fonte: BENETT, chargesdobenett.zip.net. 21/10/2011. A) Podemos relacionar os termos miséria e pobreza, presentes no TEXTO II, a dois conceitos que são abordados no TEXTO I. Identifique esses conceitos e explique por que eles podem ser relacionados às noções de miséria e pobreza. B) Que crítica é apresentada no TEXTO II? Mostre como a charge constrói essa crítica. Questão 02) Capítulo VII FIGURA, VESTIDO, E OUTRAS COISAS DO HOMEM. Assim que os personagens dos romances começam a ganhar a estima ou aversão de quem lê, vem logo ao leitor a vontade de compor a fisionomia do personagem plasticamente. Se o narrador lhe dá o bosquejo, a imaginativa do leitor aperfeiçoa o que sai muito em sombra e confuso no informe debuxo do romancista. Porém, se o descuido ou propósito deixa ao alvedrio de quem lê imaginar as qualidades corporais de um sujeito importante como Calisto Elói, bem pode ser que a intuição engenhosa do leitor adivinhe mais depressa e ao certo a figura do homem, que se lhe a descrevessem com abundância de relevos e rara habilidade no estampá-los na fantasia estranha. Não devo ater-me à imaginação do leitor neste grave caso. Calisto Elói não é a figura que pensam. Estou a adivinhar que o enquadraram já em molde grotesco, e lhe deram a idade que costuma autorizar, mormente no congresso dos legisladores, os desconcertos do espírito, exemplificados pelo deputado por Miranda. Dei azo à falsa apreciação, por não antecipar o esboço do personagem. (Castelo Branco, Camilo. A QUEDA DUM ANJO in: Obra Seleta Embora seja bastante frutífera a consulta ao dicionário, em muitos casos não temos necessidade de buscar os significados de certas palavras ou expressões, pois é possível entendê-los no contexto. Com base nesta observação, releia o trecho de Camilo e, a seguir: A) Escreva os significados de "bosquejo" e "alvedrio". B) Cite a frase do segundo parágrafo em que o narrador admite que, por não ter dado o bosquejo de Calisto Elói, ofereceu ao leitor o ensejo de um entendimento errado do personagem. Questão 03) Leia o seguinte texto e responda ao que se pede. EM BOCA FECHADA BEM-TE-VI NÃO FAZ NINHO Campos de Melo passou todos os anos de sua vereança sem dar uma palavra. Era o boca-de-siri da câmara municipal de Cuité. Até que, uma tarde, ergueu o busto, como quem ia falar. O presidente da Mesa, mais do que depressa, disse: — Tem a palavra o nobre vereador. Então, em meio do grande silêncio, o grande mudo falou. — Peço licença para fechar a janela, pois estou constipado. Tendo em vista o contexto, é correto afirmar que, tanto do ponto de vista da estrutura quanto da mensagem, o título do texto constitui um provérbio? Questão 04) Examine esta propaganda de uma empresa de certificação digital (mecanismo de segurança que garante a autenticidade, confidenciabilidade e integridade às informações eletrônicas. Aponte a relação de sentido entre a mensagem verbal e a imagem. Questão 05) Por ocasião da comemoração do dia dos professores, no mês de outubro de 2003, foi veiculada a seguinte propaganda, assinada por uma grande corporação de ensino: Parabéns. (Pl. de parabém). S. m. pl. 1. Felicitações, congratulações. 2. Oxítona terminada em ens, sempre acentuada. Acentuam-se também as terminadas em a, as, e, ES, o, os e em. Para a homenagem ao Dia do Professor ser completa, a gente precisava ensinar alguma coisa. A) Observe os itens 1 e 2 do verbete Parabéns no interior do quadro. Há diferenças entre eles. Aponte-as. B) Levando em conta o enunciado que está abaixo do quadro, a quem se dirige essa propaganda? C) Diferentes imagens da educação escolar sustentam essa propaganda. Indique pelo menos duas dessas imagens.