CAPILARIOSE HEPÁTICA EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria Capilariose hepática Etiologia principal: Capillaria hepatica Outras etiologias: não há Dimensões: 3-5 cm de comprimento Hospedeiros definitivo: roedores Hospedeiros intermediário: não há Hospedeiros paratênico: moscas e cães, gatos, suínos, macacos e humanos Hospedeiros acidental: cães, gatos, lagomorfos, suínos, macacos e humanos Papel zoonótico direto do cão e do gato: indefinido Localização taxonômica de Capillaria hepatica Reino Metazoa Filo Nematoda Classe Enoplea Subclasse Enoplia Ordem Trichocephalida* Superfamília Trichuroidea Família Trichuridae** Gênero Capillaria *Trichurida. **Trichinellidae. Capilariose hepática Etiologia principal: Capillaria hepatica Outras etiologias: não há Dimensões: 3-5 cm de comprimento Hospedeiros definitivo: roedores Hospedeiros intermediário: não há Hospedeiros paratênico: moscas e cães, gatos, suínos, macacos e humanos Hospedeiros acidental: cães*, gatos, lagomorfos, suínos, macacos e humanos Papel zoonótico direto do cão e do gato: indefinido *Incluindo coiotes e graxains. Ciclo de vida de Capillaria hepatica nos roedores morte do HD apodrecimento da carcaça → eliminação de ovos no ambiente PV= 25-42 dias (média de 28-30 dias) a 30º C desenvolvimento de L1 no interior do ovo infecção passiva pelo HD penetração da L1 no ceco migração até o fígado evolução até a forma adulta e espoliação do HD reprodução sexuada ovopostura no fígado PPP= 21-30 dias ausência de ovos nas fezes Ciclo de vida de Capillaria hepatica Prevalência de ratos infectados ao redor do mundo Japão: 57,2% Estados Unidos: 47,9%-85,6% Brasil: 43%-64% África do Sul: 47,5% Malásia: 15,5% Ciclo de vida de Capillaria hepatica Média de ovos por fígado (rato): 475.783 Variação de ovos por fígado (rato): 11.270-1.400.000 Ciclo de vida de Capillaria hepatica nos roedores morte do HD apodrecimento da carcaça eliminação de ovos no ambiente* PV= 25-42 dias (média de 28-30 dias) a 30º C desenvolvimento de L1 no interior do ovo infecção passiva pelo HD penetração da L1 no ceco migração até o fígado evolução até a forma adulta e espoliação do HD reprodução sexuada ovopostura no fígado PPP= 21-30 dias ausência de ovos nas fezes *Viáveis por até 25 meses. Ciclo de vida de Capillaria hepatica nos roedores morte do HD * infecção passiva pelo HD penetração da L1 no ceco migração até o fígado evolução até a forma adulta e espoliação do HD reprodução sexuada ovopostura no fígado PPP= 21-30 dias ausência de ovos nas fezes *Canibalismo em roedores. Ciclo de vida de Capillaria hepatica em roedores (carnívoros como HP) morte do HD ingestão do fígado do HD pelo predador carnívoro eliminação de ovos nas fezes do predador carnívoro desenvolvimento de L1 no interior do ovo infecção passiva pelo HD penetração da L1 no ceco migração até o fígado evolução até a forma adulta e espoliação do HD reprodução sexuada ovopostura no fígado ausência de ovos nas fezes Ciclo de vida de Capillaria hepatica em roedores (moscas como HP) morte do HD ingestão do fígado do HD por moscas eliminação de ovos nas fezes das moscas desenvolvimento de L1 no interior do ovo infecção passiva pelo HD penetração da L1 no ceco migração até o fígado evolução até a forma adulta e espoliação do HD reprodução sexuada ovopostura no fígado ausência de ovos nas fezes Ciclo de vida de Capillaria hepatica Percentagem de moscas com ovos no TGI: 63,8% Percentagem de moscas com ovos no tegumento: 32,9% Percentagem de fezes de moscas com ovos: 55,6% Variação de ovos por mosca: 1-1.300 Quais os sinais de capilariose hepática? Inapetência/anorexia Emagrecimento Vômito Diarreia Icterícia Ascite Sinais neurológicos Capilariose hepática em humanos “Estudos demonstraram que os ribeirinhos amazônicos que comumente ingerem vísceras de paca (Agouti paca), cutia (Dasyprocta aguti), queixada (Tayassu pecari), cateto (Tayassu tajacu) ou macacos (macaco-aranha [Ateles geoffroyi] e macaco-prego [Cebus capucinus]) na forma de uma farofa feita com miúdos (incluindo fígado) desenvolvem infecção espúria e funcionam como carreadores (hospedeiros de transporte) de ovos não embrionados e, desde que não tenham condutas higiênicas corretas, contribuem muito para disseminação desses ovos e, consequentemente, para a contaminação da água e dos alimentos através de suas fezes.