Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 LIMITES e CONTINUIDADE de FUNÇÕES Noções prévias 1. Valor absoluto de um número real: Chama-se valor absoluto ou módulo de um número real ao número |x| tal que: |x| = x se x ≥ 0 −x se x < 0 Está assim denida uma aplicação f de R em R+ o , que a cada número real faz corresponder o seu valor absoluto: f : R → R+o x → |x| Propriedades: Seja a ≥ 0: (1) |x| = a ⇔ x = a ∨ x = −a (2) |x · y| = |x| · |y| , ∀ x, y ∈ R (3) −|x| ≤ x ≤ |x| , ∀ x ∈ R (4) |x| ≤ a ⇔ −a ≤ x ≤ a (5) |x| ≥ a ⇔ x ≥ a ∨ x ≥ −a (6) |x + y| ≤ |x| + |y| , ∀ x, y ∈ R (7) |x − y| ≥ | |x| − |y| | Aulas teóricas: resumo 1 , ∀ x, y ∈ R página: 1/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 2. Distância entre dois pontos. A distância entre dois pontos em R é dada por: d(x1 , x2 ) = |x1 − x2 | 3. Vizinhança. Sendo a ∈ R e δ ∈ R+ , a vizinhança δ de a é o intervalo aberto de centro a e raio δ . Representa-se por: Vδ (a) = {x ∈ R : |x − a| < δ} = ]a − δ , a + δ[ Noção de limite segundo Cauchy Seja f (x) uma função real de variável real e seja a um ponto de acumulação do domínio de f . Diz-se que "o número real b é o limite de f (x) quando x tende para a", ou que "a função f tende para b quando x tende para a", e escreve-se: lim f (x) = b x→a se e só se: ∀ε > 0, ∃δ > 0 : ∀x ∈ Df , 0 < |x − a| < δ ⇒ |f (x) − b| < ε Isto signica que f (x) se aproxima de b quando x se aproxima de a. Nota1: Para a existência de limite de f(x) quando x → a, não é necessário que a função seja denida em x = a. Nota2: Só faz sentido falar em limite de uma função num ponto quando esse ponto pertence ao derivado do domínio da função (ou seja, é ponto de acumulação desse domínio). Um número real x é um ponto de acumulação do conjunto C , se e apenas se a toda a vizinhança de x possui pelo menos um elemento de C , distinto de x: x é ponto de acumulação de C ⇔ ∀ δ ∈ R+ : C ∩ (Vδ (x) \ {x}) 6= ∅ Teorema (unicidade do limite): Se existe lim f (x), então ele é único. x→a Aulas teóricas: resumo 1 página: 2/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 EXEMPLO: Quero mostrar que lim x+2 =1 4 x→2 x + 2 − 4 x − 2 |x − 2| x + 2 = 4 = 4 − 1 = 4 4 Para garantir que |x−2| < ε, basta escolher, por exemplo δ = 4 (ou qualquer valor 4 tal que 0 < δ ≤ 4ε). Verica-se, portanto, que ∀ ε > 0 é possível encontrar δ = 4ε tal que: x + 2 − 1 < ε 0 < |x − 2| < δ ⇒ 4 Propriedades dos limites de funções 1 O limite de uma função constante é a própria constante. (f (x) = c , ∀ x ∈ Df ) ⇒ lim f (x) = c x→a O limite da função identidade, f (x) = x, quando x tende para a, é o próprio a. (f (x) = x , ∀ x ∈ Df ) ⇒ lim f (x) = a x→a O limite de uma soma algébrica de um número limitado de funções é igual à soma algébrica dos limites dessas funções. O limite do produto de um número nito de funções é igual ao produto dos limites dessas funções. O limite do quociente de duas funções é igual ao quociente dos limites das funções, desde que o limite da função denominador seja diferente de zero. Se existe lim f (x) = b e se x→a √ n f , n ∈ N tem signicado em R, então p √ n lim n f (x) = b x→a 1 ver apêndice Aulas teóricas: resumo 1 página: 3/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 As propriedades anteriores conduzem-nos a uma importante regra prática para o cálculo de limites simples. Em muitos casos, o limite de uma função pode ser calculado por substituição (porquê?): x2 + 4x + 4 22 + 4 ∗ 2 + 4 16 lim = = =2 2 2 x→2 x +4 x +4 8 Se as funções f (x), g(x) e h(x) estão relacionadas por uma dupla desigualdade: e se f (x) ≤ g(x) ≤ h(x) lim f (x) = lim h(x) = b x→a x→a então: lim g(x) = b x→a Se as funções f (x) e g(x) satisfazem à desigualdade: f (x) ≤ g(x) então lim f (x) ≤ lim g(x) x→a x→a Se f (x) ≥ 0 quando x → a e se f (x) tende para o limite b, então b ≥ 0. Se f (x) é uma função crescente e limitada, |f (x)| < M , então lim f (x) = b, sendo b ≤ M . x→a Mesmo quando não existe o limite de f quando x tende para a, podem existir os limites laterais: Se f (x) tende para b quando x tende para a, por valores superiores a a, chamamos a b limite à direita da função f (x) e escrevemos: lim f (x) = b. x→a+ Se f (x) tende para c quando x tende para a, por valores inferiores a a, chamamos a c limite à esquerda da função f (x) e escrevemos: lim f (x) = c. x→a− Aulas teóricas: resumo 1 página: 4/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 Teorema: O limite de f (x) quando x tende para a existe se e só se existirem e forem iguais os limites laterais: lim f (x) = b ⇔ lim+ f (x) = lim− f (x) = b x→a x→a x→a Algumas denições: A recta acabada: R Vamos ampliar o conjunto R com dois novos elementos, que representaremos por −∞ e +∞, e a que se chama, respectivamente, menos innito e mais innito. Este novo conjunto representa-se por R. Então: R = R ∪ {−∞, +∞} e estes novos elementos são tais que −∞ < x ∧ x < +∞ ∀ x ∈ R Pode considerar-se o conjunto R limitado superior e inferiormente por +∞ e −∞. Se acrescentarmos à recta real os "pontos"+∞ e −∞ obtém-se a recta acabada. Funções que tendem para o innito (innitamente grandes): lim f (x) = +∞ se x→a ∀N > 0,∃δ > 0 : ∀ x ∈ Df , 0 < |x − a| < δ ⇒ f (x) > N lim f (x) = −∞ se ∀N > 0,∃δ > 0 : ∀ x ∈ Df , 0 < |x − a| < δ ⇒ f (x) < −N lim f (x) = ∞ se ∀N > 0,∃δ > 0 : ∀ x ∈ Df , 0 < |x − a| < δ ⇒ |f (x)| > N x→a x→a Aulas teóricas: resumo 1 página: 5/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 Limites no innito: lim f (x) = b se x→+∞ lim f (x) = b se x→−∞ ∀ε > 0,∃M > 0 : ∀ε > 0,∃M > 0 : ∀ x ∈ Df , x > M ⇒ |f (x) − b| < ε ∀ x ∈ Df , x < −M ⇒ |f (x) − b| < ε Innitamente pequenos ou innitésimos: Diz-se que α(x) é um innitamente pequeno ou innitésimo quando x → a ou x → ∞ se: ou lim α(x) = 0 x→a lim α(x) = 0 x→∞ NOTA 1: Se α(x) é innitésimo quando x → a e não se anula, então lim x→a 1 =∞ α(x) isto é, o inverso de um innitésimo é um innitamente grande. NOTA 2: O inverso de um innitamente grande é um innitésimo. Funções limitadas: A função f (x) diz-se limitada no domínio de denição, se: ∃ M > 0 , ∀ x ∈ Df : |f (x)| < M NOTA 3: O produto de um innitésimo, quando x tende para a, por uma função limitada é um innitésimo quando x tende para a. Aulas teóricas: resumo 1 página: 6/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 INDETERMINAÇÕES: Ao utilizar a regra de substituição para determinar limites de funções, somos por vezes conduzidos a indeterminações, que se representam simbolicamente por: ∞ ∞ 0 0 ∞−∞ 0×∞ EXEMPLOS: 0 0 lim x→2 x2 − 4x + 4 (x − 2)(x − 2) x−2 = lim = lim =0 2 x→2 (x − 2)(x + 2) x→2 x + 2 x −4 (factorizam-se os termos da fracção) ∞ ∞ lim x→+∞ an an x n an xn + an−1 xn−1 + ... + a1 x + ao = = lim lim xn−p x→+∞ bp xp bp xp + bp−1 xp−1 + ... + b1 x + bo bp x→+∞ (é igual ao limite do quociente entre o termo de maior grau do numerador e o termo de maior grau do denominador) (0 × ∞) reduz-se a uma indeterminação de um dos dois tipos anteriores (∞ − ∞) • caso de um polinómio: o limite é o limite do termo de maior grau 5 3 3 lim 5x − 3x = lim −3x 1 − 2 = −∞ x→+∞ x→+∞ 3x • expressão contendo raízes quadradas: multiplica-se e divide-se pelo conjugado lim x→+∞ √ x− √ √ x + 1 = lim x→+∞ x− √ √ √ x+1 x+ x+1 √ = √ x+ x+1 −1 x − (x + 1) √ √ = lim √ = lim √ =0 x→+∞ x + x + 1 x→+∞ x + x + 1 Aulas teóricas: resumo 1 página: 7/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 CONTINUIDADE de FUNÇÕES Função contínua num ponto xo do seu domínio. Seja xo um ponto do domínio Df de uma função f e ponto de acumulação desse domínio. f é contínua em xo ⇔ lim f (x) = f (xo ) x→xo Quando uma função não é contínua num ponto xo do seu domínio, diz-se descontínua nesse ponto. Embora descontínua para x = xo , 1. Se lim+ f (x) = f (xo ), a função diz-se contínua à direita, em xo . x→xo 2. Se lim− f (x) = f (xo ), a função diz-se contínua à esquerda, em xo . x→xo Propriedades das funções contínuas: Se f e g são funções contínuas num ponto xo ∈ Df ∩ Dg que seja ponto de acumulação desse conjunto, então: 1. f ± g e f × g são também contínuas em xo . 2. f g é contínua em xo , se g(xo ) 6= 0. Seja f uma função contínua num ponto xo ∈ Df , e seja n ∈ R. Então: 1. f n também é contínua em xo . 2. Se √ n f , tem signicado em R, então √ n f também é contínua em xo . Se a função f for contínua em xo e a função g for contínua em b = f (xo ), então a função composta g ◦ f também é contínua em xo . lim g (f (x)) = g lim (x) x→xo Aulas teóricas: resumo 1 x→xo página: 8/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 Função contínua num intervalo: Uma função f diz-se contínua num intervalo ]a, b[, subconjunto do seu domínio, se e apenas se é contínua em todos os pontos desse intervalo. Uma função f diz-se contínua num intervalo [a, b], subconjunto do seu domínio, se e apenas se é contínua em ]a, b[ e lim+ f (x) = f (a) e lim− f (x) = f (b). x→a x→b Função contínua: Uma função diz-se contínua se e só se é contínua em todos os pontos do seu domínio. Propriedades: Toda a função constante é contínua. Toda a função polinomial é contínua. Teorema de Bolzano (ou dos valores intermédios): Toda a função contínua num intervalo não passa de um valor para outro sem passar por todos os valores intermédios: f é contínua em [a, b] k compreendido entre f (a) e f (b) ) ⇒ ∃ c ∈ [a, b] : f (c) = k Nota: o teorema de Bolzano é válido no caso de intervalos abertos, ]a, b[, limitados ou não, desde que lim+ f (x) e lim− f (x) existam ou sejam innitos. x→a x→b Corolário do teorema de Bolzano: Se f é contínua em [a, b] e os números f (a) e f (b) são de sinais contrários, f (a) · f (b) < 0, então existe pelo menos um zero de f no intervalo ]a, b[. Teorema de Weierstrass: Toda a função contínua num intervalo [a, b], limitado e fechado, não vazio, tem nesse intervalo um máximo e um mínimo absolutos. Aulas teóricas: resumo 1 página: 9/9 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 Apêndices Apêndice 1: Distância entre dois pontos. Diz-se que um conjunto A é um espaço métrico quando existe uma função que, a cada par ordenado (x1 , x2 ) de A2 , associa um número real d(x1 , x2 ) chamado distância de x1 a x2 - gozando as seguintes propriedades: (1) d(x1 , x2 ) ≥ 0 , ∀x1 , x2 ∈ A (2) d(x1 , x2 ) = 0 ⇔ x1 = x2 (3) d(x1 , x2 ) = d(x2 , x1 ) , ∀x1 , x2 ∈ A (4) d(x1 , x2 ) ≤ d(x1 , x) + d(x, x2 ) , ∀x ∈ A O conjunto R é um espaço métrico. A distância entre dois pontos em R é dada por: d(x1 , x2 ) = |x1 − x2 | Apêndice 2: Posições relativas de um número real e de um subconjunto de R Seja C um subconjunto não vazio de R. Ponto interior. Um número real c é um ponto interior ao conjunto C , se e apenas se existe pelo menos uma vizinhaça de c toda contida em C : c é um ponto interior a C ⇔ ∃ δ ∈ R+ o : Vδ (c) ⊂ C Ponto exterior. Um número real b é um ponto exterior ao conjunto C , se e apenas se é ponto interior ao complementar R\C de C : b é um ponto exterior a C ⇔ ∃ δ ∈ R+ : Vδ (b) ⊂ (R \ C) Resumo 1: apêndices 1/5 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 Ponto fronteiro. Um número real a diz-se ponto fronteiro de C , se e apenas se não é ponto interior nem exterior a C : a é ponto fronteiro de C ⇔ ∀ δ ∈ R+ : C∩Vδ (a) 6= ∅ ∧ (R\C) ∩Vδ (a) 6= ∅ Ponto de acumulação. Um número real x é um ponto de acumulação do conjunto C , se e apenas se a toda a vizinhança de x possui pelo menos um elemento de C , distinto de x: x é ponto de acumulação de C ⇔ ∀ δ ∈ R+ : C ∩ (Vδ (x) \ {x}) 6= ∅ O conjunto de todos os pontos de acumulação de um conjunto designa-se derivado do conjunto. Um elemento de um subconjunto de R que não é ponto de acumulação desse conjunto diz-se ponto isolado. Interior, exterior e fronteira de um conjunto. Interior de C = int C = {pontos interiores a C} Exterior de C = ext C = {pontos exteriores a C} Fronteira de C = fr C = {pontos fronteiros a C} conjunto aberto e conjunto fechado. O conjunto C é aberto, se e apenas se C = int C. O conjunto C é fechado, se e apenas se R\C é um conjunto aberto. Apêndice 3: Axioma de extremo superior: o corpo R é um corpo completo Seja S um subconjunto de R, não vazio. Limites superiores ou majorantes: Um número b diz-se limite superior de S ou majorante de S se: x ≤ b, ∀x ∈ S e diz-se que S é limitado superiormente. Resumo 1: apêndices 2/5 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 Supremo ou extremo superior: Um número b diz-se supremo ou extremo superior de S se: 1. b é um majorante de S . 2. nenhum número menor que b é majorante de S . Máximo: Um número b diz-se máximo de S se b é supremo e pertence ao conjunto S . Limites inferiores ou minorantes: Um número d diz-se limite inferior de S ou minorante de S se: x ≥ d, ∀x ∈ S e diz-se que S é limitado inferiormente. Ínmo ou extremo inferior: Um número d diz-se ínmo ou extremo inferior de S se: 1. d é um minorante de S. 2. nenhum número maior que d é minorante de S . Mínimo: Um número d diz-se mínimo de S se d é ínmo e pertence ao conjunto S . Conjunto limitado: Um conjunto C diz-se limitado, se e só se for limitado superiormente e inferiormente. Axioma do extremo superior: Todo o conjunto não vazio de números reais, S , que é limitado superiormente, tem um supremo em R. Teorema de Bolzano-Weierstrass: Todo o subconjunto C de R, innito e limitado, tem, pelo menos, um ponto de acumulação. Apêndice 4: Noção de limite segundo Cauchy Seja f (x) uma função real de variável real e seja a um ponto de acumulação do domínio de f . Diz-se que "o número real b é o limite de f (x) quando x Resumo 1: apêndices 3/5 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 tende para a", ou que "a função f tende para b quando x tende para a", e escreve-se: lim f (x) = b x→a se e só se: ∀ε > 0, ∃δ > 0 : ∀x ∈ Df , 0 < |x − a| < δ ⇒ |f (x) − b| < ε Isto signica que f (x) se aproxima de b quando x se aproxima de a. Nota1: Para a existência de limite de f(x) quando x → a, não é necessário que a função seja denida em x = a. Nota2: Só faz sentido falar em limite de uma função num ponto quando esse ponto pertence ao derivado do domínio da função (ou seja, é ponto de acumulação desse domínio). EXEMPLO: Pretende-se mostrar que lim x+2 6= 2. Aplicando as leis de De Morgan, obtémx→2 4 se: x + 2 ∃ε > 0, ∀ δ > 0 : ∃x ∈ Df , 0 < |x − 2| < δ ∧ − 2 ≥ ε 4 x + 2 x + 2 − 8 x − 6 |x − 6| 4 − 2 = = 4 = 4 4 |x − 6| = |x − 2 − 4| ≤ |x − 2| + 4 Escolho ε = 0.5: se δ ≥ 1, escolho x = 2.5 : x + 2 = 1− 1 = 0.875 > ε = 0.5 − 2 4 8 e |x−2| = 0.5 < δ se δ < 1, faço x = 2 + 2δ : δ |x − 2| = < δ 2 porque δ < 1 ⇔ Resumo 1: apêndices δ 8 < 1 8 ⇔1− e δ 8 x + 2 = 1 − δ > 0.5 − 2 4 8 >1− 1 8 4/5 Matemática II (CG) / Análise Matemática (IG) 2003/2004 EXEMPLO: As propriedades dos limites são obtidas a partir da denição de limite dada atrás: • O limite de uma função constante é a própria constante: f (x) = c , ∀ x ∈ Df ⇒ |f (x) − c| = |c − c| = 0 < ε ∀ ε > 0 ∀x ∈ Df logo, |f (x) − c| é sempre menor do que ε. • O limite da função identidade, f (x) = x, quando x tende para a, é o próprio a: f (x) = x , ∀ x ∈ Df ⇒ |f (x) − a| = |x − a| portanto, basta escolher δ = ε para garantir que: |x − a| < δ ⇒ |f (x) − a| = |x − a| < ε • O limite de uma soma algébrica de um número limitado de funções é igual à soma algébrica dos limites dessas funções: Consideremos apenas duas funções, f e g , tais que lim f (x) = b e lim g(x) = c. x→a x→a Pretende-se mostrar que lim [f (x) + g(x)] = b + c: x→a |f (x) + g(x) − (b + c)| = |f (x) − b + g(x) − c| ≤ |f (x) − b| + |g(x) − c| de acordo com a propriedade (6) do módulo. Portanto, basta escolher para δ o menor dos valores δ1 e δ2 , onde δ1 é tal que 0 < |x − a| < δ1 ⇒ |f (x) − b| < 2ε e δ2 é tal que 0 < |x − a| < δ2 ⇒ |g(x) − c| < 2ε . Com esta escolha de δ , ca garantido que: |f (x) + g(x) − (b + c)| ≤ |f (x) − b| + |g(x) − c| < ε ε + =ε 2 2 ou seja, |x − a| < δ ⇒ |f (x) + g(x) − (b + c)| < ε Resumo 1: apêndices 5/5