FORMAS GEOMÉTRICAS ESPACIAIS E A POSSIBILIDADE DA INTERDISCIPLINARIDADE DA MATEMÁTICA COM A QUÍMICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA RÉGIS MOREIRA REIS ([email protected]) / Matemática/UNIFRA, SANTA MARIA/ RS ANDERSON FONTANA DA COSTA ([email protected]) / MATEMÁTICA/UNIFRA, SANTA MARIA LOZICLER MARIA MORO DOS SANTOS ([email protected]) / MATEMÁTICA/UNIFRA, SANTA MARIA KARLA JAQUELINE SOUZA TATSCH ([email protected]) / MATEMÁTICA/UNIFRA, SANTA MARIA Palavras-Chave: GEOMETRIA ESPACIAL E GEOMETRIA MOLECULAR, INTERDISCIPLINARIDADE, ENSINO E APRENDIZAGEM, EDUCAÇÃO BÁSICA A demanda do mundo atual faz com que seja necessária a assimilação constante de novos conhecimentos, que se atualizam constantemente, para lidar com fatos do cotidiano. Desta maneira, a educação não pode desvincular-se da busca de informações e da oferta da interação das disciplinas no currículo escolar, no intuito de formar cidadãos capazes de agir nessa realidade. O trabalho desenvolvido em uma oficina pedagógica, que comungou as disciplinas de matemática e química, de forma interdisciplinar, foi resultado de atividades vinculadas ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID. A oficina objetivou a apresentação de sugestões para um trabalho interdisciplinar para a educação básica, evidenciando-se conhecimentos de geometria espacial e geometria molecular. Os participantes da oficina receberam orientações sobre demandas da educação no que tange a relação constante que se deve ofertar entre os conhecimentos escolares, e sobre o conceito de interdisciplinaridade, bem como sobre formas geometrias espaciais regulares e estruturas moleculares simples. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a sobrevivência na sociedade depende cada vez mais de conhecimento, pois diante da complexidade da organização social, a falta de recursos para obter e interpretar informações, impede a participação efetiva e a tomada de decisões em relação aos problemas sociais (p. 26). Desta forma, é preciso que sejam estabelecidas as relações entre as áreas e entre os conhecimentos, o que é possível por meio da interdisciplinaridade. Para Fazenda (1979) a interdisciplinaridade é: interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios (p. 27). Nessa perspectiva, foi desenvolvida uma sequência de atividades com educadores de escolas públicas de Santa Maria e com estudantes dos cursos de Química e de Matemática, do Centro Universitário Franciscano, UNIFRA. Conforme Pombo (1994, p.13), do ponto de vista escolar, a interdisciplinaridade pode ser adotada “[...] com vista à compreensão de um objeto a partir da confluência de pontos de vista diferentes e tendo como objetivo final a elaboração de uma síntese relativamente ao objeto comum”. Nesse contexto, ao incentivar a vivência da interdisciplinaridade no ambiente escolar, acredita-se que é possível proporcionar o alcance de objetivos, não apenas constantes nos programas das disciplinas do currículo, mas, acima de tudo, viabilizar ao aluno a percepção clara das relações existentes entre as diferentes áreas do conhecimento, distanciando-se, desta forma, do tratamento compartimentalizado das disciplinas, contribuindo para uma formação geral dos alunos, preparando-os para agir na sociedade em constante mudança. Assim, foram construídas três formas geométricas espaciais: tetraedro, bi pirâmide trigonal e octaedro, utilizando garrote, palitos de “churrasquinho”, tesoura e alicate. Na construção, os palitos representavam as arestas e suas conexões, confeccionados com recortes dos garrotes, representavam os vértices. Para a construção, foi necessário o conhecimento do número de arestas e de vértices para cada forma geométrica proposta, e do número de arestas que saiam de cada vértice, estabelecendo a união das arestas aos vértices. A partir das construções, buscou-se orientar sobre as moléculas que tem relação com essas formas. Ao colocar as estruturas das moléculas na parte interna das estruturas, com o uso de fios de nylon e bolas de isopor, tornou-se possível nomear cada uma delas. Salienta-se que essas atividades podem ser adequadas ao ensino fundamental ou ao ensino médio, com as devidas especificações a partir dos objetivos de ensino do professor. Por meio das atividades elaboradas, conclui-se que a adoção de novos rumos na educação básica é imprescindível para que se alcancem resultados satisfatórios no interesse e participação dos alunos e na qualidade da aprendizagem como forma de garantir uma formação geral dos alunos. Os conhecimentos trabalhados no ambiente escolar precisam estabelecer suas relações no processo de ensino e aprendizagem como forma de garantir uma educação de qualidade, que atenda a demanda do mundo na atualidade. As atividades contribuíram satisfatoriamente na formação inicial dos bolsistas PIBID participantes e dos bolsistas que ministraram a oficina, como forma de perceber a necessidade da adoção de novas posturas pelos professores, que precisam buscar formas inovadoras para o processo educativo. REFERÊNCIAS: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental.; Parâmetros Curriculares Nacionais; http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/matematica.pdf; 20 de janeiro de 2011. FAZENDA, I. C. A.; Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: Efetividade ou ideologia?; São Paulo; Loyola; 1979. POMBO, O.; GUIMARÃES, H. M.; LEVY, T.; A interdisciplinaridade: Reflexão e experiência. 2.; Lisboa; Lisboa; 1994.