MONITORIA EM FARMACOLOGIA Gabriela Suthovski (Programa de Monitoria Remunerada - UNICENTRO), Rubiana Mara Mainardes (Orientador), e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências da Saúde Palavras-chave: Monitoria, Farmacologia, Experimentação Resumo: A Farmacologia, ciência que nasceu por volta do século XIX passou por várias evoluções e ainda está em processo de expansão. O objetivo do trabalho realizado na monitoria em farmacologia foi conhecer melhor a respeito dos fármacos e dos seus efeitos nos diferentes organismos. Como resultado, o despertar pela docência e pesquisa no ensino superior, e o fornecimento de bases sólidas para o conhecimento farmacêutico. Introdução A Farmacologia propriamente dita é uma ciência que nasceu por volta do século XIX. Dentre as várias ciências biomédicas daquele período, a Farmacologia se baseou na experimentação como forma de desmistificar a ciência daquele período e comprovar os dados adquiridos com racionalidade e não através de forma empírica (RANG et al, 2007). A história da Farmacologia é cercada por muitas mudanças e descobertas, começando com a necessidade de melhorar as intervenções médicas, devido à ineficácia dos tratamentos. A partir deste ponto, as experiências em Farmacologia ganharam outras proporções e, mesmo que rudimentares num primeiro momento, evoluiram para que houvesse melhor compreensão dos efeitos dos fármacos no funcionamento dos sistemas vivos, e este é o seu objetivo (RANG et al, 2007; BRUNTON et al, 2006) Com os estudos de patologia, fisiologia e química, a estruturação dos conhecimentos adquiridos com a Farmacologia se deu de forma mais sólida e comprovada (RANG et al, 2007). Partindo de princípios alternativos como plantas, venenos, fungos, bactérias e outros, a observação dos efeitos destes ou dos seus produtos sobre os organismos vivos foi, sempre, o primeiro passo para a descoberta de novos fármacos (RANG et al, 2007). Segundo Brunton e colaboradores (2006), supõe-se, atualmente, que a Farmacologia como ciência está em franca expansão. Seus limites não são definidos e constantemente invadem o espaço de outra ciência; sendo assim, a Farmacologia é extremamente abrangente. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Este trabalho tem como objetivo relatar as atividades de monitoria em Farmacologia desenvolvidas durante 5 meses (março – agosto) do ano de 2009, incluindo as experiências na orientação de alunos nas aulas práticas, discussão de casos clínicos, pesquisas bibliográficas e despertar o interesse pela docência no ensino superior. Materiais e Métodos Durante o período dos meses de março a agosto de 2009 realizou-se várias atividades referentes ao Programa de Monitoria Remunerada. Revisões bibliográficas, práticas, discussão de casos clínicos bem como aulas expositivas foram os meios de aprendizagem utilizados. As aulas teóricas foram compostas por discussão de casos clínicos aplicados à Farmacologia, leituras em bibliografia disponível como livros e artigos científicos (meio impresso e internet). No Laboratório de Farmacologia, realizou-se experimentação em animais onde foi possível verificar, nas aulas práticas, algumas propriedades farmacológicas importantes. Em seguida, questionamentos a respeito destas propriedades foram realizados com o objetivo da visualização e memorização. Resultados e Discussão Nas primeiras aulas realizadas, preconizou-se o estudo das principais vias de administração, conceitos de biodisponibilidade, interferentes na absorção de fármacos e os fatores ligados ao fármaco em si enquanto molécula (solubilidade, coeficiente de partição etc). O objetivo da primeira aula foi injetar anestésico em ratos através de diferentes vias de administração: intraperitoneal, subcutânea e oral. Assim, depois da administração, o natural seria que os ratos que receberam o anestésico intraperitonealmente ficassem anestesiados mais rapidamente; em seguida os que receberam o anestésico por via subcutânea e por último, os que receberam por via oral. Contudo, o objetivo inicial foi acrescido de um fator surpresa para os alunos: a variação individual. Devido à variação individual, muitos ratos sequer apresentaram o efeito anestésico esperado. O tempo para o começo dos efeitos também diferiu muito de um rato para outro. Sendo assim, os alunos puderam visualizar a experimentação em Farmacologia de uma forma mais ampla ainda. A mensagem, portanto, foi a de que é importante conhecer a respeito dos fármacos, das vias de administração, da absorção, da biodisponibilidade, metabolização e excreção destes fármacos. Contudo, sempre se deve considerar as variações individuais, o meio no qual os “pacientes” estão inseridos e outras condições diversas que podem passar despercebido mas que influenciam no efeito final dos fármacos sobre os organismos. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Muitos alunos ficaram interessados pela experimentação e a possibilidade de testar fármacos com objetivo de ajudar em estudos toxicológicos e desenvolvimento tanto dos fármacos quanto dos tratamentos atuais. Este interesse resultou em perguntas extra-classe nos horários de monitoria e também à professora da disciplina. Montado o cenário inicial para que os alunos ficassem instigados a saber mais, vários casos clínicos foram realizados com o objetivo de fornecer maiores bases teóricas aos alunos. Assim, como futuros farmacêuticos, estarão preparados para fornecer informações fidedignas à população e fazer uma assistência farmacêutica de qualidade. A Farmacologia, como ciência em expansão que é, se mostra mais impressionante a cada dia e é praticamente impossível determinar com exatidão os efeitos e especificidades de cada fármaco nos diferentes organismos. Mesmo assim, a realização de casos clínicos, discussão destes, aliados à pesquisa bibliográfica darão meios aos alunos se nortearem frente a situações novas que com certeza irão se deparar no mercado de trabalho, seja na pesquisa propriamente dita ou não. Pode-se dizer, finalmente, que as atividades expandiram a visão dos alunos e também da monitora, que confirmou o interesse pela docência e pesquisa no ensino superior. Conclusões A monitoria realizada demonstrou que os alunos se sentiram à vontade para tirar dúvidas tanto na aula quanto em outros horários. Instigou a todos a curiosidade de aprender mais sobre certos procedimentos e informações farmacológicos. A atividade da monitoria na disciplina de Farmacologia permitiu aproximar alunos e professor, fazendo com que a disseminação do conhecimento se desse de forma mais eficaz. Agradecimentos Agradecimentos ao Departamento de Farmácia por ter cedido o Laboratório de Farmacologia para a monitoria e aulas; agradecimentos à professora orientadora pela paciência e dedicação. Referências Brunton, L.L.; Lazo, J.S.; Parker, K.L. Goodman & Gilman: as Bases Farmacológicas da Terapêutica. Ed. McGraw-Hill, 10a edição, 2006. Rang, H.P.; Dale, M.M.; Ritter, J.M.; Flower, R.J. Farmacologia. Ed. Elsevier, 6ª edição, 2007. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009